BÍBLIA: COERÊNCIAS OU NÃO COM JESUS

  





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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
uma das atuações do seu Pastorado4







BÍBLIA: COERÊNCIAS OU NÃO COM JESUS

o conteúdo original que inclui este estudo está 






Atualmente, em janeiro 2025, estamos pesquisando e escrevendo este livro


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ÍNDICE

001   REVELAÇÃO UNIVERSAL

002   ACRÉSCIMO HUMANO

003   HEBRAÍSMO                

004   ESCRITORES BÍBLICOS

005   CÂNONES BÍBLICOS

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xxx
006   MATEUS

007   MARCOS

008   LUCAS

009   JOÃO

010   ATOS

011   ROMANOS

012   CORÍNTIOS

013   GÁLATAS

014   EFÉSIOS

015   FILIPENSES

016   COLOSSENSES

017   TESSALONICENSES

018   TIMÓTEO

019   TITO

020   FILEMOM

021   HEBREUS

022   TIAGO

023   024   025   026   027   028   029   030   

031   032   033   034   035   036   037   038   039   040   

041   042   043   044   045   046   047   048   049   050   
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REVELAÇÃO UNIVERSAL

A REVELAÇÃO UNIVERSAL: UMA VISÃO DIVINA AO LONGO DA HISTÓRIA
A Revelação Universal é o desvelar de Deus à humanidade, comunicando sua vontade, caráter e propósito desde os primórdios da criação até a eternidade. Essa revelação é abrangente, contínua e imutável, iniciando-se com Adão e se manifestando ao longo da história bíblica. Ela não apenas apresenta a essência de Deus, mas também estabelece princípios que transcendem o tempo, servindo como guia para todos os povos. O núcleo dessa revelação é o amor divino e o desejo de comunhão com a humanidade.

JESUS CRISTO: A REVELAÇÃO PERFEITA
Jesus é a plenitude da Revelação Universal, vivendo e ensinando o que foi transmitido desde a criação. Ele demonstrou a essência dos mandamentos divinos em sua vida, resumindo a lei no amor a Deus e ao próximo. Suas ações e palavras não apenas reafirmaram as verdades já reveladas, mas também corrigiram distorções humanas que se acumularam ao longo do tempo. Assim, Jesus cumpriu a Revelação Universal, mostrando seu alcance eterno e sua aplicação prática para a humanidade.

O PAPEL DOS ESCRITORES BÍBLICOS NA REVELAÇÃO UNIVERSAL
Os escritores bíblicos desempenharam um papel essencial ao registrar a Revelação Universal. Sob a inspiração divina, eles escreveram sobre os atributos de Deus, seu plano de salvação e sua interação com a humanidade. Entretanto, também incorporaram visões e interpretações humanas, muitas vezes refletindo o contexto histórico e cultural em que viviam. Assim, é importante discernir entre os aspectos puramente divinos e os acréscimos humanos em seus escritos, para compreender a essência da Revelação Universal.

A IMUTABILIDADE DA REVELAÇÃO UNIVERSAL
Apesar das mudanças culturais e históricas, a essência da Revelação Universal permanece inalterada. Ela continua sendo relevante para todas as gerações, servindo como base para a fé e a prática cristã. Enquanto as interpretações humanas podem variar, a mensagem central do amor, justiça e redenção de Deus é eterna. Esse caráter imutável reafirma a importância de estudar e aplicar a Revelação Universal em um mundo em constante transformação.

BIBLIOGRAFIA

  1. Barth, Karl - Church Dogmatics (1932-1967)
  2. Packer, J.I. - Knowing God (1973)
  3. Wright, N.T. - The New Testament and the People of God (1992)
  4. Carson, D.A. - The Gagging of God (1996)
  5. Grudem, Wayne - Systematic Theology (1994)
  6. Lewis, C.S. - Mere Christianity (1952)
  7. Calvino, João - As Institutas da Religião Cristã (1536)
  8. Keller, Timothy - The Reason for God (2008)
  9. Sproul, R.C. - The Holiness of God (1985)
  10. Bonhoeffer, Dietrich - The Cost of Discipleship (1937)


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ACRÉSCIMO HUMANO

A REVELAÇÃO DIVINA NOS LIVROS SAGRADOS
Os livros sagrados de diversas tradições religiosas são testemunhos da Revelação de Deus à humanidade. Desde os primórdios, a comunicação divina se manifestou como um guia universal para a vida espiritual, ética e social. Essa revelação é imutável, carregando princípios eternos que transcendem o tempo e as culturas. A presença da verdade divina nesses textos é evidente, servindo como um ponto de convergência entre diferentes religiões ao revelar o caráter de Deus e seu desejo de comunhão com a humanidade.

ACRÉSCIMOS HUMANOS NOS ESCRITOS SAGRADOS
Embora os livros sagrados contenham verdades divinas, também carregam marcas dos contextos humanos em que foram escritos. Esses acréscimos podem refletir interpretações pessoais, influências culturais e históricas, ou mesmo interesses particulares. Alguns acréscimos podem ter sido bem-intencionados, buscando aplicar a revelação divina às realidades de seu tempo; outros, entretanto, podem ter sido usados para justificar estruturas de poder ou normas sociais que não refletem plenamente os princípios divinos.

O DESAFIO DE DISCERNIR ENTRE REVELAÇÃO E ACRÉSCIMOS
Um dos maiores desafios para os estudiosos e fiéis é discernir entre o que é verdadeiramente divino e o que é humano nos escritos sagrados. A interpretação crítica, aliada à busca espiritual, ajuda a identificar princípios universais que transcendem limitações históricas. Esse discernimento é essencial para que a Revelação de Deus seja compreendida de forma pura e aplicada adequadamente em contextos contemporâneos, sem as distorções dos acréscimos humanos.

JESUS CRISTO COMO REFERÊNCIA UNIVERSAL
Jesus é um modelo perfeito para compreender a Revelação divina sem os acréscimos humanos. Sua vida e ensinamentos resgataram a essência da verdade universal, corrigindo interpretações equivocadas e reafirmando os princípios eternos de amor, justiça e misericórdia. Ele demonstrou como viver alinhado à vontade divina, sendo uma referência para todas as tradições que buscam a pureza da revelação de Deus.

BIBLIOGRAFIA

  1. Ehrman, Bart D. - Misquoting Jesus: The Story Behind Who Changed the Bible and Why (2005)
  2. Smith, Huston - The World's Religions (1958)
  3. Armstrong, Karen - The Bible: A Biography (2007)
  4. Aslan, Reza - Zealot: The Life and Times of Jesus of Nazareth (2013)
  5. Crossan, John Dominic - The Birth of Christianity (1998)
  6. Boyarin, Daniel - The Jewish Gospels: The Story of the Jewish Christ (2012)
  7. Sachedina, Abdulaziz - Islamic Messianism: The Idea of the Mahdi in Twelver Shi'ism (1981)
  8. Knott, Kim - Hinduism: A Very Short Introduction (1998)
  9. Doniger, Wendy - The Hindus: An Alternative History (2009)
  10. Pagels, Elaine - The Gnostic Gospels (1979)


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HEBRAISMO

A ORIGEM DA NAÇÃO ELEITA
Desde os relatos bíblicos da criação, a narrativa hebraica enfatiza Israel como um povo especial escolhido por Deus. Moisés, ao registrar as origens da humanidade, apresenta uma hierarquia divina nas nações, onde Sem e seus descendentes, incluindo os israelitas, são colocados acima das demais linhagens de Noé. Esse conceito se reforça com a preferência divina pela oferta de Abel (criador de animais) sobre a de Caim (agricultor), estabelecendo uma visão de favor divino sobre aqueles que seguiriam a linhagem semita.

O MONOTEÍSMO RELATIVO DE MOISÉS
Embora Moisés tenha ensinado a adoração exclusiva de Jeová, os textos bíblicos sugerem que ele reconhecia a existência de outros deuses, ainda que subordinados ao Deus de Israel. A expressão "Façamos o homem à nossa imagem e semelhança" (Gênesis 1:26) indica um panteão divino, no qual Jeová seria a autoridade suprema. Dessa forma, o hebraísmo se consolidou com a ideia de que Israel era o povo escolhido do Deus Altíssimo e que toda a história da humanidade deveria ser contada a partir da perspectiva desse povo.

O HEBRAÍSMO E A ARROGÂNCIA NACIONAL
A crença na superioridade de Israel sobre as demais nações gerou um sentimento de exclusividade e distinção. Os israelitas não apenas se viam como escolhidos, mas também interpretavam essa eleição divina como um direito de preeminência sobre outros povos, incluindo os descendentes de Abraão por meio de Hagar (ismaelitas) e Cetura (midianitas). Esse sentimento fomentou uma postura de desprezo em relação aos povos vizinhos, influenciando suas relações políticas e religiosas ao longo dos séculos.

A CONQUISTA DE CANAÃ E O DIREITO DIVINO DE GUERRA
A concepção de que Jeová garantiu a Israel a posse da terra prometida resultou em políticas expansionistas brutais. Moisés entendeu que era ordem divina exterminar os habitantes de Canaã para que os israelitas pudessem ocupar suas terras e riquezas. Essa visão justificada pela fé impulsionou a guerra santa, onde a destruição total das populações inimigas era vista como um ato de obediência a Deus. Esse modelo de conquista se perpetuaria ao longo da história israelita.

A PUREZA RACIAL COMO ELEMENTO ESSENCIAL
A manutenção da identidade hebraica exigia um rigoroso isolamento étnico. Casamentos mistos eram condenados, e em diversas ocasiões, os israelitas foram obrigados a se separar de esposas estrangeiras para preservar a "pureza" da raça. A miscigenação era vista como um perigo para a santidade do povo escolhido, e essa mentalidade se consolidou nas leis e práticas religiosas ao longo dos séculos.

AS CONSEQUÊNCIAS DA PREPOTÊNCIA ISRAELITA
O orgulho nacionalista de Israel e sua resistência em aceitar dominação estrangeira resultaram em repetidas conquistas e exílios. Impérios como Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, que tradicionalmente permitiam certa autonomia às nações vencidas, tiveram que agir com rigor contra os judeus devido à sua constante insubordinação. A destruição do templo em Jerusalém e a diáspora judaica foram consequências diretas desse comportamento resistente à submissão imperial.

A RELAÇÃO COM OS SAMARITANOS NOS TEMPOS DE JESUS
A divisão entre judeus e samaritanos exemplifica o impacto do exclusivismo hebraico. Os samaritanos, descendentes de israelitas que se misturaram com estrangeiros sob dominação assíria, eram vistos como impuros pelos judeus. Nos tempos de Jesus, essa animosidade ainda persistia, evidenciada na parábola do Bom Samaritano e nos conflitos entre ambas as comunidades. O preconceito contra os samaritanos era uma extensão da ideologia hebraica de pureza racial e exclusividade religiosa.

O HEBRAÍSMO NA ATUALIDADE
Até os dias de hoje, o pensamento hebraico mantém sua base exclusivista e nacionalista. O sionismo moderno reflete essa herança, promovendo políticas expansionistas e justificando conflitos com nações vizinhas com base em promessas divinas registradas na Torá. A relação entre Israel e o Ocidente, particularmente com os Estados Unidos e a Europa, é marcada por alianças estratégicas, mas, dentro da mentalidade hebraica, esses aliados podem rapidamente se tornar inimigos caso ameacem seus interesses. A identidade judaica continua permeada por essa visão única do mundo, expressa em sua literatura, cultura e relações internacionais.

