MOSCAS VOLANTES


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05.03.2018, 15:27

PONTOS PRETOS NO CAMPO DE VISÃO SÃO PREOCUPANTES?

A percepção de pequenas manchas ou nuvens movimentando-se dentro do campo de visão constituem as chamadas “moscas volantes”. Geralmente são vistas quando se olha para um fundo claro, como uma parede branca ou um céu azul. Na realidade, as moscas volantes são minúsculos grumos de gel ou células dentro do corpo vítreo, o fluido gelatinoso, que preenche o interior do olho. Frequentes, essas anomalias oculares atrapalham e são até incapacitantes, caso persistam, causando uma queda significativa da visão. De qualquer jeito, uma consulta é obrigatória.


Por Laurent Giordano – Le Figaro Santé 
Se um dia aparecerem no seu campo de visão manchas pretas móveis como moscas pretas volantes, teias de aranha ou simples véus, não entre em pânico, você não está vendo coisas! A origem do problema não tem nada de cerebral: estes corpos flutuantes vêm de uma modificação do corpo vítreo, este gel viscoso e transparente que preenche o espaço entre o cristalino e a retina. «O vítreo consiste em 95 % de água e 5 % de fibras de colágeno, proteínas fibrosas que se densificam com o tempo até formar, às vezes, agregados ou véus que a retina percebe. Trata-se, portanto de um fenômeno fisiológico, frequente após 45 anos de idade», explica o Dr. Pierre Olivier Barale, oftalmologista no Quinze-Vingts, em Paris.
Frequente, portanto benigno? «Trata-se de uma evolução natural do olho, diz o Dr. Barale, por isso não há necessidade de se preocupar. No entanto, é preciso consultar, sobretudo se o fenômeno surgiu de repente, com percepção de raios ou de pontos brilhantes intermitentes. Porque a retina pode estar afetada.» De fato, ao se densificar, o corpo vítreo pode se destacar da retina à qual ele está normalmente ligado. Este descolamento pode dar origem aos primeiros corpos flutuantes ou ampliar sua formação. «Não é grave propriamente dito, diz o médico, mas se este rebaixamento do vítreo provocar um rasgo da retina ou seu descolamento, neste caso, é preciso consultar o médico rapidamente. E os raios, associados ao súbito aparecimento de corpos flutuantes, são justamente o sinal de alerta destes distúrbios da retina»
Esta consulta irá confirmar a existência de corpos flutuantes, verificar seu tamanho e sua localização, mas, sobretudo, monitorar o estado da retina.. Se esta última estiver afetada, ela deverá ser tratada com urgência e prioridade.
Aprender a «conviver com»
Quanto aos corpos flutuantes em si, o mais sábio, de modo geral, é não fazer nada. «Não há tratamentos que demonstraram sua eficácia, admite o Dr. Barale, nem os medicamentos nem a destruição a laser. Não recomendo este último método. O laser pode fragmentar e, portanto multiplicar os corpos flutuantes, e até mesmo induzir um descolamento da retina por onda de choque.
As consequências podem ser graves para um benefício não comprovado».
No entanto, em alguns casos, uma solução final pode ser sugerida: a cirurgia. Ela consistirá na remoção dos corpos flutuantes com o bisturi. Mas trata-se de uma operação pesada, arriscada, com possibilidades de infecção, de descolamento da retina, de catarata, que é apenas sugerida para pacientes cuja visão diminuiu muito e de forma duradoura além de estarem bastante afetados emocionalmente pela doença.
Para todos os outros, a paciência e o relaxamento são as melhores armas contra a presença de “moscas volantes”. É preciso aprender a «conviver com» e confiar nos efeitos calmantes do tempo que passa: após algumas semanas, o cérebro se acostuma com sua presença e os «enxerga» menos. Eles também podem sair do campo de visão ao aglomerar-se na parte inferior do corpo vítreo, dando assim a impressão de ter sumido. Eles serão então apenas uma lembrança ruim.


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