ATEÍSMO E A JUSTIÇA SOCIAL

https://bit.ly/AteismoeJusticaSocial 

link para esta página com estes artigos.




 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)

investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
no programa de Graduação e Especialização em Estudos e Pesquisas 
uma das atuações do seu Pastorado4 



o conteúdo original que inclui este estudo está neste link aqui


ARTIGOS

(1) Sociedades sem Deus: por que os países menos religiosos são os mais satisfeitos socialmente. Entrevista especial com o sociólogo Phil Zuckerman 

(2) Países ateus são mais justos, confirmam pesquisas

(3) Países mais religiosos são os mais desiguais socialmente, diz pesquisa

(4) Países menos religiosos são também menos violentos


ARTIGO 1

Sociedades sem Deus: por que os países menos religiosos são os mais satisfeitos socialmente. Entrevista especial com o sociólogo Phil Zuckerman

22 Dezembro 2008

 

    O que seria de nossas sociedades se Deus simplesmente não existisse para grande parte da população? Essa foi uma das perguntas que o sociólogo norte-americano Phil Zuckerman certamente tinha em mente ao dar início à sua mais recente pesquisa, que o levou a morar por mais de um ano na Escandinávia, especificamente na Dinamarca e na Suécia. Na bagagem, levava uma pergunta desafiante: como esses dois países, considerados os menos religiosos do mundo em todas as pesquisas prévias, podiam ser os que possuíam os mais altos índices de qualidade de vida, com economias fortes, baixas taxas de criminalidade, alto padrão de vida e igualdade social (em resumo, “contentment”, contentamento, satisfação, como ele chamou no subtítulo de seu livro)?

    Zuckerman tinha ainda outro objetivo, mais localizado. Segundo ele, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, a maioria de seus conterrâneos norte-americanos “pensa que qualquer sociedade que deixa de louvar a Deus ou de colocá-Lo no centro de sua cultura será condenada”, ou que “sem uma religião forte, um país se desintegrará no caos, no crime e na imoralidade”. Assim, entrevistando 150 cidadãos dinamarqueses e suecos, ele quis mostrar que, mesmo sem Deus, “é possível que uma sociedade seja forte, saudável, moral e próspera”.

    O resultado de sua viagem foi recém publicado em livro, pela New York University Press, intitulado "Society Without God – What the Least Religious Nations Can Tell Us About Contentment" [Sociedade sem Deus – O que as nações menos religiosas podem nos dizer a respeito da satisfação].

    Phil Zuckerman é sociólogo, com mestrado e Ph.D. em Sociologia pela Universidade do Oregon. Atualmente, é professor do Pitzer College, em Claremont, no sul da Califórnia. Também é autor de “Sex and Religion” (Wadsworth, 2005), “Invitation to the Sociology of Religion” (Routledge, 2003), “Du Bois on Religion” (Alta Mira Press, 2000) e “Strife in the Sanctuary: Religious Schism in a Jewish Community” (Alta Mira Press, 1999), dentre outros. Em sua página no sítio do Pitzer, está publicado um dos principais artigos de Zuckerman, intitulado "Atheism: Contemporary Rates and Patterns" [Ateísmo: Taxas e Padrões] em que ele analisa detalhadamente diversos dados sobre o ateísmo contemporâneo (em inglês). Esse texto faz parte do livro "The Cambridge Companion to Atheism", organizado por Michael Martin (Cambridge University Press, 2007).

    Confira a entrevista.

    IHU On-Line – Como você realizou a sua pesquisa na Escandinávia? Qual foi a sua intenção e as suas principais descobertas?

    Phil Zuckerman – A maioria dos norte-americanos pensa que qualquer sociedade que deixa de louvar a Deus ou de colocá-Lo no centro de sua cultura será condenada – e que, sem uma religião forte, um país se desintegrará no caos, no crime e na imoralidade. Eu quis mostrar que isso não é necessariamente verdade. Eu quis mostrar aos meus conterrâneos norte-americanos que é possível que uma sociedade seja relativamente irreligiosa e, ainda assim, forte, saudável, moral e próspera.

