Livro: "Confissões" - Santo Agostinho

  





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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
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"Confissões" - Santo Agostinho
autobiografia religiosa do autor

 
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1. O LIVRO

"Confissões" de Santo Agostinho, escrito no final do século IV, é um dos livros mais lidos e estudados na literatura religiosa e filosófica, com grande impacto tanto em comunidades cristãs quanto na filosofia ocidental. O livro tem sido traduzido para várias línguas e é amplamente discutido em universidades e círculos intelectuais ao redor do mundo. Seu valor como uma obra que une a teologia, a filosofia e a reflexão psicológica fez com que fosse constantemente reeditado, ganhando uma posição de destaque entre as obras espirituais clássicas e influenciando pensadores, teólogos e filósofos até hoje.

2. RESUMO

"Confissões" é uma autobiografia espiritual de Santo Agostinho, onde ele narra sua jornada de vida desde a juventude até sua conversão ao cristianismo. Ele reflete sobre questões pessoais e profundas, incluindo suas dúvidas, erros e pecados, além de sua busca incessante pela verdade e pelo sentido da vida. Agostinho explora a natureza humana, a vontade, o pecado e a graça de Deus, traçando um caminho de autoconhecimento e redenção. A obra é tanto uma oração a Deus quanto uma análise introspectiva, e representa uma meditação sobre o amor divino e a transformação pessoal.

3. AUTORIA E CONTEXTO

Biografia do Autor
Santo Agostinho nasceu em 354 d.C., na cidade de Tagaste, no norte da África, e é uma das figuras mais importantes da história do cristianismo. Antes de sua conversão, ele teve uma vida marcada por uma intensa busca intelectual e moral, explorando diferentes filosofias e religiões, como o maniqueísmo. Após sua conversão ao cristianismo, tornou-se bispo de Hipona e dedicou sua vida ao estudo da teologia, escrevendo várias obras influentes. Santo Agostinho é conhecido como um dos Padres da Igreja e suas contribuições moldaram a doutrina cristã ocidental.

Motivações para Escrever o Livro
Agostinho escreveu "Confissões" motivado pela necessidade de registrar e entender sua própria trajetória espiritual, uma história de transformação e redenção. Sua intenção era compartilhar como a graça divina e a busca pela verdade o libertaram de uma vida de excessos e ilusões. Ele via o livro como um testemunho e uma forma de encorajar outros a refletirem sobre a relação entre a condição humana, a vontade de Deus e o sentido mais profundo da vida.

Contexto Nacional e Mundial
"Confissões" foi escrito em um período de mudanças para o Império Romano, incluindo uma crise política e social que afetava a fé e a moralidade das pessoas. A Igreja estava em expansão, e o cristianismo começava a se consolidar após a conversão do imperador Constantino. O contexto de conflitos filosóficos e teológicos, como a disputa entre o cristianismo e o maniqueísmo, também influenciou Agostinho a escrever o livro, oferecendo uma visão pessoal e teológica em um momento em que a fé cristã estava se estabelecendo como a religião oficial do império.

4. CONSIDERAÇÕES

  1. A Natureza do Pecado – Agostinho descreve o pecado como uma manifestação da rebeldia humana e uma recusa em seguir o caminho de Deus.

  2. A Importância da Graça Divina – Ele afirma que a graça de Deus é essencial para a transformação da alma e a verdadeira conversão.

  3. Livre-Arbítrio e Responsabilidade – Agostinho discute o livre-arbítrio, enfatizando que o ser humano é responsável por suas escolhas e pela busca da verdade.

  4. A Busca pela Verdade – Ele vê a busca pela verdade como a missão principal de toda a vida humana, um desejo profundo que guia o indivíduo a Deus.

  5. O Papel da Mente e do Coração – Agostinho mostra que tanto a razão quanto o coração têm importância na busca de Deus.

  6. A Fragilidade Humana – Ele reflete sobre a fraqueza humana e a tendência ao erro, revelando a necessidade de humildade.

  7. O Valor do Autoconhecimento – O autoconhecimento é fundamental para entender nossas falhas e procurar a redenção.

  8. A Vaidade dos Prazeres Mundanos – Agostinho destaca a futilidade das ambições e prazeres terrenos como ilusões que afastam o homem de Deus.

  9. A Importância da Oração – Ele considera a oração um caminho essencial para dialogar com Deus e fortalecer a fé.

  10. Confiança em Deus – Agostinho exalta a importância da confiança em Deus para enfrentar as tribulações e tentações.

  11. Conversão e Redenção – A transformação espiritual é uma nova vida, uma reorientação completa da alma.

  12. A Necessidade do Perdão – Ele destaca o perdão como uma virtude essencial para a paz interior.

  13. Amor a Deus como Prioridade – O amor a Deus deve ser o fundamento de todas as ações humanas, superior a todos os outros amores.

  14. A Condição Humana – Agostinho vê o ser humano como incompleto sem Deus, necessitando da comunhão com o Criador para a felicidade.

  15. O Valor da Humildade – A humildade é vista como a base de todas as virtudes, essencial para se aproximar de Deus.

  16. O Papel da Fé – A fé é a abertura para o mistério divino, uma força que guia o ser humano para além do entendimento.

  17. Dualidade Corpo e Alma – Agostinho explora a tensão entre corpo e alma, vendo o corpo como suscetível ao pecado, enquanto a alma busca o divino.

  18. A Necessidade de Perseverança – A vida cristã é um caminho longo, que exige paciência e persistência na busca por Deus.

  19. Amor e Caridade – O amor ao próximo é uma extensão do amor a Deus e essencial para a vida cristã.

  20. A Transformação pelo Espírito Santo – Agostinho vê o Espírito Santo como um guia para a renovação e a cura interior.

5. APOIOS RELEVANTES

  1. Tomás de Aquino – Considerou as reflexões de Agostinho sobre a graça fundamentais, especialmente em sua própria doutrina sobre a necessidade da intervenção divina para a salvação.

  2. São Jerônimo – Embora contemporâneo, São Jerônimo concordou com Agostinho sobre a centralidade da graça e do arrependimento para a vida cristã.

  3. Martinho Lutero – Lutero encontrou em Agostinho uma base para seu conceito de justificação pela fé, inspirando-se na obra para defender a graça divina como centro da salvação.

6. CRÍTICAS RELEVANTES

  1. Pelágio – Teólogo e contemporâneo de Agostinho, discordou das ideias de predestinação e graça, acreditando na capacidade humana de evitar o pecado por meio do livre-arbítrio.

  2. Jean-Jacques Rousseau – No século XVIII, Rousseau discordava da visão pessimista de Agostinho sobre a natureza humana, considerando que o homem é bom por natureza.

  3. Friedrich Nietzsche – Nietzsche criticou a visão de Agostinho sobre a moralidade cristã, considerando-a como uma negação da vida e da liberdade individual.

7. CONSIDERAÇÕES PARA O NOSSO DIA A DIA

  1. Autoconhecimento e Reflexão – Refletir sobre nossos próprios erros e virtudes é essencial para uma vida equilibrada e saudável.

  2. Busca por Propósito – Agostinho nos ensina a importância de encontrar um propósito mais elevado, que pode trazer paz e sentido.

  3. Confiança e Fé – Em tempos de dificuldades, confiar em algo superior pode nos dar força e resiliência.

8. JESUS CRISTO

  1. Perdão e Misericórdia – Jesus enfatizaria o perdão, uma base que Agostinho exalta como essencial para a paz interior.

  2. Humildade e Amor ao Próximo – A humildade e o serviço ao próximo são fundamentais na obra de Agostinho e nas palavras de Jesus.

  3. Renúncia ao Materialismo – Jesus destacaria a importância de se afastar da vaidade e do materialismo, um ponto central nas "Confissões", para alcançar a verdadeira paz e liberdade.












Poesias: SOU DO COMUNISMO DE JESUS

  





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SOU DO COMUNISMO DE JESUS
o mesmo que ele fundamentou ao jovem rico, e nas parábolas do rico e Lázaro e do rico insensato; o mesmo entendido por Zaqueu, pela igreja em Jerusalém e por Tiago em sua carta sobre ricos e a exploração dos trabalhadores.
Poesias de Novembro 2024

composições durante o mês de Novembro de 2024
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POESIAS
XXXXXX
007   008   009   010   

001   DESAPEGO E RENÚNCIA

002   A COMPARTILHAR A HERANÇA

003   O JUIZ DOS POBRES E OPRIMIDOS

004   O JOVEM RICO E O CAMINHO DA PERFEIÇÃO

005   A INJUSTIÇA DOS RICOS

006   DISTRIBUIÇÃO COMO JUSTIÇA

A PARÁBOLA DO RICO INSENSATO - Lucas 12:16-21, uma reflexão sobre o erro de acumular riquezas para si mesmo.
A GLÓRIA DA HUMILDADE - Filipenses 2:3-4, lembrando-nos de considerar os outros superiores a nós mesmos.
ZACQUEU E A RESTITUIÇÃO - Lucas 19:1-10, abordando o exemplo de Zaqueu e sua decisão de restituir quatro vezes o que havia tomado injustamente.
O TESOURO NOS CÉUS - Mateus 6:19-21, sobre buscar tesouros espirituais ao invés de materiais.
O JUBILEU DA LIBERTAÇÃO - Levítico 25, inspirando um poema sobre a redenção e a restauração das terras e dívidas.
A PARTILHA DOS PÃES - Mateus 14:13-21, uma metáfora para a partilha com abundância.
O BOM SAMARITANO - Lucas 10:25-37, exortando à solidariedade prática e à ajuda aos necessitados.
A IGREJA COMO FAMÍLIA - Atos 4:32-35, onde "ninguém dizia ser sua coisa alguma do que possuía".
A JUSTIÇA DO GRANDE JULGAMENTO - Mateus 25:31-46, sobre o julgamento de acordo com nossas ações em favor dos pobres e famintos.
A COROA DA SOLIDARIEDADE - Provérbios 19:17, que compara ajudar o pobre a emprestar a Deus.
A BEM-AVENTURANÇA DOS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA - Mateus 5:6, exaltando o desejo de ver o bem comum acima do ganho pessoal.
A PARÁBOLA DO LÁZARO E DO RICO - Lucas 16:19-31, uma advertência sobre os perigos de ignorar os pobres.
A PERFEIÇÃO DO AMOR DESINTERESSADO - 1 Coríntios 13:4-7, onde o amor verdadeiro "não busca seus próprios interesses."
A HONRA DO HUMILDE - Tiago 1:9-11, sobre o rico ser humilhado e o humilde ser exaltado.
O RESGATE DO INDIVIDUALISMO - Eclesiastes 4:9-12, exaltando a força da unidade e o valor da cooperação.
A FALSA SEGURANÇA DAS RIQUEZAS - Marcos 10:24-25, onde Jesus fala do “caminho estreito” para os ricos.
O PASTOR QUE CUIDA DO SEU POVO - Salmos 23, sobre a suficiência de Deus para atender a todas as necessidades.
O VERDADEIRO ACÚMULO - 1 Timóteo 6:9-10, lembrando que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.
A MULTIPLICAÇÃO DA GENEROSIDADE - 2 Coríntios 9:6-7, ensinando a semear generosamente e alegremente.
A CEIA DE TODOS - Mateus 26:26-28, refletindo o pão e o vinho como elementos de igualdade e união.
A LIBERDADE AOS CATIVOS - Isaías 61:1-2, exaltando a liberdade dos cativos e o conforto aos que sofrem.
A HUMILDADE DA VERDADEIRA GRANDEZA - Mateus 20:26-28, ensinando que o maior é aquele que serve.
O RICO QUE NUNCA TERÁ FOME DE JUSTIÇA - Lucas 6:24, advertindo os ricos que já têm sua consolação.
OS PRIMEIROS SERÃO OS ÚLTIMOS - Marcos 10:31, que destaca a inversão dos valores terrenos em favor dos celestiais.

011   012   013   014   015   016   017   018   019   020   

021   022   023   024   025   026   027   028   029   030   



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FUNDAMENTOS BÍBLICOS

031   COMUNISMO DE JESUS

032   AO JOVEM RICO

033   EM OUTROS MOMENTOS

034   NA PARÁBOLA DO JULGAMENTO

035   NA PARÁBOLA DO INSENSATO

036   NA PARÁBOLA  DO LÁZARO

037   EM OUTRAS PARÁBOLAS

038   ENTENDIDO POR ZAQUEU

039   VIVIDO PELA IGREJA

040   MENCIONADO POR TIAGO

041   ENSINADO PELOS APÓSTOLOS

042   ENSINADO POR PAULO

043   E ATÉ NO ANTIGO TESTAMENTO

044   POR QUE PERDEU-SE ESTE FOCO


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O COMUNISMO DE JESUS

1. O COMUNISMO DE JESUS: UMA VISÃO TRANSFORMADORA

O "comunismo de Jesus" pode ser entendido como a proposta de um sistema social e econômico que prioriza a igualdade, a solidariedade e a partilha entre as pessoas. Essa visão é profundamente enraizada nos ensinamentos de Jesus, que enfatizava a importância do amor ao próximo e do cuidado com os marginalizados. Em Lucas 4:18-19, Jesus cita Isaías e proclama: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me a curar os quebrantados de coração." Essa mensagem de libertação e cuidado com os necessitados serve como base para a interpretação comunista de seus ensinamentos. Segundo Gustavo Gutiérrez, em "Teologia da Libertação", essa ênfase na justiça social é fundamental para a compreensão do cristianismo.

