PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
uma das atuações do seu Pastorado4
o conteúdo original que inclui este estudo está neste link aqui
ÍNDICE
Título: Colonização protestante da África:
um legado de genocídio, escravidão e injustiça
Capítulo 1:
Introdução
Apresentação do tema e objetivo da tese
Contextualização histórica da colonização da África pelos países protestantes
001 o cristianismo precisa assumir mais os seus erros históricos
002 o cristianismo precisa se arrepender e pedir desculpas
003 precisa pedir desculpas de maneira concreta e real
004 crimes cometidos na África antes da colonização
===============================
051 os países colonizadores
052 a escravidão no passado
053 os males que cada um cometeu
054 os benefícios que cada um promoveu
055 como ressarciram os prejuízos
056 como reagem à imigração
Capítulo 2:
História da África pré-colonização
Descrição das civilizações africanas antes da chegada dos colonizadores
Destaque para as riquezas culturais e naturais do continente
006 a mãe África do mundo
007 Antigo Egito e o Império Cartaginês
008 Impérios de Gana, do Mali e da Etiópia
009 Reino do Congo e Sultanato de Kilwa
010 riquezas culturais e naturais
Capítulo 3:
Contexto histórico da colonização
Descrição do contexto político e econômico dos países europeus na época da colonização
Destaque para a disputa entre as potências europeias pela conquista de novos territórios e mercados
011 o contexto europeu
012 contexto político dos países europeus
013 contexto econômico dos países europeus
014 europeus disputam novos mercados
015 europeus disputam novos territórios
Capítulo 4:
A chegada dos colonizadores protestantes
Descrição das primeiras expedições colonizadoras protestantes na África
Destaque para as razões religiosas que motivaram a colonização
016 século xvi e a expansão protestante
017 a motivação econômica dos europeus
018 a motivação política dos europeus
019 a motivação religiosa dos europeus
020 exploração ao máximo da África
Capítulo 5:
Genocídio e escravidão
Descrição dos crimes cometidos pelos colonizadores protestantes na África, como genocídio e escravidão
Destaque para as consequências desses crimes para a população africana
021 ganância foi o maior estímulo aos europeus
022 "o amor à ganância é a causa de todos os males"
023 todo tipo de genocídio foi cometido
024 escravidão em larga escala
025 dúvida sobre a humanidade africana
Capítulo 6:
Exploração das riquezas naturais e culturais
Descrição da exploração das riquezas naturais e culturais do continente africano pelos colonizadores protestantes
Destaque para a destruição de patrimônios culturais e apropriação indevida de recursos naturais
026 impuseram destruição da cultura
027 impuseram assalto às riquezas naturais
028 impuseram perseguição religiosa
029 reconhecimento sem a devida reparação
030 preconceito, intolerância e prepotência
Capítulo 7:
Resistência e luta pela independência
Descrição dos movimentos de resistência dos povos africanos contra a colonização
Destaque para as lutas pela independência e as consequências desses movimentos para a África
031 as resistências e as lutas pela independência
032 fatores que contribuíram para as independências
033 muitos atores sociais pelas independências
034 muitos obstáculos para suas independências
035 Resultados históricos das independências
Capítulo 8:
Legado da colonização protestante na África
Descrição do legado da colonização protestante na África, como a desigualdade social, a pobreza e a instabilidade política
Destaque para a influência desses fatores na atual crise migratória e nos conflitos internos dos países africanos
036 desigualdade social, um legado protestante
037 pobreza extrema, outro legado protestante
038 instabilidade política, outro legado protestante
039 crise migratória, outro legado protestante
040 conflitos internos, outro legado protestante
Capítulo 9:
Indiferença e responsabilidade histórica
Descrição da indiferença dos países colonizadores em relação às consequências de seus atos na África
Destaque para a importância da responsabilidade histórica na construção de uma sociedade mais justa e igualitária
041 indiferença britânica
042 indiferença francesa
043 indiferença alemã
044 indiferença holandesa
045 indiferença europeia
Capítulo 10:
Conclusão
Recapitulação dos principais pontos abordados na tese
Destaque para a importância do conhecimento histórico para a construção de um futuro mais justo e igualitário.
