investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
1. EGOÍSMO – VIVEM PARA SI MESMOS, SEM SE PREOCUPAR COM AS NECESSIDADES DOS OUTROS
Na parábola do Grande Julgamento, Jesus separa as ovelhas dos bodes com base em como responderam às necessidades dos marginalizados. Aqueles que Jesus chama de "malditos" não foram condenados por crimes ou pecados abertamente escandalosos, mas pela sua indiferença às necessidades dos outros. Esses malditos viveram vidas egoístas, concentrando-se exclusivamente em si mesmos, sem prestar auxílio àqueles que estavam famintos, sedentos, doentes, ou presos. O egoísmo, aqui, é o fracasso de amar o próximo, uma característica central de uma vida voltada para si, ignorando a realidade e o sofrimento ao redor. Este comportamento revela um distanciamento completo do princípio do amor ao próximo, ignorando as dores e as necessidades dos mais vulneráveis, o que se opõe diretamente aos ensinamentos de Jesus.
2. OUTROS ENSINOS DE JESUS SOBRE O EGOÍSMO
Jesus constantemente condena o egoísmo em seus ensinos. Em Lucas 10:25-37, na Parábola do Bom Samaritano, Jesus ilustra a importância de colocar os outros à frente de nós mesmos, ao mostrar como o samaritano se compadeceu de um homem ferido, enquanto outros passaram de largo. O ensinamento central de Jesus de "amar ao próximo como a si mesmo" (Mateus 22:39) combate diretamente o egoísmo, que afasta as pessoas da prática desse mandamento. Outro exemplo é em Lucas 12:16-21, quando Jesus narra a história do rico insensato, um homem que acumulou riquezas para si e morreu sem compartilhar. Sua ganância foi retratada como egoísta e contraproducente ao verdadeiro tesouro no céu.
3. A TEOLOGIA BÍBLICA SOBRE O EGOÍSMO
A teologia bíblica vê o egoísmo como um dos principais obstáculos à vida cristã, já que o amor altruísta é um reflexo direto do caráter de Deus. Em seu livro A Ética Cristã (2010), Wayne Grudem argumenta que o egoísmo é contrário à ordem de Jesus para amar os outros e glorificar a Deus. John Stott, em O Discípulo Radical (2010), fala do chamado de Cristo para a negação do eu como sendo central para a vida cristã, o oposto do egoísmo. O apóstolo Paulo, em Filipenses 2:3-4, diz: "Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos." O egoísmo é visto, teologicamente, como um sinal de uma vida que ainda não foi transformada pelo Evangelho.
4. POR QUE JESUS CHAMA OS EGOÍSTAS DE MALDITOS?
Jesus, sendo um Deus de amor, chama essas pessoas de malditas porque o amor verdadeiro não pode coexistir com o egoísmo. Jesus ensinou que "qualquer que deseja salvar a sua vida, perdê-la-á" (Mateus 16:25), destacando que a vida centrada no egoísmo leva à autodestruição espiritual. A falta de misericórdia e compaixão pelos outros demonstra uma vida desconectada da fonte do amor divino, e isso leva a uma separação definitiva de Deus. Em Mateus 25:41, Jesus pronuncia a sentença: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno," mostrando que o egoísmo endurece o coração a ponto de impedir a comunhão com Deus, que é amor (1 João 4:8).
5. EGOÍSMO PRATICADO NOS DIAS DE HOJE POR RELIGIOSOS
Nos dias atuais, muitos religiosos praticam o egoísmo, justificando suas atitudes como sendo em nome de Deus, assim como os fariseus faziam. Há aqueles que se envolvem em rituais religiosos, frequentam templos e promovem eventos para "mostrar" sua fé, mas que, no dia a dia, ignoram as necessidades dos pobres e marginalizados. A religiosidade se torna uma fachada para esconder um coração egoísta, assim como Jesus condenou os fariseus por seus atos exteriores vazios de justiça e misericórdia (Mateus 23:27-28). Muitos justificam sua riqueza e conforto, dizendo que são abençoados por Deus, enquanto negligenciam o princípio bíblico de ajudar o próximo.
