Por: Luis Pellegrini
Fotos híbridas: Luigi Tarini
O nome dessa técnica, em inglês, é mashup: a arte de criar obras híbridas juntando de modo harmônico fragmentos de obras-primas da pintura e do desenho com pedaços de fotografias. Luigi Tarini, artista gráfico e fotógrafo de Cagliari, a capital da Sardenha, realizou uma série demashups surpreendentes sobrepondo mitos do cinema a obras-primas das artes plásticas. Por exemplo, Marilyn Monroe sobreposta à Mona Lisa de Leonardo.
«Amo o cinema, as artes plásticas e os retoques fotográficos. Neste projeto, o trabalho de montagem em si mesmo requereu apenas poucos minutos (dois níveis, duas máscaras…) A tarefa mais dura foi a busca das fotografias justas, cada vez que eu escolhia uma pintura (antes) e depois a atriz ou o ator de referência”, explica Luigi Tarini. O artista vive hoje em Cracóvia, na Polônia.
O chapéu do Autorretrato de Vincent van Gogh (1887-1888) torna-se o chapéu de cowboy de Clint Eastwood em Por um punhado de dólares, de Sergio Leone. Uma simbiose perfeita.
O Beijo, de (1859) conservado na Pinacoteca de Brera, em Milão, se transforma no beijo entre Clark Gable e Vivien Leigh no filme E o vento levou. Explica o autor: O toque a mais dos meus trabalhos surge do entrecruzamento dos vários níveis. Isso acontece na maior parte das obras, mas é sobretudo em O Beijo, com as mãos da pintura que entram na fotografia e vice-versa.
O Autorretrato com espinhos e beija-flor (1940), de Frida Kahlo, tem os olhos e a boca da atriz Joan Crawford, uma das grandes divas de Hollywood.
O chapéu era parte integrante da figura de Humphrey Bogart, o ator de Hollywood ideal paraRetrato de um homem com chapéu (1915), de Amedeo Modigliani.
B.B., ou seja Brigitte Bardot, a Vênus francesa do cinema dos anos 1950, aqui se transforma na Vênus de Botticelli (O nascimento de Vênus, 1482-1485) obra conservada no Museu degli Uffizi de Florença, Itália.
O retrato de Berthe Morisot com um ramalhete de violetas (1872), pintada pelo marido Édouard Manet, adquire agora os olhos doces de gazela de Audrey Hepburn, inesquecível protagonista do filme Breakfast na Tiffany.
É James Dean, mas “por baixo” está o Autorretrato (1912) de Egon Schiele, o pintor expressionista austríacos morto aos 28 anos (em 1918), depois de uma vida difícil e atormentada. Exatamente como o protagonista de Juventude Transviada, o rebelde de Hollywood, morto com apenas 24 anos, em 1955.
A “divina” Greta Garbo torna-se A Mulher com Turbante, de Henri Matisse (1917).
A moça com brinco de pérola, de Jan Vermeer (1665-1666) é perfeita para nos lembrarmos de Grace Kelly, a atriz preferida de Alfred Hitchcock.
E aqui está a Mona Lisa, célebre tela de Leonardo, com a boca de Marilyn Monroe, um toque de sensualidade e um outro sorriso no célebre retrato feito pelo gênio florentino da pintura.
A expressão ambígua e sensual de Marlon Brando, com o cigarro que pende dos lábios, é adequada para se integrar à do deus mais malandro do Olimpo: o Baco, de Caravaggio ( (1596 e 1597), conservado na Galeria degli Uffizi de Florença.
A elegância e a feminilidade da Dama com Unicórnio (1505-1506) de Rafael, pintura conservada na Galeria Borghese, em Roma, apresenta agora as linhas perfeitas do rosto de Elizabeth Taylor.