Marés revelam fundo do mar e marcam 'pit stop' das aves migratórias
Ritmo das marés em Texel esconde o fundo do mar, que é servido, feito banquete, na maré baixa, para as aves se alimentarem.
A vida em Texel é regida pelo ritmo das marés. Duas vezes por dia, o poder do mar se exibe naturalmente. A maré cheia esconde o fundo do mar, que é servido - feito banquete - na maré baixa. As aves se alimentam e aproveitam a fartura.
A guia e especialista em marés Christine Koersen conta que a ilha funciona como um ‘pit stop’ para as aves que estão migrando pelo mundo. Elas param por duas semanas para se alimentar.
Elas pisam com delicadeza. Para a equipe de reportagem andar no fundo do mar é um desafio. A guia ensinou como andar sem levar um tombo. Tem que caminhar como se estivesse esquiando, ou, na verdade, patinando. Não se deve ficar parado tanto tempo no mesmo lugar, senão afunda. Difícil não atolar. É na lama que se escondem pequenos caranguejos e caramujos.
Quando a água recua, guias experientes conseguem cruzar a pé até outras ilhas. São horas de caminhada. É bastante arriscado, pois a água do mar não espera ninguém chegar em terra firme. E, quando enche, para se salvar, só nadando.
A equipe do Globo Repórter avançou muito, pisando no mar e a guia disse que é preciso voltar. Porque a maré está subindo e começa a ficar perigoso.
Pouco depois, o lugar em que a equipe estava caminhando ficou coberto de água. É a força das marés. Avançar pelo mar tem seu preço. Mas os holandeses dependem dessas águas para movimentar a economia do país e do mundo.
Obras de ampliação do porto tomaram grande parte do Mar do Norte
Rotterdam é um centro comercial muito importante. É a ponte entre a Holanda e muitos outros países.
Da ciclovia é possível ver um pedacinho do porto de Rotterdam. O duelo entre o homem e o mar é também uma parceria. É um dos principais portos do mundo, um dos mais movimentados e o principal porto da Europa.
As obras de ampliação do porto de Rotterdam tomaram grande parte do Mar do Norte. Duas torres guardam a passagem dos grandes navios cargueiros, sentinelas, diante do mar aberto. Noite e dia. Já são mais de 40 quilômetros de extensão. 450 milhões de toneladas de carga por ano. Números que fazem lembrar um antigo ditado: "Deus criou o mundo. Mas foram os holandeses que fizeram a Holanda”.
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2014/07/mares-revelam-fundo-do-mar-e-marcam-pit-stop-das-aves-migratorias.html