Luís Alves de Lima e Silva


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O Duque de Caxias
Caxias aos 75 anos em 1878
Nome completoLuís Alves de Lima e Silva
Apelido"O Pacificador"
"O Duque de Ferro"
Nascimento25 de agosto de 1803
Porto da EstrelaRio de Janeiro,
Flag Princes of Brazil.svg Brasil Colônia
Morte7 de maio de 1880 (76 anos)ValençaRio de Janeiro,
Flag of Empire of Brazil (1870-1889).svg Brasil
PaísImpério do Brasil
ForçaExército Brasileiro
Anos de serviço1821–1880
HierarquiaMarechal
BatalhasIndependência do Brasil
Guerra da Cisplatina
Balaiada
Revoltas Liberais
Revolução Farroupilha
Guerra do Prata
Guerra do Paraguai
HonrariasOrdem do Cruzeiro do Sul
Ordem da Rosa
Ordem de Pedro I
Ordem de São Bento de Avis
Ordem de Nossa Senhora de Vila Viçosa
CônjugeAna Luísa de Loreto Viana
Outros serviçosPresidente do Maranhão
Presidente do Rio Grande do Sul
Senador
Ministro da Guerra
Presidente do Conselho de Ministros
AssinaturaCaxias signature.png
Luís Alves de Lima e Silva, Duque de Caxias (25 de agosto de 1803 – 7 de maio de 1880), apelidado de "O Pacificador" e "O Duque de Ferro", foi um militar, político e monarquista brasileiro. Caxias seguiu uma carreira militar assim como seu pai e tios. Ele lutou em 1823 contra Portugal na Independência do Brasil e depois passou três anos na Cisplatina enquanto o governo tentou resistir sem sucesso contra a secessão da província. Caxias permaneceu leal ao imperador Pedro I durante protestos em 1831 apesar de seus familiares terem abandonado o monarca. Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro II, quem Caxias serviu como mestre de armas lhe ensinando esgrima e hipismo, eventualmente tornando-se seu amigo.
regência que governou o Brasil durante a minoridade de Pedro II enfrentou várias revoltas por todo o país. Caxias novamente ficou contra seu pai e tios que eram simpatizantes dos rebeldes, comandando as forças lealistas de 1839 a 1845 na supressão de revoltas como a Balaiada, as Revoltas Liberais e a Revolução Farroupilha. Sob seu comando o Exército do Brasil derrotou a Confederação Argentina em 1851 na Guerra do Prata. Uma década depois, já como Marechal, ele novamente liderou as forças brasileiras para a vitória desta vez na Guerra do Paraguai. Como recompensa foi elevado a nobre, tornando-se em sucessão barão, conde, marquês e por fim a única pessoa a receber um título de duque durante o reinado de Pedro II.
Caxias se tornou um membro do Partido Regressista na década de 1840, que eventualmente virou o Partido Conservador. Foi eleito senador em 1846 e dez anos depois virou o Presidente do Conselho de Ministros. Ele ocupou o cargo novamente durante um breve período entre 1861 e 1862, porém saiu quando seu partido perdeu a maioria no parlamento. Durante as décadas seguintes Caxias viu seu partido crescer, alcançar seu apogeu e entrar em declínio por conta de conflitos internos. Ele voltou a presidência do conselho pela última vez em 1875 e ficou até 1878. Depois de anos com a saúde piorando cada vez mais, Caxias morreu em maio de 1880.
Sua reputação foi ofuscada pela de Manuel Luís Osório, Marquês de Herval, nos anos seguintes a sua morte e principalmente depois da abolição da monarquia, porém com o tempo ela acabou crescendo. Ele foi oficialmente designado em 13 de março de 1962 como o patrono do exército brasileiro – incorporando o ideal de soldado e sendo a figura mais importante de sua tradição. Historiadores o consideram como uma dos maiores oficiais militares da história do Brasil.

Início de vida[editar | editar código-fonte]

Nascimento[editar | editar código-fonte]

Francisco de Lima e Silva, pai de Luís Alves.
Luís Alves de Lima e Silva nasceu no dia 25 de agosto de 18031 2 em uma fazenda chamada São Paulo (hoje no território do município deDuque de Caxias) na então capitania do Rio de Janeiro da colônia portuguesa do Brasil.1 3 Ele foi o primeiro homem e o segundo filho de um total de dez4 de Francisco de Lima e Silva (depois Barão de Barra Grande) e Mariana Cândido de Oliveira Belo.5 Seus padrinhos foram seu avô paterno José Joaquim de Lima da Silvanota 1 e sua avó materna Ana Quitéria Joaquina. Luís Alves passou seus primeiros anos na fazenda São Paulo, que era propriedade de seu avô materno Luís Alves de Freitas.3 O jovem possivelmente começou sua educação em casa, como era comum na época. Ana Quitéria talvez tenha sido a pessoa que lhe ensinou a ler e escrever.8
José Joaquim era um oficial militar português que havia imigrado para o Brasil em 1767.9 Ele se estabeleceu na cidade do Rio de Janeiro, capital tanto da capitania do Rio de Janeiro quanto do Brasil.10 Ele não tinha um título de nobreza, não era descendente de nobres e não tinha patronos em um ambiente em que o avanço dependia da troca de favores e ligações familiares.11 Ele lutou contra os espanhóis na fronteira sul do Brasil10 e conseguiu um lugar na classe alta carioca quando se casou com uma mulher vinda de uma família local influente.12
chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808 mudou a vida da família Lima e Silva.13 D. João, Príncipe Regente (futuro rei D. João VI), iniciou uma série de guerras de conquista que resultaram na expansão territorial brasileira com a anexação da Cisplatina no sul e da Guiana Francesa ao norte.14 Por volta de 1818, os parentes de Luís Alves haviam servido nas duas guerras e tinham agora títulos de nobreza. José Joaquim se tornou membro da Ordem de Cristo e Fidalgo Cavaleiro da Casa Real.15 Francisco de Lima e seus irmãos também receberam altas honrarias.16 Em apenas duas gerações a família Lima e Silva subiu de comuns até chagarem dentro da nobreza portuguesa.17

Educação militar[editar | editar código-fonte]

Antiga sede da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, onde Luís Alves estudou de 1818 a 1821.
Luís Alves foi alistado em 22 de maio de 1808 aos cinco anos de idade como cadete do 1.º Regimento de Infantaria do Rio de Janeiro.8 18 A historiadora Adriana Barreto de Souza explicou que isso "não significou que ele começou a servir como uma criança, a conexão com o regimento era simplesmente honorífica" por ser filho de um oficial militar.1 8 Esse regimento era informalmente conhecido como o "Regimento Lima" pois muitos membros da família serviram nele, incluindo seu pai e avô.19
Luís Alves se mudou da fazenda de seus avós em 1811 junto com seus pais e se matriculou no Seminário de São Joaquim, que em 1837 se tornou o Colégio Pedro II.8 20 Ele foi aceito em 4 de maio de 1818 na Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho.21Todo o curso (que durava sete anos) era mandatório para artilheiros e engenheiros, porém soldados de infantaria eram obrigados apenas a comparecer nas aulas do primeiro e do quinto ano. Luís Alves teve essas aulas em 1818 e 1819. Apesar de poder pular os outros anos,22 ele decidiu ir para as aulas do segundo ano em 1820 e do terceiro em 1821.23 As matérias que estudou incluíam aritmética, álgebra, geometria, táticas, estratégias, acampamento, fortificação em campanha e reconhecimento de terreno.24 Luís Alves foi promovido a alferes em 12 de outubro de 1818 e a tenente em 4 de novembro de 1820.21
Apesar de ser um estudante talentoso, Luís Alves foi muitas vezes repreendido por intimidar novos alunos.25 Com o tempo ele amadureceu e eventualmente passou a ser considerado por seus colegas como uma pessoa honesta e sensata.26 27 Ele tinha uma aparência ordinária com um rosto redondo,28 cabelos e olhos castanhos e uma altura mediana.29 Suas características banais eram compensadas por seu comportamento. O historiador Thomas Whigham o descreveu como alguém que "aprendeu cedo a arte de dar ordens. Imaculado em suas vestimentas, ele era de fala mansa, educado e sem problemas no controle de si mesmo. Ele parecia irradiar calma, compostura e autoridade".30