BIBLIOGRAFIA

  1. SAND, ShlomoA Invenção do Povo Judeu (2008)
  2. EHRMAN, Bart D.How Jesus Became God (2014)
  3. FINKELSTEIN, Israel & SILBERMAN, Neil AsherA Bíblia Não Tinha Razão (2001)
  4. GOLDHAGEN, Daniel JonahA Moral Reckoning: The Role of the Catholic Church in the Holocaust and Its Unfulfilled Duty of Repair (2002)
  5. KAREN, ArmstrongHistória de Deus (1993)
  6. HESCHEL, Abraham JoshuaGod in Search of Man: A Philosophy of Judaism (1955)
  7. GOODMAN, MartinA History of Judaism (2017)
  8. COHEN, Shaye J. D.The Beginnings of Jewishness: Boundaries, Varieties, Uncertainties (1999)
  9. FLAVIUS, JosefoHistória dos Hebreus (séc. I d.C.)
  10. BUBER, MartinMoisés (1946)



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ESCRITORES BÍBLICOS
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1. A MISSÃO DOS ESCRITORES DO ANTIGO TESTAMENTO

Os escritores bíblicos do Antigo Testamento tinham um papel central na construção da identidade do povo hebreu como nação escolhida por Deus, segundo o entendimento de Moisés e que ajustou perfeito à vaidade humana que o povo tinha. Desde Moisés, responsável pela Torá, até os profetas posteriores, a ênfase nos textos era fortalecer a ideia de que Israel era o único povo de Deus, em uma posição superior às demais nações. Esse princípio permeia narrativas como a eleição de Abraão, a libertação do Egito e a conquista de Canaã. Além disso, os profetas advertiam constantemente o povo a não se misturar com estrangeiros e a manter sua identidade exclusiva, reforçando um hebraísmo que via os outros povos como inferiores ou inimigos.

2. O EXCLUSIVISMO RELIGIOSO E ÉTNICO NO ANTIGO TESTAMENTO

O exclusivismo hebraico era reforçado pelos autores bíblicos que, ao narrar os eventos históricos e religiosos de Israel, destacavam sempre a superioridade do seu Deus, Jeová, sobre as divindades estrangeiras. Nos textos, os outros povos são frequentemente apresentados como ímpios, idólatras e merecedores do castigo divino. Moisés, Josué, Samuel e os profetas como Isaías e Jeremias foram essenciais para sustentar essa visão, justificando guerras, expulsões e até mesmo massacres em nome da "pureza" religiosa e étnica. Esse mesmo tom aparece nos Salmos e nos textos de sabedoria, que frequentemente exaltam Israel como nação santa e superior.

3. A MUDANÇA DE PARADIGMA NO NOVO TESTAMENTO

Com o surgimento do cristianismo, os escritores do Novo Testamento passaram a adotar uma abordagem diferente, ainda que carregada de influência hebraica. Jesus, segundo os evangelistas, rompeu com as tradições exclusivistas e abriu a possibilidade da salvação para todos os povos. No entanto, essa mudança gerou tensão entre os próprios seguidores de Jesus. Autores como Mateus e João ainda reforçavam a identidade judaica do Messias, enquanto Lucas apresentava uma visão mais universalista. Esse debate continuou entre os apóstolos e escritores do cristianismo primitivo.

4. PAULO E A SUPREMACIA DO CRISTIANISMO SOBRE AS DEMAIS RELIGIÕES

O apóstolo Paulo, talvez o escritor mais influente do Novo Testamento, levou o cristianismo para além dos limites do judaísmo. Ele defendia que a salvação era acessível a todos, independentemente de sua origem, desde que abandonassem suas crenças anteriores e se submetessem à fé em Cristo. Suas cartas às igrejas gentílicas enfatizam essa visão universalista, mas não sem conflitos com outros líderes cristãos, como Pedro e Tiago, que ainda viam os judeus como o povo especial de Deus. A pregação de Paulo, ao contrário do judaísmo tradicional, promovia um cristianismo como a única fé legítima, o que reforçou sua expansão, mas também gerou hostilidade entre os judeus que rejeitavam essa mudança.

5. A HERANÇA DO HEBRAÍSMO NOS ESCRITOS CRISTÃOS

Mesmo com a universalização da fé cristã, os escritores do Novo Testamento ainda carregavam elementos do hebraísmo, principalmente na forma de interpretar as Escrituras e justificar a nova fé. A crença na eleição divina, no julgamento sobre os povos e na supremacia de um único Deus manteve-se firme, apenas deslocando a centralidade de Israel para a Igreja cristã. Esse legado permanece até hoje em diversas correntes cristãs, que, assim como os antigos escritores hebreus, continuam a afirmar a superioridade de sua crença sobre todas as demais religiões.

7. BIBLIOGRAFIA

  • "Introdução ao Antigo Testamento" – Raymond B. Dillard & Tremper Longman III (1994)
  • "O Conceito de Israel no Antigo Testamento" – John Goldingay (2003)
  • "Os Judeus e as Palavras" – Amos Oz & Fania Oz-Salzberger (2014)
  • "O Judaísmo no Mundo Grego e Romano" – Lester L. Grabbe (2002)
  • "Paulo e o Judaísmo" – E. P. Sanders (1983)
  • "A Origem do Cristianismo e a Questão Judaica" – Jacob Taubes (1999)
  • "Jesus e o Judaísmo" – Géza Vermes (1983)
  • "Cristianismo Primitivo e Tradição Judaica" – Peter Schäfer (2010)
  • "Hebreus: Entre a Antiga e a Nova Aliança" – George H. Guthrie (1998)
  • "O Judaísmo de Paulo" – Matthew Thiessen (2016)


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    CÂNONES BÍBLICOS

    FORMAÇÃO HISTÓRICA DO CÂNON

    A formação do cânon bíblico foi um processo longo e complexo, envolvendo critérios teológicos, políticos e históricos. No Antigo Testamento, os escritos passaram por seleções criteriosas desde Moisés até Esdras, com forte influência dos sacerdotes e dos profetas. Durante o exílio babilônico, os israelitas organizaram e preservaram textos considerados essenciais para sua identidade e fé. Já no Novo Testamento, os escritos dos apóstolos e discípulos foram circulando entre as comunidades cristãs, e, com o tempo, alguns foram aceitos como inspirados, enquanto outros foram rejeitados. O cânon definitivo do Novo Testamento só foi consolidado no século IV, após intensos debates dentro da igreja.

    OS 41 ESCRITORES E OS MUITOS OUTROS NÃO CANONIZADOS

    Entre os inúmeros escritores que registraram revelações, mensagens e ensinamentos espirituais, apenas 41 tiveram seus textos incluídos no cânon. Isso não significa que os demais não tivessem valor espiritual, mas sim que, por critérios variados, suas obras não foram reconhecidas como autoritativas. Escritos como os livros apócrifos e pseudoepígrafos foram amplamente respeitados e influenciaram a tradição religiosa, mas acabaram excluídos do cânon oficial. Essa exclusão, em muitos casos, foi motivada por questões teológicas e políticas, pois algumas obras traziam interpretações divergentes das doutrinas que estavam sendo estabelecidas.

    A SELEÇÃO DOS TEXTOS CANÔNICOS

    Os livros escolhidos passaram por diversas triagens ao longo do tempo. No Antigo Testamento, Moisés teria iniciado a organização dos primeiros escritos, seguidos por Samuel, os exilados na Babilônia e Esdras. Posteriormente, entre 80 d.C. e 120 d.C., líderes religiosos judeus consolidaram a lista dos livros sagrados, excluindo alguns textos que antes eram respeitados. No cristianismo, até o século IV, não havia consenso sobre quais livros do Novo Testamento deveriam ser aceitos. O Concílio de Cartago, em 397 d.C., ajudou a definir os 27 livros que hoje compõem essa parte da Bíblia. Na Contrarreforma, a Igreja Católica reafirmou o cânon incluindo sete livros deuterocanônicos, rejeitados pelos protestantes.

    A REVELAÇÃO VERDADEIRA E OS ACRÉSCIMOS HUMANOS

    Independentemente do cânon adotado, a verdadeira Revelação de Deus é única, imutável e universal, manifestando-se desde Adão e atingindo seu ápice na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo. Qualquer texto sagrado, seja ele bíblico ou de outra religião, só pode ser considerado Palavra de Deus se estiver em coerência com Jesus e seus ensinamentos. Muitos dos escritos canônicos contêm trechos que refletem acréscimos humanos, moldados por interesses culturais, políticos e teológicos. Dessa forma, a autoridade final não está na letra escrita, mas na verdade viva e plena revelada em Cristo, no Espírito Santo e na consciência daqueles que buscam a verdade.

    BIBLIOGRAFIA

    1. Bruce, F. F.O Cânon das Escrituras (1988)
    2. Metzger, Bruce M.The Canon of the New Testament: Its Origin, Development, and Significance (1987)
    3. McDonald, Lee MartinThe Biblical Canon: Its Origin, Transmission, and Authority (2007)
    4. Ehrman, Bart D.Lost Christianities: The Battles for Scripture and the Faiths We Never Knew (2003)
    5. Vermes, GézaThe Story of the Scrolls (2010)
    6. Barker, MargaretThe Great High Priest: The Temple Roots of Christian Liturgy (2003)
    7. Gamble, Harry Y.Books and Readers in the Early Church (1995)
    8. Sanders, E. P.Jesus and Judaism (1985)
    9. Hahneman, Geoffrey MarkThe Muratorian Fragment and the Development of the Canon (1992)
    10. Pelikan, JaroslavWhose Bible Is It? A Short History of the Scriptures (2005)


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    MATEUS

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    O Evangelho de Mateus é tradicionalmente atribuído ao apóstolo Mateus, um coletor de impostos chamado por Jesus. Escrito entre 80-90 d.C., provavelmente em Antioquia, o livro utiliza como fontes o Evangelho de Marcos, a fonte Q (uma coleção de ditos de Jesus) e tradições orais. Destinado principalmente a judeus-cristãos, o texto busca apresentar Jesus como o Messias prometido no Antigo Testamento, cumprindo as profecias e estabelecendo uma ponte entre o judaísmo e o cristianismo. Seu objetivo é fortalecer a fé dos convertidos e demonstrar a autoridade de Jesus como Filho de Deus e Rei dos judeus.

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Mateus foi amplamente aceito no cânon do Novo Testamento desde os primeiros séculos, sendo um dos evangelhos mais citados pelos pais da igreja. Sua ênfase no cumprimento das profecias e na ética do Reino de Deus o tornou fundamental para a teologia cristã. Hoje, é visto como um texto essencial para entender a vida e os ensinamentos de Jesus, além de ser um recurso valioso para estudos sobre a relação entre o Antigo e o Novo Testamento. Sua mensagem continua a inspirar fiéis e estudiosos, destacando a justiça, a misericórdia e o amor como pilares da fé cristã.

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    Mateus apresenta diversos ensinamentos de Jesus que refletem sua mensagem central. Por exemplo, o Sermão da Montanha (Mateus 5-7) enfatiza o amor ao próximo, a humildade e a justiça, valores centrais na vida de Jesus. A parábola do Bom Samaritano (Mateus 22:39) reforça o mandamento de amar ao próximo, enquanto a cura dos enfermos (Mateus 8:1-17) demonstra a compaixão de Jesus pelos marginalizados. Esses exemplos mostram a coerência entre o texto e a vida de Jesus.

