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جمهورية مصر العربية (Jumhūriyyat Miṣr al-ʿArabiyyah) (árabe) (Gomhoreyyet Maṣr el-ʿArabeyya) (árabe egípcio) República Árabe do Egito | |
Hino nacional: Bilady, Bilady, Bilady | |
Gentílico: egípcio (a), egipciano (a), egipcíaco (a).1 | |
Localização do Egito (em vermelho) Território disputado com o Sudão (em vermelho-claro). | |
Capital | Cairo 26°2'N 29°13°E |
Cidade mais populosa | Cairo |
Língua oficial | árabe |
Governo | República semipresidencialista |
- Presidente | Abdul Fatah Khalil Al-Sisi |
- Primeiro-ministro interino | Ibrahim Mahlab |
Formação | |
- Primeira dinastia | c. 3150 a.C. |
- Independência doReino Unido | 28 de Fevereiro de 1922 |
- Declaração da República | 18 de Junho de 1953 |
Área | |
- Total | 1 002 450 km² (30.º) |
- Água (%) | 0,632 |
Fronteira | Líbia, Sudão, Israel ePalestina (Faixa de Gaza) |
População | |
- Estimativa de 2014 | 86 000 0002 hab. (15.º) |
- Censo 2001 | hab. |
- Densidade | 74 hab./km² (120.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2014 |
- Total | US$ 945,388 bilhões*3 |
- Per capita | US$ 11 0733 |
PIB (nominal) | Estimativa de 2014 |
- Total | US$ 284,860 bilhões*3 |
- Per capita | US$ 3 3363 |
IDH (2013) | 0,682 (110.º) – médio4 |
Gini (2013) | 30,85 |
Moeda | Libra egípcia (EGP ) |
Fuso horário | EET (UTC+2) |
- Verão (DST) | EEST (UTC+3) |
Org. internacionais | ONU |
Cód. ISO | EGY |
Cód. Internet | .eg |
Cód. telef. | +20 |
O Egito (AO 1945: Egipto)nota 1 1 6 7(em egípcio antigo: Kemet; em coptaⲬⲏⲙⲓ, translit.: Kīmi; em em árabe:مصر, translit.: Miṣr, pronunciado: [mi̠sˤr],pronunciado em árabe egípcio: [mesˤɾ]; em árabe egípcio: مَصر, translit.: Maṣr,pronunciado: [mɑsˤɾ]), oficialmenteRepública Árabe do Egito (em árabe: جمهورية مصر العربية, transl.Jumhūriyyat Miṣr al-ʿArabiyyah,8 em árabe egípcio: Gomhoreyyet Maṣr el-ʿArabeyya) é um país do nordeste daÁfrica, numa região predominantemente desértica, que inclui também a península do Sinai, naÁsia, o que o torna um Estado transcontinental. Com uma área de cerca de 1 001 450 km², o Egito limita-se a oeste com a Líbia, a sul com oSudão e a leste com a Faixa de Gazae Israel. O litoral norte é banhado pelomar Mediterrâneo e o litoral oriental pelo mar Vermelho. A península do Sinai é banhada pelos golfos de Sueze de Acaba. A sua capital é a cidade do Cairo, a maior e mais populosa cidade do país e do continente africano. Os gentílicos para o país são "egípcio", "egipciano", "egipcíaco",1"egiptano", "egiptanense", "egipcião", "egíptico" e "egiptino", embora as últimas sete formas raramente sejam usadas.
Com mais de 85 milhões de habitantes, o Egito é um dos países mais populosos da África e do Oriente Médio, sendo o 15.º mais populoso do mundo. A população está concentrada, sobretudo, às margens do rio Nilo, praticamente a única área não desértica do país, com cerca de 40 000 kmª; O da Líbia, a oeste, oArábico ou Oriental, a leste, ambos parte do Saara, e o do Sinai, são pouco povoados. Cerca de metade da população egípcia vive nos centros urbanos, em especial no Cairo, emAlexandria e nas outras grandes cidades do delta do Nilo, de maiordensidade demográfica.
O país possui uma das histórias mais longas entre todos os Estados modernos, tendo sido continuamente habitado desde o 10.º milênio a.C.,9Sua antiga civilização foi responsável pela construção de alguns dos monumentos mais famosos da humanidade, como as pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge, tendo sido também uma das mais poderosas de seu tempo e uma das primeiras seis civilizações a surgir de forma independente no mundo. Suas ruínas antigas, como as de Mênfis, Tebas, bem como o templo de Karnak e oVale dos Reis, abigados na cidade deLuxor, são um foco importante de estudo arqueológico e interesse popular de todo o mundo.
O rico legado cultural do Egito, bem como suas atrações, como o mar Vermelho e os sítios arqueológicos, fizeram do turismo a parte vital da economia, empregando cerca de 12% da força de trabalho no país. A economia egípcia é uma das mais diversificadas na África, com setores como o turismo, a agricultura,indústria e serviços em níveis de produção quase iguais. O Egito é considerado uma potência média, com influência cultural, política e militar significativa no Norte da África, no Oriente Médio e no mundo muçulmano.
Índice
[esconder]Etimologia
Ver também: Antigo Egito#Etimologia
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Um dos antigos nomes egípcios para o país, Kemet(kṃt), ou "terra negra" (de kem, "negro"), advém do solo fértil negro depositado pelas cheias do Nilo, distinto da "terra vermelha" (dechret, dšṛt) do deserto. O nome passou às formas kīmi e kīmə na fase copta da língua egípcia e aparece no grego primitivo como Χημία(Khēmía). Outro nome era t3-mry ("terra da ribeira"). Os nomes do Alto e do Baixo Egito eram Ta-Sheme'aw (t3-šmˁw), "terra da junça", e Ta-Mehew (t3 mḥw) "terra do norte", respectivamente.
Miṣr, o nome árabe moderno e oficial para o país, é de origem semita, diretamente relacionado com outros termos semíticos para o Egito, como o hebraico מִצְרַיִם (Mizraim), literalmente "os dois estreitos" (referência ao Alto e Baixo Egitos).10 A palavra possuía originalmente a conotação de "metrópole" ou "civilização" e também significa "país" ou "terra de fronteira".
