investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
Teu caminhar espalha perfumes que revivem jardins esquecidos.
002 LUZ DE AMOR
Teu sorriso clareia as manhãs mais cinzentas da alma.
003 FLOR QUE CAMINHA
Tua presença é como uma flor que passeia no vento, encantando os olhos do mundo.
004 CANÇÃO SILENCIOSA
Só de existir, tua alma canta melodias que os anjos invejam.
005 OÁSIS DE TERNURA
Em meio aos desertos da vida, tua ternura é água fresca para o coração.
006 ESTRELA NA TERRA
És uma estrela que Deus, com carinho, colocou para brilhar entre nós.
007 ENCANTO INFINITO
Cada gesto teu é um feitiço que transforma tristeza em esperança.
008 DOÇURA QUE CURA
Tua palavra doce é o remédio que o mundo desconhecia.
009 BELEZA QUE ENSINA
Tua beleza ensina ao mundo que o amor é real e visível.
010 SORRISO DE DEUS
Teu sorriso é a mais bela assinatura de Deus na criação.
011 BRISA QUE ACALMA
Teu olhar é a brisa que apazigua as tempestades da alma.
012 REFLEXO DO CÉU
Teu rosto é o espelho do céu em dia de paz.
013 GUARDIÃ DA ESPERANÇA
Tua existência preserva a fé no amanhã.
014 MELODIA DO CORAÇÃO
Tuas palavras são notas que compõem a sinfonia do viver.
015 AMOR QUE RESPIRA
Em teu abraço, respira-se o mais puro amor do universo.
016 SABEDORIA SUAVE
Tua fala carrega a sabedoria que ensina sem ferir.
017 ALMA DE PRIMAVERA
Tua presença faz florescer até o mais frio dos invernos.
018 FONTE DE CORAGEM
De ti brota a coragem que reanima os dias cansados.
019 POESIA EM MOVIMENTO
Cada gesto teu é um verso que o vento recita.
020 PÁSSARO DE LUZ
Tua liberdade ilumina caminhos esquecidos.
022 CASTELO DE CARINHO
Teu coração é abrigo para todas as dores.
023 TERNURA SEM FIM
Tua doçura não conhece limites, nem precisa.
024 AURORA DE GRAÇA
Tua chegada é como a aurora que renova toda esperança.
025 SEMENTE DE PAZ
Aonde pisas, germina a paz.
026 ENCANTO INVISÍVEL
Mesmo sem palavras, tua presença é puro encantamento.
027 MUSA DAS MANHÃS
És a inspiração que faz nascer dias de ouro.
028 VENTO DE AMOR
Em tua presença, até o vento parece mais amoroso.
029 PÉTALA DE SOL
Tua luz é tão terna quanto um raio de sol entre as flores.
030 PROMESSA CUMPRIDA
Tu és a promessa de felicidade que Deus cumpriu ao homem.
MULHER, FUNDAMENTO SOCIAL
A mulher é a base silenciosa e, muitas vezes, invisível que sustenta as estruturas sociais. Sua capacidade de diálogo, compaixão e acolhimento ensina comunidades inteiras a cooperarem, a se ajudarem e a crescerem juntas. Onde há mulheres atuantes, a sociedade se torna mais justa, mais humana e mais equilibrada, pois a sensibilidade feminina é como um farol que guia as relações para o respeito e a solidariedade. Cada mulher, do seu jeito único, é uma artesã do tecido social, bordando esperança e justiça nas vidas que toca.
MULHER, CORAÇÃO DA FAMÍLIA
No ambiente familiar, a mulher é a alma que dá vida aos laços de amor, de cuidado e de pertencimento. Seja como mãe, filha, esposa, irmã ou avó, ela transforma a casa em lar, trazendo à rotina o toque da ternura que une e fortalece cada membro da família. Com seu jeito singular, cada mulher é capaz de enxergar além da aparência, curar feridas invisíveis e manter viva a chama do compromisso e da dedicação. Sem a mulher, a família perderia sua capacidade mais bela: a de ser abrigo para os corações.
MULHER, SENTIDO DA EXISTÊNCIA
Existencialmente, a mulher é a mais delicada manifestação do amor de Deus pela criação. Sua presença confirma que a vida não é apenas uma luta pela sobrevivência, mas uma oportunidade constante de beleza, renovação e doçura. Cada mulher, com suas diferenças, com sua autenticidade, colore o mundo de significados, tornando a existência de todos muito mais rica, mais amável e mais digna de ser vivida. Onde há uma mulher, há sempre um convite ao florescimento da vida em sua melhor versão.
MULHER, PRESENTE PARA O MUNDO
Cada mulher é um presente divino que enriquece a vida dos que a conhecem e até mesmo dos que apenas cruzam seu caminho. Seu olhar terno pode salvar um estranho do desespero; sua força discreta pode inspirar um povo inteiro a continuar lutando; sua graça natural faz o mundo ser mais belo, mais leve e mais acolhedor. Deus, ao criar a mulher, estendeu Sua bondade a cada canto do universo, espalhando sementes de amor e esperança que só as mulheres sabem cuidar com perfeição.
MULHER, GLÓRIA DA VIDA HUMANA
A mulher é a glória da existência humana, o brilho mais puro que a criação poderia conter. Seu jeito de ser — forte, doce, firme, carinhoso, inteligente — torna a humanidade mais completa, mais próxima daquilo que foi sonhado no princípio dos tempos. Cada mulher, ao ser simplesmente quem é, com seus dons, seus limites e sua luz própria, cumpre uma missão divina: a de tornar a vida melhor, mais saudável, mais digna para todos os seres, especialmente para cada homem que tem o privilégio de recebê-la em seu caminho.
1. O SEGUNDO SEXO – Simone de Beauvoir (1949)
Simone de Beauvoir reflete sobre como a mulher foi historicamente definida como o "outro" em relação ao homem, e clama para que ela seja reconhecida como sujeito pleno da existência, livre para construir o mundo junto com ele.
2. MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS – Clarissa Pinkola Estés (1992)
Clarissa, psicanalista junguiana, resgata o arquétipo da "mulher selvagem," mostrando como a força instintiva feminina é essencial para a cura interior, a criatividade e a renovação do mundo.
3. UM TETO TODO SEU – Virginia Woolf (1929)
Virginia defende o direito da mulher à independência intelectual e financeira, mostrando como a autonomia da mulher é fundamental para sua plena contribuição ao avanço humano.
4. O MITO DA BELEZA – Naomi Wolf (1990)
Naomi denuncia como padrões irreais de beleza são impostos às mulheres para controlá-las, e afirma que a verdadeira força feminina está na liberdade e no respeito ao próprio corpo e identidade.
5. A POLÍTICA SEXUAL – Kate Millett (1970)
Kate Millett analisa as estruturas de poder nas relações entre homens e mulheres, mostrando que libertar a mulher é fundamental para a transformação política e social da humanidade.
6. AS MULHERES E A VIDA – Antonia Fraser (1984)
Antonia Fraser narra histórias reais de mulheres em diferentes períodos da história, destacando como sua coragem, inteligência e dedicação mudaram a sociedade, muitas vezes sem reconhecimento.
7. QUEM TEM MEDO DO FEMINISMO NEGRO? – Djamila Ribeiro (2018)
Djamila mostra a importância de reconhecer as experiências específicas das mulheres negras e afirma que a transformação do mundo passa também pela escuta e valorização dessas vozes.
8. HISTÓRIA DAS MULHERES NO OCIDENTE – Georges Duby e Michelle Perrot (1991)
Uma grande obra coletiva que revela como as mulheres foram agentes centrais em todas as fases da história ocidental, ainda que muitas vezes apagadas, e como sua contribuição moldou o mundo.
9. SEJAMOS TODOS FEMINISTAS – Chimamanda Ngozi Adichie (2014)
Chimamanda apresenta o feminismo de forma acessível, defendendo que valorizar as mulheres é essencial não só para elas, mas para construir um mundo mais justo e melhor para todos.
10. O LIVRO DAS MULHERES EXTRAORDINÁRIAS – Victoria Sherrow (1997)
Victoria celebra a vida e o impacto de diversas mulheres que, com talento, coragem e perseverança, melhoraram a ciência, a arte, a política e a cultura mundial, inspirando gerações.
(Estrofe 1)
Teu caminhar acende o chão da estrada,
Espalha aromas, flores e bonança.
Em ti, a vida canta enamorada,
De ti renasce a mais fiel esperança.
(Estrofe 2)
És brisa doce em tarde de calor,
És calma em meio à guerra que sufoca.
Tua presença é bálsamo de amor,
Faz até pedra endurecida ser roca.
(Estrofe 3)
Se o mundo chora, és lenço de afeto,
Se o dia escurece, és novo alvorecer.
No peito do universo és sempre teto,
Refúgio santo do mais puro viver.
(Refrão)
Louvado seja Deus pela mulher,
Por tua doçura, tua sabedoria,
Por tudo o que nos dás sem nada querer,
Por seres luz, ternura e poesia.
(Estrofe 4)
Tu não precisas de coroa ou trono,
Tua grandeza está em ser quem és.
És mais que sonho, és o próprio outono,
Que ensina a vida mesmo em sua tez.
(Estrofe 5)
Na infância és canto, na juventude és chama,
Na maturidade, és raiz e abrigo.
Na velhice, és a paz que tanto aclama
Quem soube amar-te ao longo do caminho.
(Estrofe 6)
És doçura firme em toda estação,
És justa, terna, clara e maternal.
Até no silêncio tua expressão
Faz do invisível um bem universal.
(Refrão)
Louvado seja Deus pela mulher,
Por tua doçura, tua sabedoria,
Por tudo o que nos dás sem nada querer,
Por seres luz, ternura e poesia.
(Estrofe 7)
Em cada “sim” há um sim à criação,
Em cada “não”, um zelo pelo mundo.
Teu ventre, altar de vida e oração,
Revela o amor sagrado e mais profundo.
(Estrofe 8)
Nem os jardins do Éden perfumado
Tiveram tanto encanto como agora,
Pois Deus, ao criar-te, em gesto ousado,
Fez primavera eterna em toda hora.
(Ponte)
A todas que um dia me tocaram,
Com gestos, conselhos ou simples olhar,
Meu ser carrego em tudo o que deixaram,
Mulheres que me ajudam a amar.
(Refrão)
Louvado seja Deus pela mulher,
Por tua doçura, tua sabedoria,
Por tudo o que nos dás sem nada querer,
Por seres luz, ternura e poesia.
(Refrão Final)
Louvado seja o Deus que é leve e manso,
Distante do temor de Moisés e lei.
Jesus é Deus em abraço e descanso,
Na mulher, Seu amor eu encontrei.
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EXPLICAÇÃO DO GALANTEIO
A frase “teu caminhar espalha perfumes que revivem jardins esquecidos” é uma metáfora da influência transformadora que toda mulher exerce no mundo. De criança a idosa, cada mulher carrega em si um dom de renovar o que está esquecido, de fazer florescer onde já não havia cor. Essa presença sutil e profunda está diretamente ligada ao propósito de Deus de espalhar beleza, equilíbrio e amor por toda a criação. O espírito feminino é maternal, cuidador e sedutor — não no sentido vulgar, mas no sentido divino de atrair a alma para o bem, para o consolo e para a alegria da existência.
Na Bíblia, encontramos esse espírito em figuras como Maria, mãe de Jesus (Lucas 1:46-55), que canta sua missão com firmeza e ternura; Débora, a juíza guerreira (Juízes 4), que lidera com coragem; e em Priscila (Atos 18:26), que ensina com sabedoria. Também está presente no Espírito Santo, descrito em termos femininos no hebraico “Ruach” — vento, sopro de vida. Teólogos como Leonardo Boff (em O Rosto Materno de Deus, 1979) afirmam que o feminino não é apenas um gênero, mas uma dimensão essencial da imagem divina na humanidade. O galanteio, portanto, não é apenas elogio: é uma reverência espiritual ao dom de ser mulher, uma homenagem ao reflexo de Deus nela.
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BIBLIOGRAFIA
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O Segundo Sexo – Simone de Beauvoir (1949)
Filosofia existencialista sobre a construção social da mulher e sua busca por liberdade. -
O Rosto Materno de Deus – Leonardo Boff (1979)
Mostra como o amor de Deus também é expresso no cuidado e ternura femininos. -
Mulheres na Bíblia – Edith Deen (1955)
Estudo de 300 personagens femininas bíblicas e suas lições para a vida espiritual. -
Mulheres na História – Michelle Perrot (1991)
Obra que revela o papel ativo das mulheres nos processos históricos do Ocidente. -
Teologia do Corpo – São João Paulo II (publicações entre 1979-1984)
Reflexão sobre a dignidade do corpo humano, especialmente o feminino, como imagem de Deus. -
O Feminino e o Sagrado – Jean-Yves Leloup (1992)
Aborda o arquétipo do feminino divino presente nas tradições cristã e orientais. -
Mulheres que Correm com os Lobos – Clarissa Pinkola Estés (1992)
Narrativas que revelam a força instintiva, curativa e vital da alma feminina. -
A Mulher no Coração de Deus – Elizabeth George (2003)
Explora o chamado bíblico à mulher como filha, esposa, mãe e serva de Deus. -
Quem Tem Medo do Feminismo Negro? – Djamila Ribeiro (2018)
Reflete sobre a realidade das mulheres negras e seu papel na transformação da sociedade. -
O Cântico dos Cânticos da Bíblia – (século VI a.C.)
Um poema divino que louva o amor erótico e espiritual, exaltando o corpo e o desejo femininos como vias do sagrado.
Estrofe 1
Teu sorriso, mulher, é farol de esperança,
Reflete o alvorecer na alma que cansa.
Mesmo quando o céu parece sem cor,
Tua luz revela um eterno esplendor.
Estrofe 2
Dos campos floridos ao ventre da terra,
Teu riso é a semente que a vida encerra.
De menina a anciã, és força e doçura,
És a alvorada que dissipa a amargura.
Estrofe 3
O orvalho da manhã beija tua face,
Natureza em festa quando tua graça passe.
Tua fala serena, teu olhar encantado,
Curam mil guerras com um gesto delicado.
Refrão
Bendito és, ó Deus, por tanta beleza,
Na mulher puseste o dom da leveza.
És sábio ao criar tal brilho e calor,
Feita de sabedoria, ternura e amor.
Estrofe 4
Quando o mundo é rude e o dia castiga,
Teu abraço acolhe, alivia e abriga.
És templo sagrado de abrigo e ternura,
Porta do céu que desfaz a amargura.
Estrofe 5
No colo da mãe, o mundo repousa,
Na alma da avó, a ternura pousa.
Na criança que dança, há tua centelha,
Na mulher que ensina, há tua centelha.
Estrofe 6
Se um dia a dor for a única estrada,
Teu olhar é a chama da jornada.
Renasce a esperança na tua presença,
Revela-se Deus na tua essência.
Refrão
Bendito és, ó Deus, por tanta beleza,
Na mulher puseste o dom da leveza.
És sábio ao criar tal brilho e calor,
Feita de sabedoria, ternura e amor.
Estrofe 7
Em cada gesto há um toque divino,
Em cada mulher, um traço do destino.
És flor e estrela, és chão e céu,
Perfume do eterno num corpo fiel.
Estrofe 8
Teu sorriso clareia as manhãs sombrias,
Restaura em mim as mais belas alegrias.
És reflexo da luz que acalma a dor,
És a presença do mais puro amor.
Ponte
A ti, que és tantas e uma só em mim,
Gratidão sem fim pelo amor sem fim.
Mulheres que moldaram meu coração,
Sou quem sou por vossa inspiração.
Refrão
Bendito és, ó Deus, por tanta beleza,
Na mulher puseste o dom da leveza.
És sábio ao criar tal brilho e calor,
Feita de sabedoria, ternura e amor.
Refrão Final
Teu jugo é suave, leve é tua mão,
Não como o Deus temido da antiga visão.
Em Cristo, aprendemos o amor que liberta,
Na mulher, tua graça se mostra aberta.
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(2) EXPLICAÇÃO DO TEMA: O GALANTEIO DIVINO À MULHER NA CRIAÇÃO
O galanteio poético de maio, como expresso no verso “Teu sorriso clareia as manhãs mais cinzentas da alma”, sintetiza a visão espiritual, maternal e sedutora da mulher dentro da Criação. A mulher, na perspectiva bíblica e simbólica, representa a beleza que salva, o amor que sustenta e a sabedoria que transforma. Em Provérbios 31, a mulher virtuosa é exaltada por sua força, prudência e temor ao Senhor. Ela é “mais preciosa do que rubis” (Pv 31:10). Também no Gênesis, a mulher é apresentada não como inferior, mas como “ajudadora idônea”, ou seja, aquela que complementa e completa o ser humano (Gn 2:18), símbolo de parceria, sensibilidade e potência criativa.
Teologicamente, o espírito feminino carrega em si traços do Espírito Santo, entendido nas tradições místicas como a expressão da ternura divina. Em Isaías 66:13, o próprio Deus se compara a uma mãe: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu os consolarei.” Isso mostra que os aspectos maternos e acolhedores da divindade são revelados na mulher. Além disso, autores como Leonardo Boff, em O Rosto Materno de Deus, ampliam a compreensão da mulher como manifestação sagrada do cuidado divino, ecoando a mística de Santa Teresa d’Ávila e a feminilidade espiritual de Maria na tradição cristã.
Assim, o galanteio de maio é uma celebração à mulher como expressão da presença divina no mundo. Seu sorriso, como luz que clareia a alma, é também uma revelação do amor de Deus pela humanidade — uma dádiva celestial que conduz à cura, à beleza e à redenção das criaturas.
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BIBLIOGRAFIA
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BOFF, Leonardo – O Rosto Materno de Deus (1999). Reflete sobre a dimensão feminina e materna de Deus, com base em teologia da libertação e espiritualidade cristã.
-
RUIZ, Jeanette – A Mística do Feminino (2012). Trata da espiritualidade ligada ao feminino, à intuição, ao corpo e à criação.
-
TERESA D’ÁVILA, Santa – Castelo Interior (1577). Obra clássica da mística cristã, onde o amor é o caminho da alma até Deus, com nuances de sensibilidade feminina.
-
PROVÉRBIOS, Livro Bíblico – Especialmente o capítulo 31, sobre a mulher virtuosa, que une força, sabedoria e temor ao Senhor.
-
ISAÍAS, Livro Bíblico – Capítulo 66:13, onde Deus se compara a uma mãe, revelando o cuidado feminino na divindade.
-
BOFF, Leonardo – Maria: Mãe do Sim (2005). Mostra Maria como a mulher símbolo de toda a criação, que acolhe e gera vida.
-
MURARO, Rose – Os Seis Caminhos da Mãe Terra (2001). Analisa o papel simbólico e histórico da mulher na formação das civilizações.
-
JUNG, Carl Gustav – A Mulher nos Contos de Fadas (1981). Uma análise psicanalítica sobre a representação do feminino no imaginário coletivo.
-
KÜNG, Hans – A Mulher no Cristianismo (1992). Examina criticamente a posição da mulher na tradição cristã ao longo da história.
-
BEAUVOIR, Simone de – O Segundo Sexo (1949). Obra filosófica que investiga as raízes culturais, sociais e espirituais do feminino.
Estrofe 1
És flor que caminha, leveza no chão,
Teu riso perfuma até o coração,
No maio enfeitado, a vida te vê,
Rainha das horas, do sol e do fé.
Estrofe 2
Dos campos à infância, das ruas à praça,
Tua graça circula, nenhuma ameaça.
Trazes o encanto, a cura, a dança,
E o mundo te aclama, te chama esperança.
Estrofe 3
Nas tardes em brisa, no céu cor-de-rosa,
Tua sombra desliza, singela e formosa.
Menina e anciã, tu és a canção
Que a vida entoa em pura emoção.
Refrão
Ó Deus de ternura, que bênção nos deste!
A mulher é alento, farol que reveste.
Em cada detalhe, beleza e saber,
Milagre divino só pode ser!
Estrofe 4
Mulher é caminho, é vento em flor,
Semente de afeto, calor e sabor.
Ela passa e deixa no ar a visão
De um mundo melhor em cada estação.
Estrofe 5
Em maio se ouvem cantigas sutis,
Em vozes de mães e filhas gentis.
São vozes de todas que a vida ofertou,
Com mãos de bondade e olhos de amor.
Estrofe 6
Do ventre brotou a força do bem,
Com ela chegou o “sim” que mantém
A vida, o cuidado, o gesto profundo,
De um Deus que ama e molda o mundo.
Refrão
Ó Deus de ternura, que bênção nos deste!
A mulher é alento, farol que reveste.
Em cada detalhe, beleza e saber,
Milagre divino só pode ser!
Estrofe 7
Mulher, teu andar é verso em manhã,
Teu toque transforma o medo em afã.
Flor que caminha em mares e chão,
Abres caminhos no coração.
Estrofe 8
És parte da Terra, do céu, do luar,
Em ti a criação quis repousar.
Deus te desenhou em luz e paixão,
E o mundo sorri com tua extensão.
Ponte
A todas que passam, e ficam também,
Aquelas que moldam meu ser tão bem.
Amigas, irmãs, amores, razão,
São pedras preciosas do meu coração.
Refrão
Ó Deus de ternura, que bênção nos deste!
A mulher é alento, farol que reveste.
Em cada detalhe, beleza e saber,
Milagre divino só pode ser!
Refrão Final
Gratidão, mulher, por ser maravilha,
Por suportar dores e manter-se em trilha.
Tu és especiaria nas mãos do Senhor,
Presente bendito, perfume do amor.
...
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EXPLICAÇÃO TEMÁTICA E JUSTIFICATIVA
O poema “Flor que Caminha” expressa um galanteio espiritual, simbólico e afetivo à mulher, celebrando-a como obra-prima do Criador, conforme o contexto de Gênesis 1:27, onde se afirma que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança, “homem e mulher os criou”. O espírito feminino aparece, então, como manifestação visível da ternura divina — uma ponte entre o cuidado do Criador e a criação, dotada de um magnetismo natural que, além de sedutor, é acolhedor, formador e restaurador.
