investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
Dados de enquete global mostram aumento de sentimentos negativos como preocupação, tristeza, estresse e raiva na última década
Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein - O mundo está mais triste. Pelo menos é isso o que retrata um levantamento feito com mais de um milhão de pessoas. A pesquisa constatou o aumento de sentimentos como preocupação, tristeza, estresse ou raiva - uma angústia geral. Os dados da enquete global Gallup World mostram que uma alta de 25% para 31% das pessoas com esses sentimentos no período entre 2009 e 2021.
O levantamento, que foi publicado no The Proceedings of the National Academy of Sciences, ouviu pessoas com mais de 15 anos em 113 países. Apesar de ser algo comum a todos os grupos demográficos, os sentimentos negativos foram maiores naqueles com menor nível educacional e menor renda.
Não é de hoje que estudos vêm sinalizando o aumento da angústia geral. Nos Estados Unidos, um estudo recente mostrou que a angústia extrema entre os adultos subiu de 3,6% em 1993 para 6,4% em 2019. No Reino Unido, esses sentimentos vêm sendo identificados desde 2010 entre adultos jovens, e parecem mais associados ao baixo nível educacional e à precariedade do mercado de trabalho.
Sabe-se que a crise econômica mundial entre 2008 e 2010 e, mais recentemente, a pandemia pioraram o cenário emocional em todo o planeta, especialmente entre os mais jovens e os trabalhadores. No entanto, apesar da recuperação após o impacto inicial da crise sanitária da Covid-19, a tendência negativa se manteve.
Segundo os autores do estudo, é preciso investigar mais como fatores como a desigualdade, insegurança econômica, instabilidades políticas e queda na coesão social podem afetar a saúde mental.
Quando é hora de pedir ajuda?
“É normal que esses sentimentos apareçam com as preocupações e as demandas da vida”, diz a psicóloga Caroline Nóbrega de Almeida, do Hospital Israelita Albert Einstein. Mas isso deixa de ser normal quando tudo vira motivo de preocupação e a pessoa fica em constante estado de alerta. A psicóloga diz que, dessa forma, a pessoa prejudica seu desempenho nos demais aspectos, interferindo inclusive nos padrões de sono, de alimentação e nos relacionamentos.
Nesses casos, é hora de procurar ajuda, pois sem controle podem acabar desencadeando quadros mais graves de depressão ou ansiedade, por exemplo. “É importante ter uma rede de apoio, saber com quem contar, pedir ajuda”, diz a psicóloga. Também é importante ter uma válvula de escape para dar vazão, seja alguma técnica de respiração e relaxamento, uma atividade física ou de lazer. “Se não conseguir lidar sozinho, deve-se procurar ajuda especializada”, aconselha.
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