O termo português "Egito" deriva do grego antigo Αίγυπτος (Aígyptos), por meio do latimAegyptus, e já era registado no vernáculo no século XIII.11 A forma grega, por sua vez, advém do egípcio Ha-K-Phtah, "morada de Ptá", denominação de Mênfis, capital do Antigo Império.12
História
Ver artigos principais: História do Antigo Egito e História do Egito
Pré-história
Ver artigo principal: Período pré-dinástico do Egito
Os vestígios de ocupação humana no vale do Nilodesde o paleolítico assumem a forma de artefatos epetróglifos em formações rochosas ao longo do rio e nos oásis. No décimo milénio a.C., uma cultura decaçadores-recoletores e de pescadores substituiu outra, de moagem de grãos. Em torno de 8 000 a.C.,mudanças climáticas ou o abuso de pastagens começou a ressequir as terras pastoris do Egito, de modo a formar o Saara. Povos tribais migraram para o Vale do Nilo, onde desenvolveram uma economiaagrícola sedentária e uma sociedade mais centralizada.13
Por volta de 6 000 a.C., a agricultura organizada e a construção de grandes edifícios havia surgido no Vale do Nilo. Durante o neolítico, diversas culturas pré-dinásticas desenvolveram-se de maneira independente no Alto e no Baixo Egito. A cultura Badariana e a sua sucessora, a Naqada, são consideradas as precursoras da civilização egípcia dinástica. O sítio mais antigo conhecido no Baixo Egito, Merimda, antecede os badarienses em cerca de setecentos anos. As comunidades do Baixo e do Alto Egito coexistiram por mais de dois mil anos, mantendo-se como culturas separadas, mas com contatos comerciais frequentes. Os primeiros exemplos de inscrições hieroglíficas egípcias apareceram no período pré-dinástico, em artefatos de cerâmica de Naqada III datados de cerca de 3 200 a.C.14
Antiguidade
Ver artigo principal: Egito antigo
Cerca de 3 150 a.C., o rei Menés (ouNarmer) fundou um reino unificado e estabeleceu a primeira de uma sequência de dinastias que governaria o Egito pelos três milênios seguintes. Posteriormente, os egípcios passaram a referir-se a seu país unificado com o termo tawy, "duas terras" e, em seguida,kemet (kīmi, em copta), "terra negra". A cultura egípcia floresceu durante este longo período e manteve traços distintos na religião, arte, língua e costumes. Às duas primeiras dinastias do Egito unificado seguiram-se o período do Antigo Império (c. 2 700-2 200 a.C.), famoso pelas pirâmides, em especial apirâmide de Djoser (III Dinastia) e as pirâmides de Gizé (IV Dinastia).
O Primeiro Período Intermédio foi uma época de distúrbios que durou cerca de 150 anos. Mas as cheias mais vigorosas do Nilo e a estabilização do governo trouxeram prosperidade ao país no Médio Império (c. 2 040 a.C.), que atingiu o zénite durante o reinado do faraóAmenemés III. Um segundo período de desunião prenunciou a chegada da primeira dinastia estrangeira a governar o Egito, a dos hicsos. Estes invasores tomaram grande parte do Baixo Egito por volta de 1 650 a.C. e fundaram uma nova capital, em Aváris. Foram expulsos por uma força do Alto Egito chefiada por Amósis, quem fundou a XVIII Dinastia e transferiu a capital de Mênfis para Tebas.
O Novo Império (c. 1 550-1 070 a.C.) teve início com a XVIII Dinastia e marcou a ascensão do Egito como potência internacional que, no seu auge, se expandiu para o sul até Jebel Barkal, na Núbia, e incluía partes do Levante, no leste. Alguns dos faraós mais conhecidos pertencem a este período, como Ramsés I, Ramsés II, Aquenáton e sua mulher Nefertiti,Tutankhamon e Ramsés III. A primeira expressão do monoteísmo é desta época, com oatonismo. O país foi posteriormente invadido por líbios, núbios e assírios, mas terminou por expulsá-los a todos. A XXX Dinastia foi a última de origem nativa a governar o país durante a era dos faraós. O último faraó nativo, Nectanebo II, foi derrotado pelos persas aqueménidasem 343 a.C..
Domínio ptolomaico e romano
Ver artigos principais: Egito ptolomaico e Egito romano
O Reino Ptolomaico foi um poderoso estado helenístico, que se estendia do sul da Síria, a leste, a Cirene, a oeste, e ao sul da fronteira com a Núbia. A cidade de Alexandria tornou-se a capital e o centro cultural e comercial do reino grego. Para obter o reconhecimento da população egípcia nativa, os governantes ptolomaicos chamavam a si mesmos de sucessores dos faraós. Os ptolomaicos assumiram as tradições egípcias, retratavam-se em monumentos públicos e vestiam-se ao estilo egípcio, além de participarem da vida religiosa local.15 16
O último governante da dinastia ptolomaica foi Cleópatra VII, que cometeu suicídio após o enterro de seu amante romanoMarco Antônio, que tinha morrido em seus braços (de uma facada auto-infligida), depois de Otaviano ter capturado Alexandria e suas forças de mercenários fugirem.
Os ptolomaicos enfrentaram rebeliões dos egípcios nativos, muitas vezes causadas por um regime indesejado, e se envolveram em guerras externas e civis que levaram à queda do reino e sua anexação pelo Império Romano. No entanto, a cultura helenística continuou a prosperar no Egito logo após a conquista muçulmana.
O cristianismo foi trazido ao Egito por São Marcos no primeiro século da era cristã. O reinado de Diocleciano marcou a transição entre os Impérios Romano e Bizantino no país, quando um grande número de cristãos foi perseguido. Naquela altura, o Novo Testamento foi traduzido para a língua egípcia. Após o Concílio de Calcedónia, em 451, uma Igreja Copta Egípcia foi firmemente estabelecida.17
Domínio árabe e otomano
Os bizantinos recuperaram o controlo do país após uma breve invasão persa no início do século VII, mantendo-o até 639, quando o Egito foi tomado pelosárabes muçulmanos sunitas. Os egípcios começaram então a misturar a sua nova fé com crenças e práticas locais que sobreviveram através do cristianismo copta, o que deu origem a diversas ordens sufistas que existem até hoje.18 Os governantes muçulmanos eram nomeados peloCalifado islâmico e mantiveram o controle do país pelos seis séculos seguintes, inclusive durante o período em que o Egito foi a sede do Califado Fatímida. Com o fim da dinastia aiúbida, a casta militar turco-circassiana dos mamelucostomou o poder em 1250 e continuou a governar até mesmo após a conquista do Egito pelosturcos otomanos em 1517.
