Israel
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Nota: Para outros significados, veja Israel (desambiguação).
מְדִינַת יִשְׂרָאֵל (hebraico) Medīnat Yisrā'el دَوْلَةُ إِسْرَائِيلَ (árabe) Dawlat Isrā'īl Estado de Israel | |
Hino nacional: התקווה (HaTikvá) "A esperança" | |
Gentílico: israelita; israeliano;[1] israelense[carece de fontes] | |
Localização de Israel no globo mundial. | |
Capital | Jerusalém(disputada)[nota 1] 31°47′N 35°13′E |
Cidade mais populosa | Jerusalém |
Língua oficial | Hebraico e árabe |
Governo | Repúblicaparlamentarista |
- Presidente | Reuven Rivlin |
- Primeiro-ministro | Benjamin Netanyahu |
Independência | |
- Declaração | 14 de maio de 1948 5 iyar 5708 |
Área | |
- Total | 20 770 / 22 072 km²[nota 2]km² (151.º) |
- Água (%) | ~2 |
População | |
- Estimativa para 2013 | 8 134 100[3][nota 3]hab. (96.º) |
- Censo 1995 | 5 548 523 hab. |
- Densidade | 368,5 hab./km2[nota 4] 391,6 hab./km² (34.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2014 |
- Total | US$ 268,283 bilhões*[4] |
- Per capita | US$ 33 351[4] (25.º) |
PIB (nominal) | Estimativa de 2014 |
- Total | US$ 304,983 bilhões*[4] |
- Per capita | US$ 37 914[4] (25.º) |
IDH (2014) | 0,894 (18.º) – muito elevado[5] |
Gini (2008) | 37,6 (2012)[2] |
Moeda | Novo shekel (NIS ) |
Fuso horário | (UTC+2) |
- Verão (DST) | (UTC+3) |
Cód. Internet | .il |
Cód. telef. | +972 |
Website governamental | www.gov.il |
Israel (em hebraico: יִשְׂרָאֵל, Yisra'el; em árabe: إِسْرَائِيلُ, Isrā'īl), oficialmente Estado de Israel (em hebraico ? מדינת ישראל, transl. Medīnát Isra'él, pronunciado: [mediˈnat jisʁaˈʔel]; em árabe: دولة إسرائيل, Dawlát Isrā'īl, pronunciado: [dawlat ʔisraːˈʔiːl]), é uma república parlamentar localizada no Oriente Médio, ao longo da costa oriental do Mar Mediterrâneo. O país faz fronteira com o Líbano ao norte, com a Síria a nordeste, com a Jordânia e a Cisjordânia a leste, com o Egito e a Faixa de Gaza ao sudoeste, e com o Golfo de Aqaba, no Mar Vermelho, ao sul.[nota 5] Geograficamente, contém diversas características dentro de seu território relativamente pequeno.[2][7] Israel é definido como um "Estado Judeu e Democrático" em suas Leis Básicas e é o único Estado de maioria judia do mundo.[8]
Após a adoção de uma resolução pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 29 de novembro de 1947, recomendando a adesão e implementação do Plano de Partilha da Palestina para substituir o Mandato Britânico, em 14 maio de 1948, David Ben-Gurion, o chefe-executivo da Organização Sionista Mundial[nota 6] e presidente da Agência Judaica para a Palestina, declarou o estabelecimento de um Estado Judeu em Eretz Israel, a ser conhecido como o Estado de Israel, uma entidade independente do controle britânico.[9][10][11] As nações árabes vizinhas invadiram o recém-criado país no dia seguinte, em apoio aos árabes palestinos. Israel, desde então, travou várias guerras com os Estados árabes circundantes,[12] no decurso das quais ocupou os territórios da Cisjordânia, península do Sinai, Faixa de Gaza e colinas de Golã. Partes dessas áreas ocupadas, incluindo Jerusalém Oriental, foram anexadas por Israel, mas a fronteira com a vizinha Cisjordânia ainda não foi definida de forma permanente.[13][14][15][16][17] Israel assinou tratados de paz com Egito e Jordânia, porém os esforços para solucionar o conflito israelo-palestino até agora não resultaram em paz.