Guerra e crises[editar | editar código-fonte]

Independência do Brasil[editar | editar código-fonte]

Luís Alves deveria ter começado suas aulas do quarto ano em março de 1822.31 Ao invés disso ele saiu em dezembro de 1821 e se alistou no 1.º Batalhão de Fuzilamento.21 32D. Pedro, Príncipe Real e herdeiro de João VI, havia entrado em uma disputa contra Portugal que levaria a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822.33 O príncipe depois foi aclamado em 12 de outubro como D. Pedro I, o primeiro imperador do Império do Brasil.34 As forças brasileiras e portuguesas que permaneceram leais a Portugal se recusaram a aceitar o resultado, levando a guerras travadas em vários frontes pelo país.35
Pedro I criou em 18 de janeiro de 1823 o Batalhão do Imperador, uma unidade de infantaria de elite escolhida a dedo36 que tinha Luís Alves como adjunto do comandante da companhia, seu tio o coronel José Joaquim de Lima e Silva.37 O batalhão foi enviado em 28 de janeiro para a província da Bahia no nordeste e colocada, junto com outras tropas, sob o comando do brigadeiro francês Pierre Labatut. As forças imperiais brasileiras cercaram a capital Salvador, que era mantida pelos portugueses.38 Luís Alves lutou em pelo menos três ataques durante o cerco (nos dias 28 de março, 3 de maio e 3 de junho) contra posições portugueses ao redor da cidade, todos bem sucedidos. No confronto de 28 de março ele liderou um ataque contra uma casamata inimiga.39 40
Oficiais graduados se amotinaram durante a campanha da Bahia contra Labatut, que foi feito prisioneiro e enviado de volta ao Rio de Janeiro.41 É improvável que Luís Alves tenha se envolvido,nota 2 porém seu tio Joaquim de Lima quase certamente participou da conspiração e foi escolhido pelos oficiais para substituir Labatut. A campanha continuou e os portugueses se retiraram de Salvador e navegaram de volta para Portugal. Os brasileiros entraram vitoriosos na cidade em 2 de julho.42 44 O Batalhão do Imperador voltou para o Rio de Janeiro e Luís Alves foi mais tarde promovido a capitão em 22 de janeiro de 1824.21 40 45

Cisplatina e abdicação[editar | editar código-fonte]

A guarnição portuguesa em Montevidéu, a capital da Cisplatina (então a província mais ao sul do Brasil), foi a última a se entregar.46 Os secessionistas da província se rebelaram em 1825. As Províncias Unidas do Rio da Prata (posterior Argentina) tentaram anexar a Cisplatina. O Brasil declarou guerra e assim começou a Guerra da Cisplatina.47 O Batalhão do Imperador foi enviado para Montevidéu, então cercada pelas forças rebeldes. Luís Alves lutou em vários confrontos durante o ano de 1827 (em 7 de fevereiro, em 5, 7 e 14 de julho, e em 5 e 7 de agosto).48 49
Carta de abdicação de Pedro I.
A guerra ficou desastrosa no final de 1828 quando o Brasil abriu mão da Cisplatina, que se tornou o país independente do Uruguai.50Mesmo assim, Luís Alves foi promovido a major em 2 de dezembro de 1828 e colocado como segundo no comando do Batalhão do Imperador no início do ano seguinte.21 49 Ele conheceu María Ángela Furriol González Luna durante seu tempo em Montevidéu. Não se sabe até onde a relação foi, mas talvez tenham ficado noivos.51 Ele voltou ao Rio de Janeiro e viu a deterioração cada vez maior da posição política de Pedro I. As cada vez maiores oposições às políticas do imperador eventualmente causaram grandes protestos em 6 de abril de 1831 no Campo de Santana. A situação ficou ainda pior quando várias unidades do exército, lideradas pelo pai e tios de Luís Alves,52 se juntaram aos protestos.53
Pedro I considerou nomear Luís Alves para comandar o Batalhão do Imperador e perguntou de que lado ele estava.54 De acordo com o historiador Francisco Doratioto, ele respondeu que "entre o amor por seu pai e seu dever com a coroa, ele ficaria com a segunda".55 O imperador ficou gratou pela lealdade, porém insistiu para que Luís Alves levasse o batalhão para o Campo de Santana e se juntasse aos rebeldes,56 preferindo a abdicação do que o derramamento de sangue.57 Décadas depois, ele disse ao senado que "Eu marchei junto com o Batalhão do Imperador para o Campo de Santana por devoção à ordens competentes. Eu não era um revolucionário. Eu estimava a abdicação. Julguei que ela seria vantajosa para o Brasil, mas eu não concordo direta ou indiretamente com ela".57 58

Período instável[editar | editar código-fonte]

Ana Luísa de Loreto, esposa de Luís Alves.
Uma regência composta por três regentes foi eleita para governar o país até que o jovem imperador D. Pedro II, então com cinco anos de idade, chegasse na maioridade e tivesse habilidade para governar sozinho. Um dos regentes escolhidos foi o pai de Luís Alves.59 A regência tinha pouca autoridade, resultando em nove anos de caos, período em que o país foi tomado por revoltas e tentativas de golpe por diferentes facções políticas.60 O exército, "desmoralizado pelo papel longe de exemplar que teve durante a Revolução de Abril [a abdicação de Pedro I]", afirmou o historiador C. H. Haring, "se tornou a ferramenta pronta de qualquer agitador popular ou demagogo, e muitas vezes era fonte de revolta e sedição".61 O governo reduziu drasticamente o tamanho do exército e efetivamente o substituiu pela recém criada Guarda Nacional, uma força de milícia.62 Sem tropas para comandar, Luís Alves e outros oficiais se juntaram em julho de 1831 ao Batalhão de Soldados-Oficiais Voluntários.63 Como segundo no comando da unidade, ele suprimiu em 7 de outubro uma amotinação de oficiais da marinhaliderados por Miguel de Frias e Vasconcelos na Ilha das Cobras.64 Foi nomeado um ano depois em 18 de outubro de 1832 como comandante do Corpo de Guardas Municipais Permanentes, uma força policial da cidade do Rio de Janeiro.65
Ele se casou em 6 de janeiro de 1833 aos 29 anos com Ana Luísa de Loreto Carneiro Viana, a irmã de dezesseis anos de um amigo oficial e membro de uma família aristocrática carioca. A mãe da noiva era contra a união, vendo Luís Alves e sua família como novos-ricos. Jornais ligados aos inimigos políticos de sua família se aproveitaram do desacordo e correram acusações sérias, porém infundadas, como por exemplo que ele havia sequestrado Ana Luísa.66 Apesar de tudo, o casamento foi feliz67 e eles tiveram três filhos: Luísa de Loreto Viana de Lima em 1833, Ana de Loreto Viana de Lima em 1836 e Luís Alves de Lima e Silva em 1847.68
Na segunda metade da década de 1830, Luís Alves foi nomeado instrutor de esgrima e hipismo para o jovem Pedro II.69 Seus sentimentos de dever aproximaram os dois homens, porém também se desenvolveu uma amizade e devoção pessoal duradoura. O imperador disse muitos anos depois que considerava Luís Alves como "leal e meu amigo".70 De acordo com o historiador Heitor Lira, Luís Alves foi um dos amigos e monarquistas mais raros e sinceros de Pedro II e da Casa de Bragança, "ele colocou sua espada não apenas ao serviço de um Brasil unido e forte, porém também a um monarca digno e respeitado".71

