Ilíada

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Ilíada
Ἰλιάς
Beginning Iliad.svg
Início da Ilíada em seu idioma original
Autor (es)Homero
IdiomaGrego homérico
PaísGrécia Antiga
GéneroPoesia épica
EditoraVárias
Lançamentoséculo VIII a.C.
Ilíada (em grego antigo: Ἰλιάς, IPA[iːliás]) um dos dois principais poemas épicos da Grécia Antiga, de autoria atribuída ao poeta Homero, que narra os acontecimentos ocorridos no período de 50 dias durante o décimo e último ano da Guerra de Troia, guerra empreendida para a conquista de Ílion ou Tróia, cuja gênese radica na ira (μῆνις, mênis) de Aquiles.[1][2]
Ilíada é atribuída a Homero, que se julga ter vivido por volta do século VIII a.C.[2], na Jônia (atualmente região da Turquia), e constitui o mais antigo e extenso documento literário grego (e ocidental) existente. Ainda hoje, contudo se discute a verdadeira autoria e a existência real de Homero (nascido ou em Khíos, Grécia ou em Esmirna, Turquia).[3]

Visão geral[editar | editar código-fonte]

Aquiles cura Pátroclo
Detalhe de vaso em técnica de cerâmica vermelha 500 a.C.
Ilíada é constituída por 15.693 versos em hexâmetro datílico, a forma tradicional da poesia épica grega. Foi composta por uma mistura de dialetos, resultando numa língua literária artificial, nunca de fato falada na Grécia.
Com origem na tradição oral da época micênica ou seja, teria sido cantada pelos aedos (artistas que cantavam epopeias), e só muito mais tarde os versos foram compilados numa versão escrita, no século VI a.C. em Atenas. O poema foi então posteriormente dividido em 24 cantos, divisão que persiste até hoje. Onde cada canto corresponde a uma letra do alfabeto grego - divisão atribuída aos estudiosos da biblioteca de Alexandria.
Considerada como a "obra fundadora" da literatura ocidental e uma das mais importantes da literatura mundial. Tornou-se, juntamente com a Odisseia (atribuída ao mesmo autor), modelo da poesia épica, seguido pelos autores clássicos, como Virgílio, no poema Eneida, dentre outros. Também influenciou fortemente a cultura clássica de maneira geral, abrangendo campos não só da literatura, como a poesia lírica e a tragédia (na linguagem e temas), mas também a historiografia (na temática bélica e estrutura das narrativas historiográficas), a filosofia, etc., sendo amplamente estudada na Grécia Antiga (como parte da educação básica) e, posteriormente, no Império Romano.

Argumento[editar | editar código-fonte]

Ilíada passa-se durante o decimo ano da guerra de Troia e trata da ira de Aquiles. A ira é causada por uma disputa entre Aquiles e Agamenão, comandante dos exércitos gregos em Troia, e consumada com a morte do herói troiano Heitor (ou Héctor), terminando com seu funeral.
Embora Homero se refira a vários mitos e acontecimentos prévios, fortemente presentes na cultura grega, a história da guerra de Troia não é contada na íntegra. Dessa forma, o conhecimento prévio da mitologia grega acerca da guerra é relevante para a compreensão da obra.

A guerra de Troia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Guerra de Troia
Helena de Troia