2. O DESAPEGO ÀS RIQUEZAS

Um dos princípios centrais do comunismo de Jesus é o desapego às riquezas e posses materiais. Em Mateus 19:21, Jesus diz a um jovem rico: "Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá-os aos pobres, e terás um tesouro no céu." Essa exortação a abrir mão de bens materiais para ajudar os outros é um reflexo do ideal de que a verdadeira riqueza está na generosidade e na justiça. Richard Rohr, em "The Universal Christ", enfatiza que o amor ao próximo deve ser priorizado em relação ao amor ao dinheiro.

3. A PARTILHA DOS BENS COMUNS

O ensino de Jesus sobre a partilha dos bens é uma expressão do comunismo de Jesus. Em Atos 2:44-45, os primeiros cristãos viviam em comunidade, "todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum; vendiam suas propriedades e bens e repartiam entre si, conforme a necessidade de cada um." Essa prática de partilha e de cuidado mútuo é um reflexo do ideal comunista de que todos têm direitos iguais aos recursos e ao sustento. John Stott, em "The Contemporary Christian", argumenta que a comunidade cristã deve ser um modelo de justiça e equidade.

4. A PRIORIDADE DOS POBRES E OPRIMIDOS

Jesus também destacou a importância de priorizar os pobres e os oprimidos em sua missão. Em Mateus 25:40, ele diz: "Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um dos menores destes meus irmãos, a mim o fizestes." Essa afirmação sublinha a noção de que a justiça e a solidariedade são componentes essenciais da fé cristã. A teologia da libertação, representada por teólogos como Leonardo Boff em "Teologia da Libertação: Perspectivas", defende que a opção preferencial pelos pobres é um compromisso central do cristianismo.

5. O REINO DE DEUS COMO REALIDADE COMUNITÁRIA

O conceito de Reino de Deus nos ensinamentos de Jesus também se alinha ao comunismo. Jesus frequentemente descreve o Reino como uma realidade em que todos são igualmente valorizados e têm acesso aos recursos. Em Lucas 13:18-19, ele compara o Reino a uma semente de mostarda, que cresce e se torna uma árvore, oferecendo abrigo para todos. Essa imagem ilustra um espaço de acolhimento e inclusão, que contrasta com as divisões e desigualdades presentes na sociedade. Segundo N. T. Wright em "Simply Jesus", o Reino de Deus representa uma nova ordem social que Jesus veio instaurar.

6. A CRÍTICA AO MATERIALISMO E À OPRESSÃO

Jesus criticou abertamente o materialismo e a opressão das classes dominantes. Em Lucas 6:24, ele diz: "Mas, ai de vós, ricos! porque tendes a vossa consolação." Essa declaração é uma crítica à desigualdade social e ao acúmulo de riquezas em detrimento dos necessitados. A mensagem de Jesus se opõe às estruturas que perpetuam a opressão, conforme discutido por Jim Wallis em "God's Politics", onde enfatiza que o cristianismo deve ser uma força de mudança social.

7. A SENCIBILIDADE ÀS NECESSIDADES HUMANAS

A prática de Jesus demonstra sensibilidade às necessidades humanas, como evidenciado em sua multiplicação dos pães e peixes (João 6:1-14). Ele não apenas se preocupava com o aspecto espiritual, mas também com o bem-estar físico das pessoas. Essa atenção às necessidades básicas é um princípio essencial do comunismo de Jesus, que busca garantir que todos tenham acesso ao sustento e à dignidade. Segundo Gutiérrez, essa preocupação deve se refletir nas práticas da Igreja.

8. O AMOR COMO FUNDAMENTO DO RELACIONAMENTO SOCIAL

O amor é o princípio central que permeia o comunismo de Jesus. Em João 13:34, Jesus ordena: "Amai-vos uns aos outros; como eu vos amei, que também vós ameis uns aos outros." Esse mandamento vai além do amor individual; ele implica em construir uma sociedade baseada na empatia, na solidariedade e na justiça social. A obra de Martin Luther King Jr., "Where Do We Go from Here: Chaos or Community?" (1967), destaca a importância do amor como força transformadora nas relações sociais.

9. A REDEFINIÇÃO DE SUCESSO E PODER

No ensino de Jesus, o sucesso e o poder são redefinidos. Em Marcos 10:43-44, ele diz: "Mas entre vós não será assim; aquele que quiser ser grande entre vós será vosso servo." Essa inversão de valores promove uma visão comunista onde o verdadeiro poder é exercido através do serviço e da humildade. O autor Henri Nouwen, em "In the Name of Jesus", argumenta que a liderança cristã deve ser entendida como um chamado ao serviço, não à dominação.

10. O DESAFIO ÀS ESTRUTURAS SOCIAIS EXISTENTES

Por fim, o comunismo de Jesus desafia as estruturas sociais existentes que perpetuam a desigualdade e a injustiça. Em Mateus 5:9, Jesus declara: "Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus." Esse chamado à paz e à justiça social se opõe a sistemas que exploram e oprimem. A mensagem de Jesus continua a inspirar movimentos sociais contemporâneos que buscam justiça e equidade, como discutido por Ron Sider em "Rich Christians in an Age of Hunger" (1977), que enfatiza a responsabilidade dos cristãos em relação aos pobres.


BIBLIOGRAFIA

  1. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  2. The Universal Christ – Richard Rohr, 2019.
  3. The Contemporary Christian – John Stott, 1992.
  4. Teologia da Libertação: Perspectivas – Leonardo Boff, 1992.
  5. Simply Jesus – N. T. Wright, 2011.
  6. God's Politics – Jim Wallis, 2005.
  7. Where Do We Go from Here: Chaos or Community? – Martin Luther King Jr., 1967.
  8. In the Name of Jesus – Henri Nouwen, 1989.
  9. Rich Christians in an Age of Hunger – Ron Sider, 1977.
  10. A Teologia da Libertação: Uma Introdução – Frei Betto, 1980.



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O JOVEM RICO
Mateus 19:16-22

A RENÚNCIA À ACUMULAÇÃO PESSOAL

A experiência de Jesus com o jovem rico, narrada em Mateus 19:16-22, revela uma abordagem crítica à acumulação pessoal de riqueza, elemento central na proposta de "comunismo de Jesus." Quando o jovem pergunta o que precisa fazer para obter a vida eterna, Jesus responde com uma exigência radical: "Vai, vende os teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus; depois vem e segue-me" (Mt 19:21). Esta orientação se distancia de qualquer ambição econômica individual, desafiando o jovem rico a se desprender do que possui e a seguir um estilo de vida voltado para o coletivo. Em termos econômicos, a exigência de Jesus não só promove a partilha, mas também dissolve as distinções materiais, um valor que Marx enfatizou em seu "Manifesto Comunista" como essencial para uma sociedade sem classes. Na proposta de Jesus, a riqueza é vista como um obstáculo ao relacionamento com Deus e à integração numa comunidade igualitária.

IGUALDADE SOCIAL E VALORES COLETIVOS

Enquanto o comunismo busca eliminar as classes sociais e promover a igualdade, a mensagem de Jesus se fundamenta na superação das barreiras entre ricos e pobres. No caso do jovem rico, o desafio está em abandonar o apego ao status e ao conforto que sua riqueza lhe proporciona, para adotar um modelo de vida voltado ao bem coletivo. Esta ideia é reforçada por passagens bíblicas como Atos 4:32-35, onde a igreja primitiva "tinha tudo em comum", distribuindo suas posses conforme a necessidade de cada um. A orientação de Jesus ecoa o ideal de uma sociedade em que os recursos são compartilhados igualmente, como enfatizado por Karl Polanyi, em "A Grande Transformação" (1944), ao observar o papel das economias primitivas na sobrevivência coletiva.

A DISSOLUÇÃO DA POSSE PRIVADA

A proposta de Jesus ao jovem rico também reflete o conceito de uma economia sem propriedade privada. No entendimento econômico do comunismo, a propriedade é coletiva, sem direitos exclusivos de um indivíduo sobre o uso de bens. Para Jesus, a posse é secundária ao serviço ao próximo, e isso está claramente expresso em Marcos 10:24-25, onde afirma: "É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus." Jesus propõe um sistema em que o valor de uma pessoa não se mede pelo que possui, mas pelo serviço ao próximo e pela capacidade de dar e compartilhar com aqueles em necessidade. Segundo o teólogo José Comblin, em "Jesus de Nazaré: O projeto de Deus" (2004), esta passagem enfatiza uma "economia do dom", baseada na entrega e partilha.

LIBERDADE DOS BENS TERRENOS E ADESÃO AO DIVINO

No comunismo de Jesus, a liberdade se obtém pela liberação das amarras materiais, diferentemente da liberdade econômica do capitalismo. Em vez de concentrar-se na autonomia individual, o foco de Jesus está na libertação do egoísmo e no acolhimento dos outros como extensão de si. Essa prática sugere uma "economia espiritual", conforme evidenciado em textos como Tiago 2:5-6, que denuncia os ricos por oprimirem e explorarem os mais pobres. Ernesto Cardenal, em "O Evangelho de Solentiname" (1975), ressalta que Jesus propôs um "reino de justiça" que se opõe à exploração. A liberdade espiritual, portanto, emerge da entrega dos bens materiais como forma de igualdade e comunhão.

CRITÉRIO ÉTICO NA REDISTRIBUIÇÃO DE RIQUEZA

A ética de Jesus envolve uma redistribuição baseada na necessidade e dignidade humana. Jesus, ao sugerir que o jovem rico venda suas posses e distribua aos pobres, apresenta uma ética econômica baseada na justiça, um princípio também defendido por Aristóteles na "Ética a Nicômaco". A prática de Jesus sugere uma justiça distributiva em que os ricos são chamados a reparar a desigualdade através da doação. Em Tiago 5:1-6, há uma severa crítica aos ricos que acumulam e retêm bens, explorando trabalhadores e negligenciando os necessitados. A aplicação deste princípio de redistribuição se alinha ao ideal comunista de uma economia centrada nas necessidades humanas.

UMA COMUNIDADE DE AMOR E PARTILHA

O chamado de Jesus ao jovem rico também é um convite a viver em comunidade, rompendo com a lógica do individualismo. Em João 13:34-35, ele nos ensina: "Amem-se uns aos outros. Como eu os amei." Este amor comunitário se traduz em ações de partilha e sustento mútuo, fundamentais para a vida em comunhão. Segundo Leonardo Boff, em "O Caminho de Jesus e a Revolução" (1981), a proposta de Jesus envolve uma comunidade onde "o amor é a base de toda organização social." Este amor-comunhão fundamenta a proposta de comunismo de Jesus, uma revolução silenciosa onde o poder se expressa no cuidado, e a justiça se materializa na solidariedade.


BIBLIOGRAFIA

  1. A Grande Transformação – Karl Polanyi, 1944.
  2. Manifesto Comunista – Karl Marx e Friedrich Engels, 1848.
  3. Jesus de Nazaré: O Projeto de Deus – José Comblin, 2004.
  4. O Evangelho de Solentiname – Ernesto Cardenal, 1975.
  5. Ética a Nicômaco – Aristóteles, Século IV a.C.
  6. O Caminho de Jesus e a Revolução – Leonardo Boff, 1981.
  7. A Economia do Dom – Marcel Mauss, 1925.
  8. Riqueza das Nações – Adam Smith, 1776.
  9. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  10. O Capital – Karl Marx, 1867.



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EM OUTROS MOMENTOS

A SOLIDARIEDADE RADICAL DE JESUS

Jesus ensinou uma solidariedade radical que buscava igualar todas as pessoas na comunidade, especialmente nos aspectos materiais e espirituais. Em Lucas 12:33-34, ele afirma: “Vendam o que têm e deem esmolas; façam para vocês bolsas que não se gastem, um tesouro nos céus que não se acabe.” Essa abordagem contrasta fortemente com o individualismo, ecoando o ideal comunista de uma sociedade solidária, onde cada um contribui segundo suas capacidades e recebe segundo suas necessidades. Segundo Leonardo Boff em "O Caminho de Jesus e a Revolução" (1981), o ensinamento de Jesus promove a substituição da posse individual pela comunhão dos bens, o que Boff considera como uma expressão de justiça comunitária e espiritual.

A COMUNHÃO DE BENS COMO BASE COMUNITÁRIA

Em Atos 2:44-45, vemos o impacto dos ensinamentos de Jesus na primeira comunidade cristã: “Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens, e distribuíam a cada um conforme a sua necessidade.” Esse modelo de comunhão de bens é a essência de uma economia em que os bens são compartilhados coletivamente, em uma espécie de comunismo primitivo. A narrativa bíblica destaca que a comunhão dos recursos promovia uma igualdade profunda entre os membros da comunidade, que viviam em harmonia e solidariedade. Karl Polanyi, em "A Grande Transformação" (1944), observou que em comunidades primitivas, a sobrevivência estava atrelada à interdependência, e a prática de Jesus ecoa essa forma de viver.

A EXCLUSÃO DAS RIQUEZAS COMO PODER

Em Lucas 6:24, Jesus declara: “Mas ai de vós, os ricos, porque já tendes a vossa consolação.” Esse “ai” é uma crítica direta ao acúmulo de riquezas e ao poder advindo delas, um princípio contrário ao capitalismo moderno e próximo do ideal comunista de uma sociedade sem classes. Jesus desafia a hierarquia estabelecida pelas posses, instruindo seus seguidores a buscar o Reino de Deus, onde todos são iguais e onde o acúmulo é substituído pelo cuidado com o próximo. No livro "O Evangelho e a Questão Social" (2010), Howard Thurman argumenta que Jesus propôs uma nova ordem social na qual a verdadeira riqueza é o serviço e a igualdade.