Revoltas[editar | editar código-fonte]

Balaiada[editar | editar código-fonte]

Luís Alves c. 1841.
Luís Alves levou a ordem para as ruas do Rio de Janeiro como comandante do Corpo de Guardas Municipais Permanentes, usando suas próprias habilidades e a parceria com Eusébio de Queirós, chefe de polícia da cidade.72 Ele foi promovido em 12 de setembro de 1837 atenente-coronel.73 Eusébio de Queirós era membro do Partido Regressista, que havia chegado ao poder naquele ano. Bernardo Pereira de Vasconcelos, ministro do governo e um dos principais Regressistas, tentou trazer Luís Alves para seu partido.74
Ele foi promovido a coronel em 2 de dezembro de 183973 e enviado pelo gabinete Regressista para a província do Maranhão a fim de suprimir uma revolta que ficou conhecida como Balaiada. Luís Alves foi nomeado para as posições civil e militar mais altas da província: presidente e comandante das armas, tendo assim autoridade sobre as unidades provinciais da Guarda Nacional e do exército (restaurado para sua força total pelo gabinete Regressista).75
Luís Alves chegou em São Luís no dia 4 de fevereiro de 1840.76 Depois de vários confrontos ele derrotou os rebeldes.77 Por suas realizações foi promovido em 18 de julho de 1841 a brigadeiro e elevado por Pedro II para o título de Barão de Caxias. Luís Alves recebeu a rara honra de poder escolher o nome de seu título; ele decidiu celebrar sua recaptura da cidade de Caxias, a segunda cidade mais rica do Maranhão que havia caído nas mãos dos rebeldes.78 Francisco de Lima escreveu ao filho contando as notícias que o Partido Liberal estava exigindo que a maioridade do imperador fosse declarada imediatamente.68 Enquanto isso, Honório Hermeto Carneiro Leão (posterior Marquês do Paraná, um primo distante de Ana Luísa79 e líder do Partido Regressista) enviou cartas a Luís Alves tentando diminuir a influência que Francisco de Lima tinha nele e dissuadi-lo a apoiar a proposta inconstitucional de declarar a maioridade de Pedro II.80

Revoltas Liberais[editar | editar código-fonte]

Sabará, uma das cidades que Caxias tomou durante as Revoltas Liberais. Por Rugendas c. 1845.
Caxias (como ficou conhecido) viu assim que voltou do Maranhão que o clima político havia mudado. O Partido Liberal de Francisco de Lima havia conseguido em 23 de julho de 1840 a declaração prematura da maioridade do imperador, o chamado Golpe da Maioridade.81Os Liberais então se rebelaram em maio de 1842 nas províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais em retaliação a Pedro II que, seguindo o conselho de seu gabinete repleto de Regressistas, havia convocado novas eleições, anulando a anterior que fora marcada por fraudes promovidas pelo Partido Liberal.82
Caxias foi nomeado vice-presidente e comandante das armas da província de São Paulo, chegando em 21 de maio de 1842. Depois de derrotar os rebeldes ele foi nomeado comandante das armas de Minas Gerais e marchou para a província. Com a ajuda das unidades da Guarda Nacional do Rio de Janeiro sob seu presidente Honório Hermeto, Caxias foi mais uma vez bem sucedido, com a rebelião estando suprimida em agosto.83 Ele foi honrado pelo imperador, que o fez em 23 de julho de 1842 seu ajudante de campo. Dois dias depois foi promovido a marechal de campo interino.84
O Partido Regressista mudou seu nome para Partido da Ordem por volta de 1843 para se diferenciar dos Regressistas que viam como Liberais "indiciplinados", com seus membros sendo chamados de saquaremas.85 Caxias se identificava cada vez mais com a ideologia saquarema:nota 3 liberalismo, preservação da autoridade do estado e apoio para uma monarquia parlamentar representativa.87 Apesar de sua aproximação dos saquaremas não ter ficado clara na época que ele aceitou a nomeação para acabar com as revoltas no Maranhão, sua vitória contra os Liberais revoltosos em 1842 solidificou sua aliança ao Partido da Ordem.88

Revolução Farroupilha[editar | editar código-fonte]

Caxias c. 1846.
Uma rebelião republicana que ficou conhecida como Revolução Farroupilha estourou na província do Rio Grande do Sul em 1835, e um dos tios de Caxias se juntou aos rebeldes.89 Seu pai e possivelmente seu tio Manuel da Fonseca de Lima e Silva, o Ministro da Guerra na época,90 também apoiaram a revolta. Caxias foi nomeado em 28 de setembro de 1842 como presidente e comandante das armas do Rio Grande do Sul. Pedro II, então com dezesseis anos, permitiu que Caxias novamente provasse que era diferente de seus parentes e lhe deu uma ordem curta e direta: "Acabe com esta revolução, assim como acabou com as outras".91 Ele levou consigo o saquarema e poetaGonçalves de Magalhães (futuro Visconde do Araguaia) para servir como seu secretário, mesma função que exerceu no Maranhão.92
Caxias havia feito uma curta viagem ao Rio Grande do Sul em 1839 para inspecionar as tropas combatendo os farrapos.93 Ele descobriu ao voltar para a província em novembro de 1842 que os rebeldes, enfraquecidos após anos de conflito, haviam sido forçados a recorrer a táticas de guerrilha. Quando ameaçados, eles fugiam para o Uruguai. Assim como havia feito no Maranhão,94 São Paulo95 e Minas Gerais,96Caxias colocou espiões infiltrados no inimigo para conseguir informações e fomentar discórdia.97 O historiador Roderick J. Barman disse que ele "demonstrou talentos militares, organizacionais e políticos essenciais para o que é hoje chamado de 'contra-insurgência'".98
Honório Hermeto tornou-se chefe do gabinete no início de 1843 e enquanto os saquaremas ficassem no poder, Caxias manteria sua posição. Entretanto, Honório Hermeto brigou com Pedro II um ano depois e os saquaremas renunciaram.99 Os Liberais formaram o novo governo, porém Caxias foi mantido no cargo.100 A guerra contra os farrapos demorou muito mais para ser suprimida que as rebeliões anteriores, porém ele finalmente conseguiu pacificar a província através de cuidadosas negociações e vitórias militares. O fim do conflito armado foi declarado em 1 de março de 1845.101 Ele foi feito marechal de campo permanente em 25 de março, sendo elevado a conde em 2 de abril.102 Caxias então concorreu ao senado e ficou entre os três candidatos mais votados, sendo selecionado pelo imperador como o senador representante do Rio Grande do Sul.103 Ele começou seu mandato em 11 de maio de 1846.104

