investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
002 PERDÃO POR DESEJAR VINGANÇA
003 PERDÃO POR INGRATIDÃO
004 PERDÃO POR IGNORAR A GRAÇA
005 PERDÃO POR DESPREZO À NATUREZA
006 PERDÃO POR NÃO AMAR OS INIMIGOS
007 PERDÃO POR RESISTIR À TUA VONTADE
008 PERDÃO POR AUTORITARISMO
009 PERDÃO POR MENOSPREZAR OUTROS POVOS
012 PERDÃO POR MEDO EXAGERADO
013 PERDÃO POR DESEJAR RIQUEZAS
014 PERDÃO POR INJUSTIÇA SOCIAL
015 PERDÃO POR NÃO CONFESSAR PECADOS
016 PERDÃO POR INDIFERENÇA AO SOFRIMENTO
017 PERDÃO POR DESPREZO À PAZ
018 PERDÃO POR AUTOJUSTIFICAÇÃO
019 PERDÃO POR FALSA HUMILDADE
020 PERDÃO POR DESCUIDO COM O MUNDO
021 PERDÃO POR RESISTIR AO TEU AMOR
022 PERDÃO POR NÃO SEGUIR JESUS
023 PERDÃO POR SUPERSTIÇÕES
024 PERDÃO POR ORAR SEM DISCERNIMENTO
025 PERDÃO POR INCONSTÂNCIA
026 PERDÃO POR DESCONFIAR DE TI
027 PERDÃO POR OMISSÃO
028 PERDÃO POR DESVIRTUAR O TEU NOME
POEMA
Estrofe 1
Diziam que os ímpios deviam cair,
Que fossem varridos sem compaixão,
Que a Tua ira viesse os punir,
E eu cantei com o mesmo coração.
Estrofe 2
Gritei que os perversos jamais teriam
Luz e justiça a lhes perdoar,
Mas quantas vezes eu não via
O mesmo erro no meu olhar?
Estrofe 3
Pedi que as nações fossem esmagadas,
Que não sobrasse sequer um chão,
Mas Tu és Pai de almas amadas,
Não pesas balança na escuridão.
Refrão
Senhor, perdoa, pois já compreendi,
Teu amor vai além do que pude ver,
Não há justiça se não vem de Ti,
Não há condena sem Teu querer.
Estrofe 4
Nos montes ergui maldições ardentes,
Clamei Tua fúria, trombeta e dor,
Mas hoje entendo que és sempre terno,
És Deus de graça, és puro amor.
Estrofe 5
Vi Davi pedir que os traidores
Provassem fel, bebessem veneno,
Mas Teu Filho, diante de dores,
Deu-lhes perdão, amor supremo.
Estrofe 6
"Que morram seus filhos, que padeçam"—
Era o cântico que eu repeti,
Mas Tua justiça jamais esqueça
Que o bem maior vem só de Ti.
Refrão
Senhor, perdoa, pois já compreendi,
Teu amor vai além do que pude ver,
Não há justiça se não vem de Ti,
Não há condena sem Teu querer.
Estrofe 7
Pisei palavras como brasas vivas,
Sem discernir, sem refletir,
Sem perceber que entre as linhas,
Teu coração não quis ferir.
Estrofe 8
Orei que os malditos se perdessem,
Mas me tornei o mais cego aqui,
Pois ao julgar, também me esquecia
Que um dia alguém orou por mim.
Ponte
E mais que isso, ensinei errado,
Fiz muitos crerem no que errei,
Mas hoje vejo que fui falho,
Senhor, perdoa o que espalhei.
Refrão
Senhor, perdoa, pois já compreendi,
Teu amor vai além do que pude ver,
Não há justiça se não vem de Ti,
Não há condena sem Teu querer.
Refrão Final
Por favor, meu misericordioso Senhor,Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
DEUS NÃO É COMO OS SALMISTAS O EXPRESSAVAM
A revelação de Deus em seu amor infinito não condiz com diversas expressões contidas nos Salmos. Enquanto os salmistas, inseridos em um contexto histórico marcado por guerras, clãs e uma visão punitiva da justiça divina, clamavam por vingança e destruição dos inimigos, Jesus Cristo, a revelação perfeita do Pai (João 14:9), ensinou o perdão, o amor incondicional e a misericórdia.
Os Salmos, apesar de serem inspirados, refletem as emoções humanas diante da dor e da perseguição. Muitas passagens como o Salmo 109:6-15 e o Salmo 137:8-9 expressam desejos de violência e retribuição, o que contradiz a essência divina revelada plenamente em Cristo, que disse: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5:44).
A justiça de Deus não é punitiva no sentido humano, mas restauradora. Diferente da ótica dos salmistas que clamavam por ruína dos ímpios, Jesus nos mostrou que “Deus amou o mundo de tal maneira” (João 3:16), sem excluir ninguém de Sua graça.
Paulo reafirma essa mudança de mentalidade ao dizer em Romanos 12:19: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus”. A vingança humana nasce da indignação e do medo; a justiça divina, porém, é movida por amor e redenção.
Portanto, a leitura dos Salmos deve ser feita com discernimento, entendendo a progressão da revelação divina. Deus nunca desejou a destruição do pecador, mas sim sua transformação. Assim, devemos filtrar esses textos à luz do amor incondicional que Cristo revelou na cruz.
BIBLIOGRAFIA
WRIGHT, N. T. – Como Deus Se Tornou Rei (2014)
- Explora a diferença entre o Reino que Jesus pregou e as expectativas humanas de poder e vingança.
LEITHART, Peter J. – A Vindicação de Jesus Cristo (2008)
- Analisa como Jesus subverteu as noções tradicionais de juízo e vingança na Escritura.
KELLER, Timothy – Os Salmos e a Vida Cristã (2015)
- Apresenta os Salmos como reflexões humanas que devem ser interpretadas à luz do Evangelho.
STOTT, John – O Discípulo Radical (2010)
- Mostra como os ensinamentos de Jesus contrastam com as expectativas de retaliação.
BRIGHT, John – História de Israel (2002)
- Contextualiza a cultura dos salmistas e sua visão punitiva de Deus.
HESCHEL, Abraham Joshua – Os Profetas (1962)
- Explica como a misericórdia profética diverge do desejo de vingança expresso nos Salmos.
CS LEWIS – Reflexões nos Salmos (1958)
- Examina como os Salmos refletem a humanidade dos autores e não necessariamente a verdade final sobre Deus.
BOFF, Leonardo – Jesus Cristo Libertador (1972)
- Discute a diferença entre a justiça do Antigo Testamento e a proposta de Jesus.
HOUSTON, Walter J. – Contemporary Criticism of the Psalms (2019)
- Avalia academicamente a complexidade ética dos Salmos e suas implicações.
NOLL, Mark A. – Jesus Christ and the Life of the Mind (2011)
- Explora a revelação progressiva de Deus e sua plenitude em Cristo.
POEMA
ESTROFE 1
Dos montes clamei por justiça e temor,
Roguei que o ímpio caísse ao chão,
Sem perceber que no mesmo ardor,
Eu mesmo buscava condenação.
ESTROFE 2
Gritei como Davi, sem hesitar,
"Que seus dias sejam encurtados!" (Sl 109:8)
Mas não vi que também fui falhar,
E nas mesmas trevas fui lançado.
ESTROFE 3
Sonhei que a desgraça vingasse os feridos,
Que os filhos dos ímpios sofressem também,
Mas Jesus me mostrou que os meus inimigos
Precisam do amor, do perdão e do bem.
REFRÃO
Perdoa-me, Pai, pois sei que errava,
Cantando o ódio sem perceber,
Mas Tua justiça é luz que lavra,
E ensina o homem a renascer.
ESTROFE 4
Desejei Babilônia de cinza vestida,
Que pagasse na mesma moeda cruel,
Mas Jesus, ao sofrer, não pediu despedida,
E deu-me na cruz um amor sem véu.
ESTROFE 5
Orei que os traidores tivessem derrota,
Como fez o salmista em aflição,
Mas Cristo me disse: "Perdoa, suporta,
Pois mesmo na dor há redenção."
ESTROFE 6
Gritei para o céu que os maus tivessem
O peso da fúria, do cálice amargo,
Mas hoje percebo que em mim também
A graça resgata o que é tão fraco.
REFRÃO
Perdoa-me, Pai, pois sei que errava,
Cantando o ódio sem perceber,
Mas Tua justiça é luz que lavra,
E ensina o homem a renascer.
ESTROFE 7
Cantei sem notar o veneno na língua,
Que julga e condena sem compaixão,
Mas hoje percebo que amor não extingue,
E a graça é a força da redenção.
ESTROFE 8
Agora renego as palavras de ira,
E lanço ao abismo meu velho pensar,
Pois Tu me ensinaste que a vida não gira
No ciclo infinito de odiar e matar.
PONTE
E ainda ensinei, com fervor e engano,
A muitos que oram na mesma ilusão,
Mas peço que apagues o que foi profano,
E faças em mim Teu novo refrão.
REFRÃO
Perdoa-me, Pai, pois sei que errava,
Cantando o ódio sem perceber,
Mas Tua justiça é luz que lavra,
E ensina o homem a renascer.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
DEUS E SEU AMOR NÃO CONDIZEM COM A VINGANÇA DOS SALMOS
Os Salmos refletem a dor e a cultura de um povo que via a justiça como retribuição imediata. Muitos textos expressam o desejo de vingança, como no Salmo 137:9, onde se fala de esmagar crianças contra as pedras. Contudo, Jesus revelou um Deus cuja justiça não se baseia na destruição do outro, mas no amor e na restauração.
O ensino de Cristo subverte essa lógica. Enquanto o salmista clamava para que seus inimigos fossem destruídos, Jesus na cruz pediu perdão para os que o crucificavam (Lucas 23:34). O amor divino, segundo Paulo, não busca retribuição, mas reconciliação (Romanos 5:8-10).
A progressão da revelação bíblica mostra que Deus não mudou, mas a compreensão humana sobre Ele sim. O Antigo Testamento, por vezes, expressa uma visão humana e limitada de justiça, enquanto Jesus traz a plenitude da verdade: o perdão é mais poderoso que a vingança.
Diante disso, devemos reavaliar como oramos e vivemos. O convite de Cristo é para amar os inimigos (Mateus 5:44) e vencer o mal com o bem (Romanos 12:21), pois a justiça divina se fundamenta na misericórdia.
BIBLIOGRAFIA
WRIGHT, N. T. – Como Deus Se Tornou Rei (2014)
Mostra como Jesus redefine o conceito de justiça no Reino de Deus.
LEITHART, Peter J. – A Vindicação de Jesus Cristo (2008)
Explica como a visão da justiça mudou com Cristo.
KELLER, Timothy – Os Salmos e a Vida Cristã (2015)
Analisa os Salmos à luz do Evangelho.
STOTT, John – O Discípulo Radical (2010)
Mostra o chamado ao amor e à não violência.
BRIGHT, John – História de Israel (2002)
Contextualiza o pensamento dos salmistas.
HESCHEL, Abraham Joshua – Os Profetas (1962)
Compara a visão de justiça dos profetas com a de Cristo.
CS LEWIS – Reflexões nos Salmos (1958)
Discute como entender as orações de vingança.
BOFF, Leonardo – Jesus Cristo Libertador (1972)
Analisa a mensagem de Jesus contra a violência.
HOUSTON, Walter J. – Contemporary Criticism of the Psalms (2019)
Debate a ética dos Salmos.
NOLL, Mark A. – Jesus Christ and the Life of the Mind (2011)
Mostra como Cristo é a chave para interpretar a Bíblia.
(Estrofe 1)
Nos salmos chorei sem medir o que lia,
Clamei no deserto sem ver Tua luz.
Na dor e na perda, esqueci-me do dia
Que Tu me ergueste da sombra e da cruz.
(Estrofe 2)
Diziam que estavas oculto, distante,
Que aos justos faltava Teu braço fiel.
Mas lembro-me agora, Tu foste constante,
Com graça e bondade, descendo do céu.
(Estrofe 3)
Cantei sem pensar, imitei a aflição,
Repeti lamentos, questionei Tua paz.
Mas no tempo certo, a Tua mão
Curava minh’alma e a tornava capaz.
(Refrão)
Perdão, meu Senhor, por olhos fechados,
Por queixas vazias, por tanto temor.
Tu sempre estiveste, jamais separado,
Sustentas o mundo com Teu grande amor.
(Estrofe 4)
Os salmos diziam: “Escondeu Seu rosto”,
Que a ira pesava e tardava o favor.
Mas hoje percebo: eras sempre o oposto,
Tua voz me chama, redime a dor.
(Estrofe 5)
Clamei por vingança, por fogo, castigo,
Enquanto me deste o perdão e a paz.
Eu vi como erro chamar de inimigo
Aquele que ao lado chorava, incapaz.
(Estrofe 6)
Deixei-me levar pelos versos sombrios,
Pedi que ruíssem cidades e reis.
Mas como buscastes os corações frios,
Com mesmo amor que me amaste uma vez.
(Refrão)
Perdão, meu Senhor, por olhos fechados,
Por queixas vazias, por tanto temor.
Tu sempre estiveste, jamais separado,
Sustentas o mundo com Teu grande amor.
(Estrofe 7)
Cantei que a desgraça era herança certa,
Que aos maus se reservam tropeço e espinho.
Mas vi que a bondade é Tua oferta,
Teu sol nasce a todos, sem sombra ou espinho.
(Estrofe 8)
O salmo gritava a desolação,
E eu repetia sem nada entender.
Mas Tu me chamaste pra redenção,
Disseste-me: “Filho, aprenda a viver”.
(Ponte)
E não só cantei, mas também ensinei,
Palavras de medo, de dor e terror.
Fiz outros pensarem que abandonaste,
Mas sempre estiveste, Senhor do Amor.
(Refrão)
Perdão, meu Senhor, por olhos fechados,
Por queixas vazias, por tanto temor.
Tu sempre estiveste, jamais separado,
Sustentas o mundo com Teu grande amor.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA
Os salmos refletem as emoções humanas, muitas vezes em momentos de dor e desesperança, levando os salmistas a expressões de lamento e angústia. No entanto, à luz da revelação plena do amor de Deus em Cristo, compreendemos que Deus nunca abandona Seu povo, nem age com a vingança humana que alguns salmos sugerem.
Jesus nos ensinou a amar os inimigos (Mateus 5:44), a confiar na providência divina (Mateus 6:26) e a ver a Deus como um Pai que sustenta justos e injustos com a mesma bondade (Mateus 5:45). Por isso, algumas passagens dos salmos precisam ser compreendidas dentro do contexto da limitação humana em perceber a plenitude da graça divina.
BIBLIOGRAFIA
BRUEGGEMANN, Walter. Os Salmos e a Vida Espiritual. Paulinas, 2018.
Aborda como os salmos expressam a experiência humana e devem ser lidos à luz da graça divina.
GOLDINGAY, John. Psalms: Volume 1-3. Baker Academic, 2006-2008.
Um estudo acadêmico sobre o significado dos salmos no contexto do Antigo Testamento.
MOTYER, J. Alec. Lendo os Salmos Como Cristianismo. Shedd Publicações, 2015.
Explica como os cristãos devem interpretar os salmos considerando o Evangelho.
CROUCH, C. L. Israel and the Assyrian Empire. SBL Press, 2013.
Analisa a história por trás de algumas passagens dos salmos.
LEHMANN, Paul. Biblical Theology. Harper & Row, 1960.
Contextualiza as emoções dos salmistas na história de Israel.
BONHOEFFER, Dietrich. Os Salmos: A Oração do Povo de Deus. Mundo Cristão, 2017.
Reflexão sobre como orar os salmos sem distorcer a visão do amor divino.
LEVIN, Samuel. God and Humanity in Psalms. Brill, 2008.
Estudo sobre as relações entre Deus e os salmistas.
SPURGEON, Charles H. O Tesouro de Davi. Publicação Cultura Cristã, 2014.
Comentários devocionais e teológicos sobre os salmos.
BAUCKHAM, Richard. Jesus and the God of Israel. Eerdmans, 2008.
Explica como Jesus reinterpretou a relação do ser humano com Deus.
KIDNER, Derek. Psalms 1-72 & Psalms 73-150. InterVarsity Press, 1973.
Comentários sobre os salmos e sua aplicação teológica.
PERDÃO POR IGNORAR A GRAÇA
Estrofe 1
Cantei que os justos merecem coroas,
Que suas obras os fazem brilhar,
Mas Tua graça, imensa e boa,
É dádiva que vem sem barganhar.
Estrofe 2
Os salmos falavam de mérito e glória,
Que o puro jamais cairia ao chão,
Mas esqueciam que em Tua história,
O fraco recebe o Teu perdão.
Estrofe 3
Louvei ao que nunca tropeça,
Ao que sempre caminha na luz,
Mas foste Tu, Senhor, com Tua promessa,
Que ergue o caído sobre a cruz.
Refrão
Perdoa-me, Pai, por não perceber,
Que a graça é fonte, que a graça é rio.
Não é por obras, nem por querer,
Mas pelo amor que flui sem desvio.
Estrofe 4
Os salmos pediam justiça e vingança,
Que o ímpio caísse sem direção,
Mas em Cristo a maior esperança,
É amar o inimigo e estender a mão.
Estrofe 5
Cantei que o puro herda a terra,
E o ímpio consome o próprio fel,
Mas no Calvário a santa guerra,
Trouxe perdão ao mais cruel.
Estrofe 6
Clamei por castigos e desventuras,
Ao que desvia do Teu querer,
Mas esquecia que Tuas curas,
São para quem vem Te reconhecer.
Refrão
Perdoa-me, Pai, por não perceber,
Que a graça é fonte, que a graça é rio.
Não é por obras, nem por querer,
Mas pelo amor que flui sem desvio.