A PARTILHA COMO JUSTIÇA

Jesus ensina que a verdadeira justiça se concretiza na partilha dos bens. Em Lucas 3:11, ele orienta: “Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tem; e quem tiver alimentos, faça o mesmo.” Essa prática de partilha não só promove a igualdade como também reduz as disparidades entre ricos e pobres, um conceito que o comunismo defende ao eliminar a propriedade privada em favor de uma distribuição justa dos recursos. Gustavo Gutiérrez, em "Teologia da Libertação" (1971), reforça que a prática da justiça é intrínseca à vida cristã e deve ser fundamentada na partilha, assim como Jesus exemplificou.

O PERDÃO DAS DÍVIDAS: UMA ECONOMIA DA GRAÇA

A prática do perdão das dívidas, recomendada por Jesus na oração do Pai Nosso (Mateus 6:12), sugere um sistema econômico alternativo, onde a opressão da dívida e da exploração financeira é anulada em favor da libertação e da compaixão. Jesus propõe uma “economia da graça”, na qual o valor humano supera as relações de exploração e desigualdade, aproximando-se do ideal comunista de uma sociedade sem opressão econômica. O filósofo Jacques Ellul, em "O Significado da Cidade" (1970), identifica o ensinamento de Jesus sobre o perdão das dívidas como um antídoto contra a desumanização causada pelo capitalismo.

O AMOR AO PRÓXIMO COMO LEI FUNDAMENTAL

Por fim, o ensinamento de Jesus sobre o amor ao próximo como a base de todas as leis (Mateus 22:37-40) reflete a essência de uma sociedade que privilegia o coletivo sobre o individual. Ao dizer que o amor ao próximo é o segundo maior mandamento, Jesus propõe um sistema de valores em que a solidariedade e o compromisso com o bem-estar coletivo são a prioridade, o que é compatível com o ideal comunista de uma sociedade fraterna e igualitária. Segundo José Comblin em "Jesus de Nazaré: O Projeto de Deus" (2004), o chamado de Jesus ao amor comunitário é uma revolução silenciosa, que desafia estruturas de poder e coloca o bem comum acima do ganho individual.


BIBLIOGRAFIA

  1. O Caminho de Jesus e a Revolução – Leonardo Boff, 1981.
  2. A Grande Transformação – Karl Polanyi, 1944.
  3. O Evangelho e a Questão Social – Howard Thurman, 2010.
  4. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  5. O Significado da Cidade – Jacques Ellul, 1970.
  6. Jesus de Nazaré: O Projeto de Deus – José Comblin, 2004.
  7. Economia do Dom – Marcel Mauss, 1925.
  8. Jesus: Uma Abordagem Histórica – John Dominic Crossan, 1991.
  9. O Reino de Deus – Albert Schweitzer, 1911.
  10. A Civilização do Amor – Tarcísio Mendes, 2013.



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NA PARÁBOLA DO GRANDE JULGAMENTO
Mateus 25:31-46

A AVALIAÇÃO DO VALOR HUMANO PELO SERVIÇO

Na parábola do Grande Julgamento, Jesus ensina que o critério do julgamento final é o cuidado com os mais necessitados. Ele afirma que o que fizermos "ao menor destes" fazemos a Ele (Mateus 25:40). Nesse sentido, Jesus introduz uma avaliação do valor humano que transcende o acúmulo de bens e prioriza o serviço ao próximo. Esse critério igualitário se assemelha ao comunismo ao propor uma sociedade onde as ações de solidariedade e serviço coletivo são superiores aos interesses individuais. Jacques Ellul, em "A Subversão do Cristianismo" (1984), observa que a economia divina, como apresentada nesta parábola, subverte a hierarquia do poder econômico ao valorizar a dignidade humana e o serviço.

A JUSTIÇA ECONÔMICA E A IGUALDADE

Jesus apresenta um modelo de justiça econômica onde as necessidades básicas de todos devem ser supridas: alimentar os famintos, vestir os nus, acolher os estrangeiros e visitar os doentes e prisioneiros. Essa visão coincide com o ideal comunista de uma sociedade onde os recursos são partilhados de maneira igualitária, visando erradicar a miséria e promover a justiça econômica. Como observa Gustavo Gutiérrez em "Teologia da Libertação" (1971), o chamado de Jesus ao cuidado com o próximo é uma exigência social e espiritual que se opõe ao acúmulo injusto e à marginalização dos pobres.

A SOLIDARIEDADE COMO CRITÉRIO DE SALVAÇÃO

Jesus declara que o cuidado com os pobres e necessitados é o critério de salvação, neta parábola, já que o novo nascimento naturalmente produz esta atitude de luz do mundo. Isso implica que, na economia do Reino de Deus, o bem-estar coletivo e o compromisso com a solidariedade são essenciais. Esse critério reflete uma sociedade onde o indivíduo se compromete, espontaneamente, consciente ou não, com o bem-estar da comunidade, um princípio que também está no cerne do comunismo. Leonardo Boff, em "Jesus Cristo Libertador" (1972), defende que o Reino de Deus introduz um novo sistema de valores, onde a solidariedade e a igualdade substituem a busca pelo poder e pelo lucro.

A CRÍTICA À INDIFERENÇA SOCIAL

A parábola também condena a indiferença daqueles que, tendo os meios para ajudar, escolhem ignorar o sofrimento dos outros (Mateus 25:41-46). Essa crítica à indiferença se alinha ao pensamento comunista, que denuncia a exploração e a apatia dos que detêm o poder econômico. Jesus não apenas critica a negligência, mas estabelece que a falta de solidariedade tem consequências eternas, promovendo uma ética comunitária que desafia os privilégios dos ricos. Segundo José Comblin em "Teologia da Enxada e da Cruz" (1981), essa condenação é um chamado ao compromisso real com a justiça social.

O BEM COMUM ACIMA DO INDIVIDUALISMO

Jesus ensina que a verdadeira virtude está em viver para o bem comum, o que desafia o individualismo. Na parábola, ele sugere que a salvação e a bem-aventurança pertencem àqueles que colocam as necessidades dos outros acima dos próprios interesses. Esse princípio encontra paralelo no comunismo, que busca organizar a sociedade em torno do bem coletivo. No livro "O Evangelho e a Questão Social" (2010), Howard Thurman argumenta que Jesus oferece uma visão de uma comunidade solidária, onde a importância do coletivo ultrapassa o valor individualista da riqueza.

O JULGAMENTO COMO RETRIBUIÇÃO JUSTA

Finalmente, Jesus descreve o julgamento como uma retribuição justa para aqueles que agiram com compaixão e para aqueles que se recusaram a fazê-lo. A justiça divina, como apresentada por Jesus, não premia o acúmulo de bens, mas o compromisso com o próximo. Esse princípio de retribuição é um ideal de uma sociedade onde o reconhecimento e o valor são dados àqueles que contribuem para o bem coletivo, ecoando a ideia comunista de uma sociedade sem exploração e opressão. Karl Polanyi, em "A Grande Transformação" (1944), menciona que a justiça social não se limita à redistribuição de bens, mas também inclui um compromisso ético com o bem-estar da comunidade.


BIBLIOGRAFIA

  1. A Subversão do Cristianismo – Jacques Ellul, 1984.
  2. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  3. Jesus Cristo Libertador – Leonardo Boff, 1972.
  4. Teologia da Enxada e da Cruz – José Comblin, 1981.
  5. O Evangelho e a Questão Social – Howard Thurman, 2010.
  6. A Grande Transformação – Karl Polanyi, 1944.
  7. A Economia de Deus e a Economia Humana – John Milbank, 1990.
  8. Comunidade e Sociedade – Ferdinand Tönnies, 1887.
  9. Os Pobres e a Riqueza no Novo Testamento – Alan Richardson, 1952.
  10. Reino de Deus: História e Significado – Albert Schweitzer, 1911.



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NA PARÁBOLA DO RICO INSENSATO
Lucas 12:16-21

O ACÚMULO DE BENS COMO FUTILIDADE

Na parábola, o rico insensato armazena para si uma grande colheita e planeja construir celeiros maiores para guardar seus bens. Ele acredita que poderá "descansar, comer, beber e alegrar-se" (Lucas 12:19), mas é chamado de insensato quando Deus exige sua alma naquela noite, deixando tudo que acumulou para trás. Esse ensinamento revela uma crítica direta ao acúmulo egoísta e à busca de riqueza como objetivo de vida. A visão de Jesus sobre o acúmulo reflete uma ética semelhante à proposta comunista, onde o valor dos bens não está em ser acumulado, mas em ser compartilhado. Como aponta Gustavo Gutiérrez em "Teologia da Libertação" (1971), o valor dos bens é transformado quando se voltam ao bem comum e ao serviço.

A BUSCA PELA SEGURANÇA NO COLETIVO

O rico insensato coloca sua confiança nas posses materiais, acreditando que, ao armazenar bens, poderá garantir seu futuro. Jesus, no entanto, ensina que a verdadeira segurança não está em bens terrenos, mas na confiança em Deus e no relacionamento comunitário. Esse ensinamento ressoa com a visão comunista de que a segurança humana se encontra na comunidade e na interdependência social. Em "O Reino de Deus em Conflito" (2003), Richard Horsley argumenta que Jesus desafia a visão de segurança pessoal baseada na riqueza individual, promovendo a interdependência e o cuidado mútuo.

O PERIGO DA AVAREZA COMO OPRESSÃO

A parábola do rico insensato traz uma advertência contra a avareza e o isolamento gerado pelo desejo de manter posses. Jesus ensina que a riqueza acumulada egoisticamente cria uma separação dos outros, resultando em uma opressão indireta. Esse isolamento contrasta com a ética de partilha promovida por ideais comunistas, onde os bens não devem oprimir nem gerar exclusão, mas devem ser redistribuídos em prol da igualdade. Segundo Leonardo Boff em "Jesus Cristo Libertador" (1972), a avareza é um obstáculo à justiça social, pois a concentração de bens na mão de poucos priva muitos das necessidades básicas.

A RIQUEZA COMO RESPONSABILIDADE COLETIVA

Jesus demonstra que a riqueza é uma responsabilidade que deve servir ao bem comum, e não a uma satisfação individual. A chamada para ser “rico para com Deus” (Lucas 12:21) significa compartilhar e usar os recursos para o benefício da comunidade. Esse conceito de riqueza serve ao propósito comunista, em que os bens são vistos como instrumentos de justiça social e coletiva. Em "A Economia de Deus e a Economia Humana" (1990), John Milbank argumenta que a economia do Reino de Deus, apresentada por Jesus, coloca a posse a serviço dos necessitados, não dos que já têm em abundância.

A IMPERMANÊNCIA DA RIQUEZA MATERIAL

A parábola destaca a impermanência da riqueza: o homem que acumulou para si acaba sem nada, quando a morte repentina lhe tira a chance de usufruir do que guardou. Jesus ensina que a verdadeira riqueza está em valores eternos e espirituais, não em posses temporárias. Esse princípio se assemelha à crítica comunista da alienação causada pelo acúmulo de bens materiais. Em "O Capital no Século XXI" (2013), Thomas Piketty observa que a acumulação de riquezas perpetua desigualdades, alienando os ricos do bem comum e da necessidade de redistribuir a riqueza em prol da comunidade.

O CHAMADO À VIDA SOLIDÁRIA

A crítica final de Jesus ao rico insensato é um convite a viver de forma solidária, reconhecendo que a verdadeira vida consiste em estar em harmonia com os outros e com Deus. Jesus apresenta uma visão de comunidade onde os bens são compartilhados e a riqueza individual cede espaço à solidariedade. Segundo Howard Thurman em "Jesus e os Deserdados" (1949), Jesus oferece uma alternativa ao individualismo capitalista, promovendo uma vida comunitária onde todos são responsáveis uns pelos outros.


BIBLIOGRAFIA

  1. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  2. O Reino de Deus em Conflito – Richard Horsley, 2003.
  3. Jesus Cristo Libertador – Leonardo Boff, 1972.
  4. A Economia de Deus e a Economia Humana – John Milbank, 1990.
  5. O Capital no Século XXI – Thomas Piketty, 2013.
  6. Jesus e os Deserdados – Howard Thurman, 1949.
  7. O Evangelho e a Questão Social – Howard Thurman, 2010.
  8. A Grande Transformação – Karl Polanyi, 1944.
  9. Comunidade e Sociedade – Ferdinand Tönnies, 1887.
  10. Economia do Bem Comum – Christian Felber, 2010.



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NA PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO
Lucas 16:19-31

A INDIFERENÇA COMO FONTE DE INJUSTIÇA

Na parábola, o rico é representado como alguém que, em sua riqueza, ignora completamente Lázaro, um pobre que jaz à sua porta, faminto e doente. A indiferença do rico simboliza a injustiça que nasce quando os abastados negligenciam os marginalizados. Jesus, ao contar essa história, aponta que a prosperidade individual não pode existir separada do bem-estar coletivo. Essa crítica ressoa com a visão comunista de que o acúmulo de riquezas por alguns, às custas do sofrimento de outros, perpetua uma sociedade injusta. Segundo "Jesus and the Disinherited" de Howard Thurman (1949), a indiferença aos marginalizados é uma forma de violência estrutural.

