investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
1 NOMECLATURAS PARA ESTES ELEITORES
001 OVELHAS PARTIDÁRIAS
002 FIDELÍSSIMOS CLIENTELARES
003 TRIBALISTAS POLÍTICOS
1.4 — CONFORMISTAS DE STATUS
Votantes que imitam líderes influentes (chefe local, pastor, empregador) por desejo de status social ou aceitação.
1.5 — COGNITIVOS RELUTANTES
Pessoas que evitam análise crítica e aceitam narrativas simples e emocionalmente carregadas.
1.6 — IDEALISTAS RACIONALIZANTES
Eleitores que acreditam que benefícios aos ricos “vão cair” em cadeia para os pobres e racionalizam políticas desiguais com argumentos utilitaristas.
1.7 — FERVOROSOS MÍMIDOS
Apoiadores movidos por emoção intensa (ódio ao outro, medo, devoção) mais do que por cálculo racional.
1.8 — ELEITORES CLIENTES
Quem vota por relações de dependência econômica direta com atores políticos (servidores, contratados, pequenos fornecedores).
1.9 — MILITANTES IDENTITÁRIOS
Apoiadores que atacam ativamente críticos e defendem o líder como questão de honra grupal.
1.10 — DISCÍPULOS DO LÍDER
Indivíduos com relação quase religiosa ao político — aceitam incoerências por fé na figura do líder.
2 FATORES PSICOLÓGICOS NISTO
Tendência a aceitar informações que confirmam crenças pré-existentes e rejeitar as que as contradizem. Annual Reviews
2.2 — VIÉS DE CONFIRMAÇÃO
Procura seletiva e interpretação de notícias que reforçam a opinião do eleitor.
2.3 — PREGUIÇA COGNITIVA (PROCESSAMENTO POUCO ANALÍTICO)
Falta de reflexão deliberada: aceitar narrativas simples por economia mental. Nature
2.4 — NECESSIDADE DE PERTENCER
Desejo humano básico de aceitação social que empurra a pessoa a alinhar crenças com o grupo.
2.5 — MEDO E AMEAÇA
Em contextos de insegurança, pessoas preferem líderes percebidos como fortes, mesmo que autoritários. ScienceDirect
2.6 — IDENTIDADE SOCIAL
A opinião política torna-se parte da identidade: questioná-la ameaça o self. SpringerLink
2.7 — DISSONÂNCIA COGNITIVA
Quando propagandas/ações do político conflitam com valores, a pessoa muda a interpretação para manter coerência interna.
2.8 — EFEITO DE ENDOSSO
Se alguém confiável (pastor, líder comunitário) apoia o político, sua influência reduz o ceticismo.
2.9 — EMOÇÃO SOBRE A RAZÃO
Mensagens que apelam a raiva, orgulho ou medo geram compromisso forte e ação política.
2.10 — NECESSIDADE DE SIMPLIFICAÇÃO
Complexidade econômica/política é reduzida a narrativas maniqueístas (“eles contra nós”), facilitando apoio a elites que vendem soluções fáceis.
3 FATORES SOCIOLÓGICOS NISTO
Ambientes com desigualdade acentuada geram relações de dependência e clientelismo.
3.2 — REDES DE CLIENTELISMO
Estruturas locais onde voto é moeda de troca fortalecem apoio mesmo a políticos predatórios.
3.3 — POLARIZAÇÃO SOCIAL
Sociedades polarizadas ampliam a identificação de grupo e o antagonismo ao outro. Nature
3.4 — FRAGILIDADE INSTITUCIONAL
Instituições públicas fracas facilitam personalização do poder e lealdades a indivíduos.
3.5 — MEDIATIZAÇÃO E BOLHAS
Ambientes midiáticos segmentados criam “cápsulas” informativas que reforçam narrativas locais.
3.6 — TRADIÇÕES CLIENTELARES CULTURAIS
Práticas históricas de troca política/social normalizam o favorecimento aos ricos em troca de proteção.
