POESIAS: NOSSO NOVO TEMPO AMIGO

  



 


PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
uma das atuações do seu Pastorado4



NOSSO NOVO TEMPO AMIGO
composições durante o mês de Janeiro de 2023
divulgado no facebook


  Livino Mota   ... Luto
dias 10, 27 a 29 = dias lembrando a hospitalização, morte, enterro e as pessoas que estiveram no velório do meu pai.




o conteúdo original que inclui este estudo está neste link aqui


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ÍNDICE


001   1. Primeiro dia, avançar

002   2. Reconhecer o novo tempo

003   3. Ganhar novos espaços

004   4. Desafiar nosso tempo

005   5. Invadir o novo ano

006   6. Desejar chegar vivo

007   7. Navegando pelo amanhã

008   8. De tarde e de noite

009   9. Remando contra o tempo

010   10. Sem lenço nem documento       (meu pai)

011   11. Respirando fundo

012   12. Copiando o nosso passado

013   13. Reconhecendo o bom tempo

014   14. Vencendo a vida

015   15. Ganhando alegrias

016   16. Fazendo deboche feliz
017   17. Sem voltas

018   18. Recriando nossos futuros

019   19. Atenção do tempo

020   20. Flores do presente

021   21. Recuando em glórias

022   22. Propondo novos desafios

023   23. Sorrindo para o amanhã

024   24. Bom dia e vida

025   25. Canalhice a se acreditar

026   26. Caminhando em minutos

027   27. Tentando os segundos          (meu pai)

028   28. Horas de muitos anseios      (meu pai)

029   29. Famílias do tempo              (meu pai)

030   30. Esquecendo as dores

031   31. Abrindo os tempos.




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PRIMEIRO DIA, AVANÇAR

Primeiro dia da semana, primeiro dia do ano, acordei de novo
O tempo chegou, minha vida continua, o meu tempo vê renovo
Abri meus olhos, abri minha mente, saio correndo e com pressa
O novo ano se mostra amigo, esperançoso no que me interessa
E, com o melhor das minhas forças, me abro cheio de desejos
Ganho os sonhos, ganho as conversas, e cantando sigo lampejos
É o melhor que tenho para chegar a este novo ano que almejo.
.
Primeiro dia, a palavra de ordem nos alerta, Avançar, avançar
Não se abater com o ano que foi, com o que faltou a se alcançar
O que passou, passou; o que está chegando nos levará longe
Essa carranca não podemos perder, nos distraindo nesse bonde
É como andar de bicicleta, olhando pra frente se chega por lá
Se olharmos o chão de agora, a queda é certa, vai desequilibrar
Se olharmos para trás, perdemos a descoberta, caímos no bailar
Se olharmos para o lado, pisamos o alerta, não vamos nos achar
.
Primeiro dia, esse é o dia de todos nós, dos sonhos incontáveis
Quando abrimos a nossa voz, e respiramos os olhares amáveis
Primeiro dia, e com toda nossa ousadia, nos apresentamos vivos
Acordados por todo o tempo, ansiosos por vencer tolos cativos
Nesse dia que ganhamos, que novas esperanças nos fazem ter
Comungamos nossas almas, pretendendo dar muito o que fazer
E com nossos limites e deformações, queremos a todos, próximos ou distante, nos oferecer.





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RECONHECER O NOVO TEMPO

Há uma nova trombeta espargindo a todos os cantos do mundo
Que um novo tempo está amanhecendo neste aurorar fecundo
Tudo está sendo novo, com um ano que se brota e amadurece
Uma nova caminhada que se nos avizinha e nos ensoberbece
Isso nos faz abrir a alma em descanso de quem sabe viver bem
Isso faz subir a calma em amanso de quem sabe amar também
Isso termina sendo nossa esperança nesta caminhada ao além
.
Debaixo do braço carregamos uma bagagem sincera e astuta
Dessas malas recheadas que, na margem, nos faz usar batuta
Maestros encantados e ofegantes a reconhecer o novo tempo
Músicos enfeitados e cantantes que se esbravejam pelo vento
Sabores infindos que sabem escorregar pelos dias e semanas
Promovendo em seus gritos de alertas, as caatingas e savanas
Biomas inteiros que nos envolvem, como intrigas caucasianas
.
Reconhecemos novo tempo, mesmo se assim não quiséssemos
É algo tão evidente, como se, fácil, naturalmente soubéssemos
Tão aclareado em nossa mente como a flor em qualquer lugar
Tão possível e decente, como o amor nos vasos de quem sonhar
E chega o tempo, novo ano nasce no ritmo de qualquer canção
A gente viaja feliz e ao vento, e nos passos úmidos do coração
Em qualquer momento, nos aventuramos a reconhecer esse nosso novo tempo, como um bordão.




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GANHAR NOVOS ESPAÇOS

É o tempo que escancara as portas, deixa tudo aberto para mim
Vejo todas as faces sorridentes, tudo que acarinha o carmesim
Essa cor vermelhante, cheia de graça e imposição pra se ajustar
É a cor do espaço, dos espaços que, novos, havemos de ganhar
Sangue é a cor e o desafio que cada um tem a tomar em escudo
Pank é o diferente carmim que gruda na gente e nos faz mudos
Alegres manias que, como jasmim, cheira todo mundo em tudo
.
É ganhar novos espaços com entusiasmos que mapeiam o bem
Vigiando desencontros por não querer buscar lugares no além
Com caminhos embaralhados em espaços que não se encantam
Se fazendo agradável e delirante, ante alguns que se espantam
E com isto me orgulho, fico de alma levedada e conquistadora
Esperando oportunidade leviana, calculada, febril e lacradora
É simplesmente uma opção, um convite à felicidade tentadora.
.
Há todos os espaços novos, um ano que nasce e trás travessura
Incentivo que me faz entusiasta e driblador de qualquer fissura
Astutas que me envaidecem, me deixam orgulhoso de ser eu
Castigo que me acompanha, felicidade saudável que me venceu
É assim que abro todo meu dia, as semanas que se me agregam
Me entrego completo à ousadia, não enxergo os que me cegam
E suspirando como um poeta ofegante, sempre abro meu coração até aos que me negam.






