Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Salomão | |
---|---|
Rei de Israel | |
Ícone de Salomão em monastério russo. | |
Reinado | 966 - 926 |
Consorte | Filha do Faraó Psusenes II |
Antecessor(a) | David |
Sucessor(a) | Roboão |
Jerusalém | |
Morte | 931 a.C. |
Jerusalém | |
Pai | David |
Mãe | Bate-Seba |
Salomão foi um rei de Israel (mencionado, sobretudo, no Livro dos Reis), filho de David com Bate-Seba, que teria se tornado o terceiro rei de Israel, governando durante cerca de quarenta anos (segundo algumas cronologias bíblicas, de 966 a 926).
Índice
[esconder]Salomão na tradição bíblica[editar | editar código-fonte]
O nome Salomão ou Shlomô (em hebraico: שלמה), deriva da palavra Shalom, que significa "paz" e tem o significado de "Pacifico". Também chamado de Jedidias (em árabe سليمان Sulayman) pelo profeta Natã. (II Samuel 12:24, 25)
Foi quem, segundo a Bíblia (em Reis e em Crônicas), ordenou a construção do Templo de Jerusalém, no seu 4.º ano, também conhecido como o Templo de Salomão. Depois disso, mandou construir um novo Palácio Real para o Sumo Sacerdote, o Palácio da Filha de Faraó, a Casa de Cedro do Líbano e o Pórtico das Colunas. A descrição do seu Trono era exemplar único em seus dias. Mandou construir fortes muralhas na cidade de Jerusalém, bem como diversas cidades fortificadas e torres de vigia.
Salomão se notabilizou pela sua grande sabedoria, prosperidade e riquezas abundantes, bem como um longo reinado sem guerras. Foi após a sua morte, que ocorre o previsto cisma nas Tribos de Israel, originando o Reino de Judá (formado pelas 2 Tribos), ao Sul, e o Reino de Israel Setentrional (formado pelas 10 Tribos), ao Norte.
Riquezas de Salomão[editar | editar código-fonte]
"O peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro"[1] (equivalente a cerca de 10 toneladas de ouro) de tributos, além das outras fontes que não eram o próprio povo.[2] "Todas as taças de que se servia o rei Salomão eram de ouro,[...]não havia nelas prata, porque nos dias de Salomão não se dava a ela estimação nenhuma"[3], ou seja, a riqueza em ouro do rei era tamanha que não precisava demonstrar sua riqueza em prata. Uma hipérbole bíblica: "Fez o rei que, em Jerusalém, houvesse prata como pedras e cedros (madeira nobre) em abundância como os sicômoros (espécie de árvore comum na região) que estão nas planícies."[4]
"O rei tinha no mar uma frota de Társis, com as naus de Hirão; de três em três anos, voltava a frota de Társis, trazendo ouro, prata, marfim, bugios e pavões. Assim, o rei Salomão excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria. Todo o mundo procurava ir ter com ele para ouvir a sabedoria que Deus lhe pusera no coração. Cada um trazia o seu presente: objetos de prata e de ouro, roupas, armaduras, especiarias, cavalos e mulas, assim, ano após ano."[5]
O rei Salomão realizou uma expedição a Ofir, terra cuja localização é imprecisa. "Dentre as sugestões apresentadas estão o oeste da Arábia, o cabo Horn, na África, a Índia e até mesmo o Peru."[6] Nesta expedição ele contou com o apoio de seu amigo, o rei de Tiro, Hirão, que enviou-lhe marinheiros experientes.[7] A descrição da expedição é "Chegaram a Ofir e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro (equivalente a cerca de 16 toneladas de ouro), que trouxeram ao rei Salomão".[8]
Templo de Salomão[editar | editar código-fonte]
Salomão ordenou a construção do primeiro Templo de Jerusalém, o qual começou a ser construído no quarto ano de seu governo, no segundo mês do ano 480 depois da saída de Israel do Egito. Foram necessários 30 000 trabalhadores para serrar a madeira no Líbano, 70 000 para o transporte das cargas e 80 000 que talhavam as pedras nas montanhas, além de 3 300 chefes-oficiais.[9]
O Templo media sessenta côvados de comprimento, vinte de largura e trinta de altura.[10] Era todo revestido em seu interior por cedro, madeiras nobres, e nenhuma pedra se via; o chão era de tábuas de cipreste, também madeira nobre; posteriormente cobriu-se todo o interior do templo de ouro puro.[11] O Santo dos Santos, câmara mais especial, que guardava a Arca da Aliança, era revestido totalmente de ouro, e era um cubo cuja aresta media vinte côvados.[12] O altar também foi coberto de ouro. O Templo também apresentava enormes átrios (pátios) exteriores[13]
Reinado de Salomão[editar | editar código-fonte]
Existem diferentes datas para divisão do reino de Israel. Veja isso em Cronologia Bíblica.