3.7 — DESCONFIANÇA GENERALIZADA
Quando se desconfia do “sistema” mais do que dos líderes, pessoas aceitam atalhos populistas.
3.8 — PAPEL DE LÍDERES LOCAIS
Chefes locais (padres, vereadores) moldam voto por influência social direta.
3.9 — ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA FORTE
Partidos com máquinas sociais eficazes conseguem fidelizar eleitores por serviços.
3.10 — EDUCAÇÃO CÍVICA INSUFICIENTE
Baixa formação crítica e cívica facilita manipulação e reprodução de narrativas simplistas.
4 ENGANOS ALIENADORES NISTO
Prometer benefícios imediatos e inalcançáveis para comprar apoio.
4.2 — SCAPEGOATING
Culpar inimigos (imigrantes, minorias, elites “externas”) para unir a base em torno do líder.
4.3 — NARRATIVA DE VÍTIMA
Apresentar o eleitorado como injustiçado, legitimando medidas extremas.
4.4 — PACTOS CLIENTELARES
Distribuição seletiva de recursos (empregos, obras) em troca de lealdade.
4.5 — PERSONALISMO
Substituir políticas públicas por carisma: “sou eu contra o resto”.
4.6 — NEGAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Atacar instituições ou mídia quando exposto, criando uma bolha de descrença.
4.7 — SIMPLIFICAÇÃO EXCESSIVA
Oferecer respostas fáceis a problemas complexos para reduzir resistência.
4.8 — REESCRITA DE REALIDADE
Minimizar escândalos, inventar alternativas factuais e confundir a narrativa.
4.9 — USO DE SIMBOLISMO RELIGIOSO
Aparecer como escolhido/divinamente sancionado para se blindar de críticas.
4.10 — CRIAÇÃO DE INIMIGO EXTERNO
Concentrar a culpa fora do grupo para legitimar medidas que favorecem aliados.
5 POR QUE AS FAKE NEWS SÃO EFICAZES NISTO
Fake news que confirmam crenças já aceitas são recebidas sem checagem. ScienceDirect
5.2 — FORMATAM EMOÇÕES
Mensagens emocionais viralizam mais que análises frias.
5.3 — REPETIÇÃO (EFEITO DE ILUSÃO DE VERACIDADE)
Repetir uma mentira a torna mais familiar e, portanto, mais crível.
5.4 — ECOCHAMBERS
Redes fechadas amplificam falsidades sem contradição.
5.5 — AUTHORITY BY SHARING
Quando alguém da confiança compartilha, a mensagem ganha autoridade.
5.6 — COMPLEXIDADE POLÍTICA
Assuntos complexos são reduzidos a manchetes fáceis — terreno fértil para boatos.
5.7 — ALTA VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO
Plataformas digitais espalham rapidamente informações sem verificação.
5.8 — PRODUÇÃO PROFISSIONAL
Fake news muitas vezes têm aparência profissional e gráficos que enganam.
5.9 — APROVEITAMENTO DE ANSEIOS
Mensagens exploram esperanças (emprego, segurança) para prometer soluções rápidas.
5.10 — RESISTÊNCIA À CORREÇÃO
Mesmo após desmentidos, as crenças podem persistir por motivos identitários e emocionais. Nature
6 MOTIVOS PARA BRIGAS NISTO
Contradição política é percebida como ataque pessoal à identidade do eleitor.
6.2 — AFEITO VIOLENTO
Emoções intensas (ódio, medo) transformam debate em conflito.
6.3 — DINÂMICA DE HONRA
Defender o grupo é visto como dever moral; atacar é desonrar.
6.4 — REFORÇO SOCIAL
Mostrar lealdade publicamente (inclusive em brigas) aumenta status na tribo política.
6.5 — DESINFORMAÇÃO
Crenças falsas intensificam as convicções, tornando o interlocutor intransigente.
6.6 — FALTA DE HABILIDADES DE CONVERSA
Incapacidade de dialogar sobre diferenças leva a confronto.
6.7 — PRESSÃO DE LÍDERES LOCAIS
Chefe/pastor/patrão pode estimular hostilidade contra críticos.