A breve invasão francesa do Egito em 1798, chefiada por Napoleão Bonaparte, resultou num grande impacto no país e em sua cultura. Os egípcios foram expostos aos princípios daRevolução Francesa e tiveram a oportunidade de exercitar o auto-governo.19 À retirada francesa seguiu-se uma série de guerras civis entre os turcos otomanos, os mamelucos emercenários albaneses, até que Mehmet Ali, de origem albanesa, tomou o controle do país e foi nomeado vice-rei do Egito pelos otomanos em 1805. Ali promoveu uma campanha de obras públicas modernizadoras, como projetos de irrigação e reformas agrícolas, bem como uma maior industrialização do país, tarefa continuada e ampliada por seu neto e sucessor,Ismail Paxá.
A Assembléia dos Delegados foi fundada em 1866 com funções consultivas e veio a influenciar de maneira importante as decisões do governo.20
Domínio britânico
Embora vivenciasse um período de modernização, a má administração financeira do quedivaIsmail Paxá e os enormes empréstimos contraídos com credores europeus - especialmente para a construção do Canal de Suez - deixaram o Egito à beira da falência e foi o pretexto ideal para as constantes ingerências dos governos do Reino Unido e da França no quedivato.21 Em 1879, pressionado interna e externamente, Ismael renunciou e seu filho,Tewfik Paxá, assumiu o poder local. Em 1880, foi declarada a moratória nacional e, no ano seguinte, credores europeus assumiram a tutela do fisco e das finanças egípcias.22 A situação humilhante ampliou o descontentamento e a oposição ao regime Tawfik, e o desejo de se livrar da dominação estrangeira culminou na Revolucão Urabista, liderada pelo coronel nacionalista Ahmed Urabi.21 A revolta foi esmagada em 1882 pelas forças britânicas, que intervieram a pedido do próprio quediva colaboracionista. Embora o Império Britânico tivesse prometido uma evacuação rápida das suas tropas, elas ainda permaneceriam por 72 anos no Egito. Mesmo que formalmente continuasse sob domínio do Império Otomano, quem mandava no quedivato eram os Altos Comissários Gerais britânicos, que por igual acumulavam a função protocolar de cônsules gerais do Império Britânico no Egito.23 A ocupação colonial britânica semeou o incipiente sentimento nacionalista egípcio, que viu noIncidente de Dinshaway, em maio de 1906, seu episódio mais emblemático.21
Embora surgissem os primeiros partidos políticoslocais, a colonização se consolidaria oficialmente em1914, quando os britânicos derrubaram o quedivaAbbas II e declararam o Egito um protetoradomilitar.21 22 Hussein Kamil, tio de Abbas II, foi então nomeado sultão do Egito.24 Após a Primeira Guerra Mundial, Saad Zaghlul e o Partido Wafd lideraram o movimento nacionalista egípcio. Quando o Reino Unido ordenou o exílio de Zaghlul e seus correligionários para Malta em 1919, houve uma grande revolta popular, e as constantes rebeliões por todo o sultanato levaram Londres a conceder independência nominal ao Egito.25 Um sistema parlamentarista monárquico foi estabelecido e reconhecido pelos britânicos, na pessoa de Fuad I e promulgada uma nova constituição, embora o Reino Unido mantivesse a ocupação militar e controlasse as relações exteriores e as comunicações do país. De volta ao Egito, Saad Zaghlul foi eleito para o cargo de primeiro-ministro pelo voto popular, em 1924, mas renunciou no final desse ano. Novas eleições confirmaram outra vitória ao Wafd, mas o rei Fuad determinou o encerramento do parlamento e, em 1930, outorgou uma nova constituição ao Egito, que reforçava o poder da monarquia.26 . Em 1936, foi assinado o tratado anglo-egípcio, pelo qual o Reino Unido se comprometia a defender o Egito e recebia o direito de manter tropas no canal de Suez. A continuidade da ingerência britânica no país e o aumento do envolvimento do rei do Egito na política desencadeou a Revolução de 1952, quando o Movimento dos Oficiais Livresderrubou militarmente o reinado de Rei Faruk, que abdicou em favor do seu filho Fuad.
República Árabe
Era Nagib
Ver artigo principal: Revolução Egípcia de 1952
Após a deposição de Faruk I, a monarquia egípcia continuou existindo formalmente, comFuad II no trono, embora a Junta Militar tenha esvaziado de todos os poderes.27 O monarca ficou no trono por 18 meses até a república ser proclamada em 18 de junho de 1953, com o general Muhammad Nagib - número 1 do Conselho do Comando Revolucionário - tornando-se o primeiro presidente do Egito moderno. Os oficiais tentaram iniciar os trabalhos em conjunto com os políticos do país, mas surgiram os primeiros conflitos entre os militares no poder. Nagib era contrário ao afastamento dos civis e à ascensão dos militares nos negócios do governo e alertava para o perigo de uma nova ditadura, uma vez que muitos dos responsáveis pela corrupção do governo anterior continuavam em seus postos.27 Então com 51 anos, o general era mais velho que Nasser e gozava de boa reputação entre os oficiais mais novos, principalmente por ter sido um crítico feroz no período pré-revolucionário, conseguiu afastar o rival do centro de decisões.27 Em fevereiro de 1954, as tensões entre as correntes de Nagib e Nasser eclodiram um enfrentamento. Apoiado por oficiais revolucionários mais radicais, Gamal Nasser assumiu o controle do Estado. O presidente deposto tentou resistir, mas fracassou e foi condenado à prisão domiciliar perpétua.27 28Comandado por Nasser, o Conselho de Comando da Revolução liderou o Egito entre novembro de 1954 e junho de 1956.