Adonias, o filho primogénito de David, proclamou-se pretendente ao Trono e sucessor de seu pai. Segundo os profetas, era da vontade Divina que o sucessor fosse Salomão, filho de David e Bate-Seba. Visto que Salomão não era o herdeiro imediato ao Trono, isso levou a intrigas e conspirações pelos partidários de Adonias. O direito de Salomão ao trono é assegurado mediante ação decidida de sua mãe, do Sumo Sacerdote Zadoque e do profeta Natã, com aprovação do idoso Rei David. Logo que se tornou rei, Salomão eliminou todos os conspiradores e consolidou o seu reinado.
Diferentemente de seu pai, Salomão não se tornou um líder guerreiro, pois isso não foi preciso. Soube manter a grande extensão territorial que herdara de seu pai. Mostrou, de acordo com a tradição judaica, ser um grande governante e um juiz justo e imparcial. Soube habilmente desenvolver o comércio externo e da indústria, as relações diplomáticas com países vizinhos, o que levou a um progresso considerável das cidades israelitas.
Salomão casou-se com uma filha do faraó (Anelise) e recebeu como dote de casamento a cidade cananeia de Gezar. Renovou a aliança comercial com Hirão, Rei de Tiro. Ficou conhecido por ter ordenado a construção do Templo de Jerusalém (também conhecido como o Templo de Salomão), no Monte Moriá. Isto ocorreu no seu 4º ano de reinado, exatamente no 480.º ano (479 anos completos mais alguns dias ou meses) após o Êxodo de Israel do Egipto. (Os historiadores e exegetas bíblicos consideram esta data como artificial, embora haja alguns biblistas que a consideram uma sincronização autêntica.)
Após isso mandou construir fortes muralhas na cidade de Jerusalém, bem como mandou reconstruir e fortificar diversas cidades (como por exemplo, Megido, Bete-Seã, Hazor…) e construir cidades-armazém.
Salomão organizou uma nova estrutura administrativa, dividindo as terras em 12 distritos administrativos governados por funcionários nomeados diretamente pela administração central. No exército, deu especial importância a cavalaria e aos carros de guerra. Dispunha no porto de Eziom-Geber, no golfo de Aqaba de uma frota de navios comerciais de longo curso, chamados de "navios de Társis".
Segundo I Reis 11:3, A estas nações uniu-se Salomão por seus amores. Teve setecentas esposas de classe principesca e trezentas concubinas. E suas mulheres perverteram o coração.
Divisão do Reino[editar | editar código-fonte]
Com a sua morte, Roboão, seu filho, sucedeu-lhe no trono. Em vez de ouvir o conselho dos anciãos das tribos de Israel para aliviar a carga tributária e os trabalhos compulsórios impostos por seu pai, ele mandou aumentá-los. Isso levou à rebelião das tribos setentrionais e à divisão do Reino em dois novos reinos: o Reino de Israel Setentrional (ou Reino das 10 Tribos, tendo como rei Jeroboão I), e o Israel Meridional (tendo por capital Jerusalém e como rei, Roboão).