O ACÚMULO DE RIQUEZAS COMO IDOLATRIA

O rico vive com luxo e conforto, sem considerar o sofrimento alheio, o que revela um tipo de idolatria às posses e à satisfação pessoal. Jesus frequentemente ensina que o apego aos bens materiais pode corromper o coração e alienar o indivíduo das necessidades do próximo. Nesse sentido, a crítica à idolatria do dinheiro é um ponto central tanto no cristianismo quanto em ideais comunistas. Em "Capital" (1867), Karl Marx descreve como o capital se torna um "deus" que domina os valores humanos e leva à alienação da sociedade.

A JUSTIÇA DIVINA E SOCIAL COMO RESPOSTA

Jesus enfatiza que após a morte, Lázaro é confortado, enquanto o rico sofre, sugerindo uma reversão de papéis. Isso simboliza a justiça divina que restabelece o equilíbrio onde a sociedade falhou. Esse conceito de justiça futura e de reversão dos papéis econômicos está em sintonia com uma crítica comunista ao sistema de classes, onde aqueles em situação de poder exploram os menos favorecidos. Segundo Gustavo Gutiérrez em "Teologia da Libertação" (1971), a justiça divina serve de inspiração para uma justiça social, que exige ações concretas de mudança.

A SOLIDARIEDADE COMO BASE DA VERDADEIRA RIQUEZA

Na ausência de solidariedade, o rico permanece isolado, sem perceber a interconexão entre ele e o pobre à sua porta. Jesus ensina que a verdadeira riqueza não reside na abundância de bens, mas no cuidado e na compaixão. Esse princípio é central ao comunismo, que prega uma economia baseada em necessidades comuns e no valor do bem-estar coletivo. Em "O Manifesto Comunista" (1848), Marx e Engels argumentam que a solidariedade é fundamental para superar a alienação e construir uma sociedade mais justa.

AS CONSEQUÊNCIAS DA NEGLIGÊNCIA SOCIAL

A parábola do Rico e Lázaro termina com o sofrimento do rico, destacando as consequências da negligência para com os necessitados. Jesus sugere que há um preço a ser pago pela falta de empatia e solidariedade, tanto no presente quanto no futuro. A crítica ao modelo de acumulação de riqueza enquanto outros sofrem traz à tona uma ética próxima à crítica comunista, onde a exploração e o privilégio são substituídos pela ideia de compartilhamento justo. Segundo Leonardo Boff em "Jesus Cristo Libertador" (1972), a negligência das necessidades alheias é uma forma de injustiça estrutural que precisa ser superada por uma economia solidária.

A MENSAGEM FINAL: UMA VIDA VOLTADA AO PRÓXIMO

Jesus conclui a parábola enfatizando que aqueles que conhecem a Lei e os Profetas não têm desculpa para ignorar os pobres e necessitados. Isso ressoa com a ideia de um comunismo de Jesus, onde a vida deve ser orientada ao bem coletivo e à justiça. No ensino cristão, como argumenta Richard Horsley em "Jesus and Empire" (2003), o verdadeiro discipulado envolve viver de maneira ética e responsável, engajando-se para eliminar a pobreza e a desigualdade.


BIBLIOGRAFIA

  1. Jesus and the Disinherited – Howard Thurman, 1949.
  2. Capital – Karl Marx, 1867.
  3. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  4. O Manifesto Comunista – Karl Marx e Friedrich Engels, 1848.
  5. Jesus Cristo Libertador – Leonardo Boff, 1972.
  6. Jesus and Empire – Richard Horsley, 2003.
  7. The Politics of Jesus – John Howard Yoder, 1972.
  8. Bread for the World – Arthur Simon, 1975.
  9. The Gospel in a Pluralist Society – Lesslie Newbigin, 1989.
  10. The Cross and the Lynching Tree – James H. Cone, 2011.



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EM OUTRAS PARÁBOLAS

A IGUALDADE DO TRABALHO NA PARÁBOLA DOS TRABALHADORES NA VINHA

Na parábola dos trabalhadores na vinha (Mateus 20:1-16), Jesus apresenta a história de um senhor que paga a todos os trabalhadores a mesma quantia, independentemente de quanto tempo cada um trabalhou. Essa narrativa revela um princípio de justiça que transcende a lógica da meritocracia estrita e valoriza o bem-estar coletivo acima das convenções de "quem merece mais." A partir de uma perspectiva econômica e social, a parábola sugere que todos deveriam ter o suficiente para viver dignamente, o que se alinha com a noção de distribuição equitativa de recursos. Segundo "Parables of Jesus" de David Wenham (1989), essa parábola subverte as expectativas da sociedade sobre mérito e riqueza para propor uma visão mais igualitária de justiça.

A COOPERAÇÃO NA PARÁBOLA DA REDE

A parábola da rede (Mateus 13:47-50) descreve uma rede lançada ao mar que captura todo tipo de peixe, sendo depois feita uma separação entre os bons e os maus. Embora o contexto principal dessa parábola esteja ligado ao julgamento final, a metáfora da rede que recolhe a todos pode ser interpretada como um apelo à unidade e à cooperação, onde todos, independentemente de suas condições, são reunidos na mesma “rede.” Para o comunismo de Jesus, isso significa a construção de uma comunidade inclusiva e cooperativa. Howard Thurman, em "Jesus and the Disinherited" (1949), argumenta que essa inclusão é central para os ensinamentos de Jesus sobre a fraternidade.

A ABUNDÂNCIA COLETIVA NA PARÁBOLA DO FESTIM NUPCIAL

Na parábola do festim nupcial (Mateus 22:1-14), Jesus narra a história de um rei que prepara uma grande festa e convida os marginalizados para se unirem à celebração. Esse convite à mesa, onde a abundância é compartilhada igualmente, simboliza a hospitalidade radical de Jesus, que se opõe ao acúmulo elitista e enfatiza a partilha dos recursos. Para o comunismo de Jesus, essa partilha representa um chamado à abundância coletiva, onde todos têm acesso aos mesmos recursos. Leonardo Boff, em "Jesus Cristo Libertador" (1972), argumenta que a inclusão dos pobres no festim é uma metáfora da luta por uma sociedade mais justa e solidária.

O VALOR DA SOLIDARIEDADE NA PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO

A parábola do Bom Samaritano (Lucas 10:25-37) destaca o valor da solidariedade acima das divisões sociais e étnicas. Nela, Jesus mostra que a verdadeira piedade se revela no cuidado com o próximo, independentemente das diferenças. Na perspectiva do comunismo de Jesus, essa solidariedade ultrapassa fronteiras e preconceitos, promovendo uma ajuda mútua essencial para uma sociedade igualitária. Em "The Politics of Jesus" de John Howard Yoder (1972), Yoder enfatiza que essa parábola ilustra uma ética radical de ajuda ao próximo, essencial para a construção de uma comunidade justa e compassiva.

A RENÚNCIA AO ACÚMULO NA PARÁBOLA DO TESOURO ESCONDIDO

Na parábola do tesouro escondido (Mateus 13:44), Jesus fala de um homem que, ao encontrar um tesouro, vende tudo o que possui para adquiri-lo. Esta parábola não se refere diretamente à riqueza material, mas pode ser interpretada como uma crítica ao apego aos bens. O comunismo de Jesus, a partir dessa perspectiva, propõe que o verdadeiro tesouro não está em posses acumuladas, mas em algo que transcende o material, enfatizando a liberdade em relação à riqueza. Segundo Richard Horsley em "Jesus and Empire" (2003), esse ensino sugere que a lealdade a valores espirituais e comunitários deve prevalecer sobre o desejo de acumulação.

O PERDÃO DAS DÍVIDAS NA PARÁBOLA DO CREDOR INCOMPASSIVO

Na parábola do credor incompassivo (Mateus 18:23-35), Jesus conta a história de um servo perdoado de uma grande dívida que, no entanto, recusa perdoar um pequeno débito de outro. Aqui, Jesus enfatiza a importância do perdão, que se estende à questão das dívidas econômicas. A ideia de perdão de dívidas é central para uma ética de justiça e compaixão que se alinha com a proposta de uma economia onde as relações financeiras não perpetuam a opressão. Segundo Gustavo Gutiérrez em "Teologia da Libertação" (1971), a prática do perdão de dívidas é uma resposta direta às injustiças econômicas e reflete uma sociedade baseada na empatia e na igualdade.


BIBLIOGRAFIA

  1. Parables of Jesus – David Wenham, 1989.
  2. Jesus and the Disinherited – Howard Thurman, 1949.
  3. Jesus Cristo Libertador – Leonardo Boff, 1972.
  4. The Politics of Jesus – John Howard Yoder, 1972.
  5. Jesus and Empire – Richard Horsley, 2003.
  6. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  7. The Cross and the Lynching Tree – James H. Cone, 2011.
  8. The Gospel in a Pluralist Society – Lesslie Newbigin, 1989.
  9. Bread for the World – Arthur Simon, 1975.
  10. Ethics and the New Testament – J.L. Houlden, 1973.



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ENTENDIDO POR ZAQUEU
Lucas 19:1-10

A RENÚNCIA À RIQUEZA COMO ATO DE JUSTIÇA

Zaqueu, ao encontrar-se com Jesus, percebeu que a verdadeira justiça e transformação estavam na renúncia ao apego material. Ao decidir dar metade de seus bens aos pobres (Lucas 19:8), ele abraçou o ensinamento de Jesus sobre a justiça divina e a igualdade social. Esse ato reflete um princípio que ecoa o ideal comunista de distribuição de riquezas, onde os recursos são partilhados para corrigir injustiças sociais. Segundo Leonardo Boff em "Jesus Cristo Libertador" (1972), a mensagem de Jesus é clara em afirmar que a concentração de riqueza é uma barreira ao Reino de Deus, sendo necessária a sua redistribuição para que todos vivam dignamente.

A RESTITUIÇÃO COMO PRINCÍPIO ECONÔMICO E SOCIAL

Além de doar metade de seus bens, Zaqueu também se compromete a restituir quadruplicadamente o que havia obtido injustamente (Lucas 19:8). Esse ato de restituição vai além de uma reparação individual e aponta para um princípio mais amplo de responsabilidade social e econômica. Restituir aos que foram prejudicados representa um compromisso com a justiça, onde os erros econômicos e sociais são corrigidos para que haja equidade. Em "The Politics of Jesus" de John Howard Yoder (1972), a restituição é vista como uma prática que não só repara os danos, mas fortalece a responsabilidade mútua dentro da comunidade.

A RENÚNCIA AO INDIVIDUALISMO

O compromisso de Zaqueu com a justiça ultrapassa a esfera pessoal e se torna um ato de renúncia ao individualismo. Ao abraçar o "comunismo de Jesus", Zaqueu entendeu que a riqueza e o poder não deviam ser acumulados ou centralizados, mas compartilhados em benefício da coletividade. Ao abandonar sua posição de explorador, ele renuncia ao lucro pessoal e adere a uma ética que prioriza o bem coletivo. Howard Thurman, em "Jesus and the Disinherited" (1949), explora essa ideia ao explicar que Jesus defendia um modelo de vida no qual os interesses individuais são subsumidos ao bem comum e à fraternidade.

A AÇÃO IMEDIATA COMO TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

O exemplo de Zaqueu evidencia a importância da ação imediata como resposta à mensagem de Jesus. Zaqueu não apenas admite suas falhas, mas age prontamente para corrigir suas injustiças, demonstrando uma transformação que não se limita ao discurso, mas se expressa em práticas tangíveis. Segundo Richard Horsley em "Jesus and Empire" (2003), a ação concreta de Zaqueu reflete o chamado de Jesus para que a justiça social seja feita aqui e agora, sem adiamento, como um movimento que visa transformar a sociedade pela prática do amor e da justiça.

A PARTILHA E A IGUALDADE ECONÔMICA

Zaqueu, ao distribuir seus bens, adota a prática da partilha como forma de diminuir as desigualdades que havia promovido em sua função de cobrador de impostos. Essa ação está alinhada com a essência do "comunismo de Jesus," onde a igualdade econômica é uma meta central, e todos têm o necessário para viver. O ato de partilhar, conforme explica Gustavo Gutiérrez em "Teologia da Libertação" (1971), é um meio de se aproximar do ideal cristão de igualdade e de buscar um mundo onde as riquezas são vistas como bens comuns a serem distribuídos segundo a necessidade de cada um.

O RECONHECIMENTO DA RIQUEZA COMO UM OBSTÁCULO AO REINO

Zaqueu compreendeu que sua riqueza não só havia sido um meio de exploração, mas também um obstáculo espiritual. No "comunismo de Jesus," a riqueza excessiva é vista como um impedimento à plena comunhão com Deus e com os irmãos. Jesus, ao acolher Zaqueu e transformá-lo, revela que o verdadeiro discípulo é aquele que está disposto a abrir mão dos bens materiais para buscar o Reino de Deus. Em "Jesus and the Disinherited" de Howard Thurman, é ressaltado que o desapego material é um aspecto essencial do ensinamento de Jesus e um passo fundamental para a transformação pessoal e social.