Era Nasser
Em 23 de junho de 1956, Gamal Abdel Nasserassumiu oficialmente o poder como presidente do Egito, após um referendo sobre uma nova constituição e sobre a sua eleição presidencial. Com sua personalidade carismática que, junto às suas reformas sociais e econômicas bem-sucedidas, lhe proporcionaram grande apoio popular. Seu governo aboliu os partidos políticos, procedeu à reforma das estruturas agrárias, combateu o fundamentalismo islâmico e pôs em prática um processo deindustrialização, do qual a construção a granderepresa de Assuã era um dos projetos mais significativos.28 Para isso, nacionalizou o Canal de Suez, o que provocou uma grave crise internacional.27
Apesar de se aproximar da União Soviética, Nasser incentivou uma política de solidariedade com outras nações africanas e asiáticas do Terceiro Mundo, afirmando-se como um dos principais líderes de movimentos não-alinhados, pan-arabista e anti-imperialista.28Objetivando um socialismo adaptado à especificidade árabe e um primeiro passo em direção à unificação do mundo árabe, apostou em uma associação com a Síria, entre 1958 e 1961, que deu origem à República Árabe Unida. Em 1967, liderou o Egito na Guerra dos Seis Diascontra Israel, no qual os israelitas tomaram dos egípcios a Península do Sinai e a Faixa de Gaza. Em setembro de 1970, o general faleceu e foi sucedido por Anwar el Sadat.27
Era Sadat
Ver artigos principais: Guerra do Yom Kipur eAcordos de Camp David
Sucedeu-o Anwar Al Sadat, que distanciou seu país da União Soviética e o aproximou dos Estados Unidos. Promoveu uma reforma econômica chamada"Infitá" e suprimiu de maneira violenta tanto a oposição política quanto a religiosa. Em 1973, aproveitando de um feriado religioso judaico, forças do Egito e da Síria atacaram de surpresa Israel, na chamada Guerra de Outubro (ou do Yom Kippur). Embora os israelenses tenham conservado em seu poder os territórios ocupados desde 1967, tanto o Egito quanto Israel consideravam-se vencedores do conflito de 19 dias.29 Em negociações secretas, Sadat buscava selar a paz com o governo israelense.29 Pressionado, o então premiê israelense Menachem Begin convidou o dirigente egípcio para uma visita surpresa a Jerusalém em novembro de 1977, um gesto que abriu definitivamente o caminho para os acordos de paz de Camp David, mediado pelo então presidente dos Estados UnidosJimmy Carter.30 O tratado gerou a saída israelita da península do Sinai, em troca do Egito reconhecer o Estado de Israel. A iniciativa provocou enorme controvérsia no mundo árabe e provocou a expulsão do Egito da Liga Árabe.29 Sadat sequer chegou a ver completada a retirada das tropas israelenses do Sinai, pois foi assassinado em outubro de 1981 por fundamentalistas muçulmanos que o acusavam de "trair o mundo árabe com o acordo de paz". Israel devolveu o Sinai aos egípcios em 1982 e os dois estados estabeleceram relações diplomáticas.30
Era Mubarak
Ver artigos principais: Revolução Egípcia de 2011 e Primavera Árabe
Com o assassinato de Anwar Sadat, assumiu o comando do Egito o vice-presidente Hosni Mubarakem 14 de novembro de 1981. Mubarak havia se destacado na Força Áerea egípcia pelo seu desempenho na guerra de Yom Kippur. Em 1995, ele sobreviveu a uma tentativa de assassinato durante uma visita à Etiópia. Por quase 24 anos, sempre se reelegeu por via de referendo popular como candidato único. Essa situação perdurou até 2005, quando houve a primeira eleição sob seu regime disputada por diversos candidatos. Mesmo assim, o ditador saiu vitorioso.31
Inspirados nas manifestações insurrecionais ocorridas na Tunísia, milhares de egípcios foram as ruas em diversas cidades no país no dia 25 de janeiro de 2011 e iniciaram uma onda de protestos pedindo a saída do ditador do poder. A Praça Tahrir, no Cairo, transformou-se em um dos principais palco dos protestos, com milhares de pessoas desafiando o toque de recolher imposto pelo regime. Em 11 de fevereiro, Mubarak renunciou à presidência e passou o poder ao Exército, encerrando três décadas de governo autocrático.32
Era pós-Mubarak
Ver artigos principais: Eleição presidencial do Egito de 2012, Golpe de Estado no Egito em 2013 e Violência política no Egito (2013–presente)
Em 23 de junho de 2012, Mohamed Morsi, candidato da Irmandade Muçulmana, venceu oprimeiro pleito presidencial pós-Mubarak, derrotando o opositor vinculado ao antigo ditador e se tornando o primeiro presidente civil eleito democraticamente no Egito. Mas seu governo foi marcado por muitas polêmicas com a oposição, que o acusou de impor uma novaConstituição sectária e forçar a "islamização" do Egito.33
Depois de novas manifestações pró e anti-Morsi, no começo de julho, a oposição deu um ultimato de 24 horas a Morsi para que renunciasse, e o movimentoTamarod (rebelião, em árabe) pedia que o Exército tomasse uma posição clara "ao lado da vontade popular". Os militares estipularam 48h para a classe política entrar em acordo e, em 3 de julho, depuseram Mohamed Morsi e suspenderam a Constituição.33 Violentos protestos contra o golpe se seguiram e tomaram conta das principais cidades do país, incluindo a capital Cairo.34
Em 4 de julho de 2013, Adly Mansour, um juiz egípcio de 68 anos de idade foi empossado como presidente interino do país sobre o novo governo após a remoção de Morsi do governo. Em 18 de janeiro de 2014, o governo interino institucionalizou uma nova constituição nacional, após um referendo em que 98,1% dos eleitores foram favoráveis. A participação foi baixa, com uma participação de apenas 38,6% dos eleitores registrados,35embora este índice tenha sido maior do que os 33% que votaram em um referendo durante o mandato de Morsi.36
Uma eleição presidencial ocorreu entre 26 e 28 de maio de 2014, com apenas dois candidatos, o ex-Ministro da Defesa egípcio Abdel Fattah el-Sisi e Hamdeen Sabahi, da Corrente Popular Egípcia.37 As eleições aconteceram quase um ano após os protestos de junho de 2013 que levaram ao el-Sisi a depor o então presidente Mohamed Morsi.37 Os números oficiais mostraram que cerca de 25,5 milhões de pessoas participaram das eleições, ou 47,5% dos eleitores registrados, sendo que el-Sisi venceu com 23,7 milhões de votos (96,91% do total), dez milhões de votos a mais que o ex-presidente Mohamed Morsi (que recebeu 13 milhões a mais que o seu adversário no segundo turno das eleições presidenciais egípcias de 2012).38 39
Geografia
Ver artigo principal: Geografia do Egito
Com uma área de 1 001 450 km²,40 o Egito é o 29º maior do mundo, um pouco maior do que o estado brasileiro do Mato Grosso e duas vezes o território daFrança. Entretanto, devido à aridez do clima do país, os centros urbanos estão concentrados ao longo do estreito vale do rio Nilo e no Delta do Nilo, razão pela qual 99% da população egípcia usam apenas 5,5% da área total.41
As inundações do rio Nilo foram o fundamento da economia do país durante milênios. Tal fenômeno foi alterado pela construção da represa de Assuã, que apesar de controverso, e ter causado deslocamento massivo, trouxe benefícios para a agricultura, pois permitiu o cultivo de novas culturas como algodão e cana-de-açúcar, além de beneficiar as culturas tradicionais como trigo, arroz e milho, além disso a geração da energia hidrelétrica permitiu algum desenvolvimento industrial42 .
