RESISTÊNCIA AOS ANTIBIÓTICOS

LeFigaro
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29.11.2015, 12:53

 (photo: )NOVA PISTA ABRE CAMINHO A NOVOS MEDICAMENTOS

Pesquisadores franceses descobriram alguns dos segredos para neutralizar as paredes bacterianas.


Por Jean-Luc Nothias – Le Figaro

Sejam redondas, ovais, em bastonetes, em foices, praticamente todas as bactérias têm paredes celulares construídas do mesmo modo, com os mesmos materiais, apesar de serem muitas vezes em proporções diferentes. Pesquisadores do Instituto de Biologia Estrutural (IBS - CEA/CNRS/Universidade Joseph-Fourier) em Grenoble revelam detalhes sem precedentes sobre os mecanismos moleculares da síntese de uma parede bacteriana (trabalhos publicados no Journal of the American Chemical Society). Tais estudos abrem o caminho para o desenvolvimento de novos antibióticos.
As bactérias são como pequenos sacos com uma parede rígida, que mantém sua forma, sua integridade e os componentes de seu ambiente interno. Esta parede é «viva » e em constante renovação e remodelação. Graças a uma técnica chamada de "espectroscopia RMN do sólido", o equivalente a uma ressonância magnética médica, os pesquisadores foram capazes de captar imagens em 3D, no nível atômico, de um dos principais «tijolos» desta parede, o peptidoglicano, na presença de uma das enzimas responsáveis pela sua fabricação. O peptidoglicano é um polímero da base da parede bacteriana, independentemente da espécie bacteriana e é essencial para a sobrevivência da bactéria.
Ao contrário dos métodos clássicos da biologia estrutural (cristalografia de raios X, microscopia ou RMN em solução), esta técnica permite estudar a parede bacteriana como um todo e na presença de sua máquina de síntese. «As enzimas de transpeptidação são proteínas que sintetizam o peptidoglicano », explica Paul Schanda, pequisador no IBS, primeiro signatário do estudo. «Hoje em dia, conhecemos a forma da máquina que cria a parede e a maneira como ela funciona. Fomos capazes de descrever com precisão, os mecanismos de síntese de uma parede bacteriana.» Os pesquisadorres puderam particularmente destacar o trabalho conjunto do peptidoglicano e de uma enzima responsável pela rede de malha de moléculas da parede, para fazer uma parede rígida.
É precisamente esta parede bacteriana que é o alvo de antibióticos que inibem a síntese do peptidoglicano. Este é o caso dos antibióticos beta-lactâmicos, uma classe de antibióticos que inclui derivados de penicilina, cefalosporinas, monobactamas, carbapenemos e inibidores de beta-lactamase. Mas cada vez mais bactérias desenvolvem resistências a essas moléculas. Elas alteram os receptores alvos na superfície de sua parede, o que torna os antibióticos ineficazes. Conhecer os pormenores dos mecanismos de fabricação da parede bacteriana, pode nos conduzir a encontrar moléculas capazes de bloquear esta síntese e assim, matar a bactéria. «Na verdade, com estes dados 3D, novas pistas de pesquisas se abrem», avalia Paul Schanda. «É preciso especificar que as proteínas alvo são específicas para as bactérias. As células humanas não contêm as referidas proteínas. Sendo assim, não há riscos que elas sejam afetadas. Além disso, iremos para outras bactérias, como aquelas responsáveis pela tuberculose. A micobactéria tuberculosis tem efetivamente, desenvolvido multiresistência aos antibióticos».



https://www.brasil247.com/pt/saude247/saude247/207221/Resist%C3%AAncia-aos-antibi%C3%B3ticos-Nova-pista-abre-caminho-a-novos-medicamentos.htm

LOUCO DE RAIVA






AMOR E NEURÔNIOS

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24.11.2015, 12:16

OS CIRCUITOS DO DESEJO DO CÉREBRO

Uma equipe de neurocientistas suíços decifrou o que acontece quando surge uma falta de desejo sexual nas mulheres.



Por Damien Mascret – Le Figaro

Não se deve necessariamente culpar o parceiro quando uma mulher estiver sofrendo de uma falta de desejo sexual: isso pode indicar uma disfunção de alguns circuitos neurais. É o que acabam de demonstrar Francesco Bianchi-Demicheli e seus colegas da Universidade de Genebra. Eles submeteram cerca de trinta mulheres, metade das quais sofria de uma falta de desejo, à ressonância magnética funcional (imagiologia do cérebro em ação).
Ao mesmo tempo, os pesquisadores divulgaram imagens eróticas ou neutras para ver o que estava acontecendo. Eles perceberam então que mulheres com a libido a “meio mastro” tinham uma ativação muito mais fraca das áreas profundas do cérebro, normalmente envolvidas em emoções, como se tivessem mais dificuldades para associar imagens eróticas a lembranças agradáveis. Neste caso, a solução proposta por sexólogos foi a de pedir aos seus pacientes que se recordassem das lembranças agradáveis de sua vida sexual pregressa para revitalizar estes circuitos neurais na direção certa.
Pesquisadores céticos
Esses resultados estão em linha com os do psiquiatra e pesquisador francês Serge Stoleru. Desde 1999, sua equipe havia mostrado, através de outra técnica de imagiologia cerebral, o Pet-Scan, uma desvalorização de estímulos sexuais em mulheres com falta de libido «em relação com uma ativação exagerada do córtex ventromedial».  Em outras palavras, nestas mulheres, havia uma  chance bem menor de que achassem que uma estimulação fosse excitante do que outras mulheres julgavam erótico.
Mas havia um outro resultado que tinha deixado os pesquisadores céticos. De fato, se observou um aumento do fluxo sanguíneo cerebral em algumas áreas. O pressuposto foi que: «na ausência de estimulação sexual, certas regiões do cérebro exercem um controle inibidor tônico, ou seja, de forma contínua, na excitação sexual; e para que apareça uma excitação sexual, o levantamento de tal inibição é necessário ». Como se um «freio de mão » estivesse puxado o tempo todo e que ele se soltasse somente quando a situação, ou o contexto o permitisse.
Desta vez, o trabalho da equipe de Genebra ainda vai mais longe, uma vez que ele estabelece uma rede cortical cujo condutor, o lobo parietal inferior, parece se ativar muito (em excesso) no caso de falta de desejo. Assim, as regiões cerebrais envolvidas nas funções cognitivas superiores, tais como a imagem do corpo, os pensamentos sociais, estariam excessivamente presentes em comparação com as mulheres sem problemas de libido. Mais uma vez, a neurociência adere ao modelo de desejo perturbado por considerações que não estão diretamente ligadas com a qualidade do parceiro, mas ao fato, por exemplo, de estarem focadas em seus complexos, seus defeitos físicos ou outras preocupações no sentido mais amplo.
No entanto, Bianchi-Demicheli relativiza estes trabalhos: «Seria preciso fazer estudos com base em estímulos auditivos, pois em muitas mulheres eles estão associados a níveis elevados de excitação.»




http://www.brasil247.com/pt/saude247/saude247/206516/Amor-e-neur%C3%B4nios-Os-circuitos-do-desejo-do-c%C3%A9rebro.htm

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