    Há mais ou menos quatro anos, a Cambridge University Press [editora universitária] me pediu para escrever um capítulo de um livro a respeito de quantos ateus existem no mundo. Então, eu passei cerca de seis meses procurando por todas as pesquisas nacionais e internacionais que eu pudesse encontrar. No fim, as pesquisas mostraram que a Dinamarca e a Suécia são, talvez, os países mais irreligiosos do mundo. Muitas pessoas, na Dinamarca e na Suécia, dizem acreditar em Deus, mas muito poucas dão importância a essa crença. Muito poucas pessoas rezam a Deus, ou acreditam que o Deus literal da Bíblia é real, ou acreditam que a Bíblia é divina. Esses países têm os menores índices de crença na vida após a morte, na ressurreição de Jesus, no céu e no inferno etc. Além disso, têm os menores índices do mundo em termos de participação semanal na igreja. E mesmo assim, apesar de tudo isso, estão entre as sociedades mais prósperas, igualitárias, civilizadas e humanas da Terra. Quando olhamos os níveis de sucesso social, da alfabetização à expectativa de vida, da igualdade de gênero aos padrões ambientais, da saúde à democracia, da criminalidade aos cuidados com os mais velhos e com as crianças, as nações da Dinamarca e da Suécia estão no topo da lista.

    Em resumo, a Dinamarca e a Suécia provam que é possível que as sociedades sejam relativamente não-religiosas e ainda assim muito honestas e boas. Eu quis que os meus conterrâneos norte-americanos soubessem disso.

    Para entender melhor a falta de religião na Escandinávia, assim como melhor compreender a cultura de lá, eu vivi na Dinamarca durante 14 meses, em 2005-2006. E, durante esse tempo, eu realizei 149 entrevistas em profundidade com dinamarqueses e suecos de todas as classes sociais. Essas entrevistas me permitiram ir mais fundo do que os dados das pesquisas e realmente tentar entender o secularismo escandinavo.

    Minhas descobertas principais: dinamarqueses e suecos são, de fato, muito seculares. E, mesmo que eles não tenham crenças religiosas fortes, geralmente são muito satisfeitos. Não acreditam na vida após a morte, mas mesmo assim eles ainda levam vidas repletas e valiosas. E não acham que exista um “significado religioso último” para a vida, e mesmo assim eles ainda aproveitam o seu tempo aqui na Terra e fazem o melhor que podem com ele. Finalmente, eu tentei entender por que essas nações são tão contrárias à religião e em que sentido elas são diferentes dos Estados Unidos no que se refere à religião e à cultura política.

    IHU On-Line – Em que sentido a falta de religião está ligada à satisfação das sociedades da Dinamarca e da Suécia?

    Phil Zuckerman – A Dinamarca está no topo de todas as pesquisas internacionais que se referem à felicidade. A Suécia também está bem lá em cima. Os dinamarqueses e os suecos parecem ser pessoas razoavelmente satisfeitas. Isso está ligado à falta de religião deles? É difícil dizê-lo. É ainda mais difícil prová-lo. Eu não acho que uma falta de religião, por si só, faça com que os dinamarqueses e os suecos se sintam felizes ou satisfeitos. Pelo contrário, nós só temos que notar que a falta de religião ou a falta de uma conexão forte com Deus parece não levar ao desespero, à depressão, à tristeza ou à apatia. Em outras palavras, a falta de uma fé forte não causa necessariamente a felicidade, mas também não é uma barreira ou um impedimento.

    IHU On-Line – Você não concorda que, de certa forma, essas sociedades alcançaram esse bem-estar social por um substrato cristão de raízes antiqüíssimas? O inconsciente coletivo cristão que acompanhou o desenvolvimento dessas sociedades não teve importância nesse sentido?