Conservadorismo[editar | editar código-fonte]

Guerra do Prata[editar | editar código-fonte]

O navio a vapor Dom Afonso, abordo do qual Caxias fez reconhecimento da área de Buenos Aires para um ataque.
O Partido da Ordem passou anos na oposição do parlamento até ser chamado em setembro de 1848 por Pedro II para formar um novo gabinete.105 O gabinete saquarema era composto por homens com quem Caxias tinha relações próximas, dentre eles Eusébio de Queirós, que o havia ajudado a levar a ordem para as ruas do Rio de Janeiro na década de 1830.106 Caxias era agora um rico fazendeiro dono de escravos e uma parte muito importante da aristocracia que formava a espinha dorsal do Partido da Ordem. Ele havia comprado sua primeira propriedade, uma fazenda de café, em 1838 com a ajuda de sua sogra.107Ele adquiriu mais terras em 1849, expandindo suas plantações.108 O café havia se tornado o principal produto de exportação do Brasil por causa da demanda internacional cada vez maior.109
Juan Manuel de Rosas, ditador da Confederação Argentina, declarou guerra ao Brasil em 1851, iniciando a Guerra do Prata. Caxias foi nomeado comandante geral das forças terrestres brasileiras. Paulino José Soares de Sousa (posterior Visconde do Uruguai), o então Ministro das Relações Estrangeiras, forjou uma aliança anti-Rosas entre o Brasil, Uruguai e as províncias argentinas rebeldes de Corrientes e Entre Ríos. Paulino Soares perguntou a Caxias quem deveria ser nomeado como o representante brasileiro entre as forças aliadas, e ele respondeu Honório Hermeto.110 111 O político havia sido ostracizado por seus colegas partidários depois de 1844, porém era o saquarema mais próximo de Caxias.112
Um exército comandado por Caxias cruzou para o Uruguai em setembro de 1851.113 114 Os aliados decidiram dividir suas forças em dois exércitos: um multinacional que tinha apenas uma divisão brasileira, e outro composto totalmente de brasileiros e comandado por Caxias. Apesar das objeções de Honório Hermeto, ele escolheu Manuel Marques de Sousa (futuro Conde de Porto Alegre) para liderar a divisão dentro do primeiro exército.110 111 Caxias havia ficado amigo de Marques de Sousa, que tinha servido sob seu comando em 1839 durante a Revolução Farroupilha.111 A divisão de Marques de Sousa, junto com tropas rebeldes uruguais e argentinas, invadiu a Argentina. Na Batalha de Monte Caseros em 3 de fevereiro de 1852, os aliados derrotaram o exército liderado por Rosas, que fugiu para o Reino Unido encerrando a guerra.114 115 Caxias havia passado o dia 17 de janeiro abordo da fragata Dom Afonso junto com John Pascoe Grenfell fazendo reconhecimento da capital argentina Buenos Aires a fim de selecionar o melhor lugar para lançar um ataque anfíbio. Seus planos foram abortados com a chegada da notícia da vitória em Monte Caseros.116 Como recompensa por seu papel, Caxias foi promovido a tenente-general em 3 de março e elevado para marquês em 26 de junho.117

Gabinete de Conciliação[editar | editar código-fonte]

Caxias c. 1857.
Seu pai morreu em dezembro de 1853. Durante anos os dois haviam entrado em conflito e tomado posições diferentes. Caxias acabou prevalecendo, aderindo mais fortemente a inabalável lealdade que seu avô José Joaquim tinha pela coroa e pelas leis. Na época de sua morte, Francisco de Lima era um senador que havia perdido sua antiga influência e há anos não ocupava cargos importantes. Mesmo assim, pai e filho mantiveram uma relação amorosa e respeitosa até o fim, algo que pode ser visto nas poucas cartas trocadas pelos dois que sobreviveram ao tempo.107 Entretanto, sua relação com outros familiares era marcada pelo ressentimento, como contou a esposa anos depois: "Somos colocados em primeiro plano de nossa sociedade, causando até inveja aos seus parentes e aos meus também".118
O Partido da Ordem ficou amplamente conhecido como Partido Conservador por volta de 1853.119 Caxias aceitou o cargo de Ministro da Guerra e se juntou ao "Gabinete de Conciliação" liderado por Honório Hermeto (agora Marquês do Paraná). Os dois se conheciam desde 1831 e formaram uma grande amizade baseada na confiança e opiniões em comum.120 121 Paraná enfrentou enorme oposição no parlamento vinda de seus próprios partidários.122 Afirmando que estava tentando corrigir as falhas nas eleições para que todos os partidos tivessem legítimo acesso a representação parlamentar, Paraná tentou aprovar reformas eleitorais que iriam, na prática, permitir que os gabinetes tivessem ainda mais influência para intrometerem-se nas eleições através de coersão e clientelismo.123 Os saquaremas compreenderam a ameaça: o próprio partido seria minado com o fortalecimento do executivo em detrimento do legislativo.124
Paraná nomeou ministros que tinham poucas ou nenhuma ligações com os saquaremas para conseguir mais apoio. O próprio Caxias era um saquarema, porém de acordo com Needell ele "era primeiro e acima de tudo um militar. Lealdade pessoal ao Império vinha antes de tudo. Assim como muitos, ele identificava esse lealdade com fidelidade para a Coroa na abstração de Dom Pedro pessoalmente". Era uma escolha que agradaria todos os lados. Caxias "não era tanto um homem político quanto um homem profundamente leal à Monarquia com a qual ... ele tinha vindo a se identificar com o Partido Conservador. Dessa forma, Paraná pode ter nomeado Caxias para tranquilizar os Conservadores tradicionais sem ameaçar a posição política mais independente que estava tomando".121

Presidente do Conselho[editar | editar código-fonte]

Caxias c. 1861.
Paraná conseguiu a aprovação da reforma eleitoral, que foi chamada de Lei dos Círculos.125 Como previsto, ela deu mais poderes para oPresidente do Conselho de Ministros (o primeiro-ministro) interferir nas eleições. Entretanto, Paraná adoeceu repentinamente e morreu em 3 de setembro de 1856.126 Caxias o substituiu, porém estava relutante em enfrentar um parlamento eleito sob a nova lei, que se reuniria pela primeira vez no ano seguinte. Ele renunciou junto com outros ministros em 4 de maio de 1857. A Lei dos Círculos e sua controvérsia acabaram dividindo o Partido Conservador: uma facção era a ala saquarema ultraconservadora (ou tradicionalista), chamada de vermelhos ou puritanos e liderada por Eusébio de Queirós, Uruguai e Joaquim José Rodrigues Torres, Visconde de Itaboraí. O segundo bloco era formado pela ala conservadora moderada, composta principalmente de políticos que deviam suas posições à reforma eleitoral.127
Os Conservadores Moderados eram Conservadores apenas no nome, não compartilhando a ideologia e liderança saquarema. Sucessivos gabinetes duraram pouco após 1857, incapazes de conseguir uma maioria na Câmara dos Deputados, enquanto as duas alas tentavam prejudicar a outra em uma luta por poder.128 Pedro II pediu a Caxias em 2 de março de 1861 que ele formasse um novo gabinete.129 Dentre seus ministros estava José Maria da Silva Paranhos (posterior Visconde do Rio Branco), quem Caxias havia ficado amigo durante a Guerra do Prata enquanto servia como secretário de Paraná.121
Caxias tentou conseguir o apoio da tradicional liderança saquarema. Entretanto, eles tentaram usá-lo como uma pessoa decorativa a fim de conseguirem seus próprios objetivos. Ele comentou com Paranhos: "Percebo o que quer dizer, a respeito do comportamento bizarro desses senhores, que não desejam governar o país, ao serem convidados a fazê-lo, por preferirem governar o governo. Estão completamente enganados sobre mim, já que eu não estou disposto a servi-los como um cavalinho de pau".130 Sem apoio o gabinete de Caxias renunciou em 24 de maio de 1862, tendo também perdido a maioria na Câmara dos Deputados. O imperador então pediu para a Liga Progressista, novo partido formado por moderados Conservadores e Liberais, formar um gabinete.131 O único filho homem de Caxias morreu menos de um mês depois aos catorze anos de idade de causas desconhecidas. Houve uma pequena consolação em 2 de dezembro quando ele foi feitomarechal de exército, a mais alta patente do exército brasileiro.132