Tradição posterior[editar | editar código-fonte]
A tradição posterior imputaria a Salomão grande sabedoria e ao seu reinado o status de época áurea. Ele é considerado dentro da tradição judaico-cristã, como o homem mais sábio que já viveu até então. A Bíblia nos relata que no seu reinado diversos reis e governantes vinham a Israel fazer perguntas e receber conselhos do rei Salomão, incluindo a rainha de Sabá. Durante os séculos posteriores, diversas obras de outros autores eram imputadas a Salomão, para dar-lhes valor.
História do bebê[editar | editar código-fonte]
A Salomão é atribuída a famosa história de que duas mulheres foram ao seu palácio. Duas mulheres tiveram filhos juntos, um dos filhos morreu e a mãe do que morreu, pegou o da outra mãe. De manhã, ela percebeu que aquele que tinha morrido não era seu filho e começaram a discutir. Foram até o palácio do rei Salomão e contaram-lhe a história. Ele mandou chamar um dos guardas e lhe ordenou: "Corte o bebê ao meio e dê um pedaço para cada uma". Falado isso, uma das mães começou a chorar e disse: "Não, eu prefiro ver meu filho nos braços de outra do que morto nos meus", enquanto a outra disse: "Pra mim é justo". Salomão, reconhecendo a mãe na primeira mulher, mandou que lhe entregassem o filho.[14]
Tratamento[editar | editar código-fonte]
Por ser um rei muito antigo, Salomão não tinha um tratamento moderno na forma como conhecemos hoje. O soberano reinante era tratado como "Senhor" ou "Meu Rei".
Salomão na tradição islâmica[editar | editar código-fonte]
O rei Salomão aparece no Corão com o nome de Sulayman ou Suleiman. No Islão, é considerado como um profeta e um grande legislador da parte de Alá .
Salomão à luz da História e da Arqueologia[editar | editar código-fonte]
O principal documento que diz a respeito do Rei Salomão é a própria Bíblia,que diz que ele tinha centro um reino amplo e próspero, conforme descrito no Livro dos Reis.Ademais, tendo sido Salomão um rei famoso por sua sabedoria e riqueza (como mostrado na Bíblia),tanto que a Rainha de Sabá ouviu a fama de Salomão,viajou a Jerusalém,e se encantou com a sua sabedoria. Entretanto, as menções acerca da riqueza de Salomão e do reino de Israel presentes na Bíblia não são apenas superficiais, mas relatam expressivas fortunas, como a adquirida na expedição a Ofir, onde o lucro foi de cerca de dezesseis toneladas de ouro (precisamente 420 talentos de ouro)[15], e a necessária para a construção do Templo de Salomão (veja os tópicos: Templo de Salomão e Riquezas de Salomão).
Em 2010,foi descorbetas antigas fortalezas escavadas em Jerusalém que sustentam a narrativa bíblica da época do Rei Salomão.[16]
Títulos nobiliárquicos & tratamentos[editar | editar código-fonte]
- 971 a.C.-931 a.C.: O rei Salomão do Reino Unido de Israel & Judá
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Reino de Israel
- Provérbios
- Cântico dos Cânticos
- Eclesiastes
- Livro da Sabedoria
- Testamento de Salomão
Referências
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 463, I Reis 10:14
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 463, I Reis 10:15
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 463, I Reis 10:21
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 463, I Reis 10:27
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 463, I Reis 10:23-25
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 462, I Reis 10:26-28
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 462, I Reis 10:27
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 462, I Reis 10:28
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Páginas 451 e 452, I Reis 5:13-18
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 452, I Reis 6:2
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Páginas 452 e 453, I Reis 6:15,21
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Páginas 452 e 453, I Reis 6:20,21
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 453, I Reis 6:22
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 449, I Reis 3:16-28
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 462, I Reis 9:26-28
- ↑ "Ruínas de três mil anos fornecem prova da existência do Rei Salomão - Mundo - iG". Último Segundo.
Precedido por: David | Rei de Judá 49 anos | Sucedido por: Roboão |
Rei de Israel 49 anos | Sucedido por: Jeroboão I |
|
https://pt.wikipedia.org/wiki/Salom%C3%A3o