Por Evelyn de Morgan, 1898
Os gregos antigos acreditavam que a Guerra de Troia foi um fato histórico, ocorrido por volta de 1 200 a.C. no período micênico, mas alguns estudiosos modernos têm dúvidas se ela de fato ocorreu. Até à descoberta do sítio arqueológico na Turquia, na Anatólia, a historiografia moderna acreditava que Troia era uma cidade mitológica.
A Guerra de Troia deu-se quando os aqueus atacaram a cidade de Troia, buscando vingar o rapto de Helena, esposa do rei de Esparta Menelau, irmão de Agamenon[2]. Os aqueus, atuais gregos que compartilham cultura e idioma comuns, na época se definiam como vários reinos, e não como um povo único.
A lenda conta que a deusa do mar, a ninfa Tétis, era desejada como esposa por Zeus e seu irmão Posidão. Porém Prometeu profetizou que o filho da deusa seria maior que seu pai. Então os deuses resolveram dá-la como esposa a Peleu, um mortal já idoso, planejando enfraquecer o filho, que seria apenas um humano, assim nasceu o guerreiro Aquiles. Sua mãe, visando fortalecer sua natureza mortal, mergulhou-o ainda bebê, nas águas do mitológico rio Estige (rio infernal no Hades). As águas tornaram um ser invulnerável, exceto no calcanhar, por onde a mãe o segurou para o mergulhar no rio (daí a famosa expressão calcanhar de Aquiles, significando ponto vulnerável). Aquiles tornou-se o mais poderoso dos guerreiros, porém, era mortal. Mais tarde, sua mãe profetiza que ele poderá escolher entre dois destinos: lutar em Troia e alcançar a glória eterna, mas morrer jovem, ou permanecer em sua terra natal e ter uma longa vida, mas sendo logo esquecido.
Para o casamento de Peleu e Tétis todos os deuses foram convidados, menos Éris, ou Discórdia. Ofendida, a deusa compareceu invisível e deixou à mesa um pomo de ouro com a inscrição “à mais bela”. As deusas HeraAtena e Afrodite disputaram o pomo e o título de mais bela. Zeus então ordenou que o príncipe troiano Páris, à época sendo criado como um pastor ali perto, resolvesse a disputa. Para ganhar o título de “mais bela”, Atena ofereceu a Páris poder na batalha, Hera o poder e Afrodite o amor da mulher mais bela do mundo. Páris deu o pomo a Afrodite, ganhando assim sua proteção, porém atraindo o ódio das outras duas deusas contra si e contra Troia.
A mulher mais bela do mundo era Helena, filha de Zeus e Leda. Leda era casada com Tíndaro, rei de Esparta. Helena possuía diversos pretendentes, que incluíam muitos dos maiores heróis da Grécia, e o seu pai adotivo, Tíndaro, hesitava tomar uma decisão em favor de um deles temendo enfurecer os outros. Finalmente um dos pretendentes, Odisseu (cujo nome latino era Ulisses), rei de Ítaca, resolveu o impasse propondo que todos os pretendentes jurassem proteger Helena e sua escolha, qualquer que fosse. Helena então se casou com Menelau, que se tornou o rei de Esparta.
Quando Páris foi a Esparta em missão diplomática, se apaixonou por Helena e ambos fugiram para Troia, enfurecendo Menelau. Este apelou aos antigos pretendentes de Helena, lembrando o juramento que haviam feito. Agamenon então assumiu o comando de um exército de mil barcos e atravessou o mar Egeu para atacar Troia. As naus gregas desembarcaram na praia próxima a Troia e iniciaram um cerco que duraria dez anos, custando a vida de muitos heróis, de ambos os lados. Finalmente, seguindo um estratagema proposto por Odisseu, o famoso Cavalo de Troia, os gregos conseguiram invadir a cidade governada por Príamo e terminar a guerra.

Personagens principais[editar | editar código-fonte]

Ilíada é um poema extenso e possui uma grande quantidade de personagens da mitologia grega. Homero assumia que seus ouvintes estavam familiarizados com esses mitos, o que pode causar confusão ao leitor moderno. Segue um resumo dos personagens que tomam parte na Ilíada:

Os Aqueus[editar | editar código-fonte]

Os gregos antigos não se definiam como "gregos" ou "helênicos", denominação posterior, mas como "aqueus", compostos por diversos povos de diversos reinos que tinham uma língua e cultura razoavelmente compartilhada. Os aqueus também são chamados de "Dânaos" por Homero.
  • Aquiles: príncipe de Ftia, líder dos mirmidões (mirmídones), herói e melhor de todos os guerreiros, filho da deusa marinha Tétis e do mortal rei Peleu. Sua ira é o tema central da Ilíada. Vinga a morte do amigo Pátroclo matando Heitor em um duelo um a um.
  • Agamenão: Rei de Micenas e comandante supremo dos aqueus, sua atitude de tomar a escrava Briseis de Aquiles é o estopim do desentendimento entre eles.
  • Pátroclo: Amigo de Aquiles. Alguns argumentam que há envolvimento íntimo entre Aquiles e Pátroclo, o que foi, no entanto, refutado por Sócrates, no Diálogo Fedro, citando passagens da Ilíada que dizem que Aquiles e Pátroclo dormiam em leitos separados, cada um com sua respectiva concubina. Foi morto por Heitor enquanto fingia ser Aquiles.
  • Odisseu (Ulisses): Rei de Ítaca, considerado “astuto”, ou “ardiloso”. Frequentemente faz o papel de embaixador entre Aquiles e Agamenão. Foi ele que teve a ideia de fazer uma armadilha aos troianos. É o personagem principal de Odisseia, também atribuído a Homero em que é narrada a volta de Odisseu a Ítaca.
  • Calcas Testorídes: Poderoso vidente que guia os aqueus. Foi ele que predisse que a guerra duraria dez anos, que era preciso devolver Briseis (Briseida) ao pai e muitas outras coisas.
  • Ájax: É mais forte e habilidoso dos guerreiros gregos depois de Aquiles, era praticamente imbatível e graças a ele os gregos conseguiram muitas vitórias sobre os troianos.
  • Ájax, filho de Oileu: Liderou um destacamento de lócridas durante a guerra na qual desempenhou um papel importante e foi um dos guerreiros que estava dentro do cavalo de madeira.
  • Nestor: Um dos dos guerreiros da Grécia , embora Nestor fosse velho era famoso pela sua coragem.
  • Idomeneu: rei de Creta e neto de Minos e é um dos guerreiros gregos.
  • Diomedes: Príncipe de Argos, comandava a frota de navios de seu reino. Herói valente que participou ativamente do cerco, da pilhagem e do saque de Troia.
  • Menelau: Rei de Esparta, marido de Helena e irmão mais novo de Agamenão.
  • Protesilau: Fez uma profecia que o primeiro que pisasse em solo troiano também seria o primeiro a morrer, e acabou sendo ele mesmo.

