MAS OS ELEFANTES OS ODEIAM
Os drones – aparelhos de reconhecimento aéreo fotográfico e de vídeo – são cada vez mais usados nos serviços de vigilância e espionagem. Mas há quem os deteste. Os elefantes, por exemplo. Quando essas maquininhas voadoras deles se aproximam, a manada inteira foge aterrorizada: o ruído dos drones é similar ao de abelhas ameaçadoras.
19 DE MAIO DE 2017 ÀS 13:49 // 247 NO TELEGRAM // 247 NO YOUTUBE
Por: Equipe Oásis
No início do ano alguns pesquisadores da Duke University (Carolina do Norte, EUA) foram ao Gabão, África central, para estudar uma população de elefantes em diminuição. Levaram consigo três drones para contar os animais, mas as coisas não caminharam como previsto.
Os animais perceberam quase imediatamente a presença dos aparelhos, que voavam a uma altura de 7 a 27 metros sobre eles. Alguns animais romperam a formação de manada e partiram sozinhos em corrida desabalada. Uma fêmea com seu filhote tentou inclusive lançar com sua tromba jatos de poeira contra os drones, numa ação de verdadeira artilharia contra-aérea. Os cientistas ficaram perplexos com essas reações, mas logo entenderam as razões: os elefantes ficaram apavorados ao ouvir o zumbido provocado pelas hélices dos drones, que recorda o do único verdadeiro terror dos paquidermes africanos – as abelhas.
Elefante coloca-se em posição de guarda ante o aproximar-se de um drone. É o zumbido produzido por esses aparelhos que assusta os paquidermes.
O inimigo mais odiado
Elefantes praticamente não têm inimigos naturais. À parte as armas de fogo dos caçadores humanos, suas dimensões e grande força física os protegem até de predadores como os leões. Mas eles não têm defesa contra as abelhas africanas, insetos particularmente agressivos que os picam no interior da tromba, nos olhos e atrás das orelhas, regiões particularmente sensíveis.
Os pesquisadores agora estudam as diferentes frequências de zumbidos produzidos pelos drones para separar aqueles que emitem sons parecidos com o dos enxames de abelhas. O próximo passo será utilizar (ou criar) novos drones que emitam ruídos menos barulhentos ou de diversa frequência, para poder usá-los no estudo dos elefantes sem perturbá-los. Esses aparelhos, com efeito, são extremamente úteis tanto para a contagem dos animais, quanto para vigiar às áreas onde eles vivem e que costumam ser invadidas por caçadores furtivos que os matam para roubar as suas presas de marfim.
Um drone abatido por uma águia
Não apenas os elefantes se sentem incomodados pela presença de drones a voar sobre suas cabeças. Já existem várias filmagens e fotos que documentam pássaros, felinos e outros bichos que saltam tentando atacar e atingir as máquinas voadoras. Aqui está o vídeo, gravado pelo próprio drone, no momento em que é derrubado por uma águia australiana (Aquila audax) que não gostou de ver seu território invadido por aquele estranho pássaro metálico, atacando-o com suas garras. O drone caiu em terra, e a águia, felizmente, não ficou ferida
Vídeo: Un drone abatido por uma águia.
A águia Aquila audax é a maior ave de rapina da Austrália e uma das maiores do mundo. Pode chegar a cinco quilogramas de peso e a 2,5 metros de envergadura das asas. Difundida em todo o território australiano, possui uma visão excepcional que lhe permite captar, a enormes distâncias, todas as frequências das cores do ultravioleta ao infravermelho. Consegue dessa forma ver as correntes ascensionais de ar quente que lhe possibilitam planar durante horas a grandes altitudes sem despender praticamente nenhum esforço.
Os drones são cada vez mais numerosos nos serviços de vigilância e espionagem. Mas há quem os deteste. Os elefantes, por exemplo. Quando essas maquininhas voadoras deles se aproximam, a manada inteira foge aterrorizada. Eis porquê.