Guerra do Paraguai[editar | editar código-fonte]

Cerco de Uruguaiana[editar | editar código-fonte]

Pedro II (levantando seu chapéu) segue seus dois ajudantes de campo, um deles Caxias (centro). Essa cena provavelmente aconteceu durante o Cerco de Uruguaiana no começo da Guerra do Paraguai.
Francisco Solano López, o ditador do Paraguai, se aproveitou em dezembro de 1864 da intervenção militar do Brasil no Uruguai para estabelecer seu país como uma potência regional. O exército paraguaio invadiu a província brasileira do Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul), iniciando a Guerra do Paraguai. Tropas paraguaias invadiram o território argentino quatro meses depois em preparação para um ataque contra o Rio Grande do Sul.133
A situação no Rio Grande do Sul estava caótica e os comandantes militares locais não conseguiam estabelecer uma resistência efetiva contra o Paraguai. Pedro II estava ciente do perigo e decidiu ir pessoalmente para o fronte a fim de fortalecer as operações.134 Caxias foi junto com o imperador para a zona de combate como seu ajudante de campo.135 136Ele havia avisado o gabinete Progressivo que o Brasil não estava preparado para intervir no Uruguai e ainda menos para resistir a uma invasão estrangeira. Seus avisos foram ignorados e Caxias reclamou, com certa ironia, com seu amigo João Maurício Wanderley, Barão de Cotejipe e antigo colega do Gabinete de Conciliação: "Estou quase furioso com os erros que vejo serem cometidos, más já que sou um vermelho [ultraconservador ou saquarema tradicional] não sou ouvido, afinal tudo é progresso em nosso país".137
A comitiva imperial chegou em julho de 1865 na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. De lá eles viajaram até chegarem em Uruguaiana dois meses depois.138 A cidade havia sido ocupada pelo exército paraguaio. Quando chegaram, Uruguaiana estava cercada por forças brasileiras, argentinas e uruguaias. Os pararaguaios se renderam, permitindo que Pedro II e Caxias voltassem para o Rio de Janeiro.139

Comandante geral[editar | editar código-fonte]

Caxias no Paraguai c. 1866.
Os aliados invadiram o Paraguai em abril de 1866; apesar de sucessos iniciais, seu avanço foi bloqueado pela Fortaleza de Humaitá e outras fortificações ao longo do rio Paraguai. O gabinete Progressista decidiu criar um comando unificado para todas as forças brasileiras operando na guerra, nomeando em 10 de outubro Caxias, então com 63 anos de idade.140 141 Ele havia sido feito marechal permanente em 13 de janeiro do mesmo ano.142 Ele disse a esposa que aceitou o cargo porque o conflito "era um mal que havia alcançado mais ou menos todos, do Imperador ao escravo mais desafortunado".141
Caxias chegou no Paraguai em 18 de novembro143 e assumiu o comando supremo de todas as forças terrestres e marinhas brasileiras da guerra.144 Sua primeira medida foi dispensar o vice-almirante Joaquim Marques Lisboa, Visconde de Tamandaré (mais tarde Marquês de Tamandaré e também um membro da Liga Progressista) e substituí-lo no comando da Marinha Brasileira pelo vice-almirante Joaquim José Inácio (posterior Visconde de Inhaúma e membro do Partido Conservador).145 Todas as operações foram suspensas entre outubro de 1866 e julho de 1867.146 Durante esse período Caxias treinou os soldados, equipou o exército com novas armas, melhorou a qualidade do corpo de oficiais e melhorou as unidades médicas junto com a higiene geral das tropas, colocando um fim nas epidemias.147 Alfredo d'Escragnolle Taunay (futuro Visconde de Taunay), que lutou na guerra, mais tarde lembrou que Caxias era um "chefe militar generoso, que perdoava pequenos erros, porém era implacável com aqueles que cometiam delitos graves, ou, então, que traíssem sua confiança".27
Quando o exército brasileiro ficou pronto para o combate, Caxias procurou cercar Humaitá e forçar sua captura pelo cerco. Para ajudar na operação ele usou balões de observação para fazer reconhecimento das linhas inimigas.148 A força combinada brasileira–argentina–uruguaia avançou por território hostil até chegarem em Humaitá. A fortaleza foi isolada por terra em 2 de novembro de 1867.149 Couraçados brasileiros conseguiram subir pelo rio Paraguai sob fogo pesado, tomando o controle total do rio e isolando Humaitá por água também.150

Dezembrada[editar | editar código-fonte]

Caxias liderando as tropas.
A relação entre Caxias, agora comandante geral aliado,nota 4 e o governo Progressista piorou até se tornar uma crise política que levou a renúncia do gabinete. O imperador chamou os Conservadores de volta em 16 de julho de 1868, agora sob a liderança de Itaboraí,155enquanto que a Liga Progressista foi rebatizada como Partido Liberal.156 Enquanto isso, os aliados ocuparam Humaitá em 25 de julho depois de López ter conseguido realizar uma retirada de todas as tropas paraguaias da fortaleza.157
Caxias aproveitou a vantagem e começou a organizar um ataque contra as novas defesas paraguaias que López havia colocado ao longo do Piquissiri, sul da capital Assunção. O riacho oferecia uma boa posição de defesa que era apoiada pelo rio Paraguai e os pântanos da região de Chaco, ambos considerados quase intransponíveis por uma grande força. Caxias criou um caminho através de Chaco ao invés de fazer um ataque frontal contra a linha de López. A estrada ficou pronta no início de dezembro e permitiu que as forças aliadas flanqueassem as linhas paraguaias e atacassem pela retaguarda.158 Nas sucessivas batalhas de ItororóAvaí e Lomas Valentinas, que ficaram conhecidas como Dezembrada, as forças combinadas aniquilaram o exército paraguaio. López conseguiu escapar com alguns seguidores159 e as forças brasileiras tomaram Assunção em 1 de janeiro de 1869.160 De acordo com o historiador Ronaldo Vainfas, a "atuação [de Caxias] à frente das forças aliadas contribuiu de maneira inquestionável para o triunfo final sobre o inimigo".75
Caxias precisou tomar grandes riscos para conseguir as vitórias. No confronto de Itororó em 5 de dezembro, o objetivo aliado era tomar a ponte que cruzava o rio Itororó. As várias tentativas anteriores de cruzar a ponte haviam sido repelidas pelo fogo intenso vindo das posições paraguaias. Na última tentativa, os soldados brasileiros entraram em pânico e começaram a fugir em desordem. Caxias, percebendo o desastre iminente, desembainhou sua espada e avançou a cavalo em direção da ponte junto com sua equipe. Enquanto passava pelas tropas que fugiam ele gritava "Salve sua Majestade!", "Salve o Brasil" e finalmente "Sigam-me os que forem brasileiros!".161 162 Sua enorme demonstração de coragem imediatamente impediu a retirada; as unidades se reagruparam e o ataque liderado pelo próprio Caxias sobrepujou as posições paraguaias.161 163 Vários homens que estavam próximos dele morreram, assim como seu cavalo.161