6. O INFERNO QUE O EGOÍSMO CAUSA NA VIDA DAS PESSOAS
Pessoas egoístas vivem um tipo de inferno presente, mesmo que não percebam. A busca incessante por satisfazer a si mesmo e ignorar os outros cria uma prisão emocional, espiritual e relacional. Essas pessoas frequentemente vivem isoladas, desprovidas de conexões profundas e verdadeiras com os outros, porque seu foco está em si mesmas. O egoísmo também alimenta o ciclo de insatisfação e vazio interior, como o jovem rico que, apesar de suas riquezas, saiu triste da presença de Jesus porque não estava disposto a abrir mão do que possuía para seguir a Cristo (Mateus 19:22). Mesmo com religiosidade, o coração egoísta está distante de Deus e do amor verdadeiro, vivendo uma realidade de alienação espiritual.
7. BIBLIOGRAFIA
- Grudem, Wayne. A Ética Cristã. Vida Nova, 2010.
- Stott, John. O Discípulo Radical. Ultimato, 2010.
- Piper, John. Deus é o Evangelho. Cultura Cristã, 2006.
- Wright, N.T.. Simplesmente Cristão. Editora Ultimato, 2007.
- Bonhoeffer, Dietrich. Discipulado. Editora Sinodal, 2015.
- Keller, Timothy. Igreja Centrada: Fazendo uma diferença em sua cidade. Vida Nova, 2016.
- Yancey, Philip. O Jesus que eu Nunca Conheci. Vida, 1999.
- Carson, D.A.. Cristianismo Puro e Simples. Editora Fiel, 2015.
- Pinnock, Clark H.. O Fogo que Consome: Uma visão alternativa do inferno. Reflexão, 1997.
- Packer, J.I.. O Conhecimento de Deus. Editora Cultura Cristã, 2005.
1. INDIFERENÇA AO SOFRIMENTO – IGNORAM OS QUE ESTÃO COM FOME, SEDE OU EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE
Na parábola do Grande Julgamento (Mateus 25:31-46), Jesus condena os "malditos" não por crimes ou pecados escandalosos, mas por sua indiferença ao sofrimento humano. Esses indivíduos falharam em cuidar dos mais necessitados — os famintos, sedentos, estrangeiros, doentes e presos. Eles não prestaram atenção àqueles que estavam em situações de extrema vulnerabilidade. A indiferença ao sofrimento é uma forma de omissão que reflete um coração endurecido, sem compaixão e desconectado do amor que Deus ordena para com o próximo. Essa indiferença não é apenas uma falha moral, mas um desvio espiritual, pois ignora a imagem de Deus presente nos sofredores.
2. OUTROS ENSINOS DE JESUS SOBRE A INDIFERENÇA AO SOFRIMENTO
Jesus repetidamente ensina sobre a importância de cuidar dos marginalizados e necessitados. Em Lucas 16:19-31, a parábola do rico e Lázaro exemplifica como a indiferença ao sofrimento de um mendigo levou à condenação eterna do homem rico. Jesus mostra que aqueles que ignoram os pobres e vulneráveis, como o rico ignorou Lázaro, sofrem uma separação espiritual definitiva de Deus. Jesus também condena a falta de misericórdia dos líderes religiosos em Mateus 23:23, quando critica os fariseus por sua ênfase nas regras religiosas enquanto negligenciavam "os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade". A indiferença ao sofrimento é incompatível com os princípios do Reino de Deus, que são centrados no amor ao próximo.
3. A TEOLOGIA BÍBLICA SOBRE A INDIFERENÇA AO SOFRIMENTO
A teologia bíblica afirma que o amor ao próximo é inseparável do amor a Deus. John Stott, em Cristianismo Básico (1958), argumenta que a verdadeira fé sempre se manifesta em atos de justiça e misericórdia. Wayne Grudem, em Teologia Sistemática (1994), ressalta que a indiferença ao sofrimento é uma consequência de um coração não regenerado, pois aqueles que experimentam o amor de Deus são chamados a expressar esse amor ao mundo. A Bíblia inteira reflete a preocupação de Deus com os oprimidos e os necessitados. Em Provérbios 21:13, está escrito: "Quem fecha os ouvidos ao clamor dos pobres também clamará e não será ouvido". A indiferença ao sofrimento é vista teologicamente como um pecado grave, que nega a essência do caráter de Deus.