A referência ao “espírito materno e sedutor” remete também à Sabedoria personificada no livro de Provérbios (Pv 8), muitas vezes interpretada por teólogas feministas como expressão do feminino divino, que caminha com Deus desde o princípio. Além disso, Maria, a mãe de Jesus, é a imagem mais emblemática do feminino no plano divino: mulher que aceita a missão, assume a dor e oferece salvação com seu “sim”, conforme Lucas 1:38. Essa disposição interna, sedutora no sentido espiritual e emocional, é a espinha dorsal da convivência e do afeto humano.
Autores como Leonardo Boff, em O Rosto Materno de Deus (1989), e Ivone Gebara, em Rompendo o silêncio (1998), abordam a feminilidade como força estruturante da sociedade e como traço do próprio ser divino, contrapondo uma teologia patriarcal. Assim, galantear a mulher em maio é mais do que elogiar sua beleza física: é reconhecer sua natureza espiritual como reflexo do cuidado, da vida e da redenção.
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BIBLIOGRAFIA
-
BOFF, Leonardo. O Rosto Materno de Deus. Vozes, 1989.
– Explora o feminino como dimensão essencial da divindade e da teologia cristã. -
GEBARA, Ivone. Rompendo o Silêncio. Vozes, 1998.
– Uma crítica à estrutura patriarcal da Igreja e uma proposta de espiritualidade feminista. -
NASSER, Valéria. Mulher e Sagrado: Reflexões Femininas e Espirituais. Paulinas, 2014.
– Estuda a ligação entre o feminino e a experiência do sagrado. -
DE BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo. Gallimard, 1949.
– Análise histórica e filosófica da condição feminina, com implicações espirituais. -
PIETROBELLI, Ana Flora. A Mulher no Imaginário Cristão. Paulus, 2003.
– Reflete sobre a construção simbólica da mulher no cristianismo. -
MOLTMANN-WENDEL, Elisabeth. Deus no Feminino. Paulinas, 1991.
– Apresenta uma nova leitura de Deus a partir da experiência da mulher. -
KÜNG, Hans. Ser Cristão. Imago, 1974.
– Discute a ética e o papel da mulher na tradição cristã com profundidade. -
CAMPOS, Edla van Steen. Mulheres & Deusas. Ediouro, 1998.
– Analisa arquétipos femininos em mitologias e religiões diversas. -
FRANÇA, Maria. O Feminino na Mística Cristã. Vozes, 2012.
– Estudo sobre o papel das místicas mulheres na teologia e espiritualidade cristã. -
HARAWAY, Donna. Manifesto Ciborgue. Autêntica, 2009.
– Embora mais filosófico e contemporâneo, aponta as reconstruções possíveis da identidade feminina no mundo moderno.
Estrofe 1
Em cada alma feminina há um canto,
Que floresce no silêncio mais profundo.
Sem dizer palavra, encanta o manto
Que cobre a esperança do mundo.
Estrofe 2
Do colo da infância ao passo da anciã,
Teu existir embala o tempo e o chão.
És doce e forte, és toda manhã
Que afaga a vida com devoção.
Estrofe 3
Entre as flores de maio e o brilho do céu,
És verso antigo, és nova estação.
Tua presença é um cântico fiel
Que consola a alma com precisão.
Refrão
Glória ao Senhor por tanta formosura,
Por cada mulher que exala sabedoria,
Que carrega a dor com tanta ternura,
E transforma o mundo com harmonia.
Estrofe 4
Nos gestos simples, há uma melodia
Que só os olhos atentos podem notar.
O mundo é menos frio e mais poesia
Porque tu decides continuar.
Estrofe 5
És sonho em pé, és força oculta,
És a resposta que o céu enviou.
Com tua presença suave e justa,
A vida inteira se recriou.
Estrofe 6
És ponte de luz sobre águas escuras,
És abrigo em meio à aflição.
Tuas palavras curam as agruras
Como bálsamo vindo da criação.
Refrão
Glória ao Senhor por tanta formosura,
Por cada mulher que exala sabedoria,
Que carrega a dor com tanta ternura,
E transforma o mundo com harmonia.
Estrofe 7
Cada passo teu é nota sagrada,
Tua alma vibra como sinfonia.
Mesmo calada, és voz encantada
Que ecoa em paz e melancolia.
Estrofe 8
Teu silêncio ensina, tua presença guia,
És música escrita sem precisar de som.
Com tua existência, a noite se alivia
E o mundo inteiro dança em teu dom.
Ponte
A cada mulher que cruzou meu caminho,
Seja por instantes, ou por eternidade,
Ofereço versos e meu carinho
Por terem moldado minha identidade.
Refrão
Glória ao Senhor por tanta formosura,
Por cada mulher que exala sabedoria,
Que carrega a dor com tanta ternura,
E transforma o mundo com harmonia.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por ser essa centelha,
Do divino amor, a viva expressão.
Mesmo num mundo que tanto te espelha,
És bênção pura na Criação.
EXPLICAÇÃO DO TEMA
A metáfora "só de existir, tua alma canta melodias que os anjos invejam" reflete uma visão teológica e poética da mulher como portadora de uma beleza existencial e espiritual que transcende o visível e se manifesta silenciosamente. No contexto de maio, mês dedicado às mães e, simbolicamente, ao feminino sagrado, esse galanteio assume o tom universal de uma homenagem à mulher em todas as suas fases — criança, jovem, adulta, idosa — como elemento essencial da harmonia e continuidade da vida.
O espírito feminino, em sua essência maternal, acolhedora e sedutora no melhor sentido do termo (isto é, no sentido de encantar com virtudes e presença), é visto nas Escrituras como parte do propósito divino: “Deus criou o ser humano à sua imagem... homem e mulher os criou” (Gênesis 1:27). O feminino, portanto, não é um detalhe da Criação, mas uma revelação especial da sabedoria divina. Provérbios 31 retrata a mulher virtuosa como aquela que canta silenciosamente sua dignidade, força e graça, mesmo sem alarde, sendo admirada e honrada por toda a comunidade. Já no Novo Testamento, Maria, mãe de Jesus, é símbolo do feminino elevado — silente, porém essencial, guardando em seu coração todos os acontecimentos (Lucas 2:19).
Esse galanteio de maio assume, assim, um caráter de gratidão, reconhecimento e reverência — não à idealização da mulher, mas à sua realidade plena, que resiste, floresce e transforma tudo ao seu redor com uma canção que nem sempre é ouvida, mas que muda o curso da história.
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BIBLIOGRAFIA
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“Mulheres que Correm com os Lobos” – Clarissa Pinkola Estés (1992)
Obra que explora o arquétipo da mulher selvagem e seu poder criativo e instintivo, resgatando a essência do feminino profundo. -
“O Segundo Sexo” – Simone de Beauvoir (1949)
Estudo filosófico e histórico sobre a condição da mulher, desafiando visões reducionistas sobre o feminino. -
“O Feminino e o Sagrado” – Jean-Yves Leloup e Annick de Souzenelle (1997)
Reflexão sobre o sagrado feminino a partir de narrativas bíblicas, místicas e simbólicas. -
“Provérbios e Eclesiastes” – Bíblia Sagrada (c. 900–100 a.C.)
Textos que exaltam a sabedoria como figura feminina (especialmente em Provérbios 8 e 31). -
“O Espírito da Intimidade” – Sobonfu Somé (1997)
Livro sobre o papel espiritual e comunitário da mulher nas culturas africanas. -
“O Gene Egoísta” – Richard Dawkins (1976)
Embora seja uma obra científica, aborda a transmissão da vida, onde o papel da mulher é central no processo reprodutivo, com implicações filosóficas. -
“Maria, Mãe do Filho de Deus” – Joseph Ratzinger (2005)
Reflexão teológica e bíblica sobre Maria como símbolo do feminino sagrado no Cristianismo. -
“O Livro de Rute” – Bíblia Sagrada (c. 500 a.C.)
Relato que destaca a fidelidade, força e sabedoria de uma mulher em tempos difíceis. -
“O Segredo da Mulher” – David Deida (2008)
Explora o poder espiritual, sexual e emocional do feminino em sua relação com o mundo. -
“A Mulher do Século XXI” – Susan Greenfield (2014)
Discorre sobre os avanços da mulher na sociedade contemporânea e os desafios de sua expressão plena na ciência, arte e política.
(1) POEMA
Estrofe 1
Na secura bruta de muitos caminhos,
Surge o frescor de teu doce carinho,
Como nascente em pleno desatino,
Tua ternura renova o destino.
Estrofe 2
És o milagre do tempo que alenta,
Brisa de paz que o mundo acalenta.
Do berço ao outono, tua alma sustenta
A fé da vida que em ti se apresenta.
Estrofe 3
Flor que perfuma sem pedir louvor,
Fonte que brota incansável amor.
Em ti repousa o mundo em dor,
E até o céu se curva ao teu valor.
Refrão
Senhor, que sabedoria é essa tamanha,
De pôr no mundo mulher tão estranha?
Que cura, ensina, consola e sonha,
E ainda sorri quando tudo se arranha?
Estrofe 4
Da infância à velhice, és ponte segura,
No colo da mãe, a paz mais pura.
Na anciã, mora a sabedoria madura
Que ensina o tempo a vencer a amargura.
Estrofe 5
O riso de uma moça, leve e singelo,
Ilumina o mundo de forma tão bela.
Como um farol no campo amarelo,
Fazes da dor um jardim paralelo.
Estrofe 6
Teu toque afaga o mais duro dos dias,
Transformas pedras em poesias.
Se o mundo ruge, tu és sinfonia
De fé, esperança e novas utopias.
Refrão
Senhor, que sabedoria é essa tamanha,
De pôr no mundo mulher tão estranha?
Que cura, ensina, consola e sonha,
E ainda sorri quando tudo se arranha?
Estrofe 7
Foste feita para amar e ensinar,
Para costurar o céu no olhar,
E mesmo ferida, ainda cuidar,
Como só os anjos sabem se doar.
Estrofe 8
Ó mulher, tua alma é refrigério,
No caos da vida, és o mistério
Que acalma a dor, rompe o critério,
E enche de flor o mais seco império.
Ponte
Por todas que me formaram no ser,
Que me moldaram no viver e no crer,
Ofereço este canto a reconhecer
Que sou melhor porque soube as ter.
Refrão
Senhor, que sabedoria é essa tamanha,
De pôr no mundo mulher tão estranha?
Que cura, ensina, consola e sonha,
E ainda sorri quando tudo se arranha?
Refrão Final
Mulher, obrigado por ser alquimia,
Por não desistir mesmo em agonia,
Por seres Deus em forma de poesia
Num mundo tão seco de empatia.
(2) EXPLICAÇÃO DO TEMA
O texto “Oásis de ternura” expressa, no contexto dos galanteios de maio, a ideia de que a mulher representa um refúgio de esperança e amor em meio às durezas do mundo, como um verdadeiro oásis em desertos de dor e solidão. Tal visão enaltece o espírito feminino como presença essencial à plenitude da vida, ao equilíbrio dos afetos e à continuidade da humanidade. Ao se falar da mulher como água fresca, o texto evoca o símbolo da vida, da fertilidade, do consolo e da renovação — todos atributos que atravessam o imaginário humano sobre o feminino desde tempos antigos.
No campo bíblico, isso está em consonância com a criação da mulher em Gênesis 2:18-23, onde ela é vista como “ajudadora idônea”, não como subordinada, mas como completude necessária ao homem. Em Provérbios 31, a mulher virtuosa é descrita como sábia, forte e compassiva. Maria, mãe de Jesus, é expressão do poder maternal e espiritual da mulher ao aceitar o chamado divino com coragem e doçura. Na teologia e na filosofia, autores como Edith Stein (em “A Mulher”) defendem que a essência feminina é marcada pela receptividade espiritual, pela intuição profunda e pela entrega amorosa.
O galanteio de maio, portanto, não é vaidade ou adulação superficial, mas um reconhecimento profundo do papel sagrado, existencial e transformador da mulher em todos os tempos e contextos. Sua ternura não é fragilidade, mas força silenciosa que salva, conduz, inspira e sustenta a própria humanidade, muitas vezes invisivelmente.
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(3) BIBLIOGRAFIA
-
A Mulher – Edith Stein (2002). Reflete sobre a vocação feminina na antropologia cristã, com enfoque na espiritualidade e dignidade da mulher.
-
Mulheres que Correm com os Lobos – Clarissa Pinkola Estés (1992). Um estudo psicanalítico e mitológico sobre a alma instintiva da mulher.
-
A Célula Mater – Leonardo Boff (1995). Traz uma visão teológica e ecológica do papel feminino como sustentação da vida e da ternura.
-
O Segundo Sexo – Simone de Beauvoir (1949). Uma análise histórica e filosófica sobre a condição feminina e sua construção social.
-
O Feminino e o Sagrado – Jean-Yves Leloup (2003). Explora as dimensões espirituais e simbólicas do feminino na tradição cristã e outras.
-
O Gênio Feminino – Pietro Ubaldi (1951). Propõe uma abordagem metafísica sobre a inteligência e sensibilidade feminina.
-
A Teologia do Corpo – João Paulo II (1979-1984). Série de catequeses sobre a dignidade do corpo e o papel da mulher na criação.
-
A Mulher Invisível – Caroline Criado Perez (2019). Mostra como o mundo foi desenhado ignorando o corpo e a realidade das mulheres.
-
O Espírito Materno de Deus – Jürgen Moltmann (1980). Releitura do Espírito Santo como presença materna e consoladora de Deus.
-
Mulher: Corpo e Alma – Mary Evans (2000). Aborda a mulher sob a ótica sociológica, integrando dimensões biológicas e existenciais.
Estrofe 1
No céu brilhas antes mesmo do dia,
Na alma do mundo, tua luz irradia.
És o sinal da ternura divina,
Em cada mulher, uma estrela que ilumina.
Estrofe 2
Caminhas na Terra com passos suaves,
Como quem canta entre rios e aves.
Tua presença embala a criação,
Com doçura e graça em tua missão.
Estrofe 3
Desde menina até ser anciã,
Tua luz sustenta, protege e afã.
És o brilho que nunca se encerra,
Estrela de Deus no pó desta terra.
Refrão
Bendito és Tu, ó Criador da beleza,
Que vestiste a mulher com tamanha nobreza!
Sabedoria, coragem e puro ardor,
São reflexos do Teu eterno amor.
Estrofe 4
És primavera mesmo em inverno,
Aqueces o tempo com calor terno.
Em cada gesto, um toque de paz,
Que a natureza inteira satisfaz.
Estrofe 5
No ventre teu germina a esperança,
Em teus olhos, habita a bonança.
És âncora firme nos vendavais,
Mãe, filha, amiga — todas vitais.
Estrofe 6
Teus sonhos plantam jardins no ar,
Teu silêncio tem poder de orar.
Se és calada, é por sabedoria,
Que sabe o tempo de cada alegria.
Refrão
Bendito és Tu, ó Criador da beleza,
Que vestiste a mulher com tamanha nobreza!
Sabedoria, coragem e puro ardor,
São reflexos do Teu eterno amor.
Estrofe 7
Tua força é doce, nunca brutal,
E teu perdão é um bem sem igual.
Na lida dura, és quem não cansa,
Por ti o mundo ainda tem esperança.
Estrofe 8
Mesmo ferida, amas com ardor,
És chama que aquece, cura e amor.
Não há estrela mais justa e fiel,
Teu brilho é farol e é carrossel.
Ponte
Mulheres que cruzaram minha estrada,
Com luz e ternura sempre doada,
Grato sou por cada ensinamento,
Que molda em mim o melhor sentimento.
Refrão
Bendito és Tu, ó Criador da beleza,
Que vestiste a mulher com tamanha nobreza!
Sabedoria, coragem e puro ardor,
São reflexos do Teu eterno amor.
Refrão Final
A ti, mulher, meu eterno louvor,
Por te deixares ser vaso do amor.
Mesmo no caos, és benção sem fim,
Deus te escolheu para brilhar assim.
EXPLICAÇÃO DO TEMA
O tema “Estrela na Terra” simboliza o valor celestial que Deus conferiu à mulher ao colocá-la no mundo como luz suave, guia segura e fonte de vida, ternura e beleza. O galanteio, no contexto de maio — mês das mães, das flores e da celebração da feminilidade — busca exaltar não apenas a aparência ou os dons práticos da mulher, mas sua essência espiritual e afetiva, seu papel inigualável no plano de Deus. Em Provérbios 31:10-31, a mulher virtuosa é descrita como alguém cuja luz ultrapassa o brilho das joias. Na criação, Deus viu que o homem não deveria estar só (Gênesis 2:18), e da costela moldou alguém não inferior, mas complementar, com dons que refletem atributos divinos: cuidado, criatividade, sensibilidade e força silenciosa.
A estrela aqui representa não um astro inalcançável, mas um brilho acessível que orienta, aquece e consola a todos — assim como a presença de uma mulher na vida de qualquer ser humano. No imaginário cristão, a Virgem Maria também simboliza esse ideal de luz terrestre, intercessora e guia, enaltecida especialmente em maio, o mês dedicado a ela. O espírito feminino, maternal e sedutor, é portanto, um projeto divino para dar equilíbrio ao mundo. Sua presença transforma o caos em ordem sensível, o pranto em cântico, a dor em renovação — dons que só um espírito forjado na intimidade com o Criador poderia carregar com tanta graça.
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BIBLIOGRAFIA
-
BÍBLIA SAGRADA (diversas edições) – Principal fonte teológica para o entendimento do papel da mulher segundo o plano de Deus.
-
O GÊNERO FEMININO EM DEUS, Elizabeth A. Johnson, 1993 – Analisa os atributos femininos na imagem de Deus e no Espírito Santo.
-
A MÍSTICA DO FEMININO, Leonardo Boff, 1995 – Reflete sobre o feminino como princípio integrador do cosmos e da sociedade.
-
O CORPO DA MULHER COMO ESPAÇO SAGRADO, Riane Eisler, 1987 – Mostra a mulher como centro de um modelo de equilíbrio e paz.
-
AS MULHERES NA BÍBLIA, Edith Deen, 1955 – Retratos inspiradores de figuras bíblicas femininas.
-
A MULHER E O ESPÍRITO SANTO, Beverly LaHaye, 1984 – Aborda o papel espiritual da mulher na família e na sociedade.
-
O FEMININO E O SAGRADO, Jean-Yves Leloup, 2002 – Disserta sobre a espiritualidade feminina e sua profundidade filosófica.
-
MULHERES VISÍVEIS, MÃES INVISÍVEIS, Laura Gutman, 2005 – Fala da identidade da mulher e sua importância emocional e existencial.
-
O SEGUNDO SEXO, Simone de Beauvoir, 1949 – Aborda a condição da mulher historicamente e sua importância como sujeito ativo.
-
O PODER DO ENCANTAMENTO, Clarissa Pinkola Estés, 2008 – Trabalha o poder arquetípico do feminino nas histórias e na cura emocional.
Estrofe 1
Tua presença é doce encantamento,
Faz brotar riso em meio ao lamento.
Tens no olhar o brilho que embala,
E em teu gesto, a paz que não se cala.
Estrofe 2
És poesia viva em corpo e fala,
A esperança em forma de escala.
Cada toque teu reconstrói abrigo,
És alívio, consolo e ombro amigo.
Estrofe 3
És o laço que une céu e chão,
Em tua voz, a mais pura canção.
De criança a anciã, tua luz perdura,
Transformas dor em doce ternura.
Refrão
Ó Deus, que sabedoria tamanha tiveste,
Ao criar a mulher com beleza celeste!
Nela puseste amor, razão e calor,
Reflexo do Teu imenso esplendor.
Estrofe 4
Se o mundo escurece em seu clamor,
Tu brilhas mais forte, com mais ardor.
És flor que resiste à tempestade,
Em ti floresce a humanidade.
Estrofe 5
És brisa leve na manhã do outono,
E fogo aceso quando tudo é abandono.
Tua coragem rompe toda prisão,
Liberta os dias com compaixão.
Estrofe 6
Em ti repousa o segredo da vida,
Na tua entrega, a paz renascida.
Por tua alma que nunca se cansa,
Renasce o mundo em nova esperança.
Refrão
Ó Deus, que sabedoria tamanha tiveste,
Ao criar a mulher com beleza celeste!
Nela puseste amor, razão e calor,
Reflexo do Teu imenso esplendor.
Estrofe 7
És ponte firme entre o céu e a gente,
Estás presente no amor mais ardente.
Não há dor que em ti permaneça,
Pois tens no coração a cura e a prece.
Estrofe 8
Se és mulher, és mil vezes encanto,
Transformas até o choro em canto.
Tens o dom de tocar o impossível,
Tua essência é pura e invisível.
Ponte
A todas que tocaram minha jornada,
Com carinho, fé e alma iluminada,
Recebam minha eterna gratidão,
Pois me moldaram com devoção.
Refrão
Ó Deus, que sabedoria tamanha tiveste,
Ao criar a mulher com beleza celeste!
Nela puseste amor, razão e calor,
Reflexo do Teu imenso esplendor.
Refrão Final
A ti, mulher, meu aplauso e respeito,
Por seres divina em cada defeito.
És joia rara que o mundo precisa,
Teu encanto é a luz que eterniza.
EXPLICAÇÃO DO TEMA
O verso “Cada gesto teu é um feitiço que transforma tristeza em esperança” revela a grandiosidade da mulher como presença transformadora no mundo. O galanteio de maio celebra a mulher em sua totalidade: como criatura especial de Deus, capaz de converter sofrimento em renovação. Segundo Gênesis 2:18, Deus cria a mulher como “auxiliadora idônea”, não no sentido de subordinação, mas como espelho da força criativa divina. Sua sensibilidade emocional, espiritual e intuitiva é resultado de um propósito divino: equilibrar a racionalidade com a sensibilidade, a força com o acolhimento, e o caos com o encanto.
O espírito feminino é, biblicamente e teologicamente, uma emanação da própria sabedoria divina, como indica o livro de Provérbios (8:1-3), onde a Sabedoria é personificada como mulher. Já em Isaías 66:13, Deus se compara a uma mãe que consola. Isso valida o aspecto materno e sedutor da mulher como caminho sagrado, afetivo e curador. Em um mundo conturbado, a mulher é enviada por Deus como um elo de harmonia entre os seres — como cuidadora da alegria, da paz e da esperança. O galanteio reconhece isso com profundidade, celebrando não a mulher idealizada, mas a real: aquela que com seus gestos e essência, devolve sentido à existência.
...
BIBLIOGRAFIA
-
BÍBLIA SAGRADA – Diversas traduções – Base para a compreensão espiritual e moral do papel da mulher na criação.