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DESAFIAR NOSSO TEMPO

Há um espírito conquistador na gente, espírito surpreendente
Dessas atitudes que empurram a esperança e nos faz contentes
Que conta baixinho as nossas forças, às impetuosidades vindas
Que reclama sozinho as nossas torças e as visões claras e lindas
Esse espírito conquistador que nasce na gente e se mostra feroz
Desdobra nosso ardor, e, com todo furor, muda até a nossa voz
Tudo por um objetivo convincente, o de responder a todos nós
.
Há como dominar este conquistador que nos afere e confunde?
É, sim, possível viver sonhos que nesse novo tempo se abunde
Então a gente brinca de ninar, a gente brinca de brincar e sorrir
A gente escancara as portas da alma para desfrutar e se exaurir
Sim, com tudo isto, há como dominar este conquistador zeloso
Há como correr sem pressa e abraçar este guerreiro pavoroso
Há como fazer o que interessa, com este espírito “conquistoso”.
.
Eu desafio o tempo que tenho, o tempo que se me dá pra viver
Este conquistante que me convence, que me sobra a atrever
Eu desafio minha zona de conforto, o chão que não quero sair
Um pequeno e meigo monstro que pretende sempre me extrair
Eu desafio o que eu sou, o que gosto, e o que almejo alcançar
Os limites que me amedrontam, que se enojam pra me abraçar
Os choros amargos que visam meu travesseiro e com saudades me fazem lembrar.




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INVADIR O NOVO ANO

Tudo pronto para dar passos largos, para dar uma de valentão
Tudo pronto para uns gritos parcos e viver movido pelo coração
É invasão que estamos planejando no ano novo que almejamos
Surdos caprichos que nos fazem seguir aludes do que sejamos
E o ano novo chega, ele vem e nos envolve, nos faz suas vítimas
A gente aprende a conviver, a sobreviver em passadas legítimas
E remamos para frente, como se não tivesse o atrás em nossas convivências íntimas.
.
É, tudo está bem pronto, tudo está no ponto para esta invasão
Não temos muito o que evitar, o ano que chega é a nova paixão
E, com a vontade que não há como explicar, desejamos sonhar
Ter todo um sono possível e grato, para nossa vida se esbaldar
Me sinto forte, desejoso, confiante e com saudável inspiração
Determinado, corajoso, esfuziante e tomado pela boa ambição
Assim, sou águia teimosa que percebe uma sua vítima e paixão
.
Sim, está tudo pronto para invadir o novo ano, e a ele me aderir
Estou convencido a se me evadir insano, esperando bom porvir
Estou abrindo mão de couraças e pesadas armaduras amargas
De costumes com vidraças que se interam em afrontas largas
Sim, está tudo pronto para esta invasão delirante e inspiradora
Arruaças meticulosas que perpassam choros e agonia lacradora
Certeza contundente que se precipita em atitude que me seja modesta e traidora.




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DESEJAR CHEGAR VIVO

Abrindo a tal porta do novo ano, ainda com a mão na maçaneta
O grito de menino profano, se ecoa pelo coração e nesta caneta
E a poesia se deslumbra ao que está visto, neste futuro de além
Ela se canta no que pensa estar previsto, no monturo do aquém
Mas, com tudo isto, vislumbrando o que, no tempo, lhe aguarda
Entre os gritos do menino, pelos ecos que a vontade lhe brada
O humano desejo de, ao outro lado, chegar seguro na jangada
.
Chegar vivo ao outro lado, é o segredo, é o desejo que alimenta
É a carne que sustenta, o respiro, que carente, a todos orienta
Chegar vivo ao outro lado, é música que faz todo mundo dançar
É a melhor música agradável, que faz todo o mundo se assanhar
Chegar vivo ao outro lado, num novo ano que se mostra alegre
É abrasar os anseios de qualquer coração que esteja com febre
É motivar toda alma que, mesmo amarga, pela vida, se concebe
.
Estamos às portas de entrada, nesta nova caminhada que chega
O ano se abre em presságio, dando voz e vez a o que se bodega
Nestas portas de ano novo, novos sonhos e fantasias evocamos
Decisões, planos e oportunidades, em nossas vidas, declaramos
É assim, entramos porta adentro, por vontades ou empurrados
Nos cobrimos de confianças, mesmo por incentivos emburrados 
nos vestimos de esperanças, mesmo diante de portais que se façam emperrados.




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NAVEGANDO PELO AMANHÃ

Com doces abertos na alma, como foices e enxertos sem calma
Brota-se no temperado afago do tempo, no controle da palma
Por a gente acorda para um novo ano, é preciso um novo plano
O surgimento de um esperar profano, até por aquele de engano
E, com remos fortes nos braços, nos encaminhamos a navegar
Abraçamos ondas que vaguem, enlaçamos ondas a se enfrentar
Com tudo isto, acordamos, para o novo ano, dispostos, famintos, ansiosos por avançar.
.
Fantasmas se mostram à frente, há uma aura que se desenha
Perto ou longe fazem de tudo para assustar e gritar sua resenha
Os temores que surgem no coração, logo se esfumaçam no ar
Os cochichos que rugem a emoção, logo se “esmurçam” a vazar
E os dias começam a se passar, a navegação passa a acontecer
A nau leve e faceira que nos embarca, se atine a nos favorecer
Mesmo frágil ela enfrenta, mesmo fraca ela aguenta, e, por ela somos destinados a vencer
.
Mas, além de fantasmas, o futuro se nos mostra um horizonte
Um poético além-mar que nos cativa e nos chama à sua fonte
Umas sereias diferentes que, com seus cantos, nos atrai à luta
Nos seduz ao enfrentamento, desejosas de nos levar a Batuta
Aquele viajante estudioso que, sem medos, seguia sua intuição
Marchava tempos adentro, saboreando convicto, a sua emoção
Andarilhava caminhos a fora, desfrutando invicto, a sua paixão.