    Phil Zuckerman – Definitivamente. Não se questiona que certos valores cristãos, ao longo dos séculos, ajudaram a dar forma a esses estados de bem-estar social. Não se questiona que os ensinamentos de Lutero tiveram o seu papel, assim como a visão religiosa de Grundtvig [1]. Entretanto, devemos ser cuidadosos por diversas razões. Primeiro, aqueles que construíram o estado de bem-estar social tendiam a ser democratas sociais seculares, que eram, muitas vezes, anti-religiosos. Não foram os dinamarqueses e suecos fortemente religiosos que construíram o estado de bem-estar social. Então, parece um pouco injusto dar muito crédito ao cristianismo, quando foram os dinamarqueses e suecos seculares que verdadeiramente criaram as nações modernas e prósperas da Dinamarca e da Suécia que nós hoje admiramos.

    IHU On-Line – Em uma sociedade religiosa, os valores humanos estão baseados em uma concepção que vai além do próprio humano, chegando a Deus. Em que estão baseados os valores humanos em uma sociedade irreligiosa?

    Phil Zuckerman – Simples: no valor fundamental da vida humana. Os dinamarqueses e os suecos têm um respeito muito forte pela dignidade humana. Eles criaram sociedades com as menores taxas de pobreza do mundo, as menores taxas de crimes violentos do mundo e o melhor sistema de educação e de saúde do mundo. Eles fizeram isso não como uma tentativa de agradar ou alcançar Deus, mas porque vêem um valor manifesto na vida humana e acreditam que o sofrimento é um mal em e além de si mesmo. Não é necessário acreditar em Deus para acreditar na justiça. De fato, se poderia argumentar que aqueles que acreditam fortemente em Deus podem ser mais indiferentes e assumir que “tudo está nas mãos de Deus”, enquanto que os seculares sabem que a possibilidade de construir uma vida e um mundo melhores está nas mãos deles e apenas deles. Então, os dinamarqueses e os suecos contaram apenas com o seu próprio esforço – não com orações a Deus.

    IHU On-Line – Podemos assumir que uma sociedade irreligiosa não é a garantia do inferno na terra. Porém, quais seriam suas principais limitações e problemas sociais? Quais seriam suas causas?

    Phil Zuckerman – Nenhum país é livre de problemas. Nenhuma sociedade é livre de quaisquer erros ou fraquezas. Sim, existem problemas na Dinamarca e na Suécia. Mas eu diria que, independentemente de quais sejam esses problemas, eles comumente são piores em qualquer outro lugar. Quais limitações ou problemas podem surgir em sociedades seculares? Eu não posso dizer com certeza. Eu não tenho resposta.

    IHU On-Line – Em seu livro, você afirma que uma “sociedade sem Deus não é apenas possível, como também pode ser moral, próspera e completamente agradável”. Essa é apenas uma constatação ou também uma sugestão? Sua intenção é defender e propor uma sociedade ateísta?

    Phil Zuckerman – Eu não tenho nenhum desejo de propor uma sociedade ateísta. Eu acho que a religião pode ser uma coisa boa e moral. Eu acho que a religião oferece histórias e rituais maravilhosos, que os líderes religiosos ajudam as pessoas durante tempos difíceis ou nos ritos de passagem e que a religião – como qualquer criação humana – pode, às vezes, ser uma força potencial do bem no mundo. Eu não estou recomendando que as sociedades se tornem seculares. Eu estou simplesmente tentando mostrar ao mundo que o secularismo não é um mal em ou além de si mesmo, que a religião não é o ÚNICO [sic] caminho para se criar uma sociedade saudável e que precisamos reconhecer que as nações mais religiosas hoje são as mais caóticas, miseráveis e corruptas, e a tendência é que as sociedades menos religiosas hoje sejam as mais estáveis, seguras e humanas. As pessoas podem fazer o que quiserem com essas informações.

    IHU On-Line – Na sua opinião, qual a explicação para a grande maioria da população que se considera religiosa em países como o Brasil? Seríamos menos “satisfeitos”?

    Phil Zuckerman – Eu não sei se as pessoas são menos satisfeitas e contentes no Brasil por si sós (todo brasileiro que eu já conheci era muito feliz e satisfeito!). O que eu sei é que, no Brasil, vocês têm taxas de pobreza e de criminalidade mais altas, níveis muito altos de desigualdade, de corrupção política, um sistema de saúde mais pobre, uma igualdade de gênero mais fraca etc. Vocês têm centenas de milhares de desabrigados vivendo nas ruas, dezenas de milhares de crianças pedindo comida etc. Claro, vocês também têm Milton Nascimento e Os Mutantes. Então, quem pode reclamar?