O centro financeiro de Israel é Tel Aviv,[18] enquanto Jerusalém é a cidade mais populosa do país e sua capital[nota 7](embora não seja reconhecida como tal pela comunidade internacional). A população israelense, conforme definido pelo Escritório Central de Estatísticas de Israel, foi estimada em 2012 em 7 879 500 pessoas, das quais 5 930 000 eram judias. Os árabes formam a segunda maior etnia do país, com 1 622 500 de pessoas.[3] A grande maioria dos árabes israelenses são muçulmanos, além de uma população menor, mas significativa de beduínos do Negev e os cristãos árabes. Outras minorias incluem várias denominações étnicas e etno-religiosas, como os drusos, circassianos, samaritanos, maronitas, além de outros.
Israel é uma democracia representativa com um sistema parlamentar, representação proporcional e sufrágio universal.[19][20] O primeiro-ministro serve como chefe de governo e o Knesset como o corpo legislativo unicameral do país. Israel tem uma das mais altas expectativas de vida do mundo[21] e é considerado um país desenvolvido, sendo membro da OCDE e da ONU.[22] Seu produto interno bruto (PIB) nominal foi o 40º maior do mundo em 2011,[4] enquanto o país tem o mais alto padrão de vida do Oriente Médio.[23] No entanto, organizações como a Anistia Internacional e o Human Rights Watch têm sido críticos das políticas de Israel em relação aos palestinos, enquanto o governo dos Estados Unidos[24] e alguns países da Europa, como o Reino Unido e a Alemanha, geralmente apoiam Israel bélica e financeiramente.[25]
Índice
[esconder]Etimologia
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O primeiro registro histórico conhecido do termo Israel surge na Estela de Merneptá, monumento que celebra as vitórias militares do faraó Merneptá, datado do final do século XIII a.C.[26] O nome Israel é o único precedido pelo determinativo para povo, assinalando a sua distinção em relação às populações de cidades-Estado presentes na mesma inscrição, o que sugere uma identidade contrastante com a dos seus vizinhos.[27]
É consensual entre os acadêmicos a derivação de Israel a partir de uma forma verbal semita ocidental como śārâ (lutar, prevalecer, reinar [com]), e do elemento teofórico El ("Deus"), o que indicia que a designação poderá ter partido do próprio povo que a usou, podendo-se supor que partilharia uma identidade cultural e uma noção comum de religiosidade (culto a El), assim como, talvez, uma propensão para a guerra.[28]
A tradição judaica dá o como acrograma hebraico das iniciais dos patriarcas e matriarcas, dos quais se originou o povo de Israel: Isaac e Jacó (י), Sara (ש), Rebeca e Raquel(ר), Abraão (א), Lea (ל). A sua etimologia é sugerida na passagem do Gênesis 32:28, na qual Jacó luta contra um anjo de Deus e o vence, após o que recebe de Deus o nome de Israel. O nome conteria, assim, o significado para a realização de um pacto entre Deus e Israel, mantendo a memória e identidade do povo através dos tempos, e definindo as regras de sua relação com o divino.[29]
O atual país foi designado por Medinat Yisrael, ou Estado de Israel, após serem rejeitadas outras propostas como Eretz Israel ("Terra de Israel"), Sião e Judeia.[30] O uso do termo hebraico israeli para se referir a um cidadão de Israel foi decidido pelo governo do país após a independência e anunciado pelo então Ministro das Relações Exteriores de Israel, Moshe Sharett.[31] Em português, os cidadãos de Israel são denominados "israelenses" (no Brasil) ou "israelitas" (em Portugal e nos PALOP).
História
Ver artigo principal: História de Israel
Raízes históricas
Ver artigos principais: História da Antiga Israel, Terra de Israel, Reino de Israel e Tribos de Israel
A história da Antiga Israel abrange o período desde o século XX a.C. até à expulsão e Diáspora do povo judaico no século I, na área compreendida entre o mar Mediterrâneo, o deserto do Sinai, as montanhas do Líbano e o deserto da Judeia. Concentra-se especialmente no estudo do povo judeu neste período, e de forma secundária dos outros povos que com ele conviveram, como os filisteus, fenícios, moabitas, idumeus, hititas, madianitas, amoritas e amonitas. As fontes sobre este período são principalmente a escrita clássica como a Bíblia hebraica ou Tanakh (conhecida pelos cristãos como Antigo Testamento), o Talmude, o livro etíope Kebra Nagast e escritos de Nicolau de Damasco, Artapano de Alexandria, Fílon e Josefo. Outra fonte principal de informação são os achados arqueológicos no Egito, Moabe, Assíria ou Babilónia, e os vestígios e inscrições no próprio território.
