JUDAISMO E CRISTIANISMO PRECISAM DE INIMIGOS

  





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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
uma das atuações do seu Pastorado4
ATENÇÃO
o conteúdo constante nesta página é resultado da busca  de respostas em investigações bibliográficas e científicas, sem nenhum interesse em ofender ou escandalizar quem quer que seja, e, também, um convite à reflexão aos nossos leitores.





JUDAISMO E CRISTIANISMO PRECISAM DE INIMIGOS
é o que a Bíbia e a história nos contam




o conteúdo original que inclui este estudo está 







Atualmente, em Setembro 2025, estamos pesquisando e escrevendo este livro



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ÍNDICE

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006   007   008   009   010   

001   ABEL E CAIM

002   O DILÚVIO DE NOÉ

003   A TORRE DE BABEL

004   ABRAÃO E OS POVOS VIZINHOS

005   ISAQUE E ISMAEL

6 – JACÓ E ESAÚ
O conflito pela bênção paterna transforma dois irmãos em inimigos históricos, perpetuando-se nas descendências (Edom contra Israel).

7 – JOSÉ E SEUS IRMÃOS
O favoritismo paterno gera inveja e ódio, resultando em traição. O inimigo está dentro do próprio povo.

8 – MOISÉS CONTRA O FARAÓ
O Egito é visto como opressor, e a narrativa do Êxodo alimenta a identidade do povo hebreu em contraste com o inimigo egípcio.

9 – OS POVOS DO DESERTO
Amalequitas, moabitas e edomitas tornam-se inimigos inevitáveis na travessia, reforçando a lógica de sobrevivência pela guerra.

10 – A CONQUISTA DE CANAÃ
Os cananeus são demonizados e exterminados. A terra só pode ser do povo “escolhido”.

11 – O LIVRO DE JUÍZES
Cada ciclo de libertação é contra um inimigo novo: midianitas, filisteus, etc. A sobrevivência nacional é construída na oposição.

12 – SAUL E DAVI CONTRA OS FILISTEUS
O inimigo principal vira figura de identidade. Sem Golias, Israel não teria o herói Davi.

13 – O EXTERMÍNIO DOS AMALEQUITAS
Saul é rejeitado por não matar todos. O inimigo serve de teste de fidelidade ao Deus guerreiro.

14 – DAVI E OS POVOS VIZINHOS
Moabe, Amom e Edom são derrotados e humilhados. A glória de Israel depende da submissão dos outros povos.

15 – SALOMÃO E AS MULHERES ESTRANGEIRAS
As alianças matrimoniais com estrangeiras geram inimigos internos pela acusação de idolatria.

16 – O CISMA DAS TRIBOS
Judá e Israel tornam-se inimigos entre si, reforçando que a identidade se constrói pela oposição.

17 – OS PROFETAS CONTRA AS NAÇÕES
Isaías, Jeremias e outros dedicam capítulos inteiros a maldições contra povos vizinhos, reforçando o sentimento de superioridade.

18 – O EXÍLIO BABILÔNICO
A queda de Judá é vista como castigo divino, mas o inimigo babilônico se torna a sombra contra a qual se reconstrói a fé.

19 – O RETORNO DA PÉRSIA
Mesmo sob tolerância persa, surge a necessidade de distinção e rejeição de estrangeiros (Neemias e Esdras condenando casamentos mistos).

20 – A REVOLTA DOS MACABEUS
Os selêucidas impõem helenismo, e a reação judaica transforma a identidade novamente em resistência violenta contra inimigos culturais e políticos.

21 – A DESESTABILIZAÇÃO PÓS-EXÍLIO
Após o retorno do exílio, elites religiosas reforçaram fronteiras identitárias (leis, purificações), agindo para excluir misturas — consequência: tensões internas e fragilidade social frente às potências estrangeiras.

22 – A LEI DE DEUS COMO LEI NACIONAL (TORÁ)
A codificação legal fortaleceu a identidade contra “o outro”; atuação: aplicação rigorosa de regras para separar-se; consequência: conflitos com vizinhos e dificuldades de convivência sob impérios estrangeiros.

23 – A PREGAÇÃO DE ELIAS CONTRA A BAAL
Elias confrontou cultos rivais, alimentando hostilidade religiosa; ação: acusações e confronto público; consequência: polarização interna e perseguições locais.

24 – A REFORMA DE EZEQUIAS
Centralização do culto em Jerusalém para unificar contra ameaças; ação: supressão de altares locais; consequência: revoltas internas e vulnerabilidade política.

25 – AS CAMPANHAS ASSIMILACIONISTAS DE REIS ISRAELITAS
Alguns reis buscaram homogeneidade religiosa como política; ação: expulsões e proibições; consequência: fragmentação social e enfraquecimento militar.

26 – A POLÍTICA DE ALIANÇAS MILITARES (ISRAEL/EGITO/SÍRIA)
Formação de coligações contra inimigos comuns; ação: guerras e pactos; consequência: traições internas e punições divinas/derrotas.

27 – A SÚPLICA DOS SACERDOTES PELO APOIO REAL
Clero que pediu proteção real em troca de legitimidade; ação: compadrio com reis; consequência: perda de autonomia religiosa e culpa na queda nacional.

28 – OS RITUAIS DE EXCLUSÃO (PROFANAÇÃO/LEPROSIA)
Práticas que estigmatizavam e isolavam indivíduos; ação: marginalização social; consequência: fragilização demográfica e injustiças que geraram ressentimentos.

29 – A LÉXICA “IMUNDO/PURIFICADO” NA LEGISLAÇÃO
Linguagem que separa “puros” e “impuros”; ação: exclusões rituais; consequência: tensões comunitárias e dificuldades de integração.

30 – A LUTA CONTRA OS PROÓFETAS FALSOS
Perseguição a vozes divergentes internas; ação: repressão; consequência: perda de diversidade moral e crítica dentro da comunidade.

31 – A POLÍTICA DE SACRIFÍCIOS PÚBLICOS
Sacrifícios como coesão social e distinção contra outros deuses; ação: rituais de afirmação identitária; consequência: desprezo externo por práticas consideradas bárbaras.