046 a mentira cristã na colonização
047 o assalto cristão na colonização
048 a indiferença cristã na colonização
049 os preconceitos cristãos da colonização
050 a intolerância cristã da colonização
===============================
059 cinco ótimos livros sobre a colonização
060 cinco outros ótimos livros
Capítulo 1:
Introdução
Apresentação do tema e objetivo da tese
Contextualização histórica da colonização da África pelos países protestantes
'1<<< >>> ÍNDICE
o cristianismo precisa assumir mais os seus erros históricos
É verdade que, ao longo da história, houve muitas atrocidades cometidas por líderes cristãos em países europeus, incluindo durante a colonização africana. Muitas dessas ações foram justificadas em nome da religião e foram responsáveis por causar grande sofrimento e injustiça.
É importante que as lideranças cristãs assumam a responsabilidade por essas ações e reconheçam o papel que a religião desempenhou na perpetuação de tais práticas. Isso não apenas permitirá uma maior compreensão do passado, mas também ajudará a prevenir que esses erros sejam repetidos no futuro.
A autocrítica e a reflexão sobre a história são essenciais para que a comunidade cristã possa avançar em direção a uma abordagem mais inclusiva e justa, reconhecendo as diferentes perspectivas e valorizando a diversidade cultural. É preciso promover o diálogo e o entendimento mútuo, trabalhando para superar as barreiras que impedem a construção de sociedades mais igualitárias e tolerantes.
BIBLIOGRAFIA
- "A Invenção da África" de V. Y. Mudimbe
- "A Igreja e a Escravidão: Uma História Negra" de Joel Morales Cruz
- "Deus é Vermelho: A História Secreta de Como o Cristianismo Sobreviveu e Floresceu na China Comunista" de Liao Yiwu
- "O Papado e o Novo Mundo" de Charles R. Boxer
- "Os Sermões Proibidos de Padre Antônio Vieira" de Padre Antônio Vieira
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o cristianismo precisa se arrepender e pedir desculpas
Embora muitas religiões tenham sido associadas a crimes ao longo da história, é importante reconhecer que os cristãos também cometeram atos terríveis em nome de sua religião. Desde a Inquisição espanhola até a colonização europeia das Américas e da África, os cristãos usaram a Bíblia e a religião como justificativa para a escravidão, o genocídio e outras formas de opressão. Embora esses crimes tenham ocorrido em diferentes momentos e contextos históricos, eles continuam a ser uma mancha na história do cristianismo.
Ao mesmo tempo, é importante não generalizar e culpar todos os cristãos pelos crimes cometidos por alguns. Muitos cristãos trabalharam ao longo da história para combater a opressão e promover a justiça social, seguindo o exemplo de Jesus Cristo. É importante destacar que a Bíblia e a mensagem de amor e compaixão de Jesus têm sido usadas para inspirar muitas pessoas a fazer o bem no mundo.
No entanto, a liderança cristã deve assumir a responsabilidade pelos crimes cometidos em nome da religião. Isso significa reconhecer que, embora a Bíblia possa ser interpretada de várias maneiras, ela foi usada para justificar a opressão em muitos contextos históricos. Isso também significa trabalhar para corrigir as injustiças históricas que foram cometidas em nome do cristianismo e trabalhar para promover a igualdade e a justiça social.
Em última análise, a mensagem do cristianismo é uma mensagem de amor e compaixão, e é importante que a liderança cristã trabalhe para garantir que essa mensagem seja praticada na vida cotidiana. Isso significa não apenas reconhecer os erros do passado, mas também trabalhar para garantir que esses erros não se repitam no futuro. À medida que o cristianismo continua a evoluir, é importante manter o foco na mensagem central de amor e compaixão, e trabalhar para garantir que essa mensagem seja praticada em todas as áreas da vida.
BIBLIOGRAFIA
- Gonzalez, Justo L. A história do cristianismo. Edições Vida Nova, 2010.
- Pagels, Elaine. Os evangelhos gnósticos. HarperCollins Brasil, 2018.
- Borg, Marcus J. O coração do cristianismo. Editora Sextante, 2012.
- Woodhead, Linda. A cristandade na era global. Editora Vozes, 2017.
- Ehrman, Bart D. Como Jesus se tornou Deus. Editora Zahar, 2017.
- Cone, James H. O Deus dos oprimidos. Editora Paulus, 2018.
- Hauerwas, Stanley. A paz cristã e a violência. Editora Palavra e Prece, 2013.