6.8 — ECO DE GRUPO
Ambiente que normaliza agressividade encoraja brigas domésticas.
6.9 — PUNIÇÃO SIMBÓLICA
Expulsar socialmente quem discorda serve de aviso e é praticado por alguns grupos.
6.10 — AFASTAMENTO EMOCIONAL
Quando a política substitui outros laços, relações pessoais se rompem com mais facilidade.
7 COMO RELIGIÃO FAVORECE NISTO
Apresentar o político como “escolhido por Deus” para bloquear críticas.
7.2 — ALIANÇAS COM LIDERANÇAS RELIGIOSAS
Pastores e líderes locais endossam políticos em troca de privilégios.
7.3 — APOELIÇÃO MORAL
Questões morais (família, aborto) são usadas para desviar atenção de corrupção econômica.
7.4 — RITUALIZAÇÃO DO APOIO
Atos públicos (orações, bênçãos) tornam o apoio quase sagrado.
7.5 — EXCLUSÃO DO OUTRO
Demonizar opositores como “imorais” para justificar hostilidade.
7.6 — PROMESSAS DE RECOMPENSA ESPIRITUAL
Mensagens que prometem proteção divina a apoiadores enfraquecem crítica racional.
7.7 — INTERPRETAÇÃO SELECTIVA
Textos religiosos são interpretados para justificar políticas que favorecem elites.
7.8 — USO DE SIMBOLOS
Símbolos religiosos em campanha criam conexão emocional forte.
7.9 — CONTROLE DE INFORMAÇÃO NA COMUNIDADE
Redes religiosas fechadas restringem acesso a perspetivas externas.
7.10 — MERCANTILIZAÇÃO RELIGIOSA
Troca de bens ou promessas por apoio religioso reforça clientelismo.
8 — CONSEQUÊNCIAS PSICOPATOLÓGICAS NISTO
Perda de amigos e laços, que agrava depressão e ansiedade.
8.2 — AUMENTO DA ANSIEDADE
Estado constante de vigilância e raiva gera transtornos de ansiedade.
8.3 — SINTOMAS DE RAIVA CRÔNICA
Hostilidade prolongada predispõe a problemas cardiovasculares e transtornos emocionais.
8.4 — PENSAMENTO RIGIDO
Rigidez cognitiva aumenta risco de transtornos obsessivo-compulsivos ideológicos.
8.5 — PARANOIA SOCIAL
Desconfiança extrema do outro pode evoluir para ideias persecutórias.
8.6 — EMPOBRECIMENTO AFETIVO
Incapacidade de empatia e redução da regulação emocional.
8.7 — DEPENDÊNCIA EMOCIONAL DO GRUPO
Perder autonomia psicológica e ficar vulnerável a mais manipulação.
8.8 — RISCO DE RADICALIZAÇÃO
Agressividade e isolamento podem desembocar em violência política.
8.9 — IMPACTO FAMILIAR
Conflitos constantes prejudicam funcionamento familiar e saúde mental de filhos.
8.10 — DETERIORAÇÃO DO BEM-ESTAR GERAL
Sono ruim, transtornos digestivos, e piora da saúde física decorrente do estresse crônico.
9 MANEIRAS PARA REVERTER ISTO
Curso e oficinas que ensinem a checar fontes, identificar viés e ler títulos com ceticismo.
9.2 — PROMOVER PENSAMENTO CRÍTICO NAS ESCOLAS
Aulas que exercitem análise de argumentos, lógica e avaliação de evidências.
9.3 — INOCULAÇÃO CONTRA DESINFORMAÇÃO
Expor pessoas a versões fracas de falsas narrativas e explicar técnicas de manipulação antes que sejam alvo. Misinformation Review
9.4 — CAMPANHAS LOCAIS DE VERIFICAÇÃO
Equipes locais (jornalismo comunitário) que desmentem boatos com linguagem simples.