4. POR QUE JESUS CHAMA OS INDIFERENTES AO SOFRIMENTO DE MALDITOS?
Jesus chama essas pessoas de "malditas" porque a indiferença ao sofrimento nega a natureza de Deus como amor (1 João 4:8). O amor de Deus é expressado na compaixão pelos oprimidos e vulneráveis, e aqueles que vivem em indiferença demonstram que não foram transformados por esse amor. Em Mateus 25:45, Jesus diz: "Sempre que o deixaram de fazer a um destes mais pequeninos, foi a mim que o deixaram de fazer." Jesus identifica-se diretamente com os marginalizados, e a indiferença a eles é equivalente à rejeição de Jesus. É por isso que Ele usa uma linguagem tão severa, porque, ao ignorar os necessitados, essas pessoas estão, de fato, rejeitando o próprio Deus.
5. INDIFERENÇA AO SOFRIMENTO NOS DIAS ATUAIS ENTRE RELIGIOSOS
Atualmente, muitos religiosos caem na mesma armadilha dos fariseus do tempo de Jesus. Em nome de rituais, moralismos ou dogmas, muitos cristãos negligenciam os necessitados ao seu redor, justificando sua indiferença com argumentos teológicos ou políticos. Frequentemente, instituições religiosas se concentram em preservar tradições, enquanto ignoram questões sociais como a pobreza, a fome e a desigualdade. Esse comportamento espelha a atitude dos fariseus que, embora religiosamente devotos, negligenciavam o "mais importante da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade" (Mateus 23:23). Muitos afirmam agir em nome de Deus, mas suas ações revelam uma desconexão com os valores centrais do Evangelho.
6. O INFERNO QUE OS INDIFERENTES JÁ VIVEM
Pessoas que praticam a indiferença ao sofrimento frequentemente vivem um tipo de inferno emocional e espiritual, mesmo que isso não seja imediatamente visível. O isolamento resultante de uma vida focada apenas em si mesmas cria uma separação dos outros e de Deus. Elas se tornam insensíveis, endurecendo ainda mais seus corações. Em vez de experimentar a vida abundante que Jesus promete, vivem em uma constante falta de sentido e propósito, buscando satisfação em coisas efêmeras e superficiais. Como o homem rico na parábola de Lázaro, esses indivíduos podem ter sucesso material, mas seu espírito vive em pobreza e separação de Deus, mesmo enquanto ainda estão nesta vida.
7. BIBLIOGRAFIA
- Stott, John. Cristianismo Básico. ABU Editora, 1958.
- Grudem, Wayne. Teologia Sistemática: Uma Introdução à Teologia Bíblica. Vida Nova, 1994.
- Wright, N.T.. Desafiar César: O Evangelho e o Império Romano. Ultimato, 2008.
- Moltmann, Jürgen. O Deus Crucificado. Editora Vozes, 1972.
- Piper, John. Vivendo para a Glória de Deus. Editora Fiel, 2006.
- Keller, Timothy. Justiça Generosa: A graça de Deus e a Justiça Social. Vida Nova, 2012.
- Bonhoeffer, Dietrich. Discipulado. Editora Sinodal, 2015.
- Pinnock, Clark H.. O Fogo que Consome: Uma visão alternativa do inferno. Reflexão, 1997.
- Carson, D.A.. A Difícil Doutrina do Amor de Deus. Vida Nova, 2000.
- Packer, J.I.. Conhecimento de Deus. Cultura Cristã, 2005.
1. FALTA DE EMPATIA – NÃO SE IMPORTAM COM AS DORES EMOCIONAIS E FÍSICAS DOS OUTROS
Na parábola do Grande Julgamento em Mateus 25, Jesus condena aqueles que mostraram uma falta de empatia ao ignorar as necessidades dos famintos, dos sedentos, dos estranhos, dos enfermos e dos presos. A falta de empatia é uma característica marcante dos "malditos", pois eles são incapazes de se compadecer e de se conectar emocionalmente com a dor alheia. Sem essa compaixão, eles falham em agir, deixando os necessitados sofrerem. Essa omissão revela um coração endurecido, que não vê valor em ajudar aqueles em sofrimento. Jesus ensina que o amor ao próximo, com ações empáticas, é essencial para viver os princípios do Reino de Deus.