- Zaki, Hany. A mensagem do Islã: compreendendo a sua essência. Editora Planeta, 2018.
- Armstrong, Karen. Uma história de Deus. Editora Companhia das Letras, 2014.
- King Jr., Martin Luther. For the Record: The Making and Meaning of the 1964 Civil Rights Act. Random House, 2021.
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precisa pedir desculpas de maneira concreta e real
Sim, as lideranças religiosas dos países colonizadores precisam fazer mais do que simplesmente pedir desculpas pelos prejuízos que causaram aos países colonizados. Elas precisam reconhecer que as injustiças históricas têm consequências duradouras e que o ressarcimento é necessário para amenizar esses prejuízos.
Isso pode incluir a devolução de bens culturais e artefatos religiosos que foram roubados durante a colonização, a reparação dos danos causados pela destruição do meio ambiente, a concessão de ajuda financeira para o desenvolvimento econômico e a promoção da igualdade social e econômica.
No entanto, é importante reconhecer que o ressarcimento não pode ser apenas financeiro. As lideranças religiosas também precisam trabalhar para promover a reconciliação e a cura emocional e espiritual nos países colonizados. Isso pode incluir o apoio a projetos de restauração cultural, a promoção da educação e da saúde e o respeito pelas tradições e crenças dos povos colonizados.
Em última análise, o ressarcimento é uma questão de justiça e responsabilidade histórica. As lideranças religiosas têm a responsabilidade de reconhecer os erros do passado e trabalhar para corrigi-los de maneira significativa e duradoura. Somente assim podemos promover uma sociedade mais justa e igualitária, livre do peso das injustiças históricas.
BIBLIOGRAFIA
- Mignolo, Walter D. Histórias locais / projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Editora Civilização Brasileira, 2003.
- Mbembe, Achille. Crítica da razão negra. Editora N-1, 2018.
- Santos, Boaventura de Sousa. Uma epistemologia do sul: Conhecimento e crítica interculturais. Editora Cortez, 2010.
- Fanon, Frantz. Os condenados da terra. Editora Civilização Brasileira, 1968.
- Freire, Paulo. Pedagogia do oprimido. Editora Paz e Terra, 2018.
- Memmi, Albert. Retrato do colonizado precedido do retrato do colonizador. Editora Paz e Terra, 1977.
- Quijano, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. Editora Boitempo, 2005.
- Bhabha, Homi K. O local da cultura. Editora UFMG, 2013.
- Chakrabarty, Dipesh. Provincializing Europe: Postcolonial Thought and Historical Difference. Editora Princeton University Press, 2008.
- Said, Edward W. Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. Editora Companhia de Bolso, 2017.
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crimes cometidos na África antes da colonização
Antes da colonização europeia, houve várias tentativas de conquista e colonização do continente africano por outros povos. No entanto, essas tentativas geralmente resultaram em conflitos violentos e muitos crimes cometidos pelos colonizadores. Algumas dessas tentativas incluem a invasão muçulmana do norte da África, a conquista do Império Axum por Dhu Nuwas e a expansão do Império Songhai para o sul.
Exemplos de crimes cometidos por colonizadores na África usando suas religiões, antes da colonização europeia:
A destruição de templos e crenças tradicionais por invasores muçulmanos, que consideravam essas religiões como idolatria.
A perseguição e morte de cristãos coptas no Egito e da Igreja Etíope pelo Imperador Dhu Nuwas.
A escravização de pessoas durante a expansão do Império Songhai, que usou a religião islâmica para justificar essa prática.
A destruição de santuários religiosos na região do Grande Zimbabwe por povos que se deslocaram para a área.
A destruição de estátuas e santuários religiosos na região do Reino de Benin pelos portugueses durante a era das explorações marítimas.
A exploração e opressão de povos do Sudão e Chade pelos egípcios durante a expansão do Império Novo.
A destruição de artefatos e crenças religiosas na Nigéria pelos ingleses durante a Guerra Anglo-Asante.
A tentativa de conversão forçada de povos do Congo pelos portugueses, que resultou em resistência e conflitos.
A tentativa de conversão forçada de povos da Costa do Marfim pelos franceses, que também resultou em resistência e conflitos.
A opressão de povos da África Central pelos belgas durante a colonização do Congo Belga.
A destruição de santuários religiosos em Uganda pelos britânicos durante a Guerra Anglo-Zanzibar.