Estrofe 7
Exaltei a justiça dos fortes,
E o mérito dos que nunca erram,
Mas Tu revelaste que, além das mortes,
Somente os humildes prosperam.
Estrofe 8
Agora entendo, Senhor da verdade,
Que a graça me cobre e me faz andar,
Não há justiça, não há santidade,
Que possa Tua bênção comprar.
Ponte
E ensinei a outros esse caminho,
Onde o esforço traz redenção,
Mas hoje proclamo que és sozinho,
A fonte eterna da salvação.
Refrão
Perdoa-me, Pai, por não perceber,
Que a graça é fonte, que a graça é rio.
Não é por obras, nem por querer,
Mas pelo amor que flui sem desvio.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
A Graça Infinita de Deus e a Visão dos Salmistas
A compreensão humana muitas vezes distorce a realidade da graça de Deus. Os salmistas, ao escreverem seus cânticos e orações, expressavam uma visão fortemente baseada na justiça retributiva. Contudo, em Cristo, essa perspectiva é desafiada. A justiça própria, exaltada em muitos salmos, contrasta com a doutrina da graça apresentada no Novo Testamento. Paulo, por exemplo, enfatiza que "pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Efésios 2:8-9). O amor de Deus, ao contrário do mérito humano, não pode ser conquistado ou negociado, mas apenas recebido com humildade.
BIBLIOGRAFIA
- Wright, N. T. (2009). Surpreendido pela Esperança: repensando o céu, a ressurreição e a missão da Igreja. Editora Vida. – Examina a teologia da graça e seu contraste com a visão retributiva.
- Keller, Timothy (2013). A Justiça Generosa. Vida Nova. – Explora como a graça transforma nossa visão sobre merecimento e retribuição.
- Lewis, C. S. (1952). Cristianismo Puro e Simples. Martins Fontes. – Defende a gratuidade da salvação em contraste com a justiça legalista.
- Yancey, Philip (1997). Maravilhosa Graça. Vida. – Aborda como a graça de Deus é contrária às visões humanas de mérito.
- Bonhoeffer, Dietrich (1937). Discipulado. Mundo Cristão. – Examina a graça em contraste com o legalismo religioso.
- Stott, John (1986). A Cruz de Cristo. Vida Nova. – Explica como a cruz redefine a justiça divina.
- Piper, John (2005). Graça Futura. Shedd Publicações. – Mostra como a graça transforma nossa perspectiva de justiça.
- Carson, D. A. (2010). O Deus que Está Presente. Edições Vida Nova. – Discute a graça de Deus em contraste com a visão do Antigo Testamento.
- Sproul, R. C. (1992). A Santidade de Deus. Cultura Cristã. – Relaciona a justiça de Deus com Sua graça.
- Luther, Martin (1525). A Liberdade do Cristão. Mundo Cristão. – Defende a justificação pela fé e não por obras.
(Estrofe 1)
Brisas sopravam os montes sagrados,
mas vi apenas cinzas no chão.
Os rios cantavam seus hinos calados,
e eu os tratei como mera ilusão.
(Estrofe 2)
Diziam que a terra era vaso quebrado,
um palco de dor e juízo final.
Mas vejo o Sol em um beijo dourado,
vida que pulsa num ciclo imortal.
(Estrofe 3)
Florestas rugiam louvando a Tua face,
mas eu as ignorei, sem temor.
Cortei suas folhas em rastro voraz,
sem ver Teu sopro de amor.
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, se um dia pensei
que a Terra não fosse jardim em Tuas mãos.
Que eu veja no verde o amor que tecei,
e honre a Criação em louvação!
(Estrofe 4)
Nos salmos gritei que a terra tremeu,
como um castigo dos altos céus.
Mas hoje percebo: a culpa era minha,
pisando Seu solo com passos cruéis.
(Estrofe 5)
Os cedros tombavam como inimigos,
E eu aplaudia a queda fatal.
Mas Tu desenhavas refúgios antigos,
em cada raiz de um bem imortal.
(Estrofe 6)
Tratei os vales como campos vazios,
um rastro sem vida, sem cor.
Mas eram refúgios de tantos rochedos,
moldados em Tuas mãos de escultor.
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, se um dia pensei
que a Terra não fosse jardim em Tuas mãos.
Que eu veja no verde o amor que tecei,
e honre a Criação em louvação!
(Estrofe 7)
Derrubei os montes com minha arrogância,
como se o céu os quisesse apagar.
Mas eram templos erguidos em glória,
onde os anjos vinham dançar.
(Estrofe 8)
Agora percebo: as aves cantavam,
mas eu entoava meu pranto em oposição.
Teus rios fluíam e os peixes bailavam,
mas eu via apenas destruição.
(Ponte)
Perdoa-me, Pai, pois ensinei,
a desprezar o que Tu criaste.
Que agora minha voz proclame,
a grandeza do mundo que moldaste.
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, se um dia pensei
que a Terra não fosse jardim em Tuas mãos.
Que eu veja no verde o amor que tecei,
e honre a Criação em louvação!
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
A REALIDADE DO AMOR DE DEUS E O DESPREZO PELA NATUREZA NOS SALMOS
A visão dos salmistas sobre a natureza frequentemente carregava tons de destruição e efemeridade, associando catástrofes naturais ao juízo divino (Salmo 46:6, Salmo 18:7). No entanto, uma leitura abrangente da Escritura revela que Deus estabeleceu a criação como uma expressão de Seu amor e providência (Gênesis 1:31, Salmo 104:24-30).
Jesus reafirmou essa perspectiva ao utilizar elementos da natureza para ensinar sobre o cuidado divino (Mateus 6:26-30). A destruição ambiental e o desprezo pelos ecossistemas contrariam a responsabilidade que nos foi confiada desde o princípio (Gênesis 2:15), demonstrando que a leitura dos salmos deve ser complementada pela plenitude da revelação divina no amor de Deus pela Terra e por seus habitantes.
BIBLIOGRAFIA
"Teologia da Criação" - Leonardo Boff (1995)
Explora a relação entre Deus e a natureza, com reflexões sobre responsabilidade ecológica."O Deus da Vida" - Jürgen Moltmann (1987)
Aborda a teologia da criação como um chamado à restauração do mundo."O Cuidado com a Casa Comum" - Papa Francisco (2015)
Carta encíclica sobre a necessidade da ecologia integral e do respeito ao meio ambiente."Os Salmos e a Terra" - Walter Brueggemann (2002)
Análise sobre a relação dos salmistas com a natureza e suas implicações teológicas."Criação e Queda" - Dietrich Bonhoeffer (1937)
Discussão sobre o papel da humanidade na administração do mundo criado por Deus."O Evangelho da Terra" - Matthew Sleeth (2010)
Explora a relação entre fé cristã e responsabilidade ambiental."A Natureza no Antigo Testamento" - Richard H. Lowery (2000)
Investiga as perspectivas bíblicas sobre a natureza e o papel humano em sua conservação."Ciência e Fé na Defesa da Criação" - Alister McGrath (2011)
Debate entre teologia e ecologia, propondo uma visão integrada."O Senhor da Criação" - Colin Gunton (1998)
Reflete sobre o papel de Deus como sustentador da vida na Terra."Bíblia e Ecologia" - David Bookless (2013)
Estudo sobre a relação entre passagens bíblicas e a responsabilidade ecológica cristã.
(Estrofe 1)
Gritei vingança como Davi clamava,
Rogando ao céu que os ímpios tombassem,
Mas Tu me deste a cruz que perdoava,
E eu, cego, quis que a ira avançasse.
(Estrofe 2)
Nos salmos li que flechas despedaçam,
Que chamas devoram o mal em furor,
Mas Tu, Senhor, fazes chuvas que abraçam,
E eu roguei tempestades de dor.
(Estrofe 3)
Clamei que seus filhos morressem na fome,
Que os muros ruíssem sem mão a tocar,
Mas vi que Jesus pronunciou seus nomes,
E ao invés de matar, mandou perdoar.
(Refrão)
Ó Deus, apaga minha iniquidade,
Não me permitas trilhar esse chão,
Pois sei que me deste a oportunidade
De dar aos perversos a mesma salvação.
(Estrofe 4)
Festejei quando o justo pisava os impuros,
Quando os montes rugiam em devastação,
Mas foste Tu quem moldou tais monturos,
Pra erguer do deserto a renovação.
(Estrofe 5)
Pedi que caíssem sem se levantar,
Que a terra os tragasse sem deixar vestígio,
Mas vi que Jesus mandou sustentar
E amar sem fazer nenhum prejuízo.
(Estrofe 6)
Cantei as pragas que outrora pediram,
O fim dos que julguei pecadores,
Mas Tu disseste: "Melhor que firam,
É amar, como Eu, seus perseguidores."
(Refrão)
Ó Deus, apaga minha iniquidade,
Não me permitas trilhar esse chão,
Pois sei que me deste a oportunidade
De dar aos perversos a mesma salvação.
(Estrofe 7)
Ensinei a meus filhos a mesma maldade,
Dizendo que o justo devia esmagar,
Mas Tu me chamaste à eternidade
Onde o amor é quem deve triunfar.
(Estrofe 8)
Agora percebo que a luz verdadeira
Não mora em espadas nem sede de sangue,
Mas no Cordeiro que, em prece primeira,
Clamou pelo mundo com brado tão brando.
(Ponte)
Ó Deus, perdoa o que um dia ensinei,
A outros que oraram pedindo rancor.
Agora só quero pregar tua lei,
Que exala perdão, que transborda em amor.
(Refrão)
Ó Deus, apaga minha iniquidade,
Não me permitas trilhar esse chão,
Pois sei que me deste a oportunidade
De dar aos perversos a mesma salvação.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
O AMOR DE DEUS E A LIMITAÇÃO HUMANA
Os salmos são expressões sinceras da alma humana diante do sofrimento, muitas vezes clamando por justiça e retribuição divina contra os inimigos (Sl 137:9, Sl 58:6). Contudo, a revelação plena do amor de Deus em Cristo contradiz a sede de vingança expressa nesses textos.
Enquanto o Antigo Testamento reflete a cultura e os desafios do povo de Israel, o Novo Testamento mostra que Deus sempre planejou algo maior: um amor incondicional, que ama até os inimigos. Jesus ensinou em Mateus 5:44: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem." Isso contrasta diretamente com o desejo de destruição presente em alguns salmos.
A justiça de Deus não é baseada na aniquilação do adversário, mas na transformação do coração humano. Romanos 12:20 ecoa essa verdade: "Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça." Assim, ao invés de desejar a ruína dos que nos ferem, Deus nos chama a sermos instrumentos da graça.
BIBLIOGRAFIA
KELLER, Timothy. Os Salmos e a Vida Cristã. Vida, 2016.
- Reflexões sobre a natureza emocional e teológica dos salmos.
BRUEGGEMANN, Walter. O Livro dos Salmos. Loyola, 2009.
- Análise da estrutura dos salmos e sua teologia.
STOTT, John. O Sermão do Monte. ABU, 2018.
- Explica o chamado cristão a amar os inimigos.
WRIGHT, N.T. Como Deus se Tornou Rei. Thomas Nelson, 2014.
- Estudo sobre a revelação do reino de Deus em Cristo.
YANCEY, Philip. Maravilhosa Graça. Vida, 1997.
- Reflexão sobre a graça de Deus e seu chamado ao perdão.
LEWIS, C.S. Os Salmos. Vida, 2013.
- Interpretação dos salmos sob a ótica cristã.
PETERSON, Eugene. O Caminho de Jesus. Vida, 2017.
- Discussão sobre discipulado e o ensino radical de Jesus.
PIPER, John. Deus é o Evangelho. Shedd Publicações, 2007.
- Foca na centralidade do amor divino para a humanidade.
BOFF, Leonardo. O Rosto Materno de Deus. Vozes, 2005.
- Reflexão teológica sobre o amor e o perdão divino.
LOPES, Hernandes Dias. O Deus dos Salmos. Hagnos, 2012.
- Explica a aplicação dos salmos no cristianismo.
POEMA
(Estrofe 1)
Gritei que o justo sofre em vão,
Que ao ímpio tudo prospera e cresce,
Mas esquecia que em tua mão
A verdade nunca desfalece.
(Estrofe 2)
Pedi que meus pés não pisassem na dor,
Que o cálice amargo passasse de mim,
Mas Tu me chamaste a um reino maior,
E eu resistia, temendo o fim.
(Estrofe 3)
Duvidei ao ver que tardavas a vir,
Clamei que dormias e não me ouvias,
Mas eras Tu quem, sem me punir,
Firmava os meus passos em novos dias.
(Refrão)
Senhor, apaga minha rebeldia,
Não me deixes seguir nessa estrada,
Pois sei que tua graça, a cada dia,
Refaz minha alma tão desgarrada.
(Estrofe 4)
Gritei com Davi: "Onde estás, ó Senhor?"
Quando o mal prevalecia no chão,
Mas Tu preparavas em meio à dor
O tempo exato da redenção.
(Estrofe 5)
Nos salmos roguei por respostas ligeiras,
Temi que esquecesses dos planos teus,
Mas eras Tu quem, nas primaveras,
Tecia o tempo nos sonhos meus.
(Estrofe 6)
Desejei atalhos, rejeitei deserto,
Quis que a vida seguisse ao meu jeito,
Mas Tu me chamaste a estar por perto,
E a cruz me moldou, rasgando o peito.
(Refrão)
Senhor, apaga minha rebeldia,
Não me deixes seguir nessa estrada,
Pois sei que tua graça, a cada dia,
Refaz minha alma tão desgarrada.
(Estrofe 7)
Ensinei a outros a pressa impura,
A pressa de ver a justiça brilhar,
Mas era em silêncio que a Tua ternura
Fazia o tempo certo chegar.
(Estrofe 8)
Agora percebo que a Tua vontade
Não é um fardo, nem mão que oprime,
Mas fonte eterna de liberdade,
Rio de vida que nunca se exime.
(Ponte)
Perdoa-me, Pai, por ter ensinado
A resistir ao que vem de Ti,
Agora me rendo, de coração dobrado,
Pois sei que és bom do início ao fim.
(Refrão)
Senhor, apaga minha rebeldia,
Não me deixes seguir nessa estrada,
Pois sei que tua graça, a cada dia,
Refaz minha alma tão desgarrada.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
A VONTADE DE DEUS E AS LIMITAÇÕES DOS SALMISTAS
Os salmos expressam a angústia humana diante do silêncio de Deus e das aparentes demoras em suas respostas (Sl 13:1-2, Sl 73:2-3). No entanto, a realidade divina não está presa às emoções passageiras do homem.
Enquanto os salmistas, em muitos momentos, se debatiam contra os desígnios do Altíssimo, Jesus mostrou a perfeita rendição à vontade de Deus, declarando no Getsêmani: "Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua" (Lc 22:42). Isso revela a contradição entre a visão limitada do homem e a perfeita soberania divina.
Além disso, Isaías 55:8-9 reforça que os pensamentos de Deus são mais altos que os nossos, e a aparente demora ou ausência de respostas nunca significa desamparo. A cruz de Cristo é a prova máxima de que a obediência, ainda que dolorosa, conduz à glória eterna (Fp 2:8-9).
Os salmos, portanto, refletem a jornada da alma que luta, mas encontra descanso ao confiar plenamente na soberania e no amor de Deus.
BIBLIOGRAFIA
KELLER, Timothy. Os Salmos e a Vida Cristã. Vida, 2016.
- Reflexão sobre como os salmos expressam dúvidas e fé.
BRUEGGEMANN, Walter. O Livro dos Salmos. Loyola, 2009.
- Análise teológica e literária dos salmos.
STOTT, John. A Verdadeira Vida Cristã. Vida, 2010.
- Sobre o chamado de Deus para a rendição e confiança.
PIPER, John. O Supremo Chamado de Deus. Shedd Publicações, 2012.
- Explicação sobre como a vontade divina é sempre boa.
LEWIS, C.S. Os Salmos. Vida, 2013.
- Interpretação cristã dos salmos e suas emoções humanas.
WRIGHT, N.T. Simplesmente Cristão. Thomas Nelson, 2015.
- Reflexão sobre a confiança na vontade soberana de Deus.
PETERSON, Eugene. Corra com os Cavalos. Vida, 2019.
- O desafio de viver segundo os planos divinos.
YANCEY, Philip. Decepcionado com Deus. Vida, 1998.
- Reflexão sobre os momentos em que Deus parece distante.
LUCADO, Max. Nas Garras da Graça. Thomas Nelson, 2000.
- A soberania de Deus em meio às dificuldades da vida.
CHAMBERS, Oswald. Tudo Para Ele. Betânia, 2008.
- Sobre como a obediência a Deus conduz à plenitude.
(Estrofe 1)
Ergui a espada em nome da fé,
Sonhei que os ímpios deviam cair,
Mas era a justiça que Tu mesmo és
Que me chamava a apenas servir.
(Estrofe 2)
Nos salmos roguei por governo feroz,
Pedi que reinasse com mão de ferro,
Mas esquecia que tua doce voz
É brisa suave, e não o desterro.
(Estrofe 3)
Desejei poder sobre multidões,
Clamei que dobrassem diante de mim,
Mas ignorava que os corações
Só se dobram ao amor sem fim.
(Refrão)
Senhor, me ensina a ser manso e puro,
A amar sem ânsia de dominar.
Tu reinas sem jugo, sem voz de muro,
E eu quero apenas te imitar.
(Estrofe 4)
Gritei que os justos deviam reinar,
Que as nações nos servissem, prostradas,
Mas esquecia que teu governar
É força que abraça, e não que escraviza.
(Estrofe 5)
Tornei-me juiz sem ter o direito,
Bradei que impérios deviam ruir,
Mas tua coroa foi dor no peito,
E não um trono para exibir.