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O FEMININO NA DIVINDADE, Elizabeth Johnson, 1993 – Reflete sobre os atributos femininos no ser de Deus e na espiritualidade cristã.
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O SAGRADO E O FEMININO, Joseph Campbell & Safron Rossi, 2015 – Estuda a relação mística entre o arquétipo da mulher e o divino.
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MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS, Clarissa Pinkola Estés, 1992 – Explora a força psicológica e simbólica da mulher na natureza humana.
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O FEMININO E A DEUSA, Jean Shinoda Bolen, 1984 – Análise dos arquétipos femininos a partir da mitologia e da psicologia junguiana.
-
A IMAGEM DA MULHER NA HISTÓRIA DAS RELIGIÕES, Karen Armstrong, 2006 – Traça o papel feminino nas religiões ao longo da história.
-
SABEDORIA FEMININA, Rachel Naomi Remen, 1996 – Estuda a cura emocional e espiritual através da perspectiva feminina.
-
A MÍSTICA DO FEMININO, Leonardo Boff, 1995 – Reafirma o feminino como núcleo de espiritualidade, compaixão e transformação.
-
A TEOLOGIA FEMINISTA NA AMÉRICA LATINA, Ivone Gebara, 1994 – Perspectiva teológica crítica sobre o papel da mulher na fé cristã.
-
A MATERNIDADE DE DEUS, Jürgen Moltmann, 1986 – Reflexão sobre o amor maternal como aspecto essencial do caráter divino.
Estrofe 1
No silêncio de um mundo que grita dor,
Tua palavra é calmaria e flor.
Remédio de afeto, bálsamo e luz,
Que o caos amansa e à paz conduz.
Estrofe 2
Em maio, o perfume da tua voz acende
Os campos e corações que ela entende.
De menina a anciã, tua fala consola,
É mãe do verbo que o bem desenrola.
Estrofe 3
Tua ternura é poder que repara,
É vinho de amor que nunca se separa.
Cada sílaba é sopro de abrigo,
É alívio doce, é cura, é abrigo.
Refrão
Louvado seja Deus por tua essência,
Mulher, nascente de amor e paciência.
Tu és o cântico da criação inteira,
Sabedoria viva, beleza verdadeira.
Estrofe 4
Tua fala é colo no tom exato,
Mesmo quando o mundo soa ingrato.
No fio das palavras que proferes,
Brotam esperanças, crescem primaveras.
Estrofe 5
És jardim que fala com voz de aurora,
Com doçura que sara e revigora.
Tua palavra toca sem julgar,
E ensina ao mundo a recomeçar.
Estrofe 6
Teu jeito de amar sem exigir troféu
É o que nos liga ao Céu com anel.
És profecia de amor encarnada,
Doçura santa, estrela revelada.
Refrão
Louvado seja Deus por tua essência,
Mulher, nascente de amor e paciência.
Tu és o cântico da criação inteira,
Sabedoria viva, beleza verdadeira.
Estrofe 7
Toda a criação em ti se reconhece,
Em tua palavra, o mundo agradece.
És orvalho em terra ressequida,
Fonte de vida bem repartida.
Estrofe 8
És cantiga que embala e eleva,
No verbo terno que nunca envenena.
Em ti, a humanidade se entende,
Na tua fala, o céu nos surpreende.
Ponte
Gratidão às mulheres da minha jornada,
Cada uma é flor que ficou plantada.
Vossa ternura me fez crescer,
E em vossos ecos, sigo a renascer.
Refrão
Louvado seja Deus por tua essência,
Mulher, nascente de amor e paciência.
Tu és o cântico da criação inteira,
Sabedoria viva, beleza verdadeira.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por ser canal divino,
Por ser farol em cada destino.
Mesmo no mundo que tanto te fere,
És luz de Deus que nunca perece.
(2) EXPLICAÇÃO DO TEMA
O poema “Doçura que Cura” exalta a capacidade singular da mulher em transformar o mundo por meio de sua palavra doce — um instrumento que, segundo o texto, funciona como remédio. Essa linguagem é uma metáfora para a sabedoria prática e emocional, a sensibilidade espiritual, a empatia e a força regeneradora que a mulher carrega em seu ser. Desde a menina até a idosa, cada mulher participa da construção da humanidade por meio de uma comunicação que cura, une, acolhe e dá direção.
Na perspectiva bíblica, essa doçura está ligada ao dom da sabedoria, personificado como figura feminina em Provérbios 8, onde a Sabedoria clama nas ruas e está presente desde a criação do mundo, ao lado de Deus. Essa representação revela que o espírito feminino tem um papel central no plano divino — não apenas como ajudadora, mas como participante ativa da ordem, da sensibilidade e da renovação da vida. Em Provérbios 31:26, lemos: “Abre a boca com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua.” Essa mulher, ideal bíblico, representa todas que, com palavras doces e justas, conduzem suas casas, comunidades e gerações ao bem.
Autores como Leonardo Boff e Maria Clara Bingemer reforçam essa visão ao tratar do feminino como uma força espiritual e ética que oferece novos paradigmas de cuidado, justiça e convivência. O espírito materno e sedutor, longe de ser apenas erótico, é entendido aqui como aquilo que seduz para a paz, para o bem, para o sentido — e isso é galanteado neste mês de maio, tradicionalmente consagrado à Virgem Maria, símbolo máximo do feminino redentor na tradição cristã.
...
(3) BIBLIOGRAFIA
-
BOFF, Leonardo – O Feminino e o Sagrado, 2009
-
Discute a importância do feminino na espiritualidade e nas relações humanas.
-
-
BINGEMER, Maria Clara – O Mistério e o Mundo: Paixão pelo que é humano, 2002
-
Explora o valor da mulher na teologia e na construção de sentido.
-
-
GROSSI, Miriam – Gênero, Patriarcado, Violência, 2006
-
Análise sociológica e antropológica sobre a condição da mulher e o poder simbólico de sua fala.
-
-
CAMPBELL, Joseph – O Poder do Mito, 1988
-
Reflete sobre a figura feminina nos mitos e sua importância espiritual.
-
-
HILLMAN, James – O Código do Ser, 1996
-
Traz a perspectiva arquetípica sobre o feminino como essência curadora.
-
-
SAGAN, Carl – Os Dragões do Éden, 1977
-
Aborda o papel do afeto, da comunicação e do cuidado — associados ao feminino — na evolução humana.
-
-
TICKLE, Phyllis – The Divine Hours: Prayers for Springtime, 2003
-
Um olhar litúrgico e devocional sobre a sensibilidade feminina no cotidiano espiritual.
-
-
WOODMAN, Marion – Leaving My Father’s House, 1992
-
Combina psicologia junguiana com espiritualidade feminina.
-
-
PROVÉRBIOS (BÍBLIA SAGRADA) – Capítulo 31 e Capítulo 8
-
Referências centrais à sabedoria e à mulher virtuosa.
-
-
MURARO, Luce Irigaray – Esse Sexo Que Não É Um, 1977
-
Discussão filosófica sobre o feminino como outro que cura, fala e transforma.
Estrofe 1
A beleza que tens não é só aparência,
É o brilho que acalma a alma em carência.
Em teus gestos suaves há revelação:
Do amor que se vê na tua expressão.
Estrofe 2
Maio te aclama com flores e luz,
Como se a Terra te desse uma cruz
De rainha e guia, de flor e farol,
Tua beleza reluz mais que o sol.
Estrofe 3
De menina a anciã, tua luz é saber,
A ensinar o mundo a viver e a crer
Que o amor se revela em forma e calor
Quando a mulher se oferece em valor.
Refrão
Bendito és Tu, ó Criador do bem,
Que deste à mulher teu toque também.
Na beleza que age, pensa e consola,
Vemos Tua arte que nunca desola.
Estrofe 4
És rio sereno, mas forte corrente,
Que molda paisagens no coração da gente.
Tua graça, que forma e transforma o olhar,
É escola do afeto a nos despertar.
Estrofe 5
Natureza, criança, idosa e irmã,
Todas refletem a força do amanhã.
Pois em cada mulher há uma lição
De amar com o corpo, a alma e a mão.
Estrofe 6
Com teu caminhar ensinas a estrada,
Teu perfume embriaga a jornada.
És a linguagem que o mundo decifra
Quando a beleza nos guia e edifica.
Refrão
Bendito és Tu, ó Criador do bem,
Que deste à mulher teu toque também.
Na beleza que age, pensa e consola,
Vemos Tua arte que nunca desola.
Estrofe 7
Até o silêncio em ti é melodia,
Como a esperança que o tempo alumia.
És altar de ternura e luz que recria
A fé que sustenta a alma vazia.
Estrofe 8
Tua beleza é verbo, é pão, é chão,
É casa no vento, é brisa e canção.
É o que ensina sem palavra ou esforço,
Só por existir já revela o seu curso.
Ponte
A todas vocês que passaram em mim,
Mãe, mestra, amiga, amor sem fim,
Minha alma vos guarda com gratidão,
Pois em cada uma fiz formação.
Refrão
Bendito és Tu, ó Criador do bem,
Que deste à mulher teu toque também.
Na beleza que age, pensa e consola,
Vemos Tua arte que nunca desola.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por ser divina,
Por deixar Deus usar tua sina.
Tua essência, no mundo difícil, é flor
Que sem pedir nada, nos ensina amor.
EXPLICAÇÃO DO TEMA
O galanteio "Tua beleza ensina ao mundo que o amor é real e visível" carrega um significado profundo que vai além da estética: é o reconhecimento de uma beleza que comunica, acolhe e transforma. No contexto do mês de maio — símbolo de florescimento, maternidade e reverência — essa beleza feminina torna-se escola do sentir. A mulher, em suas diversas idades e expressões, personifica o amor tangível. Esse amor é didático: ensina pela escuta, pela presença, pela entrega silenciosa. Cada gesto feminino revela um traço da pedagogia divina, que usou a mulher como símbolo e instrumento do seu amor encarnado.
Na Bíblia, a beleza é reconhecida como reflexo da sabedoria e da bondade de Deus. Em Provérbios 31:30, está escrito: “Enganosa é a graça, e vã é a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.” Isso indica que a beleza verdadeira não está no corpo, mas no espírito que transparece no corpo. Em Cântico dos Cânticos, Deus celebra o encanto e a dignidade da mulher em sua dimensão afetiva e sedutora, criada não como objeto, mas como sujeito do amor. Como ensinam autores como Leonardo Boff e Edith Stein, a mulher é portadora de um dom que reúne inteligência emocional, sensibilidade estética e vocação ao cuidado. Essa beleza, quando guiada por Deus, cura feridas invisíveis, desperta vocações e pacifica ambientes.
...
BIBLIOGRAFIA
-
BOFF, Leonardo. O Cuidado Necessário. Vozes, 1999.
-
Fala do cuidado como essência da vida, especialmente presente na experiência feminina.
-
-
STEIN, Edith. A Mulher: Sua Tarefa Segundo a Natureza e a Graça. Loyola, 2000.
-
Reflete sobre a missão espiritual e intelectual da mulher na sociedade.
-
-
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. Nova Fronteira, 1949.
-
Explora a construção histórica e filosófica do feminino, questionando estigmas e exaltando potências.
-
-
GRAHAM, Elaine. Representações de Gênero e Espiritualidade. Paulinas, 2002.
-
Debate a representação da mulher na espiritualidade cristã.
-
-
MURARO, Rose Marie. Os Seis Meses em Que Fui Homem. Vozes, 2002.
-
Um estudo provocativo sobre os papéis de gênero e sensibilidade social.
-
-
TAVARES, Nancy. A Beleza como Comunicação. Perspectiva, 2013.
-
Trabalha a beleza como linguagem e mediação do sagrado.
-
-
MOLTMANN-WENDEL, Elisabeth. O Espírito Criador na Mulher. Vozes, 1995.
-
Une teologia feminista e libertadora para mostrar a força da mulher como sopro de Deus.
-
-
TICKNER, J. Ann. Mulheres, Gênero e Política Mundial. Unesp, 2001.
-
Analisa como a presença feminina reconfigura relações políticas e culturais.
-
-
PAPA FRANCISCO. Mulheres: Os Olhos de Deus Sobre o Mundo. Paulinas, 2016.
-
Compila reflexões sobre a mulher como sinal de ternura e justiça divina.
-
-
SOUSA, Heleieth Iara Bongiovani. A Mulher na Sociedade de Classes. Expressão Popular, 2009.
-
Discute a opressão feminina e sua resistência criativa em contextos sociais desiguais.
Estrofe 1
O sorriso da mulher, doce reluz,
É traço de Deus que em tudo conduz.
Da menina ao tempo de avó serena,
A vida se curva à luz que ela acena.
Estrofe 2
No ventre da terra ela é primavera,
Fazendo florir onde tudo espera.
Com um gesto afável, sereno e gentil,
Transforma o sombrio no mais doce abril.
Estrofe 3
É nos olhos dela que a paz se anuncia,
Reflexo sagrado da eterna harmonia.
Em cada expressão, um sinal de luz,
Mensagem divina que a alma traduz.
Refrão
Senhor, que sabedoria em tua mão!
Criaste a mulher com arte e paixão.
Com graça, beleza e suave saber,
Para o mundo inteiro aprender viver.
Estrofe 4
O sorriso dela é manhã sem véu,
Anjo que espalha a doçura do céu.
Mesmo na dor, sua força é risonha,
Fazendo do amor sua casa e vergonha.
Estrofe 5
Nos campos, nas ruas, em cada estação,
O mundo se move ao som do seu chão.
É luz que nos guia sem se impor,
É chama que aquece, é fé, é amor.
Estrofe 6
Eis nela o segredo que a vida esconde,
Do riso que salva, do gesto que responde.
Com um só olhar desfaz tempestade,
E firma na alma a eternidade.
Refrão
Senhor, que sabedoria em tua mão!
Criaste a mulher com arte e paixão.
Com graça, beleza e suave saber,
Para o mundo inteiro aprender viver.
Estrofe 7
Na lida, na arte, no lar ou no altar,
A mulher se entrega sem nunca parar.
Não pede medalha, mas oferece paz,
É templo da vida que o mundo refaz.
Estrofe 8
Por ela a criação exulta e canta,
Pois em seu sorriso, a vida encanta.
Deus lhe deu o dom de ensinar a amar,
E o mundo sorri só por ela estar.
Ponte
Mulheres que a vida me deu por destino,
Gravaram em mim um amor cristalino.
Em cada lembrança, um traço sagrado,
Sou quem sou por tudo o que tenho herdado.
Refrão
Senhor, que sabedoria em tua mão!
Criaste a mulher com arte e paixão.
Com graça, beleza e suave saber,
Para o mundo inteiro aprender viver.
Refrão Final
Gratidão, mulher, por ser do bem raiz,
Por se deixar moldar por quem te quis.
Teu sorriso é dom que tudo renova,
És joia divina que o mundo aprova.
EXPLICAÇÃO TEOLÓGICO-LITERÁRIA
O tema “Sorriso de Deus” atribui à mulher o papel de portadora da beleza divina, como se cada uma delas fosse a forma mais visível e concreta de um sorriso vindo do Criador. Esse galanteio de maio, portanto, não é mera lisonja, mas um reconhecimento profundo de que a mulher representa um projeto intencional de Deus, uma “assinatura” pessoal e graciosa deixada por Ele em meio à criação.
O espírito feminino, maternal e sedutor é parte essencial do plano divino para o mundo. O livro de Gênesis 1:27 afirma: “Criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” — uma confirmação de que a mulher também expressa a imagem de Deus, especialmente no que tange ao cuidado, à sensibilidade e ao poder de transformar o mundo com doçura e perseverança.
Além disso, o Provérbios 31:10-31 descreve a mulher virtuosa como alguém de sabedoria, força e beleza espiritual — qualidades que ecoam no poema como atributos que inspiram, educam e fortalecem. A literatura de espiritualidade feminina, como em O Coração das Mulheres Segundo Deus (Elizabeth George), destaca que o sorriso, o carinho, e até o silêncio da mulher podem ser meios de evangelização e graça. O sorriso da mulher, nesse sentido, é um gesto carregado de redenção, ternura e poder, refletindo uma bondade maior do que o mundo pode compreender.
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BIBLIOGRAFIA
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“Mulheres que Correm com os Lobos” – Clarissa Pinkola Estés (1992)
Explora os arquétipos do feminino profundo e selvagem, e a força regeneradora da mulher. -
“O Coração das Mulheres Segundo Deus” – Elizabeth George (2002)
Uma abordagem cristã sobre a sabedoria e o papel das mulheres no plano divino. -
“A Mulher do Século XXI” – Augusto Cury (2012)
Discute o papel transformador da mulher na sociedade contemporânea. -
“A Bíblia Sagrada” – Diversos autores (principalmente Provérbios 31; Gênesis 1; Lucas 1)
Texto central para entender a formação espiritual e propósito divino da mulher. -
“O Feminino e o Sagrado” – Jean-Yves Leloup (2009)
Um mergulho teológico e filosófico na essência do feminino nas tradições espirituais. -
“O Segundo Sexo” – Simone de Beauvoir (1949)
Obra fundamental para compreender a construção do ser mulher e sua relevância histórica e filosófica. -
“Deus é Mulher e Se Chama Amor” – Cristina Algaba (2018)
Aborda a espiritualidade feminina a partir de uma perspectiva sensível e transformadora. -
“O Espírito Santo e a Mulher” – Myles Munroe (2001)
Estudo sobre a unção e a autoridade espiritual concedidas por Deus às mulheres. -
“Ser Mulher” – Maria Clara Bingemer (2000)
Teóloga brasileira reflete sobre a vocação, dignidade e desafios das mulheres cristãs. -
“As Mulheres na Bíblia” – Edith Deen (1955)
Analisa mais de 300 personagens femininas da Bíblia, revelando seus papéis e contribuições.
Estrofe 1
Teu olhar sereno, feito brisa que se espalha,
Acalma a dor que o mundo às vezes não trabalha,
Em teu silêncio mora a força mais inteira,
Como quem guarda o sol na curva da ribeira.
Estrofe 2
Da menina à anciã, tua luz é poesia,
Em cada gesto teu, Deus desenha harmonia,
O universo se curva ao teu perfume leve,
Como a flor que ao orvalho se entrega e se atreve.
Estrofe 3
Teu toque é consolo que sara o coração,
Mais que mil remédios, tua mão é oração,
E a tua voz, doce vento que enleva,
Com ternura muda o rumo da treva.
Refrão
Bendito seja Deus, em seu saber profundo,
Que ao criar a mulher, embelezou o mundo,
Com ternura, graça, sabedoria em flor,
És retrato vivo do divino Amor.
Estrofe 4
És guardiã da paz nas dores mais caladas,
Mesmo em lágrimas, tu guias as jornadas,
Das mães às irmãs, das mestras às guerreiras,
Toda mulher é farol entre fronteiras.
Estrofe 5
Tens no olhar a calma do céu em alvorada,
No abraço, o abrigo de uma casa encantada,
E ao sorrir, teu brilho vence a escuridão,
Como quem carrega o sol nas próprias mãos.
Estrofe 6
Com teu passo firme, mesmo em chão ferido,
Tu segues semeando vida e sentido,
E mesmo exausta, tu és inspiração,
Com coragem feita de contemplação.
Refrão
Bendito seja Deus, em seu saber profundo,
Que ao criar a mulher, embelezou o mundo,
Com ternura, graça, sabedoria em flor,
És retrato vivo do divino Amor.
Estrofe 7
Maio, em flor, canta a ti seu louvor sagrado,
Com aromas que brotam do campo encantado,
És a promessa eterna de um bem maior,
Mesmo no inverno, és calor que restaura o melhor.
Estrofe 8
Por ti, as estações em festa se vestem,
As águas se acalmam, os ventos te seguem,
Pois teu olhar, mulher, tem o dom de criar,
Uma paz que nenhuma dor pode apagar.
Ponte
A cada mulher que comigo cruzou estrada,
Levo em mim tua marca bem guardada,
Se sou quem sou, é porque fui moldado
Por teu olhar firme e teu amor doado.
Refrão
Bendito seja Deus, em seu saber profundo,
Que ao criar a mulher, embelezou o mundo,
Com ternura, graça, sabedoria em flor,
És retrato vivo do divino Amor.
Refrão Final
Gratidão, mulher, por te deixares guiar
Pelo Amor de Deus e por tanto doar,
Num mundo tão duro, és doçura real,
Tua essência nos faz mais que mortal.
EXPLICAÇÃO TEOLÓGICO-POÉTICA DO GALANTEIO
O galanteio "Teu olhar é a brisa que apazigua as tempestades da alma" evoca uma verdade espiritual e estética profundamente enraizada na criação do feminino como expressão do consolo divino. A mulher, desde o Gênesis (Gn 2:18-22), é formada não como apêndice do homem, mas como parte inseparável da sua plenitude — "uma auxiliadora que lhe seja idônea". Essa "ajuda" não é subordinação, mas uma revelação da presença de Deus por meio do cuidado, do olhar que escuta, do toque que compreende.
A beleza feminina, portanto, não é apenas física, mas transcendente. O espírito feminino é, na visão bíblica e simbólica, o sopro da Ruach, a mesma palavra hebraica para "Espírito" e "vento". A mulher torna-se, então, brisa — não por ser frágil, mas por sua capacidade de mover, refrescar e redirecionar sem destruir. Em Provérbios 31, vê-se a mulher sábia e virtuosa: empreendedora, cuidadora, estrategista, conselheira. Seu "olhar" não é passivo, mas firme e compassivo, como o de Maria aos pés da cruz (Jo 19:25).
No galanteio, há também um elogio à capacidade materna (biológica ou afetiva), que permite o florescer da vida em meio ao caos. A mulher é mediadora entre a alma e a esperança, entre o sofrimento e a coragem. Este dom é descrito por autores como C.S. Lewis e Edith Stein, que reconhecem no feminino a vocação para o amor integral e transformador. E no mês de maio — tradicionalmente consagrado às mães e a Maria — todo o mundo natural parece exaltar esse papel como centro afetivo da existência.