9.5 — DIÁLOGOS FACILITADOS (CONTACT HYPOTHESIS)
Organizar encontros entre grupos opostos em contextos cooperativos para reduzir preconceitos. UCL Discovery
9.6 — TREINAMENTO DE ARGUMENTAÇÃO NÃO AGRESSIVA
Workshops para ensinar técnicas de conversação construtiva dentro da família.
9.7 — APOIO PSICOSSOCIAL
Oferecer aconselhamento a quem está em conflito familiar por política, reduzindo isolamento e raiva.
9.8 — EXEMPLOS NARRATIVOS (STORYTELLING)
Usar histórias reais de pessoas que mudaram de opinião para demonstrar que mudança é possível.
9.9 — MENSAGENS DE INFLUENCIADORES LOCAIS
Envolver líderes confiáveis para promover checagem e moderação emocional.
9.10 — TRANSPARÊNCIA EM POLÍTICA PÚBLICA
Aumentar visibilidade sobre contratos/obras para reduzir clientelismo e desmentir promessas falsas.
9.11 — CAMPANHAS DE EMPODERAMENTO ECONÔMICO
Programas que diminuam dependência econômica (microcrédito, capacitação), reduzindo votos por necessidade.
9.12 — MELHORAR ACESSO À INFORMAÇÃO DE QUALIDADE
Subsídio a mídia local independente e patrocínio de jornalismo investigativo local.
9.13 — PROMOVER NORMAS SOCIAIS DE RESPEITO
Projetos comunitários que celebrem pluralidade e condenem agressões verbais.
9.14 — INTERVENÇÕES DIGITAIS (PLATAFORMAS)
Etiquetas de verificação, desaceleração de compartilhamento e rótulos de contexto nas redes sociais.
9.15 — EDUCAÇÃO CÍVICA PRÁTICA
Aulas sobre funcionamento do Estado, orçamento público e como as políticas afetam a vida real.
9.16 — INCENTIVO AO DEBATE LOCAL
Fóruns municipais moderados onde candidatos prestem contas e respondam perguntas em linguagem clara.
9.17 — APOIO A INICIATIVAS DE MEDIAÇÃO FAMILIAR
Serviços que ajudem famílias a negociar conflitos políticos sem rupturas permanentes.
9.18 — PROMOVER ALIANÇAS TRANSVERSAIS
Projetos de comunidade que reúnam diferentes grupos em objetivos concretos (saúde, saneamento).
9.19 — CAMPANHAS DE SAÚDE MENTAL
Informar sobre efeitos da raiva crônica e oferecer recursos para tratamento.
9.20 — INCENTIVAR LIDERANÇAS ÉTICAS
Formação e valorização de políticos locais com histórico de serviço e transparência, para enfraquecer o apelo do carisma vazio.
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1 — INTRODUÇÃO À ILUSÃO POLÍTICA
Em toda sociedade marcada pela desigualdade, o voto não é apenas um ato cívico — é também um espelho da consciência coletiva. Há eleitores que, mesmo percebendo o histórico duvidoso de certos políticos, continuam a apoiá-los por crenças, medos ou esperanças distorcidas. São pessoas que, de forma consciente ou inconsciente, reproduzem a lógica de poder que os oprime. Acreditam que o sucesso dos ricos trará benefícios aos pobres, e nessa crença, perpetuam o próprio ciclo de dominação. Este estudo nasce da urgência de compreender por que tantas “ovelhas” seguem “lobos” convictamente, mesmo quando o rebanho inteiro caminha para o abismo.
2 — ENTRE O ENGANO E A FÉ POLÍTICA
O voto, quando guiado pela fé cega e não pela razão crítica, transforma-se em instrumento de manipulação. Muitos eleitores se tornam devotos de líderes que usam a linguagem da esperança, da moral ou da religião para legitimar projetos excludentes. A emoção substitui a análise, e o líder se converte em símbolo de redenção coletiva. Entender essa mistura entre crença política e religiosidade é essencial para explicar por que a alienação ganha força e se reproduz através das gerações.