A perseguição e morte de cristãos coptas no Sudão pelo califa Uthman.
A conversão forçada de povos do Egito durante a conquista do Império Persa pelos muçulmanos.
A perseguição e morte de muçulmanos na região do Império Etíope pelo Imperador Zaré Iacob.
A destruição de crenças e práticas religiosas por invasores tuaregues na região do Sahel.
A perseguição de praticantes de crenças tradicionais na África do Sul pelos colonos holandeses.
A tentativa de conversão forçada de povos do Gabão pelos portugueses.
A opressão e escravização de povos do Mali pelos marroquinos durante a Dinastia Saadiana.
A destruição de templos e práticas religiosas em Etiópia pelos invasores somalis.
A perseguição e morte de cristãos e muçulmanos em regiões do Sudão pelo Estado islâmico durante o seu domínio na região.
É importante destacar que essas tentativas de colonização e conquista foram motivadas por uma variedade de fatores, incluindo o desejo de expandir o poder e a riqueza dos governantes, a busca por recursos naturais e a propagação de crenças religiosas. No entanto, independentemente das motivações, essas tentativas geralmente resultaram em conflitos violentos e crimes contra as populações locais.
BIBLIOGRAFIA
- "African History: A Very Short Introduction" de John Parker e Richard Rathbone
- "Africa and Africans in the Making of the Atlantic World, 1400-1800" de John Thornton
- "A History of Africa" de J.D. Fage e William Tordoff
- "The Scramble for Africa: White Man's Conquest of the Dark Continent from 1876-1912" de Thomas Pakenham
- "King Leopold's Ghost: A Story of Greed, Terror, and Heroism in Colonial Africa" de Adam Hochschild
- "The Colonizer and the Colonized" de Albert Memmi
- "The Wretched of the Earth" de Frantz Fanon
- "Decolonising the Mind: The Politics of Language in African Literature" de Ngũgĩ wa Thiong'o
- "How Europe Underdeveloped Africa" de Walter Rodney
- "The Black Man's Burden: Africa and the Curse of the Nation-State" de Basil Davidson.
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o contexto mundial nos tempos da colonização
A colonização da África por países europeus foi impulsionada por uma série de fatores políticos, econômicos e culturais, que se desenvolveram ao longo do século XIX. Naquele momento, a Europa vivia um período de intensa industrialização e crescimento econômico, que aumentava a demanda por matérias-primas e novos mercados consumidores. Além disso, havia uma forte competição entre as potências europeias para estabelecer sua presença em outros continentes, o que ficou conhecido como "corrida imperialista".
Um dos elementos que contribuíram para a colonização da África foi a ideologia do "darwinismo social", que justificava a dominação das raças "superiores" sobre as "inferiores". Os europeus acreditavam que sua missão civilizadora era levar a "civilização" aos povos "primitivos" da África, e que isso deveria ser feito através da colonização e do cristianismo.
A religião cristã, em particular, desempenhou um papel importante na colonização da África. Os missionários cristãos viram a África como um campo fértil para converter as pessoas ao cristianismo e difundir a cultura europeia. As missões cristãs estabeleceram escolas e hospitais, e muitas vezes atuaram como intermediários entre os colonizadores e as populações locais.
Outro fator que contribuiu para a colonização da África foi a tecnologia militar europeia, que permitiu aos colonizadores subjugar as populações locais com relativa facilidade. Os europeus tinham acesso a armas de fogo, navios a vapor e outras tecnologias que lhes permitiam dominar as sociedades africanas.
A Conferência de Berlim, realizada em 1884-1885, formalizou a partilha da África entre as potências europeias, definindo as fronteiras e estabelecendo as regras para a exploração dos recursos naturais. A partilha da África foi realizada sem a participação dos africanos e muitas vezes ignorou as diferenças étnicas e culturais das populações locais, o que gerou conflitos étnicos e políticos que perduram até hoje.
A colonização europeia teve impactos profundos na África, tanto positivos quanto negativos. Por um lado, a colonização trouxe novas tecnologias, educação, medicina e infraestrutura para a África. Por outro lado, a colonização também teve efeitos devastadores, como a exploração de recursos naturais, a escravização de africanos, a imposição de culturas estrangeiras e a subjugação das sociedades africanas.
BIBLIOGRAFIA
- Rodney, W. (1972). How Europe Underdeveloped Africa. Howard University Press.