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DE TARDE E DE NOITE

É o olhar atento ao tempo que está por vir, ele vem até a mim
E, curioso, me afago a esperar, a seguir até chegar àquele fim
Sei que chego como início de outra caminhada que me aguarda
E o tempo vem, acaba e recomeça, e esgueiro numa esquadra
Um jeito que me acompanhe e facilite a navegação pelas ondas
Que dê segurança, me apanhe, e me faça feliz nas suas rondas
Que cante ninar em meu ouvido, me embale como um menino
Que me dê sonho contido, e me assinale no meu medo genuíno
Que me faça valente, para enfrentar tudo que me seja pepino
.
De tarde e de noite, no tempo que me sobrevier as angústias
Quero e preciso, com olhos altivos em determinadas “rústias”
Saber gritar, saber manusear espadas que me sejam práticas
Para todo um ano atravessar vivendo e gostando das táticas
Sendo desbravador, e sendo corrimão de quem disto precisar 
Sendo animador, e sendo anfitrião de quem com isto ser firmar
Sendo um anjo, mensageiro-paixão de quem careça conquistar
.
Há arco-íris enfeitando todo o céu, cantando o tempo lá fora
Há esperança confeitando o escarcéu, se espalhando toda hora
Escuta-se uma música sem fim, que gruda na gente com amor
Um canto singelo, bem afim, disposto a nos abraçar como flor
De tarde e de noite, todo um ano se mostra disponível a nós
Rompe madrugadas como se quisesse ser visto como num atroz
Só sobra pra gente, com toda esta riqueza ardil, o requinte mafioso dum sobreviver feroz.




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REMANDO CONTRA O TEMPO

Quando o tempo nos chega, muitas vezes, dá vontade de voltar
Dá vontade de sumir de tudo aquilo que chega, sim, abandonar
Tomar outro rumo, ganhar outra vista, fazer uma outra história
Até ser incoerente, assumir u’a patente e seguir outra trajetória
Quando o tempo nos chega, muitas vezes, dá vontade de sumir
Remando contra o tempo, se impondo contra o que tem a ouvir
A gente toma outras paradas, fica sem jeito, de o futuro, seguir
.
Quando o tempo nos chega, muitas vezes freamos em profundo
Nos agarramos a qualquer coisa que nos force sair do mundo
Abrimos os braços, oferecemos abraços, não vamos em frente
Gritamos apavorados, trancamos a vida, até somos incoerentes
Quando o tempo nos chega, muitas vezes, remamos com tudo
Voltar e desviar do precipício que percebemos nos faz sortudos
O que nos salva é o remar contra o tempo, pois somos bicudos
.
Quando o tempo nos chega, é novo ano de tempo que aparece
É quando abrimos a chave de uma nova fase que se rejuvenesce
Quando isso chega, nos percebemos remando contra o tempo
Ganhamos toda coragem, e nos aventuramos num só momento
Ao vermos o tempo chegar, ao sentirmos sua presença maluca
Nos fazemos crianças, e em saltos de alegria, viajamos na busca
Os anseios do encontrar nossos antigos sonhos, é sonho que nunca caduca.




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SEM LENÇO SEM DOCUMENTO
... vivendo meu pai hospitalizado ...... Luto

Parece um trem que corre pra chegar e apita quando se achega
Entra lugar, sai lugar, e ele corre sem parar e na estação, chega
Os trilhos renascem, vão para a estação que está do outro lado
Está bem lá, esperando o final deste ano como vigia bitolado
E o tem, que aqui e agora está, se aponta praquele fim e se vai
Carrega nossas esperanças, nossos planos, a vontade que esvai
Sem lenço, sem documento, vamos juntos nesse voo de cai cai
.
Explodindo em reclames, somos néscios que sabem se esconder
Carimbamos nossos passaportes nessa investida, sem entender
Fazemos questão de parecer otimistas, mas o tempo não condiz
E com iras irreparáveis, abrimos os berros, como faz o aprendiz
Por tormentas incansáveis, com as asas abertas do nosso trem
Inflamamos nossas tocas, e catimbamos o que só nos faz bem
Um aprendizado constante no ano que vai passar sem ninguém
.
Sem lenço sem documento, como entrar pra viajar nesse trem?
Como atravessar um hospital de dor e não estar com o alguém?
Não estar lá, nem pra o nome, nem pra o tchau desse outro dia
Não ouvir o sim e o não com os movimentos da cabeça que adia
Deixamos tudo pra traz, e assumimos nosso papel nessa viagem
Carregamos alguma paz, e conduzimos nosso rapel na ramagem
Vivemos a distância sonhando com a presença na intrigante verdade da engrenagem.




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XXXXXXXXXXX
RESPIRANDO FUNDO
em https://bit.ly/Coleção3DePoesias  
É muito engraçado como as coisas acontecem ao nosso redor
Muito engraçado como o tempo se mostra conveniente sem dó
Como temos que ter a nossa mochila carregando o nosso tudo
E na mesma atenção, não ter cochila para romper nosso mudo
É com falta de um silêncio que a gente avança e segue na frente
É respirando fundo que, sorridente, se convence um irreverente
E na corrida do tempo, enquanto o ano passa, é que se revela o verdadeiro carente.
.
Abrimos as palmas dos assovios numa multidão eufórica na vida
E participamos também, de qualquer paixão que seja pervertida
Com isto o tempo que passa nos contempla com suas vitórias
Ou mesmo nos afaga, sem lamúrias, de suas maléficas estórias
Mas a gente vai assim mesmo, de peito aberto a gente enfrenta
Sem medos, sem constrangimentos, a gente até faz que inventa
Trocamos alhos por bugalhos, e descemos até à água barrenta
.
Não temos meio termo, quando respiramos fundo, assumimos
Dizemos o que dizemos, somos verdadeiros, só o que sentimos
Enquanto o tempo do ano passa, iremos cavalgar as aventuras
Iremos cantarolar, e até dançar, ante as possíveis desventuras
O que não faremos é deixar de ser a gente, como o temos sido
Não deixaremos de ser como a gente é, do jeito tão aprendido
Não frustraremos ser dessa boa gente, como se tem entendido