Consequências[editar | editar código-fonte]

Caxias c. 1869.
Caxias estava envelhecendo e também estava doente e exausto na época que chegou em Assunção. Como não se sentia bem e à altura da tarefa de perserguir López pelo interior do Paraguai, ele pediu para ser substituído ou que recebesse uma breve licença. Seu pedido foi negado, porém mesmo assim ele nomeou um membro de sua equipe como comandante interino e partiu para o Brasil em 19 de janeiro de 1869. O imperador ficou furioso por Caxias ter deixado seu posto sem permissão, especialmente por ele ter declarado a guerra ganha apesar de López ainda estar solto e reagrupando seus poucos recursos militares. Sua decisão ruim seriamente ameaçou as custosas realizações dos meses anteriores, mesmo com o objetivo de eliminar o ditador paraguaio ainda estando tentadoramente ao alcance.164
Caxias chegou, sem avisar, na sua casa no Rio de Janeiro em fevereiro, surpreedendo completamente sua esposa.165 O Visconde de Inhaúma também voltou pouco depois, porém sua saúde estava muito ruim e ele acabou morrendo em algumas semanas. Ao ouvir da morte de Inhaúma, Caxias disse: "e o mesmo teria acontecido comigo, caso não tivesse resolvido ir embora daquele inferno".166 Pedro II ficou muito desapontado, porém também sabia que ele era o principal responsável pelos grandes sucessos durante a guerra, realizações que vieram ao custo de anos de sacrifício e bravura pessoal. O imperador o convocou para o Palácio de São Cristóvão em 21 de fevereiro para uma reconciliação.167
Um mês depois em 23 de março o imperador lhe presenteou com a Imperial Ordem de Pedro Primeiro e o elevou para o título de duque, o mais alto da nobreza brasileira. Caxias se tornou a única pessoa a receber tal título durante os 58 anos de reinado de Pedro II. De acordo com o historiador Heitor Lira, "o título de Duque deu a Caxias prestígio incalculável. Ele ofuscou, até certo ponto, sua própria designação [Caxias], por si só gloriosa. Ele se tornou, a partir daquele ponto, o Duque. Não havia necessidade de dizer seu nome. O título era suficiente – o Duque. O Duque, no Brasil, era ele, só poderia ser ele, assim como o Duque, na Inglaterra de Jorge IV, só podia ser Wellington".165
O imperador o nomeou em outubro de 1870 para o Conselho de Estado. Porém isso não impediu que Caxias fosse atacado e acusado no parlamento, incluindo que ele havia deixado seu posto sem permissão.168 Ele escreveu amargurado para seu amigo Manuel Luís Osório, Marquês de Herval: "Quando eu era jovem, meu amigo, eu não sabia explicar por que os mais velhos são egoístas, más agora que estou velho, posso ver que eles são dessa maneira por causa dos desapontamentos e ingratidões que sofreram durante suas vidas. Pelo menos é o que acontece comigo".169

Últimos anos[editar | editar código-fonte]

Presidência figurativa[editar | editar código-fonte]

Caxias por Joaquim da Rocha Fragoso, c. 1875.
Paranhos, agora o Visconde do Rio Branco, liderou o gabinete entre 1871 e 1875. Duas crises sérias surgiram que desafiavam a viabilidade da monarquia e minavam suas fundações. A primeira surgiu a partir da controvérsia sobre a Lei do Ventre Livre, que Caxias apoiou.170 A lei emancipava todos os filhos nascidos de uma mulher escrava depois de sua sanção. Com metade dos membros do Partido Conservador apoiando o projeto e a outra metade fazendo uma feroz oposição, uma séria divisão ocorreu internamente. Os oponentes representavam os interesses de poderosos fazendeiros de café como o próprio Caxias, pessoas que há muito eram os apoiadores econômicos, políticos e sociais do partido.171
A segunda crise foi a Questão Religiosa, que se desenvolveu depois do governo ter entrado em conflito com dois bispos que haviam ordenado a expulsão de maçons da irmandade. A disputa cresceu em proporções quando os bispos foram julgados e presos por desobedecerem as ordens do governo para voltarem atrás nas expulsões.172 Como o catolicismo era a religião do estado, o imperador exercia com autorização papal um grande controle sobre as questões religiosas – pagamentos de salários ao clero, nomeação de padres paroquiais, nomeação de bispos, ratificação de bulas papais e supervisão de seminários.173 Rio Branco e o gabinete renunciaram por causa do furor sobre a questão, "desunidos e cansados após quatro anos no cargo" segundo o historiador Roderick J. Barman.174
Pedro II então pediu para Caxias formar um novo gabinete. Ele foi para o Palácio de São Cristóvão determinado a recusar a oferta. Entretanto, o imperador o abraçou assim que o viu e disse que não permitiria que Caxias recusasse, caso contrário ele chamaria os Liberais e o responsabilizaria por tudo. Caxias tentou argumentar dizendo que estava velho e doente, porém Pedro II o ignorou e manteve-se firme. Sem saída ele aceitou, más avisou que o imperador iria logo se arrepender já que ele não seria ministro por muito tempo e acabaria morrendo por causa do trabalho e dos problemas. Pedro II então disse para Caxias fazer o possível, más que não o abandonasse ou ele próprio abandonaria todos e iria embora.175
Caxias estava na época com 72 anos de idade, tinha ficado viúvo no ano anterior e sua saúde estava piorando cada vez mais, assim podendo apenas servir como presidente figurativo para o novo governo formado em 25 de junho de 1875.174 Foi Cotejipe quem realmente exerceu a presidência do conselho.176 O gabinete Caxias–Cotejipe tentou dissipar a discórdia criada pelo governo anterior. Suas medidas incluíram auxílio financeiro aos fazendeiros de café, anistia para os bispos condenados e a seleção de novos ministros e a convocação de uma nova eleição para satisfazer os Conservadores pró-escravidão.177 Caxias, que era maçom mas também um católico fervoroso,178 ameaçou renunciar se o imperador não emitisse a anistia, que ele o fez de má vontade em setembro de 1875.179

Morte[editar | editar código-fonte]

