Livro: "Assim Falou Zaratustra" de Friedrich Nietzsche

  





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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
uma das atuações do seu Pastorado4





"Assim Falou Zaratustra" de Friedrich Nietzsche


o programa que o estudo deste livro pertence, está
e está comentado nos vídeos durante o texto




 




  1. O LIVRO
    "Assim Falou Zaratustra", publicado entre 1883 e 1885, é um dos textos mais influentes de Friedrich Nietzsche, tanto em termos de filosofia quanto de literatura. Suas vendas iniciais foram modestas, mas a obra ganhou notoriedade ao longo do século XX, tornando-se um dos livros mais debatidos em círculos filosóficos e acadêmicos. Hoje, ela é amplamente lida no mundo todo, inspirando não só filósofos, mas também escritores, artistas e cineastas. A obra teve forte repercussão em debates sobre moralidade, religião e o conceito de super-homem (Übermensch).

  2. RESUMO
    "Assim Falou Zaratustra" é uma obra filosófica e poética que narra a jornada de Zaratustra, um profeta fictício que desce das montanhas para compartilhar sua sabedoria com a humanidade. Através de um discurso alegórico, Zaratustra proclama o "morte de Deus", o fim dos valores morais tradicionais e a necessidade de criar novos valores. A obra explora temas centrais como o conceito do eterno retorno, a vontade de poder, e a ideia do Übermensch, um ser humano que transcende as limitações impostas pela moralidade convencional e alcança sua máxima potencialidade.

  3. AUTORIA E CONTEXTO
    Friedrich Nietzsche nasceu em 1844, na Prússia, e é considerado um dos filósofos mais influentes da modernidade. Sua filosofia questionava profundamente os valores morais, a religião, e a cultura europeia de sua época. Durante sua vida, sofreu de doenças físicas e mentais, que afetaram seus últimos anos. Seu trabalho, embora não popular em vida, tornou-se influente após sua morte em 1900.

Nietzsche escreveu "Assim Falou Zaratustra" motivado por sua crítica ao cristianismo e à moralidade ocidental, que, segundo ele, sufocava o desenvolvimento individual. Ele acreditava que a humanidade precisava superar essas limitações através de novos valores e de uma reavaliação radical da vida. A ideia do Übermensch representa essa nova humanidade.

O contexto do final do século XIX, marcado por transformações sociais, políticas e científicas (como a revolução industrial e a teoria da evolução de Darwin), influenciou Nietzsche. Havia também um crescente pessimismo cultural, com questionamentos sobre religião e moralidade, o que refletiu-se diretamente nas ideias revolucionárias de Nietzsche sobre a morte de Deus e a criação de novos valores.


4 CONSIDERAÇÕES

Friedrich Nietzsche, em "Assim Falou Zaratustra", apresenta várias ideias profundas e provocativas que envolvem crítica à moralidade, religião, e uma reavaliação da condição humana. Aqui estão 20 afirmativas e conclusões centrais extraídas do texto, explicadas em detalhes:
  1. A Morte de Deus
    Nietzsche declara que "Deus está morto". Isso significa o colapso da autoridade religiosa e moral na cultura ocidental. Ele não se refere à literal morte de uma divindade, mas à perda de fé em sistemas morais e religiosos que dominaram o pensamento europeu, especialmente o cristianismo. A morte de Deus é, para Nietzsche, um chamado à humanidade para criar novos valores.

  2. O Übermensch (Super-homem)
    O conceito do Übermensch é central na obra. Nietzsche acredita que a humanidade deve transcender suas limitações, superando os valores morais tradicionais para se tornar uma versão superior de si mesma. O Übermensch é alguém que cria e vive seus próprios valores, em vez de seguir cegamente os impostos pela sociedade.

  3. Eterno Retorno
    A teoria do eterno retorno é um exercício mental que Nietzsche propõe: e se tivéssemos que viver nossas vidas repetidamente, sem fim? Essa ideia desafia o leitor a viver de maneira que cada momento seja digno de ser repetido eternamente, forçando uma reconsideração radical das prioridades e do significado da vida.

  4. Vontade de Poder
    A vontade de poder é o impulso fundamental de toda vida, segundo Nietzsche. É a força motriz que leva os indivíduos a se afirmar, a crescer, a superar obstáculos e a exercer controle sobre o ambiente. Para Nietzsche, o desejo de poder é o verdadeiro motor da ação humana, mais profundo que a busca pela felicidade ou pela sobrevivência.

  5. Crítica à Moralidade Tradicional
    Nietzsche rejeita a moralidade cristã e o conceito de bem e mal que a acompanha. Ele argumenta que esses valores foram criados para oprimir os fortes e criativos em benefício dos fracos. Em vez de moralidade absoluta, ele defende uma moralidade mais fluida, baseada na expressão da vida e na criação de novos valores.