32 – A EXALTAÇÃO DE HERÓIS MILITARES NAS CANÇÕES
Narrativas que celebram a vitória sobre inimigos; ação: mitificação de guerras; consequência: ciclo permanente de revanche e militarização cultural.

33 – A INVENÇÃO/AMPLIAÇÃO DE NARRATIVAS MILAGROSAS
Relatos de intervenção divina em batalhas reforçam ódio a inimigos; ação: propagação literária; consequência: expectativas messiânicas e choques com realpolitik.

34 – A LEI DE DEUS COMO JUSTIFICATIVA PARA TOMAR TERRAS
Uso religioso para legitimar expropriação de povos locais; ação: expulsões/violência; consequência: resistência e vingança histórica.

35 – O EXEMPLO DE EZEQUIEL SOBRE O “OUTRO”
Visões que separam o povo santo dos demais; ação: reforço do estigma; consequência: isolamento cultural.

36 – A FORMULAÇÃO DE ORAÇÕES NACIONAIS CONTRA INIMIGOS
Orações que pedem vitória sobre povos; ação: mobilização religiosa pró-guerra; consequência: enraizamento de hostilidade na fé.

37 – A IDEOLOGIA DO "SINAL EXCLUSIVO" (CIRCUNSÍÇÃO)
Marca identitária que distingue e exclui; ação: reforço de identidade étnico-religiosa; consequência: discriminação e conflitos com outros grupos.

38 – A SALVAÇÃO COLETIVA COMO FIM POLÍTICO
Ideia de que a nação deve ser salva como todo; ação: sacrifícios coletivos e guerras; consequência: colapso social e perdas maciças quando falha.

39 – A CRISTALIZAÇÃO DE LEIS PURIFICACIONISTAS (PERÍODO HASMONEU)
Fortalecimento de normas para proteger identidade; ação: coerção cultural; consequência: decadência política e rivalidades internas.

40 – A GUERRA CIVIL ENTRE JUDAS MACABEUS E HELLENIZADOS
Confronto cultural e religioso; ação: violência entre conterrâneos; consequência: racha que enfraqueceu a unidade judia.

41 – A LITERATURA APOCALÍPTICA (ECO DE INIMIGOS)
Escrituras que evocam inimigos cataclísmicos; ação: radicalização e preparação para confronto; consequência: movimentos messiânicos e subsequentes derrotas.

42 – A HOSTILIDADE A SINAIS DE ACULTURAÇÃO (REJEIÇÃO DE HEBREUS HELENIZADOS)
Pressão contra elementos helenizantes; ação: ostracismo; consequência: perda de potencial de síntese cultural.

43 – A COLONIZAÇÃO DE TERRAS POR SETORES RELIGIOSOS
Reivindicação de territórios em nome de Deus; ação: estabelecimento de colônias exclusivistas; consequência: conflitos prolongados com populações originais.

44 – A DESCONFIANÇA PERANTE IMPérios TOLERANTES (PÉRSIA)
Rejeição da convivência por setores internos; ação: resistência passiva/ativa; consequência: perda de privilégios e retaliação.

45 – A CRIAÇÃO DE LEIS ANTI-MISTURAS (ESDRAS/NEEMIAS)
Repressão contra casamentos mistos; ação: pressões sociais e separações forçadas; consequência: diminuição demográfica e ressentimentos.

46 – A LITURGIA COMO FERRAMENTA IDENTITÁRIA
Ritos que excluem os outros; ação: diferenciação clara; consequência: invisibilidade dos minoritários e crises de integração.

47 – A EXCLUSÃO DE CERTAS PROFISSÕES/COMERCIOS
Proibições que afastam relações econômicas com “outros”; ação: boicotes e restrições; consequência: empobrecimento econômico de comunidades.

48 – A RETÓRICA MESSIÂNICA QUE CONVOCAVA GUERRA
Discursos que vinculavam salvação a vitória militar; ação: mobilização bélica; consequência: desilusões e traumas coletivos em derrotas.

49 – A POLÍTICA DE “SANTIDADE” EXCLUDENTE
Ênfase em pureza que criminaliza diferenças; ação: perseguições internas; consequência: enfraquecimento do tecido social.

50 – A CRUELDADE CONTRA PRISIONEIROS NO TEMPO DOS JUÍZES
Relatos de punições severas a capturados; ação: vingança institucional; consequência: ciclos de revanches intergeracionais.

51 – A CENTRALIZAÇÃO DO PODER RELIGIOSO EM JERUSALÉM
Concentração institucional que etiqueta o resto como herege; ação: homogeneização forçada; consequência: rebeliões e divisão.

52 – A PROMOÇÃO DE FESTAS NACIONAIS QUE DEMARCAM DIFERENÇAS
Ritos públicos que realçam separação; ação: celebrações excludentes; consequência: marginalização de minorias e tensões.

53 – A INVENÇÃO DE RITUAIS DE PURGAÇÃO APÓS GUERRAS
Ritualização da purificação depois dos conflitos; ação: expulsões de supostos contaminantes; consequência: deslocamentos e trauma.

54 – A PROPAGANDA LITERÁRIA CONTRA NAÇÕES VIZINHAS
Textos que pintam inimigos em termos demoníacos; ação: educação do ódio; consequência: inimizade prolongada e impossibilidade de acordo.

55 – A INSTITUIÇÃO DO TEMPO DE LUTO COLETIVO POR VITÓRIAS/DERROTAS
Uso do luto para reforçar identidade; ação: manipulação emocional; consequência: permanência do ressentimento.

56 – A LEGITIMAÇÃO DIVINA DE BATALHAS (ORAÇÕES POR VITÓRIA)
Convocar Deus a favor de campanhas militares; ação: benção religiosa de guerras; consequence: responsabilização divina por violência e subsequente culpa comunitária.

57 – A JUSTIFICAÇÃO TEOLÓGICA PARA EXPURGAÇÃO DE RELIGIÕES LOCAIS
Doutrinas que excluem crenças rivais; ação: destruição de templos e imagens; consequência: animosidade cultural e retaliação.

58 – O USO DE PROFECIAS PARA VALIDAR EXPEDIÇÕES MILITARES
Profetas que anunciam vitória para encorajar campanhas; ação: mobilizar tropas com justificativa divina; consequência: fracassos atribuídos a pecado e punição comunitária.