- Hopkins, A. G. (1973). An economic history of West Africa. Columbia University Press.
- Mamdani, M. (1996). Citizen and Subject: Contemporary Africa and the Legacy of Late Colonialism. Princeton University Press.
- Iliffe, J. (1995). Africans: The History of a Continent. Cambridge University Press.
- Adas, M. (2001). Colonialism and Culture. University of Michigan Press.
- Gann, L. H., & Duignan, P. (Eds.). (2013). The Rulers of British Africa, 1870-1914. Routledge.
- Davidson, B. (1991). The African Past: Chronicles from Antiquity to Modern Times. Simon & Schuster.
- Davidson, B. (1994). Africa in History: Themes and Outlines. Simon & Schuster.
- Boahen, A. A. (1989). Africa under Colonial Domination, 1880-1935. University of California Press.
- Osterhammel, J. (2005). Colonialism: A Theoretical Overview. Princeton University Press.
os países colonizadores
Vários países europeus colonizaram a África ao longo da história, mas os principais colonizadores foram:
Portugal Espanha França Reino Unido Bélgica Alemanha Itália Holanda
Esses países estabeleceram colônias em diferentes partes da África, dividindo o continente entre si e explorando seus recursos naturais, mão de obra e território. A maioria desses países europeus deixou a África após a Segunda Guerra Mundial, quando os movimentos de independência se intensificaram.
CADA COLONIZADOR
Portugal:
Portugal foi um dos primeiros países europeus a se envolver em expedições de comércio e exploração no continente africano, iniciando seu envolvimento no final do século XV com as viagens dos exploradores portugueses como Bartolomeu Dias e Vasco da Gama. No início do século XIX, Portugal possuía colônias em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde. O desenvolvimento econômico de Portugal no período colonial foi impulsionado pelo comércio de escravos, ouro, marfim e outros recursos naturais africanos. A exploração desses recursos acabou por prejudicar a economia africana, uma vez que não beneficiou os países africanos, mas sim os colonizadores. Após a independência das suas colónias africanas nas décadas de 1970 e 1980, Portugal passou por um processo de reestruturação da sua economia, incluindo a diversificação dos seus setores produtivos.
Espanha:
A Espanha iniciou o seu envolvimento em África no final do século XIX com a colonização do Marrocos e das colônias do Saara Ocidental e da Guiné Espanhola. A colonização espanhola na África foi motivada pelo desejo de expandir a influência do país e proteger as suas rotas comerciais no Mediterrâneo. A economia espanhola no período colonial foi baseada na exploração de recursos naturais, especialmente minerais, e na produção de produtos agrícolas, como cana-de-açúcar e tabaco. Com a independência das suas colônias na África, a Espanha passou por uma crise econômica e política na década de 1970, mas conseguiu se recuperar nas décadas seguintes, se desenvolvendo como um importante país turístico e exportador de bens e serviços.
França:
A França começou a colonizar a África no século XIX, estabelecendo colônias na Argélia, Senegal, Mali, Costa do Marfim, Níger, Burkina Faso, Togo, Camarões, Congo, Madagáscar e outros países africanos. A colonização francesa na África foi impulsionada pelo desejo de expandir o império francês e explorar os recursos naturais africanos. Durante o período colonial, a economia francesa foi baseada na exploração de recursos minerais, como ouro, diamantes e petróleo, e na produção agrícola, como café, cacau e algodão. Após a independência das suas colônias africanas, a França manteve relações políticas e econômicas estreitas com vários países africanos, incluindo a manutenção de relações monetárias com alguns países africanos por meio do franco CFA.
Reino Unido:
O Reino Unido iniciou a colonização na África no século XIX, estabelecendo colônias em Uganda, Quênia, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe, África do Sul, Nigéria, Gana, entre outros países africanos. A colonização britânica na África foi motivada pelo desejo de explorar os recursos naturais africanos e também pela expansão do seu império e influência global. Durante o período colonial, a economia britânica se beneficiou do comércio de matérias-primas africanas, como ouro, diamantes, carvão, petróleo e outros recursos naturais. Além disso, os britânicos também investiram na agricultura e na produção de produtos como chá, café e algodão em suas colônias africanas. Após a independência das suas colônias, o Reino Unido manteve laços econômicos e políticos com vários países africanos, além de ajudar na construção de infraestruturas e projetos de desenvolvimento.