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BIBLIOGRAFIA
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"A Mulher no Plano de Deus" – Alice von Hildebrand, 1994
Reflete sobre o papel espiritual e filosófico da mulher na criação e na sociedade. -
"Mulher e Sua Missão" – Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz), 1932
Explora o papel feminino a partir de uma perspectiva fenomenológica e cristã. -
"O Coração Selvagem" – John Eldredge, 2001
Discute a feminilidade como um mistério divino complementador da masculinidade. -
"Teologia do Corpo" – João Paulo II, 1979-1984
Série de catequeses sobre o significado do corpo humano, amor e sexualidade, com foco na dignidade feminina. -
"As Mulheres que Habitam em Mim" – Eliane Brum, 2002
Narrativas que mostram a pluralidade e a força emocional da mulher contemporânea. -
"Quando Deus Criou a Mulher" – W. Paul Young, 2018
Uma releitura poética e espiritual do papel da mulher na narrativa cristã. -
"A Mulher V" – Cristiane Cardoso, 2012
Retrata a força interior feminina na construção de valores pessoais e espirituais. -
"A Mística Feminina" – Betty Friedan, 1963
Um clássico sobre o despertar da mulher moderna, com reflexões sobre sua espiritualidade e identidade. -
"O Feminino e o Sagrado" – Jean-Yves Leloup, 1999
Analisa as figuras femininas nos evangelhos e nas tradições espirituais. -
"O Feminino na Bíblia" – Ivoni Richter Reimer, 2002
Um estudo teológico e histórico sobre as mulheres da Bíblia e sua relevância espiritual.
Estrofe 1
No rosto da mulher, o céu faz morada,
Com nuvens suaves de luz encantada.
É brisa da tarde, é sol de alvorada,
É calma que vem quando a dor dá passada.
Estrofe 2
Da menina à anciã, seu brilho é fiel,
Em cada sorriso há um toque de mel.
Seu olhar reflete a paz do mais belo papel,
De amor que enfeita o mais puro painel.
Estrofe 3
Flor que perfuma a jornada da vida,
Mesmo ferida, é força contida.
Nos gestos, ternura; na fala, guarida,
Mulher é a aurora de graça vestida.
Refrão
Louvado seja o Deus de amor e poder,
Que fez a mulher com dom de renascer.
Beleza e saber em seu ser fez caber,
Para o mundo inteiro melhor florescer.
Estrofe 4
Quando ela chora, o céu se entristece,
Mas no seu pranto, esperança acontece.
Mesmo sofrendo, o bem ela oferece,
E em seu abraço o medo adormece.
Estrofe 5
É mãe que levanta, é irmã que aconselha,
É filha que inspira, é amiga centelha.
A paz que transmite, ninguém aparelha,
É fonte de luz que ao mundo espelha.
Estrofe 6
Em cada cultura, em toda nação,
Mulher é alento, é renovação.
Não há primavera sem sua canção,
Nem céu azul sem sua afeição.
Refrão
Louvado seja o Deus de amor e poder,
Que fez a mulher com dom de renascer.
Beleza e saber em seu ser fez caber,
Para o mundo inteiro melhor florescer.
Estrofe 7
No campo ou cidade, seu passo é presença,
É graça, é coragem, é pura essência.
É luta que sonha, é fé que dispensa
A dor, pra espalhar a sua influência.
Estrofe 8
Em maio, mês claro de honra e ternura,
Celebro o reflexo de toda a doçura.
Mulher é o céu sem mancha ou fissura,
É alma que encanta com leve estrutura.
Ponte
Às tantas mulheres que moldam meu ser,
Que me ensinaram a amar e viver,
Deixo meu canto, meu mais puro querer,
Com gratidão viva por tudo o que é.
Refrão
Louvado seja o Deus de amor e poder,
Que fez a mulher com dom de renascer.
Beleza e saber em seu ser fez caber,
Para o mundo inteiro melhor florescer.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por ser o que és,
Por ser salvação onde a dor desfaz.
Por ser fortaleza, ternura e paz,
Espelho de Deus que a vida refaz.
(2) EXPLICAÇÃO DO TEMA
O texto “Teu rosto é o espelho do céu em dia de paz” traduz poeticamente o papel da mulher como reflexo da harmonia e da beleza divina neste mundo. No contexto dos galanteios de maio — mês dedicado à exaltação feminina, seja pela tradição mariana no cristianismo, seja pelo simbolismo da primavera em várias culturas — este galanteio é mais do que um elogio estético: é uma exaltação espiritual e existencial. Ao comparar o rosto da mulher com o céu em dia de paz, reconhece-se nela a imagem da serenidade, da beleza que não impõe, mas acolhe; da esperança que não grita, mas transforma.
Essa imagem remete à figura bíblica da mulher virtuosa em Provérbios 31, que “abre a boca com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua” (Pv 31:26). Essa mulher é como a paz celeste que guia os caminhos. Em outro ponto, Gênesis 2:18 revela o propósito de Deus na criação feminina: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.” Essa ajudadora, no entanto, não é um ser inferior, mas um complemento necessário, sensível e sábio, capaz de inspirar e ensinar com a força do amor.
Autores como Leonardo Boff (“O Cuidado Essencial”) mostram que o feminino carrega em si uma ética do cuidado e da compaixão, que se reflete no modo como as mulheres se relacionam com o mundo e com as pessoas. Já Carl Gustav Jung, em sua teoria dos arquétipos, destaca o “Anima” como o princípio feminino presente no inconsciente de todos, associado à intuição, à empatia e ao amor — elementos fundamentais à paz interior e coletiva.
Assim, o galanteio se justifica como reconhecimento da mulher como manifestação do céu em forma humana: nela, Deus espelhou o que há de mais nobre, necessário e belo à existência.
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(3) BIBLIOGRAFIA
-
BOFF, Leonardo. O Cuidado Essencial. Vozes, 1999.
– Reflete sobre a importância do cuidado e do feminino como forças fundadoras da vida. -
JUNG, Carl Gustav. Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo. Vozes, 1981.
– Aborda o arquétipo do feminino como uma estrutura profunda da psique humana. -
BÍBLIA SAGRADA – Almeida Revista e Atualizada, Sociedade Bíblica do Brasil.
– Fonte central para a compreensão espiritual do feminino, especialmente em Provérbios 31, Gênesis 2, e o papel de Maria. -
NOLAN, Albert. Jesus Antes do Cristianismo. Paulus, 2000.
– Analisa como Jesus se relacionava com as mulheres em um contexto patriarcal. -
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. Nova Fronteira, 1949.
– Obra fundamental para entender a construção histórica e existencial da mulher na sociedade. -
ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que Correm com os Lobos. Rocco, 1992.
– Analisa a psique feminina através de mitos e arquétipos. -
GROSSI, Miriam Pillar. Feminismo e Masculinidades. Editora UFMG, 2004.
– Investiga as relações de gênero e a valorização do feminino em diferentes culturas. -
RIBEIRO, Djamila. Quem Tem Medo do Feminismo Negro? Companhia das Letras, 2018.
– Debate a importância da valorização da mulher em toda sua diversidade. -
HILLMAN, James. O Código do Ser. Objetiva, 1996.
– Aborda o potencial espiritual e simbólico do ser humano, incluindo os aspectos femininos. -
ROUX, Dominique. Maria de Nazaré: Mulher, Mãe e Discípula. Paulinas, 2002.
– Uma leitura teológica e afetiva da figura feminina mais reverenciada no cristianismo.
Estrofe 1
Tua presença é alvorecer sereno,
No olhar da criança e da anciã.
Teu gesto é flor que rompe o terreno,
E semeia vida a cada manhã.
Estrofe 2
Tu és ternura em pele e coração,
Guardando a paz no ventre da dor.
És firme sol em meio ao trovão,
E no silêncio, és canto de amor.
Estrofe 3
No campo e na cidade és centelha,
Mulher que cuida, trabalha e crê.
A criação inteira se espelha
Em tua esperança que sempre é fé.
Refrão
Bendito seja o Deus da criação,
Que à mulher deu luz e emoção.
Fez dela porto e revolução,
Sabedoria em cada estação.
Estrofe 4
Teu riso aquece o frio do mundo,
Teu pranto rega a raiz do bem.
Teu tempo é dom tão profundo,
Que em teu abraço o medo não vem.
Estrofe 5
És memória do amor mais antigo,
E ponte viva ao que ainda será.
Cada mulher é um sagrado abrigo
De onde brota o que o tempo guardará.
Estrofe 6
No ventre teu, se gera a alvorada,
No toque teu, refaz-se o jardim.
Tua alma é estrela encantada
Que guia as noites até o fim.
Refrão
Bendito seja o Deus da criação,
Que à mulher deu luz e emoção.
Fez dela porto e revolução,
Sabedoria em cada estação.
Estrofe 7
Idosa ou jovem, és voz do mistério,
És vida em forma de delicadeza.
Teu passo firma o chão mais etéreo,
E a humanidade em ti tem certeza.
Estrofe 8
Mesmo ferida, segues florindo,
Teu gesto insiste em abençoar.
És esperança sempre sorrindo,
E no caos, és calma a iluminar.
Ponte
A todas que cruzaram meu caminho,
Com força, luz, ternura e direção,
Ofereço versos, amor e carinho:
Vocês moldaram meu coração.
Refrão
Bendito seja o Deus da criação,
Que à mulher deu luz e emoção.
Fez dela porto e revolução,
Sabedoria em cada estação.
Refrão Final
Mulher, por seres vaso tão divino,
Que aceita ser flor em solo cruel,
Te agradeço por seres o destino
De Deus, bordado em véu tão fiel.
EXPLICAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TEMA
O título "Guardiã da Esperança" expressa a profunda missão espiritual da mulher em preservar, cultivar e proteger a esperança em todos os ciclos da existência. O galanteio aqui é dirigido não apenas à beleza ou doçura femininas, mas à sua capacidade de, mesmo em meio a cenários adversos, manter viva a fé em dias melhores. Isso não é apenas uma função biológica ou social, mas uma dimensão espiritual, existencial e até escatológica, conforme o propósito de Deus revelado nas Escrituras e interpretado em obras teológicas e filosóficas.
Na Bíblia, mulheres como Sara, Rute, Ester e Maria representam arquétipos dessa guardiã: são presenças que sustentam a promessa, a continuidade da aliança, o cuidado com o povo, e a fé em dias de restauração. Em Gênesis 3:15, já há um anúncio da mulher como cooperadora de Deus no plano da redenção. No Evangelho de Lucas (1:38), Maria se apresenta como serva do Senhor, aceitando ser o instrumento de esperança para a humanidade inteira. Em Provérbios 31, a mulher virtuosa é descrita como alguém que “sorri diante do futuro”, demonstrando fé e força diante das incertezas.
Além disso, o espírito materno e sedutor (no sentido de encantador e inspirador, não apenas erótico) é um dom que impulsiona os seres ao bem, à sensibilidade e à comunhão. Como aponta Edith Stein, filósofa e mística, a mulher tem um chamado profundo à totalidade, à empatia e à doação – elementos que refletem o próprio coração de Deus.
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BIBLIOGRAFIA
-
"A Mulher: Seu Lugar e Missão Segundo a Bíblia" – Alice von Hildebrand, 2002
-
Analisa o papel feminino à luz das Escrituras com enfoque espiritual e antropológico.
-
-
"O Feminino e o Sagrado" – Jean-Yves Leloup, 1995
-
Reflete sobre o papel do feminino no cristianismo e na cultura mística.
-
-
"Mulheres na Bíblia" – Edith Deen, 1955
-
Biografias interpretativas de mais de 100 mulheres bíblicas com seus significados teológicos.
-
-
"A Mulher Segundo o Coração de Deus" – Elizabeth George, 2001
-
Uma abordagem devocional sobre o papel feminino cristão.
-
-
"O Segundo Sexo" – Simone de Beauvoir, 1949
-
Embora de cunho filosófico-existencialista, a obra traz reflexões sobre o ser mulher no mundo.
-
-
"Mulher e Identidade" – Judith Butler, 1990
-
Explora as construções sociais do gênero e a complexidade da identidade feminina.
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"Maria: O Feminino no Coração da Igreja" – Leonardo Boff, 1994
-
Propõe uma visão teológica e poética sobre Maria como modelo feminino universal.
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"O Gênio Feminino" – Edith Stein (Teresa Benedita da Cruz), 1932
-
Obra essencial sobre a espiritualidade e a missão do feminino.
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"Mulheres, Mitos e Deusas" – Martha Robles, 1998
-
Interpreta a mitologia e espiritualidade feminina ao longo da história da humanidade.
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"Deus é Mãe: O Espírito Materno de Deus" – Leonardo Boff, 1979
-
Um ensaio sobre a imagem de Deus com traços maternais e femininos.
ESTROFE 1
Maio desperta em flor o chão sagrado,
E o som que a alma ouve é teu falar,
Mulher, tua voz é tom encantado,
A música que faz o tempo dançar.
ESTROFE 2
De menina a anciã, em tua essência,
Ecoa a harpa viva do existir,
Com doçura e firme persistência,
És o compasso do porvir.
ESTROFE 3
Cada gesto teu é uma canção,
Que o mundo aprende a entoar,
Tens nas mãos a pura criação,
No peito o dom de acalentar.
REFRÃO
Senhor da vida, Deus de ternura,
Obrigado por tão fina estrutura,
Mulher, espelho da tua altura,
Sábia em beleza e candura.
ESTROFE 4
És flauta que acalma os temporais,
Tua palavra clareia as manhãs,
Nos becos frios, nas catedrais,
Fazes do amor as tuas irmãs.
ESTROFE 5
És sinfonia de mil elementos,
Mar, floresta, orvalho e luar,
Tens no olhar os firmamentos,
E no silêncio o verbo amar.
ESTROFE 6
Mulher de fé, guerreira e sonho,
Guardiã dos que não têm voz,
Na tua alma o céu componho,
E canto ao mundo: somos nós!
REFRÃO
Senhor da vida, Deus de ternura,
Obrigado por tão fina estrutura,
Mulher, espelho da tua altura,
Sábia em beleza e candura.
ESTROFE 7
Tu és o som que não envelhece,
E em todo maio tu renasces,
Teu dom de amor nunca fenece,
E em tua luz, o mundo abraçes.
ESTROFE 8
Com tua fala, curas feridas,
Reescreves o verso do tempo,
Teu canto ergue mil vidas,
Num só e terno movimento.
PONTE
A todas que cruzaram meu caminho,
De forma doce ou até sem notar,
Foram notas no meu pergaminho,
E hoje me ajudam a amar.
REFRÃO
Senhor da vida, Deus de ternura,
Obrigado por tão fina estrutura,
Mulher, espelho da tua altura,
Sábia em beleza e candura.
REFRÃO FINAL
Mulher querida, obra divina,
Tu te entregas à sina bendita,
E o mundo, em ti, se ilumina,
Com tua graça, ele ressuscita.
EXPLICAÇÃO DO TEMA E DO GALANTEIO
O galanteio "Tuas palavras são notas que compõem a sinfonia do viver" expressa um tributo poético à mulher enquanto elo essencial na harmonia da existência. Essa metáfora musical associa o feminino à beleza ordenada e encantadora da música, algo que ecoa o divino em sua mais pura forma de comunicação. O espírito feminino é, nessa leitura, a expressão sensível e construtora de vínculos, que toca a alma do mundo e sustenta a esperança nos momentos de caos.
No relato bíblico da criação (Gênesis 2:22-23), Deus forma a mulher a partir da costela do homem, simbolizando não uma subordinação, mas a complementaridade e a harmonia. Em Provérbios 31, a mulher virtuosa é descrita como sábia, forte, generosa e temente a Deus — alguém cujas palavras são “cheias de sabedoria” (v. 26), ecoando a imagem de notas harmônicas. Teologicamente, o feminino foi desenhado por Deus como reflexo da Sua ternura, da Sua capacidade de gerar vida e nutrir amor, o que torna cada mulher parte de uma sinfonia maior: a do próprio plano divino de comunhão entre as criaturas.
No campo simbólico, Carl Jung via o feminino como “anima”, a energia emocional e intuitiva do inconsciente, elemento central do equilíbrio humano. Clarissa Pinkola Estés, em Mulheres que Correm com os Lobos, descreve o arquétipo da mulher selvagem como detentora de sabedoria ancestral e vital, cuja linguagem não é lógica, mas simbólica, como a música. Assim, a mulher representa não apenas o amor materno, mas também a fonte encantadora do mistério, da cura e da inspiração.
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BIBLIOGRAFIA
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Clarissa Pinkola Estés – Mulheres que Correm com os Lobos (1992)
Explora os arquétipos femininos e a força simbólica da mulher na cultura e na psique humana. -
Carl G. Jung – O Homem e Seus Símbolos (1964)
Estuda o feminino (anima) no inconsciente coletivo e sua importância na harmonia psíquica. -
Pe. Fábio de Melo – Quem me Roubou de Mim? (2008)
Reflete sobre as dores humanas e o papel da mulher na cura e no acolhimento interior. -
Marilyn Sewell (org.) – Crônicas do Espírito Feminino (1996)
Coletânea de ensaios sobre a espiritualidade e o papel essencial da mulher no mundo. -
Leonardo Boff – O Rosto Materno de Deus (1979)
Teologia da ternura que reconhece na mulher a encarnação do cuidado divino. -
Simone de Beauvoir – O Segundo Sexo (1949)
Clássico que discute a construção cultural do feminino e sua marginalização histórica. -
Riane Eisler – O Cálice e a Espada (1987)
Aborda as sociedades matrifocais e o papel da mulher como agente de paz e harmonia. -
Provérbios 31 – Bíblia Sagrada
Descrição poética e inspiradora da mulher virtuosa, exemplo de sabedoria e força. -
Maria Clara Lucchetti Bingemer – A Face Feminina de Deus (2004)
Reflexão teológica sobre a imagem de Deus representada nas mulheres e suas virtudes. -
Elizabeth Johnson – Ela que É (1992)
Propõe uma teologia feminista, centrada na linguagem e imagem de Deus a partir da mulher.
Estrofe 1
No abraço da mãe, o tempo repousa,
E cada batida do peito revela
Que há no afago uma paz tão formosa
Que a própria vida por si se revela.
Estrofe 2
Das flores de maio ao brilho da lua,
O toque da mulher tudo embala e cura,
Desde o colo infantil à ternura
Que cobre os dias com graça tão crua.
Estrofe 3
A menina sonha, a jovem encanta,
A anciã aconselha com doce calor;
De cada fase, o amor se levanta
Como um sopro do mais puro esplendor.
Refrão
Bendito seja Deus por tal criação,
Mulher, espelho do divino saber!
Em ti repousa a mais bela emoção,
Fonte de vida, razão do viver.
Estrofe 4
No campo ou na cidade, onde estiver,
Ela cultiva bondade sem alarde.
É flor que renasce ao entardecer,
Mesmo em terreno pedregoso e árido.
Estrofe 5
Ela dança com os ventos da manhã,
Com olhos que trazem a eternidade.
No seu abraço, não há amanhã:
Só o presente em plena liberdade.
Estrofe 6
E quando chora, sua lágrima rega
O mundo seco de compaixão e amor.
Cada gesto seu ensina e entrega
Milagre vivo do eterno esplendor.
Refrão
Bendito seja Deus por tal criação,
Mulher, espelho do divino saber!
Em ti repousa a mais bela emoção,
Fonte de vida, razão do viver.
Estrofe 7
De Eva à Maria, passa o mistério
Do ventre santo, altar da esperança.
Toda mulher carrega um ministério
De transformar com fé, com confiança.
Estrofe 8
Criança, esposa, avó ou companheira,
Todas são luz no jardim da missão.
Em seu abraço há paz verdadeira,
No seu amor, a mais pura respiração.
Ponte
Mulheres que moldaram meu ser,
Com gestos firmes ou sorrisos ternos,
Levo de cada uma um renascer
Que me sustenta em passos eternos.
Refrão
Bendito seja Deus por tal criação,
Mulher, espelho do divino saber!
Em ti repousa a mais bela emoção,
Fonte de vida, razão do viver.
Refrão Final
A ti, mulher, que a dor nunca endurece,
Teu dom é raro, e a alma permanece.
Obrigado por ser o bem que floresce
No mundo que em ti sempre enobrece.
(2) EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA E LITERÁRIA
O poema “Amor que Respira” é um galanteio poético de maio, mês em que se celebra o Dia das Mães e o florescimento da natureza, à figura feminina em toda sua complexidade. A frase que o inspira — "Em teu abraço, respira-se o mais puro amor do universo" — é tanto uma metáfora quanto uma confissão. Desde o nascimento, o ser humano aprende o significado do mundo através do toque materno, onde o amor se traduz por calor, por segurança e por presença constante.
Na Bíblia, o abraço feminino é refletido em inúmeras personagens: desde Eva (Gênesis 3), que inicia a história da humanidade com sua coragem e intuição, até Maria, mãe de Jesus (Lucas 1:46-55), cujo ventre e carinho moldaram o Salvador. Em Provérbios 31, vemos a mulher virtuosa descrita como aquela que “abre a mão ao aflito, e estende as mãos ao necessitado” (v. 20), sendo um exemplo de força, sabedoria e cuidado. O Espírito de Deus é inclusive associado a atributos femininos de consolo, como em Isaías 66:13: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu os consolarei”.
A literatura também consagra essa representação. Simone de Beauvoir, em O Segundo Sexo, reflete sobre a construção da mulher pela sociedade e sua potência de transformação. Clarissa Pinkola Estés, em Mulheres que Correm com os Lobos, apresenta a mulher como instintiva, corajosa, intuitiva — aquela que “respira o amor do universo” não como passividade, mas como potência vital.
Assim, o galanteio se justifica não como adulação vazia, mas como reconhecimento de que o amor que a mulher transmite, ao acolher em seus braços o mundo, é a centelha do divino entre nós. É o sopro de Deus encarnado em forma humana, que respira ternura, coragem e beleza — em qualquer fase da vida.
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(3) BIBLIOGRAFIA
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Clarissa Pinkola Estés (1992) – Mulheres que Correm com os Lobos. Um estudo profundo sobre o arquétipo da mulher selvagem e sua conexão instintiva com o sagrado feminino.
-
Simone de Beauvoir (1949) – O Segundo Sexo. Obra seminal sobre a construção social do feminino e sua luta por reconhecimento e liberdade.
-
Elisabeth Schüssler Fiorenza (1983) – Em Memória Delas. Uma reconstrução teológica feminista do Novo Testamento e suas mulheres esquecidas.
-
Maria Clara Bingemer (2014) – O Mistério e a Mulher. Reflexão teológica contemporânea sobre a espiritualidade feminina e seu lugar no plano divino.