Fotos cada vez mais sensacionais
A cada dia mais numerosos e sofisticados, os drones rapidamente conquistaram boa reputação nas áreas da geologia, biologia, botânica e a pesquisa científica em geral. São hoje largamente utilizados também na topologia e pelos serviços militares. A quantidade e qualidade dos material que podem produzir, termos de vídeos e de filmes, é tão boa que agora já existem inclusive concursos de imagens obtidas por eles.
O Dronestagram, por exemplo (http://www.dronestagr.am/) é um site dedicado ao compartilhamento de fotografias tiradas com drones. O arquivo, em contínua expansão. É composto de imagens tiradas por fotógrafos “dronistas” profissionais ou amadores que procuram imortalizar o mundo a partir de novas perspectivas. Os resultados podem ser extraordinários, tanto do ponto de vista do documento quanto da qualidade estética. Na galeria abaixo mostramos algumas das fotos mais bonitas obtidas nos concursos de fotografia feita por drones nos últimos tempos.
O segundo prêmio do concurso foi ganho por esta fotografia tirada por um drone em Manila, nas Filipinas.
O terceiro prêmio foi ganho por este sugestivo crepúsculo sobre a cidade francesa de Annecy. Foto Drones-CS
Entre as fotos premiadas está a desta cascata espetacular em Tamul, no México. Foto Postandfly / Dronestagram
Os drones também participaram da última Color Run, festa popular no Quebec. Eles se mantiveram à distância dos canhões de pó colorido que são disparados durante o evento. Foto Eric Beaupré / Dronestagram.
O entardecer visto da praia de Dunnet, na região das Mainlands, Grã Bretanha. Foto Sinclairaeriasurvey / Dronestagram.
Um drone Flame Wheel 550 se prepara para aterrissar. O custo desses aparelhos baixou muito ultimamente e com algumas centenas de dólares é possível comprar drones com capacidade para filmagens semiprofissionais. Foto Flyingfarr / Dronestagram
Fogos de artifício iluminam o estádio de Sofia, na Bulgária, para comemorar o centenário do time de futebol mais importante do país. Foto Icefire / Dronestagram.
Uma cariátide da catedral de Amiens, na França, observada muito de perto. Foto Agence Imagista / Dronestagram.
O olho que surge na superfície congelada é na verdade um buraco feito por um pescador no lago Turgoyak, na Rússia. Foto Maksim Tarasov / Dronestagram
No Brasil, restos de cidade na região de Paracatu, em Minas, destruída pelo desastre ambiental da ruptura da Barragem do Fundão. Foto Alexandre Salem / Dronestagram.
A catedral de Maringá, no Paraná. Esta foto conseguiu o primeiro prêmio no National Geographic Drone Photography Contest, concurso fotográfico organizado pelo site Dronestagram em colaboração com o National Geographic. Foto Ricardo Matiello / Dronestagram
Um momento de relax em Shandong, na Cina. Foto Ambrose Lune / Dronestagram
Monte Saint Michel, França. Foto Jeremie Eloy / Dronestagram
Um mergulho de dar calafrio em Mazatlán, no México. Foto Wootsor / Dronestagram
Uma tradicional corrida de camelos em Dubai, Emirados Árabes Unidos. Foto Shoyab / Dronestagram
Uma pequena ilha em Tahaa, Polinésia Francesa. Foto Marama / Dronestagram
O golfo de Amalfi, Itália. Foto Rus / Dronestagram
O Cristo Redentor, Rio de Janeiro. Foto Alexandre Salem / Dronestagram.
Plantação de tulipas na Holanda.
Mergulhando com os tubarões na Polinésia Francesa. Foto Tahitiflyshoot / Dronestagram
Alvorada no Monte Fuji, Japão. Foto Dan116 / Dronestagram.
La Forêt Noyée (A Floresta Inundada), destino muito popular para excursionistas e canoístas na Nova Celedônia. Foto Claire Cousergue / Dronestagram
Seljalandsfoss, a Cascata Líquida, na Islândia. Foto Donpablo / Dronestagram
http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/296551/Drones-sobre-a-savana-Mas-os-elefantes-os-odeiam.htm