Bélgica:
A Bélgica iniciou sua colonização na África no final do século XIX, estabelecendo o Estado Livre do Congo, uma colônia pessoal do rei Leopoldo II da Bélgica. O objetivo principal era explorar as riquezas do Congo, como borracha e marfim. Durante este período, houve uma enorme exploração dos trabalhadores africanos, incluindo trabalho forçado e práticas brutais de escravidão, levando a um grande número de mortes. Após a independência do Congo em 1960, a Bélgica forneceu ajuda econômica e desenvolveu laços comerciais com o país.
Alemanha:
A Alemanha começou a colonizar a África no final do século XIX, estabelecendo colônias no Togo, Camarões, Namíbia e outras partes da África. A colonização alemã na África foi motivada pelo desejo de expandir seu império e desenvolver uma presença global. Durante o período colonial, a economia alemã se beneficiou do comércio de matérias-primas africanas, incluindo ouro, cobre e borracha. Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha perdeu suas colônias africanas para outras potências coloniais europeias.
Itália:
A Itália começou a colonizar a África no final do século XIX, estabelecendo colônias na Líbia, Somália, Etiópia e outras partes da África. A colonização italiana na África foi motivada pelo desejo de expandir seu império e criar uma presença global. Durante o período colonial, a economia italiana se beneficiou do comércio de matérias-primas africanas, incluindo petróleo e produtos agrícolas. Após a Segunda Guerra Mundial, a Itália perdeu suas colônias africanas.
Holanda:
A Holanda estabeleceu colônias na África do Sul, Namíbia e Gana no final do século XVII e início do século XVIII. A colonização holandesa na África foi motivada pela expansão do império holandês e pelo desejo de explorar os recursos naturais africanos. Durante o período colonial, a economia holandesa se beneficiou do comércio de diamantes, ouro e outros recursos naturais. Após a independência das suas colônias africanas na década de 1950 e 1960, a Holanda manteve relações comerciais e políticas com vários destes países.
CRISTIANISMO
Portugal:
Portugal é um país historicamente católico, e a Igreja Católica desempenhou um papel importante em sua história. Durante o período da colonização, os portugueses levaram o cristianismo para seus territórios coloniais na África, Ásia e América Latina. Em muitos casos, a conversão ao cristianismo era uma condição para os nativos serem aceitos como cidadãos nas colônias portuguesas. Ainda hoje, a maioria da população portuguesa é católica.
Espanha:
A Espanha é outro país com uma forte tradição católica. Durante a colonização das Américas, os espanhóis introduziram o cristianismo nas colônias, especialmente nas áreas onde os povos indígenas já tinham suas próprias religiões. Os espanhóis também levaram o cristianismo para as Filipinas, que se tornou um importante centro católico na Ásia. Hoje em dia, a maioria da população espanhola ainda se identifica como católica.
França:
A França é um país historicamente católico, mas também tem uma longa história de conflitos religiosos, incluindo as guerras de religião entre católicos e protestantes. Durante a colonização, os franceses levaram o cristianismo para seus territórios coloniais na África, Ásia e Américas, mas também enfrentaram resistência dos povos nativos que já tinham suas próprias crenças religiosas. Hoje em dia, a França é um país secular, embora a Igreja Católica ainda tenha uma presença significativa.
Reino Unido:
O Reino Unido é um país protestante, com a Igreja Anglicana como a igreja estatal. Durante a colonização, os britânicos levaram o cristianismo para seus territórios coloniais na África, Ásia e América, mas também permitiram outras religiões em suas colônias, especialmente em áreas onde havia uma presença significativa de outras religiões. Hoje em dia, a maioria da população britânica não é religiosa ou se identifica com outras religiões além do cristianismo.
Bélgica:
A Bélgica é um país predominantemente católico, e a Igreja Católica teve um papel importante em sua história. Durante a colonização, os belgas levaram o cristianismo para suas colônias na África, mas também enfrentaram resistência dos povos nativos que já tinham suas próprias crenças religiosas. Hoje em dia, a maioria da população belga é católica.
Alemanha:
A Alemanha tem uma longa história de conflitos religiosos, incluindo a Reforma Protestante liderada por Martinho Lutero. Durante a colonização, os alemães levaram o cristianismo para seus territórios coloniais na África, mas também permitiram outras religiões em suas colônias. Hoje em dia, a maioria da população alemã é cristã, dividida entre católicos e protestantes.