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COPIANDO O NOSSO PASSADO

Há quem tenha um olho na missa e outro no padre, isso é bom
E há quem vê a premissa de um compadre como a um maçom 
É desse jeito que a gente enxerga o futuro, olhos bem atentos
Contemplando o passado maturo, torcendo com passos lentos
É desse jeito que a gente vai copiando o passado que tivemos
Aquele passado que, nos judiando, na memória, o mantivemos
Estamos sempre prestigiando, pois é com ele que sobrevivemos
.
Há quem tenha um olho na vida e outro na morte, isso é bom
Saber copiar experiência convivida na sorte, como a um garçom
Estreitar os sonhos que as esperanças “fruteiram” num dia a dia
Ganhar as horas de vivas seguranças que nos levam à covardia
Tudo isso contribui para algum desespero num começo de ano
Tudo isto assusta qualquer mau tempero que nos ajuíza insano
Tudo nisto provoca todo vespeiro que nos venha trazer engano
.
Há quem tenha um olho no céu e outro no inferno, isso é bom
Uma forma de conviver sadio neste mundo sem algum edredom
É como ser pássaro vivendo numa gaiola que lhe seja confusa
Dessas que não tem limites, mas lhe dá uma área muito escusa
Copiando o ano passado, faz acontecer dessas coisas estranhas
Abre sorriso amassado, tem um amanhecer voando montanhas
Mas, enquanto tudo isto, faz transparecer estar coando só lembranças tacanhas.




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RECONHECENDO O BOM TEMPO

É acordando que a gente vive, é malhando que a gente espera
É cultivando que a gente revive, e é provando que se prospera
Quando se está reconhecendo o bom tempo, a gente aprende
Quando o está recebendo, o tal bom tempo só nos surpreende
Então, melhor é fazer que não vê, é dar passos para sobreviver
Cantar todas as músicas que lembrar, distrair-se e sua fé, obter
Não ser ágil em julgar, não querer o condenar, apenas se conter
.
Nas “crocrâncias” de cada fantasia a se encarar, saber-se brigar
Fazer de tudo para contrariar, fazer-se de tudo para comungar
Parecer com o inimigo que se avizinha, sondar as suas vontades
Ganhar a confiança do que se aninha, fugir de toda tempestade
A arte da guerra não pode ser mensurada ou mesmo esquecida
É um jeito pacífico de ir mais além, vencendo alegre a toda lida
É um jeito de fazer o bem, entendendo a vida que é convencida
.
Reconhecendo o bom tempo do passado, a gente só faz dançar
Sabendo do bom tempo do presente, a gente só faz estardalhar
Nesta casa que este bom tempo abre para que o conheçamos
Como um novo ano que brota e nos convida a que agradeçamos
Temos todo o bom motivo para olhar o que nos é comovente
Estamos assanhados para provar o que nos faça ser dessa gente
Deste pessoal sonhador que com alegria e amor, sabe como nos fazer seus amigos permanentes.




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VENCENDO A VIDA

Se a vida, em si, é bela e agradável, se ela é paraíso nesta terra
O que há nela que temos a vencer? O que há que seja u’a serra?
O eco que gritamos para aos nossos horizontes, vai responder
Os raios que o sol nos envia, vai nos dar jeitos de compreender
Sim, a vida, é ela que temos para, todos os nossos dias, triunfar
É ela que cotidianamente nos desafia, é ela que nos faz “pirar”
E, isso ela faz, sem pestanejar, sem se constranger, sem cessar
.
Vencendo a vida, são passos que temos para seguir em frente
Matar um ou dois leões a cada dia e voltar pra casa sorridente
Isso é o que nos espera todas as manhãs, é o que nos corrige
É o que nos faz vitoriosos como jaçanãs, é o mal que nos atinge
A vida nos obriga a acordar vestidos em possantes armaduras
Ela nos intriga a confiar aguerridos, em provocantes molduras
Dessas estruturas sem sentidos que são amantes de benzeduras
.
Vencendo a vida, é ideal que a própria vida nos impõe contente
É algo tão existencial, mesmo contida, nos propõe comovente
E a gente cai como um pato, com cheiro que nem sabemos bem
Nos fazendo de gato, sapato, só nos expirando como a ninguém
E o ano recomeça, como sempre faz em todos os nossos anos
Ele chega e nos convoca para novas lutas, nos fazendo profanos
Providencia nossos leões diários, pra nos chamar de cubanos





'15<<< >>> ÍNDICE     




GANHANDO ALEGRIAS

É um tabuleiro de xadrez, o tempo vem, o ano começa de vez
Carrega os jogadores pra onde quer, todos jogam num talvez
É o ano que se inicia, é o jogo que se mostra altivo e presente
É a visão dos que ficam, ao vislumbrar o de tudo que se sente
Ganhando alegrias, ganhando tristezas, a gente insiste no jogo
Não temos o que discutir para continuar no que há neste rogo
Não temos o que convergir para insinuar o que seja demagogo
.
Estamos abrindo mão de tudo, o que passou, já passou lá atrás
Estamos voltados para o depois, o futuro que se promete capaz
Como um apito que cruza o trem que passa em sua velocidade
Rasgando o momento, forçando o tempo, trazendo a felicidade
E, com tudo isto, continuamos no jogo que a vida nos determina
Traçamos ideias que sabemos: É esperança que nos contamina
É a cachaça velada que se insinua, nos provoca, e nos ilumina
.
Por trás dos balcões que nos atendem, o jogo da vida encandeia
Corrigem nossas torções involuntárias, mas nos levam à cadeia
Mesmo ganhando alegrias, o jogo nos deixa absortos e atentos
Faz com que almejemos atravessar desertos de seus conventos
E nos aproximemos das mais belas canções que se possa cantar
E cantemos juntos, e juntos dancemos sem mais nada esperar
Apenas, deixar o barco correr, e com devoção de uma criança, deixarmos o ano passar.