  6. O Desprezo pelo Último Homem
    O "último homem" é a antítese do Übermensch. Ele é a personificação da mediocridade, vivendo em conforto e segurança, evitando desafios e buscando apenas prazer e comodidade. Nietzsche despreza essa figura, pois ela representa o declínio da humanidade, satisfeita com uma existência sem grandeza ou aspirações.

  7. A Transvaloração dos Valores
    Nietzsche propõe uma transvaloração dos valores, ou seja, uma reavaliação completa dos princípios que governam nossas vidas. Em vez de valores herdados, como os de religião e moralidade tradicional, ele defende que cada indivíduo deve criar seus próprios valores, baseados na autenticidade e na superação pessoal.

  8. Crítica ao Cristianismo
    Para Nietzsche, o cristianismo promove uma moralidade de escravos, enaltecendo valores como humildade, fraqueza e submissão. Ele vê isso como um mecanismo de controle, reprimindo o potencial humano para a criação e a autossuperação. O cristianismo, em sua visão, suprime o desenvolvimento pleno do ser humano.

  9. O Homem como uma Ponte, Não um Fim
    Nietzsche vê o homem como uma ponte entre o animal e o Übermensch. Ele argumenta que a humanidade atual ainda está em um estágio de transição e que a verdadeira grandeza será alcançada quando o ser humano transcender suas fraquezas e limitações.

  10. Amor Fati (Amor ao Destino)
    Nietzsche defende o amor fati, que significa amar e aceitar o destino, sem arrependimentos. Essa atitude envolve a aceitação plena de todas as circunstâncias da vida, sejam elas boas ou ruins, como uma expressão inevitável da vontade de poder.

  11. Crítica ao Conceito de Verdade Absoluta
    Nietzsche questiona a noção de verdade objetiva e absoluta, argumentando que as verdades são construções humanas baseadas em perspectivas e interesses. Ele sugere que devemos ser céticos em relação a qualquer afirmação de verdade universal e abraçar a pluralidade de perspectivas.

  12. A Moralidade dos Nobres versus a Moralidade dos Escravos
    Nietzsche distingue entre duas moralidades: a dos nobres, que valoriza a força, a criação e a autossuficiência; e a dos escravos, que valoriza a submissão, o ressentimento e a fraqueza. Ele defende a moralidade dos nobres, que promove o desenvolvimento pleno do indivíduo.

  13. O Conceito de Ressentimento
    O ressentimento é, para Nietzsche, uma emoção que surge quando os fracos invejam e odeiam os fortes. Em vez de tentar melhorar suas próprias condições, os ressentidos procuram destruir o sucesso dos outros. Esse ressentimento, segundo ele, é uma base para a moralidade cristã e outras formas de moralidade coletiva.

  14. Superação de Si Mesmo
    Nietzsche defende que a verdadeira grandeza não está em competir com os outros, mas em superar a si mesmo. Ele vê o processo de autossuperação como essencial para o desenvolvimento do Übermensch.

  15. A Importância da Solidão
    Zaratustra passa longos períodos de isolamento nas montanhas, refletindo sobre a necessidade de solidão para alcançar o autoconhecimento. Nietzsche sugere que a verdadeira sabedoria e força vêm de momentos de introspecção, longe das distrações da sociedade.

  16. Crítica ao Nacionalismo e à Massificação
    Nietzsche critica o nacionalismo e a ideia de que as massas, ou o coletivo, são superiores ao indivíduo. Ele vê a coletividade como uma força opressora que suprime a criatividade e a liberdade pessoal.

  17. A Alegria como Afirmação da Vida
    Para Nietzsche, a verdadeira alegria não vem da ausência de dor, mas da aceitação e afirmação da vida em sua totalidade, incluindo o sofrimento. Ele vê a alegria como uma forma de superação, uma resposta à complexidade e ao caos da existência.

  18. O Perigo da Compaixão Excessiva
    Embora Nietzsche reconheça o valor da compaixão, ele também alerta contra a compaixão excessiva, que pode enfraquecer tanto quem a sente quanto quem a recebe. Para ele, a compaixão indiscriminada pode impedir o crescimento e a superação.

  19. A Necessidade de Destruir para Criar
    Nietzsche argumenta que, para criar novos valores, é necessário destruir os antigos. Isso significa abandonar crenças arraigadas e confortáveis para abrir caminho para novas possibilidades e formas de viver.

  20. A Vida como uma Obra de Arte
    Nietzsche propõe que devemos tratar nossas vidas como uma obra de arte, moldando-a de acordo com nossos próprios valores e objetivos, e não seguindo modelos pré-estabelecidos. Ele acredita que a vida deve ser vivida com intensidade, criatividade e responsabilidade pessoal.