2. OUTROS ENSINOS DE JESUS SOBRE A FALTA DE EMPATIA
Jesus ensinou repetidamente a importância da empatia e da compaixão. Em Lucas 10:25-37, na parábola do bom samaritano, Ele elogia a atitude do samaritano, que, diferentemente do sacerdote e do levita, vê o homem ferido e sente compaixão, socorrendo-o. Essa história ilustra a empatia como uma resposta sincera e prática ao sofrimento. Em Mateus 9:36, Jesus é movido pela compaixão ao ver as multidões, "porque estavam aflitas e desamparadas". A empatia é uma qualidade essencial no Reino de Deus, e Jesus sempre a demonstrou ao atender os marginalizados e sofredores. A falta de empatia, portanto, contradiz os ensinamentos de Jesus e demonstra um afastamento dos princípios do amor e da compaixão divina.
3. A TEOLOGIA BÍBLICA SOBRE A FALTA DE EMPATIA
A teologia bíblica afirma que a empatia é uma expressão do amor de Deus que flui por meio do coração dos crentes. John Stott, em Cristianismo Básico (1958), argumenta que a verdadeira fé é marcada pela compaixão. Wayne Grudem, em Teologia Sistemática (1994), ressalta que a empatia é fruto do Espírito Santo, sendo um indicador de um coração transformado. Em Provérbios 31:8-9, a Bíblia instrui a defesa dos que não têm voz e a empatia com os necessitados. Sem empatia, não há como viver a fé genuína, pois o coração insensível à dor alheia está distante de Deus.
4. POR QUE JESUS CHAMA OS INSENSÍVEIS DE MALDITOS?
Jesus chama os insensíveis de "malditos" porque a falta de empatia é uma evidência de que o amor de Deus não está presente neles. A Bíblia ensina que Deus é amor (1 João 4:8), e a ausência desse amor, que se manifesta na empatia, revela que essas pessoas estão espiritualmente mortas. Em Mateus 25:45, Jesus diz que o que deixaram de fazer aos pequeninos, deixaram de fazer a Ele, indicando que a falta de empatia para com os necessitados é equivalente a rejeitar o próprio Deus. A falta de empatia é, portanto, uma negação prática da natureza de Deus, e é por isso que Jesus usa uma linguagem tão forte, tratando-os como malditos.
5. FALTA DE EMPATIA NOS DIAS ATUAIS ENTRE RELIGIOSOS
Nos dias atuais, muitos religiosos ainda manifestam falta de empatia, justificando essa insensibilidade com doutrinas, moralismos ou dogmas. Há quem ignore o sofrimento dos outros, focando-se em questões superficiais, como a manutenção de tradições religiosas, em detrimento da compaixão. Semelhante aos fariseus criticados por Jesus, essas pessoas são rígidas em seus princípios, mas distantes do amor prático. Esse tipo de religiosidade distante e fria resulta numa falta de empatia até para com aqueles que mais necessitam de ajuda. Assim, acabam afastando-se dos princípios essenciais de Jesus, agindo de maneira contrária ao amor pregado por Ele.
6. O INFERNO QUE OS INSENSÍVEIS JÁ VIVEM
Pessoas insensíveis e carentes de empatia vivem em um "inferno" de isolamento e vazio. A falta de empatia gera um distanciamento dos outros e de Deus, resultando em uma vida solitária e sem significado profundo. Mesmo com rituais religiosos, elas permanecem espiritualmente secas e emocionalmente afastadas. Em vez de encontrar alegria na compaixão, alimentam uma frieza que as separa cada vez mais da verdadeira paz e conexão humana. Esse estado de vida, que reflete o "inferno" interior de indiferença, é agravado pela ausência do amor e da compaixão que trazem sentido à vida e um relacionamento genuíno com Deus.
7. BIBLIOGRAFIA
- Stott, John. Cristianismo Básico. ABU Editora, 1958.
- Grudem, Wayne. Teologia Sistemática: Uma Introdução à Teologia Bíblica. Vida Nova, 1994.