'16<<< >>> ÍNDICE     




FAZENDO DEBOCHE FELIZ

Os berros vizinhos já estão nos chegando, estão nos envolvendo
Estão nos encantando e enganando, eles estão se promovendo
Contam todos tipos de estórias, nos contam coisas arrepiantes
Nos fazem fregueses de suas memórias, as que são agonizantes
Estórias que mostram a outra face de gente que se diz humana
Que maquiam holofotes alheios, rompando sua velha cabana
Estórias infelizes contadas sob amargor dos atentos ouvintes
Pessoas macias que em suas bacias vivem motivos e requintes
Ouvidores que, fazendo deboche, se tornam felizes pedintes
.
Aqueles que se dizem humanos, estão lá do outro lado do ano
Estão no futuro, nos depois de amanhãs que temos cotidiano
Seus berros nos incomodam, nos trazem os males que sofremos
Não há como evita-los; ignorá-los, queremos, mas não podemos
Temos que conviver com todas as dores que nos dão tristezas
Temos que aprender com todos os amores e suas incertezas
Assim, fazemos deboches, ficamos felizes, e cativamos proezas
.
Eles estão longe demais para que aprendamos com a maldade
Estão perto demais para que nos envolvamos com facilidade
Gritam, esperneiam, nos alcançam e nos amarguram inteiros
Escutamos o que nos amarga, perdemos o que seria de meeiros
Fazendo um deboche feliz, sorrindo com as desgraças que vem
Encontramos poesia que diz, que canta a felicidade que se tem
Que encanta a maturidade advinda dos males que os desumanos cometem bem.




'17<<< >>> ÍNDICE     




SEM VOLTAS

As idas chegam e nos carregam, nos empurram para o amanhã
Nos incentivam e nos obrigam, nos fazem carrinhos de rolimã
Caçoam dos versos que cantamos, confundem nossas memórias
Nos dizem como andamos, nos embalam em brigas de escórias
Não há voltas, nos avisam enquanto nos pressionam para frente
Sem voltas, é o que lembramos no empurra-empurra fervente
Somos só ida, embarcamos nessa canoa ferida, que por estratégia, sempre nos faz carentes.
.
Na manhã cedo de um novo ano, aqui estamos nós a velejar
Carregados de bagunçado profano, prontos pra no tempo viajar
Compreendendo os limites que se nos impõe neste tarefado
Nos lançamos sem temores, sem hesitações, somos enganados
Ardorosos conquistantes famintos, algembrados afoitos de fé
Sabemos que somos tudo isto, vivemos todo tempo num parecé
Rompemos nossas próprias energias, pra desfrutar deste terrível e amargo cafuné
.
É assim que amanhecemos todos os dias, é assim no novo ano
Trocamos verdades por mentiras, e avançamos passando pano
Não temos volta nesta situação, não temos voltas nesta mania
Caímos e nos levantamos com paixão, vivemos tudo em euforia
Encontramos forças onde não há, empunhamos espadas a mil
Gostamos muito de viver no ar, gostamos muito de viver gentil
E os dias passam, o ano passa, e a gente sem voltar, vai construindo o nosso querido perfil.




'18<<< >>> ÍNDICE     




RECRIANDO NOSSOS FUTUROS

Somos o presente, já fomos o passado, somos olhos no futuro
Ele está bem aí à nossa frente, ele está bem longe do monturo
Com pressa ou sem ela, não tiramos a vista do que nos espera
Estamos sempre a nos preparar com tudo que já nos atropela
Mas, estamos em pé, não tão firmes como gostaríamos de estar
Mas, firmes; encorajados, dispostos a ir em frente, a marchar
Recriando todos os futuros que se mostram possíveis de chegar
.
Neste ano que se abre para cada um de nós, e que se faz gentil
Nos afeiçoamos em esperanças, nos motivamos em algum ardil
Trocamos armas por sorrisos, desconfiança por qualquer paixão
Trazemos gente pra o nosso lado, abrimos os braços do coração
Assim, é desarmados e sadios, que recriamos os nossos futuros
É despreparados e vadios, que confiamos em sonhos imaturos
É como quem não quer nada vil, que nos embreamos no escuro
.
Essa sempre vai ser a nossa música, o nosso canto de guerras
Nossos lábios nunca esquecerão, e cantarão por todas as terras
Serão tons e ritmos que sempre mexerão em nossa adrenalina
Nos levantando, quando caídos, nos empurrando na creolina
Sem medo de ser feliz, dançando na chuva de alguma amargura
Nos aventuramos, como quem diz: Não tememos as diabruras
Sabemos bem como ser gente, gente boa neste mundo faminto de muita candura.




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ATENÇÃO DO TEMPO

Todos os dias acordamos desejosos de ser ouvidos. Por quem?
É um novo tempo que nasce e que traz a mensagem de alguém
De quem? A indagação se faz necessária ao nosso jeito de viver
A indagação nos responde, nos deixa entendidos desse querer
Abrimos nossa mente, cantamos nossa estrofe e vamos à frente
A atenção deste mesmo tempo nos constrange no ser coerente
E, conspícuos, marchamos ágeis como soldado que seja valente
.
Temos anseios a alcançar, temos miras que precisamos nos ater
Temos vontades e planos que nos fazem corredores para abater
Sabemos os inconvenientes, não desgrudamos do aonde chegar
Nos dizem que somos baratas tontas ao termos alvos a alcançar
Mas nada disto nos desestimulam, somos livres nesta teimação
Somos como filho que leva papai no bolso e mamãe no coração
Que não deixa o bolso se furar, nem deixa o papai cair no chão
.
Atenção do tempo é isso, é bem isto, o que aprendemos infantis
Tudo que vivemos, cantamos, e declamamos naqueles instantes
Atenção do tempo está hoje conosco, nos fazendo quem somos
Tocando nossas vidas, mexendo nossa história e outros tomos
Atenção do tempo é sermos isso que parecemos a todos iguais
É sermos capazes de olhar o futuro, pelo passado dos normais
É vivermos o presente, dançado no passado, de olho no que vem, e que nos será demais.