A Terra de Israel, conhecida em hebraico como Eretz Israel, é sagrada para o povo judeu desde os tempos bíblicos. De acordo com a Torá, a Terra de Israel foi prometida aos três patriarcas do povo judeu, por Deus, como a sua pátria;[32][33] estudiosos têm colocado este período no início do 2º milênio a.C..[34] A terra de Israel guarda um lugar especial nas obrigações religiosas judaicas, englobando os mais importantes locais do judaísmo (como os restos do Primeiro e Segundo Templos do povo judeu). A partir do século X a.C.[35] uma série de reinos e estados judaicos estabeleceram um controle intermitente sobre a região que durou cerca de 150 anos, para o Reino de Israel, até à sua conquista pelos assíriosem 721 a.C., e quatro séculos para o Reino de Judá, até à sua conquista por Nabucodonosor em 586 a.C. e destruição do Templo de Salomãopelos babilónios.[36] Em 140 a.C. a revolta dos Macabeus levou ao estabelecimento do Reino Hasmoneu de Israel, cuja existência enquanto reino independente durou 77 anos, até à conquista de Jerusalém por Pompeu em 63 a.C, altura em que se tornou um reino tributário do Império Romano.[37]
Sob o domínio assírio, babilônico, persa, grego, romano, bizantino e (brevemente) sassânido, a presença judaica na região diminuiu por causa de expulsões em massa. Em particular, o fracasso na revolta de Bar Kokhba contra o Império Romano em 132 resultou em uma expulsão dos judeus em larga escala. Durante este tempo os romanos deram o nome de Syria Palæstina à região geográfica, numa tentativa de apagar laços judaicos com a terra. No entanto, a presença judaica na Palestina manteve-se, com o deslocamento de judeus da Judeia para a cidade de Tiberíades, na Galileia.[38] No início do século XII ainda permaneciam cerca de 50 famílias judaicas na cidade.[39]
A Mishná e o Talmud de Jerusalém, dois dos textos judaicos mais importantes, foram compostos na região durante esse período. A terra foi conquistada do Império Bizantino em 638 durante o período inicial das conquistas muçulmanas. O niqqud hebraico foi inventado em Tiberíades nessa época. A área foi dominada pelos omíadas, depois pelos abássidas, cruzados, os corésmios e mongóis, antes de se tornar parte do império dos mamelucos (1260-1516) e o Império Otomano em 1517.[40]
Embora a presença judaica na Palestina tenha sido constante, os judeus que "sempre lá estiveram" reduziam-se à pequena comunidade rural de Peki'in, árabes em tudo excepto na religião.[41] Durante os séculos XII e XIII, houve um pequeno, mas constante movimento de imigrantes judeus para a região, especialmente vindos do Norte de África.[42]
Após o Decreto de Alhambra em 1492, muitos judeus expulsos de Espanha partiram para a Terra Santa,[43] embora se tenham fixado nas cidades onde viviam da caridade e do halukka enviado pelos seus pares na Diáspora.[41] Após 1517, sob o domínio Otomano, a região tornou-se uma província esquecida do Império, declinando em população devido à extrema pobreza, impostos exorbitantes, doença e falta de segurança. A população era maioritariamente muçulmana, da qual dez por cento eram católicos. Em 1777, judeus europeus começaram a voltar à região, juntando-se à pequena comunidade sefardita local.[44]
Por volta de 1800, a população judaica rondaria os três milhares,[41] vivendo sobretudo nas "Quatro Cidades Sagradas", Jerusalém, Hebron, Safed e Tiberíades. Despreparados para a rudeza da região, sem conseguir arranjar emprego e impedidos de possuir terras, os judeus europeus viviam na miséria, sobrevivendo, mais uma vez, do halukka.[44] Já na década de 1850, os judeus chegariam mesmo a constituir pelo menos a metade da população de Safed, Tiberíades e Jerusalém.[45][46]
Sionismo e o Mandato Britânico
Ver artigos principais: Sionismo e Mandato Britânico da Palestina