(Estrofe 6)
Ordenei caminhos, impus a lei,
Amei mandatos, bradei com zelo,
Mas Tu me ensinaste que o justo rei
Vence servindo de pés no chão.
(Refrão)
Senhor, me ensina a ser manso e puro,
A amar sem ânsia de dominar.
Tu reinas sem jugo, sem voz de muro,
E eu quero apenas te imitar.
(Estrofe 7)
Disse a outros que o forte governa,
Que os escolhidos devem mandar,
Mas era a cruz, tão simples, tão terna,
O reino que veio para salvar.
(Estrofe 8)
Agora percebo que impérios desmoronam,
Mas tua verdade jamais se apaga.
Os reis desta terra logo se dobram,
Mas teu amor é a luz que não passa.
(Ponte)
Perdoa-me, Pai, pois ensinei
Que o poder vem da imposição.
Agora entendo o que sempre neguei:
Teu reino é graça, e não dominação.
(Refrão)
Senhor, me ensina a ser manso e puro,
A amar sem ânsia de dominar.
Tu reinas sem jugo, sem voz de muro,
E eu quero apenas te imitar.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
A AUTORIDADE DIVINA E A LIMITAÇÃO DOS SALMISTAS
Os salmos refletem o desejo humano por justiça e domínio, muitas vezes expressando pedidos de vingança e imposição de poder (Sl 2:8-9, Sl 110:1-2). No entanto, essas expressões são limitadas pela visão de mundo da época e não refletem a plenitude do caráter de Deus.
Jesus, ao contrário da expectativa de um Messias guerreiro, revelou um reino fundamentado na humildade e no amor (Mt 5:5, Jo 18:36). Enquanto os salmistas clamavam por governos fortes e punições severas, Cristo lavou os pés de seus discípulos e morreu por seus inimigos (Jo 13:14-15, Rm 5:8).
A verdadeira autoridade divina não se impõe pela força, mas pela graça. O domínio de Deus não é como o dos reis humanos, pois seu poder se aperfeiçoa na fraqueza (2Co 12:9). Assim, ao desejar um governo impositivo, inspirando-se em expressões dos salmos, incorre-se no erro de confundir a soberania de Deus com tirania humana.
BIBLIOGRAFIA
WRIGHT, N.T. Como Deus se Tornou Rei. Thomas Nelson, 2014.
- Explica a diferença entre o reino de Cristo e as concepções humanas de poder.
YANCEY, Philip. O Deus Invisível. Vida, 2016.
- Discute como Deus trabalha de forma diferente do que o homem espera.
KELLER, Timothy. Justiça Generosa. Vida, 2014.
- Mostra como a justiça divina é baseada na graça e não na dominação.
LEWIS, C.S. O Peso da Glória. Vida, 2005.
- Reflete sobre o desejo humano por poder e a verdadeira grandeza no serviço.
STOTT, John. O Discípulo Radical. Vida, 2010.
- Defende que a liderança cristã deve ser baseada na humildade e no amor.
PIPER, John. O Supremo Chamado de Deus. Shedd Publicações, 2012.
- Aborda a autoridade divina em contraste com a sede humana por domínio.
PETERSON, Eugene. O Pastor Contemplativo. Mundo Cristão, 2017.
- Examina a liderança servil em oposição ao autoritarismo.
BONHOEFFER, Dietrich. O Custo do Discipulado. Mundo Cristão, 2015.
- Explica como o verdadeiro discipulado rejeita a busca pelo poder humano.
NOUWEN, Henri. O Caminho do Coração. Paulinas, 2001.
- Relaciona a vida cristã com um abandono do desejo de controlar os outros.
WALTON, John. O Mundo Perdido da Torá. Thomas Nelson, 2021.
- Analisa como leis antigas refletiam a cultura, mas não a essência de Deus.
(Estrofe 1)
Gritei que as nações deviam temer,
Que os estrangeiros fossem vencidos,
Mas Tu me chamaste para acolher
Os que errantes buscam abrigo.
(Estrofe 2)
Clamei que erguesse muralhas de pedra,
Que dividisses os Teus escolhidos,
Mas Tu preferiste uma casa aberta,
Com portas para os esquecidos.
(Estrofe 3)
Julguei-me dono da Tua aliança,
Como se a graça tivesse fronteira,
Mas no horizonte a cruz se avança,
E o Teu amor não tem bandeira.
(Refrão)
Senhor, me ensina a ver com Teus olhos,
A não desprezar quem fizeste existir.
Pois todo o mundo reflete tua face,
E eu não nasci para dividir.
(Estrofe 4)
Canções entoei sobre o povo eleito,
Como se os outros fossem rejeitados,
Mas agora vejo que em Teu peito
Todos os povos são abraçados.
(Estrofe 5)
Pedi que humilhasse as terras vizinhas,
Que Tu esmagasses os estrangeiros,
Mas Teu coração plantava sementes
No solo de povos que eu vi como erros.
(Estrofe 6)
Ignorei que Raabe e Rute existiam,
Que Ninive foi por Ti perdoada.
Agora percebo que não é minha
A escolha de quem será abençoado.
(Refrão)
Senhor, me ensina a ver com Teus olhos,
A não desprezar quem fizeste existir.
Pois todo o mundo reflete tua face,
E eu não nasci para dividir.
(Estrofe 7)
Ergui um estandarte, fiz distinções,
Dizendo: “Aqui são os santos de Deus”,
Mas vi que Teus braços não têm nações,
E que todos cabem no Reino dos Céus.
(Estrofe 8)
Agora, Senhor, me lanço ao chão,
Pois sei que Teu povo é toda a Terra.
Que caia em ruína meu coração,
Se ainda quiser erguer qualquer guerra.
(Ponte)
Perdoa-me, Pai, pois ensinei
Que o Teu amor era exclusão.
Agora eu vejo o erro que fiz,
E clamo por Tua correção.
(Refrão)
Senhor, me ensina a ver com Teus olhos,
A não desprezar quem fizeste existir.
Pois todo o mundo reflete tua face,
E eu não nasci para dividir.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
DEUS E O SEU AMOR SEM FRONTEIRAS
Os salmos refletem a visão de um povo que se via como escolhido e distinto das demais nações, muitas vezes expressando orações por destruição dos estrangeiros (Sl 2:8-9; Sl 137:8-9). No entanto, essa perspectiva reflete mais a mentalidade da época do que o verdadeiro caráter de Deus.
A revelação divina ao longo das Escrituras mostra que Ele sempre teve um plano universal de redenção. Em Gênesis 12:3, Deus prometeu a Abraão que em sua descendência todas as nações seriam abençoadas, e não apenas Israel. Profetas como Jonas foram enviados para chamar ao arrependimento povos estrangeiros (Jn 3:10), e Jesus reforçou essa visão ao acolher samaritanos, romanos e gentios (Jo 4:7-10; Mt 8:5-13).
Paulo deixa claro que não há judeu nem grego, pois em Cristo todos são um só (Gl 3:28). O nacionalismo e a exclusividade que aparecem em alguns salmos não são compatíveis com o amor incondicional de Deus, que deseja salvar toda a humanidade (1Tm 2:4). Assim, qualquer postura de exclusão, preconceito ou superioridade é contrária ao coração divino e deve ser abandonada.
BIBLIOGRAFIA
WRIGHT, N.T. A Surpreendente Esperança. Thomas Nelson, 2011.
- Explica como o plano de Deus sempre incluiu todas as nações.
YANCEY, Philip. A Graça Renegada. Vida, 2010.
- Discute como o amor de Deus derruba barreiras de exclusão.
KELLER, Timothy. Igreja Centrada. Vida Nova, 2016.
- Mostra a importância de uma visão missionária que acolha todas as culturas.
LEWIS, C.S. Cristianismo Puro e Simples. Thomas Nelson, 2017.
- Reflete sobre o universalismo do evangelho e sua aplicação na vida cristã.
STOTT, John. A Missão Cristã no Mundo Moderno. Vida Nova, 2010.
- Argumenta contra o exclusivismo e mostra a vocação universal da igreja.
PIPER, John. Deixa as Nações se Alegrarem. Shedd Publicações, 2011.
- Examina a missão global de Deus e a inclusão dos gentios na salvação.
PETERSON, Eugene. A Mensagem da Missão. Mundo Cristão, 2018.
- Mostra como Deus sempre buscou alcançar todas as culturas.
BONHOEFFER, Dietrich. Vida em Comunhão. Mundo Cristão, 2017.
- Fala sobre a verdadeira comunhão cristã, que transcende nacionalidades.
NOUWEN, Henri. A Espiritualidade da Compaixão. Paulinas, 2004.
- Explica como o amor cristão não faz distinção entre povos.
WALTON, John. O Mundo Perdido de Israel Antigo. Thomas Nelson, 2020.
- Analisa como a mentalidade nacionalista dos salmistas reflete sua cultura e não o caráter de Deus.
(Estrofe 1)
Gritei vitórias que não eram minhas,
Louvei espadas, reinos e honras.
Mas o que sou, se não Tuas linhas
Escritas em luz, e não em glórias?
(Estrofe 2)
Exaltei tronos, coroados reis,
Como se fossem justos e santos,
Mas Tu disseste: "Aquele que crês
É servo e humilde em seus encantos."
(Estrofe 3)
Cantei os feitos dos vencedores,
Os que impuseram força e poder,
Mas esquecia que entre as dores
O Teu caminho é o de ceder.
(Refrão)
Senhor, apaga do meu coração
A sede vã de me exaltar.
Pois só Tu és a exata razão
De qualquer glória que eu cantar.
(Estrofe 4)
Ergui bandeiras, fiz monumentos,
Dei ao meu nome a luz do sol,
Mas vi que em meio aos fortes ventos
Apenas Tu és farol.
(Estrofe 5)
Festejei ouro, riquezas sem fim,
Mas me chamaste ao chão poeirento,
Pois quem se eleva, logo, enfim,
Cai no abismo do próprio intento.
(Estrofe 6)
Julguei-me justo, herói sem igual,
Mas Tu me mostras: sou só poeira.
Quem busca o alto sem olhar para o mal,
Esquece a graça que o ergue inteira.
(Refrão)
Senhor, apaga do meu coração
A sede vã de me exaltar.
Pois só Tu és a exata razão
De qualquer glória que eu cantar.
(Estrofe 7)
Proclamei méritos, fiz juramentos,
Na falsa crença de ser melhor,
Mas vejo que os grandes fundamentos
São erguidos por mãos sem suor.
(Estrofe 8)
Agora me dobro, desfaço o trono,
Lanço aos Teus pés meu falso louvor.
Pois todo orgulho se torna em sono
E só Tua graça é eterno esplendor.
(Ponte)
Perdoa-me, Pai, por ensinar
Que o homem vence por si mesmo.
Agora sei que é só Teu amar
Que nos resgata do erro e do medo.
(Refrão)
Senhor, apaga do meu coração
A sede vã de me exaltar.
Pois só Tu és a exata razão
De qualquer glória que eu cantar.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
DEUS, O HUMILDE SENHOR DA HISTÓRIA
Os salmos frequentemente exaltam conquistas humanas e vitórias militares como sinais diretos da aprovação divina (Sl 18:37-40; Sl 144:1-2). No entanto, essa perspectiva pode ser limitada, pois confunde sucesso terreno com justiça e bênção espiritual.
A revelação bíblica mostra que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Pv 3:34; Tg 4:6). A glória divina não se reflete em poder bélico ou riquezas, mas na justiça, no amor e na entrega sacrificial (Is 57:15). Jesus Cristo, ao contrário das figuras exaltadas dos salmos, veio como servo, rejeitando qualquer forma de exaltação terrena (Fp 2:5-8).
Paulo nos lembra que a força de Deus se aperfeiçoa na fraqueza (2Co 12:9). A lógica do Reino de Deus não é a do orgulho humano, mas a do serviço e da humildade. Os salmistas, influenciados pelo contexto de sua época, viam as vitórias como sinais diretos de aprovação divina, mas Cristo nos ensinou que o verdadeiro triunfo se dá no esvaziamento de si mesmo (Mt 23:12).
Assim, a mensagem central das Escrituras não sustenta a valorização exagerada das conquistas humanas, mas sim a dependência total da graça de Deus.
BIBLIOGRAFIA
LEWIS, C.S. Cristianismo Puro e Simples. Thomas Nelson, 2017.
- Analisa como o orgulho é o maior inimigo da verdadeira espiritualidade.
YANCEY, Philip. Maravilhosa Graça. Vida, 2000.
- Explica como Deus opera pela humildade e não pela exaltação pessoal.
BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. Mundo Cristão, 2015.
- Mostra como o chamado cristão é um chamado para negar a si mesmo.
KELLER, Timothy. Ego Transformado. Vida Nova, 2014.
- Ensina a substituir o orgulho pela humildade e dependência em Deus.
STOTT, John. A Cruz de Cristo. Vida Nova, 2006.
- Explica como a verdadeira glória está na cruz, e não na grandeza humana.
NOUWEN, Henri. O Caminho do Coração. Loyola, 2003.
- Mostra como o silêncio e a humildade são caminhos para encontrar Deus.
PIPER, John. O Supremacia de Cristo. Shedd Publicações, 2006.
- Afirma que toda exaltação verdadeira pertence exclusivamente a Deus.
WRIGHT, N.T. Como Deus Se Tornou Rei. Vida Nova, 2016.
- Examina como Jesus subverteu a lógica do poder e da exaltação.
MANNING, Brennan. O Evangelho Maltrapilho. Mundo Cristão, 2006.
- Fala sobre como a graça de Deus humilha os altivos e exalta os humildes.
WALTON, John. O Mundo Perdido de Salmos. Thomas Nelson, 2021.
- Explica como a visão dos salmistas sobre poder e vitória era limitada pela cultura da época.
POEMA
(Estrofe 1)
Clamei vingança contra o infiel,
Disse: "O justo deve triunfar",
Mas Tu ergues Teu trono no céu,
Não para punir, mas para amar.
(Estrofe 2)
Os salmistas rogaram ao forte Deus
Que esmagasse o ímpio no chão,
Mas esqueciam que até fariseus
São alvo da Tua compaixão.
(Estrofe 3)
Pedi que os pobres pagassem seus erros,
Ignorei o grito do aflito e do réu,
Mas agora percebo que, nos desterros,
Teu olhar se inclina ao mais cruel.
(Refrão)
Senhor, apaga a dureza em mim,
Ensina-me a graça que tudo refaz.
Que eu veja, na dor de qualquer um,
A face divina de quem me refaz.
(Estrofe 4)
Os salmos pediam que a ira viesse,
Que os maus caíssem sem proteção,
Mas vejo que o justo se esquece
Que também carece de redenção.
(Estrofe 5)
Sei que cantei: "A justiça é certeira,
Quem peca recebe o que merecer",
Mas Tu me mostras: a mão verdadeira
Não lança pedras, vem a acolher.
(Estrofe 6)
Falei dos ímpios sem compaixão,
Disse: "Paguem pelo que fizeram",
Mas o Teu Filho, em tão grande aflição,
Pediu perdão aos que O bateram.
(Refrão)
Senhor, apaga a dureza em mim,
Ensina-me a graça que tudo refaz.
Que eu veja, na dor de qualquer um,
A face divina de quem me refaz.
(Estrofe 7)
Temi que os fracos quebrassem a lei,
Eram culpados, não mereciam,
Mas agora vejo que errei,
Pois Teu amor não faz distinção.
(Estrofe 8)
Então me prostro e clamo em pranto,
Pelas feridas que ignorei.
Misericórdia, Senhor! Enquanto
Eu respirar, Teu amor serei.
(Ponte)
Perdoa-me, Deus, por ensinar
Que há condenados sem salvação.
Agora sei que o Teu julgar
É sempre graça, nunca opressão.
(Refrão)
Senhor, apaga a dureza em mim,
Ensina-me a graça que tudo refaz.
Que eu veja, na dor de qualquer um,
A face divina de quem me refaz.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
DEUS, A JUSTIÇA QUE ABRAÇA
Nos salmos, frequentemente se pede a destruição dos inimigos e a retribuição punitiva contra os ímpios (Sl 58:6-8; Sl 109:6-15). Essa mentalidade, moldada pela cultura da época, reflete uma visão retributiva da justiça, onde o mal deve ser erradicado pela punição severa.
Contudo, ao longo das Escrituras, Deus revela um caráter muito mais compassivo. O próprio Jesus desafiou essa perspectiva ao dizer: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem" (Mt 5:44). Ele confrontou a ideia de que a justiça divina é apenas retribuição, demonstrando que a misericórdia está acima do juízo (Tg 2:13).
Enquanto os salmistas clamavam para que Deus esmagasse os perversos, Jesus, na cruz, clamou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34). Esse contraste mostra que a revelação de Deus foi progressiva, e o ápice do Seu caráter se manifestou na cruz.
Deus não se limita à visão humana de justiça. Ele é amor, e Seu desejo não é a condenação, mas o arrependimento (Ez 33:11). Assim, a falta de misericórdia nos salmos reflete mais uma percepção cultural e humana do que a verdadeira essência divina, que nos chama ao perdão e à graça.
BIBLIOGRAFIA
YANCEY, Philip. O Deus Invisível. Vida, 2019.
- Explora como Deus se revela na misericórdia e não na punição.
WRIGHT, N.T. Simplesmente Jesus. Thomas Nelson, 2018.
- Analisa a visão de Jesus sobre justiça e compaixão, em contraste com o Antigo Testamento.
STOTT, John. A Cruz de Cristo. Vida Nova, 2006.
- Explica como a cruz redefine o conceito de justiça divina.
MANNING, Brennan. O Evangelho Maltrapilho. Mundo Cristão, 2006.
- Mostra como a misericórdia de Deus é escandalosa para a lógica humana.
PIPER, John. O Supremacia de Cristo. Shedd Publicações, 2006.
- Fala sobre como Jesus transformou o entendimento da justiça divina.
