23.08.2017, 13:48
MIL BILHÕES DE DÓLARES AO ANO
Um trilhão de dólares ao ano, segundo uma nova pesquisa, é a cifra gasta globalmente para tratar das doenças ligadas ao tabagismo e pela perda de produtividade devido à mesma causa.
Por: Le Figaro Santé
Seis milhões de pessoas a cada ano morrem prematuramente por causa do fumo. E em 2030 os mortos por causa do cigarro – primeira causa no mundo de mortes que poderiam ser evitadas – serão 8 milhões ao ano, segundo as previsões. Estes são apenas alguns dos dados que acabam de ser publicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo National Cancer Institute dos Estados Unidos.
Fazendo as contas
Esse amplo estudo examina e aprofunda a análise não apenas de aspectos já bem conhecidos dos danos que o tabaco acarreta a saúde, mas também – e sobretudo – dos custos econômicos do tabagismo a nível mundial. A partir desse popnto de vista, são demolidas as teses segundo as quais o fumo, embora altamente nocivo para a saúde, seja no entanto um fator importante para a economia de diversos países, através dos lucros obtidos com os impostos sobre o tabaco e o trabalho fornecido pela indústria do cigarro. A verdade é claramente o oposto disso: enquanto os impostos sobre os produtos derivados do tabaco cheguem globalmente à cifra de 270 bilhões de dólares, os custos ligados ao fumo e os seus efeitos colaterais custam às economias mundiais mais de um trilhão de dólares entre o tratamento de doenças ligadas ao tabagismo e a perda de produtividade causada pelo mesmo motivo. Nenhuma vantagem, portanto, sequer considerando-se cinicamente apenas o lado econômico.
Argumentos mentirosos
Os fumantes são hoje no mundo cerca de um bilhão e 100 milhões de pessoas: a maior parte delas vive nos países em via de desenvolvimento. A indústria do tabaco sustenta que as medidas de controle contra o fumo são contrárias ao interesse dos pobres. Mas “a evidência esmagadora é exatamente o contrário”, afirma Jeremiah Paul, da Organização Mundial da Saúde, um dos autores da pesquisa. Além disso, devido às inovações tecnológicas (automatismos, robotização das fábricas, etc), o número de trabalhadores que dependem da indústria do tabaco é em clara diminuição na maior parte dos países. O estudo estima que em quase todos os países, políticas nacionais de controle do tabaco não teriam nenhum efeito sobre o emprego ou teriam pelo menos um efeito claramente positivo, porque as perdas ligadas à indústria do tabaco seriam compensadas por um aumento do emprego em outros setores.
Causa de muitos tumores
Uma de cada cinco mortes por câncer na atualidade pode ser atribuída diretamente ao fumo: além do câncer de pulmão, do qual o tabaco é o principal fator causal, a Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer identificou 15 tipos e subtipos de tumores para os quais o tabaco é o fator de risco mais importante.
O fumo passivo permanece um grande problema: na maior parte dos países, mesmo quando a pessoa não fume diretamente, entre 15 e 50 por cento da população é exposto ao fumo passivo (e as mortes devidas a essa causa são cerca de 600 mil ao ano).
Na maior parte dos países europeus - e também em países como o Brasil - os fumantes constituem hoje mais de 20% da população – 27% dos quais são homens, e 17% mulheres). A maioria das pessoas começa a fumar antes dos vinte anos e, segundo as estatísticas, o número de estudantes tabagistas está em forte aumento em todo o mundo.
https://www.brasil247.com/pt/saude247/saude247/313377/O-enorme-custo-do-tabagismo-Mil-bilh%C3%B5es-de-d%C3%B3lares-ao-ano.htm