O Egito faz fronteira com a Líbia a oeste, o Sudão a sul e Israel e a Faixa de Gaza a nordeste. O país controla o canal de Suez, que liga o Mediterrâneo ao Mar Vermelho e, por conseguinte, ao oceano Índico.
Também pertence ao Egito a península do Sinai, na Ásia, a qual, ligada ao restante do país pelo istmo de Suez, caracteriza-o como um estado transcontinental.
Fora do vale do Nilo, a maior parte do território egípcio é composto por desertos sobretudo rochosos. Nas áreas de areia, os ventos criam dunas que podem ultrapassar 30 m de altura. O país inclui uma parte considerável do Deserto da Líbia, o qual faz parte do Saara, a "terra vermelha", como os chamavam os antigos egípcios, que protegia o reino dos faraós de ameaças a oeste. Os outros desertos são o Oriental ou Arábico, que ocupa a faixa entre a margem direita do Nilo e o Mar Vermelho, e o do Sinai, na península da Arábia.
Além da capital, Cairo, as outras cidades importantes do Egito são Alexandria, Almançora,Assuão, Assiut, El-Mahalla El-Kubra, Gizé, Hurghada, Luxor, Kom Ombo, Safaga, Porto Said,Sharm el Sheikh, Shubra El-Kheima, Suez e Zagazig. Os principais oásis são Bahariya,Dakhla (ou Dakhleh), Farafra, Kharga e Siuá (ou Siwa).
Hidrografia
A grande bacia hidrográfica do país é a do Nilo, cujo curso total, com 6 696 km de extensão, é único a atravessar os desertos do NE africano até atingir o Mediterrâneo. A região do vale do Nilo, situada ao sul de Assuão, é quase desértica. A partir de Assuão, onde se localizam a primeira catarata e a grande represa do mesmo nome, o rio corre num leito estreito (2 a 10 km de largura), atingido sua largura máxima em Kom-Ombo (15Km). Nessa região, o vale é ladeado por uma cadeia de colinas rochosas com altitude média de 300 m. A 5 km ao norte do Cairo, o rio divide-se em dois braços principais, formando um dos deltas mais férteis do mundo.
Clima
A precipitação é baixa no Egito, excepto nos meses de inverno nas regiões mais a norte.43Ao sul do Cairo, a precipitação média é de apenas cerca de 2 a 5 mm ao ano, em intervalos de muitos anos. Numa faixa estreita do litoral norte, chega a 410 mm,44 concentrada principalmente entre Outubro e Março. As montanhas do Sinai e algumas cidades litorâneas ao norte, como Damieta, Baltim, Sidi Barrany e, mais raramente, Alexandria, vêem neve.
As temperaturas médias situam-se entre 27 e 32 °C no verão, chegando a 43 °C no litoral do mar Vermelho, e entre 13 e 21 °C no inverno. Um vento constante de noroeste ajuda a baixar a temperatura no litoral mediterrâneo. Outro vento, o Khamsin, sopra do sul na primavera, trazendo areia e poeira, e pode elevar a temperatura no deserto para mais de38 °C.
Demografia
Ver artigo principal: Demografia do Egito
A população egípcia é estimada em 81 milhões de habitantes (2008), e está quase toda (98%) concentrada no vale e no delta do Rio Nilo (Nahr-an-Nil), que representa 30% do total do território daquele país8 , havendo entretanto um importante núcleo populacional na cidade de Suez, situada junto aoCanal de Suez. É o segundo país mais populoso deÁfrica.
A esperança média de vida ao nascer é de 74,15 anos (estimativa de 2013), distribuída em 72,2 anos para os homens e 76,10 anos para as mulheres.[carece de fontes]
O árabe é a língua oficial; inglês e francês são utilizados por uma elite culta; o copta é utilizado pela minoria cristã em práticas religiosas; há minorias que falam idiomas bérberes,núbio8 ou oromo42 .
Cerca de 42% dos egípcios vivem em cidades. As mais populosas são o Cairo (a cidade mais populosa do continente africano com 6 789 000 habitantes, segundo dados de 1998) e Alexandria (3 328 000 habitantes). Ao longo do século XX verificou-se uma migração das populações rurais para as cidades, o que se traduziu no surgimento nestas de problemas desaneamento básico, poluição e falta de habitações condignas.[carece de fontes]
World Gazeetter, estimativas para 201045 |
Cidades mais populosas no Egito|||||||||||
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Cairo Alexandria | |||||||||||
Posição | Localidade | Província | Pop. | Posição | Localidade | Província | Pop. | ||||
1 | Cairo | Cairo | 8 105 071 | 11 | Assiut | Assiut | 403 202 | ||||
2 | Alexandria | Alexandria | 4 388 219 | 12 | Ismaília | Ismaília | 352 411 | ||||
3 | Gizé | Gizé | 3 348 401 | 13 | Faium | Faium | 338 959 | ||||
4 | Shubra El-Kheima | Qaliubia | 1 072 951 | 14 | Zagazig | Xarqia | 314 331 | ||||
5 | Porto Said | Porto Said | 607 353 | 15 | Damieta | Damieta | 299 296 | ||||
6 | Suez | Suez | 547 352 | 16 | Assuã | Assuã | 281 891 | ||||
7 | Luxor | Luxor | 487 896 | 17 | Minya | Minya | 253 767 | ||||
8 | Almançora | Dakahlia | 480 494 | 18 | Damanhur | Al-Buhaira | 252 017 | ||||
9 | Al-Mahalla Al-Kubra | Garbia | 458 297 | 19 | Beni Suef | Beni Suef | 223 789 | ||||
10 | Tanta | Garbia | 437 793 | 20 | Hurghada | Mar Vermelho | 223 124 |
Religião
A religião maioritária do Egito é o islã sunita, aproximadamente 90% da população46 47 48 . A maior minoria religiosa são os coptas (9% da população). Outras minorias religiosas são os ortodoxos gregos earmênios, tanto católicos quanto protestantes.