Os Troianos e seus aliados[editar | editar código-fonte]

  • Heitor, ou Héctor: Príncipe de Troia, filho de Príamo e irmão de Páris. É o melhor guerreiro troiano, herói valoroso que combate para defender sua cidade e sua família. Líder dos exércitos troianos. Mata Pátroclo em uma batalha achando que ele era Aquiles porque usava sua armadura, escudo e espada sem mencionar a semelhança física entre os dois. Morto por Aquiles em um duelo.
  • Príamo: rei de Troia, já é idoso, portanto quem comanda de fato a luta é seu filho, Heitor.
  • Páris: Príncipe de Troia, sua fuga com Helena é a causa da guerra. É sua a flecha que finalmente mata Aquiles, acertando-o no calcanhar.
  • Eneias: Primo de Heitor e seu principal tenente. É o personagem principal da Eneida, obra máxima do poeta latino Virgílio.
  • Helena: Esposa de Páris, antes casada com Menelau, e pivô da guerra. Com a queda de Troia volta para Esparta e para Menelau.
  • Andrómaca: Esposa de Heitor, de quem tinha um filho bebê, Astíanax.
  • Briseis (Briseida): Prima de Heitor e Páris, capturada pelos aqueus, se torna escrava de Aquiles e acaba se apaixonando por ele e vice-versa.

Os deuses[editar | editar código-fonte]

Os deuses gregos tomam parte ativa na trama, envolvendo-se na batalha e ajudando ambos os lados.
Ficaram do lado dos gregos (aqueus):
Ficaram do lado dos troianos:
Zeus e Hades mantiveram-se neutros. Outras divindades menores, como PéonÍris e Éris, também se envolveram nos eventos.

Resumo da narração[editar | editar código-fonte]