LEWIS, C.S. Os Salmos. Thomas Nelson, 2017.
- Reflete sobre os sentimentos dos salmistas e como Cristo os aperfeiçoa.
NOUWEN, Henri. O Retorno do Filho Pródigo. Paulinas, 2000.
- Explica como Deus sempre busca restaurar, e não punir.
KELLER, Timothy. Justiça Generosa. Vida Nova, 2013.
- Defende que a justiça bíblica não é apenas punitiva, mas restauradora.
BRUEGGEMANN, Walter. Os Salmos e a Vida Espiritual. Loyola, 2010.
- Analisa como os salmos refletem uma visão humana e nem sempre a justiça divina plena.
BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. Mundo Cristão, 2015.
- Fala sobre seguir Jesus, abandonando uma visão punitiva da justiça.
(Estrofe 1)
Fugi do escuro como um fugitivo,
Temi os montes e o forte mar,
Mas esquecia que és meu abrigo,
Que Tua voz ordena e faz calmar.
(Estrofe 2)
Os salmistas choraram, gritaram em pranto,
"Senhor, não me deixes cair no abismo!"
Mas esqueciam, no medo tanto,
Que Tua mão refaz o caminho.
(Estrofe 3)
Tremi de fome, de sede e da espada,
Temi na noite quem me espreitava,
Mas hoje vejo: a fé errada
Faz sombra onde a luz brilhava.
(Refrão)
Senhor, perdoa-me por não confiar,
Por ver perigo onde há proteção.
Tua promessa é me sustentar,
No Teu amor repousa meu chão.
(Estrofe 4)
Davi temeu o laço do forte,
Mas Tu eras escudo ao redor,
Agora sei que quem teme a morte
Esquece que a vida vem do Senhor.
(Estrofe 5)
Os salmos falavam do dia cruel,
Das trevas cercando sem compaixão,
Mas Tu és sol no amanhecer fiel,
E Tua verdade dissipa a ilusão.
(Estrofe 6)
Disse que os montes cairiam ao mar,
Mas esquecia que és Rocha eterna,
Se me firmo em Ti, posso andar,
Mesmo se o vento brama na terra.
(Refrão)
Senhor, perdoa-me por não confiar,
Por ver perigo onde há proteção.
Tua promessa é me sustentar,
No Teu amor repousa meu chão.
(Estrofe 7)
Gritei, clamando por Tua resposta,
Como se surdo pudesse estar,
Mas Teu cuidado nunca se afasta,
Tua presença é meu respirar.
(Estrofe 8)
Agora descanso, abandono o receio,
Já não me escondo do que virá,
Pois sei que a paz é o Teu conselho,
E a fé lança fora todo o temor.
(Ponte)
Perdoa-me, Deus, se ensinei a outros
Que deviam temer além da razão.
Pois Tu não deixas Teus filhos soltos,
Nos carregas sempre em Tua mão.
(Refrão)
Senhor, perdoa-me por não confiar,
Por ver perigo onde há proteção.
Tua promessa é me sustentar,
No Teu amor repousa meu chão.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
O AMOR DE DEUS NÃO CULTIVA O MEDO
Os salmistas frequentemente expressavam medos extremos e pedidos angustiados por livramento, como em Salmo 55:4-5: "O meu coração está angustiado dentro de mim, e terrores da morte caíram sobre mim. Temor e tremor me sobrevêm, e o horror me cobriu." Essa linguagem reflete a humanidade do salmista, mas não necessariamente a verdade última sobre Deus.
A revelação completa de Deus em Cristo mostra que o medo exagerado não condiz com Seu amor perfeito. 1 João 4:18 ensina: "No amor não há medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo." Jesus, em meio à tempestade, disse aos discípulos: "Por que estais tão atemorizados? Ainda não tendes fé?" (Mc 4:40), demonstrando que o medo muitas vezes é a ausência de confiança em Deus.
Os salmos são valiosos, pois mostram a vulnerabilidade humana diante do sofrimento, mas não representam a verdade absoluta sobre o caráter divino. Deus não deseja que Seus filhos vivam aprisionados no medo, mas que encontrem descanso n’Ele. Ele nos chama a confiar, mesmo quando tudo ao redor parece incerto, pois Ele é um refúgio seguro (Sl 46:1-2).
BIBLIOGRAFIA
YANCEY, Philip. Decepcionado com Deus. Vida, 2001.
- Explora como nossa visão limitada nos faz temer desnecessariamente.
KELLER, Timothy. Deus na Tempestade. Vida Nova, 2018.
- Mostra como a fé supera o medo nos desafios da vida.
LEWIS, C.S. Cristianismo Puro e Simples. HarperCollins, 1952.
- Discute como confiar em Deus elimina temores irracionais.
STOTT, John. O Incomparável Cristo. Vida Nova, 2005.
- Examina a confiança que Jesus inspira, removendo o medo.
MANNING, Brennan. O Evangelho Maltrapilho. Mundo Cristão, 2006.
- Aborda como o amor de Deus nos liberta da angústia.
NOUWEN, Henri. A Volta do Filho Pródigo. Paulinas, 2000.
- Analisa como confiar no Pai nos livra de inseguranças.
PIPER, John. Vivendo pela Fé em Tempos Difíceis. Shedd Publicações, 2011.
- Relaciona a soberania de Deus com a paz diante do medo.
WRIGHT, N.T. Surpreendido pela Esperança. Thomas Nelson, 2011.
- Fala sobre como a ressurreição de Cristo elimina o temor da morte.
BONHOEFFER, Dietrich. Resistência e Submissão. Mundo Cristão, 2015.
- Ensina sobre coragem e confiança, mesmo em tempos sombrios.
BRUEGGEMANN, Walter. Os Salmos e a Vida Espiritual. Loyola, 2010.
- Analisa como os salmos expressam temores humanos e como Deus os responde.
(Estrofe 1)
Vi os justos prósperos, honrados na terra,
As mãos transbordando de ouro e pão,
Pensei: "Senhor, será esta a guerra?
Acumular bens para ter Tua unção?"
(Estrofe 2)
O salmista cantava: "não há falta alguma,
Aos que em Ti põem sua confiança."
Mas no anseio de ver a fortuna em espuma,
Esqueci que és mais do que abastança.
(Estrofe 3)
Desejei o pasto verdejante,
Onde as ovelhas não têm pesar,
Mas ignorei que o bem constante
É Tua face e não o que há de passar.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por meu anseio vão,
Por desejar o que o tempo consome.
És meu tesouro, minha porção,
E não a ilusão que o ouro promove.
(Estrofe 4)
Vi ímpios florescerem feito carvalho,
E pensei que eram Teu agrado.
Mas logo vi que todo atalho
Leva ao chão o que foi elevado.
(Estrofe 5)
Pedi que a colheita fosse farta,
Que a mesa tivesse o melhor vinho,
Mas Tua voz, branda e exata,
Me disse: "O pão da vida é meu caminho."
(Estrofe 6)
Clamei por celeiros abarrotados,
Mas Teu silêncio foi minha lição:
"Se tens tudo e estás separado,
De que vale a tua provisão?"
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por meu anseio vão,
Por desejar o que o tempo consome.
És meu tesouro, minha porção,
E não a ilusão que o ouro promove.
(Estrofe 7)
Hoje entendo o que sempre disseste,
Que o ouro do mundo logo se apaga,
Mas Tua presença, eterna e celeste,
É chama que nunca se apaga.
(Estrofe 8)
Agora sou livre, não temo o vazio,
Pois és meu tudo, minha riqueza.
O coração que outrora era frio
Agora pulsa em tua leveza.
(Ponte)
Perdoa-me, Deus, se ensinei errado,
Se disse que a bênção era ter mais.
Pois hoje sei: quem vive atado
Às riquezas, jamais será capaz.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por meu anseio vão,
Por desejar o que o tempo consome.
És meu tesouro, minha porção,
E não a ilusão que o ouro promove.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
.
O AMOR DE DEUS NÃO SE MEDE EM RIQUEZAS
Os salmos muitas vezes associam a justiça à prosperidade material, como em Salmo 112:3: "Em sua casa há riqueza e prosperidade, e a sua justiça dura para sempre." Esse tipo de expressão pode dar a entender que os bens materiais são sinais diretos da aprovação divina.
No entanto, a revelação em Cristo demonstra que Deus não mede Seu amor em riquezas. Jesus ensinou: "Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem corroem" (Mt 6:19). Ele mesmo viveu sem posses, ensinando que a verdadeira prosperidade é a comunhão com Deus.
O conceito de sucesso material como bênção divina pode levar à crença equivocada de que os pobres não são agraciados por Deus, o que contraria passagens como Lucas 6:20: "Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus." O Novo Testamento redefine a riqueza como algo eterno e não passageiro, reafirmando que a maior dádiva não está no ouro, mas na graça divina.
BIBLIOGRAFIA
BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. Mundo Cristão, 2015.
- Analisa o chamado de Jesus para abandonar o apego material e segui-Lo.
YANCEY, Philip. Deus sabe o que faz. Vida, 2003.
- Explora como Deus age além das expectativas humanas de prosperidade.
KELLER, Timothy. A idolatria do dinheiro. Vida Nova, 2014.
- Examina como o desejo por riquezas pode afastar o coração de Deus.
MANNING, Brennan. O evangelho maltrapilho. Mundo Cristão, 2006.
- Mostra que a graça de Deus é para todos, e não só para os bem-sucedidos.
PIPER, John. Dinheiro, sexo e poder. Shedd Publicações, 2018.
- Discute como usar os bens materiais sem se tornar escravo deles.
NOUWEN, Henri. O caminho do coração. Paulinas, 1981.
- Fala sobre como a simplicidade nos aproxima de Deus.
STOTT, John. Cristianismo Básico. Vida Nova, 2006.
- Explica o ensino bíblico sobre contentamento e dependência de Deus.
WRIGHT, N.T. Simplesmente Cristão. Thomas Nelson, 2010.
- Aponta a verdadeira esperança como algo além das posses terrenas.
LEWIS, C.S. O peso da glória. Thomas Nelson, 1942.
- Examina o desejo humano por algo maior do que riquezas passageiras.
BRUEGGEMANN, Walter. Teologia do Antigo Testamento. Loyola, 2010.
- Discute a relação entre riqueza, justiça e a visão profética.
(Estrofe 1)
Vi o pobre clamar ao céu, aflito,
E não estendi minha mão.
Cantava um salmo, tão contrito,
Mas ignorava meu irmão.
(Estrofe 2)
Dizia o salmista: "Deus ergue o caído",
Mas eu via o justo esmagado.
Será que aceitei um Deus sem ouvido,
Que não vê o órfão humilhado?
(Estrofe 3)
Os montes ecoam justiça e luz,
Mas os famintos seguem à porta.
Será que esperei que viesse a cruz,
Sem perceber que a fome os corta?
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, se fui omisso,
Se vi e fingi não enxergar.
Tua justiça é compromisso,
Não posso mais me calar.
(Estrofe 4)
Os reis erguiam tronos de prata,
E o ouro ornava seus altares.
Mas sob as sombras da praça,
Pobres morriam aos milhares.
(Estrofe 5)
O salmista bradou: "Felizes os justos!",
Mas vi suas mãos tão vazias.
Se a justiça é Tua voz nos sustos,
Por que a dor ninguém alivia?
(Estrofe 6)
Eu li: "Senhor, derruba os fortes",
E cantei que vingas os fracos.
Mas assisti à miséria e à sorte,
De quem é esmagado nos becos opacos.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, se fui omisso,
Se vi e fingi não enxergar.
Tua justiça é compromisso,
Não posso mais me calar.
(Estrofe 7)
Não há verdade em mãos fechadas,
Em olhos secos, em vozes mudas.
Se és Deus das vidas injustiçadas,
O que fiz com Tuas perguntas?
(Estrofe 8)
Agora entendo o que não quis ver,
Que a justiça é chama acesa.
Se não divido, se não mover,
Nada em mim será Tua mesa.
(Ponte)
Perdoa-me, Deus, se ensinei o erro,
Se aceitei calado essa opressão.
Pois hoje sei que és puro zelo,
E que és justiça em ação.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, se fui omisso,
Se vi e fingi não enxergar.
Tua justiça é compromisso,
Não posso mais me calar.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
O AMOR DE DEUS NÃO SE CALA DIANTE DA INJUSTIÇA
Os Salmos frequentemente pedem a Deus que julgue os ímpios e exalte os justos, como no Salmo 10:17-18: "Tu, Senhor, ouves a súplica dos necessitados; tu os fortalecerás e lhes atenderás o clamor, defendendo o órfão e o oprimido." No entanto, a tradição judaico-cristã mostra que Deus não é apenas um juiz distante, mas um Deus ativo na luta contra a injustiça.
A visão salmista, às vezes, apresenta uma justiça retributiva imediata, como se os ímpios fossem sempre punidos e os justos, recompensados. No entanto, Jesus ensinou uma justiça que não se limita a punições e recompensas imediatas, mas que exige ação do próprio ser humano. Em Mateus 25:35-40, Cristo revela que o amor prático ao próximo é a verdadeira adoração a Deus: "Tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber."
Dessa forma, a realidade do amor divino não condiz com uma fé passiva diante da miséria. Deus age através dos que escolhem ser instrumentos da Sua justiça. Como diz o profeta Miquéias (6:8): "Ele te mostrou o que é bom; e que o Senhor exige de ti? Que pratiques a justiça, ames a misericórdia e andes humildemente com teu Deus."
BIBLIOGRAFIA
GUTIÉRREZ, Gustavo. Teologia da Libertação: Perspectivas. Paulus, 1971.
- Discute o papel da fé cristã na luta contra a desigualdade social.
BONHOEFFER, Dietrich. Ética. Mundo Cristão, 2005.
- Reflete sobre a responsabilidade cristã na justiça social.
WINK, Walter. A terceira via de Jesus. Paulus, 2011.
- Apresenta Jesus como alguém que desafiava estruturas opressivas.
MOLTMANN, Jürgen. O Deus Crucificado. Paulus, 1974.
- Explora como Deus se identifica com os sofredores e marginalizados.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra, 1968.
- Analisa a relação entre opressão, educação e consciência social.
BERRIGAN, Daniel. Os profetas falam hoje. Loyola, 1992.
- Discute o papel dos profetas bíblicos na denúncia da injustiça.
SOBRINO, Jon. Jesus, o Libertador. Loyola, 1991.
- Apresenta a figura de Jesus como um libertador dos pobres.
STOTT, John. Cristianismo Equilibrado. ABU Editora, 1982.
- Aborda a necessidade de unir fé e ação social.
NOUWEN, Henri. O Deus Perdido. Paulinas, 1988.
- Mostra como a espiritualidade deve levar ao compromisso com os necessitados.
ELLUL, Jacques. O que eu creio. Vida Nova, 1989.
- Reflete sobre o compromisso do cristão com a transformação do mundo.
(Estrofe 1)
Calei meu erro, escondi meu rosto,
Temendo a ira que me queimaria.
Mas no silêncio senti o desgosto,
De uma culpa que não se esvazia.
(Estrofe 2)
O salmista dizia: "Confessa e serás limpo",
Mas o orgulho trancou minha voz.
Cria que a sombra ocultava o instinto,
Quando meu peito gritava feroz.
(Estrofe 3)
Como Davi, fugi do espelho,
E carreguei peso além do meu ser.
Mas em Ti, Senhor, só há conselho,
Que exorta, cura e faz renascer.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, se o medo calei,
Se escondi meu erro da Tua luz.
Tu sempre ouves, jamais neguei,
És o amor que a culpa conduz.
(Estrofe 4)
"Feliz é o que confessa a verdade",
Mas quantas vezes me fiz de mudo?
Achando que o tempo apagaria,
O que só Teu perdão desfaz sem escudo.
(Estrofe 5)
Como um ossário guardado no peito,
Meus dias secaram sob o sol da inércia.
Mas o Senhor, com puro respeito,
Chamou-me à graça, e não à sentença.
(Estrofe 6)
"Contra Ti pequei", enfim declarei,
E como chuva vi Tua clemência.
Foi no momento que tudo entreguei,
Que recebi o alívio da essência.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, se o medo calei,
Se escondi meu erro da Tua luz.
Tu sempre ouves, jamais neguei,
És o amor que a culpa conduz.
(Estrofe 7)
Se o salmista pediu Tua face oculta,
Eu, Senhor, desejo Te ver.
Pois onde reina Tua mão justa,
A vergonha não pode vencer.
(Estrofe 8)
Agora entendo que és Pai bondoso,
Que não rejeita quem pede perdão.
És refúgio ao arrependido ansioso,
És abrigo e não condenação.
(Ponte)
Perdoa-me, Deus, se ensinei o medo,
Se fiz outros crerem no Teu castigo.
Hoje proclamo: és amor sem segredo,
És abraço ao filho ferido.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, se o medo calei,
Se escondi meu erro da Tua luz.
Tu sempre ouves, jamais neguei,
És o amor que a culpa conduz.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
DEUS NÃO É UM JUIZ IMPASSÍVEL, MAS UM PAI QUE PERDOA
Nos Salmos, há momentos em que o salmista expressa medo do castigo divino e angústia por seus pecados, como no Salmo 32:3-4: "Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Pois dia e noite a tua mão pesava sobre mim; meu vigor se tornou em sequidão de estio." Essa visão reflete uma espiritualidade onde o pecado parece um fardo insuportável até que seja confessado.
Porém, ao longo das Escrituras, vemos que Deus não age como um juiz impassível que apenas espera a confissão para aliviar um castigo, mas como um Pai amoroso que já deseja perdoar. Em Lucas 15:20, Jesus ilustra esse amor na parábola do filho pródigo: "Quando ainda estava longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu para seu filho, e o abraçou e beijou."