Itália:
A Itália é um país predominantemente católico, e a Igreja Católica teve um papel importante em sua história e cultura. Durante a colonização, os italianos levaram o cristianismo para suas colônias na África e outras regiões, mas também encontraram resistência dos povos nativos com suas próprias crenças religiosas. Atualmente, a maioria da população italiana é católica.
Holanda:
A Holanda tem uma tradição protestante, com a Igreja Reformada como a principal denominação. Durante a colonização, os holandeses levaram o cristianismo para suas colônias na Ásia e África, mas também permitiram outras religiões em suas colônias. Atualmente, a maioria da população holandesa não é religiosa ou se identifica com outras religiões além do cristianismo.
Em resumo, a maioria dos países europeus que colonizaram a África tinham o cristianismo como sua religião predominante, e levaram essa religião para suas colônias. No entanto, as experiências variaram de país para país e de colônia para colônia, com alguns povos nativos resistindo à conversão forçada e outros abraçando a nova religião. Hoje em dia, a religião ainda desempenha um papel importante em muitos países africanos, com o cristianismo sendo uma das principais religiões praticadas.
BIBLIOGRAFIA
Para a história da colonização europeia na África
- "Orientalismo" de Edward Said, publicado pela primeira vez em 1978, que analisa a relação entre o Ocidente e o Oriente, incluindo a colonização e a exploração cultural.
- "África: uma história" de John Iliffe, publicado em 2007, que aborda a história do continente africano desde a pré-história até os dias atuais, incluindo o período de colonização europeia.
- "Como a Europa subdesenvolveu a África" de Walter Rodney, publicado em 1972, que apresenta uma análise crítica sobre o impacto da colonização europeia na economia africana.
- "A questão colonial" de Aimé Césaire, publicado em 1950, que aborda a relação entre colonização e racismo.
Para a história do cristianismo na África
- "História do Cristianismo na África" de Bengt Sundkler e Christopher Steed, publicado em 2005, que apresenta uma visão geral do cristianismo na África desde o período pré-colonial até os dias atuais.
- "African Christianity: An African Story" de Ogbu Kalu, publicado em 2005, que analisa o papel do cristianismo na transformação social, cultural e política da África.
- "African Christian Theology: Adaptation or Incarnation?" de John Parratt, publicado em 2010, que discute a adaptação do cristianismo às culturas e contextos africanos, bem como a questão da inculturação.
- "African Traditional Religion in Biblical Perspective" de Johnson M. K. Kah, publicado em 2011, que examina a relação entre as religiões africanas tradicionais e o cristianismo.
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a escravidão no passado
A escravidão é uma das maiores atrocidades cometidas na história da humanidade, e a África foi a região mais afetada por essa prática. Segundo estimativas, entre os séculos XV e XIX, cerca de 12,5 milhões de africanos foram capturados e vendidos como escravos para o continente americano e a Europa, gerando enormes perdas econômicas, culturais e humanas para o continente africano.
Do ponto de vista econômico, a escravidão representou uma perda significativa para a África. O comércio de escravos foi uma das principais fontes de renda para os países europeus e para os comerciantes africanos envolvidos nesse comércio. O escoamento de mão de obra e o roubo de recursos naturais afetaram profundamente a economia do continente, limitando seu desenvolvimento e mantendo-o numa posição de subordinação em relação aos países europeus.
Além dos prejuízos econômicos, a escravidão também gerou perdas culturais e humanas para a África. A captura de indivíduos e a separação de famílias inteiras causaram um enorme trauma na sociedade africana, além de terem gerado um grande vácuo cultural. Muitos conhecimentos, tradições e formas de organização social foram perdidos com a captura dos escravos, o que contribuiu para a dificuldade da África em se reerguer após o fim do comércio de escravos.
EXPLORAÇÃO MUNDIAL
A escravidão foi um dos principais pilares da economia europeia e americana durante séculos. Estima-se que o comércio de escravos africanos tenha gerado uma enorme riqueza para essas regiões, permitindo a acumulação de capital e o desenvolvimento de seus setores produtivos. De fato, muitos dos países europeus e americanos que hoje são considerados desenvolvidos se beneficiaram diretamente da exploração da África.
