Um jardim vertical aquático, para dar abrigo a pássaros, peixes e corais. Bem perto do centro das metrópoles
22 DE AGOSTO DE 2012 ÀS 15:58
Legenda da imagem da capa:
A Árvore do Mar, num desenho do projetista: a parte emersa poderá ser uma torre de 31 metros de altura (equivalente a um prédio de dez andares) e a submersa chegará a 23 metros de profundidade
Projeto: Architect Koen Olthuis of Waterstudio.NL
Preocupado com a crescente densidade urbana e a consequente perda de espaço vital para os animais, o arquiteto holandês Koen Olthuis, do Waterstudio.NL, criou a Sea Tree (Árvore do Mar), uma estrutura para resgatar espaço vital natural nas cidades superpovoadas. A Sea Tree é uma torre flutuante em concreto, feita de várias plataformas superpostas, para ser instalada em baias marítimas, rios ou lagos situados diante ou nas imediações de cidades grandes. Ela oferecerá uma possibilidade muito maior de sobrevivência para a fauna e a flora locais, sobretudo nas regiões onde os espaços livres disponíveis são escassos.
Pré-fabricadas, essas estruturas são desenhadas e construídas para abrigar vida animal e vegetal tanto acima quanto abaixo da linha d’água. Um sistema de cabos permite que a árvore flutue e oscile um pouco ante a força do vento, das ondas e das marés. Toda essa tecnologia de construção se inspira na utilizada para as plataforma petrolíferas offshore.
“A ideia é que grandes empresas patrocinadoras, como as companhias petrolíferas, doem árvores do mar a suas cidades, mostrando sua preocupação para com o meio ambiente”, diz Koen Olthuis. Apesar de jovem, ele é hoje um nome afirmado mundialmente no setor da arquitetura de construções flutuantes.
Cada árvore do mar pode ser vista como parte de uma rede mais extensa, na qual várias dessas árvores são colocadas em lugares escolhidos próximos a grandes cidades, incrementando dessa forma a qualidade ambiental dessas áreas. “As vantagens do projeto estão ao mesmo tempo na beleza do seu design e no fato de que seu custo é muito pequeno em termos de terra utilizada; sem falar que ele irá afetar positivamente inúmeras espécies que habitam a área”, explica Olthuis.
Cada torre pode ter dimensões e inclinação variáveis segundo as características do fundo marinho, fluvial ou lacustre. Também serão variáveis os vãos abertos em seu interior, planejados para permitir uma boa iluminação e ventilação, bem como para a circulação dos animais.
A parte submersa da torre ecológica poderá abrigar peixes, algas, crustáceos e (onde o clima for favorável) inclusive corais. A estrutura foi pensada para ser transportada e ancorada (com um sistema de cabos) nos portos e marinas das cidades costeiras e também ao longo de lagos e rios
Do projeto fazem parte tecnologias para a captação da água pluvial, com capacidade para suprir as necessidades da população animal e vegetal. Inacessível ao homem, a torre rapidamente se tornaria um refúgio para pássaros, abelhas, borboletas e morcegos na sua parte superior. As plataformas situadas abaixo d’água se tornariam habitat adequado para hospedar peixes, algas, crustáceos e, nos lugares de clima adequado, inclusive para a formação de corais. Essas estruturas flutuantes subiriam e baixariam sob o efeito do vento, das ondas e das marés. Mas, como elas estarão ancoradas no fundo com um sistema de cabos, o ecossistema que suportam não seria danificado.
No momento, os idealizadores do projeto o apresentam para empresas petrolíferas. O custo total de cada torre está estimado em cerca de 4,5 milhão de dólares, envolvendo projeto, material, construção, transporte e instalação. A primeira Sea Tree poderá surgir já em 2014, provavelmente em Nova York.
http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/76018/A-%C3%81rvore-do-Mar---A-nova-arca-de-No%C3%A9.htm