    IHU On-Line – E nos EUA mesmo, país plenamente “satisfeito” em termos sociais, como o senhor explica a grande expansão de seitas cristãs?

    Phil Zuckerman – Explicar a religião nos EUA é um assunto de grande importância – e eu abordo isso no meu livro. Em poucas palavras, os altos índices de religiosidade nos EUA têm a ver com o seguinte: a religião é pesadamente comercializada e agressivamente “vendida” aqui. Nós também temos altas taxas de pobreza, de criminalidade e de desigualdade, nós também temos altos índices de diversidade racial e étnica e um excesso de comunidades imigrantes – tudo isso contribui com a nossa forte religiosidade aqui nos EUA.

    IHU On-Line – Em seu livro, você diferencia o ateísmo ditatorial e o democrático, assim como a religiosidade ditatorial e a democrática. Em que se fundamenta essa diferenciação?

    Phil Zuckerman – Simples: o ateísmo é forçado sobre a população ou não? Na antiga URSS, a religião se tornou virtualmente ilegal, e as pessoas que eram fortemente religiosas enfrentaram todos os tipos de punições possíveis, incluindo a tortura e a prisão. Esse também foi o caso da Albânia. E da Coréia do Norte. Se uma sociedade é regida por fascistas que impõem o ateísmo sobre uma população relutante, ele não é orgânico. É forçado. Entretanto, se olharmos os países democráticos onde a religião é simplesmente abandonada pelas pessoas livremente ao longo do tempo e sem nenhuma coerção governamental (como na Grã-Bretanha, nos Países Baixos, na Escandinávia etc.), então podemos dizer que esse é um secularismo mais orgânico, verdadeiro, livre e honesto.

    IHU On-Line – Não se poderia ler em seu livro um pouco de “preconceito” com os ateus, afirmando que eles são “bons”, e um pouco de “obviedade” com os religiosos, por mostrar que eles também são humanos e têm o direito de errar, inclusive socialmente?

    Phil Zuckerman – Eu não tenho certeza do que você quer dizer com essa questão. Eu não sei se os ateus são “bons”. Tudo o que eu sei é que as sociedades menos religiosas da Terra hoje tendem a ser as mais saudáveis, mais morais, mais igualitárias e mais livres – e as nações mais religiosas da Terra hoje tendem a ser as mais corruptas, pobres, dominadas pelo crime e caóticas. Os leitores podem fazer o que quiserem com essa informação. E eu sei que as pessoas relativamente não-religiosas que eu conheci e/ou entrevistei na Escandinávia estavam entre as pessoas mais gentis e mais humanas que eu já conheci – e tudo sem muita fé em Deus.

    Notas:

    1. Nikolai Frederik Severin Grundtvig (1783-1782) é uma das personalidades mais importantes na história da Dinamarca. Professor, escritor, poeta, filósofo, historiador, pastor e político, Grundtvig teve grande influência na história dinamarquesa. Os escritos de Grundtvig contribuíram para o surgimento do nacionalismo dinamarquês, a formação de cultura democrática e o desenvolvimento econômico. Convertido ao luteranismo em 1810, publicou "Kort Begreb af Verdens Krønike i Sammenhæng" [A crônica do primeiro mundo], de 1812, uma apresentação da história européia em que tenta explicar como Deus se faz presente na história humana e no qual critica a ideologia de diversos expoentes dinamarqueses.  Em 1825, publicou "Kirkens Gienmæle" [A réplica da igreja], uma resposta à obra de H. N. Clausen sobre o protestantismo e o catolicismo. Para Clausen, apesar de a Bíblia ser a principal base do cristianismo, ela era uma expressão inadequada de seu sentido global. Grundtvig chamou Clausen de professor anticristão e defendeu que o cristianismo não era uma teoria para ser derivada da Bíblia e elaborada por estudiosos, questionando o direito dos teólogos de interpretar a Bíblia. Por causa disso, foi proibido de pregar pela Igreja Luterana durante sete anos. Entre 1837 e 1841, publicou “Sang-Værk til den Danske Kirke” [Obra musical para a Igreja dinamarquesa], uma rica coleção de poesia sacra. No total, Grundtvig escreveu ou traduziu cerca de 1.500 hinos. A partir de 1830, deu origem ao movimento “Folkehøjskole” [alta escola popular] da Dinamarca, que influenciou a educação de adultos nos EUA na primeira metade do século XX, por meio de um tipo singular de escola, do para o povo. As reflexões de Grundtvig sobre educação eram norteadas por cinco idéias centrais: a palavra viva (det levende ord), iuminação para a vida (livsoplysning), iluminação do Povo (folkeoplysning), dialógo equilibrado (Vekselvirkning) e as pessoas comuns acima das educadas (folket overfor de dannede).

