(SÓ NÃO SE SABE QUANDO)
Uma avassaladora tempestade solar pode afetar a Terra com consequências trágicas para “o mundo inteiro”. O alerta é de um especialista da Agência Espacial Europeia (ESA) que avisa: a chegada desse evento, resultado de uma explosão solar, é uma certeza, só não se sabe quando vai acontecer. Na ilustração de abertura, para efeito comparativo de tamanho, a pequena esfera na parte alta, à direita, ao lado da labareda solar, é o nosso planeta Terra.
26 DE SETEMBRO DE 2018 ÀS 18:47 // INSCREVA-SE NA TV 247
Por: ZAP
Fonte: Site Ciberia.com.br
As explosões solares resultam da reorganização ou do cruzamento das linhas do campo magnético situadas perto das manchas solares, como explica a NASA. Essas explosões de energia liberam “muita radiação para o espaço” e, se forem “muito intensas”, podem “interferir com as comunicações de rádio” na Terra, acrescenta a agência espacial.
Por vezes, essas explosões solares são “acompanhadas por um evento conhecido como Ejeção de Massa Coronal (CME, na sigla em inglês) que libera “enormes bolhas de radiação e partículas do Sol”, destaca-se no site da NASA.
Quando as partículas da CME “alcançam áreas próximas da Terra, podem gerar luzes intensas no céu, chamadas auroras”, mas quando é particularmente forte, também pode “interferir em redes de energia elétrica” e, na pior das hipóteses, “pode causar escassez de eletricidade e falta de energia”, releva a NASA.
Danos potenciais altíssimos
Estas são “as explosões mais poderosas do Sistema Solar“, sustenta a agência. E “se houver uma grande erupção solar, o mundo inteiro será afetado”, alerta o chefe do Gabinete de Meteorologia Espacial da ESA, Juha-Pekka Luntama, em declarações divulgadas pelo jornal inglês Express.
Um evento desses poderia lançar o caos na Terra, destruindo satélites, equipamentos tecnológicos e redes elétricas, com danos potenciais que podem atingir os 14 bilhões de libras (R$ 77 bilhões), salienta o jornal.
“Se a radiação de uma explosão solar atingir a Terra, pode destruir satélites, perturbar redes móveis e outras formas de comunicação”, avisa também o astrofísico Brian Gaensler, da Universidade de Toronto, no Canadá, em declarações citadas pelo jornal inglês Star. E esses efeitos negativos poderiam se prolongar durante meses ou até anos.
“O Sol parece ser bonito e tranquilo, mas na verdade não é”, frisa Luntama no Express. “Há eventos de partículas solares energéticas em que os prótons e os elétrons são ejetados do Sol e se aproximam da velocidade da luz“, realça, notando que, “quando atingem satélites, podem causar mau funcionamento ou até destruir sua eletrônica”.
Luntama diz que a humanidade tem tido “sorte”, mas lembra o chamado “Evento Carrington”, de 1859, quando um CME fez fios telegráficos se incendiarem em alguns locais. “Não tivemos nenhum tão grande desde então, mas se aconteceu uma vez, vai voltar a acontecer e temos que estar preparados”, alerta.
A missão Lagrange
As declarações de Luntama surgem no âmbito da apresentação da missão Lagrange, com a qual a ESA pretende colocar uma sonda em órbita ao redor do Sol para monitorar sua atividade.
A missão, cujo investimento previsto ronda os 500 milhões de euros, irá ajudar a supervisionar as explosões solares, bem como os CME e outras atividades em torno da estrela. “Podemos ver esses eventos com instrumentos na Terra”, todavia “é um pouco como ser um goleiro com a bola vindo diretamente em nossa direção”, destaca Luntama.
Com a missão Lagangre, será possível “melhorar a capacidade de dar leituras mais precisas” e detectar essas explosões solares antecipadamente para “alertar as pessoas que operam satélites e sistemas de energia”, de modo que consigam “tomar medidas para proteger os equipamentos“, nota o especialista da ESA.
Vídeo: As diferenças entre as flares (labaredas solares) e as CMEs (ejeções de massa coronal solar), em inglês.
https://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/370128/Explos