Caxias c. 1877.
Pedro II visitou Caxias no final de 1877 e os dois concordaram que o segundo não podia mais ficar no cargo.180 Todo o gabinete renunciou em 1 de janeiro de 1878.181 Seus problemas de saúde tinham ficado tão problemáticos182 que desde o início de 1876 era pedido para ele renunciar.183 Caxias não se importava pelas preocupações com sua saúde, porém sentia-se cada vez mais alienado. Ele pensava que não conseguiria mais ter um papel relevante na política.184 Ele pertencia a uma geração antiga que via o imperador (e consequentemente a monarquia) como essencial para manter a nação unida.185
Os políticos mais jovens que haviam começado a dominar o governo não tinham memórias da época anterior a Pedro II assumir o governo na década de 1840. Diferentemente de seus predecessores, eles não tinham vivido a regência e os primeiros anos do reinado do imperador, quando perigos internos e externos ameaçavam a existência do Brasil; eles conheciam apenas a prosperidade e uma administração relativamente estável.185 Os políticos jovens não viam motivo para manter e defender um cargo imperial como força unificadora e benéfica para a nação.186 Os tempos estavam mudando rapidamente e Caxias estava ciente da situação. Ele ficou cada vez mais nostálgico sobre o passado e o tempo que passou com seus já falecidos colegas do Partido Conservador, tendo uma visão pessimista do futuro da política. Quando morreu Itaboraí em 1872, um dos últimos líderes Conservadores que haviam começado sua carreira na década de 1830, Caxias escreveu a um amigo: "Quem irá substituí-lo? Eu não sei, não posso ver ... O vácuo por ele deixado não pode ser preenchido, assim como o de Eusébio, Paraná, Uruguai, Manuel Felizardo e muitos outros que nos ajudaram a sustentar esta pequena igreja [a monarquia, sua 'segunda fé'], que ruiu ou quase ruiu em 7 de abril de 1831".108
Caxias ficou confinado em uma cadeira de rodas enquanto sua saúde piorava cada vez mais, vivendo seus últimos dias na fazenda Santa Mônica perto da cidade de Valença, interior da província do Rio de Janeiro.187 Ele morreu às 23h do dia 7 de maio de 1880,188 cercado por familiares.189 Pedro II o havia visitado várias vezes durante esse tempo e ficou muito entristecido, comentando sobre seu "amigo de quase meio século" que ele havia "conhecido e estimado desde 1832. Ele tinha 76 anos, quase 77. E assim ficamos neste mundo".190 Caxias pediu um funeral simples, sem pompa, sem honras, sem pessoas e apenas seis soldados de boa conduta para carregarem seu caixão. Seu último desejo não foi totalmente respeitado: Pedro II enviou uma carruagem usada apenas nos funerais da família imperial, seguida de dezesseis criados da criadagem imperial e treze soldados de boa conduta para carregarem o caixão.191 Uma grande procissão foi seguida por um funeral com a presença do imperador.192 Seu corpo foi enterrado junto com o de sua esposa no Cemitério de São Francisco de Paula na cidade do Rio de Janeiro.193

Legado[editar | editar código-fonte]

Monumento a Caxias em São Paulo, erguido por Victor Brecheret.
Caxias só começou a ser considerado como a principal figura militar da história brasileira por volta da década de 1920. Depois de sua morte a honra tinha ficado com Manuel Luís Osório, Marquês de Herval. Caxias era considerado uma figura menor quando comparada a Herval.194 195 Sua reputação cresceu lentamente e em 1923 o Ministério do Exército criou uma celebração anual em sua homenagem.195Seu nascimento se tornou oficialmente em 1925 o "Dia do Soldado", sendo comemorado por todo o exército brasileiro.195 196 Seus restos junto com os de sua esposa foram exumados em 25 de agosto de 1949 e reinterrados no Panteão Duque de Caxias no Rio de Janeiro.197 Ele se tornou em 13 de março de 1962 o patrono do exército, transformando-se na figura mais importante da tradição militar brasileira.196 De acordo com Adriana Barreto de Souza,198 Francisco Doratioto199 e Celso Castro,195 Caxias suplantou Herval por ser visto como um oficial leal e obediente que poderia servir como modelo para uma república brasileira tomada desde seu nascimento em 1889 por insubordinações, revoltas e golpes. "Seu nome", disse o historiador Thomas Whigham, "se tornou sinônimo de um oficial e cidadão correto que nunca infringe a lei – assim vem o termo popular caxias, que se refere a indivíduos que seguem as normas sem desconfiança, dúvida ou evasão".30
A historiografia é frequentemente bem positiva com Caxias e vários historiadores o colocam como o maior oficial militar da história do Brasil.nota 5 Para o historiador Nelson Werneck Sodré, ele foi "não apenas o maior comandante militar de seu continente em seu tempo, más [também] um grande político". Entretanto, para ele o personagem histórico de Caxias sofre as mesmas deficiências que Pedro II: ambos sempre foram representados como homens irrepreensíveis. Apesar de não serem indignos, para o historiador a faceta humana de ambas as figuras foram perdidas durante o tempo e deram lugar a "esta figura preta e branca, modelo de virtudes individuais".201Doratioto escreveu que Caxias "no Paraguai teve dúvidas, orgulho, ressentimento e cometeu erros; em suma, ele foi um personagem real ... Caxias, entretanto, foi capaz de superar suas limitações, impor em si mesmo grandes sacrifícios pessoais e incorporar a responsabilidade de alcançar o objetivo ... Nesse contexto, Caxias foi, certamente, um heroi; ele carregava consigo, é verdade, os preconceitos sociais e políticos de seu tempo, mas ninguém pode exigir do passado a observação dos valores do presente".202
Roderick J. Barman afirmou que Caxias não era apenas "extremamente poderoso dentro do Partido Conservador",203 más também o "soldado mais bem sucedido" e "mais distinto do país",204 que "provou sua capacidade e sua lealdade ao derrotar revoltas contra o regime".205 C. H. Haring disse que ele foi "um brilhante oficial militar", também "a figura militar mais famosa do Brasil"206 e um homem "que era genuinamente leal ao trono".207 Para Whigham, Caxias estava "destinado a ocupar um lugar sublime na mitologia nacional do Brasil. Ele frequentemente tinha de atuar tanto como estadista quanto como militar" e foi "astutamente competente nos dois papéis".30 Hélio Viana considerou Caxias como "o maior soldado do Brasil",208 uma visão compartilhada por Eugênio Vilhena de Morais,209 Pedro Calmon,210 Otávio Tarquínio de Sousa,211 Antônio da Rocha Almeida212 e Gustavo Barroso.213

Títulos e honras[editar | editar código-fonte]

Brasão do Duque de Caxias.

Nobreza[editar | editar código-fonte]

  • 18 de julho de 1841: Barão de Caxias (sem Grandeza)104
  • 25 de março de 1845: Conde de Caxias10
  • 26 de junho de 1852: Marquês de Caxias214
  • 23 de março de 1869: Duque de Caxias132 215

Honras[editar | editar código-fonte]

Honras militares[editar | editar código-fonte]

  • Medalha da Guerra de Independência216
  • Medalha do Exército do Estado Oriental do Uruguai216
  • Medalha comemorativa da rendição da divisão do exército do Paraguai que ocupou o vilarejo de Uruguaiana216
  • Medalha de Bravura216
  • Medalha entregue para militares, armada e civis pelas operações na Guerra do Paraguai216

