GORDURAS BOAS, GORDURAS RUINS.


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31.01.2016, 20:08

 COMO SEPARAR O JOIO DO TRIGO

Consumimos gordura em excesso? As gorduras, ou lipídios, acabam de ser oficialmente reabilitados. A análise é do Prof. Jean-Marie Bourre, membro da Academia de Medicina da França, e autor de “A nova dieta do cérebro” (Editora Odile Jacob). À esquerda, na foto acima, tudo quer você pode comer sem susto. À direita, os alimentos que é melhor evitar.

Por Jean-Marie Bourre - Le Figaro 
Finalmente, a “gordura” não está mais na lista negra das proibições alimentares, pelo contrário. Descobrimos, mais uma vez, que vivemos há vários anos sob dogmas de saúde pública oriundos da confusão muito comum entre proibição e moderação. Estas novas recomendações focam também no bem estar, dando as costas ao dogmatismo da toxico-fármaco-nutrição! De fato, não se trata de colocar em questão a luta contra os excessos de gordura para prevenir certos cânceres, a síndrome metabólica (que associa principalmente obesidade, diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia), doenças cardiovasculares, e até mesmo degeneração macular relacionada à idade (DMRI). No entanto, as novas recomendações revelam modificações de primeira grandeza que devem ser levadas em conta de agora em diante para balancear a nossa alimentação.
No que se refere à contribuição energética, o objetivo supostamente ideal foi finalmente cancelado. Ele se tornou inviável, considerando-se os nossos hábitos alimentares, por restringir a apenas 30% os aportes calóricos das gorduras na nossa alimentação. É tanto mais realista que, fator agravante, este limiar baixo demais constituía uma fonte de carência de certas gorduras indispensáveis, o ômega-3 especialmente, assim como das vitaminas A, E e D, as quais, naturalmente dissolvidas nas gorduras, as enriquecem. Portanto, recomenda-se aumentar a porção das gorduras a 35-40% das calorias alimentares, ou seja, 60 a 90 gramas diários, dependendo do sexo e tamanho, sendo assim o consumo médio dos franceses, e das populações mundiais que têm gastronomia de origem europeia, não deveria mais ser considerado como excessivo. Notem que, por definição (regulamentar!), um óleo constitui um corpo graxo que se encontra em estado líquido a partir de 15ºC, enquanto a gordura é sólida.
Todos os ácidos graxos saturados não são os mesmos
Durante muito tempo, foi uma tradição opor os ácidos graxos saturados ruins, geradores de colesterol, que encontramos nas gorduras sólidas (manteiga, creme de leite, bacon e banha de porco e outras gorduras animais) aos ácidos graxos bons insaturados: os monoinsaturados que fazem a boa fama principalmente do azeite e de seus benefícios no regime mediterrâneo bem como os poli-insaturados, como os ômega-3, conhecidos pela sua ação protetora sobre a função cardiovascular. Devemos necessariamente encontrar esses elementos em nossos alimentos, já que nosso organismo não sabe como produzi-los. Nessa condição encontram-se também os minerais, os oligoelementos e a as vitaminas. O ômega-3, associados ao ômega-6, não era antigamente chamado de vitamina F?
O colesterol em excesso pode entupir as artérias, é verdade. Mas é preciso lembrar que as gorduras também contribuem para nossa boa saúde, e frequentemente são elas que dão sabor ao que comemos. As novas recomendações alimentares reconsideram certos dogmas culinários: embora o azeite mantenha todas suas virtudes, recomenda-se não exagerar no seu consumo; por outro lado, os laticínios, especialmente os queijos, ácidos graxos saturados banidos no passado, foram reconsiderados. Principalmente, certas gorduras são consideradas  “essenciais”; este é o caso do ômega-3 cujos benefícios reconhecidos para a saúde devem estimular sua inclusão ainda mais frequente na nossa alimentação: peixes gordurosos (salmão, sardinha, cavala, arenque), óleo de nozes e de colza, sem esquecer dos ovos, sob a condição que sejam próximos dos “caipiras”, botados por galinhas alimentadas corretamente. Cuidado, porém, com os peixes e crustáceos criados em fazendas de piscicultura: eles são nutridos com comida industrializada e são geralmente repletos de antibióticos acumulados em seus organismos. Tais peixes de “fazenda de criação contêm cada vez menos ômega-3, ao ponto de tornar obsoleta a recomendação de consumir peixe pelo menos duas vezes por semana (peixe gordo em pelo menos uma das vezes), para dividir por dois o risco de infarto (e ainda mais o risco de AVC!)



http://www.brasil247.com/pt/saude247/saude247/215333/Gorduras-boas-gorduras-ruins-Como-separar-o-joio-do-trigo.htm

ZOO INTERNO



30.01.2016, 18:26

BILHÕES DE BACTÉRIAS HABITAM EM CADA UM DE NÓS

A flora de nossos intestinos, rica de 100 mil bilhões de bactérias, é atualmente considerada como um órgão de plenos direitos.