    (Reportagem de Moisés Sbardelotto)


    fonte

    https://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/18992-sociedades-sem-deus-por-que-os-paises-menos-religiosos-sao-os-mais-satisfeitos-socialmente-entrevista-especial-com-o-sociologo-phil-zuckerman




    ARTIGO 2



    Países ateus são mais justos, confirmam pesquisas

    Sam Harris, famoso filósofo ateu norte-americano, em “Carta à uma Nação Cristã”, mostra que os países mais desenvolvidos, justos e igualitários do mundo são compostos, em sua grande maioria, por ateus e não-religiosos. Nações desenvolvidas, mas que são muito religiosas, como os Estados Unidos, possuem taxas de criminalidade, injustiça, desigualdade etc. menores que as dos países subdesenvolvidos, mas no entanto ficam muito aquém dos países ateus da Europa.

    Os Estados Unidos são um país com alta taxa de criminalidade, ao contrário dos países “ateus” do norte da Europa. Sam Harris mostram ainda que a criminalidade na Europa poderia ser ainda menor se não fosse por conta da imigração. Mostra que na França, 70% (!) dos detentos nas prisões francesas são muçulmanos. A quantidade de ateus nas prisões francesas é muito pequena. Ao contrário do Brasil, onde o ateísmo não chega a 5%, portanto seria normal não encontrar muitos presidiários ateus (e não encontram), na França existem muitos ateus, mas eles não saem por ai cometendo todos os tipos de crimes. Sam Harris continua:

    “Noruega, Islândia, Canadá, Suécia, Suíça, Bélgica, Japão, Holanda. Dinamarca e Reino Unido estão entre as sociedades menos religiosas da Terra. De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Humano das Nações Unidas (2005), essas sociedades também são as mais saudáveis, segundo os indicadores da expectativa de vida, alfabetização, renda per capta, nível educacional, igualdade entre os sexos, taxa de homicídio e mortalidade infantil.”

    Dostoievski estava errado. É possível viver bem, justa e eticamente sem Deus. Muitos acham que os ateus, por não acreditarem em Deus, também não acreditam em valores morais, mas é justamente o contrário.

    Ateus acreditam no bem, no amor, na igualdade e na justiça. Mas diferentemente dos crentes, os ateus pensam em tais coisas com bens em si mesmos. Não pensamos que devemos ser justos e morais porque se não fôssemos assim seríamos punidos por um ser superior, mas devemos ser justos e morais porque isso é o certo.

    Além do mais, acreditar em Deus não garante um comportamento mais moral e justo, por isso existem as leis escritas e a polícia. Mesmo que todos acreditassem em Deus e freqüentasse a Igreja todos os Domingos, muitos deles não cometeriam crimes, não por fé em Deus, mas por medo da justiça dos homens mesmo.