59 – A SUSPICION CONSTANTE DE TRAIÇÃO INTERNA
Paranoia que rotula dissidentes como colaboradores inimigos; ação: purgas internas; consequência: autodestruição social e perda de liderança.

60 – A CRIAÇÃO DE CLASSES “PURO/IMPURO” NA SOCIEDADE
Estratificação que cria inimigos internos; ação: discriminação legal; consequência: marginalização e conflitos sociais.

61 – A MILITARIZAÇÃO DA RELIGIÃO (PERÍODO HASMONEU)
Sacerdócio transformado em poder militar; ação: campanhas de expansão; consequência: perda de legitimidade religiosa e colapso político.

62 – A HOSTILIDADE A GRUPOS SECTÁRIOS (SADUCEUS/ESSÊNIOS)
Conflitos internos que se tornam violentos; ação: perseguições intra-religiosas; consequência: fragmentação e abertura a incursões externas.

63 – A VITIMIZAÇÃO COMO IDENTIDADE COLETIVA
Narrativas que enfatizam perseguição histórica para justificar hostilidade; ação: perpetuação de discurso adversarial; consequência: isolamento e reciprocidade de ódio.

64 – A EXALTAÇÃO DE LEGISLADORES COMO REPRESENTANTES DIVINOS
Autoridade secular-religiosa suprime o diálogo; ação: imposição de doutrina; consequência: resistência e crises de legitimidade.

65 – A EXTERMINAÇÃO RELIGIOSA NA ERA DAS CONQUISTAS (ALGUNS EVENTOS LOCAIS)
Campanhas que visaram aniquilar cultos locais; ação: violência cultural; consequência: ciclos de revanchismo regional.

66 – A RETÓRICA DO “SANGUE PURA” EM TEXTOS LATERAIS
Narrativas que enaltecem a pureza do povo; ação: discriminação étnica-religiosa; consequência: hostilidade prolongada e eventual ostracismo.

67 – A RECUSA EM ADOTAR MODOS ADMINISTRATIVOS IMPERIAIS
Setores religiosos rejeitaram governanças tolerantes; ação: rebeliões; consequência: punições imperiais e perda de autonomia.

68 – A IDEIA DE “NOME” NACIONAL COMO BEM SAGRADO
Proteção da reputação nacional a qualquer custo; ação: campanhas punitivas contra críticos; consequência: cerceamento intelectual e sanções.

69 – A CRISTÃOS PRIMITIVOS: EXCLUSIVISMO CONTRA JUDEUS E PAGÃOS
Formação de identidade cristã por oposição; ação: isolamento comunitário; consequência: perseguições mútuas e rivalidade que perdurou.

70 – A PERSEGUIÇÃO A HERESIAS (CRISTÃOS X CRISTÃOS)
Condenas internas que tratavam dissidentes como inimigos; ação: julgamentos e execuções (mais tarde institucionalizados); consequência: divisão interna e perda de credibilidade pública.

71 – A CONVERSÃO FORÇADA DE PÁGÃOS EM CIDADES CRISTÃS
Campanhas para substituir cultos locais; ação: destruição de santuários e imposição de novos ritos; consequência: rebeliões locais e sincretismos forçados.

72 – AS CRUZADAS: IDEAL RELIGIOSO E POLÍTICO
Mobilização cristã contra “inimigos” do Oriente; ação: guerras santas e massacres; consequência: reações islâmicas, aprofundamento de ódios e longas repercussões geopolíticas.

73 – A INQUISIÇÃO: PERSEGUIÇÃO À DISSIDÊNCIA
Mecanismo de eliminação do outro dentro do cristianismo; ação: tortura, perda de bens, execuções; consequência: trauma cultural, fuga de intelectuais e perda econômica.

74 – A EXPULSÃO DOS JUDEUS DA PENÍNSULA IBÉRICA
Cristandade que definiu inimigos internos; ação: edições de expulsão e conversões forçadas; consequência: diáspora, empobrecimento cultural das regiões e perseguições subsequentes.

75 – AS CAMPANHAS DE CRISTIANIZAÇÃO NAS COLÔNIAS
Missões que desvalorizavam religiões locais; ação: destruição cultural; consequência: resistência indígena, perda de patrimônio e conflitos prolongados.

76 – A JUSTIFICAÇÃO RELIGIOSA DA ESCRAVIDÃO
Narrativas teológicas para legitimar escravidão; ação: desumanização e comércio humano; consequência: feridas sociais que perduram até hoje.

77 – A PERSEGUIÇÃO A “BRUXARIAS” E CULTOS POPULARES
Cristandade que rotulava práticas pagãs como inimigas; ação: caçadas e execuções; consequência: perda de saberes tradicionais e trauma social.

78 – A POLÍTICA NACIONALISTA RELIGIOSA NA EUROPA MODERNA
Estados que instrumentalizaram a fé para criar inimigos; ação: leis discriminatórias; consequência: guerras religiosas e migrações forçadas.

79 – A REFORMA PROTESTANTE E A GUERRA RELIGIOSA
Ruptura que gerou hostilidade entre cristãos; ação: guerras civis e perseguições; consequência: devastação social e secularização subsequente.

80 – A COLONIZAÇÃO EM NOME DA MISSÃO EVANGÉLICA
Mistura de evangelização e conquista; ação: subjugação de povos; consequência: genocídios culturais e resistência violenta.

81 – O ANTISEMITISMO INSTITUCIONAL MEDIEVAL
Cristandade que fez dos judeus inimigos sociais; ação: guetos, perseguições e pogroms; consequência: expulsões e trauma de longo prazo.

82 – A REVOLTA CAMPONESA E ACUSAÇÕES DE HERESIA
Líderes religiosos que chamaram inimigos nas revoltas; ação: repressão violenta; consequência: aumento do autoritarismo e perda de legitimidade.

83 – A CRIAÇÃO DE ORDENANÇAS RELIGIOSAS ANTI-OUTROS (LEIS LOCAIS)
Leis que criminalizavam práticas alheias; ação: multas, prisão e exílio; consequência: radicalização e formação de grupos dissidentes.