Nesta zona viviam os judeus, ainda que em pequeno número, de importância econômica. Eles abandonaram o país em 1956, quando forças armadas de Israel, França e Grã-Bretanha atacaram o Egito.
Em 1992 começou uma campanha de violência armada, concentrado em Cairo e no Alto Egito, cujo principal objetivo era estabelecer um governo baseado em uma lei islâmica escrita. As principais vítimas da violência foram funcionários governamentais e turistas. A Organização de Direitos Humanos determinou que o governo egípcio parasse a discriminação contra as vítimas. As leis relativas à construção das igrejas e a prática aberta da religião têm recentemente diminuído, mas o importante trabalho de construção nas igrejas ainda requerem a permissão do governo.
Etnias
A população egípcia é composta por diversas etnias, a maioria tem suas origens em um povosemítico-camítico; há uma minoria de beduínos, que mantém uma organização e práticastribais e nômades na área desértica do país; o terceiro maior grupo étnico são os núbios, um povo africano estabelecido há milhares de anos no Alto Nilo. Há uma considerável herança étnica dos povos que passaram pelo território: romanos, gregos, turcos, circassianos,ingleses e franceses.
Os núbios são um grupo minoritário do país, oriundo de uma região corresponde ao sul do Egito e ao norte do Sudão. Quando as suas terras foram submergidas pelo Lago Nasser, tiveram que mudar-se para Kom Ombo.[carece de fontes] No século XIX fixaram-se no Egito comunidades estrangeiras compostas por gregos, italianos, britânicos e franceses; desde que se deu a independência do país, estas populações têm diminuído. A outrora ativa e influente comunidade judaica egípcia praticamente desapareceu; alguns judeus visitam o país em ocasiões religiosas.
Governo e política
Ver artigo principal: Política do Egito
Ver também: Revolução Egípcia de 2011
O Egito tem a mais antiga tradição parlamentar contínua no mundo árabe. 49 Sua primeira assembleia popular foi criada em 1866. Foi licenciado pela ocupação britânica de 1882 - a potência ocupante permitiu apenas a existência de órgão consultivo. O nacionalismo egípcio antecedeu o seuhomólogo árabe em muitas décadas, tendo raízes no século XIX, tornando-se o modo dominante de expressão de ativistas e intelectuais anti-coloniais egípcios até o início do século XX.50 Em 1923, no entanto, após a libertação colonialdo país, uma nova constituição previa uma monarquia parlamentar.49
O Egito é uma república desde 18 de junho de 1953. Atualmente, seu parlamento é bicameral, formado pela Assembleia do Povo (câmara baixa, com representantes eleitos para um mandato de 5 anos) e Conselho Shura (câmara alta, com representantes eleitos para um mandato de 6 anos).51– e as eleições acontecem em três etapas, divididas pelos "governorates" (Estados). Em cada etapa, nove Estados são convocados às urnas. O resultado de cada consulta é divulgado exatamente uma semana depois de cada sufrágio.51 A Assembleia é composta por 454 membros, dos quais 444 eleitos a cada cinco anos (desde 1986, 400 deputados por listas de partidos e 44 como candidatos diretos sem partido) e dez são nomeados pelo chefe de Estado. O Conselho é o órgão legislativo formado por 210 membros, dos quais dois terços são eleitos e o terço restante nomeado pelo chefe de Estado.
Após a revolução Egípcia de 2011, durante o período da "Primavera Árabe", o governo de décadas do ditador Hosni Mubarak chegou ao fim e Mohamed Morsi tornou-se o primeiro chefe de Estado eleito democraticamente no país. No entanto, em 3 de julho 2013, milhões de manifestantes saíram às ruas contra Morsi e formaram um dos maiores protestos da história do mundo.52 O general Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, deu um golpe de Estado, suspendeu e Constituição e assumiu, frente aos militares, o comando do país. Uma "comissão", de 50 membros, foi formada para modificar a Constituição egípcia, que foi publicada mais tarde para votação pública e foi adotada oficialmente em 18 de janeiro de 2014.53 Em 2013, a Freedom House classificou os direitos políticos no Egito um país "parcialmente livre".54
Relações exteriores
Ver página: Missões diplomáticas do Egito
O Egito exerce uma grande influência política naÁfrica e no Médio Oriente[carece de fontes] e as suas instituições intelectuais e islâmicas estão no centro do desenvolvimento social e cultural da região. A sede da Liga Árabe encontra-se no Cairo; tradicionalmente, o secretário-geral da organização é egípcio.
O Egito foi o primeiro país árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel depois da assinatura dos acordos de Camp David, em 1978. O ex-vice-primeiro-ministro Boutros Boutros-Ghali foi secretário-geral das Nações Unidas entre 1991 e 1996.