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FLORES DO PRESENTE

Como diz a poesia mais comovente, o presente é um presente
O melhor festejo que o ser humano precisa ter para ser gente
Cada dia vivido é como uma flor que vai despetalando devagar
Mas que, com certeza, ao amanhecer outra surge em seu lugar
São flores e flores que o presente nos oferta em cada renascer
Flores suficientes para, nos embriagando, dar-nos rejuvenescer
Jardim largo e espaçoso que, a todos, tenhamos vida, e, por ela, tenhamos querer.
.
Flores do presente caem no nosso quintal, todos os nossos dias
Podemos até não as ver, mas estão sempre lá em nossas manias
Não precisam ser procuradas, estão bem lá, prontas para colher
Podemos até ignorá-las, por algum motivo, não há o que temer
As nossas flores do presente são coloridas brilhantes como o sol
Retocam nossas almas, iluminam nosso dia a dia como um farol
conversam com os nossos sabores, nos deslumbram, todo o tempo, como um rouxinol
.
Quem são essas flores do presente? Que vida elas têm em nós?
Como brotam no nascente? Como nos levam em seus trenós?
São anjos, que cedo ou tarde, se encarregam de nos dar sua paz
Gente angelical que se satisfaz quando alegrias, à porta nos traz
Homens, mulheres e crianças, que se encarregam de esperança
Trazem seus semblantes e doçuras e nos tirar toda insegurança
Nos fazendo guerreiros valentes, corajosos contentes, transbordantes de perseverança.




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RECUANDO EM GLÓRIAS

É como uma guerra sem que a guerra nela esteja a nos imprimir
É um constante recuar para avançar para desta guerra se eximir
É abrir os olhos para melhor enxergar, a brutalidade da situação
É estar tonto e cheio de rancor, pra favorecer a melhor emoção
É dar uma de doido e escrachar a raiva, mostrando-se um vil
Rosnar como um leão, embora consiga ser pacífico e mui gentil
Roncar como um brutão, embora persiga como o anjo de perfil
Parece que, na guerra, vence a mais quem mente mais e é frio
.
Recuar em glórias parece ser a melhor verdade dum vencedor
Não fere com mentiras, resguarda a si e todos, faz-se provedor
Encontra respaldo na alma, no espírito e na convivência de ser
Responde positivo à calma, de toda forma, seu destino é vencer
Entra ano e sairá ano, com o que tiver às mãos, saberá cumprir
Cantará as mais celestes músicas, mesmo quando derrota surgir
Sempre dormirá em sua paz, ainda que venha desventura sentir
.
Recuando em glórias, nesta guerra transloucada, vil e sem fim
É o caminho da sabedoria de qualquer guerreiro por seu jardim
É estratégia marota e inteligente, que faz menino ser homem
Faz mentiras serem desprezadas, ante verdades que se somem
No alvorecer de mais um ano, as decisões devem ser tomadas
Os ensinos do tempo que passou, elas precisam ser estimadas
Recuar, muitas vezes, mais cedo ou mais tarde, traz glórias em muitas avançadas






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PROPONDO NOVOS DESAFIOS

Desafios passados, são passado, se cumpriram em suas funções
Me trouxeram aonde estou, já construíram as minhas emoções
Já me deram o gosto caminhar, de avançar, o prazer de desafiar
Já me trouxeram às costas até aqui, agora é hora de se inovar
Neste comecinho de ano, quando tanto ainda há que acontecer
Estou montando em cavalos novos que meus desafios vão ser
Cavalos velozes e famintos de conquistas que me darão prazer
.
Estou propondo desafios, novos desafios para os aléns à frente
Estou até compondo os calafrios que me farão estar emergente
Montado e trotando neste movimento sem fim que incomoda
Estou seguindo em frente, ano adentro, aceitando pelas bordas
São desafios necessários para vencer outros desafios já ditados
São entre rios que, com remadas ágeis, devem ser atravessados
Não tem pra onde correr, não como fugir, são desafios aboiados
.
Os desafios passados, são passado; os novos se nos apresentam
Surgem coloridos e atraentes, se mostram como nos aparentam
Propondo estes novos desafios, a gente se alegra por existirem
Por nos fazerem determinados e vivos, até por nos divertirem
Os novos desafios que propomos para este ano são versáteis
Eles são do outro mundo, são gostosas fantasias inimagináveis
Estes novos desafios que propomos, nos darão gosto de vida com os que nos são amáveis.






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SORRINDO PARA O AMANHÃ

Não chega a ser u’a piada, mas pra mim, o amanhã é engraçado
Ele se mostra muito colorido, mas deixa qualquer um assustado
O amanhã se canta e encanta como numa poesia de coração
Mas nos abarrota de dúvidas, nos provoca a muita comoção
A gente junta forças, vence o próprio medo e se dá em a sorrir
Chega a gargalhadas que se prezam e se desenham num porvir
Faz todo tipo de chacota, misturando susto e vontade de seguir
.
Assim, sorrindo para o amanhã, os valentes se aventuram na ida
Corrompe, toda incerteza e marcham em batalhão sem medidas
Empunham toda sorte de armas, alimentando esperanças mil
Respondendo aos olhos curiosos do que sofre sendo mui gentil
Encouraçados, vamos em frente, sorrindo pelo amanhã do vem
Acreditando com ganância, que se trata de um amanhã do bem
Avançamos, dia a dia, e o ano que começou ontem, se encarrega de nos valentar também.
.
Sorrir para o amanhã, é tudo isto, que ano a ano se faz preciso
Cantando ou chorando, uma só alternativa nos vem como aviso
Seguir em frente, esta é a ordem da vida que não se pode negar
E, seguir contente, esta outra ordem é vital pra seguir e avançar
Então, sorrindo para o amanhã é nossa cartilha e sobrevivência
Tem sido nossa oração e até nossa paixão, nesta conveniência
Cantando ou chorando, essa cartilha é a nossa vida e prudência