Essas ideias, muitas vezes controversas, refletem a visão de Nietzsche sobre a natureza humana e a necessidade de romper com as convenções sociais e religiosas para alcançar uma vida autêntica e plena.


5. APOIOS RELEVANTES
Aqui estão três pessoas que concordaram com aspectos importantes de "Assim Falou Zaratustra":

  1. Martin Heidegger – Heidegger, um dos maiores filósofos do século XX, concordou com Nietzsche na crítica à metafísica tradicional e à moralidade cristã, especialmente na ideia da “morte de Deus” e a necessidade de reavaliação dos valores humanos. Ele expandiu o conceito da vontade de poder e do Übermensch em suas próprias teorias sobre o ser e o nada.

  2. Michel Foucault – Foucault adotou a crítica de Nietzsche à moralidade e ao poder, usando os conceitos de vontade de poder e a rejeição da verdade absoluta como base para seus estudos sobre as estruturas de poder na sociedade. Ele concordava que a verdade é uma construção, e que o poder molda a realidade e o conhecimento.

  3. Albert Camus – Embora discordasse em alguns pontos, Camus elogiou Nietzsche por sua coragem de enfrentar o niilismo e a falta de sentido no mundo. Em sua obra O Mito de Sísifo, Camus explora temas semelhantes aos de Nietzsche, como a aceitação da vida em meio ao caos e ao absurdo, concordando com o conceito de amor fati (aceitar o destino).

6. CRÍTICAS RELEVANTES
Aqui estão três pessoas que criticaram partes significativas das ideias de Nietzsche:

  1. Sigmund Freud – Embora Freud admirasse algumas das ideias de Nietzsche, especialmente a exploração da psique humana, ele discordou da noção de Übermensch, acreditando que a psicanálise revelava que o ser humano é dominado por impulsos inconscientes, não pela capacidade de criar valores autônomos e superiores.

  2. G. K. Chesterton – Chesterton criticou severamente Nietzsche, principalmente sua crítica ao cristianismo. Ele argumentava que a moral cristã promovia a humildade e a compaixão, que são necessárias para o bem-estar social, e rejeitou a ideia de que esses valores fossem sinais de fraqueza ou decadência.

  3. Karl Jaspers – Jaspers, um filósofo existencialista, respeitava Nietzsche, mas discordava do pessimismo radical que via na obra de Nietzsche. Ele criticou a ideia de que a humanidade deveria transcender seus valores em um sentido absoluto, acreditando que o indivíduo deve encontrar sentido na existência sem destruir completamente as tradições morais.

7. CONSIDERAÇÕES PARA O NOSSO DIA A DIA
Aqui estão três ideias do livro que podem ser aplicadas à nossa saúde mental e aos nossos relacionamentos:

  1. Autossuperação – A ideia de Nietzsche de que devemos nos esforçar constantemente para superar a nós mesmos, em vez de nos comparar com os outros, é fundamental para o crescimento pessoal. Isso pode melhorar a saúde mental, incentivando o foco no desenvolvimento interno, em vez de ressentimentos ou inveja.

  2. Amor Fati – Aceitar as circunstâncias da vida, tanto as boas quanto as ruins, e abraçar o destino com amor pode reduzir a ansiedade e o sofrimento. Ao adotar essa atitude, podemos viver de maneira mais plena, apreciando cada momento como parte de um grande todo.

  3. A Importância da Solidão – A reflexão e o tempo sozinhos são necessários para nos conhecermos profundamente. Isso ajuda a fortalecer nossa autonomia e autoestima, o que se reflete em relacionamentos mais saudáveis, já que aprendemos a nos relacionar sem depender excessivamente dos outros.

8. JESUS CRISTO
Se Jesus Cristo fizesse considerações sobre os temas de "Assim Falou Zaratustra", aqui estão três pontos que Ele destacaria em relação à boa convivência humana:

  1. Amor ao Próximo – Embora Nietzsche critique o cristianismo por sua compaixão excessiva, Jesus poderia destacar que o verdadeiro amor ao próximo, como ensinado no Evangelho, não é uma fraqueza, mas uma força que une as pessoas e promove a harmonia social.

  2. Serviço e Humildade – Jesus talvez chamasse atenção para o valor da humildade e do serviço ao próximo como princípios essenciais para a convivência. Enquanto Nietzsche promove a superação do indivíduo, Jesus enfatizaria que grandeza também se encontra em servir e em viver para o bem dos outros.

  3. Verdade e Justiça – Embora Nietzsche questionasse a verdade absoluta, Jesus poderia ensinar que a verdade e a justiça são fundamentais para as relações humanas. A busca pela verdade, com amor e compaixão, seria um caminho para a paz e o entendimento mútuo, algo que Nietzsche não explorou profundamente em suas críticas.