    Se os ateus são mesmo os monstros devassos pintados pela religião e pela Bíblia, como eles conseguiram formar uma sociedade mais justa e igualitária que os religiosos? Zuckerman responde:

    “Não é necessário acreditar em Deus para acreditar na justiça. De fato, se poderia argumentar que aqueles que acreditam fortemente em Deus podem ser mais indiferentes e assumir que “tudo está nas mãos de Deus”, enquanto que os seculares sabem que a possibilidade de construir uma vida e um mundo melhores está nas mãos deles e apenas deles. Então, os dinamarqueses e os suecos contaram apenas com o seu próprio esforço

    Fonte:  Blog O Outro Lado da Notícia, a partir de 
    http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=74&materia=837



    ARTIGO 3


    Países mais religiosos são os mais desiguais socialmente, diz pesquisa

    Publicado por Diario do Centro do Mundo - 22 de novembro de 2019



    Religião


    Publicado originalmente no EcoDebate


    POR JOSÉ EUSTÁQUIO DINIZ ALVES, doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE


    Desigualdade social e religiosidade são fenômenos que andam juntos e de mãos dadas. Em geral, quanto mais desigual um país, maior importância a população tende a dar à religião.





    Essa é uma conclusão que se pode tirar do gráfico acima, apresentado pela pesquisa “Americans are far more religious than adults in other wealthy nations”, do Instituto PEW (31/07/2018).


    A linha inclinada do gráfico mostra que os países que mais valorizam a religião são aqueles que possuem maior Índice de Gini, tendo maior concentração de renda. Ao contrário, a religião é menos relevante nos países com reduzidas desigualdades sociais.



    Uma das explicações para esta situação é que, nos países mais desiguais, a falta de instituições públicas atuantes para corrigir as “falhas do mercado” contribui para a manutenção da concentração de renda e uma alta percentagem de pessoas abaixo da linha da pobreza.


    Já nos países com o Estado Laico desenvolvido, o secularismo é essencial para fortalecer a luta contra as injustiças sociais. O secularismo representa o exercício da função pública sem vínculo com o posicionamento religioso e com uma comunidade neutra em relação às crenças religiosas.


    Neste sentido, o desenvolvimento com justiça social caminha concomitantemente ao avanço da sociedade secular, que respeitando a liberdade religiosa e a realização de cultos, coloca o bem comum acima dos dogmas, das disputas entre as religiões, levando em consideração as boas práticas de governança e os consensos surgidos no meio científico e tecnológico.


    ARTIGO 4


    Países menos religiosos são também menos violentos

    Por , em 7.08.2012

    A afirmação parece contraditória, sendo que a maioria das religiões prega a paz e o amor, mas, segundo o Índice Global da Paz (IGP) de 2012, apesar do mundo em geral ter ficado um pouco mais pacífico nos últimos anos, são os países menos religiosos que continuam sendo menos violentos.

    O que é o IGP?

    O Índice Global da Paz, desenvolvido pelo Instituto de Economia e Paz, em conjunto com a Unidade Economista de Inteligência com a orientação de uma equipe internacional de acadêmicos e experts em paz, classifica as nações do mundo pela sua tranquilidade.

    Composto por 23 indicadores, que vão desde o nível de despesas militares de uma nação às suas relações com os países vizinhos e o nível de respeito aos direitos humanos, incluindo os níveis de democracia e transparência, educação e bem-estar material, o IGP usa uma ampla gama de fontes respeitadas, incluindo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, do Banco Mundial e várias entidades da ONU, para contribuir significativamente para o debate público sobre a paz mundial.

    O IGP possui investidores de todo o mundo, incluindo Prêmio Nobel, economistas, acadêmicos, agentes humanitários e políticos, como o diplomata Kofi Annan, o presidente Jimmy Carter, Sua Santidade o Dalai Lama, o professor Joseph Stiglitz e o arcebispo Desmond Tutu.

    Um lugar melhor para se viver

    Em sua sexta edição, o IGP indica que o mundo se tornou mais pacífico pela primeira vez desde 2009; todas as regiões, exceto o Oriente Médio e o Norte da África (que sofrem atualmente as consequências da Primavera Árabe) viram uma melhora nos níveis de tranquilidade geral. O Brasil, em particular, subiu duas posições, passando de 85º para 83º país mais pacífico dentre os 158 analisados.