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BOM DIA E VIDA

Neste ano que nasce, ainda é madrugada, estamos acordando
Ainda é madrugada, nos últimos cochilos, estamos despertando
Ainda não temos uma visão adequada do que está pela frente
Ainda nem sabemos quem somos para esta corrida emergente
Mas estamos acordandos, já estamos dando nosso “bom dia”
Mesmo sem estar prontos para viver, já temos vida e ousadia
Mesmo sem estar prontos pra vencer, já temos alguma agonia
.
Mas é assim todos os anos, é assim toda as nossas madrugadas
Dormimos feito gente, e somos despertados em fios de espadas
Todos os anos, acordamos neste pavor, até com o que não há
Nos apressamos a ficar logo em pé, para poder dar socos no ar
Achamos graça em tudo isto, até festas a gente vai a promover
Mas sabemos a dor que chega, sabemos bem como nos atender
Cantamos, dançamos, nos alegramos, mesmo no choro do viver
.
Bom dia, é nossa saudação a todo mundo que nos tá por perto
Dizemos isto muito mais a nós mesmos ante este tempo incerto
Vida, é o que cantamos em nossas lamúrias e risos de alto sigilo
Vida, é o que marchamos em nossos sonhos em qualquer vacilo
É nestes embalos que acordamos e nos pomos para o novo ano
Bem nestes entalos é que despertamos como soldados profanos
É com estes atalhos que nos fazemos preparados e afoitos como todos os humanos






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CANALHICE A SE ACREDITAR

O tempo, também, tem suas tramóias, ele tem suas bizarrices
Sabe bem nos enganar, nos fazer de tolos, e depois ser doidices
É confiar desconfiando que a gente vive em harmonia com ele
É beijar desbeijando que se aprende a conviver com que é dele
Batendo em retirada, fazendo de conta que não tem o a perder
A gente amanhece qualquer novo tempo, cada novo ano a ter
Dengando as pedras de nossas trilhas, juntos fazendo o vencer
.
É nadando que se nada, as correntezas nos constigaram assim
Com esta filosofia de vida, temos nos apresentado com este fim
E, nestas mesmas correntezas, nos provamos a qualquer preço
Sem asas, mas voando como ninguém, nos dispomos ao avesso
Reconhecendo que há canalhice a se acreditar no novo tempo
Entendendo que não poderia ser diferente, é um passatempo
O segredo é tentar ser esperto, alerta, vivendo o contratempo
.
Canalhice a se acreditar, é saber das tramóias que o tempo dá
É compreender que não tem como fugir, não há como se afastar 
Mais cedo ou mais tarde, no calor ou no frio de qualquer tensão
O tempo mostra sua garra, nos faz chorar com toda sua pressão
Mas, é isto que nos faz crescer, nos faz, a vida alegre, merecer
Aprendendo a driblar tramoias que ela tenta nos fazer perecer
Fazendo festa, com ela própria participando do nosso jeito confiante de saber vencer.






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CAMINHANDO EM MINUTOS

Nos primeiros minutos deste dia anual, despertados levantamos
Acordamos com o pé direito, e esquerdos vivos, nos aventamos
Vestimos nosso boné de significância, e seguimos nessa frente
Temos gritos novos a dar, temos que nos broncar inteligentes
Isso vai ser real, caminhando em minutos em um tempo infinito
Mesmo com toda couraça amanhecida, falando dum dia bonito
Teremos que, sem medir limites, chegar nos amanhãs sem mito
.
Caminhar, assim, é muito mais do que passos largos e ferozes
É, sim, muito mais que ligeiros e abafados rompantes velozes
Os minutos cobrados para esta caminhada insana e necessária
É, também, muito mais que qualquer das ventanias visionárias
Caminhando em minutos, é pois, toda uma escalada invisível
É o melhor de qualquer estória que possa ser contada incrível
É toda rapidez que um pensamento possa vir, ir, e ser horrível
.
É dessa forma que abrimos as cortinas desse novo ano pronto
É caminhando em minutos que nos transpomos em seus contos
Temos nossa mala de viagem em mãos, nela temos um coração
Vamos atravessar todo o corrimão, sendo movidos por paixão
É certo que chegaremos ao fim, como em todos os anos fizemos
É certo que festejaremos, sim; veremos juntos o que refizemos
E mais um ano passará, e abraçados, as conquistas viveremos






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TENTANDO OS SEGUNDOS
... lembrando da vida e da morte do meu pai... Luto
O ano se renasce bem aqui no próximo horizonte desse tempo
E a gente vem nele, em navegação útil que nos traz bons ventos
Sem querer querendo, nos descobrimos em dores, e nos atrasa
E, até nosso pai se vai, se despede do dia e vai-se, e nos abrasa
Carrega o que não queríamos, nos deixa o que nos faz tristeza
São cantos sem fim, que nunca passarão, nunca serão prestezas
Nos deixarão órfãos desse pai que o tempo leva em sua leveza
.
Estou tentando os segundos, continuo com aquela música cega
Aquela que meus olhos choram, aquela que a vida nos emprega
É um começo de ano que não se queria, coração nenhum quer
Um novo ano cheio de alegrias que faz brotar um triste paracer
Mas não tem nada não, é para isto que vivemos de olhos vivos
É com isto que a gente toma pé de nossos passos imprecisos
É com sonhos repetidos, que os pesadelos de mortes, são tidos
.
E daí? Essa é a pergunta que não quer se calar nas convicções
E daí? É a questão merecida que nos faz ter essas imprecauções
A resposta vem de dentro, do interior da alma que nos assusta
Da longevitude que nos agrega e nos dá toda sua palavra justa
Temos fé que é suficiente para olhar a vida e a morte na certeza
Eficiente até, para pensar na lida como a existência da presteza
O doce sonho da verdade que sempre nos anima e nos dá o melhor da sua clareza.