Aquiles fere Heitor

Por Peter Paul Rubens, 1630-1635.
No décimo ano do cerco a Troia, há um desentendimento entre as forças dos aqueus, comandadas por Agamenão. Ao dividirem os espólios de uma conquista, o comandante aqueu fica, entre outros prêmios, com uma moça chamada Criseida, enquanto que a Aquiles cabe outra bela jovem, Briseis (Briseida). Criseida era filha de Crises, sacerdote do deus Apolo, e este pede a Agamenão que lhe restitua a filha em troca de um resgate. O chefe aqueu recusa a troca, e o pai ofendido pede ajuda a seu deus. Apolo passa então a castigar os aqueus com a peste. Quando forçado a devolver Criseida ao pai para aplacar o castigo divino, Agamenão toma a Aquiles sua Briseis, como forma de compensação e afronta a Aquiles. Este, ofendido, se retira da guerra junto com seus valentes mirmidões. Aquiles pede então a sua divina mãe que interceda junto a Zeus, rogando-lhe para que favoreça aos troianos, como castigo pela ofensa de Agamenão. Tétis consegue a promessa de Zeus de que ajudará aos troianos, a despeito da preferência de sua esposa, Hera, pelo lado aqueu.
Então Zeus manda a Agamenão, através de Oneiros, um sonho incitando-o a atacar Troia sem as forças de Aquiles. Agamenão resolve testar a disposição de seu exército. A tentativa por pouco não termina em revolta generalizada, incitada pelo insolente Tersites. A rebelião só é evitada graças à decisiva intervenção de Odisseu, que fustiga Tersites e lembra a profecia de Calcas de que Ílion cairia no décimo ano do cerco.
Os dois exércitos perfilam-se no campo de batalha, diante de Troia. Páris, príncipe de Troia, se adianta, mas logo recua ao ver Menelau, de quem roubara a esposa causando a guerra. Menelau o insulta e Páris responde propondo um duelo entre ambos. Os aqueus respondem com agressões, porém seu irmão Heitor, o maior herói troiano, reitera o desafio, propondo que o destino da guerra seja decidido numa luta entre Menelau e Páris. Menelau aceita, exigindo juramento de sangue sobre o pacto de respeitar o resultado do duelo. Enquanto os preparativos são feitos, Helena se junta a Príamo, rei de Troia, no alto de uma torre para observar a contenda. Ela apresenta os maiores comandantes gregos, apontando-os para Príamo.
O duelo tem início e Menelau leva vantagem. Quando está para derrotar Páris, Afrodite intervém e o retira da batalha envolto em névoa, levando-o ao encontro de Helena. Agamenão declara então que Menelau venceu a disputa e exige a entrega de Helena e pagamento do resgate. Porém Hera e Atena protestam junto a Zeus, pedindo a continuidade da guerra até a destruição de Troia. Zeus cede em troca da não intervenção de Hera caso deseje destruir uma cidade protegida por ela. Atena então desce entre as tropas troianas e convence Pândaro, arqueiro troiano, a disparar contra Menelau, ferindo-o e rompendo o pacto com os gregos. O exército troiano avança, e Agamenão incita os aqueus ao combate. Tem lugar então uma luta violenta, na qual os gregos começam a levar vantagem. Porém Apolo incita aos troianos, lembrando-os que Aquiles não participa da peleja.
Os troianos então avançam, retomando a vantagem sobre os gregos, a despeito dos grandiosos esforços de Diomedes, que, insuflado pela deusa Palas Atena, chega a ferir os deuses Afrodite e Ares, que defendem os troianos. Os gregos por sua vez parecem retomar a vantagem, o que faz com que Heitor então retorne à cidade para pedir a sua mãe que tente acalmar Palas com oferendas. Após falar com a mãe, encontra-se com sua esposa e seu filho em uma torre. O encontro, em que Heitor fala com a esposa e o filho sobre o seus futuros, é bastante triste, pois Heitor pressente que Troia cairá. A seguir, convoca Páris e com ele volta à batalha.
Apolo combina com Atena uma trégua na batalha e para consegui-la incitam Heitor a desafiar um herói grego ao duelo. Ajax é o escolhido num sorteio e avança para o combate. O duelo é renhido e prossegue até a noite, quando é interrompido. Os aqueus então aproveitam para recolher seus mortos e preparar um baluarte.
Com a manhã, o combate recomeça, porém Zeus proíbe os outros deuses de interferir, enquanto que ele dispara raios dos céus, prejudicando aos aqueus. O combate prossegue desastroso para os gregos, que acabam por se recolher ao baluarte ao final do dia. Os troianos acampam por perto, ameaçadores.
Durante a noite Agamenão se desespera, percebendo que havia sido enganado por Zeus. Porém Diomedes garante que os aqueus têm fibra e ficarão para lutar. Agamenão acaba por ouvir os conselhos de Nestor, e envia a Aquiles uma embaixada composta por Odisseu, Ajax, dois arautos e o veterano Fênix presidindo, para oferecer presentes e pedir ao herói que retorne à batalha. Aquiles, porém, ainda irado, não cede.
Agamenão então envia Odisseu e Diomedes ao acampamento troiano numa missão de espionagem. Heitor, por sua vez, envia Dólon espionar acampamento aqueu. Dólon é capturado por Odisseu e Diomedes, que extraem informações e o matam. A seguir invadem o acampamento troiano e massacram o rei Reso e doze guerreiros que dormiam, retirando-se de volta para o lado aqueu, onde são recebidos com festa.
Durante o dia o combate é retomado, e os troianos novamente são superiores, empurrados por Zeus. Heitor manda uma grande pedra de encontro a um dos portões e invade o baluarte grego, expulsando-os e os empurrando até as naus, de onde não haveria mais para onde recuar a não ser para o oceano. Há amargo combate, com os aqueus recebendo apoio agora de Posidão enquanto Zeus favorece os troianos, com heróis realizando grandes feitos de ambos os lados.
Hera, então, consegue convencer Hipnos a adormecer Zeus. Os gregos, acuados terrivelmente, se aproveitam desse momento para recuperar alguma vantagem, e Ajax fere a Heitor. Porém Zeus acorda e, vendo os troianos dispersos e a momentânea vitória grega, reconhece a obra de Hera e a repreende. Hera diz que Posidão é o único culpado, e Zeus a manda falar com Apolo e Íris para que estes instiguem os troianos novamente à luta. Então Zeus impede Posidão de continuar interferindo, e os troianos retomam a vantagem. Os maiores heróis aqueus estão feridos.
Pátroclo, vendo o desastre dos aqueus, vai implorar a Aquiles que o deixe comandar os Mirmidões e se juntar à batalha. Aquiles lhe empresta as armas e consente que lidere os Mirmidões, mas recomenda que apenas expulse os troianos da frente das naus, e não os persiga. Pátroclo então sai com as armas de Aquiles (incluindo a armadura, o que faz com que aqueus e troianos achassem que Aquiles havia voltado à batalha) e combate os troianos junto às naus. Ao ver fugindo os troianos, Pátroclo desobedece a recomendação de Aquiles e os persegue até junto da cidade. Lá, Heitor, percebendo que é Pátroclo e não Aquiles, o confronta em duelo e acaba por matá-lo.
Há uma disputa pelas armas de Aquiles, e Heitor as ganha, porém Ajax fica com o corpo de Pátroclo. Os troianos então repelem os gregos, que fogem, acossados. Aquiles, ao saber da morte do companheiro, fica terrivelmente abalado, e relata o acontecido a Tétis. Sua mãe promete novas armas para o dia seguinte e vai ao Olimpo encomendá-las a Hefesto. Enquanto isso Aquiles vai ao encontro dos troianos que perseguem os aqueus e os detém com seus gritos, permitindo que os gregos cheguem a salvo com o cadáver. A noite interrompe o combate.
Na manhã seguinte Aquiles, de posse das novas armas e reconciliado com Agamenão, que lhe restituíra Briseida, acossa ferozmente os troianos numa batalha em que Zeus permite que tomem parte todos os deuses. Trucidando diversos heróis, Aquiles termina por empurrar o combate até os portões de Troia. Lá Heitor, aterrorizado, tenta fugir de Aquiles, que o persegue ao redor da cidade. Por fim Heitor é enganado por Atena, que o convence a se deter e enfrentar o maior herói aqueu. Ele pede a Aquiles que seja feito um trato, com o vencedor respeitando o cadáver do vencido, permitindo seu enterro digno e funerais adequados. Aquiles, enlouquecido de raiva, grita que não há pacto possível entre presa e predador. O terrível duelo acontece e Aquiles fere mortalmente Heitor na garganta, única parte desprotegida pela armadura. Morrendo diante de seus entes queridos, que assistiam de dentro das muralhas, Heitor volta a implorar a Aquiles que permita que seu corpo seja devolvido a Troia para ser devidamente velado. Aquiles, implacável, nega e diz que o corpo de Heitor será pasto de abutres enquanto o de Pátroclo será honrado.
Aquiles amarra o corpo de Heitor pelos pés à sua biga e o arrasta diante da família e depois o traz até o acampamento grego. São feitos os jogos funerais de Pátroclo. Durante a noite, o idoso Príamo vem escondido ao acampamento grego pedir a Aquiles pelo corpo do filho. O seu apelo é tão comovente que Aquiles cede, chorando, com a ira arrefecida. Aquiles promete trégua pelo tempo necessário para o adequado funeral de Heitor. Príamo leva o cadáver de seu filho de volta para a cidade, onde são prestadas as honras fúnebres ao príncipe e maior herói de Troia.
Corpo de Heitor sendo levado de volta a Troia