- Wright, N.T.. Desafiar César: O Evangelho e o Império Romano. Ultimato, 2008.
- Moltmann, Jürgen. O Deus Crucificado. Editora Vozes, 1972.
- Piper, John. Vivendo para a Glória de Deus. Editora Fiel, 2006.
- Keller, Timothy. Justiça Generosa: A graça de Deus e a Justiça Social. Vida Nova, 2012.
- Bonhoeffer, Dietrich. Discipulado. Editora Sinodal, 2015.
- Pinnock, Clark H.. O Fogo que Consome: Uma visão alternativa do inferno. Reflexão, 1997.
- Carson, D.A.. A Difícil Doutrina do Amor de Deus. Vida Nova, 2000.
- Packer, J.I.. Conhecimento de Deus. Cultura Cristã, 2005.
1. AVAREZA – APEGO EXCESSIVO AOS BENS MATERIAIS E FALTA DE GENEROSIDADE
Na parábola do Grande Julgamento em Mateus 25, a avareza se reflete nos “malditos” que ignoram as necessidades dos outros, sendo excessivamente apegados aos seus bens materiais. Essa característica é evidenciada pelo fato de que eles não compartilharam o que tinham com os necessitados, como os famintos, os sedentos e os marginalizados. A avareza é uma atitude egoísta que impede o fluxo de generosidade e de cuidado para com o próximo. Esses indivíduos falham em entender que a riqueza é um meio para servir aos outros e contribuir para o bem comum, e não um fim em si mesma. Jesus, portanto, aponta para esses indivíduos como malditos, pois a avareza os impede de viver de acordo com os princípios do Reino de Deus.
2. ENSINOS DE JESUS SOBRE A AVAREZA
Jesus ensina de maneira direta sobre a avareza, dizendo que “onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mateus 6:21). Ele alerta contra o amor ao dinheiro, afirmando que “ninguém pode servir a dois senhores. Ou odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mateus 6:24). Na parábola do rico insensato (Lucas 12:16-21), Jesus fala de um homem que acumulou riquezas e construiu celeiros maiores, mas não pensou em compartilhar nem em viver generosamente. Jesus destaca que a vida de uma pessoa não consiste na abundância de bens materiais, pois “a vida de uma pessoa não consiste na quantidade de bens que ela possui” (Lucas 12:15). Portanto, os ensinamentos de Jesus são claros: a avareza impede que o coração da pessoa se volte para o bem-estar dos outros e para a generosidade.
3. A TEOLOGIA BÍBLICA SOBRE A AVAREZA
A teologia bíblica adverte contra a avareza em várias passagens, considerando-a um vício perigoso. Segundo Wayne Grudem, em Teologia Sistemática (1994), a avareza é um desejo insaciável de riquezas, que leva à idolatria e ao afastamento de Deus. Em 1 Timóteo 6:9-10, Paulo escreve que “os que querem enriquecer caem em tentação e armadilha, e em muitos desejos tolos e prejudiciais, que afogam os homens na destruição e na perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.” A avareza, portanto, é vista como uma idolatria do dinheiro, onde os bens materiais ocupam o lugar de Deus na vida da pessoa. A Bíblia afirma que é impossível servir a Deus e ao dinheiro, pois ambos competem pelo domínio do coração humano.
4. POR QUE JESUS TRATA OS AVAROS COMO MALDITOS?
Jesus, sendo o Deus de amor, trata os avarentos como malditos porque a avareza é uma forma de idolatria que rejeita o mandamento do amor ao próximo. Quando os indivíduos se apegam aos seus bens materiais e não compartilham com os necessitados, estão falhando no princípio fundamental do amor cristão. Como está escrito em Mateus 25:45, “o que vocês deixaram de fazer a um destes pequeninos, a mim o deixaram de fazer.” A falta de generosidade e de compaixão pelos necessitados revela um coração endurecido e desviado do verdadeiro amor de Deus. Assim, Jesus usa um julgamento severo para aqueles que priorizam suas riquezas em detrimento da vida em comunidade e do cuidado com os outros. A avareza é a antítese do amor, o que a torna condenável.