3 — O PAPEL DAS ESTRUTURAS SOCIAIS
A alienação política não nasce apenas na mente individual, mas é alimentada por estruturas sociais que condicionam o pensamento. A educação limitada, a desigualdade econômica, o clientelismo e o domínio das mídias criam um terreno fértil para o controle das massas. Assim, a crença de que “ajudar os ricos ajuda os pobres” é reforçada por discursos institucionais, religiosos e midiáticos, que naturalizam a desigualdade e transformam o privilégio em mérito.
4 — AS ARMADILHAS DA MENTE E DA MENTIRA
Fake news, manipulação emocional e desinformação são ferramentas modernas para manter viva a ilusão política. Elas atuam sobre os impulsos mais profundos da mente humana: o medo, a raiva e o desejo de pertencimento. O eleitor, cercado por bolhas informativas e laços afetivos de grupo, passa a defender seus algozes como se defendesse sua própria identidade. Essa fusão entre mentira e emoção cria um vínculo patológico com o poder, difícil de romper sem intervenção educativa e terapêutica.
5 — PROPÓSITO DESTE ESTUDO
Este estudo pretende revelar as engrenagens psicológicas, sociológicas e simbólicas que sustentam esse comportamento eleitoral paradoxal. Busca compreender não apenas o que move esses eleitores, mas também como libertá-los da servidão voluntária que sustenta os privilégios de poucos. Examinar essas dimensões é um passo essencial para fortalecer a consciência crítica, promover educação política e reconstruir o elo entre cidadania e dignidade. Em última instância, este é um chamado à lucidez: para que o povo volte a votar não por medo, fé cega ou manipulação, mas por sabedoria, justiça e amor ao bem comum.
O VOTO DAS OVELHAS EM LOBOS
A metáfora das “ovelhas que votam em lobos” é uma das mais contundentes críticas sociais ao comportamento político alienado. Ela simboliza a docilidade e a obediência de muitos eleitores diante de líderes autoritários e exploradores. O sociólogo Zygmunt Bauman (2007) alerta que, em tempos de medo e incerteza, as pessoas tendem a buscar líderes fortes que prometem segurança, mesmo que esses líderes representem ameaça à própria liberdade. Hannah Arendt (1951) também observou que o totalitarismo nasce quando a massa abdica de pensar, preferindo seguir ordens. Assim, o voto torna-se uma fuga da responsabilidade moral — um ato de confiança em quem promete proteção, ainda que sob disfarce de lobo.
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O OBJETIVO DO CONTEÚDO
O trecho em destaque busca compreender o fenômeno psicológico e sociológico da lealdade cega — quando o eleitor segue um grupo ou líder mesmo diante de provas de corrupção, incoerência ou injustiça. Psicologicamente, investiga-se a “dependência de autoridade”, conceito explorado por Erich Fromm (1941) em O Medo à Liberdade, onde o autor explica que muitas pessoas renunciam à autonomia em troca de segurança simbólica. Sociologicamente, o texto analisa o “tribalismo político”, que transforma partidos e líderes em identidades coletivas. Pierre Bourdieu (1989) mostrou que o poder simbólico opera silenciosamente, moldando crenças e percepções para que o dominado aceite a dominação como natural.
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INTERPRETANDO AS OVELHAS PARTIDÁRIAS
Segundo o psicólogo Jonathan Haidt (2012), em The Righteous Mind, as pessoas tendem a justificar moralmente as decisões de seu grupo, mesmo quando são irracionais. Essa tendência explica o comportamento das “ovelhas partidárias”, que seguem o rebanho por afinidade emocional e não por análise racional. Já Noam Chomsky (1999), em O Lucro ou as Pessoas, demonstra como a propaganda política cria consensos artificiais, transformando cidadãos em consumidores de ideologias. Dessa forma, o eleitor se torna parte de uma massa dócil que confunde fidelidade com virtude, e subserviência com patriotismo. É nesse ponto que o estudo busca iluminar: o momento em que a liberdade de escolha se transforma em servidão voluntária, como alertou Étienne de La Boétie (1576).