Alto relevo em mármore, detalhe de um sarcófago romano do século II, atualmente no Museu do Louvre.

Resumo dos cantos[editar | editar código-fonte]

  • Canto I: É o décimo ano da guerra de Troia. Aquiles e Agamenão desentendem-se devido à disputa sobre uma jovem cativa, Briseides.
  • Canto II: Odisseu impede uma revolta e os gregos preparam-se para um ataque a Troia.
  • Canto III: Páris desafia Menelau para um duelo, propondo decidir o destino da guerra. Menelau vence, mas Páris sobrevive, salvo por Afrodite.
  • Canto IV: O pacto é quebrado pelos troianos e a guerra recomeça.
  • Canto V: Diomedes, ajudado por Palas Atena, realiza grandes prodígios, ferindo Afrodite e Ares.
  • Canto VI: Heitor retorna a Troia para pedir que se tente apaziguar Palas Atena. Encontra-se com esposa e filho e retorna à batalha junto de seu irmão Páris.
  • Canto VII: Heitor duela com Ajax. A luta empata, interrompida pela noite.
  • Canto VIII: Os deuses retiram-se da batalha.
  • Canto IX: Agamenão tenta reconciliar-se com Aquiles, mas este recusa.
  • Canto X: Diomedes e Odisseu saem em missão de espionagem e atacam o acampamento troiano.
  • Canto XI: Páris fere Diomedes, e Pátroclo fica sabendo da desastrosa situação grega.
  • Canto XII: Retirada grega até às naus.
  • Canto XIII: Posidão apieda-se dos gregos e os motiva.
  • Canto XIV: Hera adormece Zeus, permitindo a reação grega.
  • Canto XV: Zeus acorda e impede que Posídon continue interferindo. Os troianos retomam a vantagem no combate.
  • Canto XVI: Pátroclo pede a armadura a Aquiles e permissão para entrar na luta. Aquiles concede, porém Pátroclo é morto por Heitor.
  • Canto XVII: Há uma disputa pelo corpo e armadura de Pátroclo. Heitor fica com a armadura e Ajax fica com o corpo de Pátroclo.
  • Canto XVIII: Aquiles fica sabendo da morte de Pátroclo, e sua mãe providencia-lhe uma nova armadura.
  • Canto XIX: Aquiles, de armadura nova e reconciliado com Agamenão, junta-se à guerra.
  • Canto XX: Batalha furiosa, da qual participam livremente os deuses.
  • Canto XXI: Aquiles chega aos portões de Troia
  • Canto XXII: Aquiles duela com Heitor e o mata. A seguir, desonra seu cadáver, arrastando-o ao acampamento grego.
  • Canto XXIII: Pátroclo é velado adequadamente.
  • Canto XXIV: Príamo pede o cadáver do filho a Aquiles que, comovido, cede. Heitor é devidamente velado em Troia.