84 – A CRISTALIZAÇÃO DE UMA IDENTIDADE “CRISTÔ EUROPEIA
Construção de inimigos fora da fronteira cultural; ação: guerras de expansão; consequência: consequências coloniais e raciais nos séculos seguintes.

85 – A PERSEGUIÇÃO A MENORES DOUTRINAS DENTRO DA IGREJA
Demandas de unidade que expulsaram minorias; ação: excomunhões e marginalização; consequência: perda de pluralidade intelectual.

86 – O USO DE SÍMBOLOS RELIGIOSOS PARA INCITAR ÓDIO POLÍTICO
Sinais religiosos instrumentalizados para polarizar; ação: propaganda e violência; consequência: radicalização política e ciclos de retaliação.

87 – A INSTRUMENTALIZAÇÃO DO APOCALIPTICISMO EM CONFLITOS MODERNOS
Leituras que transformam “outros” em sinais do fim; ação: militância radical; consequência: atos terroristas e repressão estatal.

88 – A COLABORAÇÃO DE LÍDERES RELIGIOSOS COM REGIMES AUTORITÁRIOS
Alianças para preservar poder contra “inimigos” sociais; ação: apoio a perseguições; consequência: delegitimação e reparações históricas.

89 – O FUNDAMENTALISMO JUDAICO MODERNO (SETORIAIS CONTEMPORÂNEOS)
Grupos que afirmam exclusividade territorial/religiosa; ação: assentamentos e violência contra palestinos; consequência: contra-violência, boicotes e isolamento diplomático.

90 – O FUNDAMENTALISMO CRISTÃO POLÍTICO (SÉCULOS XX–XXI)
Movimentos que buscam inimigos morais e políticos; ação: políticas excludentes e retórica de guerra cultural; consequência: polarização social e retrocessos em direitos civis.

91 – A USE DE TEXTOS SAGRADOS PARA JUSTIFICAR VIOLÊNCIA POLÍTICA
Interpretações que legitimam atos violentos; ação: atentados e insurgências; consequência: repressões estatais e perda de apoio público.

92 – A INTOLERÂNCIA CONTRA OUTRAS RELIGIÕES MODERNAS
Atos de intolerância em nome da fé; ação: proibição de cultos, violência; consequência: sentenças internacionais e isolamento moral.

93 – A CAMPANHA ANTI-SECULAR EM DIVERSOS PAÍSES
Grupos religiosos que se colocam contra o secularismo; ação: criar inimigos internos (intelectuais, mídia); consequência: erosão democrática e resistência civil.

94 – A RETÓRICA DO “CRUSO” NA POLÍTICA CONTEMPORÂNEA
Uso de retóricas de cruzada para fins eleitorais; ação: polarização e perseguição simbólica; consequência: aumento da violência política e enfraquecimento do tecido social.

95 – A PERSEGUIÇÃO A MULHERES EM NOME DA ORTODOXIA
Normas que tratam dissenso como inimigo; ação: restrições e violência de gênero; consequência: repressão social e movimentos de resistência.

96 – A DISCRIMINAÇÃO CONTRA LGBT EM BASE RELIGIOSA
Uso de textos sagrados para excluir; ação: leis e violência; consequência: estigmatização, mobilização internacional e derrotas políticas parciais.

97 – A CRIAÇÃO DE “INIMIGOS INTERNOS” EM TEMPOS DE CRISE SANITÁRIA/POLÍTICA
Acusação de grupos como culpados por calamidades; ação: perseguições e políticas punitivas; consequência: agravamento das crises e perda de eficácia governamental.

98 – A INSTRUMENTALIZAÇÃO DO PASSADO PARA NARRATIVAS NACIONALISTAS
Reescritura histórica para fabricar inimigos; ação: educação e mídia manipulada; consequência: radicalização e conflitos intergeracionais.

99 – A COLABORAÇÃO ENTRE SETORES RELIGIOSOS E MILÍCIAS
Apoio moral/político a grupos armados por causa de “inimigos” culturais; ação: financiamento e legitimação; consequência: violência endêmica e estigmatização internacional.

100 – A REFLEXIVIDADE TARDIA: CRISES DE LEGITIMIDADE E ARREPENDIMENTO
Quando comunidades religiosas reconhecem erros, pucham reformas; ação: processos de reconciliação; consequência: reparações tardias, perda de poder e questionamento interno — demonstração de que alimentar inimigos traz, tarde ou cedo, consequências dolorosas.









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*PREÂMBULO*
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O PROBLEMA DA IDENTIDADE PELO INIMIGO

Ao longo da história das religiões abraâmicas, especialmente no judaísmo e no cristianismo, a identidade comunitária foi muitas vezes construída pela oposição a um "outro". Esse "outro" poderia ser um povo vizinho, uma cultura diferente, ou mesmo membros internos que pensavam de maneira distinta. A narrativa da eleição divina frequentemente se articulou com a ideia de exclusividade e rejeição, criando um paradoxo entre o Deus que ama a todos e o povo que só consegue se ver como escolhido ao custo de excluir ou combater outros.

A FUNÇÃO POLÍTICA E RELIGIOSA DO INIMIGO

No contexto do Antigo Testamento, os inimigos foram fundamentais para a consolidação de uma nação e para a legitimação de lideranças. Moisés, Josué, os juízes e os reis precisaram reafirmar continuamente a existência de opositores para manter coesa a comunidade israelita. A religião, nesse sentido, forneceu a justificativa teológica para guerras, extermínios e exclusões. Esse modelo foi herdado, em maior ou menor grau, pelo cristianismo, que em sua expansão histórica também usou a figura do inimigo para fortalecer sua unidade e autoridade.

AS CONSEQUÊNCIAS HISTÓRICAS DA NECESSIDADE DE INIMIGOS

A insistência em construir identidades a partir da exclusão trouxe repercussões graves: exílios, perseguições, divisões internas e perda de credibilidade espiritual. O que deveria ser sinal de fé e de amor ao próximo tornou-se, em muitos momentos, causa de ódio e violência. Tanto judeus quanto cristãos, em diferentes épocas, sofreram os resultados daquilo que eles mesmos praticaram: perseguições, massacres e expulsões. A história demonstra que a "necessidade de inimigos" não apenas destrói os outros, mas também corrói quem a alimenta.