A culpa não é imposta por Deus, mas nasce no coração humano. A confissão não muda Deus, mas muda quem confessa. Deus já está pronto para perdoar, pois o Seu amor é incondicional. Como diz 1 João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." A realidade divina é o amor absoluto, não uma justiça distante e calculista.
BIBLIOGRAFIA
LEWIS, C. S. O Peso da Glória. Thomas Nelson, 1949.
- Reflexões sobre culpa, redenção e o amor divino.
YANCEY, Philip. Maravilhosa Graça. Vida, 1997.
- Explora como Deus perdoa e restaura.
BONHOEFFER, Dietrich. O Custo do Discipulado. Mundo Cristão, 1937.
- Fala sobre graça autêntica e confissão sincera.
NOUWEN, Henri. O Retorno do Filho Pródigo. Paulinas, 1992.
- Interpretação espiritual da parábola do filho pródigo.
STOTT, John. A Cruz de Cristo. ABU Editora, 1986.
- Discute o significado do perdão através de Jesus.
MANNING, Brennan. O Evangelho Maltrapilho. Mundo Cristão, 1990.
- A graça de Deus diante da fraqueza humana.
KELLER, Timothy. O Deus Pródigo. Vida, 2008.
- Como o amor de Deus vai além da confissão.
PETERSON, Eugene. Uma Longa Obediência na Mesma Direção. Mundo Cristão, 1980.
- Sobre o crescimento espiritual e a jornada do arrependimento.
TILLICH, Paul. A Coragem de Ser. Vozes, 1952.
- Reflete sobre como a confissão liberta a alma.
LUTERO, Martinho. Da Liberdade Cristã. Sinodal, 1520.
- A relação entre pecado, confissão e a liberdade que há em Cristo.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
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EXPLICAÇÃO: O AMOR INFINITO DE DEUS E A REALIDADE DOS SALMOS
A realidade do amor infinito de Deus, revelada nas Escrituras, contrasta com as expressões de dor e clamor presentes nos salmos. Enquanto os salmistas frequentemente expressam angústia, dúvida e até indignação diante do sofrimento e da aparente ausência de Deus, a natureza divina é descrita como compassiva, misericordiosa e sempre presente.
Nos salmos, vemos a humanidade em sua fragilidade, clamando por justiça e alívio. Por exemplo, no Salmo 22, Davi grita: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Salmo 22:1)10. Essa expressão de abandono reflete a experiência humana do sofrimento, mas não a natureza de Deus, que nunca abandona Seus filhos (Hebreus 13:5).
A Bíblia revela que Deus é amor (1 João 4:8) e que Seu amor é incondicional, não dependendo das circunstâncias ou do merecimento humano. Enquanto os salmistas muitas vezes questionam a justiça divina, a realidade de Deus é que Ele é justo e bondoso, mesmo quando Sua justiça não é imediatamente compreendida (Salmo 103:8)10.
Portanto, o clamor dos salmistas não reflete uma falha no caráter de Deus, mas sim a limitação humana em compreender Seu plano maior. Ainda que os salmos expressem dor e dúvida, eles também apontam para a esperança e a certeza do amor e da fidelidade de Deus, como no Salmo 23, onde Davi declara: "O Senhor é o meu pastor; nada me faltará" (Salmo 23:1)10.
BIBLIOGRAFIA
"Os Salmos: Oração e Poesia" – Carlos Mesters, 2005.
Análise dos salmos como expressão de fé e clamor humano.
"A Teologia dos Salmos" – Walter Brueggemann, 2010.
Estudo sobre a relação entre o sofrimento humano e a justiça divina nos salmos.
"O Livro dos Salmos" – John Calvin, 1557.
Comentário clássico sobre a interpretação teológica dos salmos.
"Salmos: A Voz do Coração" – Eugene Peterson, 2000.
Reflexões sobre os salmos como orações pessoais e comunitárias.
"A Espiritualidade dos Salmos" – Thomas Merton, 1956.
Abordagem mística e contemplativa dos salmos.
"Salmos: Poesia e Oração" – Luis Alonso Schökel, 1992.
Análise literária e teológica dos salmos.
"O Sofrimento e a Fé nos Salmos" – Dietrich Bonhoeffer, 1940.
Reflexões sobre o sofrimento e a esperança nos salmos.
"Os Salmos e a Vida Cristã" – N.T. Wright, 2014.
Aplicação dos salmos à vida prática e espiritual.
"A Mensagem dos Salmos" – Walter Kaiser Jr., 1984.
Estudo sobre a relevância dos salmos para a fé contemporânea.
"Salmos: Oração e Transformação" – Richard J. Foster, 1998.
Abordagem prática dos salmos como ferramenta de crescimento espiritual
ESTROFE 1
No salmo que chora, o rei se queixava,
Mas entre os prantos, seu ego se afligia,
A dor dos outros, não se comparava
Com a sua aflição que ele perseguia.
ESTROFE 2
E em suas palavras, a luta ressoava,
Enquanto o pobre, com suas lágrimas perdia,
No peito do salmista, a alma calava,
A dor do outro, ele não via.
ESTROFE 3
"Ó Deus, me socorre", clamou o rei,
Seu grito de dor ecoava no vento,
Mas em seu coração, outro se perdia,
Cegueira egoísta, sem discernimento.
ESTROFE 4
No salmo 22, gritos de desespero,
"Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?"
Mas o grito da multidão se tornou o mistério,
E a dor de outros, o salmista rejeitaste.
ESTROFE 5
E quando no salmo 35 ele exclamava,
Que a sua vida fosse livrada do mal,
E os outros, de sofrimento, se afastava,
Sem um olhar compassivo, seu julgamento fatal.
ESTROFE 6
Na angústia do salmo 69, ele se afundava,
Mas a fome e a sede dos outros passava,
Esquecendo que, no fundo, todos lutam,
E a dor humana, em seu peito não cabia.
ESTROFE 7
Em momentos de traição, no salmo 41,
A dor de Judas foi maior que a de outros,
Mas será que, nas lágrimas, o coração,
Se abriu para o sofrimento dos muitos?
ESTROFE 8
E os salmos que cantava, no ritmo da dor,
Refletiam mais a si mesmo, seu próprio pavor,
Esquecendo os irmãos que na rua clamavam,
Enquanto suas vozes, em ecos se perdiam.
PONTE
Perdoa-me, Senhor, por ser tão cego,
Por ensinar aos outros o erro do orgulho,
Eu cantei e revelei o ego,
Ignorando que o amor é o mais profundo em tudo.
REFRÃO 1
Perdão, Senhor, por não enxergar,
Por cantar sem saber, sem me importar,
Me conceda um coração que possa se doar,
Para que a dor dos outros eu possa aliviar.
REFRÃO 2
Perdão, Senhor, pelo meu egoísmo,
Por ter só cantado a minha dor,
Me mostre o caminho, livre de egoísmo,
E faça a minha vida refletir teu amor.
REFRÃO 3
Perdão, Senhor, por tanto ignorar,
Por viver no erro e não enxergar,
Dá-me forças, para me transformar,
E viver no amor, sem mais me afastar.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
2. Explicação: A Realidade de Deus em Seu Amor Infinito em Contraposição aos Salmos
No Antigo Testamento, os salmistas frequentemente expressavam sentimentos de sofrimento, dor e abandono. Embora seus gritos fossem genuínos, esses relatos não refletem a totalidade da natureza de Deus e de Seu amor. O Deus que é apresentado nas Escrituras é infinitamente compassivo, sendo fiel ao Seu povo, e não se limita apenas a responder ao sofrimento de forma imediata e egoísta, como retratado em alguns salmos.
A natureza divina é a de um amor que transcende qualquer forma de sofrimento humano, trazendo esperança e cura. Deus não age apenas conforme a dor humana, mas busca restaurar, através da graça, a humanidade inteira. A realidade divina envolve uma ação redentora, inclusive pelos outros que sofrem. Deus é um Deus que se preocupa com o coletivo, como visto em passagens como João 3:16 ("Porque Deus amou o mundo de tal maneira..."). Portanto, a visão de um Deus que age apenas em favor do sofrimento pessoal não é compatível com a revelação do amor de Deus, que é inclusivo e sacrificial.
3. BIBLIOGRAFIA
Nouwen, Henri J. M. (1979). A Cruz do Amor. Paulinas. Este livro reflete sobre o amor redentor e como ele se aplica ao sofrimento humano, destacando a importância de acolher a dor do outro como parte do caminho cristão.
Bonhoeffer, Dietrich (1959). A Vida em Comunhão. Editora Sinodal. Bonhoeffer aborda como a comunidade cristã deve viver em solidariedade, demonstrando amor ativo diante do sofrimento.
Capon, Robert Farrar (1993). A Cruz de Cristo: A Última Palavra de Deus. HarperOne. Capon explora o sofrimento de Cristo e como isso nos chama a viver com um amor que ultrapassa nossa própria dor.
Tillich, Paul (1959). Teologia Sistemática. Editora Unesp. Este livro oferece uma compreensão da teologia cristã que vê a dor humana sob a ótica de um Deus que se revela em todas as circunstâncias.
Lewis, C.S. (1940). O Problema do Sofrimento. Editora Martin Claret. Lewis examina o sofrimento no contexto cristão, argumentando que ele é uma oportunidade de transformação pessoal e espiritual.
Augustine, Santo (398). Confissões. Editora Loyola. Santo Agostinho reflete sobre a relação de Deus com o sofrimento humano, enfatizando a misericórdia e o perdão divinos.
Johnson, Elizabeth A. (1992). Sofrimento e Salvação Feminista. Paulinas. A autora apresenta uma perspectiva feminista sobre o sofrimento, considerando a importância do amor inclusivo de Deus.
Wright, N.T. (2013). Deus, o Sofrimento e o Cristianismo. Editora Vida Nova. Este livro explora como a Bíblia revela o sofrimento como parte do plano divino de redenção para toda a humanidade.
Rahner, Karl (1979). O Cristão no Mundo Contemporâneo. Edições Loyola. Rahner discute a relação entre a experiência do sofrimento humano e a fé cristã, destacando a universalidade do amor de Deus.
Flemming, David L. (2001). Companheiros no Sofrimento: A Teologia do Amor de Deus. Editora Paulinas. Flemming explora a solidariedade de Deus com os que sofrem, desafiando os leitores a viver o amor redentor de Cristo em suas próprias vidas.
(Estrofe 1)
Lancei palavras como flechas ao vento,
Sem medir o estrago que fariam depois.
No calor da ira, perdi o alento,
Feri meu irmão sem pensar em nós dois.
(Estrofe 2)
Os salmos clamam por paz nas nações,
(embora os salmitas provocavam guerras)
Mas minha voz semeou tempestade.
Escolhi o confronto em minhas ações,
E neguei ao coração a suavidade.
(Estrofe 3)
Davi pedia que a guerra cessasse,
(e ele mesmo promoveu guerras)
Mas em mim, a contenda crescia.
Desprezei o conselho para que a graça
Fosse o solo onde a paz nasceria.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por fechar o coração,
Por não ser ponte, mas muro erguido.
Tua paz sempre foi minha direção,
Mas escolhi atalhos de conflito e ruído.
(Estrofe 4)
"Buscai a paz e segui-a sempre",
Mas quantas vezes fugi para a luta?
Fiz de minha boca um aço cortante,
Quando o silêncio curaria a disputa.
(Estrofe 5)
Cantei que és torre de refúgio,
Mas fiz do orgulho meu escudo.
Quando podia estender o abrigo,
Afastei os braços e calei-me mudo.
(Estrofe 6)
No Salmo trinta e quatro eu lia,
Que o justo planta a paz no chão.
(Israel sempre foi genocida na sua vizinhança)
Mas escolhi, sem sabedoria,
A semente amarga da separação.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por fechar o coração,
Por não ser ponte, mas muro erguido.
Tua paz sempre foi minha direção,
Mas escolhi atalhos de conflito e ruído.
(Estrofe 7)
Seus olhos buscam quem traz harmonia,
E não quem ergue torres de guerra.
Pois Tua voz faz do caos melodia,
E do deserto, um campo que berra.
(Estrofe 8)
Agora entendo que paz não se impõe,
Mas se cultiva em cada escolha.
E no Teu reino, entre os dons,
Ela floresce onde há renúncia.
(Ponte)
Perdoa-me, Deus, se ensinei o erro,
Se fiz outros crerem na força da mão.
Hoje proclamo: és amor sem medo,
E a paz é marca da Tua unção.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por fechar o coração,
Por não ser ponte, mas muro erguido.
Tua paz sempre foi minha direção,
Mas escolhi atalhos de conflito e ruído.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
DEUS NÃO PROMOVE GUERRAS, MAS CHAMA À PAZ
Os Salmos frequentemente expressam um anseio por paz, mas também retratam um mundo de conflitos, perseguições e guerras. O salmista, em diversos momentos, clama pela destruição dos inimigos e pela justiça divina como um meio de vingança (Salmo 137:9, por exemplo). Essa visão, porém, reflete a limitação humana em compreender o verdadeiro caráter de Deus.
Jesus, ao contrário, ensinou um caminho radicalmente diferente. Em Mateus 5:9, Ele declara: "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus." Enquanto o salmista às vezes via a paz como resultado da eliminação dos inimigos, Cristo ensina que a paz nasce da reconciliação, do amor ao próximo e até ao inimigo.
A realidade de Deus é a do amor absoluto, onde a paz não é uma recompensa pela destruição do adversário, mas um estado de comunhão com Ele. Como Paulo afirma em Romanos 12:18: "Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens." A revelação completa da paz divina se dá em Cristo, que reconciliou todas as coisas consigo mesmo (Colossenses 1:20), ensinando que a verdadeira força está na mansidão e não na guerra.
BIBLIOGRAFIA
YANCEY, Philip. O Jesus que Eu Nunca Conheci. Vida, 1995.
- Analisa o papel de Jesus como pacificador e sua oposição ao modelo violento de poder.
STOTT, John. Cristianismo Básico. ABU Editora, 1958.
- Explica como a paz é central na fé cristã.
TOLSTÓI, Leon. O Reino de Deus Está em Vós. Editora Unesp, 1894.
- Reflexões sobre a não violência cristã e a busca da paz.
NOUWEN, Henri. Caminho para a Paz. Loyola, 2002.
- Aborda a espiritualidade da paz como prática diária.
MANNING, Brennan. O Evangelho Maltrapilho. Mundo Cristão, 1990.
- Discute a graça e a reconciliação como fundamentos do cristianismo.
KELLER, Timothy. Jesus, o Rei. Vida Nova, 2013.
- Mostra como Jesus estabeleceu um reino fundamentado na paz.
BONHOEFFER, Dietrich. Ética. Nova Cultural, 1949.
- Exploração teológica da paz e da responsabilidade cristã no mundo.
TILLICH, Paul. Teologia Sistemática. Editora Fonte Editorial, 1951.
- A relação entre a justiça de Deus e a pacificação do coração humano.
LEWIS, C. S. Cristianismo Puro e Simples. Martins Fontes, 1952.
- Explica a essência da fé cristã, incluindo a paz como expressão do amor divino.
GUTIÉRREZ, Gustavo. Teologia da Libertação. Vozes, 1971.
- Reflete sobre a paz como um chamado à justiça social e ao amor ativo.
(Estrofe 1)
Cantei que minhas mãos eram puras,
Que meus pés nunca erraram o chão.
Mas no silêncio, escondi as fissuras,
Negando ao Senhor minha imperfeição.
(Estrofe 2)
Nos salmos Davi se achava isento,
“Eu sou justo, Senhor, olha bem!” (Sl 18:20)
Mas sei que o orgulho é um forte cimento,
Que ergue muralhas entre nós também.
(Estrofe 3)
Pedi vingança contra os inimigos,
Como se a justiça morasse em mim.
Mas o Teu amor, que ama os aflitos,
Mostra que eu também fui Caim.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, pois tentei me elevar,
Esquecendo que és minha retidão.
Tua graça sempre quis me salvar,
Mas me cobri com minha ilusão.
(Estrofe 4)
“Eu sou reto”, gritei como Jó (Jó 32:1),
Mas nem mesmo ele pôde provar.
Pois quem se enxerga sem pó,
Ainda precisa aprender a se curvar.
(Estrofe 5)
Cantei que os maus teriam o fim,
E os bons brilharam como a luz.
Mas logo vi que dentro de mim,
Também habitavam sombras e cruz.
(Estrofe 6)
Davi rogava: “Senhor, vê minha justiça” (Sl 26:1),
Mas Cristo disse ao publicano humilde: “É este que sai perdoado” (Lc 18:14).
Pois é no quebrantamento e na vista,
Que o cego se torna iluminado.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, pois tentei me elevar,
Esquecendo que és minha retidão.
Tua graça sempre quis me salvar,
Mas me cobri com minha ilusão.
(Estrofe 7)
O fariseu no templo orava altivo,
E eu tantas vezes fiz igual.
Mas o pecador, de olhar compungido,
Achou em Ti um amor sem igual.
(Estrofe 8)
Agora aprendi: não há justiça,
Que venha de mim e possa Te honrar.
É só Tua cruz, amor sem cobiça,
Que pode, enfim, me justificar.
(Ponte)
Perdoa-me, Deus, se ensinei o erro,
Se fiz outros crerem que eram bons.
Agora proclamo: és graça sem medo,
E Teu perdão cobre nossos dons.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, pois tentei me elevar,
Esquecendo que és minha retidão.
Tua graça sempre quis me salvar,
Mas me cobri com minha ilusão.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
DEUS NÃO OLHA PARA NOSSOS MÉRITOS, MAS PARA SUA GRAÇA
Os Salmos frequentemente retratam o salmista como justo e os inimigos como ímpios, estabelecendo uma oposição entre o bem e o mal. Em trechos como Salmo 18:20-24, Davi declara que Deus o recompensa segundo sua justiça. Essa visão, embora compreensível no contexto do Antigo Testamento, se distancia do ensino de Cristo, que revela um Deus que salva não pelos méritos humanos, mas por Sua graça.