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REFLEXÃO AO LEITOR
Se você, leitor, percebe que deposita fé política em líderes que já provaram pensar primeiro nos ricos e nos poderosos, reflita: talvez esteja buscando em lobos a salvação do rebanho. Se for esse o caso, lamento — pois a esperança está sendo vendida ao predador. Mas se você não se encaixa nesse perfil, e busca lucidez, empatia e justiça social, então use essa consciência como instrumento de transformação. Curta, comente e compartilhe este estudo; ajude outras pessoas a despertar também. Quando o povo aprender a desconfiar dos lobos travestidos, deixará de ser rebanho e se tornará guardião da própria democracia.
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BIBLIOGRAFIA
-
ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1951.
-
BAUMAN, Zygmunt. Medo Líquido. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
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FROMM, Erich. O Medo à Liberdade. Rio de Janeiro: Zahar, 1941.
-
HAIDT, Jonathan. The Righteous Mind: Why Good People Are Divided by Politics and Religion. New York: Pantheon Books, 2012.
-
CHOMSKY, Noam. O Lucro ou as Pessoas: Neoliberalismo e Ordem Global. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
OVELHAS QUE VOTAM EM LOBOS
Estamos estudando a triste, porém recorrente, contradição das sociedades democráticas: a de ovelhas que, movidas pelo medo, pela dependência ou pela ilusão de segurança, votam em lobos. Essa metáfora sintetiza a alienação política descrita por Erich Fromm em O Medo à Liberdade (1941), quando aponta que muitos indivíduos preferem submeter-se à autoridade em troca de alívio psicológico diante da incerteza. Em termos sociológicos, é o fenômeno do “voto servil”, em que a esperança de favor pessoal supera o bem coletivo. Como observou Rousseau em Do Contrato Social (1762), “o povo, enganado, pode querer o mal, mas nunca o quer sabendo que o é.” O voto, nesse contexto, deixa de ser um ato de liberdade e se torna um pedido de tutela.
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O OBJETIVO DE NOSSA INVESTIGAÇÃO
O conceito de “fidélissimos clientelares” busca compreender por que tantos eleitores aderem, psicologicamente, a líderes ou políticas que perpetuam a desigualdade e corroem a cidadania. A pesquisa pretende revelar os mecanismos mentais e sociais que sustentam o clientelismo político — desde a manipulação emocional até a criação de dependências simbólicas. A Psicologia Social mostra que o ser humano, ao sentir-se excluído ou desamparado, tende a se alinhar a figuras de poder que prometem proteção, mesmo que essa proteção custe sua autonomia. Já a Sociologia crítica interpreta esse processo como reprodução das hierarquias sociais e da falsa consciência descrita por Karl Marx, em que o dominado passa a agir contra seus próprios interesses de classe.
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VOZES QUE AJUDAM A ENTENDER O FENÔMENO
Pierre Bourdieu, em A Reprodução (1970), explica que o clientelismo não é apenas uma prática política, mas um sistema cultural que molda mentalidades e perpetua o capital simbólico das elites. Jessé Souza, em A Tolice da Inteligência Brasileira (2015), denuncia o “autoengano das classes populares”, que são levadas a crer que sua salvação virá dos mesmos grupos que as exploram. Boaventura de Sousa Santos, em A Difícil Democracia (2016), lembra que o clientelismo destrói o senso de comunidade, transformando cidadãos em súditos. E Hannah Arendt, em A Condição Humana (1958), alerta: quando a política é reduzida a troca de favores, a liberdade morre silenciosamente, substituída pela obediência disfarçada de gratidão.
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REFLITA SOBRE SUA ESCOLHA
Se o leitor percebe que tem buscado solução política em lobos, lamento profundamente: está entregando sua dignidade àqueles que o veem apenas como número eleitoral. Nenhum benefício clientelar compensa a perda da consciência crítica e da liberdade de escolha. Mas, se você reconhece a importância de votar com lucidez, parabéns — você é parte da resistência democrática. Que sua consciência seja contagiante. Curta, comente, compartilhe. Faça sua voz ecoar para que outros despertem do sono clientelar. A política só será humana quando o voto deixar de ser moeda e voltar a ser compromisso.