A RELEITURA A PARTIR DE JESUS

O cristianismo, ao nascer, teve em Jesus uma proposta de ruptura radical com essa lógica: amar os inimigos, dar a outra face, conviver em paz com todos. Porém, ao longo do tempo, muitos cristãos retornaram ao padrão antigo, reforçando guerras, cruzadas, inquisições e exclusões. O desafio contemporâneo é recuperar a essência da mensagem de Jesus e reinterpretar a história para aprender com os erros, entendendo que a fé verdadeira não precisa de inimigos para sobreviver, mas de amor, respeito e diálogo.


BIBLIOGRAFIA

Aqui estão 20 livros fundamentais para o estudo do tema (história bíblica, judaísmo, cristianismo, violência religiosa, identidade e poder):

  1. ASSMANN, Jan. Moisés, o Egípcio. 1998.

  2. ARMSTRONG, Karen. Campos de Sangue: Religião e a História da Violência. 2014.

  3. BOYARIN, Daniel. Border Lines: The Partition of Judaeo-Christianity. 2004.

  4. CROSSAN, John Dominic. Jesus: A Revolutionary Biography. 1994.

  5. CULLMANN, Oscar. Cristologia do Novo Testamento. 1959.

  6. EHRMAN, Bart. Jesus, Interrupted. 2009.

  7. EHRMAN, Bart. Lost Christianities. 2003.

  8. ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador. 1939.

  9. FLAVIUS, Josephus. Antiquities of the Jews. c. 93 d.C.

  10. FREEMAN, Charles. A Nova História do Cristianismo. 2009.

  11. GALEANO, Eduardo. As Veias Abertas da América Latina. 1971.

  12. HORSLEY, Richard. Jesus and the Spiral of Violence. 1987.

  13. LÉVI-STRAUSS, Claude. As Estruturas Elementares do Parentesco. 1949.

  14. PAGELS, Elaine. The Gnostic Gospels. 1979.

  15. RENAN, Ernest. Vida de Jesus. 1863.

  16. SANCHIS, Pierre. Catolicismo: Unidade Religiosa e Pluralismo Cultural. 1983.

  17. SAND, Shlomo. A Invenção do Povo Judeu. 2008.

  18. SENNETT, Richard. As Metamorfoses do Trabalho. 1998.

  19. TILLICH, Paul. Teologia Sistemática. 1951.

  20. WRIGHT, N. T. Jesus and the Victory of God. 1996.




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*ABEL E Caim*
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O texto bíblico já coloca um embate: Deus prefere Abel e rejeita Caim. A consequência é o ódio e o fratricídio, inaugurando a rivalidade como marca identitária.

(1) O REGISTRO HISTÓRICO
O relato bíblico de Abel e Caim aparece em Gênesis 4:1-16. Nele, Caim, agricultor, oferece do fruto da terra, enquanto Abel, pastor de ovelhas, apresenta as primícias e a gordura de seus rebanhos. Deus teria aceitado a oferta de Abel, mas rejeitado a de Caim. Esse episódio culmina no primeiro homicídio da narrativa bíblica: Caim mata Abel no campo. Historicamente, esse relato reflete tensões arcaicas entre agricultores sedentários e pastores nômades, possivelmente espelhando rivalidades reais no Crescente Fértil. Autores como Josephus (Antiquities of the Jews, c. 93 d.C.) e estudiosos modernos como Jan Assmann (Moisés, o Egípcio, 1998) veem nesse mito uma construção identitária, mais simbólica do que factual, usada para explicar a violência humana em suas origens.

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(2) A PERSPECTIVA PSICOLÓGICA E SOCIOLÓGICA
Psicologicamente, o episódio ilustra o mecanismo da inveja e do ressentimento quando alguém sente sua identidade ameaçada pela comparação. Freud, em Moisés e o Monoteísmo (1939), discute como a religião canaliza rivalidades fraternas para estruturas simbólicas. Sociologicamente, esse mito pode ser lido como justificação da necessidade de inimigos para coesão interna: os pastores (abelitas) versus os agricultores (cainitas). Tanto no judaísmo quanto no cristianismo, esse modelo reforçou a ideia de que a aceitação de Deus recai sobre uns, enquanto outros são rejeitados, alimentando um senso de exclusividade e unidade contra o “outro”. O benefício aparente é a consolidação de uma identidade grupal clara.

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(3) A VONTADE DO DEUS JEOVÁ ENTENDIDO POR MOISÉS
Na leitura tradicional judaico-cristã, sobretudo moldada pelo entendimento de Moisés, Jeová deseja sacrifícios corretos, a obediência à sua forma de culto e a rejeição daquilo que não se conforma à sua ordem. O texto bíblico dá a entender que a oferta de Abel foi aceita por corresponder melhor à vontade divina, enquanto a de Caim foi rejeitada. Assim, a interpretação foi de que Deus distingue, escolhe e prefere, gerando a narrativa de um Deus que se agrada de uns e reprova outros (cf. Hebreus 11:4; 1 João 3:12). Muitos cristãos ainda sustentam essa leitura como expressão da “justiça seletiva” de Deus.

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(4) A VONTADE DO DEUS DE JESUS
Jesus reinterpretaria a situação a partir do amor e da reconciliação. Em Mateus 5:21-24, ele ensina que a ira contra o irmão já é homicídio no coração, e a prioridade não é o sacrifício, mas a reconciliação. Em Mateus 9:13, Jesus diz: “Misericórdia quero, e não sacrifícios.” A vontade do Deus revelado por Jesus não seria a de aceitar ofertas diferentes e rejeitar pessoas, mas de ensinar que a relação com o próximo é mais importante que a ritualidade. Nesse sentido, o conflito entre Caim e Abel deveria ser resolvido pelo amor, não pela competição, algo que muitos cristãos esquecem ao perpetuar exclusões e divisões.

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(5) ATUALIDADE DO EXEMPLO
Hoje, este relato bíblico serve de alerta contra a tendência humana e religiosa de criar inimigos internos e externos como forma de se autoafirmar. Tanto no judaísmo quanto no cristianismo, há o risco de repetir a lógica de Caim: a inveja, a comparação, o ódio ao “irmão diferente”. A superação disso exige resgatar o princípio do amor ao próximo como fundamento da fé. Em sociedades plurais, a lição de Abel e Caim pode ajudar a combater fundamentalismos e intolerâncias, lembrando que a espiritualidade autêntica não precisa da rejeição do outro para se justificar, mas sim do cultivo da fraternidade.