Algumas fontes afirmam que primeira grande onda de imigração moderna, conhecida como a primeira Aliyah (hebraico: עלייה), começou em 1881, quando os judeus fugiram dos pogroms na Europa Oriental.[47] Outras, no entanto, apresentam dados que demonstram que os fluxos de imigração judaica provenientes da Europa entre os anos de 1880 a 1929 tinham como destino em sua maior parte, os países americanos e não a Palestina para onde se dirigiu um número minoritário de judeus até o início da Segunda Guerra Mundial.[48]
Enquanto o movimento sionista já existia, em teoria, Theodor Herzl foi creditado como o fundador do sionismo político,[49] um movimento que inspirado no nacionalismo alemão pretendia estabelecer um Estado judaico na terra de Israel, buscando uma solução estadista para a questão judaica.[50] Em 1896, Herzl publicou Der Judenstaat ("O Estado Judeu"), que oferece a sua visão de um futuro Estado judeu. No ano seguinte, ele presidiu o primeiro Congresso Mundial Sionista.[51]
A segunda Aliyah (1904-1914), começou após o pogrom de Kishinev. Cerca de 40 000 judeus se estabeleceram na Palestina.[47] Tanto a primeira quanto a segunda onda de imigrantes foi principalmente de judeus ortodoxos,[52] porém na Segunda Aliyah também vieram alguns socialistas pioneiros que criaram o movimento kibbutz.[53] A 2 de novembro de 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, o Ministro Britânico de Relações Exteriores, Arthur Balfour emitiu o que ficou conhecido como a Declaração de Balfour, que diz "O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o Povo Judeu…". A pedido de Edwin Samuel Montagu e de Lord Curzon, uma linha foi inserida na declaração afirmando "que seja claramente entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas na Palestina, ou os direitos e estatuto político usufruídos pelos judeus em qualquer outro país".[54]
A Legião Judaica, um grupo de batalhões compostos sobretudo de voluntários sionistas, havia assistido os britânicos na conquista da Palestina. A utilização do termo ambíguo "lar nacional" alarmou os árabes e, de forma a aplacá-los, em 7 de novembro de 1918 o Reino Unido assinou com a França a Declaração Anglo-Francesa,[55] declarando como objectivo comum a ambos os países "a libertação final e completa dos povos que há muito vêm sendo oprimidos pelos turcos, e o estabelecimento de governos nacionais e administrações [na Síria, Iraque e Palestina] cuja autoridade deriva do livre exercício da iniciativa e escolha por parte das populações indígenas".[56] No entanto, em 1919, num memorando governamental interno, Balfour declarou que não tinha intenção de consultar os habitantes da Palestina sobre as suas aspirações, contrariando assim a Declaração de 1918 e a Declaração de Balfour na sua promessa de não prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas da Palestina.[55] A oposição árabe a este plano levou aos distúrbios de 1920 na Palestina e à formação da organização judaica conhecida como Haganah ("a Defesa", em hebraico), da qual mais tarde se separaram os grupos Irgun e Lehi.[57]
Em 1922, a Liga das Nações concedeu ao Reino Unido um mandato na Palestina em condições semelhantes à Declaração Balfour.[58] A população da área neste momento era predominantemente muçulmana, enquanto na maior área urbana da região, Jerusalém, era maioritariamente judaica.[59] A terceira(1919-1923) e a quarta Aliyah (1924-1929) trouxeram 100 000 judeus para a Palestina.[47] A partir de 1921 os britânicos sujeitaram a imigração judaica a quotas e a maioria do território designado para o estado judaico foi alocado à Transjordânia.[60]
A ascensão do nazismo na década de 1930 levou à quinta Aliyah, com um fluxo de 250 mil judeus. Este fluxo provocou a Revolta árabe de 1936-1939, e levou os britânicos a conter a imigração através do Livro Branco de 1939. Com países de todo o mundo recebendo refugiados judeus fugidos do Holocausto, um movimento clandestino conhecido como Aliyah Bet foi organizado para transportar judeus para a Palestina.[47] Pelo final da Segunda Guerra Mundial, os judeus representavam 33% da população da Palestina, quando eram 11% em 1922.[61]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Israel
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