Por Stéphany Gardier – Le Figaro

Os antibióticos estão entre os avanços médicos mais importantes do século 20. e paradoxalmente, pode ser que as bactérias irão permitir que a medicina do século 21 faça progressos consideráveis. O desenvolvimento rápido das técnicas de sequenciamento genético durante as últimas décadas colocou no centro das preocupações científicas microrganismos até agora negligenciados: os 100 mil bilhões de bactérias da flora intestinal.
Obesidade, diabetes, doença de Crohn bem como a depressão ou transtornos alimentares poderiam estar relacionados a um desequilíbrio desta flora. O microbiota (*) intestinal é atualmente considerado como um órgão de plenos direitos, os milhões de genes expressos por suas bactérias seriam para o homem, um «segundo genoma», e alguns não hesitam mais em falar dos intestinos como um segundo cérebro.
Sequenciamento do metagenoma
Mais de 4500 artigos científicos foram publicados sobre o microbiota intestinal, e artigos novos são publicados todo mês. Os especialistas desta disciplina recente de pesquisa vibram com tal dinamismo bem como do apoio fornecido para determinados projetos da indústria agroalimentar. Mas eles destacam também a importância de uma melhor padronização dos protocolos de pesquisa e a necessidade de moderar algumas esperanças terapêuticas, por vezes exageradas.
O interesse no microbiota intestinal evoluiu em uma verdadeira mania, quando, em 2004, a equipe de Jeffrey Gordon mostrou que algumas bactérias intestinais contribuiam para o desenvolvimento da obesidade. Uma década mais tarde, ainda não existe uma perspectiva terapêutica, mas as pesquisas avançaram, graças ao sequenciamento do genoma das bactérias da flora intestinal, o metagenoma.
«Em 2010, conhecíamos apenas 3,3 milhões de genes bacterianos, atualmente, conhecemos 10 milhões, especifica Joël Doré, pesquisador especializado no microbiota, no Instituto Nacional de pesquisa agronômica (Inra, da França). Agora, sabemos que há um núcleo metagenômico altamente conservado entre os indivíduos e genes raros, quase únicos em cada um de nós.»
Microbiota atrofiado
É a diversidade da flora que teria um impacto sobre a saúde. «O microbiota é mais frequentemente “atrofiado” em pessoas que têm níveis elevados de colesterol ou diabetes. Estas mesmas pessoas se adaptam menos com as dietas hipocalóricas», explica Joël Doré.
Uma pesquisa recente realizada pela Unidade Inserm 1073 de Rouen mostrou que a bactéria Escherichia coli poderia estar envolvida em alguns casos de transtornos alimentares (anorexia, bulimia, compulsão alimentar, etc.). E. coli produz uma proteína, a ClpB, quase semelhante à melanotropina, um dos hormônios que regulam a saciedade. A resposta do sistema imunológico contra o ClpB poderia ter como alvo, ao mesmo tempo, a melanotropina, interrompendo a sensação de saciedade  e a ingestão de alimentos.
Foram discutidos vínculos entre o microbiota intestinal e outros transtornos psiquiátricos mencionados. «Foram publicados alguns artigos sobre o autismo e a depressão em particular», comenta Jacques Schrenzel, chefe do laboratório de bacteriologia dos Hospitais Universitários de Genebra. «Mas é muito difícil trabalhar com estas doenças multifatoriais e complexas, para as quais, categorizar corretamente os pacientes representa um verdadeiro problema.»
Assinatura bacteriana
Recentemente, uma equipe francesa do INRA demonstrou, em colaboração com uma equipe chinesa, que existe uma «assinatura bacteriana» associada com as doenças hepáticas, da cirrose ao câncer. «Essa assinatura é ainda mais  robusta quando o estágio da doença é avançado », especifica Joël Doré. Outros trabalhos realizados em modelos animais sugerem que alguns casos de esclerose em placas poderiam ser causados por uma perturbação do microbiota. «Tudo isso é bastante estimulante para a pesquisa, mas não é preciso criar falsas esperanças em pacientes », salienta Joël Doré. «Podemos ver correlações entre determinadas “assinaturas” bacterianas e doenças, mas temos que entender como funcionam, que bactéria faz o quê e como elas interagem entre si.»
Os pacientes com infecção Clostridium recorrente têm boas razões para ter esperança. Um transplante de microbiota oriundo de uma pessoa saudável poderia curá-los. Um método de «transplante fecal» testado por mais e mais equipes no mundo, que suscita um entusiasmo real e que também pode ser útil na doença de Crohn. «Trata-se de um avanço terapêutico real, comenta Jacques Schrenzel. Entretanto para que esta técnica tenha êxito nos próximos anos, como uma alternativa aos tratamentos com medicamentos, resultados muito sólidos serão necessários assim como a realização de estudos padronizados. Mas, por enquanto, cada um “cozinha” um pouco no seu canto.»
(*) Chama-se microbiota ao conjunto dos microorganismos que habitam num ecossistema, principalmente bactérias, mas também alguns protozoários, que geralmente têm funções importantes na decomposição da matéria orgânica e, portanto, na reciclagem dos nutrientes.

 http://www.brasil247.com/pt/saude247/saude247/215270/Zoo-interno-Bilh%C3%B5es-de-bact%C3%A9rias-habitam-em-cada-um-de-n%C3%B3s.htm



BICHO HOMEM



http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/197531/Bicho-homem-O-superpredador-do-planeta.htm

ANTA, UM ANIMAL ENCANTADOR



http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/204387/Anta-um-animal-encantador-Como-poderemos-salv%C3%A1-lo-da-extin%C3%A7%C3%A3o.htm