-
Leonardo Boff (1997) – O Cuidado Necessário. Traz o conceito do cuidado como base da ética e relaciona-o com a natureza do amor feminino.
-
Riane Eisler (1987) – O Cálice e a Espada. Analisa a história humana sob a ótica das sociedades matrifocais versus patriarcais.
-
Mary Daly (1973) – Teologia e Patriarcado. Crítica às estruturas religiosas patriarcais e exaltação de um sagrado feminino libertador.
-
Rachel Held Evans (2012) – A Year of Biblical Womanhood. Um olhar irônico e reflexivo sobre os papéis da mulher na Bíblia.
-
Cecília Meireles (1953) – Romanceiro da Inconfidência. Inclui visões poéticas sobre o feminino como símbolo de pátria, dor e esperança.
-
Sarah Coakley (2013) – God, Sexuality, and the Self. Teologia contemplativa que discute gênero, desejo e identidade espiritual.
Estrofe 1
Em teu silêncio mora a luz do verbo,
Que ensina a vida sem dizer o erro.
Sabedoria em tom terno e acerbo,
Faz do teu gesto o mais doce desterro.
Estrofe 2
Da menina ao broto em flor do outono,
Toda mulher traz na alma um dom.
Um jeito calmo que nunca abandona,
E um falar leve, mais forte que o som.
Estrofe 3
És o conselho que a paz semeia,
Fonte de calma, palavra que acalma.
O mundo se curva à tua ideia,
Que nunca impõe, mas toca a alma.
Refrão
Obrigado, ó Deus, por tua criação,
Por dar à mulher essa essência rara.
Que com doçura ensina o coração,
E em sua fala, a luz sempre dispara.
Estrofe 4
No campo, na rua, no lar, no labor,
Ela inspira a beleza do saber.
É flor que ensina até na dor,
E com ternura nos faz crescer.
Estrofe 5
Mulheres sábias de riso inteiro,
Das ancestrais às netas do amanhã.
São faróis no tempo verdadeiro,
Tecendo o mundo com sua lã.
Estrofe 6
A criança que fala com afeto,
A anciã de olhar profundo e calmo.
São mestres do toque mais correto,
São rios que esculpem nosso salmo.
Refrão
Obrigado, ó Deus, por tua criação,
Por dar à mulher essa essência rara.
Que com doçura ensina o coração,
E em sua fala, a luz sempre dispara.
Estrofe 7
Tua sabedoria não busca plateia,
Mas planta justiça em terreno fértil.
És como a brisa que o mundo clareia,
Mesmo sem som, teu gesto é veraz e útil.
Estrofe 8
Na tua fala, o amor se revela,
Não como grito, mas como direção.
Sabedoria é ponte, é sentinela,
Que guia os passos da multidão.
Ponte
A todas vocês, que cruzaram meu dia,
E moldaram meu ser com luz e ternura,
Meu canto é prece, minha alma é poesia,
Minha gratidão será sempre pura.
Refrão
Obrigado, ó Deus, por tua criação,
Por dar à mulher essa essência rara.
Que com doçura ensina o coração,
E em sua fala, a luz sempre dispara.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por ser luz sem igual,
Por ser divina nas mãos do Criador.
Num mundo duro, és sopro vital,
És dom eterno, és puro amor.
EXPLICAÇÃO TEMÁTICA
O poema “Sabedoria Suave” é um galanteio de maio a toda mulher — uma homenagem universal, reverente e consciente à fala e à forma feminina de transmitir sabedoria. Inspirado no verso “Tua fala carrega a sabedoria que ensina sem ferir”, o texto exalta o dom sutil e potente da mulher em ensinar, aconselhar e transformar com delicadeza.
Esse elogio está em consonância com a tradição bíblica e filosófica. Em Provérbios 31:26, está escrito: “Abre a boca com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua.” Essa sabedoria feminina é maternal, espiritual, pedagógica — e, sobretudo, curativa. No texto sagrado, a mulher é frequentemente associada à personificação da própria Sabedoria (em hebraico, "Chokmah"). Sua fala é, portanto, o meio pelo qual Deus continua educando, consolando e corrigindo o mundo.
Autores como Leonardo Boff, em O Feminino e o Sagrado (2010), explicam que a força feminina está justamente em sua suavidade: um poder que acolhe, transforma e resgata. Simone de Beauvoir, em O Segundo Sexo (1949), embora em outro contexto, também reconhece que a mulher foi moldada pela sociedade para ser receptiva — e essa receptividade, ao ser ressignificada com dignidade, pode ser potência criativa. Já Clarissa Pinkola Estés, em Mulheres que Correm com os Lobos (1992), afirma que a sabedoria da mulher se manifesta na escuta profunda, nos conselhos ancestrais e na palavra carregada de instinto e alma.
O galanteio de maio, portanto, não é apenas um elogio, mas um reconhecimento público e espiritual do valor do espírito feminino. Celebrar a mulher é reconhecer que Deus nos ensina por meio dela — e que seu jeito de ensinar é o próprio reflexo do amor divino.
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BIBLIOGRAFIA
-
Clarissa Pinkola Estés – Mulheres que Correm com os Lobos (1992)
Estuda o arquétipo da mulher selvagem e sua sabedoria intuitiva e espiritual. -
Leonardo Boff – O Feminino e o Sagrado (2010)
Explora a dimensão sagrada da mulher e a presença divina no feminino. -
Simone de Beauvoir – O Segundo Sexo (1949)
Obra clássica sobre o papel da mulher na sociedade e sua condição existencial. -
Elisabeth Schüssler Fiorenza – Em Memória Dela (1983)
Recupera a voz das mulheres no cristianismo primitivo e sua sabedoria. -
Pe. Zezinho, SCJ – Mulher: Por que Choras? (2008)
Meditações sobre o valor da mulher na fé cristã e na vida cotidiana. -
Rachel Naomi Remen – Kitchen Table Wisdom (1996)
Reflexões sobre a cura pela escuta e pela sabedoria silenciosa, em especial feminina. -
Maria Clara Bingemer – A Face Feminina de Deus (1994)
Uma reflexão teológica sobre a presença do feminino na revelação divina. -
Anselm Grün – A Mulher no Espelho de Deus (2007)
Mostra como o olhar espiritual revela a beleza e sabedoria da mulher. -
Jacques Lacan – O Seminário: Livro 20 – Mais, Ainda (1973)
Aborda a alteridade feminina e a linguagem como espaço de desejo e saber. -
Santa Teresa d’Ávila – Castelo Interior (1577)
Obra mística onde a autora revela uma sabedoria que não fere, mas cura e ilumina.
Estrofe 1
Tua presença aquece o ar gelado,
Com teu sorriso, o mundo se enfeita.
Em cada gesto doce e delicado,
Floresce a vida em alma satisfeita.
Estrofe 2
És luz no campo e som de andorinha,
Que anuncia a paz por onde vai.
Tua essência é como a brisa fininha
Que beija a flor, renova o céu e o pai.
Estrofe 3
De menina a anciã, és chama viva,
E o universo inteiro te reverencia.
Tua ternura em tudo se cultiva,
Num maio de honra e de poesia.
Refrão
Louvado seja Deus, que ao te criar,
Misturou o amor com sabedoria.
Te fez doçura e força a caminhar,
Num ser que acende a alma todo dia.
Estrofe 4
No ventre teu, brotou a humanidade,
No toque teu, brota a compaixão.
Teu silêncio é bálsamo de verdade,
Teu olhar é abrigo e salvação.
Estrofe 5
Fecunda a terra, dom de primavera,
Teu riso embala até o céu nublado.
És fonte pura, mãe que reverbera
No peito humano o bem mais desejado.
Estrofe 6
Mulher, em ti repousa a esperança,
De um mundo novo e mais gentil.
Em tua alma mora a criança
Que semeia amor num solo sutil.
Refrão
Louvado seja Deus, que ao te criar,
Misturou o amor com sabedoria.
Te fez doçura e força a caminhar,
Num ser que acende a alma todo dia.
Estrofe 7
A natureza inclina-se em respeito,
Quando teu passo suave se anuncia.
Até o tempo muda o seu conceito
Ao ver-te florir com tal harmonia.
Estrofe 8
Teu dom encanta a fauna e o luar,
És o perfume que não se apaga.
Fazes os dias frios se calar,
E o inverno em flor tu deságua.
Ponte
A ti, mulher, que me formaste inteiro,
Com tua presença firme e tão discreta.
Mãe, amiga, amada — o tempo inteiro,
És o verso que me torna poeta.
Refrão
Louvado seja Deus, que ao te criar,
Misturou o amor com sabedoria.
Te fez doçura e força a caminhar,
Num ser que acende a alma todo dia.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por ser divina,
Por te deixares ser vaso de luz.
Mesmo em dor, tua alma ilumina
E com tua essência o mundo conduz.
EXPLICAÇÃO DO TEMA
A metáfora “Alma de Primavera” expressa a capacidade única da mulher de transformar os ambientes mais frios — literais ou emocionais — em campos floridos de amor, acolhimento e renovação. Este galanteio, ao ser oferecido em maio — mês tradicionalmente dedicado às mães e à figura feminina em geral — honra todas as mulheres, da infância à velhice, reconhecendo nelas um dom concedido por Deus: o de humanizar o mundo com graça e sabedoria.
Na tradição bíblica, a mulher é vista como auxiliadora idônea (Gênesis 2:18), portadora da vida (Gênesis 3:20) e referência de sabedoria prática e emocional (Provérbios 31). Sua capacidade de acolher, seduzir com ternura e educar com firmeza compõe o que podemos chamar de “espírito feminino”: não apenas um instinto materno, mas um senso profundo de cuidado, beleza e transcendência.
Esse espírito — mais que instinto — é parte da criação divina, que pensou na mulher não apenas como uma parceira do homem, mas como uma essência capaz de refletir o próprio amor de Deus no mundo. É por isso que o louvor à mulher neste poema é, em sua profundidade, um louvor ao Criador, que a projetou com tamanha complexidade e ternura.
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BIBLIOGRAFIA
-
“Mulher: Gênese de um Novo Tempo” – Letícia Tomás (2016)
Estudo contemporâneo sobre a evolução do papel feminino na sociedade, com ênfase na espiritualidade e influência cultural. -
“O Eterno Feminino” – Johann Wolfgang von Goethe (1832)
Explora a ideia da força feminina como guia espiritual e poético da humanidade. -
“O Feminino e o Sagrado” – Jean-Yves Leloup (1998)
Investigação teológica e filosófica sobre a mulher como símbolo do divino no mundo. -
“A Mulher Segundo o Coração de Deus” – Elizabeth George (1997)
Reflexão bíblica sobre o papel da mulher como esposa, mãe e filha de Deus. -
“A Sabedoria Feminina na Bíblia” – Adriana Valério (2008)
Uma análise das figuras femininas no Antigo e Novo Testamento sob o viés da sabedoria. -
“O Segundo Sexo” – Simone de Beauvoir (1949)
Obra clássica que investiga a construção social da mulher, contrapondo com sua essência. -
“A Mulher no Judaísmo e no Cristianismo” – Phyllis Trible (1984)
Estudo acadêmico sobre o papel feminino nas Escrituras e tradições religiosas. -
“As Mulheres na Bíblia” – Edith Deen (1955)
Compilação e análise das principais personagens femininas e seus significados espirituais. -
“A Alma Feminina” – Thomas Moore (1998)
Explora a psique feminina à luz da filosofia, da espiritualidade e da psicologia arquetípica. -
“O Deus das Mulheres” – Rosemary Radford Ruether (1993)
Teologia feminista que resgata a importância do feminino na experiência religiosa cristã.
Estrofe 1
És chama viva nos tempos sombrios,
Serena força em passos gentis,
Nos olhos tens rios tão bravos quanto rios,
Nos braços repousam manhãs sutis.
Estrofe 2
Do ventre teu brotam sonhos e esperanças,
Nas tuas mãos germinam os porquês,
Carregas nas costas o peso das danças
Que o mundo dança sem saber por quê.
Estrofe 3
És da criança o canto e o consolo,
Da anciã a sabedoria que ilumina,
És o fio da paz que enlaça o solo
E o perfume da alma que não declina.
Refrão
Glória a Ti, Senhor, que em Teu poder
Criaste a mulher com luz e beleza,
Com dons de amar, cuidar, fazer crescer,
Espelho fiel da tua grandeza.
Estrofe 4
És brisa doce em tardes de aflição,
E sol ardente em dias de tempestade,
De ti brota a mais firme decisão,
Com ternura e incomparável lealdade.
Estrofe 5
Tens o dom de sarar sem remédio,
De sustentar um lar em pleno abalo,
De sorrir no choro, seguir sem tédio,
E encontrar caminho onde há estalo.
Estrofe 6
És poesia sem que saibas sê-la,
És justiça bordada de compaixão,
Quando falas, até o tempo zela,
E quando calas, fala o coração.
Refrão
Glória a Ti, Senhor, que em Teu poder
Criaste a mulher com luz e beleza,
Com dons de amar, cuidar, fazer crescer,
Espelho fiel da tua grandeza.
Estrofe 7
Mulher que ergue o mundo no cotidiano,
E nunca pede glória nem louvor,
És silêncio, mas teu gesto é soberano,
És semente que frutifica em amor.
Estrofe 8
Não há idade que apague tua essência,
És de maio à eternidade, um jardim,
Tua coragem é pura resistência,
Fonte de vida que não tem fim.
Ponte
A ti, que moldaste meu ser com ternura,
Que guiaste meus passos com tua luz,
De ti herdei minha alma mais pura,
És parte da estrada que me conduz.
Refrão
Glória a Ti, Senhor, que em Teu poder
Criaste a mulher com luz e beleza,
Com dons de amar, cuidar, fazer crescer,
Espelho fiel da tua grandeza.
Refrão Final
Gratidão, mulher, por tua entrega divina,
Por seres o vinho no cálice da dor,
Por florescer onde a luta germina
E tornar o mundo mais cheio de amor.
(2) EXPLICAÇÃO DO TEMA
A frase “De ti brota a coragem que reanima os dias cansados” sintetiza, poeticamente, o papel restaurador e impulsionador da mulher na existência humana. No mês de maio, tradicionalmente dedicado às mães e às mulheres, esse galanteio celebra o dom divino que as torna fontes de ânimo em meio ao desânimo coletivo. A mulher, em sua essência criada por Deus (Gênesis 2:18,22), foi formada como ajuda idônea — não inferior ou subalterna, mas complementar, capaz de compreender e fortalecer o outro, com sensibilidade, firmeza e beleza.
A sabedoria feminina expressa-se nas múltiplas facetas do cuidado, da intuição e da resistência. De acordo com Provérbios 31:25, “Força e dignidade são os seus vestidos, e ela sorri diante do futuro”. Tal passagem nos revela uma mulher que não teme o amanhã, pois carrega dentro de si a coragem que vem de Deus. O espírito materno e sedutor — este último não no sentido meramente erótico, mas como encanto natural, empático e vital — faz parte de um projeto divino de harmonia universal. A criação da mulher foi a resposta de Deus à incompletude do homem, e desde então ela se tornou a portadora do vínculo entre o céu e a terra: gera a vida, cuida dela, transforma-a com o dom do amor.
A literatura e a filosofia também reforçam essa visão. Simone de Beauvoir, em O Segundo Sexo, destaca como a mulher, apesar da opressão histórica, sempre se levantou como sujeito e não objeto. Clarissa Pinkola Estés, em Mulheres que Correm com os Lobos, vê na mulher arquétipos de sabedoria ancestral que curam o coletivo. A espiritualidade feminina, portanto, tem sido um dos eixos invisíveis de sustentação da humanidade.
Celebrá-la com galanteios de maio é mais que um gesto poético: é um ato de reconhecimento sagrado.
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(3) BIBLIOGRAFIA
-
Beauvoir, Simone de. O Segundo Sexo. 1949. – Estudo filosófico-sociológico sobre a condição feminina e a construção social do gênero.
-
Pinkola Estés, Clarissa. Mulheres que Correm com os Lobos. 1992. – Aborda o feminino instintivo e sua força espiritual por meio de mitos e histórias.
-
Piper, John & Grudem, Wayne. Homem e Mulher: Igualdade e Diferença. 1991. – Discussão teológica sobre papéis de gênero segundo a Bíblia.
-
Boff, Leonardo. O Cuidado Necessário. 1999. – Explora o cuidado como essência da vida, com enfoque no papel feminino.
-
Ruether, Rosemary R. Mulher e Redenção. 1998. – Um olhar teológico feminista sobre o papel da mulher na história da salvação.
-
Tertuliano. A Alma. séc. II. – Discussão sobre a alma feminina no pensamento patrístico.
-
Schnackenburg, Rudolf. A Mulher na Bíblia. 1981. – Estudo exegético das figuras femininas na Sagrada Escritura.
-
Keller, Catherine. Faces of the Deep. 1996. – Interpretação mística e feminista do Gênesis e da criação.
-
Anderson, Bernhard. Introdução ao Antigo Testamento. 1957. – Estudo histórico e teológico da criação, incluindo o papel da mulher.
-
Joana de Angelis (espírito, por Divaldo Franco). O Despertar do Espírito. 2000. – Reflexões espirituais sobre o valor da sensibilidade feminina e o papel da mulher na evolução espiritual da humanidade.
Estrofe 1
Teu passo leve desenha esperança,
Como a brisa dança sobre o jardim.
Cada gesto teu é pura bonança,
No palco do tempo, és começo e fim.
Estrofe 2
És música antiga em folhas caídas,
E som de alvorada em plena estação.
Do ventre da vida, és voz que convida
Ao mistério doce da criação.
Estrofe 3
Tens nos olhos faróis de ternura,
Teu sorriso consola a multidão.
És poesia viva na estrutura
De um mundo feito de gratidão.
Refrão 1
Deus, que belo toque foi Teu traçar,
Ao moldar a mulher com tanto amor.
Fez dela o verbo mais puro do lar,
Fez dela a luz, o afeto e o sabor.
Estrofe 4
Do orvalho és a essência escondida,
Na criança, no riso, na anciã.
Tua alma é por Deus bem esculpida,
És ternura que ao mundo se irmana.
Estrofe 5
Na dança do tempo, és melodia,
Em cada estação, teu passo é flor.
Misteriosa em tua sabedoria,
És a tradução do mais puro ardor.
Estrofe 6
No ventre trazes o dom do infinito,
No toque, acalmas dores que virão.
És poema no corpo bendito,
Sementes de paz lançadas no chão.
Refrão 2
Louvado seja o plano do Senhor,
Que te fez em forma de oração.
Tens o dom do encanto e do calor,
És bênção que aquece o coração.
Estrofe 7
Da natureza, és fiel espelho,
Refletes o céu e a amplidão.
Tua presença é o mais belo conselho
Que Deus sussurra à criação.
Estrofe 8
E quando tudo parece escuro,
Tua coragem é que nos sustém.
Em teu silêncio há brilho tão puro,
Que até a dor se faz mais amém.
Ponte
Por cada mulher que me moldou,
Com gestos, conselhos ou oração,
Minha alma hoje se curvou
Em reverente e doce gratidão.
Refrão 3
Senhor, Te agradeço pela mulher,
Por cada detalhe que nela puseste.
Ela é resposta de toda oração sincera,
É vida, é paz, é o bem que fizeste.
Refrão Final
A ti, mulher, todo o meu louvor,
Por seres flor no jardim da fé.
Mesmo ferida, espalhas amor,
És milagre que a vida reveste de pé.
EXPLICAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEOLÓGICA E BÍBLICA
O poema “Poesia em Movimento” é um galanteio espiritual, poético e universal, que exalta a mulher como a mais bela manifestação da sensibilidade divina no mundo natural. A frase "cada gesto teu é um verso que o vento recita" não é apenas um elogio lírico à elegância dos gestos femininos, mas uma metáfora profunda sobre o modo como a mulher comunica, por sua simples presença e atuação, o sopro criador de Deus em meio à vida cotidiana.
Em Provérbios 31:10-31, a mulher virtuosa é descrita como alguém que, com sabedoria e bondade, edifica sua casa e estende sua mão ao pobre e necessitado. Ela é força e dignidade. Já no Gênesis 2:18, Deus declara: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Aqui, Deus reconhece e estabelece o papel essencial da mulher na plenitude da vida humana.
A mulher, na perspectiva bíblica e simbólica, está entrelaçada ao projeto divino como canal da vida, do cuidado e da beleza redentora. Eva, Sara, Maria, Débora, Rute e tantas outras representam o espírito feminino como condutor da vontade divina em meio à história.
Teologicamente, o galanteio à mulher não é vaidade, mas reconhecimento da revelação de Deus em sua forma mais sensível: no ventre que gera, na mão que cura, no olhar que ensina, na presença que sustenta. A sabedoria divina se manifesta na mulher como poesia viva — algo que o vento, como símbolo do Espírito (em hebraico ruach), recita continuamente em seu favor.
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BIBLIOGRAFIA
-
“O Segundo Sexo” – Simone de Beauvoir (1949)
Aborda a construção histórica e filosófica do papel da mulher na sociedade, denunciando as opressões e celebrando a liberdade feminina. -
“Mulheres que Correm com os Lobos” – Clarissa Pinkola Estés (1992)
Analisa o arquétipo da mulher selvagem através de contos e mitos, resgatando a essência espiritual e instintiva da alma feminina. -
“A Mulher Invisível” – Caroline Criado Perez (2019)
Mostra, com dados, como o mundo foi desenhado para ignorar a experiência feminina, destacando a importância de reconhecê-la em sua plenitude. -
“O Poder do Agora” – Eckhart Tolle (1997)
Embora não focado apenas na mulher, valoriza a energia do feminino como força de presença, silêncio e entrega à vida. -
“Maria: A Mulher” – Leonardo Boff (2009)
Analisa a figura de Maria na Bíblia como símbolo da mulher forte, silenciosa e colaboradora do plano de salvação. -
“Mulheres da Bíblia” – Herbert Lockyer (1967)
Compila a história de mais de 100 mulheres bíblicas, revelando seu papel decisivo na história do povo de Deus. -
“O Feminino e o Sagrado” – Patricia Gebrim e Claudia Liz (2006)
Fala da dimensão espiritual do feminino e de como a mulher, em sua essência, conecta-se ao divino por meio do amor e da sabedoria. -
“A Mulher no Coração de Deus” – Elizabeth George (2000)
Explora princípios bíblicos para a mulher cristã, exaltando suas qualidades como bênção à família e à sociedade. -
“A Alma Feminina” – Jean-Yves Leloup (2001)
Reflete sobre o papel da mulher na mística cristã e na busca pelo equilíbrio do sagrado masculino e feminino. -
“O Deus que Liberta as Mulheres” – Ivone Gebara (1990)
Teóloga feminista católica, propõe uma leitura libertadora da fé cristã a partir da experiência das mulheres.