Jesus ensinou que ninguém é justo por si mesmo: "Ninguém é bom, senão um, que é Deus." (Marcos 10:18). A parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18:9-14) é um claro contraste com a lógica de autojustificação encontrada em muitos salmos. O publicano, reconhecendo sua indignidade, saiu justificado, enquanto o fariseu, que se via puro, permaneceu em sua ilusão.
A realidade de Deus é de amor incondicional. Paulo reafirma isso em Romanos 3:23-24: "Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus." A visão do salmista, que muitas vezes se via como justo, é superada pela revelação do evangelho, que declara que somente pela cruz encontramos verdadeira justiça.
BIBLIOGRAFIA
YANCEY, Philip. Maravilhosa Graça. Vida, 1997.
- Explora como a graça de Deus supera qualquer mérito humano.
STOTT, John. A Cruz de Cristo. Vida Nova, 1986.
- Mostra que a única justiça verdadeira vem da cruz.
LEWIS, C. S. Cristianismo Puro e Simples. Martins Fontes, 1952.
- Explica a relação entre pecado, graça e redenção.
KELLER, Timothy. A Justiça Generosa. Vida Nova, 2010.
- Desconstrói a ideia de autojustificação e mostra como a justiça divina é relacional.
PINK, Arthur W. Os Atributos de Deus. Publicações Evangélicas Selecionadas, 1930.
- Explica a santidade e a justiça de Deus sem méritos humanos.
MANNING, Brennan. O Evangelho Maltrapilho. Mundo Cristão, 1990.
- Demonstra como a graça de Deus atinge os que reconhecem sua necessidade.
PIPER, John. Deleite-se em Deus. Shedd Publicações, 1986.
- Explora como encontrar satisfação na graça divina e não na própria justiça.
BONHOEFFER, Dietrich. O Custo do Discipulado. Vida, 1937.
- Mostra que seguir Cristo exige abandonar a confiança na própria justiça.
NOUWEN, Henri. O Retorno do Filho Pródigo. Paulinas, 1992.
- Relaciona a parábola do filho pródigo com a graça que desafia a justiça própria.
CARSON, D. A. O Deus Presente. Shedd Publicações, 2010.
- Aborda a diferença entre a teologia do mérito no Antigo Testamento e a graça no Novo Testamento.
(Estrofe 1)
Disse em prantos: "Sou pó e cinza",
Mas, por dentro, me enchi de glória.
Julgava-me humilde, alma submissa,
E fiz do engano a minha história.
(Estrofe 2)
Cantei com os salmos: "Sou pequeno" (Sl 22:6),
Mas esperava ser exaltado.
Falava em fraqueza, em tom sereno,
Mas ansiava aplauso, disfarçado.
(Estrofe 3)
Dizia que os pobres Deus sustentava (Sl 113:7),
Mas desprezava o que nada tinha.
Ergui orações para que o céu me olhava,
Mas buscava aplausos na minha linha.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, pois tentei Te enganar,
Com palavras que não eram reais.
Mas sei que Tu vês o mais ocultar,
E sondas as intenções letais.
(Estrofe 4)
Lembrei-me de Jó, cinza e ferida (Jó 42:6),
Mas só falava, sem me curvar.
Cantei que a dor era bem-vinda,
Mas dela tentei logo escapar.
(Estrofe 5)
Davi clamava: "Humilhai os soberbos" (Sl 119:21),
E com seus versos me cobri.
Mas meus pés andavam nos mesmos ermos,
Dos que julguei e fingi não seguir.
(Estrofe 6)
Na multidão eu erguia os olhos,
Dizendo: "Senhor, de nada sou."
Mas, por dentro, os meus entulhos
Suplicavam que alguém me louvou.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, pois tentei Te enganar,
Com palavras que não eram reais.
Mas sei que Tu vês o mais ocultar,
E sondas as intenções letais.
(Estrofe 7)
Os fariseus no templo clamavam,
Fazendo de Deus sua plateia.
E quantas vezes, como eles, eu estava,
Vestindo humildade como ideia.
(Estrofe 8)
Agora entendo: humildade é vida,
Não o discurso que sabe encantar.
Senhor, que minha alma seja despida,
E aprenda em silêncio a Te honrar.
(Ponte)
Perdoa-me, Deus, pois ensinei mentiras,
Confundi os fracos com meu erro.
Agora proclamo que Tu me inspiras,
E em Ti só encontro o que é verdadeiro.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, pois tentei Te enganar,
Com palavras que não eram reais.
Mas sei que Tu vês o mais ocultar,
E sondas as intenções letais.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
A VERDADEIRA HUMILDADE EM DEUS
Os Salmos muitas vezes exaltam a humildade, mas em certas passagens também mostram uma falsa modéstia. O salmista, ao dizer que é "verme e não homem" (Sl 22:6), pode expressar dor sincera, mas também pode cair na armadilha da autoexaltação disfarçada.
Jesus nos ensinou que a humildade verdadeira não busca reconhecimento. Ele condenou os fariseus que oravam em público para serem vistos (Mateus 6:5) e elogiou o publicano que, em silêncio, clamava por misericórdia (Lucas 18:13-14).
A falsa humildade é um perigo sutil, pois pode mascarar orgulho. Paulo alerta que a verdadeira humildade está em considerar os outros superiores a nós mesmos (Filipenses 2:3). Diferente do salmista que às vezes lamentava sua pequenez esperando ser exaltado, Jesus, sendo Deus, "esvaziou-se a si mesmo" (Filipenses 2:7).
Portanto, Deus não se impressiona com palavras vazias de humildade, mas com um coração quebrantado que busca servi-Lo sem pretensão.
BIBLIOGRAFIA
MURRAY, Andrew. Humildade: A Beleza da Santidade. CPAD, 2004.
- Aborda a humildade como o centro da vida cristã, longe da falsa modéstia.
YANCEY, Philip. O Jesus que Eu Nunca Conheci. Vida, 1995.
- Analisa como Jesus desafiou as aparências religiosas e viveu uma humildade autêntica.
LEWIS, C. S. Os Quatro Amores. Thomas Nelson, 1960.
- Explora como o amor verdadeiro se opõe à vaidade e à falsa humildade.
KELLER, Timothy. Ego Transformado. Vida Nova, 2014.
- Explica como a humildade real não é pensar menos de si, mas pensar menos em si.
BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. Vida, 1937.
- Descreve a humildade prática como um compromisso real com Cristo.
PINK, Arthur W. A Soberania de Deus. Publicações Evangélicas Selecionadas, 1928.
- Mostra como a verdadeira humildade nasce da compreensão de que Deus governa tudo.
TOZER, A. W. A Busca por Deus. Vida, 1948.
- Ensina que a humildade genuína vem de uma relação profunda com Deus.
NOUWEN, Henri. O Caminho do Coração. Paulinas, 1981.
- Explora a humildade como um chamado ao silêncio e à dependência de Deus.
PIPER, John. Em Busca de Deus. Shedd Publicações, 1986.
- Ensina que a humildade verdadeira está em buscar prazer em Deus, e não na aprovação humana.
CARSON, D. A. O Deus que se Revela. Shedd Publicações, 2008.
- Discute como a humildade autêntica nasce de uma visão correta de Deus e de nós mesmos.
enhor, perdoa-me por ser negligente com o mundo ao meu redor, ignorando a responsabilidade que me confiaste.
(Estrofe 1)
Dizia: “A terra e tudo é Teu” (Sl 24:1),
E nela segui sem plantar amor.
Os montes louvavam, o rio correu,
Mas meu coração seguiu sem calor.
(Estrofe 2)
Cantei que os justos florescem em paz (Sl 92:12),
Mas ignorei quem murchava ao lado.
Busquei Tuas bênçãos, pisei sobre as folhas,
Sem ver quem sofria calado.
(Estrofe 3)
Bradei com Davi: “Destrói o ímpio!” (Sl 139:19),
Sem ver que eu mesmo errei na jornada.
Clamei por justiça, mas fui omisso,
Deixei a miséria esquecida na estrada.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por ter ignorado
O choro do mundo, o grito ferido.
Mas sei que em Ti sou restaurado,
E posso fazer o que tenho esquecido.
(Estrofe 4)
Louvei que fizeste os céus grandiosos (Sl 8:3),
Mas fingi não ver o lixo no chão.
Gastei as sementes sem fruto honroso,
Enquanto a fome estendia a mão.
(Estrofe 5)
No canto dizia: “Os pobres são Teus” (Sl 10:14),
Mas nunca estendi-lhes abrigo e pão.
Falei de justiça, mas sem meus dedos,
E a fé foi vazia sem minha ação.
(Estrofe 6)
Ergui minhas mãos: “És meu refúgio” (Sl 46:1),
Enquanto um irmão dormia ao relento.
Celebrei Teu nome, mas surdo ao queixume
Do órfão sem casa, ao frio, ao vento.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por ter ignorado
O choro do mundo, o grito ferido.
Mas sei que em Ti sou restaurado,
E posso fazer o que tenho esquecido.
(Estrofe 7)
Os céus proclamavam a Tua grandeza (Sl 19:1),
Mas eu preferi me calar também.
A água secava, morria a floresta,
E eu me envolvia com meu próprio bem.
(Estrofe 8)
Agora percebo: servir é louvor,
E amar a criação é honrar Teu poder.
Senhor, faz de mim um fiel servidor,
Que cura feridas ao invés de esquecer.
(Ponte)
Perdoa-me, Deus, ensinei meu engano,
E fiz muitos crerem no que não é Teu.
Mas hoje proclamo: cuidar é o plano,
E amar é o reino que vem do céu.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por ter ignorado
O choro do mundo, o grito ferido.
Mas sei que em Ti sou restaurado,
E posso fazer o que tenho esquecido.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
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O CUIDADO DE DEUS E A RESPONSABILIDADE HUMANA
Os Salmos exaltam a soberania divina sobre a terra e os povos, mas em algumas passagens, os salmistas expressam um distanciamento que pode ser mal interpretado como passividade. A ideia de que Deus resolveria todas as coisas sem nossa participação aparece em versos como "O Senhor reina, trema a terra" (Sl 97:1), que pode dar a impressão de que o mundo está fora de nossa responsabilidade.
Porém, Jesus ensina uma abordagem diferente. Ele não apenas proclamou o Reino, mas envolveu-se ativamente no sofrimento humano. Ele curou enfermos, alimentou famintos e condenou a negligência dos líderes religiosos (Mateus 25:35-40). O amor de Deus não se manifesta apenas em palavras ou crenças, mas em ação.
Paulo reforça essa responsabilidade ao dizer: "Somos cooperadores de Deus" (1 Coríntios 3:9). Isso significa que, embora a criação seja obra divina, somos chamados a cuidar dela e a agir com justiça. A fé sem obras é morta (Tiago 2:17), e ignorar o sofrimento alheio em nome de uma espiritualidade vazia contradiz o próprio coração de Deus.
Portanto, Deus não deseja uma fé que apenas cante sobre Seu domínio sobre a criação, mas uma fé que age em favor dela, que protege os vulneráveis e restaura o que foi destruído.
BIBLIOGRAFIA
BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: O Que É – O Que Não É. Vozes, 2012.
- Explora a relação entre espiritualidade e responsabilidade ambiental.
GUTIÉRREZ, Gustavo. Teologia da Libertação. Vozes, 1971.
- Discute o papel do cristianismo na luta contra a pobreza e a injustiça.
KELLER, Timothy. Justiça Generosa. Vida Nova, 2010.
- Analisa a justiça social a partir da perspectiva cristã.
WENDEL, Jörg. A Criação Como Espaço da Salvação. Sinodal, 2015.
- Aborda a relação entre redenção e cuidado com a criação.
NOUWEN, Henri. O Deus Próximo. Paulinas, 1981.
- Fala sobre como a fé cristã deve levar ao envolvimento prático com o sofrimento humano.
HESSEL, Dieter. Cuidar da Terra, Cuidar de Nós. Record, 1996.
- Relaciona espiritualidade com ecologia e responsabilidade social.
WRIGHT, N. T. Como Deus Se Tornou Rei. Thomas Nelson, 2012.
- Explica o chamado cristão para transformar o mundo conforme o Reino de Deus.
PIPER, John. Viva o Evangelho. Shedd Publicações, 2005.
- Discute como o evangelho exige ação e compromisso social.
CAMPOS, Hermes C. Fernandes. A Igreja e a Transformação da Sociedade. Reflexão, 2004.
- Fala sobre o papel da igreja na luta por justiça social.
HUNTER, James Davison. To Change the World. Oxford University Press, 2010.
- Analisa o impacto da fé cristã na transformação da sociedade.
(Estrofe 1)
Declarei que fugias da ira do ímpio (Sl 7:11),
Que pesavas balanças sem dar Tua mão.
Pedi que esmagasses os que me feriam,
Sem ver que em Ti há mais compaixão.
(Estrofe 2)
Clamei que escondesses Teu rosto de mim (Sl 13:1),
Que surdo ficavas ao meu coração.
E mesmo cercado por Tua ternura,
Vivi na mentira da escuridão.
(Estrofe 3)
Cantei que Teu amor era para os justos (Sl 37:28),
E eu me julgava por Ti preferido.
Mas vejo que amas os fracos, os tristes,
Os que eu chamei de esquecidos.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por resistir,
Por crer que Teu afeto é cruel divisão.
Mas sei que Teu amor não tem fim,
E nele descanso sem hesitação.
(Estrofe 4)
Pedi que quebrasses os dentes dos maus (Sl 58:6),
Que a fúria vingasse minha aflição.
Mas foi na cruz que ensinaste o caminho,
Que vence o ódio com o perdão.
(Estrofe 5)
Cantei: "Não me lances na fúria do vento" (Sl 55:8),
Temendo Teu fogo, fugindo de Ti.
Mas eras refúgio e amor sem tormento,
E eu sem coragem de apenas seguir.
(Estrofe 6)
Chorei como Davi: "Não tires Teu Santo" (Sl 51:11),
Como se abandonasses quem clama por Ti.
Mas foste comigo em todos os vales,
Mesmo quando tentei me esconder e fugir.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por resistir,
Por crer que Teu afeto é cruel divisão.
Mas sei que Teu amor não tem fim,
E nele descanso sem hesitação.
(Estrofe 7)
Duvidei da mesa posta em deserto (Sl 78:19),
E Teu pão caiu como chuva de amor.
Mas eu, insistente, temi que faltasse,
E quis Te prender no meu próprio temor.
(Estrofe 8)
Agora percebo: és fonte que jorra,
Que sempre transborda, sem nunca cessar.
Senhor, já não fujo, não temo, não nego,
Tua graça é um rio que vem me inundar.
(Ponte)
Perdoa-me, Deus, ensinei esse engano,
Mostrei Teu amor como fosse prisão.
Mas hoje proclamo que és Pai e és manso,
E amas sem culpa, sem hesitação.
(Refrão)
Perdoa-me, Deus, por resistir,
Por crer que Teu afeto é cruel divisão.
Mas sei que Teu amor não tem fim,
E nele descanso sem hesitação.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
O AMOR DE DEUS E OS EQUÍVOCOS DO SALMISTA
Os Salmos carregam expressões humanas profundas de dor, justiça e fé. No entanto, em alguns momentos, os salmistas expressam sentimentos de vingança e exclusão, como se o amor de Deus fosse limitado a um grupo ou dependente do merecimento humano.
Por exemplo, Davi clama: “Odeio com ódio completo aqueles que Te odeiam” (Sl 139:22). Esse sentimento contrasta fortemente com o ensino de Jesus, que ordena amar até os inimigos (Mateus 5:44). Outro exemplo está no Salmo 51:11, onde Davi teme ser abandonado por Deus, enquanto Paulo afirma que “nem altura, nem profundidade nos separará do amor de Deus” (Romanos 8:39).
A revelação máxima do amor divino vem em Cristo, que abraça os desprezados e perdoa os ofensores. Deus não se vinga dos pecadores como um juiz impiedoso, mas os convida ao arrependimento com ternura, como na parábola do filho pródigo (Lucas 15:11-32).
Portanto, enquanto os salmistas retratam suas lutas e percepções limitadas, a plenitude da verdade está em Jesus, que revela um Deus cuja misericórdia triunfa sobre o julgamento (Tiago 2:13).
BIBLIOGRAFIA
YANCEY, Philip. Maravilhosa Graça. Vida, 1997.
- Explica como o amor de Deus supera a justiça humana e as limitações da religião.
LEWIS, C. S. Os Salmos. Thomas Nelson, 1958.
- Analisa os Salmos à luz do cristianismo, destacando suas limitações e revelações.
KELLER, Timothy. O Deus Pródigo. Vida Nova, 2008.
- Explora a graça de Deus na parábola do filho pródigo e sua relação com os Salmos.
PIPER, John. Deleite-se em Deus. Shedd Publicações, 2002.
- Discute como o amor de Deus é um convite à alegria, não ao medo.
NOUWEN, Henri. O Retorno do Filho Pródigo. Paulinas, 1992.
- Reflete sobre a resistência humana ao amor incondicional de Deus.
WRIGHT, N. T. Simplesmente Cristão. Thomas Nelson, 2006.
- Mostra como Jesus corrige percepções distorcidas sobre Deus.
STOTT, John. A Cruz de Cristo. Vida Nova, 1986.
- Explica como a cruz é a revelação máxima do amor divino.
CHESTERTON, G. K. Ortodoxia. Mundo Cristão, 1908.
- Discute como o cristianismo oferece um amor que desafia o orgulho humano.
WILLIAMS, Rowan. Ser Cristão. Paulinas, 2014.
- Aborda como a fé cristã rompe com visões equivocadas sobre Deus.