BIBLIOGRAFIA

  1. Jesus Cristo Libertador – Leonardo Boff, 1972.
  2. The Politics of Jesus – John Howard Yoder, 1972.
  3. Jesus and the Disinherited – Howard Thurman, 1949.
  4. Jesus and Empire – Richard Horsley, 2003.
  5. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  6. The Cross and the Lynching Tree – James H. Cone, 2011.
  7. Bread for the World – Arthur Simon, 1975.
  8. Ethics and the New Testament – J.L. Houlden, 1973.
  9. Liberation Theology after the End of History – Daniel M. Bell Jr., 2001.
  10. Reading the Bible with the Damned – Bob Ekblad, 2005.



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VIVIDO PELA IGREJA DE JERUSALÉM
Atos 2:42-47

A COMUNIDADE DOS CRENTES EM JERUSALÉM

A Igreja em Jerusalém, conforme descrito em Atos dos Apóstolos, incorporou princípios que se alinham ao que pode ser chamado de "comunismo de Jesus." Os primeiros cristãos viviam em comunhão, compartilhando tudo o que possuíam. Atos 2:44-45 destaca que "todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum; vendiam suas propriedades e bens e repartiam entre todos, à medida que alguém tinha necessidade." Essa prática de partilha e solidariedade reflete uma compreensão profunda dos ensinamentos de Jesus sobre o amor ao próximo e a igualdade entre os seres humanos, independentemente de sua condição social ou econômica. Segundo John Dominic Crossan, em "The Historical Jesus: The Life of a Mediterranean Jewish Peasant" (1991), Jesus promoveu uma visão de vida em que a divisão social e econômica é superada pela solidariedade.

O DESAFIO AO MATERIALISMO

A atitude da Igreja em Jerusalém também representava um desafio direto ao materialismo e à desigualdade da sociedade da época. Ao vender suas propriedades e bens, os cristãos demonstravam que a verdadeira riqueza não estava nas posses materiais, mas na vida em comunidade e no amor fraternal. Essa ideia é corroborada em Atos 4:32, que diz que "a multidão dos que creram era de um só coração e de uma só alma; e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua." Essa visão contrasta com a mentalidade individualista que predominava na sociedade, e é similar aos conceitos de coletivismo encontrados em correntes comunistas. Segundo Gustavo Gutiérrez em "Teologia da Libertação" (1971), essa prática de compartilhamento é um testemunho do compromisso da comunidade com a justiça social.

A SOLIDARIEDADE COMO VALOR CENTRAL

A solidariedade foi um valor central na prática da Igreja em Jerusalém. A comunidade não apenas cuidava de suas necessidades, mas também se preocupava com os pobres e necessitados fora de suas fileiras. Em Atos 6:1-4, vemos que a igreja se organizou para atender as necessidades das viúvas, demonstrando um compromisso ativo em garantir que ninguém fosse negligenciado. Esse espírito de solidariedade é um princípio fundamental do comunismo, onde a comunidade é responsável pelo bem-estar de todos os seus membros. Segundo Richard Horsley em "Paul and Empire: Religion and Power in Roman Imperial Society" (1997), a solidariedade em comunidades de fé reflete um modelo de vida que é antitético às dinâmicas de poder e exploração típicas das estruturas sociais contemporâneas.

A FÉ EM AÇÃO E A JUSTIÇA SOCIAL

A prática da fé na Igreja em Jerusalém era uma fé em ação, que se manifestava através de iniciativas de justiça social. A comunidade não se limitava a pregar o evangelho; ela vivia os princípios de justiça, igualdade e partilha. Atos 2:46-47 relata que "diariamente perseveravam unânimes no templo e, partindo o pão de casa em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração." Essa abordagem prática da fé reflete o que muitos estudiosos consideram ser a essência do "comunismo de Jesus," onde a vida em comunidade é vista como a realização do Reino de Deus na terra. Segundo Walter Brueggemann em "The Prophetic Imagination" (1978), o profetismo de Jesus estava embutido em ações que promoviam a justiça e a equidade social.

A CONTRIBUIÇÃO PARA A IGUALDADE SOCIAL

O exemplo da Igreja em Jerusalém também destaca a busca pela igualdade social. A prática de partilhar bens e cuidar dos necessitados era uma forma de romper com as barreiras sociais e econômicas. Essa igualdade se reflete em Tiago 2:1-4, que adverte contra a discriminação de ricos sobre pobres, indicando que todos são iguais diante de Deus. Esse ideal é intrínseco ao comunismo, que busca a eliminação de classes sociais e a promoção de um mundo mais justo e igualitário. Em "A Theology of Liberation" (1971), Gutierrez enfatiza que a verdadeira igualdade não pode ser alcançada sem um comprometimento profundo com as necessidades dos mais pobres e marginalizados.

A VISÃO ESCATOLÓGICA E O REINO DE DEUS

A prática comunitária da Igreja em Jerusalém também estava ligada à visão escatológica do Reino de Deus. Os primeiros cristãos acreditavam que a vinda do Reino estava próxima e que a vida em comunidade deveria refletir essa realidade. Em Mateus 25:34-40, Jesus ensina que o tratamento dado aos necessitados é um reflexo de como tratamos a Ele. Essa visão escatológica encorajava a prática do bem e a busca pela justiça social, reforçando a ideia de que o "comunismo de Jesus" é uma antecipação do Reino de Deus. Segundo N.T. Wright em "Simply Jesus: A New Vision of Who He Was, What He Did, and Why He Matters" (2011), a vida em comunidade proposta por Jesus não é apenas um ideal ético, mas um reflexo da realidade que Deus deseja estabelecer na terra.


BIBLIOGRAFIA

  1. The Historical Jesus: The Life of a Mediterranean Jewish Peasant – John Dominic Crossan, 1991.
  2. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  3. Paul and Empire: Religion and Power in Roman Imperial Society – Richard Horsley, 1997.
  4. The Prophetic Imagination – Walter Brueggemann, 1978.
  5. A Theology of Liberation – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  6. Simply Jesus: A New Vision of Who He Was, What He Did, and Why He Matters – N.T. Wright, 2011.
  7. Jesus and the Disinherited – Howard Thurman, 1949.
  8. Jesus and Empire: The Kingdom of God and the New World Disorder – Richard A. Horsley, 2003.
  9. The Politics of Jesus – John Howard Yoder, 1972.
  10. The Radical Sayings of Jesus – Robert Funk, 1998.



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MENCIONADO POR TIAGO

A PERSPECTIVA DE TIAGO SOBRE A INJUSTIÇA SOCIAL

Na carta de Tiago, o autor aborda de forma incisiva a relação entre ricos e pobres, destacando a exploração que os trabalhadores frequentemente sofrem nas mãos dos poderosos. Tiago 5:1-6 é uma passagem emblemática onde ele alerta os ricos sobre a condenação que os aguarda devido à opressão e exploração dos trabalhadores. Essa abordagem reflete o que pode ser chamado de "comunismo de Jesus," onde a preocupação com a justiça social é central. Segundo Gustavo Gutiérrez, em "Teologia da Libertação" (1971), essa preocupação com os marginalizados é uma expressão da fé cristã que se opõe às estruturas de opressão e exploração.

O CHAMADO À EQUIDADE

Tiago enfatiza que todos são iguais perante Deus, independentemente de sua posição social. Em Tiago 2:1-4, ele adverte contra o favoritismo que pode surgir na comunidade cristã, ao receber os ricos de maneira especial enquanto se despreza os pobres. Essa equidade entre os membros da comunidade é um princípio fundamental do comunismo, que busca eliminar as barreiras sociais e promover a justiça. O autor destaca que essa visão é coerente com os ensinamentos de Jesus, que pregava a inclusão e o amor ao próximo, independente de suas posses. Segundo N.T. Wright, em "Simply Jesus" (2011), o Reino de Deus é um espaço de inclusão, onde todos têm valor.

A DENÚNCIA DA EXPLOTAÇÃO

Tiago vai além ao denunciar a exploração dos trabalhadores, afirmando que os ricos acumulam riquezas às custas da justiça. Tiago 5:4 diz: "Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que por vós foi retido, clama, e os clamores dos que cegaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos." Essa declaração evidencia a injustiça econômica que os ricos perpetuam ao não pagarem salários justos. O conceito de "comunismo de Jesus" se alinha com essa ideia de justiça, onde a exploração é completamente inaceitável. Segundo Richard Horsley em "Paul and Empire" (1997), a exploração dos trabalhadores é uma questão central na ética do Novo Testamento.

O DEVER DE CUIDAR DOS NECESSITADOS

A mensagem de Tiago também reflete um chamado à ação em favor dos necessitados. Ele enfatiza que a verdadeira fé se manifesta em ações concretas que promovem a justiça e a solidariedade. Tiago 1:27 afirma: "A religião pura e sem mácula para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo." Essa perspectiva sugere que a vida em comunidade deve ser marcada pelo cuidado e pela responsabilidade mútua, em consonância com o que é promovido no comunismo, onde o bem-estar coletivo é uma prioridade. Segundo Walter Brueggemann em "The Prophetic Imagination" (1978), a ação em favor dos marginalizados é uma expressão da profecia social de Jesus.

A RIQUEZA COMO RESPONSABILIDADE

Tiago destaca que a riqueza não é um fim em si mesma, mas uma responsabilidade que deve ser administrada com justiça. Em Tiago 4:13-17, ele critica a atitude de aqueles que fazem planos de enriquecimento sem considerar o bem-estar dos outros. Esse entendimento reflete uma visão de economia que valoriza a coletividade em vez do acúmulo individual, um princípio fundamental do "comunismo de Jesus." O autor também reconhece que a verdadeira liberdade e prosperidade não podem ser alcançadas enquanto houver exploração e desigualdade. Segundo John Dominic Crossan, em "The Historical Jesus" (1991), a vida em comunidade deve ser guiada pela ética do amor e da responsabilidade social.

A VIVÊNCIA DO REINO DE DEUS

Por fim, Tiago convida os cristãos a viverem como cidadãos do Reino de Deus, que é caracterizado por justiça, equidade e compaixão. A prática do amor ao próximo, como ensinou Jesus, deve ser a base das relações na comunidade. Tiago 2:8 ressalta: "Se, porém, cumprirdes a lei régia, segundo a Escritura: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis." Esse chamado à vivência do amor e à promoção da justiça social se alinha diretamente com o conceito de "comunismo de Jesus," onde a vida comunitária é uma expressão da graça e do amor de Deus. Segundo N.T. Wright, em "The Challenge of Jesus" (1999), o Reino de Deus é uma realidade que deve ser vivida no presente, refletindo os valores do amor e da justiça.


BIBLIOGRAFIA

  1. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  2. Simply Jesus – N.T. Wright, 2011.
  3. Paul and Empire: Religion and Power in Roman Imperial Society – Richard Horsley, 1997.
  4. The Prophetic Imagination – Walter Brueggemann, 1978.
  5. The Historical Jesus: The Life of a Mediterranean Jewish Peasant – John Dominic Crossan, 1991.
  6. The Challenge of Jesus – N.T. Wright, 1999.
  7. Jesus and the Disinherited – Howard Thurman, 1949.
  8. The Politics of Jesus – John Howard Yoder, 1972.
  9. The Radical Sayings of Jesus – Robert Funk, 1998.
  10. A Theology of Liberation: History, Politics, and Salvation – Gustavo Gutiérrez, 1988.



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ENSINADO PELOS APÓSTOLOS

A PRÁTICA COMUNITÁRIA DOS APOSTÓLOS

Os apóstolos, como seguidores diretos de Jesus, herdaram e perpetuaram seus ensinamentos, entre os quais está uma visão de comunidade que se alinha com o que pode ser chamado de "comunismo de Jesus." Em Atos 2:44-45, lemos que "todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum; vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo a necessidade de cada um." Esta prática de partilha e solidariedade reflete uma organização social que prioriza o bem-estar coletivo em detrimento do acúmulo individual de riqueza. Essa abordagem é um exemplo claro de como os apóstolos internalizaram o mandamento de Jesus de amar ao próximo, promovendo uma comunidade onde as necessidades de todos eram atendidas.

A IGUALDADE ENTRE OS CRENTES

A mensagem de igualdade e dignidade entre todos os crentes é uma característica marcante dos ensinamentos dos apóstolos. Paulo, em Gálatas 3:28, afirma: "Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." Essa visão radical de igualdade se opõe às hierarquias sociais e econômicas da época, promovendo uma nova ordem social onde a riqueza e a posição não determinam o valor de uma pessoa. Segundo Richard Hays, em "The Moral Vision of the New Testament" (1996), essa passagem evidencia a radicalidade da mensagem cristã, que busca romper com as divisões sociais.

A RESPONSABILIDADE DOS RICOS

Os apóstolos também enfatizaram a responsabilidade dos ricos em relação aos pobres. Em 1 Timóteo 6:17-19, Paulo instrui os ricos a não serem orgulhosos e a serem generosos, "fazendo bem, sendo ricos em boas obras, prontos a repartir." Este chamado à generosidade reflete uma ética que desafia a acumulação egoísta e a exploração, propondo um uso responsável e altruísta da riqueza. Segundo Walter Brueggemann em "The Prophetic Imagination" (1978), essa mensagem é uma crítica direta ao capitalismo e à exploração, promovendo um modo de vida que busca o bem-estar coletivo.

A PRÁTICA DA SOLIDARIEDADE

Os apóstolos continuaram a prática da solidariedade em suas comunidades. Em Atos 4:32-35, é relatado que "a multidão dos que creram era de um só coração e uma só alma; e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria." Essa solidariedade prática demonstra um compromisso com o bem-estar dos outros, enfatizando que a propriedade individual deve ser compartilhada para atender às necessidades coletivas. Segundo Peter Stuhlmacher, em "The Promise of the Future" (1996), essa prática se alinha com os ensinamentos de Jesus, que enfatizavam a importância do amor ao próximo.