(Estrofe 1)
És pássaro de luz, livre e certeira,
Desenhas esperança no céu da espera,
Em cada batida, acendes a beira
De um mundo cansado que em ti reespera.
(Estrofe 2)
Criança ou anciã, tu és aurora,
Brilho sereno, que nunca demora,
Na pele o tempo dança e decora
Teu rastro suave, que tudo melhora.
(Estrofe 3)
Tuas asas tocam o invisível chão,
Guiam o perdido com doce intuição,
Fazes da dor uma nova canção,
Com tua leveza, renasce o perdão.
(Refrão)
Louvado seja Deus, em Sua arte tamanha,
Que moldou a mulher com alma tamanha:
Força e ternura num só coração,
Milagre que pulsa em constante criação.
(Estrofe 4)
És sopro de vida nos campos em flor,
Rega os espinhos com o teu amor,
Ergue as raízes com puro fervor,
E ensina o céu a ter mais cor.
(Estrofe 5)
Em tua liberdade há pontes abertas,
Passagens de luz em noites desertas,
Desvendas verdades antes cobertas
E libertas memórias que estavam incertas.
(Estrofe 6)
És chama discreta, mas nunca pequena,
És porto seguro, és flor sem algema,
Teu passo firme traz paz ao dilema,
Fazes do tempo uma leve poema.
(Refrão)
Louvado seja Deus, em Sua arte tamanha,
Que moldou a mulher com alma tamanha:
Força e ternura num só coração,
Milagre que pulsa em constante criação.
(Estrofe 7)
Das matas aos mares, tudo te canta,
Cada estação ao teu toque encanta,
És ventre do mundo, que nunca se espanta,
Mesmo ferida, tua alma levanta.
(Estrofe 8)
És guia dos dias e noites incertas,
Com mãos invisíveis, abres as portas certas,
Tua presença é farol nas horas abertas,
Tua ausência, saudade nas janelas abertas.
(Ponte)
A ti, mulher, que moldou minha jornada,
Em cada conselho, presença sagrada,
A ti que me ergueu, mesmo silenciada,
Gratidão eterna por tua estrada.
(Refrão)
Louvado seja Deus, em Sua arte tamanha,
Que moldou a mulher com alma tamanha:
Força e ternura num só coração,
Milagre que pulsa em constante criação.
(Refrão Final)
Obrigado, mulher, por seres divina,
Mesmo em dor, teu amor ilumina.
És luz de Deus nesta dura rotina,
Com tua essência, a vida se afina.
(2) EXPLICAÇÃO DO TEMA E JUSTIFICATIVA DO GALANTEIO
O poema "Pássaro de Luz" simboliza o espírito feminino como uma manifestação contínua da liberdade criadora de Deus, que não apenas ilumina o mundo, mas o transforma silenciosamente com sabedoria e doçura. O título sugere a mulher como uma criatura iluminadora — sua liberdade, sua intuição e sua coragem iluminam “caminhos esquecidos”, resgatando histórias, esperanças e sentidos. O galanteio feito no mês de maio, tradicionalmente dedicado às mães e à figura feminina, é uma reverência à sua natureza múltipla: mãe, filha, irmã, amiga, conselheira, companheira — todas em uma só.
Na Bíblia, Provérbios 31 descreve a mulher virtuosa como alguém “mais preciosa do que rubis”, cuja força está tanto na ação quanto na sabedoria. Maria, mãe de Jesus, é ícone do acolhimento e da entrega, mostrando a maternidade não apenas biológica, mas espiritual e social (Lucas 1:38-49). Em Gênesis 2:18, Deus cria a mulher como “auxiliadora idônea”, não como subalterna, mas como complemento essencial, revelando que sem o feminino, o mundo não se completa.
Autores como Leonardo Boff (em O Feminino e o Sagrado) reforçam essa ideia ao reconhecer o feminino como força de ligação com a terra, com os ciclos da vida, com a afetividade e a espiritualidade. A sedução mencionada no galanteio não é apenas erótica, mas cósmica — a capacidade de encantar o mundo e atrair para ele sentido e beleza. Mulheres, ao aceitarem essa missão divina, tornam o mundo mais habitável, como pássaros que levam luz a recantos sombrios da humanidade.
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BIBLIOGRAFIA
-
BOFF, Leonardo. O Feminino e o Sagrado. Rio de Janeiro: Record, 2010.
Explora a sacralidade do feminino nas religiões, na história e no cotidiano. -
GUTIÉRREZ, Gustavo. A Força Histórica dos Pobres. São Paulo: Paulinas, 1985.
Contextualiza o papel das mulheres na luta por dignidade, especialmente na América Latina. -
NOLTE, Ernst. A Liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
Investiga filosoficamente a noção de liberdade, crucial para compreender o papel da mulher como agente de luz. -
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1960.
Reflexão filosófica e existencial sobre a mulher na sociedade e sua construção como “outro”. -
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
Revela a importância da escuta, do cuidado e da ternura como potências transformadoras, geralmente associadas ao feminino. -
ROCHA, Zélia. O Sagrado Feminino. São Paulo: Pensamento, 2018.
Explora o feminino espiritual e seu papel na cura, na sabedoria ancestral e na harmonia social. -
ALVES, Rubem. Ostra Feliz Não Faz Pérola. Campinas: Papirus, 2008.
Reflexões poéticas sobre a sensibilidade, sofrimento e criação — um olhar íntimo que se relaciona ao universo feminino. -
SCLIAR, Moacyr. A Mulher que Escreveu a Bíblia. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
Um romance provocativo que imagina uma mulher no centro da tradição bíblica e do conhecimento. -
MURARO, Rose Marie. Os Sete Pecados Capitais da Mulher. São Paulo: Vozes, 1995.
Reflexão sobre como a mulher foi historicamente julgada e como ressignifica sua liberdade. -
BÍBLIA SAGRADA. Provérbios 31; Lucas 1; Gênesis 2.
Fonte essencial para entender a base espiritual e simbólica do feminino segundo a tradição cristã.
Estrofe 1
Nasce a aurora em maio em tons de carinho,
e a mulher, essência de puro afeto,
com seu olhar transforma o caminho,
tece esperança no mais íntimo teto.
Estrofe 2
Na criança que brinca, há teu brilho,
na anciã que silencia, há tua luz,
em cada gesto, um divino trilho,
que nos conduz ao amor de Jesus.
Estrofe 3
Em teu toque mora a criação,
no teu ventre a eternidade se firma,
és a nota de toda canção
que ao coração do mundo confirma.
Refrão
Louvado seja o Deus da sabedoria,
que moldou a mulher com tanta ternura,
com alma firme e doce poesia,
e um dom sagrado em sua estrutura.
Estrofe 4
És jardim que não teme o inverno,
és raiz que sustenta a existência,
com teu calor, geras o eterno
num mundo que busca tua essência.
Estrofe 5
Tua voz acalma a tempestade,
teu silêncio rega a paz que floresce,
és farol na mais densa saudade,
és a seiva que nunca fenece.
Estrofe 6
O tempo te honra, oh mulher divina,
pois em ti mora o sagrado alvorecer,
desde a aurora até a rima fina,
és poema que insiste em renascer.
Refrão
Louvado seja o Deus da sabedoria,
que moldou a mulher com tanta ternura,
com alma firme e doce poesia,
e um dom sagrado em sua estrutura.
Estrofe 7
Em teus olhos mora o céu mais claro,
em teus passos, o compasso da paz,
teu corpo é templo vivo e raro,
onde Deus repousa e o amor refaz.
Estrofe 8
Não há véu que o teu brilho esconda,
nem muralha que detenha tua flor.
Tua presença, suave e profunda,
é bálsamo que cura toda dor.
Ponte
Mulheres que cruzaram meu caminho,
mãe, irmãs, amigas e amores passados,
vocês me moldaram com doce carinho,
em cada gesto, eu sou eternamente abraçado.
Refrão
Louvado seja o Deus da sabedoria,
que moldou a mulher com tanta ternura,
com alma firme e doce poesia,
e um dom sagrado em sua estrutura.
Refrão Final
Gratidão, mulher, por tua entrega e fé,
por florescer no mundo com tua missão,
por ser do Criador a mais bela maré,
e do universo, a mais pura inspiração.
2. EXPLICAÇÃO DO TEMA COM BASE BÍBLICA E BIBLIOGRÁFICA
O poema "Inspiração Viva" celebra o espírito feminino como sopro divino que alimenta os sonhos mais belos — um galanteio digno de maio, mês simbólico da renovação, da maternidade e do amor incondicional. A figura da mulher, desde criança até a velhice, é retratada como templo da vida, guardiã da ternura e ponte entre o humano e o sagrado.
Na Bíblia, a mulher é frequentemente associada à sabedoria e ao cuidado divino. Em Provérbios 31:10-31, encontramos o retrato da “mulher virtuosa”, que combina força e graça, sendo “mais preciosa do que rubis”. A criação da mulher em Gênesis 2:22 mostra não uma inferioridade, mas uma missão complementar e essencial à harmonia da criação. O Espírito Santo, símbolo do consolo, da intuição e do sopro de vida (Ruah, no hebraico, tem gênero feminino), ecoa o espírito feminino que sustenta o mundo.
Autores como Leonardo Boff (em O Cuidado Essencial, 1999) argumentam que o cuidado — arquetípico do feminino — é uma necessidade urgente para um mundo ferido. Já Elena Gianini Belotti (em A Tirania da Beleza, 1996) questiona os padrões impostos às mulheres, exaltando a diversidade de sua essência. O feminino, segundo Carl Jung, é parte essencial da psique humana — seja no homem ou na mulher — representado pelo arquétipo de Anima.
Portanto, galantear a mulher em maio é celebrar o sagrado que habita em sua essência — como mãe, filha, amiga, companheira e guia espiritual. Ela é o sopro vivo da inspiração divina no cotidiano do mundo, mesmo em meio à dor, à luta e à invisibilidade.
...
3. BIBLIOGRAFIA
-
BOFF, Leonardo. O Cuidado Essencial. Petrópolis: Vozes, 1999.
– Aborda o cuidado como expressão da ética, principalmente ligado ao feminino. -
JUNG, Carl G. O Homem e Seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
– Discute os arquétipos femininos (Anima) e sua importância psicológica. -
GIANINI BELOTTI, Elena. A Tirania da Beleza. São Paulo: Ática, 1996.
– Questiona os padrões sociais impostos à mulher e valoriza sua subjetividade. -
FROMM, Erich. O Amor à Vida. Rio de Janeiro: Zahar, 1984.
– Fala sobre o amor como expressão humana, muitas vezes mais presente nas mulheres. -
ROUX, Dominique. O Feminino e o Sagrado. São Paulo: Verus, 2013.
– Investiga o papel espiritual do feminino nas religiões e culturas. -
MAZZUCCHELLI, Fernanda. O Mito da Mulher Ideal. São Paulo: Contexto, 2005.
– Desconstrói imagens tradicionais da mulher na sociedade patriarcal. -
RUETHER, Rosemary Radford. Teologia Feminista: Ensaios e Avaliações Críticas. São Paulo: Paulus, 2000.
– Perspectiva teológica sobre o papel libertador das mulheres. -
BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
– Analisa como a sociedade estrutura a dominação masculina sobre o feminino. -
COELHO, Maria Teresa. Feminino: a Experiência de Deus nas Mulheres. São Paulo: Paulinas, 1994.
– Reflete sobre a espiritualidade nas mulheres cristãs. -
ANDRADE, Lélia Gonzalez de. Lugar de Mulher é Onde Ela Quiser. Rio de Janeiro: Pallas, 2018.
– Analisa o lugar das mulheres na sociedade e sua luta por direitos.
Estrofe 1
No silêncio da terra, teu afeto é voz,
Tua ternura acolhe o sofrer de todos nós.
És o laço que une o pranto ao riso,
Caminhas firme, ainda que sem aviso.
Estrofe 2
Dos campos floridos ao asfalto cinzento,
Tua doçura consola o desalento.
És mãe do instante, da esperança e da aurora,
Teu abraço é lar que nunca vai embora.
Estrofe 3
Na menina que sonha, na anciã que ensina,
Há um castelo de carinho em cada sina.
Em ti o tempo repousa sua beleza,
Tu és o colo eterno da natureza.
Refrão
Obrigado, ó Deus, por tão rara criação,
Por cada mulher, templo de compaixão.
Pelo dom de cuidar, de acalmar e instruir,
Por dar ao mundo o amor que faz sorrir.
Estrofe 4
Nos teus gestos mora a sabedoria,
Que transforma o caos em harmonia.
Teu coração, sem pedir nada em troca,
Serve ao mundo com coragem que não se sufoca.
Estrofe 5
És a flor que brota mesmo em seca estação,
És oração viva, és recomeço em multidão.
Teu olhar é farol, teu silêncio é ponte,
Teu afeto sustém o universo e o monte.
Estrofe 6
Tua presença, mulher, é primavera no ar,
É bálsamo suave a nos transformar.
Na simplicidade, és divina engenheira,
Erguendo amor com tua alma inteira.
Refrão
Obrigado, ó Deus, por tão rara criação,
Por cada mulher, templo de compaixão.
Pelo dom de cuidar, de acalmar e instruir,
Por dar ao mundo o amor que faz sorrir.
Estrofe 7
Na lida diária ou no templo da fé,
Tu és força que não se rende nem cede ao que é.
Tens no peito um relicário de doçura,
E nos pés, a firmeza que tudo assegura.
Estrofe 8
Tu és alicerce dos dias mais serenos,
Mesmo quando os ventos são obscenos.
És essência de Deus, moldada em ternura,
Guardando no peito a cura da amargura.
Ponte
Mulheres que cruzaram meu tempo e jornada,
Que me ergueram com amor em cada estrada.
Em vocês encontrei luz, consolo e abrigo,
Sou quem sou por cada gesto amigo.
Refrão
Obrigado, ó Deus, por tão rara criação,
Por cada mulher, templo de compaixão.
Pelo dom de cuidar, de acalmar e instruir,
Por dar ao mundo o amor que faz sorrir.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por se deixar moldar,
Por resistir e amar sem nunca hesitar.
És joia preciosa no plano do Senhor,
E neste mundo duro, és puro esplendor.
EXPLICAÇÃO DO TEMA
A imagem “Teu coração é abrigo para todas as dores” evoca o arquétipo do feminino universal como espaço de acolhimento, consolo e redenção. Em maio, mês tradicionalmente dedicado à figura materna, especialmente no cristianismo com a devoção a Maria, celebramos essa capacidade única da mulher de transformar sofrimento em esperança, desamparo em cuidado. O galanteio que se ergue aqui é, portanto, um louvor não à estética ou ao romantismo vulgarizado, mas à essência da mulher como porto espiritual, amoroso e ético da humanidade.
Na tradição bíblica, Deus, ao criar a mulher (Gênesis 2:22), não a fez como apêndice do homem, mas como "auxiliadora idônea", termo hebraico que denota força complementar e necessária. Em Provérbios 31, a mulher virtuosa é descrita como gestora, forte, generosa, sábia, devota. E no Novo Testamento, vemos Jesus, em inúmeras ocasiões, valorizando e reconhecendo as mulheres, como Maria, Marta, a samaritana, Maria Madalena — todas símbolo de transformação, acolhimento e missão.
Ao longo da história da espiritualidade cristã e da antropologia do sagrado, o feminino é compreendido como aspecto imprescindível à realização do bem-estar humano, pois traz à tona o que há de mais profundo: a empatia, a entrega, a coragem pacífica e a capacidade de suportar o mundo com o coração.
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BIBLIOGRAFIA
-
“O Segundo Sexo” – Simone de Beauvoir (1949)
Explora a construção histórica e cultural da mulher como "o outro", problematizando o papel da mulher na sociedade ocidental. -
“Mulheres que Correm com os Lobos” – Clarissa Pinkola Estés (1992)
Estudo arquetípico e poético sobre o feminino selvagem, instintivo, profundo. -
“A Mulher na Bíblia” – Ann Spangler & Jean E. Syswerda (1999)
Apresenta perfis de mulheres bíblicas, destacando sua força espiritual e relevância. -
“O Feminino e o Sagrado” – Jean-Yves Leloup (2001)
Analisa o sagrado feminino nas tradições místicas e nas escrituras cristãs. -
“A Alma Feminina” – Anselm Grün (2003)
Uma reflexão sobre o papel espiritual da mulher como curadora da alma do mundo. -
“As Mulheres de Jesus” – James Carroll (2007)
Examina como Jesus valorizou e elevou as mulheres dentro de um contexto patriarcal. -
“A Força do Amor Materno” – Isabel Allende (2010)
Narrativas e reflexões sobre o poder transformador do amor de mães e mulheres. -
“A Mãe” – Pearl S. Buck (1934)
Romance que descreve com profundidade a luta feminina em meio à pobreza e repressão social. -
“Provérbios – Bíblia Sagrada” – (Século X a.C.)
Especialmente o capítulo 31, que exalta a mulher sábia, trabalhadora e temerosa a Deus. -
“O Espírito Santo e a Mulher” – Leonardo Boff (1994)
Reflexão teológica sobre a conexão entre o Espírito Santo e a sensibilidade do feminino.
Estrofe 1
Em maio a brisa canta em tua direção,
E as flores se curvam em devoção,
Pois tua ternura, tão natural,
Transborda em graça sem igual.
Estrofe 2
Do orvalho ao colo de uma anciã,
A doçura em ti se faz irmã,
Do tempo, do riso e do perdão,
Que molda em ternura toda estação.
Estrofe 3
És afeto em gesto, és paz na voz,
Que embala o mundo e cura a foz
Dos rios secos da humanidade,
Com tua alma feita de bondade.
Refrão
Ó Deus, que bênção é a mulher,
Teu toque nela é puro mistério e luz.
Com dons que encantam o que se vier,
É vida e amor o que ela conduz.
Estrofe 4
Tua ternura é ponte entre gerações,
Une filhas, mães, avós, corações.
No silêncio ou no afeto sutil,
Teu toque ameniza até o mais hostil.
Estrofe 5
Teu jeito ensina à criação inteira,
A força que há na alma verdadeira.
No lar, no campo, na cidade em flor,
Tua presença irradia puro amor.
Estrofe 6
Em teu olhar cabe o universo inteiro,
E em teus gestos mora um dom certeiro.
Tua ternura é canto de redenção,
Para o errante, guia e direção.
Refrão
Ó Deus, que bênção é a mulher,
Teu toque nela é puro mistério e luz.
Com dons que encantam o que se vier,
É vida e amor o que ela conduz.
Estrofe 7
Mesmo quando o mundo é ingratidão,
Tu te doas sem esperar gratificação.
É na tua calma que a paz germina,
Como aurora em manhã cristalina.
Estrofe 8
E mesmo idosa, tua luz não se apaga,
A ternura em ti jamais se embriaga.
És poema vivo, és verbo que aquece,
Tua doçura é chama que nunca fenece.
Ponte
A todas que comigo andaram, com graça,
Que me ensinaram, mesmo sem saber,
Cada gesto vosso em mim se enlaça,
E me faz melhor: viver, sonhar, crescer.
Refrão
Ó Deus, que bênção é a mulher,
Teu toque nela é puro mistério e luz.
Com dons que encantam o que se vier,
É vida e amor o que ela conduz.
Refrão Final
Gratidão a ti, mulher de Deus e chão,
Por deixar teu brilho guiar o mundo.
Em meio à dor, manténs compaixão,
E nos ensinas a amor mais profundo.
(2) EXPLICAÇÃO DO TEMA
O poema "Ternura Sem Fim" enaltece a mulher como expressão da doçura divina, sem medida nem necessidade de limites. O galanteio de maio — mês das mães, das flores, da renovação — serve como símbolo universal da ternura feminina que permeia toda a vida. A frase “tua doçura não conhece limites, nem precisa” assume um sentido espiritual profundo: a mulher, em todas as idades e papéis, é portadora de uma ternura que cura, acolhe e transforma.
No livro de Provérbios 31:25-26, a mulher virtuosa é descrita como alguém que “fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua”. Esse é um retrato direto da ternura como dom divino. Em Isaías 66:13, Deus declara: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu os consolarei”, comparando o consolo divino à ternura de uma mãe — uma analogia que consagra o feminino como ponte entre o humano e o divino.
Na teologia cristã, a figura do Espírito Santo, embora sem gênero fixo, é frequentemente associada ao consolo, à doçura e à presença constante — atributos comumente expressos no feminino. Autores como Leonardo Boff, em O Rosto Materno de Deus, defendem a importância de redescobrir o feminino no coração da fé, como manifestação essencial do amor criador de Deus. O galanteio poético, portanto, reconhece não apenas a mulher enquanto ser humano, mas como portadora de um reflexo especial do Criador, através de sua ternura.
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(3) BIBLIOGRAFIA
-
BOFF, Leonardo – O Rosto Materno de Deus (1999)
Reflexão teológica sobre o feminino como imagem e presença de Deus na história. -
KELLER, Timothy – O Significado do Casamento (2011)
Aborda o valor e papel do feminino na complementaridade dos relacionamentos. -
NOLL, Mark A. – A História da Igreja Cristã (1997)
Traz episódios e figuras femininas de destaque no cristianismo, exaltando sua influência. -
RUETHER, Rosemary Radford – Mulheres e Redenção (1998)
Teologia feminista sobre a participação das mulheres na história da salvação. -
GROSSI, Miriam Moreira Leite – Cultura e Identidade Feminina (2003)
Analisa a construção da identidade feminina na sociedade brasileira. -
TICKNER, J. Ann – Feminist Theory and International Relations (1992)
Mostra como a visão feminina e afetiva altera estruturas rígidas de poder. -
ESTÉS, Clarissa Pinkola – Mulheres que Correm com os Lobos (1992)
Explora arquétipos do feminino profundo e curador na psique. -
FREUD, Sigmund – Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905)
Embora clássico e controverso, abre discussões sobre a sensibilidade e libido feminina. -
BEAUVOIR, Simone de – O Segundo Sexo (1949)
Crítica social e filosófica sobre a condição da mulher e seus papéis impostos. -
BÍBLIA SAGRADA – Diversas edições e traduções
Fonte principal para compreender o papel espiritual e humano da mulher segundo a tradição judaico-cristã.