5. AVAREZA NOS DIAS ATUAIS ENTRE RELIGIOSOS
Nos dias de hoje, a avareza ainda se manifesta, inclusive entre religiosos que, muitas vezes, acumulam riquezas em nome de Deus. Embora pregue-se a generosidade, muitos líderes religiosos, como os fariseus no tempo de Jesus, acabam distorcendo os ensinamentos de Cristo para justificar a acumulação de bens materiais. Eles podem usar o nome de Deus para explorar os fiéis, prometendo riquezas em troca de ofertas generosas, mas sem um compromisso genuíno com o bem-estar dos outros. Essa avareza disfarçada de religiosidade pode levar à exploração de pessoas em situações vulneráveis, contrariando os princípios de Jesus de solidariedade e altruísmo.
6. O INFERNO QUE OS AVAROS JÁ VIVEM
A avareza leva as pessoas a viverem um inferno interno de insatisfação constante e medo. Apegados a suas riquezas, eles nunca se sentem plenos, pois estão sempre temendo a perda dos bens materiais, o que os afasta da verdadeira paz e do contentamento. A falta de generosidade cria um ciclo vicioso de solidão, já que a avareza impede o relacionamento saudável com os outros. Mesmo em sua religiosidade, essas pessoas permanecem distantes de Deus e da verdadeira alegria que vem de compartilhar e de servir. A avareza, assim, se torna um tormento espiritual e emocional, um “inferno” vivido aqui e agora, alimentado pela idolatria do dinheiro.
7. BIBLIOGRAFIA
- Stott, John. Cristianismo Básico. ABU Editora, 1958.
- Grudem, Wayne. Teologia Sistemática: Uma Introdução à Teologia Bíblica. Vida Nova, 1994.
- Wright, N.T.. Desafiar César: O Evangelho e o Império Romano. Ultimato, 2008.
- Moltmann, Jürgen. O Deus Crucificado. Editora Vozes, 1972.
- Piper, John. Vivendo para a Glória de Deus. Editora Fiel, 2006.
- Keller, Timothy. Justiça Generosa: A graça de Deus e a Justiça Social. Vida Nova, 2012.
- Bonhoeffer, Dietrich. Discipulado. Editora Sinodal, 2015.
- Pinnock, Clark H.. O Fogo que Consome: Uma visão alternativa do inferno. Reflexão, 1997.
- Carson, D.A.. A Difícil Doutrina do Amor de Deus. Vida Nova, 2000.
- Packer, J.I.. Conhecimento de Deus. Cultura Cristã, 2005.
1. ORGANIZAÇÃO PARA O MAL – CONSPIRAÇÃO PARA OPRIMIR E EXPLORAR OS OUTROS
Na parábola do Grande Julgamento, uma característica presente nos “malditos” é sua organização para o mal, ou seja, a disposição em conspirar para oprimir e explorar os vulneráveis. Esta característica se manifesta em um comportamento coletivo e intencional, que fere os princípios de justiça e compaixão. A cultura apocalíptica, tão popular naquela época, sugeria que os atos de injustiça e opressão atrairiam o julgamento divino. Esses “malditos” não apenas ignoravam os necessitados, mas ativamente se engajavam em atitudes que mantinham os outros em situações de opressão. Jesus os condena por agir contra o bem comum, preferindo organizar-se para tirar proveito de quem mais precisava de ajuda e apoio.
2. ENSINOS DE JESUS SOBRE A ORGANIZAÇÃO PARA O MAL
Jesus condena duramente aqueles que oprimem e exploram os outros, especialmente quando essa exploração é deliberada e organizada. Em Mateus 23:4, Ele denuncia os fariseus e mestres da lei por “atam fardos pesados e os põem sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não os querem mover com um só dedo”. Jesus também menciona em Lucas 11:46 que estes líderes religiosos “impõem cargas que são difíceis de suportar”, o que revela um comportamento intencional de exploração. Em Mateus 18:6, Jesus declara que seria melhor que uma pessoa que causa dano aos outros “tivesse uma pedra de moinho pendurada ao pescoço e fosse afogada no mar.” Esses versículos mostram que Jesus condena não apenas a indiferença, mas qualquer tipo de organização maliciosa que prejudique outras pessoas, especialmente os mais fracos.