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    Alguns trechos de Mateus parecem contradizer o ensino de Jesus. Um exemplo é a maldição das figueiras (Mateus 21:18-22), onde Jesus amaldiçoa uma árvore por não dar frutos fora de época, atitude que contrasta com sua mensagem de paciência e misericórdia. Outro exemplo é a condenação dos fariseus em Mateus 23, onde o tom severo parece divergir do amor e perdão que Jesus pregava.

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    Há também incoerências menores, como a ênfase excessiva no cumprimento da Lei (Mateus 5:17-20), que pode parecer contraditória com a liberdade que Jesus trouxe em relação às tradições judaicas. Além disso, a genealogia de Jesus (Mateus 1:1-17) inclui figuras controversas, o que pode gerar questionamentos sobre sua precisão histórica e teológica.

    6. A REVELAÇÃO DIVINA E OS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Só é considerada Revelação divina, em Mateus ou em qualquer outro texto, o que está em harmonia com a vida e os ensinamentos de Jesus. Trechos que refletem preconceitos culturais, interpretações errôneas ou interesses políticos devem ser entendidos como acréscimos humanos. A autoridade final está em Jesus, que corrigiu equívocos do Antigo Testamento e revelou a verdadeira natureza de Deus.

    7. A INFLUÊNCIA DE MOISÉS E A CORREÇÃO DE JESUS
    Muitos acréscimos humanos na Bíblia, incluindo em Mateus, refletem o entendimento limitado que Moisés e outros tiveram sobre Deus. Jesus corrigiu essas visões ao dizer: “Ouvistes o que foi dito aos antigos, eu porém vos digo...” (Mateus 5:21-48). Essa abordagem revela a necessidade de reinterpretar as Escrituras à luz do amor e da justiça que Jesus personificou.

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "The Gospel of Matthew" – R.T. France (2007)

    2. "Matthew: A Commentary" – Craig S. Keener (2009)

    3. "The New Testament: A Historical Introduction" – Bart D. Ehrman (2012)

    4. "Jesus and the Gospels" – Craig L. Blomberg (2009)

    5. "The Gospel According to Matthew" – Leon Morris (1992)

    6. "Matthew and the Margins" – Warren Carter (2000)

    7. "The Theology of the Gospel of Matthew" – Ulrich Luz (1995)

    8. "Matthew: Storyteller, Interpreter, Evangelist" – Warren Carter (2004)

    9. "The Gospel of Matthew in Its Historical and Theological Context" – Donald A. Hagner (2011)

    10. "Matthew: A Shorter Commentary" – Dale C. Allison Jr. (2004)



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    MARCOS

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    O Evangelho de Marcos é tradicionalmente atribuído a João Marcos, um companheiro de Pedro e Paulo. Escrito por volta de 65-70 d.C., é considerado o mais antigo dos evangelhos e serviu como fonte para Mateus e Lucas. Marcos escreveu para uma audiência predominantemente gentia, especialmente romanos, enfatizando a ação e o sofrimento de Jesus como o Servo Sofredor. O contexto é marcado pela perseguição aos cristãos, e o objetivo do livro é fortalecer a fé dos leitores, mostrando Jesus como o Messias que veio para servir e dar sua vida em resgate de muitos (Marcos 10:45).

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Marcos foi amplamente aceito no cânon do Novo Testamento, embora inicialmente tenha sido menos popular que Mateus e Lucas. Sua brevidade e estilo direto o tornaram um texto essencial para entender a vida e o ministério de Jesus. Hoje, é valorizado por sua narrativa dinâmica e foco na humanidade de Jesus, destacando seu sofrimento e sacrifício. Para os leitores modernos, Marcos é um convite a seguir Jesus com dedicação, mesmo diante das dificuldades.

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    Marcos apresenta vários ensinamentos e ações de Jesus que refletem sua mensagem central. Por exemplo, a cura do paralítico (Marcos 2:1-12) demonstra a autoridade de Jesus para perdoar pecados e sua compaixão pelos necessitados. A parábola do semeador (Marcos 4:1-20) ilustra a importância de receber a Palavra de Deus com um coração aberto. Além disso, o mandamento de amar a Deus e ao próximo (Marcos 12:28-34) resume a essência do ensino de Jesus.

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    Alguns trechos de Marcos parecem contradizer o caráter de Jesus. Um exemplo é a maldição da figueira (Marcos 11:12-14, 20-25), onde Jesus amaldiçoa uma árvore por não dar frutos fora de época, atitude que contrasta com sua mensagem de paciência e misericórdia. Outro exemplo é a aparente falta de compreensão dos discípulos, que muitas vezes é exagerada no texto, sugerindo uma visão negativa deles que pode não refletir totalmente a realidade.

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    Há também incoerências menores, como a descrição de Jesus como "indignado" ou "irritado" em certas situações (Marcos 1:41, 3:5), o que pode parecer contraditório com sua natureza compassiva. Além disso, a ênfase no "segredo messiânico" (Marcos 1:44, 5:43), onde Jesus pede silêncio sobre seus milagres, pode gerar confusão sobre sua intenção de revelar sua identidade.

    6. A REVELAÇÃO DIVINA E OS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Só é considerada Revelação divina, em Marcos ou em qualquer outro texto, o que está em harmonia com a vida e os ensinamentos de Jesus. Trechos que refletem interpretações culturais, interesses teológicos ou visões limitadas devem ser entendidos como acréscimos humanos. A autoridade final está em Jesus, que personificou a verdadeira natureza de Deus.

    7. A INFLUÊNCIA DE MOISÉS E A CORREÇÃO DE JESUS
    Muitos acréscimos humanos na Bíblia, incluindo em Marcos, refletem o entendimento limitado que Moisés e outros tiveram sobre Deus. Jesus corrigiu essas visões ao dizer: “Ouvistes o que foi dito aos antigos, eu porém vos digo...” (Marcos 7:1-23). Essa abordagem revela a necessidade de reinterpretar as Escrituras à luz do amor e da justiça que Jesus personificou.

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "The Gospel of Mark" – William L. Lane (1974)

    2. "Mark: A Commentary" – Robert A. Guelich (1989)

    3. "The New Testament: A Historical Introduction" – Bart D. Ehrman (2012)

    4. "Mark: The Gospel of Action" – David E. Garland (1996)

    5. "The Gospel According to Mark" – James R. Edwards (2002)

    6. "Mark: Storyteller, Interpreter, Evangelist" – Francis J. Moloney (2004)

    7. "The Theology of the Gospel of Mark" – William Telford (1999)

    8. "Mark: A Shorter Commentary" – C.S. Mann (1986)

    9. "Mark: The Suffering Servant" – R. Alan Cole (1989)

    10. "Mark: A New Translation with Introduction and Commentary" – Joel Marcus (2000)



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    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    O Evangelho de Lucas é atribuído a Lucas, um médico e companheiro de Paulo, que também escreveu Atos dos Apóstolos. Escrito por volta de 80-90 d.C., o livro utiliza como fontes o Evangelho de Marcos, a fonte Q (uma coleção de ditos de Jesus) e tradições orais. Destinado a uma audiência gentia, especialmente greco-romana, Lucas enfatiza a universalidade da salvação, mostrando Jesus como o Salvador de todos os povos. O contexto é marcado pela expansão do cristianismo no Império Romano, e o objetivo é fornecer um relato ordenado e confiável da vida de Jesus, destacando sua compaixão pelos marginalizados e sua missão de trazer salvação a todos.

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Lucas foi amplamente aceito no cânon do Novo Testamento, sendo valorizado por sua narrativa detalhada e ênfase na misericórdia e justiça social. Hoje, é visto como um texto essencial para entender a vida e os ensinamentos de Jesus, especialmente sua preocupação com os pobres, as mulheres e os estrangeiros. Para os leitores modernos, Lucas é um convite a viver uma fé inclusiva e comprometida com a justiça.

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    Lucas apresenta vários ensinamentos e ações de Jesus que refletem sua mensagem central. Por exemplo, a parábola do Bom Samaritano (Lucas 10:25-37) ilustra o amor ao próximo sem distinções. A cura dos enfermos (Lucas 4:38-41) e a atenção aos marginalizados, como Zaqueu (Lucas 19:1-10), demonstram a compaixão de Jesus. Além disso, o Sermão da Planície (Lucas 6:20-49) enfatiza valores como humildade, misericórdia e amor aos inimigos.

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    Alguns trechos de Lucas parecem contradizer o caráter de Jesus. Um exemplo é a parábola do administrador infiel (Lucas 16:1-9), onde Jesus parece elogiar a astúcia de um homem desonesto, o que pode gerar confusão sobre os valores éticos que Ele pregava. Outro exemplo é a aparente exclusividade da salvação em certas passagens (Lucas 13:23-30), que contrasta com a mensagem universalista presente em outras partes do evangelho.

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    Há também incoerências menores, como a genealogia de Jesus (Lucas 3:23-38), que difere da apresentada em Mateus e pode gerar questionamentos sobre sua precisão histórica. Além disso, a descrição de Jesus como "indignado" ou "irritado" em certas situações (Lucas 9:51-56) pode parecer contraditória com sua natureza compassiva.

    6. A REVELAÇÃO DIVINA E OS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Só é considerada Revelação divina, em Lucas ou em qualquer outro texto, o que está em harmonia com a vida e os ensinamentos de Jesus. Trechos que refletem interpretações culturais, interesses teológicos ou visões limitadas devem ser entendidos como acréscimos humanos. A autoridade final está em Jesus, que personificou a verdadeira natureza de Deus.

    7. A INFLUÊNCIA DE MOISÉS E A CORREÇÃO DE JESUS
    Muitos acréscimos humanos na Bíblia, incluindo em Lucas, refletem o entendimento limitado que Moisés e outros tiveram sobre Deus. Jesus corrigiu essas visões ao dizer: “Ouvistes o que foi dito aos antigos, eu porém vos digo...” (Lucas 6:27-36). Essa abordagem revela a necessidade de reinterpretar as Escrituras à luz do amor e da justiça que Jesus personificou.

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "The Gospel of Luke" – Joel B. Green (1997)

    2. "Luke: A Commentary" – François Bovon (2002)

    3. "The New Testament: A Historical Introduction" – Bart D. Ehrman (2012)

    4. "Luke: The Gospel of Amazement" – Michael Card (2011)

    5. "The Gospel According to Luke" – Leon Morris (1988)

    6. "Luke: Storyteller, Interpreter, Evangelist" – Robert C. Tannehill (1996)

    7. "The Theology of the Gospel of Luke" – Joel B. Green (1995)

    8. "Luke: A Shorter Commentary" – C.S. Mann (1986)

    9. "Luke: The Compassionate Savior" – Robert H. Stein (1992)

    10. "Luke: A New Translation with Introduction and Commentary" – Joseph A. Fitzmyer (1985)



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    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    O Evangelho de João é tradicionalmente atribuído ao apóstolo João, filho de Zebedeu, embora haja debates sobre sua autoria direta. Escrito entre 90-110 d.C., possivelmente em Éfeso, o livro difere dos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) por seu estilo teológico e simbólico. João utiliza tradições orais e escritas, mas com um enfoque único na divindade de Jesus. Destinado a uma audiência judaica e gentia, o evangelho busca fortalecer a fé dos cristãos diante das perseguições e heresias, apresentando Jesus como o Verbo encarnado, o Filho de Deus e a luz do mundo (João 1:1-14).

