Diferença entre Psicólogo e Psicoterapeuta



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Já anteriormente falámos das diferenças entre o Psicólogo e o Psiquiatra (ver aqui). Hoje trago outro tópico no qual a confusão ainda tende a ser maior, ao ponto de muitas vezes as pessoas pensarem qua são sinónimos. Iremos falar das diferenças entre o Psicólogo e o Psicoterapeuta.

Ora tínhamos então já visto que o Psicólogo é um profissional com formação superior em Psicologia (eventualmente especializado em Psicologia Clínica e da Saúde) e que entende os problemas psicológicos enquanto consequência de experiências vivenciais ou relacionais, relacionadas com a forma como o sujeito foi desenvolvendo a sua maneira de lidar consigo e com os outros. Vimos também que a sua abordagem terapêutica passa sobretudo por uma abordagem psicoterapêutica, apoio e aconselhamento psicológico. E é geralmente esta parte que cria alguma confusão.

Mas o que é a Psicoterapia? Psicoterapia é uma forma de terapia que não é exclusiva para problemas psicológicos, e cuja especificidade reside no facto de utilizar como ferramentas os processos psicológicos dos sujeitos. Por outras palavras, não é uma forma de “tratar problemas mentais” mas antes uma forma de tratar que se recorre dos processos mentais. Posto isto, pode-se fazer uma psicoterapia com vista à intervenção num problema ou situação específica (patologia), mas também como forma de aumentar o autoconhecimento – insight – do sujeito (normalidade).

Na realidade, muitos Psicoterapeutas são Psicólogos (aliás, atualmente a Psicoterapia é uma Especialidade Avançada dentro da Especialidade de Psicologia Clínica e da Saúde). No entanto, embora algumas instituições profissionais defendam que a Psicoterapia deva ser exclusiva dos Psicólogos, outras instituições não têm esse entendimento e na realidade o que é facto é que temos vários Psicoterapeutas que não são Psicólogos. Aliás, já tínhamos visto previamente que muitos Psiquiatras também utilizam a Psicoterapia nos seus métodos.

Portanto, a Psicoterapia pode ser vista essencialmente como uma ferramenta, que não é exclusiva da Psicologia nem da Psiquiatria. Um Psicólogo ou um Psiquiatra pode ser simultaneamente Psicólogo e Psicoterapeuta ou Psiquiatra e Psicoterapeuta, mas nem todos os Psicólogos/Psiquiatras são Psicoterapeutas da mesma forma que nem todos os Psicoterapeutas são Psiquiatras ou Psicólogos.

Significa também isto que, na hora de escolher um Psicoterapeuta, há que ter alguns cuidados (aliás, como na escolha de qualquer profissional), com vista a assegurar que o Psicoterapeuta tem, efetivamente, a formação necessária para o trabalho que vai realizar. Se o Psicoterapeuta for também Psicólogo, bastará assegurar-se que o mesmo tem a especialidade reconhecida pela Ordem dos Psicólogos Portugueses. Já mais difícil poderá ser nos casos em que o Psicoterapeuta não é Psicólogo, pois nesse caso, por razões óbvias, o reconhecimento nunca pode ser efetuado através da Ordem dos Psicólogos. Em alternativa recomendo que tente verificar as filiações ou reconhecimentos a nível internacional (quer em Portugal, geralmente por via de uma Sociedade de Psicoterapia, quer no estrangeiro, geralmente por via da European Association for Psychotherapy).

Convirá ainda esclarecer que não existe apenas um mas vários modelos psicoterapêuticos: Para começar temos logo psicoterapias que são realizadas individualmente e psicoterapias que são realizadas em grupo. E depois temos escolas que seguem a perspetiva psicanalista, cognitivo-comportamental, sistémica e as integrativas (que acabam por integrar um pouco das anteriores). Não existem propriamente modelos certos ou errados. A principal diferença consiste na abordagem dos problemas. E, sabendo que “cada caso é um caso” o aspeto determinante na escolha da abordagem psicoterapêutica está geralmente na natureza do pedido (o “problema” que levou à consulta) ou até mesmo na personalidade do próprio sujeito (cliente/paciente). 


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