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(6) BIBLIOGRAFIA
Aqui estão 10 livros relevantes sobre o tema:

  1. ASSMANN, Jan. Moisés, o Egípcio. 1998.

  2. ARMSTRONG, Karen. Campos de Sangue: Religião e a História da Violência. 2014.

  3. BOYARIN, Daniel. Border Lines: The Partition of Judaeo-Christianity. 2004.

  4. CROSSAN, John Dominic. Jesus: A Revolutionary Biography. 1994.

  5. EHRMAN, Bart. God’s Problem: How the Bible Fails to Answer Our Most Important Question. 2008.

  6. FREUD, Sigmund. Moisés e o Monoteísmo. 1939.

  7. GIRARD, René. A Violência e o Sagrado. 1972.

  8. HORSLEY, Richard. Jesus and the Spiral of Violence. 1987.

  9. PAGELS, Elaine. The Gnostic Gospels. 1979.

  10. WRIGHT, N. T. Jesus and the Victory of God. 1996.



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*O DILÚVIO DE NOÉ*
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O DILÚVIO DE NOÉ
A humanidade inteira se torna inimiga de Deus, apenas Noé e sua família são poupados. A narrativa legitima exclusividade e condenação.

(1) O REGISTRO HISTÓRICO
O relato do dilúvio está em Gênesis 6–9. Segundo a narrativa, Deus viu que a maldade humana havia se multiplicado, e decidiu exterminar todos os seres vivos, poupando apenas Noé, sua família e um casal de cada espécie de animal. A arca, o dilúvio e a posterior aliança do arco-íris marcam esse episódio como central na teologia bíblica. Historicamente, muitos estudiosos associam o mito do dilúvio a tradições mesopotâmicas anteriores, como a Epopéia de Gilgamesh (século XVIII a.C.) e o mito de Atrahasis. Pesquisadores como Mircea Eliade (O Sagrado e o Profano, 1957) e Karen Armstrong (A History of God, 1993) destacam como esses relatos refletem catástrofes naturais antigas, transformadas em explicações teológicas para justificar destruição e renovação.

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(2) A PERSPECTIVA PSICOLÓGICA E SOCIOLÓGICA
Psicologicamente, o dilúvio serve como metáfora de limpeza radical: destruir para recomeçar. A humanidade passa a ser vista como inimiga de Deus, e o “remanescentes” (Noé e sua família) tornam-se os únicos justos. Isso responde à necessidade de separar puros de impuros, corretos de incorretos, salvos de condenados. Sociologicamente, a narrativa legitima a ideia de que somente um grupo específico é digno de sobrevivência, criando uma forte coesão interna. Para o judaísmo e o cristianismo, o benefício presumido é a sensação de identidade exclusiva diante do “mundo corrupto”.

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(3) A VONTADE DO DEUS JEOVÁ ENTENDIDO POR MOISÉS
No entendimento mosaico, Jeová é apresentado como um Deus que pune o pecado com severidade, chegando a destruir a humanidade inteira. Sua vontade seria extirpar a maldade por meio do juízo universal, preservando apenas os obedientes. Muitos cristãos leem esse texto como demonstração da justiça divina, que não tolera o pecado, mas também como sinal de misericórdia em salvar Noé. Textos como 2 Pedro 2:5 e Hebreus 11:7 reforçam essa interpretação de que o dilúvio foi um ato justo de Deus.

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(4) A VONTADE DO DEUS DE JESUS
Jesus, porém, dá outra releitura. Em Mateus 24:37-39, ele usa o dilúvio como exemplo não de destruição, mas de vigilância espiritual. A vontade do Deus de Jesus não é destruir os ímpios, mas salvar todos (João 3:17). Em Lucas 6:36, Jesus convida a ser misericordioso como o Pai é misericordioso, sinalizando que o verdadeiro caráter divino não é aniquilar inimigos, mas oferecer reconciliação. Enquanto muitos veem o dilúvio como punição divina, em Cristo entendemos que a vontade de Deus é dar vida e não morte.

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(5) ATUALIDADE DO EXEMPLO
Hoje, o mito do dilúvio precisa ser lido com cuidado, para não reforçar narrativas de exclusivismo e destruição. Em um mundo ameaçado por mudanças climáticas e desastres ambientais, o texto pode ser reinterpretado como chamado à responsabilidade ecológica e ética. Para o judaísmo e o cristianismo, é urgente abandonar a visão de um Deus que precisa destruir inimigos, e adotar a visão de Jesus: Deus que quer salvar, transformar e reconciliar. Isso ajudaria as religiões a se tornarem forças de diálogo, em vez de justificativas de violência e exclusão.

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(6) BIBLIOGRAFIA
Aqui estão 10 livros relevantes sobre este tema:

  1. ARMSTRONG, Karen. A History of God. 1993.

  2. ASSMANN, Jan. Moisés, o Egípcio. 1998.

  3. CROSSAN, John Dominic. The Birth of Christianity. 1998.

  4. EHRMAN, Bart. God’s Problem. 2008.

  5. ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano. 1957.

  6. GUNKEL, Hermann. Genesis. 1901.

  7. HAMILTON, Victor. The Book of Genesis: Chapters 1–17. 1990.

  8. LEVENSON, Jon D. Creation and the Persistence of Evil. 1988.

  9. SPEISER, E. A. Genesis (Anchor Bible). 1964.

  10. WESTERMANN, Claus. Genesis 1–11: A Commentary. 1984.


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*A TORRE DE BABEL*
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As nações são confundidas, cada povo se torna diferente e visto como potencial inimigo. A diversidade vira sinal de divisão, não de riqueza cultural.

(1) JORNALISTICAMENTE
A narrativa da Torre de Babel (Gênesis 11:1–9) registra que, após o dilúvio, a humanidade falava uma só língua e decidiu edificar uma cidade com uma torre cujo topo chegasse ao céu. O objetivo era alcançar glória e evitar a dispersão pelo mundo. Deus, ao observar, confundiu suas línguas e os dispersou sobre a terra. A história bíblica marca a origem da diversidade linguística e cultural, ao passo que, em registros seculares, encontra ecos nos zigurates da Mesopotâmia, especialmente na antiga Babilônia. O contexto geral mostra uma tentativa de unidade que acaba sendo interpretada como rebelião contra Deus, legitimando a fragmentação como um juízo divino.