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    João foi amplamente aceito no cânon do Novo Testamento, embora seu estilo único tenha gerado debates iniciais sobre sua ortodoxia. Hoje, é valorizado por sua profundidade teológica e espiritual, destacando a divindade de Jesus e a importância da fé em sua pessoa. Para os leitores modernos, João é um convite a uma relação íntima com Jesus, enfatizando o amor, a verdade e a vida eterna.

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    João apresenta vários ensinamentos e ações de Jesus que refletem sua mensagem central. Por exemplo, o discurso do Bom Pastor (João 10:1-18) ilustra o amor e o cuidado de Jesus por suas ovelhas. A declaração "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (João 14:6) resume a missão de Jesus como revelador de Deus. Além disso, o mandamento de amar uns aos outros (João 13:34-35) é um pilar central do ensino de Jesus.

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    Alguns trechos de João parecem contradizer o caráter de Jesus. Um exemplo é a expulsão dos vendilhões do templo (João 2:13-22), onde Jesus age com uma severidade que contrasta com sua mensagem de amor e perdão. Outro exemplo é a aparente exclusividade da salvação em certas passagens (João 14:6), que pode ser interpretada de forma restritiva, contrariando a universalidade do amor de Deus.

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    Há também incoerências menores, como a descrição de Jesus como "indignado" ou "irritado" em certas situações (João 11:33-38), o que pode parecer contraditório com sua natureza compassiva. Além disso, a ênfase no "segredo messiânico" (João 7:1-10), onde Jesus evita publicidade, pode gerar confusão sobre sua intenção de revelar sua identidade.

    6. A REVELAÇÃO DIVINA E OS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Só é considerada Revelação divina, em João ou em qualquer outro texto, o que está em harmonia com a vida e os ensinamentos de Jesus. Trechos que refletem interpretações culturais, interesses teológicos ou visões limitadas devem ser entendidos como acréscimos humanos. A autoridade final está em Jesus, que personificou a verdadeira natureza de Deus.

    7. A INFLUÊNCIA DE MOISÉS E A CORREÇÃO DE JESUS
    Muitos acréscimos humanos na Bíblia, incluindo em João, refletem o entendimento limitado que Moisés e outros tiveram sobre Deus. Jesus corrigiu essas visões ao dizer: “Ouvistes o que foi dito aos antigos, eu porém vos digo...” (João 8:1-11). Essa abordagem revela a necessidade de reinterpretar as Escrituras à luz do amor e da justiça que Jesus personificou.

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "The Gospel of John" – Raymond E. Brown (1966)

    2. "John: A Commentary" – Craig S. Keener (2003)

    3. "The New Testament: A Historical Introduction" – Bart D. Ehrman (2012)

    4. "John: The Gospel of Belief" – Merrill C. Tenney (1948)

    5. "The Gospel According to John" – Leon Morris (1995)

    6. "John: Storyteller, Interpreter, Evangelist" – Francis J. Moloney (2005)

    7. "The Theology of the Gospel of John" – Dwight Moody Smith (1995)

    8. "John: A Shorter Commentary" – C.S. Mann (1986)

    9. "John: The Beloved Disciple" – Robert H. Stein (1992)

    10. "John: A New Translation with Introduction and Commentary" – Rudolf Schnackenburg (1987)




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    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    O livro de Atos dos Apóstolos é tradicionalmente atribuído a Lucas, o mesmo autor do terceiro evangelho, sendo considerado a segunda parte de uma obra única (Lucas-Atos). Escrito por volta de 80-90 d.C., utiliza testemunhos oculares, tradições orais e possivelmente documentos escritos. Destinado a Teófilo (Lucas 1:3; Atos 1:1) e a uma audiência gentio-cristã, o livro narra a expansão da igreja primitiva após a ascensão de Jesus. Seu contexto é marcado pela missão cristã no Império Romano, e seus objetivos incluem mostrar a ação do Espírito Santo, a universalidade da mensagem cristã e a transição do judaísmo para o cristianismo.

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Atos foi amplamente aceito no cânon do Novo Testamento desde os primeiros séculos, sendo reconhecido como uma ponte entre os Evangelhos e as Epístolas. Hoje, é valorizado por seu relato histórico-teológico do movimento cristão primitivo, destacando o papel do Espírito Santo e a inclusão dos gentios. Para os leitores modernos, Atos serve como modelo de missão, comunidade e perseverança na fé, além de oferecer insights sobre a diversidade cultural e teológica da igreja nascente.

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    Atos apresenta várias narrativas e discursos alinhados aos ensinamentos de Jesus. Por exemplo:

    • A partilha de bens entre os cristãos (Atos 2:44-45; 4:32-35) reflete o ideal de comunhão e amor ao próximo (Lucas 12:33).

    • O discurso de Pedro no Pentecostes (Atos 2:14-36) enfatiza a ressurreição e a exaltação de Jesus, cumprindo sua promessa (Lucas 24:46-49).

    • A defesa de Estêvão (Atos 7) ecoa a crítica de Jesus à rigidez religiosa (Mateus 23:29-36).

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    Alguns trechos de Atos parecem divergir do espírito de Jesus:

    • A morte de Ananias e Safira (Atos 5:1-11), punidos severamente por reter bens, contrasta com a misericórdia de Jesus para com pecadores (ex.: João 8:1-11).

    • A maldição de Paulo contra Elimas (Atos 13:8-11), que fica cego, parece contradizer o ensino de amor aos inimigos (Mateus 5:44).

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS

    • A priorização da pregação aos judeus (Atos 13:46; 18:6) antes dos gentios pode parecer excludente, embora depois seja corrigida (Atos 15).

    • O uso de estratégias políticas por Paulo (Atos 16:37-39; 22:25-29) pode contrastar com a simplicidade radical de Jesus (Mateus 10:9-10).

    6. A REVELAÇÃO DIVINA E OS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Em Atos, só é Revelação divina o que está em harmonia com Jesus: a ênfase no Espírito Santo, a inclusão dos gentios e o amor comunitário. Já elementos como punições severas ou estratégias políticas refletem contextos humanos e culturais, não a essência do Evangelho. A autoridade final está em Jesus, que revelou o Deus de amor (João 1:18).

    7. A INFLUÊNCIA DE MOISÉS E A CORREÇÃO DE JESUS
    Atos mostra a tensão entre a lei mosaica e a novidade de Cristo, especialmente no Concílio de Jerusalém (Atos 15). Paulo, como Jesus, corrige interpretações rígidas da lei (Atos 15:10-11), afirmando que a salvação vem pela graça, não por obras legais (Efésios 2:8-9).

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "Atos dos Apóstolos" – F.F. Bruce (1988)

    2. "The Acts of the Apostles" – Ben Witherington III (1998)

    3. "Atos: Uma Interpretação Teológica" – I. Howard Marshall (1980)

    4. "Atos e o Império Romano" – Richard Cassidy (1987)

    5. "Atos: Comentário Histórico-Cultural" – Craig S. Keener (2012)

    6. "Atos e a Missão da Igreja" – David J. Bosch (1991)

    7. "Atos: O Evangelho do Espírito" – Justo L. González (2001)

    8. "Atos e a Identidade Cristã" – Philip F. Esler (2003)

    9. "Atos na Perspectiva Pentecostal" – Roger Stronstad (1995)

    10. "Atos: Uma Leitura Política" – Ched Myers (2015)



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    ROMANOS

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    A Carta aos Romanos foi escrita por Paulo por volta de 57-58 d.C., durante sua terceira viagem missionária, provavelmente em Corinto. Como fonte, Paulo utiliza suas experiências pessoais, o Antigo Testamento e os ensinamentos de Jesus. Destinada à comunidade cristã de Roma, composta por judeus e gentios, a carta tem como objetivo apresentar uma síntese do evangelho, abordando temas como justificação pela fé, graça divina e a relação entre lei e fé. O contexto inclui tensões entre judeus e gentios na igreja e a preparação para a visita de Paulo a Roma (Romanos 1:13-15; 15:22-29).

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Romanos foi amplamente aceita no cânon do Novo Testamento e tornou-se um dos textos mais influentes da teologia cristã, especialmente na Reforma Protestante. Hoje, é considerada a "constituição" da fé cristã, abordando questões centrais como salvação, ética e vida no Espírito. Para os leitores modernos, Romanos oferece uma base doutrinária sólida e um chamado à vivência prática do amor e da justiça (Romanos 12–13).

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    Várias passagens de Romanos refletem os ensinamentos de Jesus:

    • Amor ao próximo (Romanos 13:8-10) ecoa o mandamento de Jesus (Mateus 22:37-40).

    • Justificação pela fé (Romanos 3:21-28) alinha-se à mensagem de graça e perdão de Jesus (Lucas 18:9-14).

    • Inclusão dos gentios (Romanos 15:7-12) cumpre a missão universal de Cristo (Mateus 28:19).

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    Alguns trechos parecem contradizer o espírito de Jesus:

    • Predestinação (Romanos 9:14-24), que sugere eleição divina arbitrária a Israel, contrasta com a oferta universal de salvação em Jesus (João 3:16).

    • Submissão incondicional às autoridades (Romanos 13:1-7) pode conflitar com a resistência de Jesus à opressão (Mateus 21:12-13).

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS

    • Rigor na condenação moral (Romanos 1:18-32) pode parecer excessivo diante da misericórdia de Jesus (João 8:1-11).

    • Ênfase na "ira de Deus" (Romanos 2:5-8) contrasta com a ênfase de Jesus no amor divino (Lucas 15:11-32).

    6. A REVELAÇÃO DIVINA E OS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Em Romanos, a verdadeira Revelação divina é o núcleo do evangelho: justiça pela fé, graça e amor (Romanos 5:8; 8:38-39). Já conceitos como predestinação ou submissão política refletem o contexto cultural e teológico de Paulo, não a essência de Jesus. A autoridade final está na vida e nos ensinamentos de Cristo, que revelam um Deus de amor incondicional.

    7. A INFLUÊNCIA DE MOISÉS E A CORREÇÃO DE JESUS
    Paulo, como Jesus, critica a rigidez da lei mosaica (Romanos 7:6; 10:4), afirmando que a fé em Cristo transcende a justiça legalista (Romanos 3:21-22). Essa abordagem ecoa as correções de Jesus: "Ouvistes o que foi dito... eu, porém, vos digo" (Mateus 5:21-48).

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "Romanos: Comentário Teológico" – Karl Barth (1919)

    2. "A Carta aos Romanos" – John Stott (1994)

    3. "Romanos e a Teologia Paulina" – N.T. Wright (2002)

    4. "Romanos: Justiça e Vida" – James Dunn (1988)

    5. "O Evangelho Segundo Paulo" – Timothy Keller (2016)

    6. "Romanos: Uma Introdução" – Douglas Moo (1996)

    7. "Paulo e a Lei" – E.P. Sanders (1983)

    8. "Romanos: Comentário Histórico-Cultural" – Craig Keener (2009)

    9. "A Justiça de Deus em Romanos" – Leon Morris (1988)

    10. "Romanos e a Graça" – Dietrich Bonhoeffer (1940)




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    CORÍNTIOS

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    As duas cartas aos Coríntios foram escritas por Paulo entre 53-57 d.C., durante sua segunda e terceira viagens missionárias. A primeira carta (1 Coríntios) foi redigida em Éfeso, enquanto a segunda (2 Coríntios) provavelmente na Macedônia. Paulo utiliza relatos de membros da igreja (1 Cor 1:11), cartas anteriores (1 Cor 5:9) e revelações diretas (2 Cor 12:1-4). Destinadas à problemática comunidade de Corinto – cidade cosmopolita e imoral –, as cartas visam corrigir divisões (1 Cor 1:10-13), imoralidade (1 Cor 5:1-5), questões doutrinárias (1 Cor 15) e defender a autoridade apostólica de Paulo (2 Cor 10-13).