Estrofe 1
Quando tu chegas, mulher, tudo aclara,
Como a alvorada em sua dança rara.
O céu te saúda com brilho encantado,
E o mundo desperta, por ti tocado.
Estrofe 2
As flores se abrem em tua presença,
Como se a vida ganhasse licença
Pra ser mais bela, mais justa, mais pura,
Refletindo em ti toda a ternura.
Estrofe 3
O vento celebra teus passos suaves,
Trazendo teus sonhos em ondas naves.
Cada gesto teu é rastro de luz,
Que o coração da criação conduz.
Refrão
Bendito sejas, ó Deus criador,
Por moldar com graça tamanha flor,
Que abriga a sabedoria e o calor
De teu amor vivo em seu esplendor.
Estrofe 4
Tua fala é brisa que acalma e guia,
Refúgio em meio à dor e à agonia.
Tens no olhar promessa de alvorada,
De fé, de vida e de jornada alada.
Estrofe 5
És doçura firme, és força serena,
Caminhas no tempo, sem qualquer pena.
Da infância à velhice, tua beleza
Veste a existência de delicadeza.
Estrofe 6
Se és mãe, és templo de amor profundo,
Se és jovem, és futuro do mundo.
Se idosa, és memória que abençoa,
Se menina, és flor que já ressoa.
Refrão
Bendito sejas, ó Deus criador,
Por moldar com graça tamanha flor,
Que abriga a sabedoria e o calor
De teu amor vivo em seu esplendor.
Estrofe 7
O dia começa em teu caminhar,
E o tempo inteiro quer te imitar.
Em cada gesto teu, há esperança,
De que o bem vence e a dor se cansa.
Estrofe 8
Aurora és tu, que o mundo reinventa,
Com ternura que jamais se ausenta.
De maio és bênção, és luz, és poesia,
És o milagre da nova alegria.
Ponte
Em ti, mulher, cada traço é memória,
Das que me moldaram, com luta e glória.
Em tua presença, me reencontrei,
Sou quem sou porque te abracei.
Refrão
Bendito sejas, ó Deus criador,
Por moldar com graça tamanha flor,
Que abriga a sabedoria e o calor
De teu amor vivo em seu esplendor.
Refrão Final
Gratidão, mulher, por ser tua essência,
Rastro divino em toda existência.
Neste mundo duro, és luz universal,
Tua vida é dom, é dom sem igual.
(2) EXPLICAÇÃO DO TEMA: GALANTEIOS DE MAIO À TODA MULHER
A frase “Tua chegada é como a aurora que renova toda esperança” é um galanteio que reconhece na mulher a fonte viva da renovação, da beleza e da paz. No mês de maio, que tradicionalmente simboliza maternidade, florescimento e espiritualidade (especialmente nas tradições cristãs ligadas à figura de Maria), esse galanteio se torna um louvor à natureza do feminino. É um tributo à força silenciosa que gera vida, ao acolhimento que consola e à sabedoria que ensina.
Esse espírito feminino – delicado, materno, sedutor no sentido existencial e transformador – é parte do plano de Deus, segundo o relato bíblico da Criação. Em Gênesis 2:18, Deus diz: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” Mas essa “ajuda” não é subserviência; é completude, é sopro de graça. A mulher não é um apêndice do homem, mas uma extensão do amor divino, criada com dons que elevam o mundo. Em Provérbios 31, a mulher virtuosa é exaltada por sua sabedoria, trabalho e compaixão.
O galanteio se justifica porque reconhecer a mulher é reconhecer a própria obra-prima da criação. Ao admirar a mulher, celebramos a presença de Deus em cada gesto de cuidado, em cada lágrima de luta, em cada sorriso de superação. Toda a natureza parece reconhecer isso – como se as flores florescessem por ela, os ventos dançassem em torno dela, e o tempo se curvasse em reverência a sua missão. Ela é aurora, porque com ela começa sempre um novo dia de esperança.
...
BIBLIOGRAFIA
-
"Mulher: Uma Teologia da Libertação" – Ivone Gebara, 1990
Explora o lugar da mulher na teologia latino-americana, unindo fé, feminismo e justiça social. -
"Mulheres que Correm com os Lobos" – Clarissa Pinkola Estés, 1992
Uma análise arquetípica da psique feminina baseada em mitos, contos de fadas e lendas. -
"O Segundo Sexo" – Simone de Beauvoir, 1949
Clássico da filosofia feminista, reflete sobre o papel social e existencial da mulher. -
"A Mulher no Plano de Deus" – Alice von Hildebrand, 2002
Uma abordagem católica sobre o valor espiritual e moral da mulher segundo os desígnios divinos. -
"A Mística Feminina" – Betty Friedan, 1963
Denuncia a opressão silenciosa sofrida pelas mulheres no pós-guerra e propõe alternativas. -
"A Mulher na Bíblia" – Adriana Valério, 2006
Investiga o papel das mulheres nas Escrituras, destacando sua importância na narrativa bíblica. -
"Provérbios para a Vida" – Charles R. Swindoll, 2005
Interpretações e aplicações dos provérbios bíblicos, com destaque ao capítulo 31. -
"Maria, Mãe do Filho de Deus" – Joseph Ratzinger (Bento XVI), 2005
Reflexão teológica sobre o papel de Maria como mulher escolhida para a encarnação divina. -
"O Feminino e o Sagrado" – Jean-Yves Leloup e Annick de Souzenelle, 2008
Aborda o feminino como dimensão espiritual esquecida na modernidade. -
"A Força do Amor Materno" – Sue Gerhardt, 2004
Uma análise neuropsicológica sobre a importância do afeto feminino no desenvolvimento humano.
Estrofe 1
Mulher que chega e tudo acalma,
teu passo espalha luz no chão.
Teu gesto cura a dor da alma,
teu riso é doce oração.
Estrofe 2
Nos campos nasce nova flor,
onde teus olhos pousam paz.
Tua presença vence a dor,
teu silêncio é canto audaz.
Estrofe 3
Em cada era, em cada canto,
de mãe a filha, tua missão
é dissolver qualquer quebranto
com tua sutil compaixão.
Refrão
Obrigado, ó Deus, por tua ideia:
a mulher feita com tal primor,
com alma terna e força cheia,
com brilho próprio e sem temor.
Estrofe 4
És primavera em pleno inverno,
um raio em meio ao temporal,
o bem que torna o mundo eterno,
o gesto puro e maternal.
Estrofe 5
Da infância à idade bendita,
carregas graça, amor e cor.
Na tua história, a fé é escrita
com mãos de cura e de valor.
Estrofe 6
A natureza te celebra
em cada fruto, flor e mar.
E toda vida que se alegra
tem teu perfume a perfumar.
Refrão
Obrigado, ó Deus, por tua ideia:
a mulher feita com tal primor,
com alma terna e força cheia,
com brilho próprio e sem temor.
Estrofe 7
Se és criança, és doce aurora;
se és anciã, és fonte e chão.
De ti a vida se enamora,
com reverência e gratidão.
Estrofe 8
De todas as formas e idades,
tua existência é puro bem.
Em ti repousam as verdades
que o coração do mundo tem.
Ponte
Por ti, que andaste ao meu lado,
ensinando o que é ser inteiro,
com teu olhar sempre elevado
e teu amor verdadeiro...
Refrão
Obrigado, ó Deus, por tua ideia:
a mulher feita com tal primor,
com alma terna e força cheia,
com brilho próprio e sem temor.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por ser semente,
por se deixar moldar com fé.
Tua força é tão presente,
que este mundo anda de pé.
(2) EXPLICAÇÃO DO TEMA
A expressão “Semente de Paz: Aonde pisas, germina a paz” simboliza poeticamente o poder silencioso e transformador que o feminino carrega em si. O galanteio de maio – mês consagrado a Maria, mãe de Jesus, e dedicado em muitas culturas à figura materna – se torna, neste contexto, um tributo universal à mulher como portadora da harmonia entre os seres. Como semente que, ao ser tocada pela terra, floresce; assim é a mulher quando entra na história de alguém ou de uma comunidade – sem alarde, transforma.
No plano bíblico, a figura feminina é tantas vezes associada à sabedoria (cf. Provérbios 31), ao acolhimento (como Rute com Noemi), à coragem (como Ester), à intercessão (como Maria nas Bodas de Caná). A criação da mulher, em Gênesis 2:18-24, não aparece como suplemento, mas como complemento necessário, expressão do cuidado e da convivência. Deus viu que não era bom o homem estar só, e por isso lhe fez uma companheira – não inferior, mas correspondente.
Na teologia cristã, o feminino é muitas vezes símbolo do Espírito Santo: aquele que consola, cuida, gera vida (cf. João 14:26). Há, portanto, uma essência materna e sedutora no plano de Deus ao criar a mulher – sedutora não como objeto, mas como força que atrai o bem, que encanta para o bem, que semeia a paz aonde pisa.
Assim, o galanteio aqui não é vaidade ou bajulação, mas reconhecimento profundo: a mulher, ao ser criada, foi pensada como a beleza que consola e transforma, que inspira e renova. E em tempos de conflito e ruído, sua simples presença pode, sim, germinar a paz.
...
(3) BIBLIOGRAFIA
-
“O Gênio Feminino” – Adrienne von Speyr (2003)
Explora a espiritualidade e missão da mulher à luz do cristianismo, com profundidade teológica e sensibilidade mística. -
“Mulher, identidade e espiritualidade” – Maria Clara Bingemer (2015)
Analisa a trajetória espiritual da mulher na tradição cristã e propõe um olhar moderno e profundo sobre seu papel. -
“A Mulher segundo o Coração de Deus” – Elizabeth George (1997)
Orientações práticas e espirituais para mulheres cristãs, destacando virtudes bíblicas. -
“O Segundo Sexo” – Simone de Beauvoir (1949)
Obra clássica do pensamento feminista, que trata da construção da identidade feminina e sua relação com a cultura e a história. -
“A Mística Feminina” – Betty Friedan (1963)
Discute o papel social da mulher no século XX e sua luta por autonomia e valorização pessoal. -
“A Mulher no Mundo Antigo e Medieval” – Giovanni Brizzi (2002)
Apresenta uma visão histórica da presença e importância das mulheres ao longo das civilizações. -
“Teologia do Corpo” – João Paulo II (1984)
Série de catequeses que reflete sobre o corpo humano, a sexualidade e o papel da mulher na obra da criação. -
“As Mulheres na Bíblia” – Edith Deen (1955)
Traz perfis de mais de 300 mulheres da Bíblia, destacando seu papel espiritual, histórico e simbólico. -
“O Eterno Feminino” – Gertrud von Le Fort (1934)
Obra poética e filosófica sobre o mistério da feminilidade e sua missão no plano divino. -
“O Espírito Santo, esse desconhecido” – Raniero Cantalamessa (2000)
Reflete sobre o Espírito Santo e traça paralelos com o feminino como gerador de vida, consolo e sabedoria.
Estrofe 1
Mesmo em silêncio, teu riso me acalma,
Teu passo leve encanta o chão que pisa.
Do orvalho ao vento, toda a natureza exalta
O dom sagrado que em ti eterniza.
Estrofe 2
Na dança do tempo, és a primavera,
O broto e o fruto, a raiz que sustém.
Criança ou anciã, tua essência impera
Como um farol que embeleza o além.
Estrofe 3
O mundo respira o que em ti vibra,
Luz invisível de calor terno e real.
Tua presença muda eleva e equilibra
Todo universo ao teu sinal vital.
Refrão
Graças te dou, ó Deus Criador,
Por tão divina e sensível arquitetura.
Na mulher, colocaste o resplendor
Do teu amor, moldado em ternura.
Estrofe 4
Mesmo calada, tu falas em gesto,
Num simples olhar, desfazes rancor.
Tua força doce, sem brado ou protesto,
É o que reconstrói do mundo o amor.
Estrofe 5
És o abrigo onde o frágil floresce,
Semente e fruto, amparo e chão.
Tua aura invisível jamais fenece,
Faz da criação inteira oração.
Estrofe 6
Tua presença é sopro de poesia,
Que a alma humana busca e venera.
Mesmo ausente, ficas em harmonia,
Como perfume de eterna primavera.
Refrão
Graças te dou, ó Deus Criador,
Por tão divina e sensível arquitetura.
Na mulher, colocaste o resplendor
Do teu amor, moldado em ternura.
Estrofe 7
Em cada mulher, há um céu inteiro,
Estrelas nas mãos e sol no coração.
Seu toque desperta o mundo inteiro,
E no silêncio, é viva canção.
Estrofe 8
A terra celebra teu caminhar sereno,
Do barro ao brilho que o espírito alcança.
Em ti, o eterno fez-se terreno
Pra que a vida em paz sempre se lance.
Ponte
A todas as mulheres que moldaram meu ser,
Gratidão profunda por cada detalhe.
De cada carinho, herdei o saber
Que hoje me guia, não me deixa falhe.
Refrão
Graças te dou, ó Deus Criador,
Por tão divina e sensível arquitetura.
Na mulher, colocaste o resplendor
Do teu amor, moldado em ternura.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por seres divinal,
Mesmo no luto, és flor que semeia.
És paz na guerra, és bem no mal,
Joia de Deus, que nunca fenece ou se alheia.
EXPLICAÇÃO DO TEMA
O galanteio contido no texto “Mesmo sem palavras, tua presença é puro encantamento” alude à beleza invisível que a mulher carrega em sua essência — uma força serena que inspira, edifica e transforma. Esse encantamento não é apenas fruto da aparência ou das palavras, mas de um espírito que exala graça, sabedoria e presença. É uma homenagem ao feminino como presença viva, que irradia vida e afeto apenas com o ser.
Na Bíblia, esse espírito é visto como dom de Deus. Em Provérbios 31:25-26, está escrito: “A força e a dignidade são os seus vestidos, e, quanto ao dia de amanhã, não tem preocupações. Abre a boca com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua.” Já em Gênesis 2:18, Deus cria a mulher como auxiliadora idônea — não como serva inferior, mas como presença complementar, capaz de completar o homem e, por consequência, a humanidade. No livro “A Mulher Invisível”, de Marion Woodman, também se destaca esse aspecto do arquétipo feminino profundo que age sem ser visto, tocando almas.
O galanteio de maio, portanto, é mais que uma saudação: é um reconhecimento à potência silenciosa do espírito feminino — maternal, sedutor, espiritual, portador de paz e justiça. A mulher, em todas as suas fases, representa um eco da criação, espelho do divino e canal de amor, fazendo do mundo um lugar mais habitável.
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BIBLIOGRAFIA
-
“Mulheres que Correm com os Lobos” – Clarissa Pinkola Estés (1992)
-
Uma análise profunda dos arquétipos femininos e do poder oculto da mulher selvagem.
-
-
“A Mulher Invisível” – Marion Woodman (1990)
-
Explora a força psíquica da mulher que age sem buscar palco, mas transforma o ambiente ao seu redor.
-
-
“O Segundo Sexo” – Simone de Beauvoir (1949)
-
Estudo filosófico e histórico sobre a construção social da mulher.
-
-
“A Mística Feminina” – Betty Friedan (1963)
-
Analisa o papel invisibilizado da mulher no pós-guerra e seu impacto existencial.
-
-
“O Feminino e o Sagrado” – Jean-Yves Leloup e Annick de Souzenelle (1998)
-
Reflexões místicas e teológicas sobre o princípio feminino e sua sacralidade.
-
-
“A Mulher na Bíblia” – Alice Parizeau (1987)
-
Investigação histórica e literária sobre as figuras femininas nas Escrituras.
-
-
“A Sabedoria das Mulheres” – Christiane Northrup (2006)
-
Conecta saúde feminina, espiritualidade e sabedoria ancestral da mulher.
-
-
“O Deus das Mulheres” – Elizabeth A. Johnson (1993)
-
Teologia feminista que propõe uma releitura do divino com base no feminino.
-
-
“Mulher: um projeto de Deus” – Hernandes Dias Lopes (2003)
-
Interpretação evangélica sobre o papel da mulher na visão bíblica.
-
-
“O Coração da Mulher” – John e Stasi Eldredge (2005)
-
Reflexão cristã sobre o papel emocional e espiritual da mulher como reflexo do coração de Deus.
Estrofe 1
És luz que o sol procura ao despertar,
Inspiração que enfeita o firmamento.
Teu riso puro ensina a caminhar,
Tua presença é paz e encantamento.
Estrofe 2
Das flores vens com brisa perfumada,
Trazendo cores novas à estação.
Até o tempo curva-se à alvorada
Que nasce em ti, no toque da emoção.
Estrofe 3
Menina, jovem, mãe ou anciã,
Carregas vida em cada gesto e sonho.
És graça em forma humana e tão cristã,
A primavera inteira em tom risonho.
Refrão
Louvado seja o Deus de perfeição,
Que deu à mulher dons sem igual.
Sabedoria, ternura e intuição
Florescem nela em forma natural.
Estrofe 4
Tua palavra é fonte de esperança,
Tua ternura é ponte em dias maus.
Tua firmeza embala a confiança,
Teus passos firmam rumos tão reais.
Estrofe 5
És fonte e força em toda a criação,
A própria Terra imita o teu cuidar.
Dos céus à rocha, toda inspiração
Nasce no ventre onde começa o amar.
Estrofe 6
És canto em toda língua e geração,
És bênção nos caminhos que se vão.
No olhar da mãe, da filha ou da irmã,
Há sempre luz vestida em coração.
Refrão
Louvado seja o Deus de perfeição,
Que deu à mulher dons sem igual.
Sabedoria, ternura e intuição
Florescem nela em forma natural.
Estrofe 7
Contigo o mundo acorda mais sereno,
O pão se parte em gesto maternal.
E mesmo o céu, no azul mais pleno,
Reflete o brilho do teu dom vital.
Estrofe 8
Tu és manhã sem pressa de passar,
És horizonte abrindo-se ao amor.
Em teu silêncio, aprendo a escutar
A voz de Deus soprando no interior.
Ponte
A ti, mulher, que a vida me doou,
Em tantas formas, rostos, gestos e cor,
De ti recebo tudo o que sou —
Por ti, caminho em luz, fé e amor.
Refrão
Louvado seja o Deus de perfeição,
Que deu à mulher dons sem igual.
Sabedoria, ternura e intuição
Florescem nela em forma natural.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por ser divina
Na luta e doçura de cada missão.
Por te deixares ser luz que ilumina
Este mundo duro com teu coração.
EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA E SIMBÓLICA
O poema “Musa das Manhãs” representa um galanteio universal e atemporal à mulher — ser criado por Deus com dons únicos que a tornam inspiradora, cuidadora, formadora da vida e da sensibilidade no mundo. O verso inicial, “És a inspiração que faz nascer dias de ouro”, revela o papel espiritual da mulher como aurora de um novo tempo, símbolo da criação renovada a cada dia. Esse simbolismo dialoga com o arquétipo da mulher como portadora da vida, guardiã do amor e espelho da presença divina, como é possível observar em Gênesis 2:22-23, onde a mulher é criada a partir do homem não como subalterna, mas como parte essencial e complementar do projeto criador de Deus.
Na Bíblia, a mulher é reverenciada em diversas figuras: Eva como origem da humanidade, Sara como mãe das nações, Maria como a mulher plena de graça, e as diversas mulheres sábias, profetisas e líderes. O espírito feminino também carrega traços do próprio Deus, como em Isaías 66:13, onde o Senhor declara: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu os consolarei.” Essa analogia materna revela a profunda ternura divina refletida na mulher.
Referências teológicas modernas, como Edith Stein (Santa Teresa Benedita da Cruz), apontam que a mulher foi criada com uma “disposição especial para o outro”, sendo capaz de perceber as necessidades do próximo com sensibilidade aguda, habilidade que extrapola o biológico e se manifesta na construção de comunidades mais humanas, nos laços de amor, e na busca pela justiça. Já autores como Leonardo Boff reforçam que o feminino é uma categoria essencial para se compreender o equilíbrio entre razão e afeto, corpo e espírito, natureza e transcendência.
Por isso, galantear a mulher em maio — mês que remete à maternidade, às flores e à Virgem Maria — é reconhecer nela a obra-prima da criação, com seus encantos, força e luz, que tornam as manhãs e as vidas de todos nós mais suaves e cheias de sentido.
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BIBLIOGRAFIA
-
Boff, Leonardo. O feminino e o sagrado. Vozes, 1995.
– Aborda o valor espiritual e social do feminino como dimensão essencial da existência e da experiência com o divino. -
Stein, Edith. A essência da mulher segundo a natureza e a graça. Edições Loyola, 2003.
– Texto filosófico-teológico que aprofunda a identidade feminina como vocação e missão dada por Deus. -
Ruether, Rosemary Radford. Mulher e redenção: uma teologia feminista cristã. Paulinas, 2001.
– Um marco do pensamento feminista cristão, propõe uma releitura da tradição à luz da experiência das mulheres. -
Jung, Carl Gustav. Tipos Psicológicos. Vozes, 2000.
– Explora arquétipos que influenciam a psique, incluindo o feminino (ânima) como elemento inspirador. -
Silva, Bell Hooks. O feminismo é para todo mundo. Martins Fontes, 2000.
– Analisa o papel da mulher na sociedade com foco em igualdade, respeito e valorização de sua identidade. -
Trible, Phyllis. Textos do terror: ensaios sobre quatro mulheres da Bíblia. Paulus, 2007.
– Investiga narrativas bíblicas de violência contra a mulher com crítica e reverência à sua resistência e força. -
Brown, Joan Chittister. A força das mulheres: espiritualidade e compromisso. Paulinas, 2010.
– Enfatiza o papel espiritual e social da mulher, como promotora da paz e da justiça. -
Moltmann-Wendel, Elisabeth. A mulher como ser humano: uma nova antropologia teológica. Vozes, 1981.
– Aponta a mulher como imagem de Deus, questionando paradigmas patriarcais. -
Vincenzi, Cláudia. A Mulher na Bíblia: múltiplos olhares. Paulinas, 2013.