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(2) PSICOLOGICAMENTE E SOCIOLOGICAMENTE
O episódio de Babel, interpretado pelo judaísmo e pelo cristianismo, alimenta a ideia de que a diversidade é um risco à unidade e que os diferentes podem ser potenciais rivais. Psicologicamente, cria-se um arquétipo de desconfiança frente ao “outro” que não fala a mesma língua ou não compartilha da mesma cultura. Sociologicamente, a dispersão legitima fronteiras e identidades nacionais, oferecendo benefícios como coesão interna de cada povo, mas também fomentando antagonismos e justificativas para guerras e exclusões.

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(3) TEOLOGICAMENTE – DEUS JEOVÁ ENTENDIDO POR MOISÉS
Na leitura mosaica, o Deus de Israel é um legislador que pune a soberba humana. A torre não é apenas uma construção, mas um símbolo de autossuficiência e rebelião contra a ordem divina. A vontade de Jeová, portanto, é entendida como a de preservar a dependência do homem em relação a Ele, impedindo que o poder humano se torne absoluto. Muitos cristãos ainda compartilham dessa visão: a diversidade como consequência inevitável de tentar usurpar a glória divina.

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(4) TEOLOGICAMENTE – DEUS DE JESUS
O Deus revelado em Jesus traz outra perspectiva: a diversidade não é castigo, mas parte da criação divina. Em Atos 2, no Pentecostes, as línguas diversas não são anuladas, mas acolhidas pelo Espírito Santo, que permite comunicação e comunhão entre os povos. Isso mostra que a vontade de Deus, em Jesus, é transformar a diversidade em unidade pelo amor e não pela uniformidade imposta. Essa leitura é frequentemente ignorada por setores cristãos que ainda veem as diferenças como ameaça em vez de riqueza.

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(5) ATUALIDADE
Nos dias atuais, Babel deve ser relida como uma advertência contra a demonização da diversidade. Religiões que seguem essa narrativa precisam compreender que a pluralidade cultural e linguística não é inimiga da fé, mas um campo de diálogo e aprendizado mútuo. O mundo ao redor só ganha quando a diversidade é vista como patrimônio humano, e não como sinal de divisão. A lição de Pentecostes deveria ser mais lembrada do que a de Babel, promovendo cooperação e solidariedade globais.

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(6) BIBLIOGRAFIA

  1. Mircea Eliade – História das Crenças e das Ideias Religiosas (1983). Análise das mitologias de origem e suas implicações religiosas.

  2. Karen Armstrong – A História de Deus (1993). Explora visões sobre Deus nas tradições monoteístas.

  3. Walter Brueggemann – Gênesis (1982). Comentário teológico e exegético do primeiro livro bíblico.

  4. John H. Walton – The Lost World of Genesis One (2009). Interpretações do contexto cultural do Gênesis.

  5. Robert Alter – The Five Books of Moses (2004). Tradução e comentário literário da Torá.

  6. André Chouraqui – A Bíblia (1985). Tradução e comentários sobre os textos bíblicos.

  7. Gerhard von Rad – Old Testament Theology (1962). Reflexão sobre a teologia do Antigo Testamento.

  8. James Barr – The Semantics of Biblical Language (1961). Estudo sobre linguagem e interpretação bíblica.

  9. Jonathan Sacks – The Dignity of Difference (2002). Reflexão judaica sobre diversidade cultural e religiosa.

  10. Richard Elliott Friedman – Who Wrote the Bible? (1987). Análise crítica das origens dos textos bíblicos.


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*ABRAÃO E OS POVOS VIZINHOS*
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Abraão recebe a promessa de uma terra ocupada por outros povos, que passam a ser vistos como inimigos a serem expulsos.

(1) JORNALISTICAMENTE
A narrativa bíblica em Gênesis 12–25 apresenta Abraão como o patriarca escolhido por Deus, que recebe a promessa de uma terra já habitada por outros povos, como os cananeus, hititas, amorreus e jebuseus (Gn 15:18–21). O texto registra também momentos de convivência, como a aliança com Abimeleque (Gn 21:22–34), e episódios de conflito, como a libertação de Ló na guerra contra reis locais (Gn 14). Na história secular, Abraão não aparece como figura documentada, mas a tradição hebraica e posterior judaica o coloca como pai fundador da identidade israelita, o que legitima a reivindicação territorial sobre Canaã. O contexto geral mostra uma promessa divina que cria inevitavelmente a ideia de povos rivais e uma narrativa de disputa por espaço sagrado.

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(2) PSICOLOGICAMENTE E SOCIOLOGICAMENTE
A promessa da terra a Abraão inaugura um paradigma identitário: o “nós” (o povo escolhido) contra o “eles” (os povos da terra). Psicologicamente, isso atende à necessidade de coesão interna, fortalecendo a identidade em torno da promessa. Sociologicamente, legitima práticas de exclusão e conflito, fornecendo um senso de missão coletiva. O benefício presumido é a criação de uma comunidade unida em torno de um ideal comum, mas à custa de transformar vizinhos em potenciais inimigos. Tanto no judaísmo quanto no cristianismo, essa lógica alimenta a noção de que o “povo de Deus” deve se diferenciar e até se opor aos demais.

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(3) TEOLOGICAMENTE – DEUS JEOVÁ ENTENDIDO POR MOISÉS
Na leitura mosaica, a promessa da terra a Abraão é entendida como expressão da vontade soberana de Jeová: separar um povo para Si e conceder-lhe um território próprio. Essa visão, registrada em textos como Deuteronômio 7:1–6, legitima a ideia de conquista e expulsão dos habitantes originais. Para muitos cristãos que leem o Antigo Testamento literalmente, esse é um modelo de fidelidade: Deus premia Seu povo e entrega a terra prometida, mesmo que isso implique conflitos com povos vizinhos.