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Ambas as cartas foram amplamente reconhecidas desde o século II, citadas por pais da igreja como Inácio e Clemente. Hoje, são fundamentais para entender a vida da igreja primitiva e os desafios de viver o evangelho em contextos culturais complexos. Para leitores modernos, oferecem insights sobre unidade eclesiástica, ética sexual, uso dos dons espirituais e sofrimento cristão (2 Cor 1:3-7; 12:7-10).

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    • Amor como fundamento (1 Cor 13) reflete João 13:34-35
    • Preocupação com os fracos (1 Cor 8:9-13) ecoa Lucas 10:25-37
    • Valorização da ressurreição (1 Cor 15:12-20) alinha-se a João 11:25-26
    • Ministério de reconciliação (2 Cor 5:18-20) desenvolve Mateus 5:23-24

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    • Submissão feminina (1 Cor 14:34-35) contrasta com o tratamento igualitário de Jesus (Lucas 8:1-3; João 4:7-27)
    • "Maldição" aos que não amam o Senhor (1 Cor 16:22) difere do espírito de Lucas 6:27-28
    • Autodefesa agressiva de Paulo (2 Cor 11:16-21) distancia-se da mansidão de Cristo (Mateus 5:39)

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    • Regulamentação excessiva de cultos (1 Cor 11:2-16; 14:26-40) versus simplicidade de Jesus (Mateus 6:5-8)
    • Ênfase no "direito" apostólico (1 Cor 9:3-14) contra a gratuidade de Mateus 10:8
    • Linguagem de "competição" espiritual (2 Cor 10:12-18) contrasta com humildade (Mateus 20:26-28)

    6. REVELAÇÃO DIVINA VERSUS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    A essência revelada inclui:
    ✓ Cristo crucificado como sabedoria de Deus (1 Cor 1:18-25)
    ✓ O corpo como templo do Espírito (1 Cor 6:19-20)
    ✓ A suficiência da graça (2 Cor 12:9)
    Já elementos como códigos de vestimenta (1 Cor 11) ou hierarquias de gênero refletem o contexto cultural coríntio.

    7. CORREÇÕES À TRADIÇÃO MOSAICA
    Paulo, seguindo Jesus:
    • Substitui a lei do talião (Êx 21:24) pelo amor (1 Cor 6:1-8)
    • Redefine pureza: de ritual (Lv 11) para moral (1 Cor 5:6-8)
    • Transforma o conceito de sacrifício (2 Cor 2:14-16 versus Lv 1-7)

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "1-2 Coríntios" - Gordon Fee (2014)

    2. "Paulo e Corinto" - Jerome Murphy-O'Connor (2002)

    3. "The First Epistle to the Corinthians" - Leon Morris (1985)

    4. "2 Corinthians" - Scott Hafemann (2000)

    5. "Corinto no Tempo de Paulo" - Bruce Winter (1994)

    6. "Paul's Theology of Preaching" - Duane Litfin (1985)

    7. "The Social Setting of Pauline Christianity" - Gerd Theissen (1982)

    8. "Women in the Church" - Craig Keener (1992)

    9. "Paul and Power" - Bengt Holmberg (1978)

    10. "The Corinthian Body" - Dale Martin (1995)

    As cartas revelam a tensão entre princípios eternos e aplicações culturais, convidando a uma hermenêutica cristocêntrica que distingue o essencial (Cristo) do circunstancial (costumes do século I).



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    GÁLATAS

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    A Carta aos Gálatas foi escrita por Paulo entre 48-55 d.C., sendo uma das primeiras cartas do Novo Testamento. Destinada às igrejas da Galácia (região central da Ásia Menor), foi composta em resposta à infiltração de "judaizantes" que insistiam na circuncisão e na observância da Lei mosaica como requisitos para a salvação (Gálatas 1:6-7; 3:1-5). Paulo fundamenta seu argumento em sua experiência de conversão (Gálatas 1:11-24), nas Escrituras judaicas (Gálatas 3:6-14) e no ensino de Jesus sobre a graça. O objetivo principal é defender o evangelho da graça contra o legalismo religioso.

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Reconhecida como autêntica desde os primeiros séculos, Gálatas foi crucial para a Reforma Protestante (Lutero a chamou de "minha esposa"). Hoje, serve como baluarte contra toda forma de religiosidade legalista, afirmando a liberdade cristã (Gálatas 5:1). Para leitores modernos, é um manifesto sobre:
    ✓ Justificação pela fé (não por obras)
    ✓ Unidade em Cristo (superando barreiras étnicas)
    ✓ O fruto do Espírito versus obras da carne (Gálatas 5:16-26)

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    • Graça sobre a lei (Gálatas 2:16) - João 1:17
    • Amor cumpre a lei (Gálatas 5:14) - Mateus 22:37-40
    • Nova criação em Cristo (Gálatas 6:15) - João 3:3-8
    • Servir em amor (Gálatas 5:13) - Marcos 10:42-45

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    • Linguagem imprecatória (Gálatas 1:8-9; 5:12) contrasta com a misericórdia de Jesus (Lucas 9:51-56)
    • Confronto público com Pedro (Gálatas 2:11-14) difere da abordagem privada de Jesus (Mateus 18:15-17)
    • Dualismo carne/Espírito (Gálatas 5:16-17) pode negligenciar a encarnação (João 1:14)

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    • Uso alegórico de Sara e Agar (Gálatas 4:21-31) como método interpretativo questionável
    • Ênfase na "maldição da lei" (Gálatas 3:10-13) versus valorização de Jesus (Mateus 5:17-20)
    • Visão negativa da lei (Gálatas 3:19-25) contrasta com Salmo 119, e o próprio Jesus que não a obedeceu por completo, fez consertos nela, mas fez tudo isto num tom de compreensão, de tolerância, e não de condenações.

    6. REVELAÇÃO DIVINA VERSUS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Revelação genuína:
    ✓ Cristo como plenitude do tempo (Gálatas 4:4)
    ✓ Fé que opera pelo amor (Gálatas 5:6)
    ✓ Liberdade cristã (Gálatas 5:1)
    Acréscimos culturais:
    ✗ Linguagem combativa (reflexo do zelo farisaico de Paulo)
    ✗ Algumas interpretações alegóricas extremas

    7. CORREÇÕES À TRADIÇÃO MOSAICA
    Paulo radicaliza as correções de Jesus:
    • Lei como "aio" temporário (Gálatas 3:24-25) versus sistema perpétuo
    • Fé de Abraão (Gálatas 3:6-9) precede e supera a Lei
    • Nova criação (Gálatas 6:15) anula distinções ritualísticas

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "Gálatas" - J. Louis Martyn (1997)

    2. "A Carta aos Gálatas" - John Stott (1968)

    3. "Paul and Palestinian Judaism" - E.P. Sanders (1977)

    4. "The Theology of Paul's Letter to the Galatians" - James Dunn (1993)

    5. "Galatians: A Commentary" - Richard Longenecker (1990)

    6. "The Irony of Galatians" - Mark Nanos (2002)

    7. "Paul and the Torah" - Lloyd Gaston (1987)

    8. "Grace and Law" - Ernest de Witt Burton (1921)

    9. "The Curse of the Law" - Timothy Gombis (2013)

    10. "Galatians Re-Imagined" - Brigitte Kahl (2010)

    Gálatas permanece como texto fundamental para equilibrar graça e responsabilidade, fé e obras, liberdade e amor - sempre tendo Cristo como critério hermenêutico definitivo (Gálatas 2:20).



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    EFÉSIOS

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    A Carta aos Efésios é tradicionalmente atribuída a Paulo, embora alguns estudiosos questionem sua autoria direta devido a diferenças de estilo e vocabulário. Escrita entre 60-63 d.C., durante o primeiro cativeiro romano de Paulo, a carta é considerada uma "encíclica" destinada a várias igrejas da Ásia Menor, não apenas a Éfeso (Efésios 1:1; 3:4). Paulo utiliza conceitos teológicos desenvolvidos em outras cartas (Colossenses, Romanos) e revelações pessoais (Efésios 3:2-6). O contexto inclui a expansão do cristianismo no mundo gentio e o objetivo é fortalecer a identidade da igreja como corpo de Cristo, enfatizando unidade, graça e vida no Espírito.

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Efésios foi amplamente aceita no cânon desde o século II, citada por Inácio de Antioquia e outros pais da igreja. Hoje, é valorizada como "a rainha das epístolas" por sua profundidade teológica sobre a igreja. Para leitores modernos, oferece:
    ✓ Visão cósmica da redenção (Efésios 1:3-14)
    ✓ Modelo de relacionamentos cristãos (Efésios 5:21-6:9)
    ✓ Armadura espiritual para batalhas éticas (Efésios 6:10-18)

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    • Unidade do corpo (Efésios 4:1-6) - João 17:20-23
    • Perdão mútuo (Efésios 4:32) - Mateus 6:14-15
    • Luz do mundo (Efésios 5:8-14) - Mateus 5:14-16
    • Serviço humilde (Efésios 4:11-13) - Marcos 10:42-45

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    • Hierarquia marital (Efésios 5:22-24) contrasta com a reciprocidade em Gálatas 3:28 e o tratamento de Jesus às mulheres
    • Escravidão aceita (Efésios 6:5-9) versus espírito libertador de Lucas 4:18-19
    • Determinismo cósmico (Efésios 1:4-5,11) pode conflitar com o livre-arbítrio em João 7:17

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    • Ênfase em "principados e potestades" (Efésios 6:12) ausente nos evangelhos
    • Batismo como "selo" (Efésios 4:30) versus ênfase de Jesus no batismo no Espírito (Atos 1:5)
    • Linguagem de dominação (Efésios 1:22) contrasta com servo sofredor de Isaías 53

    6. REVELAÇÃO DIVINA VERSUS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Revelação genuína:
    ✓ Eleição em amor (Efésios 1:4-6)
    ✓ Graça como dom (Efésios 2:8-9)
    ✓ Mistério da união judeu-gentio (Efésios 2:14-18)
    Acréscimos culturais:
    ✗ Estruturas patriarcais (Efésios 5:22-6:9)
    ✗ Dualismo cósmico exacerbado

    7. CORREÇÕES À TRADIÇÃO MOSAICA
    Paulo desenvolve as correções de Jesus:
    • Templo espiritual (Efésios 2:21) versus templo físico
    • Lei abolida na cruz (Efésios 2:15) versus ênfase ritual
    • Sacerdócio universal (Efésios 2:18) versus sacerdócio levítico

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "Ephesians" - Markus Barth (1974)

    2. "Letter to the Ephesians" - Peter O'Brien (1999)

    3. "Paul and the Power of Grace" - John Barclay (2020)

    4. "The Mysticism of Paul" - Albert Schweitzer (1931)

    5. "Ephesians: A New Translation" - Harold Hoehner (2002)

    6. "The Theology of Ephesians" - Rudolf Schnackenburg (1991)

    7. "Paul and the Stoics" - Troels Engberg-Pedersen (2000)

    8. "In Christ" - Constantine Campbell (2012)

    9. "The Prison Letters" - N.T. Wright (2004)

    10. "Ephesians and Empire" - Justin Hardin (2020)

    Efésios apresenta uma síntese madura do pensamento paulino, onde a cruz reconcilia todas as coisas (Efésios 1:10), exigindo discernimento para separar princípios eternos de estruturas culturais transitórias.