A JUSTIÇA COMO FUNDAMENTO DO REINO

Os apóstolos pregaram a justiça social como um componente essencial do Reino de Deus. Em Lucas 4:18-19, Jesus cita Isaías ao afirmar que foi ungido para "pregar boas novas aos pobres, proclamar liberdade aos presos, e dar vista aos cegos." Esta missão é amplamente ecoada pelos apóstolos, que entendem a pregação do evangelho como um chamado à justiça e à transformação social. A justiça, nesse contexto, implica uma distribuição equitativa dos recursos e uma luta contra a opressão. Segundo Gustavo Gutiérrez, em "Teologia da Libertação" (1971), a missão da igreja deve ser centrada na promoção da justiça social.

A PROMOÇÃO DA ESPERANÇA COMUM

Por fim, os apóstolos comunicaram uma esperança comum que transcende as divisões sociais e econômicas. Em Romanos 15:13, Paulo deseja que "o Deus da esperança vos encha de todo o prazer e paz na vossa fé, para que abundeis em esperança pelo poder do Espírito Santo." Essa esperança é uma promessa de que, através da prática da justiça e da solidariedade, a comunidade cristã pode se tornar um reflexo do Reino de Deus na terra. Essa visão de esperança coletiva é fundamental para o "comunismo de Jesus," onde a transformação social é possível através do amor e da compaixão. Segundo N.T. Wright, em "Simply Jesus" (2011), a esperança do Reino de Deus é um chamado para todos os cristãos viverem de forma a transformar a sociedade.


BIBLIOGRAFIA

  1. The Moral Vision of the New Testament – Richard Hays, 1996.
  2. The Prophetic Imagination – Walter Brueggemann, 1978.
  3. The Promise of the Future – Peter Stuhlmacher, 1996.
  4. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  5. Simply Jesus – N.T. Wright, 2011.
  6. Paul and Empire: Religion and Power in Roman Imperial Society – Richard Horsley, 1997.
  7. Jesus and the Disinherited – Howard Thurman, 1949.
  8. The Politics of Jesus – John Howard Yoder, 1972.
  9. The Radical Sayings of Jesus – Robert Funk, 1998.
  10. The Challenge of Jesus – N.T. Wright, 1999.



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ENSINADO POR PAULO

A COMUNIDADE DOS CRENTES

Paulo, em seus ensinamentos, refletiu o que pode ser chamado de "comunismo de Jesus" ao promover a ideia de uma comunidade cristã unida, onde os membros compartilham seus bens e se ajudam mutuamente. Em Atos 4:32-35, vemos que "a multidão dos que creram era de um só coração e uma só alma; e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria." Essa prática de partilha e solidariedade reflete uma ética que prioriza o bem-estar coletivo, alinhando-se aos ensinamentos de Jesus sobre amor e cuidado ao próximo. Richard Hays, em "The Moral Vision of the New Testament" (1996), argumenta que essa comunidade é uma expressão do Reino de Deus, onde os valores de justiça e igualdade são fundamentais.

A IGUALDADE EM CRISTO

Um dos principais entendimentos de Paulo sobre o "comunismo de Jesus" é a promoção da igualdade entre todos os crentes. Em Gálatas 3:28, Paulo declara: "não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." Essa afirmação desafia as divisões sociais e econômicas da época, enfatizando que todos têm valor igual diante de Deus. Essa perspectiva é radical e subverte as normas sociais do mundo greco-romano, conforme discute John Howard Yoder em "The Politics of Jesus" (1972). A igualdade que Paulo prega é um passo vital em direção a uma comunidade onde a riqueza e o status não definem o valor das pessoas.

A RESPONSABILIDADE DOS RICOS

Paulo também aborda a responsabilidade dos ricos em relação aos pobres. Em 1 Timóteo 6:17-19, ele orienta os ricos a não serem arrogantes, mas a serem generosos e prontos a repartir. Ele diz que "façam bem, sejam ricos em boas obras, prontos a repartir, generosos." Essa chamada à generosidade reflete uma visão de economia baseada na solidariedade e na partilha, desafiando a cultura da acumulação e do egoísmo. Segundo Walter Brueggemann, em "The Prophetic Imagination" (1978), essa ética de generosidade é um reflexo dos ensinamentos de Jesus, que sempre enfatizou a importância de cuidar dos necessitados.

A JUSTIÇA SOCIAL COMO MISSÃO

A missão de Paulo estava intimamente ligada à ideia de justiça social. Em Romanos 15:26-27, ele menciona a coleta para os pobres da igreja em Jerusalém, afirmando que "é do dever dos gentios prestar assistência aos santos." Essa coleta não era apenas uma questão de caridade, mas uma ação de justiça social que unia as comunidades cristãs de diferentes origens. A solidariedade entre crentes ricos e pobres, bem como entre judeus e gentios, é central na teologia de Paulo. Gustavo Gutiérrez, em "Teologia da Libertação" (1971), argumenta que essa prática se alinha com a missão de Jesus de promover a justiça e cuidar dos marginalizados.

A PRÁTICA DA SOLIDARIEDADE

Paulo também enfatizou a prática da solidariedade entre os membros da igreja. Em 2 Coríntios 8:13-15, ele expressa a ideia de que "não deve haver desigualdade entre vocês, mas que haja igualdade." Ele encoraja os ricos a ajudar os necessitados, criando uma comunidade onde todos têm suas necessidades atendidas. Esta prática de solidariedade reflete a visão de Jesus de uma comunidade unida, onde o amor e a generosidade prevalecem. Peter Stuhlmacher, em "The Promise of the Future" (1996), destaca que essa solidariedade é uma expressão concreta do amor cristão que Jesus ensinou.

A ESPERANÇA NO REINO DE DEUS

Finalmente, Paulo promoveu a esperança no Reino de Deus como a base de sua teologia. Em Romanos 8:18-21, ele fala sobre a criação esperando ansiosamente pela revelação dos filhos de Deus, sugerindo uma visão de renovação e transformação social. Essa esperança não é apenas individual, mas coletiva, e implica uma transformação das estruturas sociais e econômicas que perpetuam a desigualdade. N.T. Wright, em "Simply Jesus" (2011), enfatiza que a mensagem do evangelho traz uma esperança que deve se manifestar em ações concretas em favor da justiça e da solidariedade, ecoando os ensinamentos de Jesus sobre o Reino de Deus.


BIBLIOGRAFIA

  1. The Moral Vision of the New Testament – Richard Hays, 1996.
  2. The Politics of Jesus – John Howard Yoder, 1972.
  3. The Prophetic Imagination – Walter Brueggemann, 1978.
  4. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  5. The Promise of the Future – Peter Stuhlmacher, 1996.
  6. Simply Jesus – N.T. Wright, 2011.
  7. Paul and Empire: Religion and Power in Roman Imperial Society – Richard Horsley, 1997.
  8. Jesus and the Disinherited – Howard Thurman, 1949.
  9. The Radical Sayings of Jesus – Robert Funk, 1998.
  10. The Challenge of Jesus – N.T. Wright, 1999.



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E ATÉ NO ANTIGO TESTAMENTO

A REVELAÇÃO DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO

O Antigo Testamento apresenta uma visão clara de justiça social e cuidado com os necessitados que ressoa com o que pode ser chamado de "comunismo de Jesus". Em Deuteronômio 15:7-8, encontramos a instrução de que "se houver entre vós algum pobre, de um de teus irmãos, na qualquer das tuas cidades, na terra que o Senhor teu Deus te dá, não endurecerás o coração, nem fecharás a mão para o teu irmão pobre." Essa preocupação com os marginalizados estabelece uma base moral que Jesus herda e amplifica em seu ministério, enfatizando o amor ao próximo e a solidariedade. John Goldingay, em "Old Testament Theology: Israel's Gospel" (2009), argumenta que a justiça social é um tema central na revelação de Deus ao longo do Antigo Testamento. O lamentável é o espírito supremacista em relação a outras nações, já que seguindo o Jeová entendido por Moisés, a visão de Jesus, de um Deus que ama a todas as pessoas, sem acepção alguma, eles não conseguiam ter, o que ocorre até nossos dias.

A LEI COMO INSTRUMENTO DE JUSTIÇA

As leis entendidas por Moisés, como dadas por Jeová ao povo de Israel, especialmente as contidas em Levítico e Deuteronômio, foram projetadas para promover uma sociedade justa e equitativa entre eles, o povo escolhido (título rejeitado por Jesus em João 8:44). Em Levítico 25:35-36, é dito que "se o teu irmão empobrecer e as suas forças vacilarem, então o ampararás, como um estrangeiro e peregrino; para que viva contigo." Essas orientações mostram que a riqueza deve ser usada para apoiar aqueles que estão em necessidade. Essa mensagem é ecoada por Jesus em Mateus 25:40, onde Ele identifica-se com os necessitados, dizendo: "em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes." A relação entre a Lei, nestes pontos, e a prática de Jesus é explorada por Walter Brueggemann em "The Covenanted Self" (1999), que discute a intenção de Deus em estabelecer uma comunidade baseada na justiça, não só com aquele povo, mas com toda humanidade.

O ANSEIO PELO REINO DE DEUS

A expectativa messiânica do Antigo Testamento também está ligada ao conceito de justiça e igualdade social, que é central nos ensinamentos de Jesus. Em Isaías 61:1-2, é profetizado que o Messias "pregar aos pobres" e "curar os quebrantados de coração", dentro de uma visão supremacista, só para o povo de Israel, desconsiderando os demais povos como contrários a Jeová. Essa visão de um Reino onde os necessitados são atendidos se alinha diretamente com o ministério de Jesus. Ele inicia sua pregação com a mensagem de boas novas aos pobres (Lucas 4:18), sinalizando que o Reino de Deus traz transformação social e econômica. Richard Hays, em "The Moral Vision of the New Testament" (1996), argumenta que essa continuidade entre o Antigo e o Novo Testamento reflete o plano divino de restaurar a dignidade humana.

O CUIDADO COM O POBRE E O EXCLUÍDO

Os profetas do Antigo Testamento frequentemente clamavam por justiça social e criticavam a opressão dos pobres; claro, entre eles, os hebreus. Em Amós 5:24, lemos: "antes, corra o juízo como as águas e a justiça, como um ribeiro impetuoso." Essa ênfase na justiça está presente na mensagem de Jesus, que confronta as injustiças sociais e denuncia a hipocrisia dos poderosos. A prática de cuidar dos pobres e oprimidos é uma característica marcante da mensagem de Jesus, conforme é destacado em Mateus 11:5: "os pobres têm o evangelho pregado." Esse alinhamento entre a mensagem dos profetas e a de Jesus é abordado por Gustavo Gutiérrez em "Teologia da Libertação" (1971), que explora a relevância dos ensinamentos bíblicos na luta contra a opressão.

O PARTILHAR DOS BENS

A ideia de partilha e generosidade, presente no Antigo Testamento, também ressoa com o comunismo de Jesus. Em Êxodo 16, a narrativa do maná no deserto enfatiza que Deus proveu para todos, e a coleta deveria ser igual, sem que ninguém acumulasse mais do que precisava. Essa prática de compartilhar recursos é refletida na comunidade cristã primitiva em Atos 2:44-45, onde "todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum; e vendiam suas propriedades e bens e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade." A continuidade desse princípio de generosidade entre as tradições é discutida por Richard Horsley em "Paul and Empire: Religion and Power in Roman Imperial Society" (1997), que destaca a implicação social das práticas cristãs.

O AMOR AO PRÓXIMO COMO FUNDAMENTO

Finalmente, o mandamento de amar ao próximo, fundamental no Antigo Testamento, é reafirmado por Jesus como o maior mandamento (Mateus 22:37-40). Em Levítico 19:18, é escrito: "não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo, mas amarás o teu próximo como a ti mesmo." Essa ética de amor e cuidado reflete um princípio que pode ser associado ao comunismo de Jesus, onde a promoção do bem-estar coletivo é prioritária. A interconexão entre a lei do amor e a prática social é analisada por N.T. Wright em "Simply Jesus" (2011), que enfatiza que a missão de Jesus é restaurar as relações sociais através do amor.


BIBLIOGRAFIA

  1. Old Testament Theology: Israel's Gospel – John Goldingay, 2009.
  2. The Covenanted Self – Walter Brueggemann, 1999.
  3. The Moral Vision of the New Testament – Richard Hays, 1996.
  4. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  5. Paul and Empire: Religion and Power in Roman Imperial Society – Richard Horsley, 1997.
  6. Simply Jesus – N.T. Wright, 2011.
  7. God's Politics: Why the Right Gets It Wrong and the Left Doesn't Get It – Jim Wallis, 2005.
  8. Jesus and the Disinherited – Howard Thurman, 1949.
  9. The Prophetic Imagination – Walter Brueggemann, 1978.
  10. A New Kind of Christian – Brian McLaren, 2001.



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POR QUE PERDEU-SE ESTE FOCO

A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO CRISTIANISMO

Um dos motivos fundamentais que levaram o cristianismo a perder o foco no que se pode chamar de "comunismo de Jesus" foi a institucionalização da fé. Após o Édito de Milão em 313 d.C., que legalizou o cristianismo no Império Romano, a religião passou a ser cooptada pelo poder político. A partir desse momento, a ênfase na comunidade e na igualdade social foi gradualmente substituída por uma estrutura hierárquica que priorizava a manutenção do poder e da influência. Essa transformação é discutida por Diarmaid MacCulloch em "Christianity: The First Three Thousand Years" (2011), que explora como a política e a religião se entrelaçaram ao longo da história.