– Compilado de ensaios que analisam as figuras femininas nas Escrituras com profundidade e diversidade. -
Papa João Paulo II. Mulieris Dignitatem (Carta Apostólica sobre a dignidade e vocação da mulher), 1988.
– Documento oficial da Igreja Católica exaltando a dignidade, missão e valor insubstituível da mulher.
Estrofe 1
Quando caminhas, o mundo se inclina,
O vento sussurra em doce devoção.
Teu gesto transforma a manhã tão fina,
Em festa de luz, ternura e canção.
Estrofe 2
A flor se abre, ao ver teu sorriso,
As águas refletem tua emoção.
O tempo desacelera indeciso,
Diante da tua suave inspiração.
Estrofe 3
De menina a anciã, tens mil encantos,
Tua essência molda o coração.
És calma nos medos, força nos prantos,
És bênção vestida de compaixão.
Refrão
Ó Deus, louvado seja o Teu cuidado,
Ao criar a mulher com tanto ardor.
Dotes sublimes num ser delicado,
Sabedoria, ternura e amor.
Estrofe 4
Tua voz silencia a tempestade,
Como brisa que acalma o mar.
A esperança dança na tua verdade,
E o universo aprende a respirar.
Estrofe 5
Cada toque teu repara ferida,
Teu olhar semeia redenção.
És poema em flor, essência erguida
No jardim de toda criação.
Estrofe 6
No afeto que brota em teu caminho,
Toda vida encontra direção.
Teu silêncio é o abrigo e o ninho,
Onde nasce a mais pura oração.
Refrão
Ó Deus, louvado seja o Teu cuidado,
Ao criar a mulher com tanto ardor.
Dotes sublimes num ser delicado,
Sabedoria, ternura e amor.
Estrofe 7
Tens no gesto a dança da ternura,
E no peito o fogo da missão.
És mãe, amiga, amante, cura,
És farol na mais densa escuridão.
Estrofe 8
Não há idade que te limite,
És fonte que nunca se desfaz.
Teu ser nos aquece e nos edite,
Como um sol que nunca se apraz.
Ponte
Às mulheres que cruzaram meu caminho,
De sangue, de fé, de afeto e saber —
Meu respeito, amor e doce carinho:
Sou o que sou, por tudo que me fizeram ser.
Refrão
Ó Deus, louvado seja o Teu cuidado,
Ao criar a mulher com tanto ardor.
Dotes sublimes num ser delicado,
Sabedoria, ternura e amor.
Refrão Final
Grato sou a ti, mulher querida,
Por seres divina mesmo na dor.
Por resistires, florindo a vida,
E dares ao mundo teu próprio sabor.
(2) EXPLICAÇÃO DO TEMA
O poema "Vento de Amor" parte da ideia de que a presença feminina transforma o ambiente ao redor — até o vento, símbolo de algo impessoal e instável, torna-se amoroso. Esse galanteio se eleva no contexto de "Galanteios de Maio", mês das mães, das flores e de Maria na tradição cristã. É uma homenagem que extrapola o individual para abarcar a mulher em sua totalidade — criança, jovem, madura ou idosa — como presença indispensável para a harmonia do mundo.
A mulher, segundo a narrativa bíblica, foi criada como “auxiliadora idônea” (Gênesis 2:18), não num sentido de subserviência, mas de complementaridade essencial. Provérbios 31 exalta a mulher virtuosa, que trabalha, educa, governa o lar e pratica a caridade. O Espírito Santo é frequentemente associado a características tidas como “femininas”: consolo, cuidado, presença invisível, mas transformadora. Teologicamente, a mulher representa a dimensão sensível e espiritual da Criação, sua capacidade de gerar vida física e emocional, de nutrir com gestos e sabedoria.
Autores como Leonardo Boff em O Feminino e o Sagrado e Clarissa Pinkola Estés em Mulheres que Correm com os Lobos revelam essa dimensão sagrada do feminino. Há um poder que emana das mulheres que não é dominador, mas renovador. No plano de Deus, o feminino é alicerce da convivência humana: sem ele, o mundo seria um deserto sem flor nem perfume, nem calor de lar. O poema celebra esse vento amoroso que sopra em forma de mulher, enchendo o mundo de paz, de arte, de alma.
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(3) BIBLIOGRAFIA
-
BOFF, Leonardo. O Feminino e o Sagrado. Vozes, 2009.
Explora a sacralidade do feminino nas tradições religiosas e sociais. -
ESTÉS, Clarissa Pinkola. Mulheres que Correm com os Lobos. Rocco, 1994.
Analisa arquétipos do feminino profundo com base em contos e mitos. -
FRANCO, Divaldo Pereira. O Ser Consciente. LEAL, 1992.
Reflete sobre o papel da mulher no desenvolvimento espiritual da humanidade. -
GARDNER, Howard. Estruturas da Mente. Artmed, 1994.
Aponta a inteligência interpessoal e emocional — mais desenvolvida em mulheres — como forma de sabedoria. -
PAUL, Sheri Rose. A Mulher Controlada pelo Espírito. CPAD, 2000.
Guia devocional sobre como a mulher pode refletir o caráter de Deus. -
BÍBLIA SAGRADA. Diversas edições.
Especialmente Gênesis 2, Provérbios 31, Isaías 66:13 e Lucas 1. -
DE BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo. Nova Fronteira, 1970.
Um marco na discussão sobre a construção social da mulher e sua libertação. -
MURARO, Rose. Os Avessos do Avesso: Ensaio sobre as Mulheres. Vozes, 1993.
Discussão filosófica e sociológica sobre a contribuição feminina na cultura. -
WEIL, Simone. A Gravidade e a Graça. Vozes, 2001.
Une mística e razão para falar sobre a presença do bem (muito associado ao feminino) no mundo. -
HILLMAN, James. O Código do Ser. Objetiva, 1996.
Interpreta a vida humana como chamada interior, sendo a mulher chave da identidade de muitos homens.
Estrofe 1
Em teu olhar, floresce a paz do dia,
Teu gesto acalma o vento e o trovador.
Em maio, a vida inteira te anuncia
Como a mais doce pétala de amor.
Estrofe 2
Tua presença é lume em brisa leve,
Perfuma a terra e as canções do chão.
Como um raio de sol que nunca breve,
Aquece a alma e acende o coração.
Estrofe 3
Das águas mansas aos montes encantados,
A natureza curva-se e te vê:
Mulher, princípio em gestos delicados,
Semente eterna do bem que Deus quer ser.
Refrão 1
Ó Deus de amor, que obra tão sagrada!
Criaste a mulher com luz e direção.
Fezeste dela a cura mais desejada,
A bênção viva em forma de paixão.
Estrofe 4
Desde o ventre da vida ela traduz
A força e o sopro da criação divina.
Seus passos brilham, mesmo em dias nus,
São compassos de paz em cada esquina.
Estrofe 5
Em cada idade há um dom diferente,
Da ruga sábia ao riso da criança.
Em toda mulher há um sol presente
Que renasce em silêncio e esperança.
Estrofe 6
Do campo à cidade, da sombra à alvorada,
Mulher se faz caminho e direção.
Nos dá ternura, mesmo na jornada
Que o mundo impõe sem compaixão.
Refrão 2
Senhor de vida, tua mão tão pura
Fez da mulher espelho da verdade.
Ela é abrigo, luz que sempre dura,
Mistério doce da eternidade.
Estrofe 7
Ao toque dela, o mundo fica inteiro,
A dor se abranda, o tempo ganha cor.
Na sua fala mora o verdadeiro,
No seu silêncio, Deus plantou o amor.
Estrofe 8
Ela é poema vivo de ternura,
Página eterna do livro da criação.
Não há beleza mais justa ou mais pura
Que o seu olhar, farol da emoção.
Ponte
E a ti, mulher da estrada que eu percorro,
Gratidão levo em cada pensamento.
Em ti me encontrei, me tornei, me socorro,
És raiz do meu melhor sentimento.
Refrão 3
Te louvo, ó Deus, por essa maravilha
Que é cada mulher que aqui reluz.
De ti herdaram graça que cintila,
São tua mão estendida em forma de luz.
Refrão Final
Mulher, obrigada por seres essência,
Por te deixares moldar pelo Senhor.
Mesmo ferida, és pura resistência,
És luz do mundo, és fonte de esplendor.
EXPLICAÇÃO DO TEMA
O texto “Pétala de Sol” sugere que a ternura da mulher é comparável a um raio de sol entre as flores — algo que não apenas ilumina, mas integra e fortalece toda a natureza ao seu redor. No contexto de “Galanteios de Maio a Toda Mulher,” trata-se de reconhecer na figura feminina um elo vital entre o divino e o humano. A mulher é, nesse sentido, parte da revelação da beleza de Deus, como afirma Gênesis 1:27: “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” A diferença de gênero, portanto, não é acidental, mas essencial para a completude da vida.
O espírito feminino traz consigo dons fundamentais: acolhimento, beleza, sensibilidade, empatia, resistência e fertilidade (física e simbólica). Estes atributos ecoam o próprio sopro de Deus — o ruach, palavra hebraica que significa "vento" ou "espírito", termo usado no feminino em hebraico (cf. Gênesis 1:2). Isso reforça a associação entre o Espírito de Deus e a alma feminina, ambos com o poder de gerar, curar e conduzir a vida.
A mulher, por excelência, incorpora o Espírito Consolador prometido em João 14:26 — não apenas por consolar, mas por ensinar e relembrar o essencial da vida: o amor. Seja mãe, filha, amiga, anciã ou jovem, a mulher representa uma encarnação visível da sabedoria divina. Assim, o galanteio de maio é uma homenagem não apenas simbólica, mas sagrada. Louvar a mulher é louvar a intenção criadora de Deus: fazer do mundo um jardim mais humano, mais terno, mais justo.
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BIBLIOGRAFIA
-
"A Mística do Feminino" – Leonardo Boff (1995)
Reflexão teológica e poética sobre o papel espiritual e criativo da mulher. -
"Mulheres que Correm com os Lobos" – Clarissa Pinkola Estés (1992)
Análise psicológica da mulher selvagem como símbolo da alma feminina livre. -
"O Segundo Sexo" – Simone de Beauvoir (1949)
Discussão existencialista e histórica sobre a condição da mulher na sociedade. -
"Mulher e Mãe na Bíblia" – Susana Raganelli (2008)
Estudo das personagens femininas bíblicas e seus significados espirituais. -
"O Feminino e o Sagrado" – Jean-Yves Leloup (2008)
Abordagem espiritual e filosófica sobre a dimensão sagrada do feminino. -
"A Sabedoria da Mãe Divina" – Elizabeth Clare Prophet (2006)
Perspectiva esotérica e religiosa da figura materna como fonte divina. -
"A Mulher no Coração de Deus" – Elizabeth George (2010)
Reflexões cristãs sobre a mulher virtuosa e seu papel no plano divino. -
"Maria: Mãe do Filho de Deus" – Joseph Ratzinger (2005)
Perspectiva teológica católica sobre a figura materna por excelência. -
"O Espírito Santo e a Mulher" – James Robison (2013)
Correlação entre o Espírito de Deus e as virtudes femininas na prática cristã. -
"O Grito das Mulheres" – Ivone Gebara (1997)
Teologia feminista latino-americana em defesa da dignidade e espiritualidade feminina.
Estrofe 1
Em cada olhar de menina ou senhora,
Brilha o fulgor de uma luz que consola.
És a ternura que o tempo decora,
Promessa viva que o bem desenrola.
Estrofe 2
O céu te celebrou com primavera,
E o chão sentiu teu passo em flor aberta.
Deus te formou como se planta a era,
Com mãos divinas, alma descoberta.
Estrofe 3
A natureza em ti ganha sentido,
Foste o jardim que ao mundo deu perfume.
És o amor no instante mais perdido,
És o calor que no silêncio assume.
Refrão
Louvado seja o Deus de eternas sendas,
Que ao criar a mulher, firmou caminhos.
Dotou-a de saber, de luz, oferendas,
E fez do seu viver florir carinhos.
Estrofe 4
Do berço ao luto, és sempre companhia,
Amor que acende o passo na jornada.
Mulher que doa paz e poesia,
Em cada fase és luz inesperada.
Estrofe 5
És força doce em meio à tempestade,
Coragem leve, gesto sem alarde.
Em ti, o mundo encontra identidade,
És casa firme, és porto, és baluarte.
Estrofe 6
Da infância sábia à anciã serena,
Há um poder que ensina sem domínio.
Em ti repousa a graça mais amena,
És livro vivo escrito com fascínio.
Refrão
Louvado seja o Deus de eternas sendas,
Que ao criar a mulher, firmou caminhos.
Dotou-a de saber, de luz, oferendas,
E fez do seu viver florir carinhos.
Estrofe 7
A tua voz consola as madrugadas,
Teu gesto ensina mais que mil palavras.
Tu és a fé nas horas mais quebradas,
O pão que resta em tantas almas lavras.
Estrofe 8
Maior que ouro, és sonho realizado,
És a alegria ao fim de toda espera.
Promessa antiga em corpo renovado,
És sol nascente em cada nova era.
Ponte
A ti, mulher que a vida me ofertou,
Minha homenagem mais sincera e grata.
Por cada riso, afeto e gesto bom,
Sou parte do que és, tua força me ata.
Refrão
Louvado seja o Deus de eternas sendas,
Que ao criar a mulher, firmou caminhos.
Dotou-a de saber, de luz, oferendas,
E fez do seu viver florir carinhos.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por ser doçura,
Mesmo no mundo que te endurece o chão.
Tu te doaste à vida com ternura,
E nos salvaste com teu coração.
(2) EXPLICAÇÃO DO TEMA
A frase “Tu és a promessa de felicidade que Deus cumpriu ao homem” serve como o núcleo afetivo e espiritual do poema, centrando-se na representação da mulher como parte essencial da Criação. O galanteio, inserido no contexto do mês de maio — mês tradicionalmente associado à maternidade, à beleza da primavera e, no catolicismo, à figura de Maria — celebra não só a mulher como figura materna, mas como portadora de plenitude, sensibilidade e realização.
Na Bíblia, a criação da mulher aparece em Gênesis 2:22 como um gesto de completude: “E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão.” Este gesto de Deus é um presente ao homem, não em sentido de posse, mas de comunhão. Em Provérbios 31, temos um retrato idealizado da mulher virtuosa, sábia e trabalhadora, que enriquece toda a casa com seu espírito diligente e amoroso.
Autores como Leonardo Boff, em O Feminino e o Sagrado, destacam que o feminino representa não apenas uma forma biológica, mas uma dimensão espiritual indispensável ao equilíbrio da vida e à construção do mundo como espaço de ternura, cuidado e solidariedade. Essa sabedoria afetiva, instintiva, acolhedora e transformadora é uma resposta divina à necessidade humana de sentido e felicidade.
O espírito materno e sedutor é também uma força de atração e formação, sem a qual a humanidade se desfaria. A mulher é galanteada neste poema não como idealização vazia, mas como reconhecimento da presença divina manifestada em sua existência real, concreta e plural. Ao agradecer pela mulher, agradecemos por uma parte indispensável da experiência humana e espiritual.
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(3) BIBLIOGRAFIA
-
BOFF, Leonardo. O Feminino e o Sagrado. Vozes, 2010.
→ Reflexão teológica e antropológica sobre o papel do feminino como sagrado na construção da humanidade. -
MURARO, Rose. Os Seis Meses em que Fui Homem. Vozes, 2002.
→ Experiência de gênero e reflexão sobre a força da mulher num mundo masculino. -
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. Gallimard, 1949.
→ Marco teórico da filosofia feminista, explorando a formação da mulher na cultura ocidental. -
SCOTT, Joan Wallach. Gênero: Uma Categoria Útil de Análise Histórica. UNESP, 1995.
→ Fundamentação histórica e conceitual do papel do gênero e da mulher ao longo da história. -
RUETHER, Rosemary Radford. Mulheres e a Redenção da Criação. Paulinas, 1998.
→ Discussão ecofeminista sobre a presença da mulher na restauração do mundo. -
BÍBLIA SAGRADA. Diversas edições.
→ Textos como Gênesis 2, Provérbios 31, Cântico dos Cânticos e Lucas 1 revelam a mulher no plano divino. -
JUNG, Carl Gustav. A Mulher nos Contos de Fada. Vozes, 1985.
→ Análise simbólica e inconsciente do arquétipo feminino em narrativas míticas. -
WEIL, Simone. A Gravidade e a Graça. Vozes, 1993.
→ Reflete sobre o sofrimento, a doação e a graça, com ressonâncias no feminino espiritual. -
MOORE, Thomas. O Cuidado da Alma. Rocco, 1992.
→ Aborda a dimensão espiritual do cuidado, da intimidade e da beleza, muitas vezes encarnadas na mulher. -
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança. Paz e Terra, 1992.
→ Ressalta a importância do amor, do cuidado e da mulher na transformação social e educativa.
Estrofe 1
No ventre do tempo, Deus desenhou,
Com mãos de ternura, em luz e calor,
A mulher — encanto que sempre brotou,
Milagre em sorriso, gestado no amor.
Estrofe 2
Ela é aurora que não se apaga,
Alvorada em pele, doçura e razão,
Desde a criança que a vida embala,
Até a anciã que guia a estação.
Estrofe 3
Nos olhos, o brilho do eterno cuidar,
No gesto, a força de um lar renascido,
É nela que o mundo aprende a amar,
E a criação sorri num abraço florido.
Refrão
Obrigado, meu Deus, pela obra tamanha,
Por pintar com beleza o espírito feminino,
Em cada mulher que Teu mundo acompanha,
Refletindo Teu toque doce e divino.
Estrofe 4
Cada mulher é um poema do céu,
Verso bordado em alma e pele,
Com timbre de sol, perfume de mel,
Mistério e vida em um só pincel.
Estrofe 5
Ela é a ponte do amor à razão,
A sabedoria que a infância escuta,
A calma que canta na oração,
A coragem que o silêncio reputa.
Estrofe 6
Vem com a paz de um campo florido,
E a bravura das águas do mar,
É nela que o mundo tem sido
Um lugar possível pra se habitar.
Refrão
Obrigado, meu Deus, pela obra tamanha,
Por pintar com beleza o espírito feminino,
Em cada mulher que Teu mundo acompanha,
Refletindo Teu toque doce e divino.
Estrofe 7
De Maio, as flores se curvam em festa,
Ante a mulher que em tudo resplandece,
Pois até a rosa, em modéstia, atesta
Que é ela quem mais beleza oferece.
Estrofe 8
A natureza inteira se rende e canta,
Os pássaros dançam em louvor ao ser,
Que mesmo ferida, se ergue e encanta,
E insiste, em bondade, em florescer.
Ponte
A vocês, mulheres que cruzaram meus dias,
Com gestos, palavras ou mesmo silêncio,
Meu ser carrega suas doces magias,
Sou o que sou por seu dom imenso.
Refrão
Obrigado, meu Deus, pela obra tamanha,
Por pintar com beleza o espírito feminino,
Em cada mulher que Teu mundo acompanha,
Refletindo Teu toque doce e divino.
Refrão Final
Obrigado, mulher, por ser divina moldura,
Na arte de Deus és pincel e pintura.
Mesmo ferida, és cura, ternura, bravura.
No caos do mundo, és paz e doçura.
EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA E FILOSÓFICA DO TEMA
O poema Milagre em Sorriso evoca o espírito feminino como manifestação contínua do amor criador de Deus. Ao afirmar que "Tua vida é o milagre diário que só o amor poderia criar", reconhece-se a mulher como obra-prima da criação — não no sentido biológico apenas, mas espiritual, afetivo, poético e salvífico. O amor divino é o único capaz de conceber uma criatura dotada de tamanha complexidade e beleza, que une fragilidade e força, sedução e sabedoria, cuidado e vigor.
Na tradição bíblica, a mulher é inicialmente apresentada como “auxiliadora idônea” (Gênesis 2:18), o que não denota subserviência, mas parceria e simbiose essencial à plenitude humana. Maria, mãe de Jesus, é outro exemplo arquetípico da fusão entre o espírito materno, humilde e poderoso. Ao aceitar o milagre da Encarnação, ela se torna símbolo da ação divina através do feminino (Lucas 1:38). Provérbios 31 exalta a mulher virtuosa, que "sorri diante do futuro" e cujas mãos “estendem-se ao pobre” — exemplo claro de como a mulher é visão e coração de um mundo melhor.
Filósofos como Leonardo Boff, em O feminino e o sagrado, reconhecem que o feminino transcende o sexo biológico e encarna uma dimensão espiritual que acolhe, gera, protege e transforma. Simone de Beauvoir, por outro lado, denuncia as estruturas que limitam essa potência, ressaltando o quanto o mundo ainda precisa se curvar com respeito diante do que significa ser mulher.
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BIBLIOGRAFIA
-
O feminino e o sagrado – Leonardo Boff e Rosemarie Muraro (2009)
Explora a dimensão espiritual do feminino, sua ligação com a ternura, o cuidado e a transcendência. -
O segundo sexo – Simone de Beauvoir (1949)
Obra fundamental do feminismo, questiona os papéis sociais e destaca a potência criativa da mulher além das opressões históricas. -
A mulher na Bíblia – Edith Deen (1955)
Analisa a presença e o papel de mulheres nas Escrituras, revelando seu valor espiritual e histórico. -
Mulheres que correm com os lobos – Clarissa Pinkola Estés (1992)
Uma leitura arquetípica e psicanalítica do feminino selvagem e curador que vive em todas as mulheres. -
Teologia do Corpo – São João Paulo II (1979–1984)
Discursos que exaltam o corpo e a sexualidade humana como imagem e semelhança de Deus, incluindo a dignidade da mulher. -
O elogio do amor – Alain Badiou (2009)
Reflete sobre o amor como construção entre alteridades, destacando o papel da mulher na experiência do outro. -
A dignidade da mulher – João Paulo II (1988)
Carta Apostólica Mulieris Dignitatem sobre a vocação e o valor da mulher na sociedade e na fé cristã. -
Mulher: identidade e vocação – Edith Stein (1932)
Filósofa e santa católica, analisa o gênio feminino como contribuição essencial à cultura e à espiritualidade. -
Gênesis e Gênero – Mary Kassian (2010)
Um olhar bíblico e contemporâneo sobre o papel da mulher na criação e na vida cristã. -
A alma feminina – Carl Gustav Jung (1953)
Com base na psicologia analítica, investiga o arquétipo do feminino na alma humana, com especial atenção à mulher.