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    FILIPENSES

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    A Carta aos Filipenses foi escrita por Paulo por volta de 60-62 d.C., durante seu primeiro cativeiro romano (Filipenses 1:7,13). Como fontes, Paulo utiliza suas experiências pessoais (Filipenses 3:4-7), tradições cristãs (Filipenses 2:5-11) e o Antigo Testamento. Destinada à igreja de Filipos (primeira fundada por Paulo na Europa - Atos 16), a carta tem como objetivos:

    • Agradecer pelo apoio financeiro (Filipenses 4:10-20)

    • Alertar contra falsos mestres (Filipenses 3:2-3)

    • Promover unidade (Filipenses 2:1-4)

    • Mostrar alegria no sofrimento (Filipenses 1:12-30)

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Reconhecida como autêntica desde o século II, Filipenses é chamada de "a carta da alegria" (a palavra aparece 16x). Hoje, é valorizada por:
    ✓ Teologia da encarnação (Filipenses 2:5-11)
    ✓ Modelo de contentamento (Filipenses 4:11-13)
    ✓ Visão missionária (Filipenses 1:12-18)
    Para leitores modernos, oferece um manual de vida cristã em meio às adversidades.

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    • Humilhação e exaltação (Filipenses 2:5-11) - Marcos 10:45
    • Perda como ganho (Filipenses 3:7-8) - Mateus 13:44-46
    • Preocupação com todos (Filipenses 2:4) - Lucas 10:25-37
    • Alegria nas provações (Filipenses 1:18) - Mateus 5:11-12

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    • Linguagem violenta contra oponentes (Filipenses 3:2) contrasta com amor aos inimigos (Mateus 5:44)
    • Autoconfiança na justiça própria (Filipenses 3:4-6) antes da conversão versus humildade de Jesus (João 5:19)
    • Ênfase no "progresso" espiritual (Filipenses 3:12-16) pode sugerir perfeccionismo

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    • Citação de hino pré-existente (Filipenses 2:6-11) com linguagem não encontrada nos evangelhos
    • Comparação com animais (Filipenses 3:2) pouco característica de Jesus
    • Ênfase no exemplo pessoal (Filipenses 3:17) versus apontar sempre para Cristo

    6. REVELAÇÃO DIVINA VERSUS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Revelação genuína:
    ✓ Kenosis (esvaziamento) de Cristo (Filipenses 2:6-7)
    ✓ Justiça pela fé (Filipenses 3:9)
    ✓ Paz que excede entendimento (Filipenses 4:7)
    Acréscimos culturais:
    ✗ Linguagem combativa (reflexo do caráter de Paulo)
    ✗ Algumas expressões estoicas (Filipenses 4:11)

    7. CORREÇÕES À TRADIÇÃO MOSAICA
    Paulo radicaliza o ensino de Jesus:
    • Circuncisão como "mutilação" (Filipenses 3:2) versus valor mosaico
    • Justiça da fé (Filipenses 3:9) versus justiça da lei
    • Cidadania celestial (Filipenses 3:20) versus terra prometida

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "Philippians" - Gordon Fee (1995)

    2. "A Letter to the Philippians" - N.T. Wright (2008)

    3. "Paul's Letter to the Philippians" - Gerald Hawthorne (1983)

    4. "The Epistle to the Philippians" - James Montgomery Boice (2000)

    5. "Philippians: A Greek Student's Intermediate Reader" - Jerry Sumney (2007)

    6. "Rejoice in the Lord" - John Piper (2013)

    7. "The Prison Epistles" - E. Randolph Richards (2013)

    8. "Philippians and Philemon" - Bonnie Thurston (2005)

    9. "Paul and the Gift" - John Barclay (2015)

    10. "The Letter to the Philippians" - Peter O'Brien (1991)



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    COLOSSENSES

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    A Carta aos Colossenses foi escrita por Paulo por volta de 60-62 d.C., durante seu primeiro cativeiro romano (Colossenses 4:3,18), com a colaboração de Timóteo (Colossenses 1:1). Como fontes, Paulo utiliza tradições cristológicas primitivas (Colossenses 1:15-20), testemunhos de Epafras (Colossenses 1:7-8) e sua própria experiência apostólica. Destinada à igreja de Colossos (cidade da Frígia), a carta combate uma heresia sincrética que misturava:
    ✓ Judaísmo (observâncias ritualísticas - 2:16)
    ✓ Gnosticismo (hierarquias angélicas - 2:18)
    ✓ Ascetismo (misticismo rigorista - 2:20-23)
    Seu objetivo principal é afirmar a supremacia de Cristo sobre todas as coisas (1:15-20) e a suficiência de sua obra redentora (2:13-15).

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Apesar de debates sobre sua autoria (devido ao vocabulário diferente), Colossenses foi aceita no cânon desde Irineu (século II). Hoje, é fundamental para:
    ✓ Cristologia cósmica (1:15-20)
    ✓ Teologia da plenitude (2:9-10)
    ✓ Ética cristã transformadora (3:1-17)
    Para leitores modernos, oferece antídoto contra espiritualidades superficiales e legalismos religiosos.

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    • Cabeça do corpo (1:18) - Mateus 28:18
    • Perdão de pecados (1:14) - Marcos 2:5-11
    • Amor como vínculo (3:14) - João 13:34-35
    • Servir como ao Senhor (3:23-24) - Mateus 25:40

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    • Hierarquias domésticas rígidas (3:18-4:1) versus reciprocidade em Gálatas 3:28
    • Linguagem de dominação cósmica (2:15) contrasta com servo sofredor de Isaías 53
    • Ascetismo como "aparência de sabedoria" (2:23) versus jejum ensinado por Jesus (Mateus 6:16-18)

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    • Hino cristológico pré-existente (1:15-20) com termos não usados por Jesus
    • "Filosofia e vãs sutilezas" (2:8) poderia incluir elementos válidos
    • Ênfase no "mistério" revelado (1:26-27) ausente nos evangelhos

    6. REVELAÇÃO DIVINA VERSUS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Revelação genuína:
    ✓ Plenitude em Cristo (2:9-10)
    ✓ Nova natureza em Cristo (3:9-10)
    ✓ Cristo acima de potestades (2:10,15)
    Acréscimos culturais:
    ✗ Códigos domésticos patriarcais (3:18-4:1)
    ✗ Dualismo corpo/espírito (2:20-23)

    7. CORREÇÕES À TRADIÇÃO MOSAICA
    Paulo aprofunda as correções de Jesus:
    • Lei como "sombra" (2:17) versus realidade em Cristo
    • Circuncisão espiritual (2:11) versus ritual física
    • Alimentos limpos pela palavra (2:21-22) versus leis dietéticas

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "Colossians" - N.T. Wright (1986)

    2. "The Epistles to Colossians" - F.F. Bruce (1984)

    3. "Paul and the Stoics" - Troels Engberg-Pedersen (2000)

    4. "Colossians Remixed" - Walsh & Keesmaat (2004)

    5. "The Colossian Syncretism" - Clinton Arnold (1996)

    6. "Letters to Philemon, Colossians" - Eduard Lohse (1971)

    7. "The Theology of Colossians" - Fred O. Francis (1975)

    8. "Colossians and Philemon" - Douglas Moo (2008)

    9. "The Christology of Colossians" - Richard DeMaris (1994)

    10. "Power and Ethics in Paul" - David Horrell (2002)

    Colossenses apresenta Cristo como plenitude da revelação divina (1:19), convidando a uma hermenêutica que distingue entre o eterno (suficiência de Cristo) e o temporal (códigos culturais do século I), sempre tendo o Jesus histórico como critério último.



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    TESSALONICENSES

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    As Cartas aos Tessalonicenses (1 e 2 Tessalonicenses) são amplamente reconhecidas como os escritos mais antigos de Paulo, datadas de 50-51 d.C. Escritas em Corinto após a fundação da igreja em Tessalônica (Atos 17:1-9), foram endereçadas a uma comunidade majoritariamente gentílica enfrentando perseguição (1 Tessalonicenses 1:6; 2:14). Paulo utiliza:

    • Tradições orais sobre Jesus (1 Tessalonicenses 4:15-17)

    • Ensino apostólico direto (1 Tessalonicenses 4:1-2)

    • Experiência missionária (1 Tessalonicenses 2:1-12)
      Seus objetivos incluem:
      ✓ Consolar os perseguidos (1 Tessalonicenses 3:1-5)
      ✓ Corrigir mal-entendidos escatológicos (1 Tessalonicenses 4:13-5:11)
      ✓ Combater ociosidade (2 Tessalonicenses 3:6-12)

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Ambas as cartas foram aceitas no cânon desde o século II, citadas por Justino Mártir e Irineu. Hoje, são fundamentais para:
    ✓ Entender a escatologia paulina
    ✓ Modelos de liderança pastoral (1 Tessalonicenses 2:1-12)
    ✓ Ética do trabalho (2 Tessalonicenses 3:6-15)
    Para leitores modernos, oferecem orientação sobre como viver entre a primeira e a segunda vinda de Cristo.

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    • Vigilância escatológica (1 Tessalonicenses 5:1-11) - Mateus 24:42-44
    • Santidade sexual (1 Tessalonicenses 4:3-5) - Mateus 5:27-28
    • Amar uns aos outros (1 Tessalonicenses 4:9-10) - João 13:34-35
    • Trabalhar honestamente (2 Tessalonicenses 3:7-10) - Lucas 10:7

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    • Imprecação contra oponentes (2 Tessalonicenses 1:6-9) versus amor aos inimigos (Mateus 5:44)
    • Ênfase no "dia do Senhor" como vingança (2 Tessalonicenses 1:8) versus graça escatológica (Lucas 4:18-19)
    • Determinismo escatológico (2 Tessalonicenses 2:11-12) contrasta com livre-arbítrio (João 7:17)

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    • Uso de tradições apocalípticas judaicas (2 Tessalonicenses 2:3-12) não encontradas nos evangelhos
    • Ênfase na iminência escatológica (1 Tessalonicenses 4:15) versus "nem o Filho sabe" (Mateus 24:36)
    • Linguagem militarista (1 Tessalonicenses 5:8) pouco característica de Jesus

    6. REVELAÇÃO DIVINA VERSUS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Revelação genuína:
    ✓ Consolação na ressurreição (1 Tessalonicenses 4:13-18)
    ✓ Santificação integral (1 Tessalonicenses 5:23)
    ✓ Paciência escatológica (2 Tessalonicenses 3:5)
    Acréscimos culturais:
    ✗ Concepções judaicas de juízo
    ✗ Estruturas de trabalho pré-industriais

    7. CORREÇÕES À TRADIÇÃO MOSAICA
    Paulo reinterpreta as tradições:
    • Lei do talião → Justiça divina (1 Tessalonicenses 5:15)
    • Profecias apocalípticas → Parousia de Cristo (2 Tessalonicenses 2:1-2)
    • Trabalho como maldição → Vocação (2 Tessalonicenses 3:10-12)

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "1 & 2 Thessalonians" - Gordon Fee (2009)

    2. "The Letters to the Thessalonians" - Gene Green (2002)

    3. "Paul and the Parousia" - Joseph Plevnik (1997)

    4. "The Thessalonian Correspondence" - R. Jewett (1986)

    5. "1-2 Thessalonians" - G. K. Beale (2003)

    6. "The Hope of Glory" - Abraham Malherbe (2000)

    7. "Paul and Rhetoric" - J. A. D. Weima (2014)

    8. "The Theology of Paul's Letters" - J. D. G. Dunn (1998)

    9. "The First Urban Christians" - Wayne Meeks (1983)

    10. "Paul and the Stoics" - Troels Engberg-Pedersen (2000)

    As cartas revelam a tensão entre expectativa escatológica e vida cotidiana, convidando a uma fé ativa que aguarda a consumação do Reino sem negligenciar as responsabilidades presentes - sempre tendo o Jesus histórico como critério para discernir entre princípios eternos e expressões culturais.