Outros[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Ir para cima O nome da família era "Lima da Silva". Todos os membros da família passaram a assinar seus nomes como "Lima e Silva" por volta da época do nascimento do Duque de Caxias.2 Seus ancestrais eram principalmente portugueses,1 6 apesar de incluírem alguns franceses.7
  2. Ir para cima Tudo que se sabe é que Luís Alves assinou a ata de uma reunião entre oficiais das Brigadas da Direita e Centro, que haviam decidido enviar um delegação até o comandante geral Labatut para pedir a reconciliação com os oficiais da Brigada da Esquerda com quem ele havia se desentendido. A reunião tinha terminado pouco antes de dois oficiais da Brigada da Esquerda chegarem e contarem que Labatut tinha sido preso.41 O historiador Afonso de Carvalho acredita que Luís Alves, cujo nome é o último na ata, assinou sob protesto e sentiu-se desconfortável com a ideia de enviar uma delegação para conversar com o comandante geral. É ainda mais improvável que ele tenha participado do complô para retirar Labatut do comando e prendê-lo.42Além disso, ele não foi recompensado com nenhuma comissão pelos conspiradores, diferentemente de seu tio e outros parentes militares.43
  3. Ir para cima Ele discursou ao senado em 19 de agosto de 1861 afirmando que: "Em toda a minha vida tomei por norma obedecer sem hesitar, a todas as ordens do governo. Depois que entrei para o Senado, tendo de manifestar uma opinião política encostei-me sempre naqueles que por suas ideias e procedimentos me parecessem oferecer maiores garantias de ordem em meu país. Tenho me conservado inabalavelmente fiel a estas ideias".86
  4. Ir para cima O comandante geral anterior foi o presidente argentino Bartolomé Mitre, quem Caxias substituiu em duas ocasiões diferentes. A primeira foi uma breve transferência de comando que ocorreu de 9 de fevereiro de 1867151 até 1 de agosto de 1867152 quando Mitre viajou para a Argentina. Ele abriu mão de sua posição pela segunda e última vez em 14 de janeiro de 1868,153quando várias rebeliões internas e a morte de seu vice-presidente Marcos Paz forçaram seu retorno para o país. A posição de comandante geral foi abolida oficialmente em 3 de outubro de 1868, porém Caxias continuou a ocupar o cargo informalmente.154
  5. Ir para cima A historiografia marxista construída na América Latina durante as décadas de 1960 e 1970 oferece um enorme contraste com essa visão tradicional. Apesar de quase inteiramente descreditada atualmente, essa narrativa histórica revisionista foi aceita por muitos durante esse período. A alegação mais séria contra Caxias diz que em uma suposta carta escrita pelo próprio na Guerra do Paraguai, ele afirma ter "deliberadamente espalhado cólera por Corrientes e outras províncias [argentinas] hostis para o esforço de guerra ao ter corpos infectados jogados nos rios".200 Os historiadores Hendrik Kraay, Thomas Whigham e Ricardo Salles descartaram essa alegação já que não existem provas sobre a existência dessa carta.200 141

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d Carvalho 1976, p. 4
  2. ↑ Ir para:a b Souza 2008
  3. ↑ Ir para:a b Souza 2008, p. 108
  4. Ir para cima Souza 2008, pp. 108, 565
  5. Ir para cima Carvalho 1976, p. 6; Souza 2008, p. 85
  6. Ir para cima Souza 2008, pp. 50–51
  7. Ir para cima Pinto de Campos 1878, p. 31
  8. ↑ Ir para:a b c d Souza 2008, p. 109
  9. Ir para cima Souza 2008, p. 62
  10. ↑ Ir para:a b c Souza 2008, p. 72
  11. Ir para cima Souza 2008, pp. 52–53, 61
  12. Ir para cima Souza 2008, pp. 82–83
  13. Ir para cima Souza 2008, p. 90
  14. Ir para cima Souza 2008, p. 92
  15. Ir para cima Souza 2008, p. 93
  16. Ir para cima Souza 2008, pp. 93–94
  17. Ir para cima Souza 2008, pp. 93–95
  18. Ir para cima Bento 2003, p. 27
  19. Ir para cima Souza 2008, pp. 93, 109
  20. Ir para cima Bento 2003, pp. 27–28
  21. ↑ Ir para:a b c d e Bento 2003, p. 28
  22. Ir para cima Souza 2008, pp. 113–114
  23. Ir para cima Souza 2008, p. 114
  24. Ir para cima Souza 2008, p. 113
  25. Ir para cima Souza 2008, pp. 114, 120–121
  26. Ir para cima Morais 2003, pp. 209–210
  27. ↑ Ir para:a b Doratioto 2002, p. 545
  28. Ir para cima Siber, Eduard. (1916). "Retrospecto da Guerra contra Rosas". Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro 78 p. 418. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional.
  29. Ir para cima Morais 2003, p. 28; Pinto de Campos 1878, p. 27
  30. ↑ Ir para:a b c Whigham, Thomas L.. The Paraguayan War: Causes and early conduct. Lincoln: University of Nebraska Press, 2002. pp. 62, 429. vol. 1. ISBN 978-0-8032-4786-4
  31. Ir para cima Souza 2008, p. 124
  32. Ir para cima Carvalho 1976, p. 11
  33. Ir para cima Barman 1988, pp. 74–96
  34. Ir para cima Barman 1988, pp. 100–101
  35. Ir para cima Barman 1988, pp. 104–106
  36. Ir para cima Carvalho 1976, p. 12; Pinto de Campos 1878, p. 34
  37. Ir para cima Carvalho 1976, p. 13
  38. Ir para cima Carvalho 1976, p. 17
  39. Ir para cima Carvalho 1976, p. 18; Pinto de Campos 1878, p. 35
  40. ↑ Ir para:a b Souza 2008, p. 137
  41. ↑ Ir para:a b Souza 2008, p. 131
  42. ↑ Ir para:a b Carvalho 1976, p. 19
  43. Ir para cima Souza 2008, p. 132
  44. Ir para cima Souza 2008, p. 133
  45. Ir para cima Carvalho 1976, p. 20
  46. Ir para cima Barman 1988, p. 107
  47. Ir para cima Barman 1988, p. 139
  48. Ir para cima Carvalho 1976, p. 23
  49. ↑ Ir para:a b Pinto de Campos 1878, p. 37
  50. Ir para cima Barman 1988, p. 151
  51. Ir para cima Bento 2003, p. 69; Carvalho 1976, p. 26
  52. Ir para cima Carvalho 1976, p. 45; Souza 2008, p. 179
  53. Ir para cima Barman 1988, pp. 158–159
  54. Ir para cima Carvalho 1976, p. 42
  55. Ir para cima Doratioto 2003, p. 62
  56. Ir para cima Carvalho 1976, p. 43
  57. ↑ Ir para:a b Carvalho 1976, p. 46
  58. Ir para cima Bento 2003, pp. 28–29
  59. Ir para cima Barman 1988, p. 162
  60. Ir para cima Barman 1988, p. 160; Lira 1977a, p. 21
  61. Ir para cima Haring 1969, p. 46
  62. Ir para cima Souza 2008, pp. 206–208
  63. Ir para cima Souza 2008, p. 198
  64. Ir para cima Souza 2008, pp. 213–215
  65. Ir para cima Souza 2008, p. 223
  66. Ir para cima Souza 2008, pp. 240–244
  67. Ir para cima Bento 2003, pp. 63–65; Carvalho 1976, pp. 52–54
  68. ↑ Ir para:a b Souza 2008, p. 565
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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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  • Pinto de Campos, Joaquim. Vida do grande cidadão brasileiro Luís Alves de Lima e Silva, Barão, Conde, Marquês, Duque de Caxias, desde o seu nascimento em 1803 até 1878. Lisboa: Imprensa Nacional, 1878.
  • Souza, Adriana Barreto de. Duque de Caxias: o homem por trás do monumento. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. ISBN 978-85-200-0864-5
  • Viana, HélioVultos do Império. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1968.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Precedido por
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