3. A TEOLOGIA BÍBLICA SOBRE A ORGANIZAÇÃO PARA O MAL
A teologia bíblica vê a opressão deliberada como uma forma grave de pecado, pois vai contra o princípio da justiça divina. Segundo Walter Brueggemann, em A Justiça Profética (1980), Deus se preocupa profundamente com a justiça social, e a organização intencional para o mal é uma violação direta dessa justiça. Isaías 10:1-2 condena aqueles que “fazem leis injustas” e privam os pobres de seus direitos, um exemplo claro de como a Bíblia considera oprimir e explorar um ato de grave injustiça. A organização para o mal é, portanto, uma afronta ao caráter de Deus, que é descrito como o Deus de justiça e defensor dos necessitados. A teologia bíblica alerta que tais comportamentos atraem o julgamento divino, pois desumanizam o próximo e desprezam os mandamentos de amor e justiça.
4. POR QUE JESUS TRATA OS ORGANIZADOS PARA O MAL COMO MALDITOS?
Jesus chama essas pessoas de “malditos” porque seu comportamento representa uma rejeição radical do amor e da justiça que Ele exige. Quando uma pessoa ou grupo se organiza intencionalmente para oprimir, eles demonstram uma total insensibilidade ao sofrimento do próximo, além de abusarem de sua posição de poder. Em Mateus 25:45, Jesus afirma que “tudo o que deixaram de fazer a um destes pequeninos, foi a mim que deixaram de fazer.” A opressão, então, é vista por Jesus como uma rejeição direta de Sua presença e de Seus ensinamentos. Em sua natureza de Deus amoroso, Jesus precisa condenar esses atos para que o mal não prospere e a justiça seja restabelecida.
5. ORGANIZAÇÃO PARA O MAL NOS DIAS ATUAIS
Hoje, vemos essa característica em diferentes contextos, inclusive entre religiosos que dizem agir em nome de Deus. Muitas organizações, até mesmo em nome de uma fé, acabam explorando financeiramente ou emocionalmente seus seguidores, prometendo benefícios que nunca entregam. Como os fariseus no tempo de Jesus, esses líderes muitas vezes utilizam sua influência para enriquecer às custas dos necessitados, manipulando-os para obter vantagem. A prática de oprimir ou explorar aqueles que buscam auxílio e orientação, ao invés de servir, é uma forma moderna de organização para o mal, e essa hipocrisia contradiz os ensinamentos de Jesus.
6. O INFERNO QUE ESSAS PESSOAS JÁ VIVEM
Aqueles que se organizam para oprimir e explorar já vivem em um tipo de “inferno” que alimenta sua ganância e egoísmo. Esse inferno é caracterizado por um ciclo constante de insatisfação, pois a exploração e o abuso nunca saciam verdadeiramente o vazio interno que essas pessoas sentem. Além disso, suas relações se tornam superficiais e baseadas em interesse, levando a uma solidão espiritual e emocional. Esse estado interno de tormento cresce, pois, embora possam se considerar “religiosos”, vivem em contradição direta com os valores de compaixão e de serviço ao próximo, o que acaba por aumentar ainda mais seu isolamento.
7. BIBLIOGRAFIA
- Brueggemann, Walter. A Justiça Profética. Vozes, 1980.
- Wright, N.T.. Surpreendido pela Esperança. Editora Ultimato, 2008.
- Stott, John. Cristianismo Básico. ABU Editora, 1958.
- Moltmann, Jürgen. O Deus Crucificado. Editora Vozes, 1972.
- Piper, John. Vivendo para a Glória de Deus. Editora Fiel, 2006.
- Keller, Timothy. Justiça Generosa: A graça de Deus e a Justiça Social. Vida Nova, 2012.
- Bonhoeffer, Dietrich. Discipulado. Editora Sinodal, 2015.
- Pinnock, Clark H.. O Fogo que Consome: Uma visão alternativa do inferno. Reflexão, 1997.
- Carson, D.A.. A Difícil Doutrina do Amor de Deus. Vida Nova, 2000.
- Packer, J.I.. Conhecimento de Deus. Cultura Cristã, 2005.