Nunca se produziu tanto no mundo e nunca tantas pessoas morreram de fome. Essa é a principal e mais bárbara contradição do capitalismo. Segundo a FAO-ONU (Organização de Alimentos e Agricultura na sigla em inglês), 821 milhões de pessoas passavam fome em todo o planeta antes mesmo da pandemia e de seus efeitos, principalmente sobre os mais pobres.

Nesse contexto, estima-se que 56 milhões morrem de fome todos os anos por desnutrição. Mais de 150 mil por dia. Se por um lado a humanidade sempre conviveu com a fome, é no capitalismo que, pela primeira vez, a produção de alimentos superou em muito as necessidades de alimentação de toda a população. Mesmo assim a fome aumenta. A produção mundial de alimentos foi, em 2019, equivalente a 2.770 calorias, sendo que as necessidades diárias de um adulto saudável é de 2.000. A produção de alimentos só cresce a cada ano, numa proporção muito maior à da população.

Só os efeitos da pandemia vão aumentar o número de pessoas famintas em 270 milhões segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA), matando até 12.200 pessoas por dia. Com isso, o número de famintos vai ultrapassar 1 bilhão de pessoas no mundo.