A TEORIA DO RICO E DO POBRE

A passagem de Mateus 19:24, onde Jesus afirma que "é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus", reflete uma clara crítica ao acúmulo de riquezas. Entretanto, à medida que a Igreja se tornava uma entidade poderosa, essa mensagem foi reinterpretada ou minimizada. Os líderes da Igreja começaram a justificar a riqueza e a opressão como parte da ordem divina, esquecendo o compromisso original de cuidar dos necessitados. O autor Timothy Keller, em "Jesus, Justice, and Diverse Community" (2010), argumenta que a mensagem social de Jesus foi frequentemente eclipsada por uma ênfase na espiritualidade individual e na salvação pessoal.

O IMPACTO DA ESCOLA DE ANTIOQUIA

Outro fator que contribuiu para a perda do foco no comunismo de Jesus foi a influência da Escola de Antioquia, que enfatizava uma abordagem alegórica das Escrituras e uma teologia centrada na salvação pessoal. Essa visão teológica se distanciou das preocupações sociais e econômicas do Evangelho, promovendo uma interpretação que priorizava a salvação individual em detrimento do cuidado comunitário. A obra de John Stott, "The Contemporary Christian" (1992), discute como essa mudança de foco teve repercussões significativas no entendimento cristão da justiça social.

A TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

No século XX, o surgimento da Teologia da Prosperidade trouxe uma nova ênfase na riqueza material como sinal de bênção divina. Essa perspectiva se distancia radicalmente do ensinamento de Jesus sobre o desapego às posses e a solidariedade com os pobres. Em Lucas 6:24, Jesus adverte: "Mas, ai de vós, ricos! porque tendes a vossa consolação." O apóstolo Paulo, em 1 Timóteo 6:9-10, também avisa sobre os perigos da busca por riquezas, dizendo que "os que querem ficar ricos caem em tentação". A crítica a essa teologia é abordada por Jim Wallis em "God's Politics" (2005), que destaca a necessidade de um retorno ao compromisso social da fé cristã.

O DISTANCIAMENTO DO ENSINO SOCIAL

Ao longo dos séculos, o cristianismo também se distanciou de seu ensino social original devido a uma crescente ênfase em questões de doutrina e moral pessoal. A Igreja passou a se concentrar em questões teológicas, muitas vezes negligenciando as implicações sociais dos ensinamentos de Jesus. A mensagem de amor ao próximo e de cuidado com os pobres, tão central nos Evangelhos, foi relegada a um segundo plano. O livro "The Church and the Poor" de John Stott (1977) explora essa desconexão e propõe um retorno à prática da justiça social.

A REFORMA PROTESTANTE E O INDIVIDUALISMO

A Reforma Protestante do século XVI, enquanto promovia a liberdade religiosa e a leitura pessoal das Escrituras, também contribuiu para um foco crescente no individualismo. A ideia de salvação pela fé levou muitos a enfatizarem a relação pessoal com Deus em detrimento das preocupações comunitárias. Embora a Reforma tenha restaurado muitos princípios bíblicos, ela também, em algumas correntes, diminuiu a ênfase nas responsabilidades sociais. Este fenômeno é discutido por Alister McGrath em "Reformation Thought: An Introduction" (2012), que analisa como o individualismo moldou a teologia protestante.

A ASCENSÃO DO CAPITALISMO

A ascensão do capitalismo, particularmente na era moderna, também teve um impacto profundo na relação entre o cristianismo e o comunismo de Jesus. A lógica do mercado e a busca pelo lucro frequentemente contrariam os ensinamentos de solidariedade e partilha. O apóstolo Paulo, em Romanos 12:13, exorta os cristãos a "contribuir para as necessidades dos santos", um princípio que é frequentemente ignorado em sociedades capitalistas. A crítica ao capitalismo e suas implicações sociais é explorada por Michael Walzer em "Spheres of Justice" (1983), que discute a justiça distributiva e suas falhas.

A DEFORMAÇÃO DO DISCURSO CRISTÃO

A polarização política e ideológica também deformou o discurso cristão, desviando-o das preocupações com a justiça social. Em muitos contextos, o cristianismo foi utilizado como ferramenta para justificar desigualdades e opressão. Em Tiago 5:1-6, a crítica aos ricos e à exploração dos trabalhadores é clara, mas muitas igrejas modernas evitam esse tipo de mensagem. O autor Tony Campolo, em "The Rich and the Rest of Us" (2012), argumenta que a Igreja deve recuperar sua voz profética contra a injustiça social.

A INFLUÊNCIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS ATUAIS

Apesar da perda do foco original, diversos movimentos sociais e grupos dentro da Igreja contemporânea têm buscado resgatar os princípios de justiça e igualdade que Jesus pregou. A Teologia da Libertação, por exemplo, ressalta a necessidade de se engajar ativamente na luta contra a opressão e a pobreza, resgatando a mensagem social do Evangelho. Essa perspectiva é analisada por Leonardo Boff em "Teologia da Libertação: Perspectivas" (1992), que discute a relevância do compromisso social na atualidade.

O RETORNO À MENSAGEM ORIGINAL

A necessidade de um retorno à mensagem original de Jesus sobre o cuidado com os pobres e a promoção da justiça social é mais relevante do que nunca. Em Mateus 25:40, Jesus ensina que a verdadeira religiosidade se manifesta em ações concretas em favor dos necessitados. O chamado à ação é claro e, embora o cristianismo tenha se desviado de seus princípios iniciais, ainda existem oportunidades para a Igreja se reconectar com sua missão de amor e solidariedade. Richard Rohr, em "The Universal Christ" (2019), argumenta que a verdadeira essência do cristianismo deve ser vivida em ações de justiça e amor ao próximo.


BIBLIOGRAFIA

  1. Christianity: The First Three Thousand Years – Diarmaid MacCulloch, 2011.
  2. Jesus, Justice, and Diverse Community – Timothy Keller, 2010.
  3. The Contemporary Christian – John Stott, 1992.
  4. Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971.
  5. The Church and the Poor – John Stott, 1977.
  6. Reformation Thought: An Introduction – Alister McGrath, 2012.
  7. Spheres of Justice – Michael Walzer, 1983.
  8. The Rich and the Rest of Us – Tony Campolo, 2012.
  9. Teologia da Libertação: Perspectivas – Leonardo Boff, 1992.
  10. The Universal Christ – Richard Rohr, 2019.




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1, de Novembro, de 2024
DESAPEGO E RENÚNCIA 
Inspirado em Mateus 19:21, sobre o jovem rico que Jesus chamou a desapegar-se de suas posses.
POESIA E MÚSICA
musica2
.
*POESIA & ARGUMENTOS*
.
I
Quero viver sem acúmulos vãos,
Seguir o Mestre em simplicidade,
Abrir-me em amor, de mãos e coração,
Servindo ao próximo, na liberdade.

II
Renuncio ao peso do ter e do mais,
Pois sei que a paz nasce no doar,
De Jesus aprendi: quem divide é capaz
De a todos juntos abençoar.

III
O jovem rico hesitou ao chamar,
Mas Cristo mostrou o caminho seguro:
Deixar para trás o que pode atar,
E andar leve, em um amor puro.

IV
Ser do comunismo do Cristo de luz,
Do que doa, partilha e acolhe irmão,
Em cada encontro que ele conduz,
Estendendo ao mundo essa comunhão.

V
Posso então dizer, com paz verdadeira,
Que o bem do outro é a minha missão,
Pois quem dá ao mundo a sua bandeira,
Recebe do céu a mais justa porção.
.
.
2. O CONVITE DE CRISTO EM MATEUS 19:21

Em Mateus 19:21, Jesus convida o jovem rico a renunciar suas posses e doar aos pobres, prometendo-lhe "um tesouro nos céus". Esse chamado não era apenas uma prova de fé pessoal, mas um apelo profundo para priorizar o bem coletivo e a justiça acima da riqueza material. Para os seguidores de Cristo, inclusive nós, esse convite propõe um novo valor: aquele que transcende o possuir, movendo-se em direção à partilha e ao cuidado com o próximo. Esse ensino revela um amor que vê a riqueza não como um fim, mas como um meio para construir uma sociedade onde cada um, desapegado, busca o bem-estar de todos. Para Jesus, ao dividir, estamos acolhendo o verdadeiro sentido da riqueza: a capacidade de enriquecer vidas ao nosso redor.
.
3. CITAÇÃO DE KARL MARX

Karl Marx, em sua obra, observa que "o poder do capital diminui a capacidade do homem de ver a si mesmo no outro." Essa citação aborda o impacto do materialismo e da posse sobre a visão humana, mostrando como o apego ao capital pode ofuscar a empatia e o dever social. Marx propõe que, em um sistema onde o capital é distribuído coletivamente, cada indivíduo é capaz de agir em favor do bem comum. Tal conceito ressoa com o convite de Jesus ao jovem rico para abandonar as posses em favor de algo maior e mais pleno: a riqueza que vem da conexão com os outros e do compromisso com a justiça. Tanto Jesus quanto Marx, em suas próprias abordagens, parecem propor um sistema onde o valor humano está na partilha e na união.
.
.
4. BIBLIOGRAFIA

Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971
"Explora a ligação entre o cristianismo e a justiça social como caminho de libertação e de serviço ao próximo."

The Universal Christ – Richard Rohr, 2019
"Destaca o chamado de Jesus para uma vida de desapego e partilha como o coração da fé."

The Contemporary Christian – John Stott, 1992
"Um convite ao cristão moderno para viver a fé com base na partilha e no serviço social."

Rich Christians in an Age of Hunger – Ron Sider, 1977
"Questiona o acúmulo de riquezas em contraste com a pobreza, propondo uma mudança na relação com os bens."

Jesus and the Disinherited – Howard Thurman, 1949
"Explora o chamado de Jesus para servir ao próximo e questiona o valor da riqueza para os seguidores de Cristo."

Where Do We Go from Here: Chaos or Community? – Martin Luther King Jr., 1967
"Enfatiza a necessidade de um compromisso com a justiça social, inspirado nos ensinamentos de Jesus."




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2, de Novembro, de 2024
A COMPARTILHAR A HERANÇA
 - Lucas 12:13-15, refletindo sobre a busca por justiça econômica entre irmãos.
POESIA E MÚSICA
musica2
.
*POESIA & ARGUMENTOS*
.
I
Quero a justiça em cada irmão,
Partir o pão sem apego ao ter,
Viver a paz da comunhão,
No amor sincero que faz crescer.

II
De Cristo aprendo o repartir,
A herança igual, para abençoar,
Pois quem ao próximo faz sorrir
Traz paz e vida ao seu próprio lar.
.
III
Não é no acúmulo que vou achar
A força pura de um coração,
Mas no gesto de compartilhar,
Que ao mundo traz renovação.
.
IV
A ambição não deve nos guiar,
Mas o amor de um justo olhar,
Que vê no outro um lar, um par,
E, ao dividir, faz Deus reinar.
.
V
Do comunismo de Jesus serei,
Na herança ampla e sem final,
E no que ao irmão oferecerei
Estará o bem universal.
.
2. A CITAÇÃO BÍBLICA COMO UM CONVITE DE CRISTO

Em Lucas 12:13-15, ao recusar-se a ser árbitro de heranças, Jesus aponta para o perigo da cobiça e da disputa por posses, afirmando: "A vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui." Aqui, Cristo nos chama a buscar valores que ultrapassam o materialismo, sugerindo que o verdadeiro valor está na união e na justiça. Esse convite é para que, como seguidores, também abramos mão do acúmulo egoísta e valorizemos o bem-estar do coletivo. Ele nos ensina a sermos guardiões de nossos irmãos, ajudando a distribuir os recursos de forma justa e a promover a paz por meio da partilha, para o benefício de todos.
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3. CITAÇÃO DE KARL MARX SOBRE O TEMA

Karl Marx, ao refletir sobre a divisão de riqueza e justiça, afirma: "A história de toda sociedade existente é a história da luta de classes." Ele vê na concentração de riqueza a causa de divisões e injustiças sociais, entendendo que o acúmulo leva inevitavelmente à exploração. Essa análise se alinha ao ensino de Jesus sobre o risco da ganância e da desigualdade, sugerindo que uma sociedade justa é aquela que valoriza a partilha e o bem coletivo. Para Marx, a verdadeira paz e justiça só podem surgir de uma estrutura social onde as riquezas sejam compartilhadas, um conceito que ecoa o ensinamento de Jesus em Lucas, onde a paz e a união surgem no ato de compartilhar.
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4. BIBLIOGRAFIA

O Capital – Karl Marx, 1867
"Analisa o impacto da acumulação de capital sobre a divisão de classes e as estruturas sociais."

Riqueza e Misericórdia: Reflexões sobre o Capital e o Evangelho – Ronald J. Sider, 1994
"Uma reflexão sobre a busca por justiça econômica e o chamado bíblico para a partilha."

Justiça Generosa – Timothy Keller, 2010
"Examina a relação entre o Evangelho e a responsabilidade cristã de cuidar dos pobres e necessitados."

A Bíblia e a Justiça – James Innell Packer, 2005
"Explora como o tema da justiça é central na mensagem bíblica."