    Apesar da mudança, muitas coisas permaneceram as mesmas. A Islândia é o país mais pacífico do mundo, pelo segundo ano consecutivo, e a Somália continua a ser nação menos pacífica do mundo pelo segundo ano consecutivo.

    A Síria foi o país que caiu pela maior margem: mais de 30 lugares, indo para 147º. Isso com certeza têm a ver com o fato de estar passando por uma guerra civil, sofrendo uma escalada da violência nos últimos 14 meses, que matou mais de 16 mil pessoas no país. O contrário ocorreu com o Sri Lanka, já que o fim de sua guerra civil elevou o país em 30 lugares.

    Pela primeira vez, a África Subsaariana não é a região menos pacífica do mundo, aumentado seus níveis de paz desde 2007. Como já dissemos, o Oriente Médio e Norte da África é hoje a região menos pacífica, refletindo a turbulência da Primavera Árabe.

    Pelo sexto ano consecutivo, a Europa Ocidental continua a ser a região mais pacífica, com a maioria dos seus países no top 20. A América do Norte experimentou uma ligeira melhoria, mantendo uma tendência desde 2007, enquanto a América Latina experimentou uma melhora geral com 16 dos 23 países aumentando sua pontuação de paz.

    O ranking

    Confira os 10 países mais pacíficos do mundo, seguidos de sua pontuação no ranking:

    1. Islândia – 1,113
    2. Dinamarca – 1,239
    3. Nova Zelândia – 1,239
    4. Canadá – 1,317
    5. Japão – 1,326
    6. Áustria – 1,328
    7. Irlanda – 1,328
    8. Eslovênia – 1,330
    9. Finlândia – 1,348
    10. Suíça – 1,349

    O Brasil tem uma pontuação intermediária:

    83º Brasil – 2.017

    Enquanto os dez países menos pacíficos são:

    149º Paquistão – 2,833
    150º Israel – 2,842
    151º República Centro Africana – 2,872
    152º Coreia do Norte – 2,932
    153º Rússia – 2,938
    154º República Democrática do Congo – 3,073
    155º Iraque – 3,192
    156º Sudão – 3,193
    157º Afeganistão – 3,252
    158º Somália – 3,392

    Religião x paz

    Na Nova Zelândia, Dinamarca e Noruega, países que estão no top 10 de mais pacíficos, o conflito religioso na sociedade é praticamente inexistente. Também, um ranking feito pelo sociólogo Phil Zuckerman mostrou que todos os países desse top 10, menos a Irlanda, estão entre os 50 menos crentes do mundo, nas seguintes posições:

    Islândia – 28º
    Dinamarca – 3º
    Nova Zelândia – 29º
    Canadá – 20º
    Japão – 5º
    Áustria – 24º
    Eslovênia – 18º
    Finlândia – 7º
    Suíça – 23º

    Será que há alguma relação entre religião e paz? Segundo alguns especialistas, muitas guerras e atrocidades que marcaram a história estão ligadas ao sentimento religioso. Sendo assim, pode ser que países sem conflitos religiosos sejam mais pacíficos.

    O Brasil no Ranking da Paz

    O Brasil aparece na 83ª posição do ranking. Historicamente, não nos envolvemos em muitas guerras, porém nossa violência interna é suficiente para não deixar o país subir muito no Índice.

    Quanto à religião, de acordo com a pesquisa do instituto alemão Bertelsmann Stifung, 95% dos jovens brasileiros (entre 18 e 29 anos) explicitam suas ligações religiosas: somos o terceiro país mais religioso do mundo, atrás apenas dos nigerianos e dos guatemaltecos.

    O IGP de 2012 mostra que os pontos em que somos menos pacíficos são, em indicadores em ordem decrescente: homicídios, crimes violentos e terror político, acesso a armas, e violência percebida pela sociedade.

    Alguns dos pontos em somos mais pacíficos são, empatados: conflito organizado, atos terroristas, mortes por conflito interno e por conflito externo, armas pesadas e relações com países vizinhos.[VisionofHumanityUOLBemParanaPaulopesAhDuvido]


    FONTE

    https://hypescience.com/paises-menos-religiosos-sao-tambem-menos-violentos/