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BIBLIOGRAFIA
-
FROMM, Erich. O Medo à Liberdade. 1941.
-
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do Contrato Social. 1762.
-
BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. A Reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino. 1970.
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SOUZA, Jessé. A Tolice da Inteligência Brasileira. 2015.
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SANTOS, Boaventura de Sousa. A Difícil Democracia: Reinventar as esquerdas. 2016.
OVELHAS QUE SE ESCONDem EM REBANHOS
Estamos estudando a inquietante tendência de eleitores que, incapazes de pensar fora da identidade de seu grupo político, tornam-se ovelhas que votam em lobos. Esse comportamento tribal, como descreve Wilfred Trotter em The Instincts of the Herd in Peace and War (1916), é motivado pela necessidade de pertencimento e segurança emocional dentro do grupo. Em vez de buscarem a verdade, essas pessoas buscam confirmação de suas crenças e aprovação dos seus pares. Hannah Arendt já alertava, em Origens do Totalitarismo (1951), que o medo da solidão política é o que mais impulsiona o homem a ceder ao autoritarismo. Assim, o voto deixa de ser racional e se torna um ritual de identidade — um escudo contra o desconforto de pensar diferente.
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O QUE QUEREMOS DESVENDAR
Nosso estudo sobre os “tribalistas políticos” procura compreender as forças psicológicas e sociológicas que fazem indivíduos confundirem sua personalidade com a ideologia do grupo. A Psicologia Social observa que a identidade grupal oferece conforto, mas também cria cegueira seletiva: a incapacidade de perceber falhas nos líderes do próprio grupo. A Sociologia, por sua vez, explica esse fenômeno pela teoria da “anomia coletiva” de Émile Durkheim, segundo a qual, em tempos de crise moral, as pessoas buscam abrigo em comunidades simbólicas, mesmo que estas sejam politicamente destrutivas. A lealdade tribal, portanto, é uma tentativa inconsciente de autopreservação diante do medo da exclusão.
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O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS
Sigmund Freud, em Psicologia das Massas e Análise do Eu (1921), analisa como o indivíduo, ao ingressar num grupo, substitui seu ideal do ego pela figura do líder, passando a amar o líder em lugar de si mesmo. Já Gustave Le Bon, em A Psicologia das Multidões (1895), explica que a emoção coletiva suprime o raciocínio individual, transformando a multidão em massa irracional. Zygmunt Bauman, em Modernidade e Ambivalência (1991), observa que o tribalismo contemporâneo é fruto do medo líquido da solidão e da incerteza. E Richard Sennett, em A Corrosão do Caráter (1998), destaca que a necessidade de reconhecimento dentro de grupos é um sintoma do esvaziamento moral do indivíduo moderno. Esses autores convergem ao afirmar que, quando a identidade se torna política demais, a razão se torna emocional demais.
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REFLITA, SEM O REBANHO AO REDOR
Se você percebe que só vota como seu grupo vota, que repete slogans sem refletir e sente raiva de quem pensa diferente, lamento: talvez esteja buscando lobos para proteger seu rebanho, sem notar que eles se alimentam de sua liberdade. A política não deve ser torcida, mas consciência. Mas se você tem coragem de pensar por si mesmo, de mudar de opinião, de ouvir e questionar — então está no caminho da maturidade cívica. Curta, comente, compartilhe este estudo. O Brasil precisa de cidadãos que amem mais a verdade do que os grupos, e que se sintam parte da humanidade, não apenas de uma tribo.
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BIBLIOGRAFIA
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TROTTER, Wilfred. The Instincts of the Herd in Peace and War. 1916.
-
ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. 1951.
-
FREUD, Sigmund. Psicologia das Massas e Análise do Eu. 1921.
-
LE BON, Gustave. A Psicologia das Multidões. 1895.
-
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Ambivalência. 1991.