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    TIMÓTEO

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    As Cartas a Timóteo (1 e 2 Timóteo) são tradicionalmente atribuídas a Paulo, mas muitos estudiosos modernos as consideram escritas por discípulos paulinos entre 80-100 d.C. (pós-morte de Paulo). Foram endereçadas a Timóteo, jovem líder em Éfeso (1 Timóteo 1:3), com três objetivos principais:
    ✓ Combater falsos ensinos (1 Timóteo 1:3-7; 4:1-5)
    ✓ Organizar a estrutura eclesiástica (1 Timóteo 3:1-13)
    ✓ Fortalecer Timóteo no ministério (2 Timóteo 1:6-14)
    O contexto reflete a transição do movimento carismático primitivo para uma igreja institucionalizada, enfrentando heresias gnósticas e desafios pastorais.

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Incluídas entre as "Cartas Pastorais", foram aceitas no cânon no século IV, embora questionadas por alguns pais da igreja. Hoje são fundamentais para:
    ✓ Entender o desenvolvimento ministerial na igreja primitiva
    ✓ Discutir papéis de gênero no ministério (1 Timóteo 2:11-15)
    ✓ Modelos de liderança e discipulado (2 Timóteo 2:1-2)
    Para leitores modernos, apresentam desafios hermenêuticos entre princípios permanentes e normas culturais.

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    • Boa confissão (1 Timóteo 6:12-13) - Mateus 10:32-33
    • Amar de coração puro (1 Timóteo 1:5) - Mateus 5:8
    • Servir com humildade (1 Timóteo 3:1-7) - Marcos 10:42-45
    • Fidelidade nas pequenas coisas (2 Timóteo 2:2) - Lucas 16:10

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    • Restrições ministeriais às mulheres (1 Timóteo 2:11-15) versus prática inclusiva de Jesus (Lucas 8:1-3; João 4:27)
    • Escravidão aceita (1 Timóteo 6:1-2) versus espírito libertador de Lucas 4:18
    • Elitismo ministerial (1 Timóteo 3:2-7) versus chamado de pescadores (Mateus 4:18-22)

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    • Ênfase excessiva em hierarquias (1 Timóteo 5:17-20) versus simplicidade do movimento de Jesus
    • Regulamentação de viúvas (1 Timóteo 5:3-16) ausente nos evangelhos
    • Linguagem de "depósito" da fé (2 Timóteo 1:14) versus dinamismo do Reino

    6. REVELAÇÃO DIVINA VERSUS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Revelação genuína:
    ✓ Cristo mediador único (1 Timóteo 2:5)
    ✓ Piedade com contentamento (1 Timóteo 6:6-8)
    ✓ Fidelidade até o fim (2 Timóteo 4:7-8)
    Acréscimos culturais:
    ✗ Estruturas patriarcais rígidas
    ✗ Adaptações ao sistema escravista

    7. CORREÇÕES À TRADIÇÃO MOSAICA
    As cartas desenvolvem as correções de Jesus:
    • Lei para uso legítimo (1 Timóteo 1:8-11) versus legalismo
    • Pureza moral (1 Timóteo 4:4-5) versus ritual
    • Sacerdócio universal (1 Timóteo 2:5) versus levitismo

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "The Pastoral Epistles" - I. Howard Marshall (1999)

    2. "1 & 2 Timothy, Titus" - Philip Towner (2006)

    3. "Paul and the Rhetoric of Reconciliation" - Margaret Mitchell (1991)

    4. "The First Epistle to Timothy" - Luke Timothy Johnson (2001)

    5. "Women in the Church" - Andreas Köstenberger (1995)

    6. "The Letters to Timothy and Titus" - Robert Wall (2012)

    7. "Paul and Pseudepigraphy" - Stanley Porter (2013)

    8. "The Theology of the Pastoral Letters" - J. D. Quinn (1990)

    9. "From Paul to Valentinus" - Peter Lampe (2003)

    10. "The Making of Orthodoxy" - Rowan Williams (1989)

    As Cartas a Timóteo revelam a tensão entre preservar a fé apostólica e adaptar-se a novos contextos, exigindo discernimento para separar princípios teológicos permanentes de soluções pastorais temporárias - sempre tendo o Jesus histórico como critério último para avaliação das tradições eclesiásticas.



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    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    A Carta a Tito foi escrita pelo apóstolo Paulo, conforme identificado em Tito 1:1, por volta de 63-65 d.C., durante seu ministério pós-prisão em Roma 25. Paulo escreveu de Nicópolis (provavelmente na Macedônia) para Tito, seu "verdadeiro filho na fé comum", que liderava a igreja em Creta 24. O contexto revela uma comunidade cristã enfrentando desafios morais (como mentira, glutonaria e preguiça entre os cretenses) e doutrinários (influência de judaizantes que insistiam na circuncisão) 49. Seus objetivos incluíam:
    ✓ Organizar a estrutura eclesiástica (Tito 1:5)
    ✓ Estabelecer qualificações para líderes (Tito 1:6-9)
    ✓ Combater falsos ensinos (Tito 1:10-16)
    ✓ Promover conduta cristã em todos os grupos (Tito 2:1-10)

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    A carta foi amplamente aceita no cânon desde o século II, classificada entre as "Epístolas Pastorais" 515. Hoje, é valorizada por:
    ✓ Princípios de liderança eclesiástica (Tito 1:5-9)
    ✓ Ensino sobre graça transformadora (Tito 2:11-14)
    ✓ Relação entre fé e obras (Tito 3:8)
    Para leitores modernos, oferece um modelo de como viver o evangelho em contextos culturais desafiadores, equilibrando doutrina sólida e prática ética 29.

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    • Graça salvadora universal (Tito 2:11) - João 3:16 36
    • Renúncia ao pecado (Tito 2:12) - Mateus 4:17 6
    • Amor ao próximo (Tito 3:2) - Marcos 12:31
    • Serviço humilde (Tito 3:14) - Lucas 22:27
    • Pureza de coração (Tito 1:15) - Mateus 5:8

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    • Rigor hierárquico (Tito 1:6-9) contrasta com a simplicidade do chamado dos discípulos (Marcos 1:16-20)
    • Submissão incondicional de escravos (Tito 2:9-10) versus espírito libertador de Lucas 4:18 9
    • Linguagem imprecatória contra opositores (Tito 1:13) difere da misericórdia de Jesus (Lucas 23:34)

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    • Ênfase em "boas obras" (Tito 3:8) pode sugerir meritocracia
    • Regulamentação de viúvas (Tito 2:3-5) ausente nos evangelhos
    • Uso de estereótipos culturais (Tito 1:12) sobre cretenses

    6. REVELAÇÃO DIVINA VERSUS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Revelação genuína:
    ✓ Cristo como manifestação da graça (Tito 2:11-14) 6
    ✓ Batismo e renovação pelo Espírito (Tito 3:5)
    ✓ Unidade judeu-gentio (Tito 2:14)
    Acréscimos culturais:
    ✗ Estruturas patriarcais rígidas (Tito 2:1-10)
    ✗ Adaptação ao sistema escravista

    7. CORREÇÕES À TRADIÇÃO MOSAICA
    Paulo desenvolve as correções de Jesus:
    • Graça sobre lei (Tito 3:5) versus justiça pelas obras
    • Pureza interior (Tito 1:15) substitui pureza ritual
    • Sacerdócio universal (Tito 2:14) supera sacerdócio levítico

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "1 e 2 Timóteo, Tito" - Gordon D. Fee (1994) 15

    2. "As Cartas Pastorais" - William Barclay (1975)

    3. "Comentário Bíblico NVI" - F.F. Bruce (2008)

    4. "Tito: Introdução e Comentário" - Donald Guthrie (1983)

    5. "As Epístolas Pastorais" - George Knight (1992)

    6. "Paulo e a Lei" - E.P. Sanders (1983)

    7. "A Teologia das Cartas Pastorais" - J.N.D. Kelly (1963)

    8. "Tito e Filemom" - John Stott (2004)

    9. "Comentário Expositivo das Cartas Pastorais" - Hernandes Dias Lopes (2010)

    10. "A Graça de Deus em Tito" - Cleber Montes Moreira (2011) 9

    A Carta a Tito apresenta um equilíbrio entre organização eclesiástica e vida no Espírito, exigindo discernimento para separar princípios eternos (graça, santidade) de adaptações contextuais (hierarquias, códigos sociais) – sempre tendo Cristo como critério hermenêutico definitivo 59.



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    FILEMOM

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    A Carta a Filemom foi escrita pelo apóstolo Paulo durante sua primeira prisão em Roma, por volta de 60-61 d.C. 315. É uma epístola pessoal endereçada a Filemom, um cristão abastado de Colossos que hospedava uma igreja em sua casa (Filemom 1:2)7. O contexto histórico revela que Onésimo, escravo fugitivo de Filemom, converteu-se ao cristianismo através de Paulo em Roma e agora era enviado de volta com esta carta intercessória3. Os objetivos principais eram:
    ✓ Promover reconciliação entre Filemom e Onésimo
    ✓ Demonstrar o poder transformador do evangelho nas relações sociais
    ✓ Estabelecer o princípio cristão de fraternidade acima de hierarquias humanas713

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Como uma das quatro "Epístolas da Prisão" (com Efésios, Filipenses e Colossenses), Filemom foi amplamente aceita no cânon desde o século II15. Hoje, esta breve carta (apenas 25 versículos) é valorizada por:
    ✓ Modelo de diplomacia cristã e resolução de conflitos
    ✓ Crítica implícita ao sistema escravagista
    ✓ Exemplo prático de amor cristão que transcende estruturas sociais713
    Para leitores modernos, desafia a aplicar princípios do Reino em relações desiguais de poder.