Forças armadas
Ver artigo principal: Forças Armadas do Egito
As Forças Armadas do Egito têm tropas combinadas de cerca de 468.500 soldados na ativo, além 1.000.000 de reservistas.55 De acordo com o ex-presidente do Comitê de Relações Exteriores e Defesa do Knesset, Yuval Steinitz, a Força Aérea do Egito tem aproximadamente o mesmo número de aviões de guerra modernos que a Força Aérea de Israel e muito mais tanques, artilharia, baterias antiaéreas e navios de guerra do que as Forças de Defesa de Israel.56 Israel especula que o Egito é o segundo país da região com um satélite espião, o EgyptSat 1,57 além do EgyptSat 2, que foi lançado em 16 de abril de 2014.58 Os militares exercem muita influência na vida política nacional, assim como na economia e estão acima das leis que se aplicam aos outros setores da sociedade. Eles também gozam de considerável poder, prestígio e independência dentro do Estado e têm sido amplamente considerados parte do "Estado profundo" egípcio.59
Os militares egípcios tem dezenas de fábricas de armas, bem como bens de consumo. O inventário das forças armadas do país inclui equipamentos de diferentes países ao redor do mundo. Equipamento da antiga União Soviética está sendo progressivamente substituídos por armas e equipamentos modernos de fabricação estadunidense, francesa e britânica, uma parcela significativa dos quais é construído sob licença no Egito, como o tanque M1 Abrams. A Marinha do Egito é a maior marinha da África, do Oriente Médio e do mundo árabe, além de ser a sétima maior do mundo por número de navios.60 Os Estados Unidos fornecem ao Egito uma ajuda militar anual, que em 2009 foi de 1,4 bilhão de dólares.61
Direitos humanos
A Organização Egípcia para os Direitos Humanos é um dos órgãos mais antigos para a defesa dosdireitos humanos no Egito.63 Em 2003, o governo criou o Conselho Nacional de Direitos Humanos.64 No entanto, o conselho recebeu graves críticas de ativistas locais, que afirmam que ele era apenas uma ferramenta de propaganda do governo para desculpar as suas próprias violações65 e para dar legitimidade às leis repressivas, como a Lei deEmergência.66
O Pew Research Center classifica o Egito como o quinto pior país do mundo em liberdade religiosa.67 68A Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional, uma agência independente bipartidária do governo dos Estados Unidos, colocou o Egito em sua lista de observação para países que exigem um acompanhamento rigoroso, devido à natureza e extensão das violações das liberdades religiosas, com participação ou toleradas pelo governo.69 De acordo com uma pesquisa do Pew Center, em 2010 84% dos egípcios entrevistados apoiavam a pena de morte para aqueles que deixassem de seguir o islamismo; 77% apoiavam penalidades como aplicar chicotadas e cortar as mãos daqueles que furtarem e roubarem; e 82% apoiavam o apedrejamento de uma pessoa que comete adultério.70
Os cristãos coptas enfrentam discriminação em vários níveis do governo, variando da representação desproporcional nos ministérios governamentais até leis que limitam a sua capacidade de construir ou reformar suas igrejas.71 A intolerância religiosa contra os bahá'íse seitas muçulmanas não-ortodoxas, como sufis, xiitas e ahmadis, também continua a ser um problema.72
Durante os confrontos entre a polícia e partidários do ex-presidente Mohamed Morsi, pelo menos 595 manifestantes civis foram mortos no Cairo em 14 de agosto de 2013,73 o piorassassinato em massa da história moderna egípcia.62
O Egito é um dos países que praticam ativamente a pena de morte. As autoridades egípcias não fornecem dados sobre as condenações à morte e execuções, apesar de repetidos pedidos ao longo dos anos por organizações de direitos humanos.74 Os escritórios dasNações Unidas para os direitos humanos75 e várias ONGs74 72 expressaram um "alarme profundo" após um tribunal penal egípcio condenar 529 pessoas à morte em uma única audiência de 25 de março de 2014. Os condenados eram apoiadores do ex-presidente Mohamed Morsi . A sentença foi condenada como uma violação de direito internacional. Em maio de 2014, cerca de 16 mil pessoas (número que pode chegar a 40 mil de acordo com estimativas independentes),76 em sua maioria membros ou apoiadores da Irmandade Muçulmana, foram presos após o golpe,77 sendo a organização rotulada como terrorista pelo governo egípcio interino.78
Subdivisões
Ver artigo principal: Subdivisões do Egito
O Egito divide-se administrativamente em 27 províncias (mohafazat, em árabe); administradas por governadores nomeados pelo presidente:
No. | Nome | Área (km²) | População (2006) | Capital |
---|---|---|---|---|
1 | Dakahlia | 3 471 | 4 985 187 | Almançora79 |
2 | Mar Vermelho80 | 203 685 | 288 233 | Hurghada |
3 | Al-Buhaira81 | 10 130 | 4 737 129 | Damanhur |
4 | Faium82 | 1 827 | 2 512 792 | Faium |
5 | Garbia83 | 1 942 | 4 010 298 | Tanta |
6 | Alexandria | 2 679 | 4 110 015 | Alexandria |
7 | Ismaília84 | 1 442 | 942 832 | Ismaília |
8 | Guizé85 | 85 153 | 6 272 571 | Guizé |
9 | Monufia | 1 532 | 3 270 404 | Xibin El Kom |
10 | Minya | 32 279 | 4 179 309 | Minya |
11 | Cairo | 214 | 7 786 640 | Cairo |
12 | Qaliubia | 1 001 | 4 237 003 | Banha |
13 | Luxor | 55 | 451 318 | Luxor |
14 | Vale Novo86 | 376 505 | 187 256 | Kharga |
15 | Xarqia87 | 4 180 | 5 340 058 | Zagazig |
16 | Suez | 17 840 | 510 935 | Suez |
17 | Assuão88 | 679 | 1 184 432 | Assuão |
18 | Assiut89 | 25 926 | 3 441 597 | Assiut |
19 | Beni Suef | 1 322 | 2 290 527 | Beni Suef |
20 | Porto Said90 | 72 | 570 768 | Porto Said |
21 | Damieta | 589 | 1 092 316 | Damieta |
22 | Sinai do Sul | 33 140 | 149 335 | El-Tor |
23 | Kafr el-Sheikh | 3 437 | 2 618 111 | Kafr el-Sheikh |
24 | Matruh | 212 112 | 322 341 | Marsa Matruh |
25 | Qina | 1 851 | 3 001 494 | Qina |
26 | Sinai do Norte | 27 574 | 339 752 | Alarixe91 |
27 | Sohag | 1 547 | 3 746 377 | Sohag |
Economia
Ver artigo principal: Economia do Egito
A economia do Egito baseia-se principalmente naagricultura, media, exportações de petróleo[carece de fontes] e turismo. Mais de três milhões de egípcios trabalham no exterior, em especial na Arábia Saudita, no golfo Pérsico e na Europa. A construção dabarragem de Assuão e do lago Nasser, em 1971, alterou a influência histórica do rio Nilo sobre a agricultura e a ecologia do país. O rápido crescimento populacional, a quantidade limitada de terra cultivável e a dependência do rio Nilo continuam a sobrecarregar os recursos e a economia.
O governo tem lutado para preparar a economia para o novo milênio, por meio de reformas económicas e investimentos maciços em comunicações e infra-estrutura física. Desde 1979, o Egito recebe em média 2,2 mil milhões de dólares em ajuda dos Estados Unidos. Sua principal fonte de renda, porém, é o turismo, bem como o tráfego do canal de Suez.