GUTIÉRREZ, Gustavo. A Força Histórica dos Pobres. Vozes, 1989.
- Explora como Deus se revela aos que o mundo rejeita.
Perdoa-me, Deus, por momentos em que segui mais o exemplo dos salmistas do que o de Teu Filho amado.
(Estrofe 1)
Gritei com Davi: “Destrói os perversos!” (Sl 139:19),
Sem ver que Teu Filho os chamou para a luz.
Pedi Tua fúria, rogando vingança,
Mas hoje me prostro diante da cruz.
(Estrofe 2)
Alegrei-me ao ver os ímpios caindo (Sl 58:10),
Como se o mal fosse apenas de alguém.
Mas Tu, ó Senhor, não queres a morte,
E amas a todos, fazendo-os bem.
(Estrofe 3)
Neguei o estrangeiro e os de outra terra,
Temendo que tomem o que era meu.
Mas Cristo ensinou-me a abrir minha casa,
Pois todo o Teu reino pertence aos Teus.
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, por não Te entender,
Por crer que és Deus de um povo escolhido.
Mas sei que em Cristo se faz renascer,
O amor sem fronteira, jamais excluído.
(Estrofe 4)
Disse que Tu me amavas primeiro (Sl 18:19),
Pois eu era puro e justo a Te olhar.
Mas Cristo assentou-se com os rejeitados,
E vi que eu era um para condenar.
(Estrofe 5)
Pedi que meus inimigos tombassem (Sl 109:6-15),
Que fossem riscados do livro da vida.
Mas Cristo, na cruz, amou os que o ferem,
E eu fui ingrato, por vezes, homicida.
(Estrofe 6)
Cantei que não ouves a voz dos que erram (Sl 66:18),
Mas vi Zaqueu ser chamado a cear.
Tu és um Deus que não fecha as portas,
E a todos convidas para Te encontrar.
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, por não Te entender,
Por crer que és Deus de um povo escolhido.
Mas sei que em Cristo se faz renascer,
O amor sem fronteira, jamais excluído.
(Estrofe 7)
Errei ao dizer que não ouves os fracos (Sl 34:16),
Que o justo somente é alvo do bem.
Mas Cristo chorou com os pobres da terra,
E neles mostrou que Teu Reino vem.
(Estrofe 8)
Agora percebo: és Pai sem limites,
Não pesas na balança quem pode ou não.
Em Cristo, aprendi a graça sem medo,
A amar sem muro, sem escuridão.
(Ponte)
Perdão, meu Senhor, ensinei esta crença,
Pintei-Te feroz e sem compaixão.
Mas hoje proclamo que és puro abraço,
E a todos convidas sem rejeição.
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, por não Te entender,
Por crer que és Deus de um povo escolhido.
Mas sei que em Cristo se faz renascer,
O amor sem fronteira, jamais excluído.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
O AMOR UNIVERSAL DE DEUS E AS LIMITAÇÕES DOS SALMOS
Os Salmos expressam a experiência humana de fé e justiça, mas carregam conceitos limitados do amor divino. Em muitos momentos, os salmistas retratam Deus como um juiz implacável, que destrói os ímpios e favorece apenas os justos.
O Salmo 109, por exemplo, é uma oração contra inimigos, pedindo que sejam apagados da história. No entanto, Jesus ensina o oposto: "Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem" (Mateus 5:44). Isso demonstra uma revelação mais profunda da natureza de Deus.
Outro exemplo está no Salmo 137:9, que deseja vingança contra Babilônia. Mas Cristo, na cruz, clama: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Aqui, fica claro que a plenitude do amor divino se manifesta em Jesus, não na visão limitada de alguns salmistas.
Assim, embora os Salmos sejam valiosos para a oração e o louvor, sua teologia deve ser reinterpretada à luz da revelação de Cristo, que ensina um Deus que ama sem barreiras e não rejeita ninguém (Romanos 10:12-13).
BIBLIOGRAFIA
Wright, N. T. Jesus e a Vitória de Deus. Paulus, 2013.
- Mostra como Jesus redefiniu as crenças do Antigo Testamento sobre Deus e Seu amor.
Yancey, Philip. O Deus Invisível. Vida, 1998.
- Analisa como a graça de Deus contrasta com as expectativas religiosas humanas.
Borg, Marcus J. O Coração do Cristianismo. Vozes, 2003.
- Explora como a visão de Deus evolui da Antiga para a Nova Aliança.
Keller, Timothy. A Cruz do Rei. Vida Nova, 2017.
- Discute como Jesus reinterpretou os Salmos à luz da graça.
Stott, John. Cristianismo Básico. ABU Editora, 2008.
- Explica a diferença entre a justiça retributiva do Antigo Testamento e o amor redentor de Cristo.
Nouwen, Henri. O Caminho do Coração. Paulinas, 1981.
- Reflete sobre o amor de Deus sem exclusões.
Piper, John. Deus é o Evangelho. Shedd Publicações, 2005.
- Explica que a essência do evangelho é o amor de Deus sem barreiras.
Enns, Peter. O Deus Incômodo. Thomas Nelson, 2014.
- Aborda como Deus foi mal interpretado ao longo das Escrituras.
Rohr, Richard. O Evangelho Radical. Vozes, 2015.
- Analisa como a visão de Deus se expande em Cristo.
Chesterton, G. K. O Homem Eterno. Mundo Cristão, 1925.
- Mostra a singularidade de Jesus em relação às concepções religiosas anteriores.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
EXPLICAÇÃO: O AMOR INFINITO DE DEUS E OS SALMOS
A realidade do amor infinito de Deus para com a humanidade, revelada plenamente em Jesus Cristo, contrasta com algumas expressões e crenças presentes nos Salmos. Enquanto os salmistas, em momentos de angústia, clamavam por vingança (Sl 58:6-8) ou viam riquezas e vitórias como sinais inequívocos do favor divino (Sl 73:3-12), Jesus ensinou um caminho radicalmente diferente: amar os inimigos (Mt 5:44), buscar a humildade (Mt 11:29) e confiar na providência divina, independentemente das circunstâncias materiais (Mt 6:25-34).
Os Salmos refletem a experiência humana em sua complexidade, incluindo dúvidas, medos e desejos de justiça imediata. No entanto, o Evangelho nos convida a transcender essas limitações, revelando um Deus que ama incondicionalmente (Jo 3:16) e que deseja que todos se arrependam e vivam em plenitude (2Pe 3:9). A justiça de Deus, em Cristo, não se baseia em retribuição, mas em graça e misericórdia (Rm 3:23-24).
Portanto, ao cantar os Salmos, é essencial discernir o que reflete o caráter eterno de Deus e o que é fruto do contexto histórico e emocional dos salmistas. O amor infinito de Deus, revelado em Jesus, nos chama a viver além das superstições e a confiar plenamente em sua bondade e justiça.
BIBLIOGRAFIA
A Mensagem dos Salmos – Walter Brueggemann (1984)
Explora a teologia e a espiritualidade dos Salmos, destacando sua relevância para a fé cristã.
Salmos: Oração e Poesia – Eugene Peterson (2000)
Aborda os Salmos como orações que moldam a vida espiritual, com insights sobre sua aplicação prática.
O Caminho de Jesus e os Salmos – N.T. Wright (2007)
Analisa como Jesus interpretou e cumpriu os Salmos em sua vida e ministério.
Teologia dos Salmos – Claus Westermann (1989)
Estudo detalhado sobre os temas teológicos presentes nos Salmos.
Os Salmos e a Justiça de Deus – James Luther Mays (1994)
Examina a relação entre os Salmos e a justiça divina, contrastando com a visão do Evangelho.
Cantando os Salmos com Jesus – Michael Card (2005)
Reflexões devocionais sobre como os Salmos apontam para Cristo.
Os Salmos como Oração – Dietrich Bonhoeffer (1954)
Explora os Salmos como modelo de oração para a comunidade cristã.
A Espiritualidade dos Salmos – John Eaton (2003)
Aborda a espiritualidade e a prática de oração baseada nos Salmos.
Os Salmos e a Vida Cristã – John Calvin (1557)
Comentários clássicos de Calvino sobre os Salmos e sua aplicação à fé.
Os Salmos e o Amor de Deus – Tremper Longman III (2014)
Analisa como os Salmos revelam o amor e a misericórdia de Deus, em diálogo com o Novo Testamento.
Peço perdão por orar sem discernimento, repetindo frases que contradiziam Teus ensinamentos
(Estrofe 1)
Pedi Tua ira sobre os inimigos (Sl 109:6-15),
Rogando desgraça, desprezo e terror.
Mas vi que Teu Filho chamou pecadores,
Curando os caídos com graça e amor.
(Estrofe 2)
Clamei por vingança, sedento de fúria,
Como se o justo não fosse também
Um fruto da graça que vem do alto,
E não do orgulho de se achar alguém.
(Estrofe 3)
Cantei que só amas quem segue Teus passos (Sl 5:5),
E que ao pecador não dás Tua luz.
Mas Tu me ensinaste que abraças primeiro,
Pois vi o perdido acolhido na cruz.
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, por minha cegueira,
Por julgar com olhos sem compaixão.
Mas sei que Tua graça é maior que o medo,
E em Cristo refazes qualquer coração.
(Estrofe 4)
Clamei que não ouves quem erra na vida (Sl 66:18),
Que fechas o céu ao que age mal.
Mas vejo, em Jesus, que chamas os fracos,
E a todos conduzes ao mesmo final.
(Estrofe 5)
Roguei que o mal caísse nos laços (Sl 35:8),
Que fossem vencidos, sem Tua defesa.
Mas vi que Teu Filho orou pelos ímpios,
E me ensinou a vencer com leveza.
(Estrofe 6)
Disse que o justo não sofre as feridas (Sl 34:19),
Que Tu o preservas de toda aflição.
Mas vejo em Jesus as marcas da cruz,
E a prova de que a dor é redenção.
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, por minha cegueira,
Por julgar com olhos sem compaixão.
Mas sei que Tua graça é maior que o medo,
E em Cristo refazes qualquer coração.
(Estrofe 7)
Pedi que queimasses cidades impuras,
Que os ímpios caíssem em meio ao mar.
Mas vi Teu Filho chamando Nínive,
Dizendo que a todos queres salvar.
(Estrofe 8)
Agora me calo, respiro Tua graça,
Já sei que és Deus sem parcialidade.
Oro com fé, mas com olhos abertos,
Pois sei que és puro, justiça e verdade.
(Ponte)
Perdão, meu Senhor, ensinei este engano,
Passei adiante um Deus sem perdão.
Mas hoje proclamo: és Pai generoso,
E em Cristo és vida, amor, salvação.
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, por minha cegueira,
Por julgar com olhos sem compaixão.
Mas sei que Tua graça é maior que o medo,
E em Cristo refazes qualquer coração.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
A VERDADE DE DEUS ALÉM DAS CRENÇAS DOS SALMISTAS
Os Salmos são expressões humanas de fé, lamento e louvor, mas refletem visões limitadas de Deus, muitas vezes baseadas na cultura e nos conceitos de justiça retributiva da época.
Os salmistas frequentemente clamam pela destruição dos ímpios (Sl 139:19-22), enquanto Jesus ensina: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mateus 5:44). Isso demonstra uma evolução da revelação divina, que culmina em Cristo.
Outro exemplo é o Salmo 109, que deseja o extermínio dos adversários. No entanto, Jesus, mesmo na cruz, intercede pelos que O matam: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Isso revela que Deus é mais misericordioso do que o conceito que os salmistas tinham d’Ele.
Além disso, enquanto o Salmo 5:5 afirma que Deus não suporta os pecadores, Jesus, em Lucas 15, conta a parábola do filho pródigo, mostrando um Pai que corre ao encontro do filho perdido.
Portanto, Deus é amor infinito e Sua justiça não é a da destruição, mas da restauração. O que era incompleto nos salmos, Cristo veio revelar plenamente.
BIBLIOGRAFIA
Wright, N. T. Quem Foi Jesus? Thomas Nelson, 2018.
- Explica a diferença entre a visão de Deus no Antigo Testamento e a revelação em Cristo.
Keller, Timothy. A Cruz do Rei. Vida Nova, 2017.
- Mostra como Jesus reinterpretou os Salmos à luz da graça e do amor.
Yancey, Philip. Maravilhosa Graça. Vida, 1997.
- Explora como a graça de Deus rompe com a lógica da retribuição.
Borg, Marcus J. Jesus: Uma Nova Visão. Paulus, 2011.
- Discute a transformação da imagem de Deus ao longo das Escrituras.
Stott, John. A Verdade do Evangelho. ABU Editora, 2005.
- Explica o contraste entre a teologia do mérito nos Salmos e a graça revelada por Cristo.
Enns, Peter. O Deus Incômodo. Thomas Nelson, 2014.
- Explora como o conceito de Deus evolui dentro da própria Bíblia.
Nouwen, Henri. Retorno do Filho Pródigo. Paulinas, 1994.
- Analisa a revelação do amor divino como incondicional.
Rohr, Richard. O Evangelho Radical. Vozes, 2015.
- Mostra como Jesus reformulou a justiça de Deus em favor da misericórdia.
Chesterton, G. K. O Homem Eterno. Mundo Cristão, 1925.
- Aponta a singularidade de Cristo em relação às concepções religiosas anteriores.
McLaren, Brian. O Cristianismo Após a Religião. Thomas Nelson, 2012.
- Propõe uma leitura mais ampla da fé cristã, considerando a revelação progressiva.
Perdoa-me por ser inconstante na fé, deixando-me levar por altos e baixos emocionais dos salmistas.
(Estrofe 1)
Nos vales sombrios da minha oração,
Gritei como Davi no desespero,
"Senhor, por que escondes Tua mão?"
Quando estavas sempre tão por inteiro. (Sl 13:1-2)
(Estrofe 2)
Lamentei como um salmista aflito,
“Meu Deus, por que me abandonaste?”
Mas foste meu abrigo, meu infinito,
E nunca Te afastaste. (Sl 22:1-2)
(Estrofe 3)
Temi que os ímpios vencessem a guerra,
Que os justos tropeçassem no chão,
Mas sei que Teu trono não treme na terra,
Tu sustentas o Teu coração. (Sl 73:2-3)
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, por minha inconstância,
Por duvidar do Teu fiel cuidado.
Ensina-me a andar na confiança,
Pois nunca me tens abandonado.
(Estrofe 4)
Deixei-me levar pela dor e gemido,
Crendo que não ouvirias meu grito,
Mas és o Deus forte, jamais esquecido,
Presente em cada conflito. (Sl 42:3-5)
(Estrofe 5)
Tive medo dos que armam ciladas,
Dos que tramam no escuro a traição,
Mas Teu amor me ergue das emboscadas,
E guia firme meu coração. (Sl 55:1-3,22)
(Estrofe 6)
Clamei por vingança, julguei com rancor,
Pedi que caíssem os ímpios sem dó,
Mas Tu me ensinaste outro caminho, Senhor,
A perdoar setenta vezes sem só. (Sl 109:6-15, Mt 18:21-22)
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, por minha inconstância,
Por duvidar do Teu fiel cuidado.
Ensina-me a andar na confiança,
Pois nunca me tens abandonado.
(Estrofe 7)
Cantei com temor ao ver tempestade,
"Será que Ele lembra de mim?"
Mas Tu és o abrigo na adversidade,
E acalmas o vento sem fim. (Sl 69:1-2, Mt 8:26)
(Estrofe 8)
Pedi que rasgasses os céus em poder,
Que esmagasses os que me feriram,
Mas na cruz, aprendemos o que é vencer,
Amando os que nos transgrediram. (Sl 144:5-7, Lc 23:34)
(Ponte)
Perdão, meu Senhor, pois ensinei a outros,
A dúvida e a dor sem razão,
Mas hoje proclamo que és sempre fiel,
O alicerce da minha oração.
(Refrão)
Perdoa-me, Pai, por minha inconstância,
Por duvidar do Teu fiel cuidado.
Ensina-me a andar na confiança,
Pois nunca me tens abandonado.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
DEUS NÃO É COMO O SALMISTA IMAGINOU
Os Salmos são orações sinceras dos autores, expressando suas emoções em tempos de angústia e alegria. No entanto, muitas vezes, os salmistas projetavam suas limitações humanas sobre Deus, como se Ele os houvesse abandonado (Sl 22:1-2), não ouvisse suas súplicas (Sl 42:3-5), ou fosse um Deus de vingança e destruição contra seus inimigos (Sl 109:6-15).
Jesus, porém, revelou uma imagem totalmente diferente de Deus: um Pai amoroso, sempre presente e que deseja salvar, e não condenar (Jo 3:16-17). Ele ensinou que Deus não abandona ninguém, mesmo nos momentos de maior sofrimento (Mt 28:20), e que o verdadeiro poder divino está no amor e no perdão, não na vingança (Mt 5:44-45).
Muitos dos clamores dos Salmos refletem a fragilidade humana e não a realidade divina. Deus nunca esteve ausente, nunca desamparou, nem deixou de cuidar dos que O buscam (Rm 8:38-39). O amor de Deus não muda com nossas emoções passageiras; Ele permanece fiel (2Tm 2:13).
BIBLIOGRAFIA
Brueggemann, Walter. The Message of the Psalms: A Theological Commentary. Augsburg Fortress Publishers, 1984.
- Análise sobre a diversidade emocional dos Salmos e seu impacto na teologia cristã.
Goldingay, John. Psalms: Volume 1 (Psalms 1-41). Baker Academic, 2006.
- Um estudo aprofundado sobre os Salmos e suas implicações teológicas.
Bonhoeffer, Dietrich. The Psalms: The Prayer Book of the Bible. Augsburg Books, 1974.
- Reflexão sobre como os Salmos devem ser compreendidos à luz da fé cristã.
Kidner, Derek. Psalms 1-72: An Introduction and Commentary. InterVarsity Press, 1973.