Evangelho e Luta de Classes – Gustavo Gutiérrez, 1983
"Analisa a relação entre a doutrina cristã e a luta social, destacando o papel da partilha."

The New Testament and the People of God – N.T. Wright, 1992
"Investiga o contexto histórico do Novo Testamento e os ensinamentos de Jesus sobre justiça e comunhão."





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3, de Novembro, de 2024
O JUIZ DOS POBRES E OPRIMIDOS
Salmos 9:9-10, mostrando Deus como protetor dos desfavorecidos.
POESIA E MÚSICA

música1
musica2
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*POESIA & ARGUMENTOS*
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I
No abrigo justo quero estar,
Onde Deus é refúgio fiel.
Para os pobres vem governar,
Com graça e amor que vêm do céu.
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II
Comunismo de Cristo é paz,
Onde o amor nos faz doar,
A opressão ao chão se desfaz
Quando todos querem ajudar.
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III
O Senhor, juiz dos humilhados,
Ergue o fraco, ouve seu clamor;
Em Jesus somos chamados
A partilhar com puro amor.

IV
Quero ser a justiça viva,
De mãos estendidas a servir;
Na partilha que não cativa,
Mas faz a esperança reflorir.
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V
Ao lado dos pobres estarei,
No reino que Cristo ensinou,
E assim, com justiça, viverei
Como o amor de Deus ordenou.
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2. A CITAÇÃO BÍBLICA COMO UM CONVITE DE CRISTO

O Salmo 9:9-10 nos apresenta a Deus como o protetor dos pobres e oprimidos, aquele que "é refúgio para os oprimidos, uma torre segura em tempos de adversidade." Esse texto expressa o caráter de Deus como um juiz justo, que vê as necessidades dos desfavorecidos e responde em defesa deles. Para os seguidores de Cristo, esse versículo é um chamado para adotar o coração compassivo de Deus, estendendo ajuda aos mais necessitados e lutando por justiça. Seguir a Cristo implica comprometer-se com o bem-estar coletivo, buscando equidade, amparo e acolhimento, refletindo a bondade divina no cuidado mútuo.
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3. CITAÇÃO DE KARL MARX SOBRE O TEMA

Karl Marx afirmou: “A luta pela emancipação dos oprimidos é a luta pela realização de uma sociedade justa e igualitária.” Segundo Marx, a igualdade e a justiça só são possíveis em uma sociedade onde não haja exploração de classes e onde todos os recursos estejam à disposição de todos. Essa visão se aproxima do conceito de Deus como juiz dos pobres, como descrito no Salmo 9, pois a defesa dos oprimidos e a eliminação de estruturas opressivas refletem uma busca por justiça coletiva. Assim, a justiça divina ecoa em uma perspectiva de transformação social, onde o bem comum e a dignidade humana são centrais.
.
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4. BIBLIOGRAFIA

O Capital – Karl Marx, 1867
"Discute a exploração de classes e a acumulação de riqueza, propondo uma sociedade igualitária como solução."

Riqueza e Misericórdia – Ronald J. Sider, 1994
"Explora a justiça econômica à luz do Evangelho e o chamado cristão para o cuidado dos necessitados."

Justiça Generosa – Timothy Keller, 2010
"Relaciona o Evangelho com o dever cristão de promover a justiça social e econômica."

A Bíblia e a Justiça – James Innell Packer, 2005
"Analisa como o tema da justiça se manifesta nas Escrituras."

Teologia da Libertação – Gustavo Gutiérrez, 1971
"Apresenta uma perspectiva cristã para a justiça social e a luta pelos oprimidos."

Deus dos Oprimidos – James H. Cone, 1975
"Uma abordagem teológica que coloca Deus como defensor dos pobres e marginalizados."




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4, de Novembro, de 2024
O JOVEM RICO E O CAMINHO DA PERFEIÇÃO
Mateus 19:16-22, explorando o chamado ao desapego para alcançar a vida eterna.
POESIA E MÚSICA

música1
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*POESIA & ARGUMENTOS*
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I
A perfeição busco encontrar,
No caminho que Cristo ensinou;
Desapegar é aprender a amar,
Com o coração livre eu vou.

II
Comunismo de Cristo eu sigo,
Onde o amor é o meu tesouro,
Pois o que tenho, eu divido,
E nisso encontro o real ouro.

III
A vida eterna é repartir,
É servir ao irmão em paz;
Minha riqueza é não possuir,
No compartilhar se satisfaz.

IV
Nada prendo, nada é meu,
Tudo é dádiva que posso dar;
No amor de Cristo, renasceu
Minha alma livre a caminhar.

V
Ao jovem rico eu me igualo,
Mas escolho um novo viver;
Pois com Cristo tudo valo,
No comunismo do bem querer.
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2. EXPLICAÇÃO DA CITAÇÃO BÍBLICA

Em Mateus 19:16-22, Jesus desafia o jovem rico a se desapegar de suas posses, afirmando que a perfeição é alcançada ao doar tudo aos pobres e segui-lo. Esse chamado ao desapego não é apenas um conselho moral, mas um convite à liberdade verdadeira e ao amor desinteressado. Cristo convida seus seguidores a perceberem que a vida eterna não se encontra na acumulação de bens, mas na generosidade e na solidariedade para com o próximo. Assim, esse trecho serve como um guia para quem deseja viver para o bem comum e ver no amor ao próximo o caminho para um mundo mais justo e harmonioso.
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3. EXPLICAÇÃO DA CITAÇÃO DE KARL MARX

Karl Marx disse: “O acúmulo de riqueza por uns poucos só existe pela exploração e privação dos muitos.” Esse princípio ecoa o ensino de Jesus ao jovem rico, que é chamado a abandonar o acúmulo e a abraçar a generosidade. Marx identificava o sistema de exploração como o obstáculo à justiça econômica e social, enquanto Jesus chamava à renúncia das posses como o caminho para a verdadeira vida. Ambos criticam o acúmulo desmedido e apontam para a partilha e o bem coletivo como formas de verdadeira libertação e justiça.
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4. BIBLIOGRAFIA

O Capital – Karl Marx, 1867
"Uma análise profunda sobre o acúmulo de capital e a exploração trabalhista, criticando a desigualdade econômica."

Riqueza e Misericórdia – Ronald J. Sider, 1994
"Explora a responsabilidade cristã de compartilhar bens materiais à luz do Evangelho."

A Economia da Salvação – Randy Alcorn, 2003
"Discute o chamado bíblico para administrar riquezas em favor do próximo e da fé."

Justiça Generosa – Timothy Keller, 2010
"Relaciona o Evangelho com o dever cristão de promover justiça social e generosidade."

O Evangelho e a Classe Social – Howard Thurman, 1976
"Analisa o papel da fé cristã no contexto das desigualdades sociais."

Deus dos Oprimidos – James H. Cone, 1975
"Uma obra que explora a teologia da libertação e o compromisso de Deus com os pobres e marginalizados."





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5, de Novembro, de 2024
A INJUSTIÇA DOS RICOS
Tiago 5:1-6, uma crítica poética aos que acumulam riqueza enquanto exploram seus empregados.
POESIA E MÚSICA

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*POESIA & ARGUMENTOS*
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1. POEMA

I
Dos ricos clama a injustiça,
Guardam tesouros sem fim,
Mas o pranto dos pobres atiça,
A justiça de Deus, enfim.

II
Não quero o ouro dos reis,
Que ao pobre nega o pão;
Quero andar como Jesus fez,
No amor que a todos dá a mão.

III
Acumular é só vaidade,
Enquanto o irmão sofre ao chão;
Pois o valor de verdade
Está na partilha e compaixão.

IV
Desejo o bem do meu irmão,
Com Cristo eu quero viver,
Comunhão e partilha em ação,
Num reino justo e de ser.

V
Que o ganho fácil seja desfeito,
E a ganância não tenha lugar;
Quero o comunismo perfeito,
Onde há paz em todo o lar.

2. EXPLICAÇÃO DA CITAÇÃO BÍBLICA

Em Tiago 5:1-6, o apóstolo faz uma dura crítica contra aqueles que acumulam riquezas explorando o trabalho alheio. Ele adverte que os gritos dos trabalhadores explorados são ouvidos por Deus, e que a injustiça dos ricos não passará impune. Essa passagem é um chamado aos seguidores de Cristo para que vivam de maneira justa e solidária, resistindo à tentação de enriquecer à custa dos outros. O convite de Jesus, através das palavras de Tiago, é para que sejamos agentes de uma economia de amor e justiça, onde todos têm o que precisam e ninguém acumula em detrimento do próximo.

3. EXPLICAÇÃO DA CITAÇÃO DE KARL MARX

Karl Marx afirmou: “A riqueza das classes dominantes é o produto direto da pobreza dos trabalhadores.” Essa observação reflete o ensinamento de Tiago, que denuncia os ricos que acumulam enquanto exploram seus trabalhadores. Marx acreditava que a concentração de riqueza era intrinsecamente ligada à exploração, e propunha a abolição dessa estrutura opressiva. A crítica de Tiago e a de Marx convergem no ponto em que ambas repudiam a injustiça econômica e a desumanização que ocorre quando a riqueza é acumulada a partir da exploração do próximo.

4. BIBLIOGRAFIA

O Capital – Karl Marx, 1867
"Uma análise crítica do sistema capitalista, enfatizando a exploração dos trabalhadores pela acumulação de capital."

A Ética do Reino – John Howard Yoder, 1972
"Examina o compromisso cristão com a justiça social, incentivando a solidariedade e a igualdade."

Jesus e os Deserdados – Howard Thurman, 1949
"Estuda a mensagem de Jesus para os pobres e oprimidos, confrontando a injustiça social."

Riqueza e Misericórdia – Ronald J. Sider, 1994
"Explora a responsabilidade cristã de compartilhar bens materiais e combater a pobreza."

Deus dos Oprimidos – James H. Cone, 1975
"Trata da teologia da libertação e a luta de Deus ao lado dos pobres."

Justiça Generosa – Timothy Keller, 2010
"Relaciona o Evangelho com o dever cristão de promover justiça social e o cuidado com os mais necessitados."




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6, de Novembro, de 2024
DISTRIBUIÇÃO COMO JUSTIÇA
Atos 2:44-45, sobre a comunidade cristã primitiva que partilhava suas posses.
POESIA E MÚSICA

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musica2
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*POESIA & ARGUMENTOS*
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1. POEMA

I
Na comunhão dos primeiros irmãos,
Partilhavam o pão e o amor,
Dividiam tudo em suas mãos,
Numa vida sem temor.

II
Quero seguir o mesmo ideal,
Viver em partilha e união,
Repartir o que é material,
Ser luz para o meu irmão.

III
Nada quero guardar só pra mim,
Pois no pouco há grande valor;
O comunismo de Cristo, enfim,
É justiça e não só favor.

IV
Junto aos que sofrem sem ter,
Deixo de lado o que é vão;
Quero servir e entender,
Que somos um só coração.

V
Que haja igualdade entre nós,
E que o amor seja real,
Escutemos a mesma voz,
Num viver fraternal.
.
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2. EXPLICAÇÃO DA CITAÇÃO BÍBLICA

Atos 2:44-45 descreve a prática da comunidade cristã primitiva, onde todos compartilhavam o que possuíam, vendendo bens e dividindo entre si conforme cada um tinha necessidade. Este ato de partilha não era uma imposição, mas uma expressão espontânea de amor e cuidado mútuo, inspirada pelo ensinamento de Jesus de viver em fraternidade. É um convite a todos os seguidores de Cristo para colocarem o coletivo acima do individualismo e priorizarem o bem-estar de todos. Este texto bíblico nos desafia a considerar nossos recursos como parte de um todo maior, onde o foco está na justiça e na solidariedade.
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3. EXPLICAÇÃO DA CITAÇÃO DE KARL MARX

Karl Marx afirmou que “de cada um segundo sua capacidade, a cada um segundo sua necessidade.” Esse princípio está em harmonia com a prática da igreja primitiva descrita em Atos 2:44-45, onde os cristãos compartilhavam suas posses para atender às necessidades de todos. Para Marx, a verdadeira justiça social só é alcançada quando há uma distribuição equitativa, sem que alguns acumulem em detrimento de outros. Assim como na comunidade cristã, Marx defendia que o propósito final da sociedade deveria ser o bem coletivo, e não a acumulação de riquezas por alguns. Ambos propõem uma estrutura em que o foco é a dignidade e a igualdade para todos.
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4. BIBLIOGRAFIA

Atos: A História da Igreja Primitiva – F. F. Bruce, 1951
"Um estudo detalhado dos primeiros dias da igreja e seu comprometimento com a comunhão e a partilha."

O Capital – Karl Marx, 1867
"Uma crítica ao capitalismo e defesa de uma sociedade onde a distribuição seja justa e equitativa."

A Política de Jesus – John Howard Yoder, 1972
"Analisa como o ensinamento de Jesus sobre o reino de Deus implica um compromisso com a justiça e a igualdade."

Cristianismo Primitivo e Sociedade – Gerd Theissen, 1977
"Examina como a estrutura social das primeiras comunidades cristãs enfatizava a igualdade e a justiça."

Riqueza e Pobreza na Igreja Primitiva – Justo L. González, 1992
"Reflexão sobre as práticas econômicas da igreja primitiva e seu enfoque na partilha de bens."

O Deus dos Oprimidos – James H. Cone, 1975
"Trata da teologia da libertação e do compromisso cristão com os pobres e injustiçados."





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