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HORAS DE MUITOS ANSEIOS
... vivendo a dor da morte do meu pai... Luto
Agora é a hora depois, aquela que vem após o que foi na gente
É o momento seguinte, quando todo o choro se nos fez ciente
A última lágrima se foi, só restou a saudade pra toda confraria
Foi a última magma chorada nessa afinidade que nos contraria
Mas, outro dia está nascendo, num novo ano que já nos chegou
Neste novo dia que nos acorda, já visualizamos o que se plantou
Já estamos acordados e na memória vamos levar o que, rasteiro, o tempo nos amargou.
.
Surgem horas de muitos anseios, estamos com a garganta seca
Já gritamos tudo que tínhamos direito, vencemos toda a cerca
Agora com pés em punho, avançamos sadios com estas mágoas
Carregamos nossos vestidos, como antes com aquelas anáguas
É pura busca de proteção, pura busca de cuidados e segurança
Queremos, sim, avançar, ir em frente, sem perder a esperança
Avançar, ir em frente, bem na frente, como faz a boa liderança
.
Estamos sem medo algum, já tristamos o que tínhamos a tristar
Já sofregamos o que, em início de batalha, tínhamos a sofregar
Agora, só nos resta pegar a nossa bagana e cuspir no caminho
Só resta encarregar nosso bacana e sofrejar entre os dedinhos
O amanhã nos espera, cheio de expectativas, lá, ele nos espera
Podemos até ver seus braços abertos, estendidos em primavera
Podemos até, ainda hoje, fazer muita festa, pois nada mais nos desespera.






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FAMÍLIAS DO TEMPO
... comemorando gente no velório do meu pai... Luto

O próprio tempo tem dado tempo ao tempo, e a gente no meio
Janelas que abrem, outras gentes surgem, e vamos ao devaneio
Pessoas que já estiveram em nosso trem, e passaram a outros
Mas que um dia chegam à nossa porta, voltam a ser estoutros
Rasgamos os abraços, confeitamos o encontro, e vamos chorar
Cantamos o passado, refreamos a saudade, e vamos relembrar
São famílias do tempo, que em bom tempo nos fazem sonhar
.
É como, no passado, termos plantado lágrimas de felicidades
Destas que marcam a vida da gente, nos trilham na fraternidade
E o tempo passando, carregamos tudo, até quando esquecemos
E o tempo passando, e todo plantado está vivo no que vivemos
E a gente se encontra, tudo repete na memória que respiramos
Num piscar de olhos, a gente se vê no outro e nele adentramos
Fazemos salas de bem estar, abrimos valas onde nos regamos
.
Mas isso é só por um momento, o ano novo está a nos cobrar
São apenas momentos de êxtases, chegam para nos aprimorar
Após a tempestade que veio e nos abateu, e nos deixou feridos
Um momento de felicidade que vem pra nos assegurar contidos
Parece que agora é só tomar a canoa que nos levará ao mundo
Os remos que nos darão direções que nos aguardam ao fundo
As retóricas que nos servirão de escudo leve, alegre e fecundo.






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ESQUECENDO AS DORES

O ano que passou, passou, suas dores, aqui, vieram com a gente
Sincretizam nossa fé, nossa crença, se embalam como urgentes
Cantam nossas esperanças e ainda nos acompanham no andar
São férteis em nossa pança e nos encaminham em nosso falar
São dores ordeiras e desordeiras que ainda incômodos nos são 
Nos impedem de dormir, nos fazem lameiras por toda solidão
Aprendemos a conviver, e, até delas, esquecer no nosso bordão
.
O ano que passou, realmente passou, suas dores ainda marcam
Elas estão presentes aos nossos olhos, e não mais nos abraçam
Temos antídotos que nos protegem, jeitinhos que nos isentam
Astúcias que se nos são presentes, pergunços que as ausentam
E os dias passam, já encerrando o primeiro dos meses do ano
As remadas passam, e nos avançam na corredeira do cotidiano
Nossas passadas passam, nos fazem chegar num perto insano
.
Esquecendo as dores, só se alimentando das alegrias passadas
O sorriso não sai dos lábios, toda lágrima se faz seca e cessada
Novas dores virão, mas, que importa, é assim que vem aflições
No mundo, tê-las, é natural, mas não pode faltar considerações
As alegrias também virão, as conquistas, é certo, nos alcançarão
Teremos excelentes gargalhadas, gente boa pra doar o coração
E no fim do ano, teremos vivido muito melhor a nossa canção.






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ABRINDO OS TEMPOS

Acabamos de começar o ano, triunfo ao primeiro mês dos doze
Aos trancos e barrancos, chegamos até aqui; sim, Deus aprouve
Chegamos até a remar contra a maré, o bom tempo nos passou
Até chegou a nos trazer às costas, mas aqui estamos, nos andou
Realmente, frio vem de acordo o cobertor, é a melhor verdade
Tudo vem até onde podemos suportar, é a nossa boa liberdade
E, assim, o tempo chega e começa a passar, essa é a realidade
.
Damos um duro danado para remar as coisas ruins para atrás
Damos um duro danado para segurar coisas boas que nos traz
Ganhamos aqui, perdemos acular, pra todo mundo, é o que é
Nos refazemos como valente homem, e como resignada mulher
Os remos que guardamos nas mãos, nos levam ao longo infinito
Os lemes que nos dão paixão, nos direcionam ao futuro erudito
Estamos abrindo os tempos, é viver ou morrer num céu contrito
.
Há muitas esperanças, até pessimismos nos contam sobre isto
Toda a vivida herança, vem nos contar como se fosse imprevisto
Mas a realidade é colorida, ela é impossível de ser negligenciada
Canta o tempo todo em nossos ouvidos, não pode ser eliciada
Essas tais esperanças espalhadas pelo caminho que o tempo dá
Não se deixam ficar despercebidas, usam verdadeiros abadás
Nos cutucam, não nos deixam ficar em paz; são pra lá de bagdá






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