- Um comentário acessível e devocional sobre os Salmos.
Lewis, C.S. Reflections on the Psalms. Harcourt Brace Jovanovich, 1958.
- Reflexões críticas sobre os aspectos difíceis dos Salmos.
Wenham, Gordon. The Psalter Reclaimed: Praying and Praising with the Psalms. Crossway, 2013.
- Sobre como os cristãos devem orar e interpretar os Salmos à luz de Cristo.
N.T. Wright. The Case for the Psalms: Why They Are Essential. HarperOne, 2013.
- Explica como os Salmos apontam para Jesus e sua mensagem de redenção.
Spurgeon, Charles H. The Treasury of David. Hendrickson Publishers, 1869.
- Um comentário clássico sobre a espiritualidade dos Salmos.
Eugene Peterson. Answering God: The Psalms as Tools for Prayer. HarperOne, 1991.
- Um estudo sobre os Salmos como modelo de oração cristã.
Matthew Henry. Commentary on the Whole Bible. Revell, 1710.
- Explicação detalhada sobre a interpretação dos Salmos na tradição cristã.
Senhor, perdoa-me por momentos de dúvida em relação à Tua fidelidade, ao internalizar lamúrias dos salmos.
(Estrofe 1)
Cantei em prantos, me fiz angustiado,
Gritei que estavas tão longe de mim,
Como se fosses um Deus limitado,
Surdo ao meu choro e ao meu triste fim. (Sl 13:1-2)
(Estrofe 2)
Julguei-me só no vale escuro,
Como se a morte fosse o final,
Esqueci que és luz no futuro,
E sempre guias com amor leal. (Sl 23:4)
(Estrofe 3)
Clamei que a força dos ímpios vencia,
Que suas riquezas eram sem fim,
Mas esqueci que a Tua justiça
É o escudo que cuida de mim. (Sl 73:2-3, 16-17)
(Refrão)
Perdão, Senhor, por minha visão
Tão limitada e rasa em temor.
Teu braço forte sustenta o fraco,
E nada escapa ao Teu grande amor.
(Estrofe 4)
Gritei "por que me desamparaste?",
Como se fosses um Deus sem compaixão,
Mas no madeiro já me amaste,
Dando-me eterna redenção. (Sl 22:1 / Mt 27:46)
(Estrofe 5)
Cantei que estavas oculto em Teu trono,
Sem ver a dor que invade a terra,
Mas Tua justiça é Teu grande dono,
E o mal jamais de Ti se encerra. (Sl 10:1-3, 14-18)
(Estrofe 6)
Bradei que a vida é um breve suspiro,
Sem esperança, sem direção,
Mas esquecendo que és meu abrigo,
E me convidas à ressurreição. (Sl 39:4-7)
(Refrão)
Perdão, Senhor, por minha visão
Tão limitada e rasa em temor.
Teu braço forte sustenta o fraco,
E nada escapa ao Teu grande amor.
(Estrofe 7)
Fiquei aflito, sentindo-me só,
Dizendo que já me abandonaste,
Mas sou barro e Tu és o sol,
Molda-me sempre, como ensinaste. (Sl 31:22)
(Estrofe 8)
Cantei lamentos de dúvida e medo,
Como se fosses ausente e distante,
Mas Tua voz rompe o silêncio e o tempo,
És Deus presente, fiel e constante. (Sl 42:5-6)
(Ponte)
Perdão por ter ensinado a outros
Que Teu socorro às vezes não vem.
Pois sei que és fiel e nunca falhas,
Teu amor cobre todo o além.
(Refrão)
Perdão, Senhor, por minha visão
Tão limitada e rasa em temor.
Teu braço forte sustenta o fraco,
E nada escapa ao Teu grande amor.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
A REALIDADE DO AMOR DE DEUS E A VISÃO DOS SALMISTAS
Os salmistas, em momentos de profunda dor, expressaram sentimentos humanos intensos, como desespero, dúvida e angústia. Muitas vezes, retrataram Deus como aparentemente ausente ou distante, condizendo com suas emoções passageiras, mas não com a realidade divina.
Contudo, Jesus revelou uma compreensão plena do Pai. Ele nos ensinou que Deus nunca abandona Seus filhos, está sempre presente e age no tempo certo. Enquanto os salmistas clamavam temendo o silêncio de Deus, Jesus declarou:
- "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também." (João 5:17)
- "Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós." (João 14:18)
- "Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos." (Mateus 28:20)
Os salmos são expressões genuínas da alma humana, mas a verdade absoluta está no amor imutável do Pai. Ele não nos abandona, nem se esconde. Nosso desafio é confiar Nele mesmo quando não vemos o caminho.
BIBLIOGRAFIA
Livros sobre o amor e fidelidade de Deus versus a visão dos salmistas
BRUEGGEMANN, Walter. The Message of the Psalms: A Theological Commentary. Augsburg Fortress, 1984.
- Analisa os diferentes tons nos Salmos, destacando lamento, louvor e confiança.
LEWIS, C. S. Reflexões Sobre os Salmos. Thomas Nelson Brasil, 2020.
- Uma abordagem literária e espiritual dos Salmos, com críticas e reflexões sobre suas emoções humanas.
BONHOEFFER, Dietrich. The Psalms: The Prayer Book of the Bible. Augsburg Fortress, 1974.
- Como os Salmos moldam a oração cristã e como Jesus os cumpriu.
KELLER, Timothy. Os Salmos: Oração de Jesus. Vida Nova, 2017.
- Como os Salmos apontam para Cristo e Sua relação com Deus.
SPURGEON, Charles H. The Treasury of David. Hendrickson Publishers, 1988.
- Comentário profundo sobre cada Salmo e sua aplicação cristã.
PETERSON, Eugene. A Mensagem dos Salmos. Vida, 2003.
- Interpretação moderna dos Salmos em linguagem acessível.
GOLDINGAY, John. Psalms: Volume 1 (Psalms 1–41). Baker Academic, 2006.
- Comentário acadêmico e teológico sobre os primeiros Salmos.
WRIGHT, N. T. Oração: Para quem não sabe orar de verdade. Thomas Nelson, 2017.
- Discute como os Salmos ensinam sobre a oração cristã autêntica.
KIDNER, Derek. Psalms 1–72: An Introduction and Commentary. IVP Academic, 1973.
- Comentário detalhado com aplicações práticas dos Salmos.
WENHAM, Gordon. Psalms as Torah: Reading Biblical Song Ethically. Baker Academic, 2012.
- Analisa os Salmos como guia para a vida cristã ética.
Peço perdão por omissões, ao ignorar oportunidades de praticar o bem, influenciado por passividades presentes nos salmos.
(Estrofe 1)
Vi o faminto, desviei meu olhar,
Esqueci que era um servo teu.
Como quem espera sem nada fazer,
Cansei-me de crer e me tornei ateu. (Sl 37:7)
(Estrofe 2)
Fiquei sentado, ouvindo lamentos,
Dizendo: "O Senhor um dia virá!"
Mas o pobre esperava socorro imediato,
E minha prece não virou ação já. (Sl 10:1-2)
(Estrofe 3)
Cansei-me à espera da Tua vingança,
Contra os injustos, que vi prosperar.
Mas fui omisso, podia ter feito,
E deixei o fraco sozinho lutar. (Sl 73:3-8)
(Refrão)
Perdão, Senhor, por minha inércia,
Por esperar enquanto eu devia agir.
O Teu amor me chama à prática,
Não a discursos sem construir.
(Estrofe 4)
Quando clamaram por pão e abrigo,
Esperei que do céu chovesse o maná,
Mas Tu me deste as mãos e os dons,
E me chamaste para alimentar. (Sl 146:7-9)
(Estrofe 5)
Disse “justo és, Senhor, julgarás”,
Como se eu nada tivesse a fazer,
Mas fui chamado para ser luz,
Para erguer o caído e não só escrever. (Sl 94:2-6)
(Estrofe 6)
O salmista chorava, pedia resposta,
E eu cantava sem me perguntar:
Se Deus habita dentro de mim,
Por que não sou eu a levantar? (Sl 88:13-14)
(Refrão)
Perdão, Senhor, por minha inércia,
Por esperar enquanto eu devia agir.
O Teu amor me chama à prática,
Não a discursos sem construir.
(Estrofe 7)
Vi o aflito ser esmagado,
E disse: "Senhor, intervém por favor!"
Mas foste Tu que me disseste antes:
"Vai e faz o mesmo, sê o amor!" (Sl 82:3-4 / Lc 10:37)
(Estrofe 8)
Não fui escudo para o injustiçado,
Não fui resposta para a aflição,
O salmista esperou, e eu esperei,
Quando devia estender a mão. (Sl 119:126-127)
(Ponte)
Perdão por ensinar a outros,
Que basta esperar e nada fazer.
Mas sei que em Ti há um chamado,
E agir é o que devo viver.
(Refrão)
Perdão, Senhor, por minha inércia,
Por esperar enquanto eu devia agir.
O Teu amor me chama à prática,
Não a discursos sem construir.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
O AMOR DE DEUS NÃO É PASSIVO
Os Salmos, em muitos momentos, expressam uma espera angustiada pela ação de Deus, um clamor por Sua intervenção direta, como se o fiel nada pudesse fazer além de orar e aguardar. Embora legítimo como expressão de dor, esse tipo de pensamento não corresponde à revelação plena que Jesus nos trouxe.
Jesus não apenas clamava ao Pai; Ele agia. Ele multiplicou pães, tocou leprosos, defendeu a adúltera e expulsou cambistas do templo. Ele nos ensinou que a fé verdadeira não é passiva, mas acompanhada de obras (Tiago 2:26). Diferente de alguns salmistas que esperavam a destruição dos ímpios (Sl 58:6-10), Jesus ensinou o amor até aos inimigos (Mateus 5:44).
A omissão é um pecado sutil. O sacerdote e o levita da parábola do bom samaritano foram omissos (Lucas 10:31-32). Quem deixa de fazer o bem, mesmo sem praticar o mal, já está pecando (Tiago 4:17).
O evangelho não nos ensina a apenas pedir a Deus que resolva as injustiças, mas a sermos as mãos e os pés do Reino. O amor de Deus nos comissiona a agir.
BIBLIOGRAFIA
Livros sobre a necessidade de ação no Reino de Deus
KELLER, Timothy. Justiça Generosa: A Graça de Deus e a Justiça Social. Vida Nova, 2015.
- Explica como a fé cristã deve levar à ação prática em favor dos necessitados.
LEWIS, C. S. Cristianismo Puro e Simples. Thomas Nelson Brasil, 2020.
- Destaca a necessidade de uma fé que transforma a prática diária.
BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. Mundo Cristão, 2019.
- O autor enfatiza que seguir Cristo exige ação e renúncia, não passividade.
WRIGHT, N. T. Simplesmente Cristão. Thomas Nelson Brasil, 2017.
- Discute como a justiça e o amor de Deus devem ser refletidos nas ações do cristão.
SPURGEON, Charles H. A Fé e as Obras. Publicações Pão Diário, 2018.
- O famoso pregador destaca que a verdadeira fé se manifesta em atitudes concretas.
PETERSON, Eugene. A Longa Obediência na Mesma Direção. Mundo Cristão, 2019.
- Relaciona os Salmos à caminhada ativa da fé.
STOTT, John. Cristianismo Equilibrado. Vida Nova, 2020.
- Mostra que fé e ação andam juntas no verdadeiro discipulado.
WENHAM, Gordon. Psalms as Torah: Reading Biblical Song Ethically. Baker Academic, 2012.
- Analisa os Salmos como um guia para a ética prática do cristão.
NOUWEN, Henri. A Espiritualidade do Cuidado. Editora Vozes, 2019.
- Discute como a espiritualidade verdadeira se manifesta no cuidado ao próximo.
YANCEY, Philip. O Deus Invisível. Vida, 2001.
- Explica como Deus age no mundo por meio de Seu povo, e não apenas por intervenções diretas.
(Estrofe 1)
Clamei vingança contra o inimigo,
Desejei que tombasse sem compaixão,
Mas Jesus, o Teu Filho bendito,
Me ensinou a orar pela salvação. (Sl 109:6-15 / Mt 5:44)
(Estrofe 2)
Dizia: "Senhor, destrói as nações",
Como se fossem menos amadas por Ti,
Mas Teu amor não conhece fronteiras,
Não há um só povo que excluíste aqui. (Sl 137:8-9 / Jo 3:16)
(Estrofe 3)
Temi o estrangeiro, cerquei meu abrigo,
Fechei minha porta, roguei por meu chão,
Mas foste Tu quem nos fez peregrinos,
E o amor é maior que qualquer nação. (Sl 144:11 / Lv 19:34)
(Refrão)
Perdão, Senhor, por distorcer Teu nome,
Por pensar que era meu e não Teu.
Mas agora vejo: és amor sem limites,
E em Ti, todo ódio morreu.
(Estrofe 4)
Amei só os que andavam comigo,
Chamei de irmãos quem me agradou,
Mas Tu abraçaste o publicano e a prostituta,
E minha falsa justiça Te envergonhou. (Sl 139:21-22 / Lc 7:37-50)
(Estrofe 5)
Julguei-me puro e sem transgressões,
Olhei de cima o pobre pecador,
Mas então vi Jesus entre os fracos,
E percebi que ali estava o Senhor. (Sl 26:1-5 / Lc 18:9-14)
(Estrofe 6)
Ergui bandeiras e cantei vitórias,
Pedi que os ímpios fossem ao chão,
Mas esquecia que eu mesmo era injusto,
E só Tua graça me dá redenção. (Sl 58:6-10 / Rm 3:23-24)
(Refrão)
Perdão, Senhor, por distorcer Teu nome,
Por pensar que era meu e não Teu.
Mas agora vejo: és amor sem limites,
E em Ti, todo ódio morreu.
(Estrofe 7)
Gritei maldição contra quem me feriu,
Desejei que a dor o fizesse cair,
Mas Tu me disseste: "Pai, perdoa!",
E eu aprendi o que é redimir. (Sl 35:4-8 / Lc 23:34)
(Estrofe 8)
Usei Tua palavra para separar,
Para erguer muros onde havia pontes,
Mas Teu amor chama todas as gentes,
E os corações não têm horizontes. (Sl 83:9-18 / Ef 2:14-18)
(Ponte)
Perdão por ensinar a outros,
Que és Deus de guerra e não de paz.
Mas hoje sei: Teu nome é Amor,
E é só o amor que satisfaz.
(Refrão)
Perdão, Senhor, por distorcer Teu nome,
Por pensar que era meu e não Teu.
Mas agora vejo: és amor sem limites,
E em Ti, todo ódio morreu.
Por favor, meu misericordioso Senhor,
Perdão por muitos Salmos que cantei,
Quando despreguei sobre o Teu amor
Quando da Tua sabedoria, desconfiei
Muitas vezes testemunhei incredulidade
Muitas vezes duvidei da Tua bontade
Muitas vezes demonstrei impiedade,
O DEUS QUE JESUS REVELOU NÃO É UM DEUS DE EXCLUSÃO
Os Salmos refletem a experiência emocional intensa dos salmistas, muitas vezes clamando por vingança e destruição dos inimigos. No entanto, essa visão tribalista e guerreira de Deus não se sustenta diante da revelação plena de Cristo.
Jesus desafiou as ideias de justiça retributiva ao ensinar o perdão (Mateus 5:38-39), a inclusão dos estrangeiros (Lucas 10:25-37), e a quebra de barreiras religiosas e nacionais (João 4:7-26). Enquanto alguns salmos pedem a destruição dos ímpios (Salmo 137:9), Jesus ordena amar até os inimigos (Mateus 5:44).
A verdade sobre Deus, como revelada em Cristo, é que Ele não pertence a um único povo, nem age por meio de violência, mas através do amor redentor. Qualquer interpretação das Escrituras que justifique exclusão, ódio ou superioridade de um grupo sobre outro é incompatível com a essência de Deus (1 João 4:8).
Jesus mostrou que a santidade divina não está em destruir inimigos, mas em transformar corações. A cruz é a maior prova de que o perdão e a graça são a verdadeira força do Reino de Deus.
BIBLIOGRAFIA
Livros sobre o amor de Deus e a desconstrução de interpretações violentas
BOFF, Leonardo. Jesus Cristo Libertador. Vozes, 2007.
- Apresenta Jesus como libertador universal, contrário a qualquer exclusão religiosa ou étnica.
MOLTMANN, Jürgen. O Deus Crucificado. Vozes, 2016.
- Explora como Deus se revela na cruz, e não na violência e exclusão.
YANCEY, Philip. Maravilhosa Graça. Vida, 2010.
- Discute como a graça de Deus quebra barreiras de preconceito e vingança.
STOTT, John. A Cruz de Cristo. Vida Nova, 2019.
- Demonstra como a cruz desafia qualquer ideia de um Deus vingativo e tribalista.
WRIGHT, N. T. Surpreendido pela Esperança. Thomas Nelson Brasil, 2018.
- Mostra como Jesus traz uma visão renovada de um Deus de reconciliação.
KELLER, Timothy. A Razão para Deus. Vida Nova, 2019.
- Argumenta que Deus não é uma divindade de guerra, mas de redenção.
NOUWEN, Henri. O Caminho do Coração. Vozes, 2012.
- Fala sobre o chamado ao amor e à paz no seguimento de Jesus.
GREGORY, Brad Jersak. A Fé Maltrapilha. Vida Nova, 2021.
- Discute como Jesus desconstrói visões erradas sobre Deus.
PAGOLA, José Antonio. Jesus: Aproximação Histórica. Vozes, 2013.
- Uma visão do Jesus histórico como aquele que rompe com a exclusão religiosa.
CROASAN, John Dominic. Jesus, um Rebelde Pacificador. Record, 2003.
- Mostra Jesus como alguém que combateu o uso da religião para justificar violência.