Traduções[editar | editar código-fonte]

Ilíada, Livro VIII, versos 245-253 de um manuscrito grego de fins do século V ou início do século VI.
No Brasil há algumas traduções poéticas feitas a partir do original grego.
A primeira é de Manuel Odorico Mendes, feita no século XIX (publicada originalmente em 1874), em que, seguindo a tradição épica em português, emprega o verso decassílabo, porém branco. A tradução é marcada pela extrema concisão - com o total de versos sendo até menor que o do texto original -, estruturas sintática incomuns, muitas vezes decorrentes dessa concisão, preciosismo lexical e neologismos ou latinismos - sobretudo para traduzir os epítetos gregos, como em "Juno bracinívea" [Juno de braços brancos], ou ainda "Aurora dedirrósea" [Aurora de dedos róseos]. Outra característica (na verdade, comum até sua época) é a substituição dos nomes gregos pelos correspondentes latinos: Zeus, por Júpiter, Posido por Netuno, Atena por Minerva etc. Sua tradução foi recentemente reeditada pela editora Ateliê, na coleção "Clássicos comentados", a cargo de Sálvio Nienkötter, na qual há abundantes notas explicativas - verso a verso - para o vocabulário, sintaxe, etc.
Eis o proêmio traduzido por Odorico Mendes:
Canta-me, ó deusa, do Peleio Aquiles
A ira tenaz, que, lutuosa aos Gregos,
Verdes no Orco lançou mil fortes almas,
Corpos de heróis a cães e abutres pasto:
Lei foi de Jove, em rixa ao discordarem
O de homens chefe e o Mirmidon divino.
A segunda tradução, feita na década de 40 século XX (primeira edição com data incerta, mas publicada por volta de 1945), é de Carlos Alberto Nunes, cujo principal critério foi a tentativa de transpor a métrica original do poema (hexâmetro dactílico) para o português, resultando num verso de dezesseis sílabas poéticas, cujo ritmo é a sequência de seis grupos (chamados "pés") de sílabas, sendo cada um composto por uma sílaba tônica seguida de duas átonas (o sexto grupo, em geral, com uma tônica seguida de apenas uma átona), no seguinte esquema: ó o o | ó o o | ó o o | ó o o | ó o o | ó o (o); ou seja, com acentuação na 1ª, 4ª, 7ª, 10ª, 13ª e 16ª sílabas. Para correta leitura do hexâmetro vernaculizado de Nunes, entretanto, é necessário atentar ainda para a cesura, normalmente ocorrendo uma vez, no meio do verso (terceiro ), ou, menos frequentemente, duas vezes no mesmo verso.
A tradução de Nunes foi originalmente publicada pela editora Atena. O texto foi posteriormente revisado pelo tradutor e republicado diversas vezes por outras editoras. A edição mais recente foi publicada pela editora Nova Fronteira
Eis o proêmio traduzido por Carlos Alberto Nunes (o negrito marca as tônicas, e a barra dupla, a cesura):
Canta-me a lera – ó deusa || – funesta de Aquiles Pelida,
causa que foi de os Aquivos || sofrerem trabalhos sem conta
e de baixarem para o Hades || as almas de heróis numerosos
e esclarecidos || ficando eles próprios || aos cães atirados
e como pasto das aves. || Cumpriu-se de Zeus o degnio
desde o prinpio em que os dois, || em discórdia, ficaram cindidos:
o de Atreu filho || senhor de guerreiros || e Aquiles divino.
Haroldo de Campos publicou sua tradução (ou transcriação, como chamava) completa da Ilíada em 2002, apos dez anos traduzindo-a (publicara os dois primeiros cantos ainda na década de 1990). Utilizando-se do dodecassílabo, busca sobretudo resgatar a sonoridade original do poema grego em português, valendo-se também, dentre outros expedientes, de neologismos, geralmente em palavras compostas. Editada pela editora Arx/Benvirá.
A tradução do proêmio feita por Haroldo de Campos:
A ira, Deusa, celebra do Peleio Aquiles,
o irado desvario, que aos Aqueus tantas penas
trouxe, e incontáveis almas arrojou no Hades
de valentes, de heróis, espólio para os cães,
pasto de aves rapaces: fez-se a lei de Zeus;
desde que por primeiro a discórdia apartou
o Atreide, chefe de homens, e o divino Aquiles.
Em Portugal, foi publicada pela editora Cotovia, em 2005, a tradução feita por Frederico Lourenço (também publicada no Brasil, em 2013, pela Penguin Classics Companhia das Letras), que objetiva uma maior literalidade, clareza e fluência, e, para tal, empregou versos livres.
Eis sua tradução do proêmio:
Canta, ó deusa, a cólera de Aquiles, o Pelida
(mortífera!, que tantas dores trouxe aos Aqueus
e tantas almas valentes de heróis lançou no Hades,
ficando seus corpos como presa para cães e aves
de rapina, enquanto se cumpria a vontade de Zeus),
desde o momento em que primeiro se desentenderam
o Atrida, soberano dos homens, e o divino Aquiles.

