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Rubem Fonseca | |
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Nome completo | José Rubem Fonseca |
Nascimento | 11 de maio de 1925 (91 anos) Juiz de Fora, Minas Gerais |
Nacionalidade | brasileiro |
Ocupação | Escritor |
Magnum opus | Agosto, O Caso Morel, O Selvagem da Ópera |
Prémios | Prémio Jabuti (1970), (1984), (1993) |
José Rubem Fonseca (Juiz de Fora, 11 de maio de 1925) é um contista, romancista, ensaísta e roteirista brasileiro. Ele precisou publicar dois ou três livros para ser consagrado como um dos mais originais prosadores brasileiros contemporâneos. Com suas narrativas velozes e sofisticadamente cosmopolitas, cheias de violência, erotismo, irreverência e construídas em estilo contido, elíptico, cinematográfico, reinventou entre nós uma literatura noir, ao mesmo tempo clássica e pop, brutalista e sutil.
É formado em Direito, tendo exercido várias atividades antes de dedicar-se inteiramente à literatura. Em 2003, venceu o Prémio Camões[1], o mais prestigiado galardão literário para a língua portuguesa.
Índice
[esconder]Biografia[editar | editar código-fonte]
Rubem Fonseca nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 1925. É filho de portugueses transmontanos, emigrados para o Brasil. Reside desde a infância no Rio de Janeiro.[2]
Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade Nacional de Direito da então Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade Nacional de Direito da então Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em 31 de dezembro de 1952 iniciou sua carreira na polícia, como comissário, no 16º Distrito Policial, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Muitos dos fatos vividos naquela época e dos seus companheiros de trabalho estão imortalizados em seus livros. Aluno brilhante da Escola de Polícia, não demonstrava, então, pendores literários. Ficou pouco tempo nas ruas. Foi, na maior parte do tempo em que trabalhou, até ser exonerado em 6 de fevereiro de 1958, um policial de gabinete. Cuidava do serviço de relações públicas da polícia.
Na Escola de Polícia destacou-se em Psicologia. Em julho de 1954 recebeu uma licença para estudar e depois dar aulas desta disciplina na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
Contemporâneos de Rubem Fonseca dizem que, naquela época, os policiais eram mais juízes de paz, apartadores de briga, do que autoridades. Rubem Fonseca via, debaixo das definições legais, as tragédias humanas e conseguia resolvê-las. Nesse aspecto, afirmam[quem?], ele era admirável. Escolhido, com mais nove policiais cariocas, para se aperfeiçoar nos Estados Unidos, entre setembro de 1953 e março de 1954, aproveitou a oportunidade para estudar administração de empresas na New York University. Após sair da polícia, Rubem Fonseca trabalhou na Light até se dedicar integralmente à literatura.
Reconhecidamente uma pessoa que, como Dalton Trevisan, adora o anonimato, é descrito por amigos como pessoa simples, afável e de ótimo humor.
As obras de Rubem Fonseca geralmente retratam, em estilo seco e direto, a luxúria e a violência urbana, em um mundo onde marginais, assassinos, prostitutas, miseráveis e delegados se misturam. A história através da ficção é também uma marca de Rubem Fonseca, como nos romances Agosto (seu livro mais famoso) em que retratou as conspirações que resultaram no suicídio de Getúlio Vargas, e em O Selvagem da Ópera em que retrata a vida de Carlos Gomes, ou ainda A Cavalaria Vermelha, livro de Isaac Babel retratado em Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos.
Criou, para protagonizar alguns de seus contos e romances, um personagem antológico: o advogado Mandrake, mulherengo, cínico e imoral, além de profundo conhecedor do submundo carioca. Mandrake foi transformado em série para a rede de televisão HBO, com roteiros de José Henrique Fonseca, filho de Rubem, e o ator Marcos Palmeira no papel-título.
É viúvo de Théa Maud e tem três filhos: Maria Beatriz, José Alberto e o cineasta José Henrique Fonseca.
Obras[editar | editar código-fonte]
Romances[editar | editar código-fonte]
- O Caso Morel (1973)
- A grande arte (1983)
- Bufo & Spallanzani (1986)
- Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos (1988)
- Agosto (1990)
- O Selvagem da Ópera (1994)
- E do meio do mundo prostituto só amores guardei ao meu charuto (1997)
- O Doente Molière (2000)
- Diário de um Fescenino (2003)
- Mandrake, a Bíblia e a Bengala (2005)
- O Seminarista (2009)
- José (2011)
Contos[editar | editar código-fonte]
- Os prisioneiros (1963)
- A coleira do cão (1965)
- Lúcia McCartney (1969)
- O homem de fevereiro ou março (1973)
- Feliz Ano Novo (1975)
- O cobrador (1979)
- Romance negro e outras histórias (1992)
- O buraco na parede (1995)
- Histórias de amor (1997)
- A confraria dos espadas (1998)
- Secreções, excreções e desatinos (2001)
- Pequenas criaturas (2002)
- 64 Contos de Rubem Fonseca (2004)
- Ela e outras mulheres (2006)
- Axilas e Outras Histórias Indecorosas (2011)
- Amálgama (2013)
- Histórias Curtas (2015)
Outros[editar | editar código-fonte]
- O romance morreu (crônicas, 2007)
Prêmios[editar | editar código-fonte]
- Coruja de Ouro pelo roteiro de Relatório de um homem casado, filme dirigido por Flávio Tambellini
- Kikito do Festival de Gramado, pelo roteiro de Stelinha, dirigido por Miguel Faria Jr.
- Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pelo roteiro de A grande arte, filme dirigido por Walter Salles Jr.
- Prêmio Jabuti
- 1970 - Categoria "Contos/Crônicas/Novelas", pelo livro Lucia McCartney[3]
- 1984 - Categoria "Romance", pelo livro A Grande Arte[4]
- 1996 - Categoria "Contos/Crônicas/Novelas", pelo livro Buraco na Parede[5]
- 2002 - Categoria "Contos e Crônicas", pelo livro Secreções, Excreções e Desatinos[6]
- 2003 - Categoria "Contos e Crônicas", pelo livro Pequenas Criaturas[7]
- 2014 - Categoria "Contos e Crônicas", pelo livro Amálgama[8]
- Prêmio Camôes (2003)
- Correntes de Escrita (2012) - Póvoa de Varzim - Portugal
- Prêmio Machado de Assis (2015) - Concedido pela Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra
Referências
- ↑ «Prêmio Camões de Literatura». Brasil: Fundação Biblioteca Nacional. Arquivado desde o original em 16 de Março de 2016.
- ↑ Fonseca, R. (1990). Agosto, Editora Planeta, pág. 2.
- ↑ «Prêmio Jabuti 1970». Prêmio Jabuti 2015. Consultado em 2016-01-01.
- ↑ «Prêmio Jabuti 1984». Prêmio Jabuti 2015. Consultado em 2016-01-01.
- ↑ «Prêmio Jabuti 1996». Prêmio Jabuti 2015. Consultado em 2016-01-01.
- ↑ «Prêmio Jabuti 2002». Prêmio Jabuti 2015. Consultado em 2016-01-01.
- ↑ «Prêmio Jabuti 2003». Prêmio Jabuti 2015. Consultado em 2016-01-01.
- ↑ «Prêmio Jabuti 2014». Prêmio Jabuti 2015. Consultado em 2016-01-01.
Bibliografia crítica[editar | editar código-fonte]
- JESUS, Manuela Sena de. De amor e dor: Eros e Thanatos em contos de Rubem Fonseca. Dissertação (Mestrado em Literatura Brasileira), UEFS, Feira de Santana, 2005.
- MEDEIROS, Leonardo Barros. A representação do real em Rubem Fonseca: Agosto entre o histórico e o policial. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas), UFRJ, Rio de Janeiro, 2013.
- MORAIS JUNIOR, Luis Carlos de. "O mago artificial", in O Estudante do Coração. Rio de Janeiro: Quártica, 2010.
- PEREIRA, Francisco Afrânio Câmara. Por dentro da cidade: solidão e marginalidade em Rubem Fonseca. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem), UFRN, Natal, 2011.
- PEREIRA, Francisco Afrânio Câmara. Livro de ocorrências: caminhos do amor e do ódio na obra de Rubem Fonseca. Dissertação (Mestrado em Letras), UFPB, João Pessoa, 1997.
- PETROV, Petar Dimitrov. O Realismo na Ficção de José Cardoso Pires e Rubem Fonseca. Lisboa: Algés, 2000.
- POLESSA, Maria Luiza de Castro. Rubem Fonseca: Retratos e Conversas. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1986.
- SANTOS, Rosa Maria dos. O Conto Policial em Poe e Rubem Fonseca. Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto, 1998.
- SILVERMAN, Malcolm. "Rubem Fonseca", págs. 261-277, in Moderna Ficção Brasileira 2. Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira/MEC, 1981.
- SILVA, Deonísio da. Rubem Fonseca. Coleção Perfis do Rio. Rio de Janeiro: Relume-Dumará/Rio Arte, 1996.
- TELLO Garrido, Romeo. La Violencia como Estética de la Misantropia. Cuatro Acercamientos a la Obra de Rubem Fonseca. México, 1993.
- VÁLIO, Simone Cristina. Embates na arena de papel: o "jogo" narrativo dos contos de Rubem Fonseca. 2008. 227 p. Tese (Doutorado em Teoria e História Literária) – Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, 2008.
- VIEGAS, Ana Cristina Coutinho. Campos Recepcionais na Obra de Rubem Fonseca. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1998.
- VIEIRA, Nelson H. An ‘Uncanny’ Vision of Art and Reality in Brazil: Rubem Fonseca’s Bufo & Spallanzani. Brown University, /n/d/
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Precedido por Maria Cecilia Caldeira | Prêmio Jabuti - Contos /Crônicas /Novelas 1970 | Sucedido por Ricardo Ramos |
Precedido por José J. Veiga | Prêmio Jabuti - Romance 1984 | Sucedido por João Ubaldo Ribeiro |
Precedido por Dalton Trevisan, Regina Rheda e Victor Giudice | Prêmio Jabuti - Contos 1996 | Sucedido por Marina Colasanti, Silviano Santiago eAntônio Carlos Villaça |
Precedido por Fernando Sabino | Prêmio Jabuti - Contos e Crônicas 2003 | Sucedido por Sergio Sant’Anna |
Precedido por Maria Velho da Costa | Prêmio Camões 2003 | Sucedido por Agustina Bessa-Luís |
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- Brasileiros de ascendência portuguesa
- Rubem Fonseca
- Alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Ateus do Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rubem_Fonseca