O país dispõe de um mercado de energia desenvolvido e que se baseia no carvão, petróleo,gás natural e hidroelétricas. O nordeste do Sinai possui depósitos de carvão consideráveis, que são explorados à taxa de cerca de 600 000 toneladas ao ano. Produzem-se petróleo e gás na Península do Sinai8 42 , nas regiões desérticas a oeste, no golfo de Suez e no delta do Nilo. As reservas egípcias de gás são enormes, estimadas em mais de 1 100 000 metros cúbicos nos anos 1990, e o país exporta GLP.
Após um período de estagnação, a economia começou a melhorar, com a adopção de políticas económicas mais liberais, que se juntaram ao aumento das receitas turísticas e a um mercado de acções em alta. No seu relatório anual, o FMI avaliou o Egito como um dos principais países do mundo a empreender reformas económicas, que incluem um corte dramático das tarifas de importação. Um novocódigo tributário, promulgado em 2005, reduziu de 40% para 20% o imposto de renda das pessoas jurídicas e permitiu aumentar a arrecadação em 100% em 2006.
A captação de investimento estrangeiro direto (IED) aumentou consideravelmente nos últimos anos, chegando a mais de 6 mil milhões de dólares em 2006, devido às medidas de liberalização económica. Espera-se que o Egito ultrapasse a África do Sul como maior captador africano de IED em 2007.
Um dos principais obstáculos com que se defronta a economia é a distribuição de renda. Muitos egípcios criticam o governo pelos altos preços de produtos básicos, já que seu padrão de vida e poder aquisitivo permanecem relativamente estagnados, embora o nível da desigualdade social deste país estivesse abaixo de alguns países da OCDE.92
O PIB do Egito alcançou 107 484 mil milhões de dólares em 2006.93 Os principais parceiros comerciais do Egipto são os Estados Unidos, a Itália, o Reino Unido e a Alemanha. O Egito está listado entre as economias dos "Próximos Onze".
Cultura
Ver artigo principal: Cultura do Egito
A cultura egípcia tem seis mil anos de história registrada. O Antigo Egito esteve entre as primeiras civilizações complexas a surgirem no planeta e por milênios manteve uma cultura impressionante intrincada e estável que influenciou as culturas posteriores da Europa, Oriente Médio e outros paísesafricanos. Depois da era faraônica, o próprio Egito ficou sob a influência do helenismo, do cristianismo e da cultura islâmica. Atualmente, muitos aspectos da cultura antiga do Egito existem na interação com os elementos mais recentes, incluindo a influência dacultura ocidental moderna, em si, com as raízes do Egito antigo.
A capital do país, a cidade do Cairo, é a maior cidade da África e é conhecida há séculos como um centro de cultura, aprendizado e comércio. O Egito tem o maior número de prêmios Nobel na África e no mundo árabe. Alguns políticos egípcios nascidos estiveram ou estão no comando de grandes organizações internacionais como Boutros Boutros-Ghali das Nações Unidas e Mohamed ElBaradei da AIEA.
O Egito é reconhecido por ser um criador de tendências culturais no mundo da língua e dacultura árabe contemporânea, influenciados fortemente pela literatura, música, cinema e televisão egípcia. O país ganhou um papel de liderança regional durante os anos de 1950 e 1960, o que deu um novo impulso duradouro para o estatuto da cultura egípcia no mundo árabe.94
Feriados nacionais
Data | Nome em português | Nome local |
---|---|---|
13 de abril | Festa da Águia | Aguy Misr Pap |
Ver também
Notas
Referências
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- ↑ Forma vernácula para oárabe المنصورة al-manṣūrah(em inglês: El Mansoura), que o Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa(DOELP), de José Pedro Machado, registra como topônimo. Este vocábulo árabe é a forma feminina de منصور manṣūr("vencedor").
- ↑ O nome da província é, literalmente, "Mar Vermelho", ou البحر الأحمر El Bahr El Ahmar.
- ↑ Do árabe البحيرة al-buhairâ, "lago", "lagoa". Segundo o DOELP, emportuguês, o termo árabe deu origem ao substantivo masculino "albufeira" (isto é, laguna ou lago artificial) e a pelo menos cinco topônimos em Portugal chamados Albufeira (Algarve, Borba, Elvas, Mourão eSesimbra).
- ↑ Forma vernácula para o topônimo preconizada pelo DOELP.
- ↑ Forma vernácula para o árabe الغربية al-garbia("ocidental"), registrada pelo DOELP como topônimo. O nome completo da província, محافظة الغربية Muhāfazat al-Gharbiyya, significa "província ocidental".
- ↑ Forma vernácula preconizada pelo DOELP. A língua portuguesa recebeu-a por intermédio do francês Ismaïlia. Trata-se de homenagem aIsmail Paxá, quediva do Egito.
- ↑ Segundo o DOELP, forma vernácula do árabe الجيزة al-jizâ, pronunciadoguizé no Egito. A língua portuguesa recebeu-a por intermédio do francêsGuizé. Também são comuns em português a grafia e a pronúncia Gizé.
- ↑ O nome da província é, literalmente, "Vale Novo", ou البالوادى الجديد al-Wādī al-djadīd.
- ↑ O nome completo da província, محافظة الشرقيةMuhāfaza a-Xarqiia, significa "província oriental". O DOELP (verbete "sarracenos") translitera como "xarqii" o termo para "oriental" em árabe.
- ↑ Ou "Assuã", emportuguês do Brasil.
- ↑ Única forma vernácula registrada pela Mirador.
- ↑ Forma registrada pela Mirador. O DOELP registra apenas a alternativa Porto Saíde. A língua portuguesa recebeu esta forma por intermédio do francêsPort-Saïd. Trata-se de homenagem a Said Paxá, filho de Mehmet Ali.
- ↑ Forma vernácula para oárabe العريش al-ʿArīx("vinha"), segundo o DOELP.
- ↑ Country Comparison :: Distribution of family income - Gini index
- ↑ Banco Mundial, World Development Indicators database (em inglês), 11 de abril de 2008.
- ↑ MIDEAST: Egypt Makes Cultural Clout Count (IPS, Oct. 29, 2009)Ipsnews.net (29 October 2009). Visitado em 25 August 2010.
Ligações externas
- EgyptSites (em inglês)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Egito