Adaptações[editar | editar código-fonte]

A história da Guerra de Troia em geral e da Ilíada em particular foi amplamente adaptada ao longo dos séculos, tanto na literatura quanto em outras artes. Uma das adaptações mais recentes que ganharam notoriedade é a do filme norte-americano Troia (veja IMDB) de 2004, que narra basicamente os eventos da Ilíada acrescidos de uma introdução e do desfecho da guerra. Embora tenha sido baseado na Ilíada, o filme toma uma série de liberdades em relação à história de Homero. A mais notável delas é a exclusão dos deuses gregos como personagens ativas da trama, sendo referidos apenas pela fé das personagens neles. Além disso, diversos eventos foram alterados no filme, como o destino de Agamenão, de Menelau, de Ajax. Pátroclo foi transformado em primo de Aquiles, Briseis em sua amante e a duração da guerra foi reduzida de dez anos para algumas semanas, entre outras mudanças.
Em 2003, o autor Dan Simmons lançou um livro épico de ficção científica chamado Ilium, adaptando/homenageando o poema homérico.
Na antiguidade clássica diversas peças de teatro trataram dos eventos subsequentes à guerra, incluindo o destino de outros personagens. A Eneida de Virgílio deve grande tributo à Ilíada (e também à Odisseia), e narra a história do tenente de Heitor, Eneias.

Temas na Ilíada[editar | editar código-fonte]

Embora a Ilíada narre uma série de acontecimentos da guerra de Troia e se refira a uma série de outros, seu tema principal é o ciclo da ira de Aquiles, da sua causa ao seu arrefecimento. Isto fica claro logo na primeira linha do poema. A palavra grega mēnin, ira, é a primeira do poema, cuja famosa primeira linha é "Menin aeide, Thea, Peleiadeo Aquileos". Em português seria “A ira canta, Deusa, de Peleio Aquiles” ou, adaptando, “Canta, Deusa, a ira do filho de Peleu, Aquiles”. Através da consumação dessa ira, é tratada a humanização do herói e semideus Aquiles, sempre conflitado por sua dupla natureza, filho de deusa e homem, portanto mortal.
A questão da escolha entre valores materiais, como a segurança e a vida longa, e valores morais, mais elevados, como a glória e o reconhecimento eterno, é tratada na escolha com que Aquiles se defronta: lutar, morrer jovem e ser lembrado para sempre, ou permanecer seguro e ser esquecido.
soberba de Aquiles contrasta grandemente com a sobriedade de Heitor, também grande herói, que não busca a glória como Aquiles, mas luta pela segurança de sua família e de sua cidade, e a preservação de suas raízes troianas.
A guerra e suas consequências também é tema central na Ilíada, sendo ricamente retratada.
A condição humana é magistralmente trabalhada por Homero, mostrando os dilemas mortais, as interferências de instâncias superiores e suas consequências, personificadas nos deuses que tomam partido.
Amizade, honra e muitos outros temas abstratos também fazem parte da obra, compondo um belo painel da alma humana, o que é, sem dúvida, uma das qualidades que têm determinado a longevidade da narrativa homérica na cultura universal.

Críticas[editar | editar código-fonte]