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    • Perdão incondicional (Filemom 1:17-18) - Mateus 18:21-22
    • Igualdade em Cristo (Filemom 1:16) - Gálatas 3:28
    • Amor ao próximo (Filemom 1:5) - João 13:34-35
    • Serviço humilde (Filemom 1:13) - Marcos 10:45
    • Valorização dos marginalizados (Filemom 1:10-11) - Lucas 19:1-10

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    • Aceitação tácita da escravidão (Filemom 1:15-16) versus postura libertadora de Lucas 4:18-19
    • Mediação paternalista de Paulo (Filemom 1:8-10) contrasta com autonomia ensinada por Jesus (Mateus 18:15-17)
    • Linguagem de propriedade sobre pessoas (Filemom 1:11-12) versus dignidade humana em Mateus 10:31

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    • Trocadilho com o nome Onésimo (Filemom 1:11) ausente no estilo direto de Jesus
    • Ênfase em dívidas materiais (Filemom 1:18-19) versus ensino sobre desapego (Lucas 6:30)
    • Hierarquia implícita na saudação (Filemom 1:1-3) versus simplicidade relacional de Jesus

    6. REVELAÇÃO DIVINA VERSUS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Revelação genuína:
    ✓ Cristo como modelo de reconciliação (2 Coríntios 5:18-20)
    ✓ Nova criação em Cristo (Filemom 1:16)
    ✓ Graça que transforma relações (Filemom 1:14)
    Acréscimos culturais:
    ✗ Adaptação ao sistema escravagista romano
    ✗ Estruturas patriarcais não questionadas

    7. CORREÇÕES À TRADIÇÃO MOSAICA
    Paulo avança além da Lei ao:
    • Substituir a punição de escravos fugitivos (Êxodo 21:16) por perdão radical
    • Transcender a relação senhor-escravo para irmandade em Cristo
    • Demonstrar que a graça opera mesmo em sistemas opressivos

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "Comentário de Colossenses e Filemom" - Douglas J. Moo (2008) 4

    2. "Filemom: A Graça Que Transforma Relacionamentos" - João Ferreira de Almeida (s/d) 4

    3. "Série Introdução e Comentário - Colossenses e Filemom" - Ralph P. Martin (2006) 4

    4. "Epístola a Filemom" - Pr. Paulo Costa (2022) 15

    5. "As Cartas da Prisão" - N.T. Wright (2015) 4

    6. "Comentário Bíblico Beacon: Gálatas a Filemom" - Vários autores (2006) 8

    7. "Tito e Filemom: Comentário Bíblico" - John Nelson Darby (2013) 4

    8. "Filemom: Um Estudo Dessa Epístola" - Ailton Amorim Coutinho (2020) 4

    9. "Cartas Paulinas II - Efésios a Filemom" - Vários autores (1994) 8

    10. "A Bíblia Sem Mistério: Filemom" - Rabi Editora (2022) 15

    A Carta a Filemom permanece como um manifesto prático do poder do evangelho para transformar relações humanas, exigindo discernimento para separar princípios eternos de adaptações contextuais à sociedade do século I.



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    HEBREUS

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    A autoria de Hebreus é desconhecida (atribuída tradicionalmente a Paulo, mas o estilo difere), escrita entre 60-90 d.C. para cristãos judeus em Roma ou Jerusalém, enfrentando perseguição e tentação de retornar ao judaísmo... O autor utiliza:

    • Textos do AT (150+ citações, especialmente Salmos e Pentateuco)

    • Tradições cristãs primitivas

    • Argumentação filosófica alexandrina...
      Seu objetivo principal: demonstrar a superioridade de Cristo sobre o sistema levítico (Heb 8:1-6), exortando à perseverança na fé (Heb 10:19-39)...

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    Hebreus foi aceito no cânon no século IV, após debates... Hoje é fundamental para:
    ✓ Entender a relação AT-NT
    ✓ Cristologia sacerdotal
    ✓ Teologia da perseverança...
    Para leitores modernos, equilibra profundidade doutrinária (Heb 4:14-16) e aplicação prática (Heb 12:1-2), sendo relevante para crises de fé e identidade cristã...

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    • Sacerdócio compassivo (Heb 4:15) - Mt 11:28-30
    • Nova aliança (Heb 8:6-13) - Lc 22:20
    • Serviço sacrificial (Heb 9:26) - Mc 10:45
    • Valorização dos sofrimentos (Heb 12:2) - Mt 5:11-12
    • Fé prática (Heb 11) - Tg 2:14-26...

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    • Doutrina da impossibilidade de segundo arrependimento (Heb 6:4-6) x perdão ilimitado (Mt 18:21-22)
    • Cristologia quase docética (Heb 1:3 - ênfase na divindade) x humanidade plena de Jesus (Mc 14:34)
    • Visão negativa do AT (Heb 8:13) x afirmação de Jesus (Mt 5:17-19)...

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    • Uso de alegorias (Melquisedeque - Heb 7) x ensino direto de Jesus
    • Linguagem sacrificial excessiva (Heb 9-10) x ênfase de Jesus no perdão relacional (Mt 6:14-15)
    • Angelologia desenvolvida (Heb 1-2) x simplicidade dos evangelhos...

    6. REVELAÇÃO DIVINA VERSUS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Revelação genuína:
    ✓ Mediação única de Cristo (Heb 9:15)
    ✓ Acesso direto a Deus (Heb 4:16)
    ✓ Fé como fundamento (Heb 11:6)...
    Acréscimos culturais:
    ✗ Especulações sobre Melquisedeque
    ✗ Leitura alegórica do AT
    ✗ Linguagem platônica (Heb 8:5)...

    7. CORREÇÕES À TRADIÇÃO MOSAICA
    O autor radicaliza as correções de Jesus:
    • Fim do sacerdócio levítico (Heb 7:11-28)
    • Sacrifícios substituídos (Heb 10:1-18)
    • Templo celestial > terrestre (Heb 9:23-24)...
    Mantém porém a estrutura sacerdotal, reinterpretada em Cristo...

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "A Epístola aos Hebreus" - F.F. Bruce (1990)

    2. "Hebrews" - William L. Lane (1991)

    3. "The Epistle to the Hebrews" - P.E. Hughes (1977)

    4. "Hebrews: A Commentary" - Luke T. Johnson (2006)

    5. "Comentário de Hebreus" - John Owen (1668)

    6. "A Teologia de Hebreus" - Barnabas Lindars (1991)

    7. "Perseverança na Fé" - Hermisten Maia (2015)

    8. "Hebrews and the Temple" - Richard Bauckham (2017)

    9. "Cristologia de Hebreus" - David Moffitt (2011)

    10. "Hebrews: Ancient Encouragement" - R. McL. Wilson (1987)...

    Hebreus apresenta Cristo como ápice da revelação divina, exigindo discernimento para separar sua mensagem central (superioridade de Cristo) de métodos interpretativos culturais... Sua mensagem permanece atual: convite à fidelidade radical, fundamentada no sacerdócio eterno de Jesus (Heb 7:24-25)...




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    TIAGO

    1. AUTORIA, DATA, FONTES, DESTINATÁRIO, CONTEXTO E OBJETIVOS
    A Epístola de Tiago é tradicionalmente atribuída a Tiago, irmão do Senhor (Mt 13:55; Mc 6:3), líder da igreja em Jerusalém (At 15:13; Gl 1:19). Escrita entre 45-62 d.C., é uma das primeiras obras do NT, possivelmente anterior às cartas paulinas. Destina-se às "doze tribos dispersas" (Tg 1:1), cristãos judeus enfrentando perseguição e pobreza. Seu objetivo é exortar à maturidade espiritual, enfatizando fé prática, justiça social e controle da língua, refletindo um contexto de tensão entre ricos e pobres na comunidade cristã primitiva 138...

    2. HISTÓRICO CANÔNICO E SIGNIFICADO ATUAL
    A canonicidade de Tiago foi inicialmente questionada, especialmente por Lutero, que a chamou de "epístola de palha" devido à ênfase em obras (Tg 2:14-26). Foi incluída no cânon no século IV e hoje é valorizada como "Provérbios do NT" por sua sabedoria prática. Para leitores modernos, destaca-se por:
    ✓ Integrar fé e ações (Tg 2:17)
    ✓ Denunciar opressão econômica (Tg 5:1-6)
    ✓ Promover discurso ético (Tg 3:1-12)
    Sua mensagem desafia cristianismos meramente intelectuais ou ritualísticos 11013...

    3. COERÊNCIAS COM O ENSINO DE JESUS
    • Fé ativa (Tg 2:14-26) - Mt 7:21-27
    • Bem-aventurança dos pobres (Tg 2:5) - Lc 6:20
    • Controle da língua (Tg 3:1-12) - Mt 12:36-37
    • Oração com fé (Tg 1:5-8) - Mc 11:24
    • Crítica à hipocrisia religiosa (Tg 1:26-27) - Mt 23:23
    Tiago reflete intensamente o Sermão do Monte, com 15 paralelos diretos 610...

    4. GRANDES INCOERÊNCIAS COM JESUS
    • Justificação por obras (Tg 2:24) parece contradizer Paulo (Rm 3:28), embora sejam abordagens complementares
    • Rigor excessivo contra ricos (Tg 5:1-6) contrasta com abordagem pastoral de Jesus a Zaqueu (Lc 19:1-10)
    • Determinismo nas provações (Tg 1:2-4) pode negligenciar o sofrimento injusto abordado por Jesus (Jo 9:1-3) 1013...

    5. INCOERÊNCIAS MENORES COM JESUS
    • Uso de "sinagoga" para igreja (Tg 2:2) reflete transição cultural não abordada por Jesus
    • Ênfase em "lei perfeita" (Tg 1:25) pode soar legalista versus graça em Jo 1:17
    • Analogias naturais excessivas (ex.: Tg 3:3-12) diferem do estilo narrativo de Jesus 813...

    6. REVELAÇÃO DIVINA VERSUS ACRÉSCIMOS HUMANOS
    Revelação genuína:
    ✓ Fé que transforma relações (Tg 2:8)
    ✓ Preferência divina pelos pobres (Tg 2:5)
    ✓ Sabedoria celestial (Tg 3:17)
    Acréscimos culturais:
    ✗ Estruturas comunitárias judaizantes (Tg 5:14)
    ✗ Dualismo ricos/pobres simplista 1114...

    7. CORREÇÕES À TRADIÇÃO MOSAICA
    Tiago, como Jesus, redefine conceitos:
    • Lei como "liberdade" (Tg 1:25) versus jugo
    • Pureza como cuidado social (Tg 1:27) versus ritual
    • Sacrifício como domínio próprio (Tg 3:2) versus ofertas animais
    Mantém, porém, linguagem sapiencial judaica 714...

    8. BIBLIOGRAFIA

    1. "Tiago: Introdução e Comentário" - Douglas Moo (2015)

    2. "A Mensagem de Tiago" - J.A. Motyer (1987)

    3. "Comentário Bíblico NVI: Tiago" - Peter Davids (2011)

    4. "Fé em Ação: Estudo em Tiago" - Augusto Nicodemos (2006)

    5. "Sabedoria Prática de Tiago" - Craig Blomberg (2008)

    6. "Tiago e a Teologia da Pobreza" - Pedrito Maynard-Reid (1981)

    7. "As Epístolas Universais" - F.F. Bruce (1990)

    8. "Tiago: Exegese e Aplicação" - William Varner (2011)

    9. "Cristianismo Autêntico em Tiago" - Warren Wiersbe (1978)

    10. "Teologia Bíblica de Tiago" - Richard Bauckham (1999) 11014...

    A epístola permanece como desafio profético à fé encarnada, exigindo discernimento entre princípios eternos e contextualizações do século I, sempre à luz do Evangelho de Cristo.





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