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(4) TEOLOGICAMENTE – DEUS DE JESUS
Jesus ressignifica a herança de Abraão, deslocando o foco da terra para a fé (João 8:39; Mateus 3:9). Em sua visão, a verdadeira descendência de Abraão não se define por território, mas por viver a fé e o amor. A promessa deixa de ser geográfica e se torna espiritual e universal. Essa leitura desafia a interpretação belicista e exclusivista, mas muitos cristãos preferem ignorar esse deslocamento, ainda defendendo rivalidades baseadas em heranças territoriais ou étnicas.

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(5) ATUALIDADE
Hoje, narrativas como a de Abraão e os povos vizinhos precisam ser lidas com cautela. Elas não devem servir para justificar conflitos étnicos ou religiosos modernos, como a questão Israel–Palestina, mas como reflexões sobre a complexidade histórica da relação entre fé e território. Tanto judeus quanto cristãos têm a responsabilidade de reinterpretar essa tradição de maneira que promova diálogo, coexistência e justiça. A terra pode ser vista como símbolo de cuidado e responsabilidade coletiva, não como justificativa para exclusão.

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(6) BIBLIOGRAFIA

  1. Gerhard von Rad – Genesis: A Commentary (1972).

  2. Walter Brueggemann – The Land: Place as Gift, Promise, and Challenge in Biblical Faith (1977).

  3. John Bright – A History of Israel (1981).

  4. Nahum M. Sarna – Understanding Genesis (1966).

  5. Jon D. Levenson – The Death and Resurrection of the Beloved Son (1993).

  6. Karen Armstrong – Jerusalem: One City, Three Faiths (1996).

  7. Shlomo Sand – The Invention of the Jewish People (2009).

  8. Richard Elliott Friedman – The Bible with Sources Revealed (2003).

  9. Jonathan Sacks – Not in God’s Name: Confronting Religious Violence (2015).

  10. Ilana Pardes – The Biography of Ancient Israel: National Narratives in the Bible (2000).


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*ISAQUE E ISMAEL*
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A separação dos filhos de Abraão cria uma rivalidade ancestral: o "filho da promessa" contra o "filho da escrava".

(1) JORNALISTICAMENTE
O relato bíblico de Isaque e Ismael está em Gênesis 16, 17 e 21. Abraão gera Ismael com Agar, serva de Sara, por sugestão desta, mas depois Sara engravida e dá à luz Isaque, considerado o “filho da promessa”. Por ciúmes, Sara exige que Agar e Ismael sejam expulsos, e Abraão, orientado por Deus, concorda (Gn 21:10–12). A tradição judaica coloca Isaque como herdeiro legítimo da aliança, enquanto Ismael é marginalizado, embora também receba bênçãos (Gn 17:20). Historicamente, textos islâmicos posteriores reivindicam Ismael como ancestral dos árabes e da linhagem do profeta Maomé. O contexto geral é o da origem de uma rivalidade que atravessaria milênios, usada para justificar antagonismos entre judeus, cristãos e muçulmanos.

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(2) PSICOLOGICAMENTE E SOCIOLOGICAMENTE
A separação de Isaque e Ismael cria o arquétipo do “filho legítimo” versus o “filho rejeitado”. Psicologicamente, isso estabelece uma identidade baseada na exclusão, em que o grupo precisa de um “outro” para se afirmar como escolhido. Sociologicamente, o benefício para judaísmo e cristianismo é reforçar a noção de eleição divina e singularidade histórica, mesmo que isso alimente rivalidades. Essa lógica reforça a coesão interna, mas ao custo de perpetuar uma hostilidade simbólica e concreta contra descendentes de Ismael, que mais tarde foram associados aos povos árabes e ao Islã.

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(3) TEOLOGICAMENTE – DEUS JEOVÁ ENTENDIDO POR MOISÉS
Na perspectiva mosaica, a vontade de Jeová é que a promessa da aliança siga pela linhagem de Isaque (Gn 17:19). Assim, Ismael é abençoado, mas não herda a mesma promessa. Essa distinção alimenta a ideia de um povo exclusivo de Deus, reforçando o modelo de eleição. Para muitos judeus e cristãos que seguem essa linha, a exclusão de Ismael é vista como parte da ordem divina, ainda que ele também receba cuidados providenciais.

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(4) TEOLOGICAMENTE – DEUS DE JESUS
Jesus desloca o foco da promessa para a fé e o amor, dissolvendo a rivalidade étnica. Em Gálatas 3:28–29, Paulo, interpretando a mensagem de Cristo, afirma que “não há judeu nem grego, escravo nem livre... todos são um em Cristo Jesus” e herdeiros segundo a promessa. Assim, a visão de Jesus é a de incluir tanto o “filho da escrava” quanto o “filho da livre” numa mesma herança espiritual. Contudo, muitos cristãos esquecem essa universalidade e continuam reproduzindo a exclusão simbólica que marca a relação entre Isaque e Ismael.

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(5) ATUALIDADE
Na atualidade, a narrativa de Isaque e Ismael deve ser lida como um convite à reconciliação e não à perpetuação da rivalidade. O conflito entre judeus, cristãos e muçulmanos ainda carrega ecos desse relato. O desafio é reinterpretar a promessa como um chamado à fraternidade, reconhecendo que as três tradições compartilham raízes comuns em Abraão. O mundo só ganha quando esse episódio deixa de ser usado como justificativa para exclusão e passa a ser compreendido como uma advertência contra os perigos da divisão.

...

(6) BIBLIOGRAFIA

  1. Karen Armstrong – Islam: A Short History (2000).

  2. Jon D. Levenson – Inheriting Abraham: The Legacy of the Patriarch in Judaism, Christianity, and Islam (2012).

  3. Reza Aslan – No god but God (2005).

  4. Bruce Feiler – Abraham: A Journey to the Heart of Three Faiths (2002).

  5. Gerhard von Rad – Genesis: A Commentary (1972).

  6. Walter Brueggemann – Genesis (1982).

  7. Mark G. Brett – Genesis: Procreation and the Politics of Identity (2000).

  8. Shlomo Sand – The Invention of the Land of Israel (2012).

  9. Richard Elliott Friedman – The Bible with Sources Revealed (2003).

  10. Jonathan Sacks – The Dignity of Difference (2002).


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