José Agostinho de Macedo, na sua obra Motim Literário em forma de Solilóquios (1811), escreve referindo-se à proposição da Ilíada: "eu não gosto disto, não está mais na minha mão." Prossegue o padre, dizendo que o tema da epopeia é impróprio:—
[A] ira de Aquiles é o grande assunto da Ilíada, e a ira de um homem poderá ser jamais um plausível argumento para um poema heroico? A ação do poema épico deve ser, como ensinam todos os mestraços, louvável, grande, sublime, virtuosa; e uma paixão como é a ira não pode ser matéria da Epopeia. E tal é a escolha que fez a trombeta de Homero! A ira é uma paixão louca, e detestável. Horácio lhe chama furor breve. Cícero chama sem cerimónia a um homem irado um mentecapto, e o mesmíssimo Aristóteles, tão fanático por Homero, pinta esta paixão como um afeto irracionável, e canino. E uma ação, que toda ela se escarrancha, e se estriba sobre os efeitos desta paixão, poderá ser digna da majestade da Epopeia [...]?
Conclui o padre, após esboçar um breve resumo da história da Ilíada, que, para si, "toda a Ilíada é uma infernal salgalhada, uma barafunda confusíssima, uma mixórdia intolerável."—
[E]u não posso aturar mesas de pé de galo, que andam pelo seu pé sem ninguém lhes mexer; cavalos, que falam, e choram pelas barbas abaixo como umas crianças acabadas de açoitar; heróis, e príncipes a assar carne, e a virar espetos, sem um bicho de cozinha que lhe tire o trabalho; descomposturas atrozes antes que venham às mãos; Vénus metida em brigas, e arruídos, e saindo dali com duas cutiladas, que lhe pespegou na cara o desalmado Diomedes; e Marte escalavrado de uma pedrada com que Ajax o crismou na cabeça; eu não posso aturar os mensageiros que vão repetir os recados que lhe dão com as mesmíssimas palavras com que lhos deram; eu não posso gostar das alcunhas obrigadas com que o poeta designa todos os seus heróis, e Numes, como v.g. Achilles, o pé leve; Juno, a olho de boi.
Confessa José Agostinho de Macedo, por fim: "seja Homero o que for, para mim é uma intolerável secatura."[4]
Apesar destas observações, que despedaçam[5] o nome de tão famoso escritor como é Homero — cujo merecimento tem sido universalmente testemunhado, reconhecido, e aclamado, por mais de vinte séculos—admite o padre, a título de imparcialidade, que não deixa de "reconhecer Homero por um grande génio", nem intenta "defraudá-lo dos elogios que lhe são devidos":—
Ele [Homero] foi o primeiro, que entre as Nações cultas manejou com majestosa felicidade a trombeta Épica. Todos os elogios, que lhe tributa [...] toda a Posteridade, serão sempre inferiores ao seu mérito. Além de que, ele é admirável, e inimitável em certos rasgos, que são privativamente seus. Quem possuiu jamais uma tão vasta, e tão ardente força de imaginar? Quem foi melhor Pintor? Quem possuiu uma sensibilidade tão delicada, uma veia tão rica, e um estro tão fecundo? Quando maneja o pincel, parece que verdejam, e florescem os objetos com suas cores naturais [...]. Quando ele quer, quase por um encanto aparecem diante de meus olhos os Guerreiros, as naus, as árvores, as refregas, os mares, ouço o estrépito dos combatentes, o rebombo das trombetas, o assobio dos ventos, o zunido dos dardos, o relincho dos cavalos, então assombrado tremo; e para o dizer também em frase Homérica, quase me é preciso defender com as mãos, para arredar as nuvens de setas, e passadores poéticos, que ele aventa. Eis aqui como eu sou imparcial a respeito de Homero, evitem-se os excessos, e acabar-se-ão as questões, que dividem os Literatos [...].[6]

Referências

  1. Ir para cima Ana Lucia Santana. «Homero». Portal Infoescola. Consultado em 15 de março de 2016.
  2. ↑ Ir para:a b c GLEESON-WHITE, Jane (2009). 50 Clássicos. que não podem faltar na sua biblioteca 1 1 ed. (Campinas: Verus). p. 276. ISBN 978-85-7686-061-7.
  3. Ir para cima «Quem foi Homero?». Revista Mundo Estranho - Editora Abril. Consultado em 15 de março de 2015.
  4. Ir para cima José Agostinho de MacedoMotim literario em fórma de soliloquios, Volume I (A. J. da Rocha, 1841), p. 43.
  5. Ir para cima Nuno Álvares Pereira Pato Moniz, Prólogo ao Exame critico do novo poema épico intitulado O Gama (1812), p. 7.
  6. Ir para cima Parecer que deu o Padre José Agostinho de Macedo, sobre o merecimento de Homero, para servir de Prefácio à obra: Iliada de Homero, traduzida do grego em verso portuguez por José Maria da Costa e Silva, Livro I (Lisboa, 1811), pp. 11–12.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • HOMERO. Ilíada. Trad. Odorico Mendes; pref. Augusto Magne. Rio de Janeiro / São Paulo / Porto Alegre: W. M. Jackson Inc., 1950 (in: Clássicos Jackson, vol. XXI)
  • HOMERO. Ilíada. Trad. Carlos Alberto Nunes. Rio de Janeiro: Ediouro, 1969.
  • HOMERO. A Ilíada. Trad. Fernando C. de Araújo Gomes. Rio de Janeiro: Ediouro, 1996. (12a. ed., 2005)
  • HOMERO. Ilíada. Trad. Haroldo de Campos; intro. e org. Trajano Viera; 2 v. (bilíngüe). São Paulo: Arx, 2003
  • HOMERO. Ilíada. Trad. Frederico Lourenço. Lisboa: Livros Cotovia, 2005.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  •  Obras relacionadas com Ilíada no Wikisource
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