Ao longo dos séculos XV a XIX, a escravidão permitiu que a Europa e as Américas se tornassem potências econômicas mundiais. O trabalho forçado dos escravos possibilitou a produção em larga escala de diversos produtos, como açúcar, tabaco, algodão e café, que foram fundamentais para a formação de grandes empresas e a acumulação de riqueza. Além disso, a exploração de recursos naturais africanos, como o ouro, o marfim e os diamantes, também contribuiu para o enriquecimento dessas regiões.
No entanto, é importante destacar que todo esse desenvolvimento foi construído em cima da exploração e da violação dos direitos humanos de milhões de africanos. Os lucros gerados pela escravidão não foram compartilhados de forma justa com a África, que foi deixada em uma situação de pobreza e subdesenvolvimento. Até hoje, a África carrega as cicatrizes da escravidão, lutando para se desenvolver e se afirmar como um continente independente e autônomo.
OUTRAS EXPLORAÇÕES
Além da escravidão, a Europa e as Américas também exploraram a África de diversas outras formas entre os séculos XV e XIX. Uma dessas formas foi o comércio de marfim, que se tornou uma das principais atividades econômicas do continente africano. O marfim era extraído das presas de elefantes e era muito valorizado na Europa e na Ásia, sendo utilizado para a confecção de objetos de luxo, como joias, estatuetas e instrumentos musicais. A extração de marfim na África gerou uma enorme riqueza para os europeus, mas também causou a caça indiscriminada de elefantes, levando a população desses animais à beira da extinção.
Outra forma de exploração da África foi a extração de recursos naturais, como o ouro e os diamantes. Esses minerais eram encontrados em diversas regiões do continente africano e eram muito valorizados na Europa e na América. A extração desses recursos gerou uma enorme riqueza para os países europeus e americanos, mas também contribuiu para a degradação ambiental e para a desigualdade social na África. Muitas vezes, a extração de recursos era realizada por empresas estrangeiras, que não se preocupavam com o bem-estar das comunidades locais e exploravam o trabalho de africanos em condições precárias.
Além disso, a exploração da África também se deu através da imposição de acordos comerciais desfavoráveis e da cobrança de tributos excessivos. Os europeus impuseram à África uma série de tratados e acordos comerciais que visavam a assegurar a exploração dos recursos naturais e a manutenção do controle econômico sobre o continente. Além disso, muitos países europeus exigiam tributos e impostos das populações africanas, o que contribuiu para o empobrecimento e para a desigualdade social no continente.
BIBLIOGRAFIA
- "O tráfico de escravos e as origens da desconfiança na África" de Nathan Nunn
- "Desenvolvimento Económico Africano e Legados Coloniais" de Leonard Wantchekon
- "O Desenvolvimento de África em Perspectiva Histórica" de Emmanuel Akyeampong e Robert H. Bates
- "A Disputa pela África: A Conquista do Continente Escuro pelo Homem Branco de 1876 a 1912" de Thomas Pakenham
- "O Fantasma do Rei Leopoldo: Uma História de Ganância, Terror e Heroísmo na África Colonial" de Adam Hochschild.
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os males que cada um cometeu
A colonização da África pelos países europeus teve impactos significativos na história, cultura e desenvolvimento econômico do continente. Abaixo, descrevo os malefícios atribuídos a cada país europeu envolvido na colonização da África, bem como o tempo em que colonizaram esses territórios.
Portugal:
Portugal foi um dos primeiros países europeus a estabelecer relações comerciais e coloniais na África, com início no século XV. No entanto, sua presença em grande parte da África subsaariana foi limitada a pequenos enclaves costeiros. O principal malefício atribuído a Portugal é a escravização e o tráfico transatlântico de escravos, que durou cerca de quatro séculos e foi responsável pela captura e transporte forçado de milhões de africanos para as Américas.
Espanha:
A Espanha estabeleceu colônias em partes da África ocidental e norte da África a partir do século XIX. O principal malefício atribuído à Espanha é a repressão violenta e a exploração de povos nativos, bem como o uso de trabalhadores forçados para extrair recursos naturais como ouro, prata e sal.
Reino Unido:
O Reino Unido estabeleceu colônias em grande parte da África a partir do século XIX. O principal malefício atribuído ao Reino Unido é a exploração econômica, com a extração de recursos naturais, incluindo minerais, madeira e culturas agrícolas, que eram enviados para a metrópole. Além disso, o Reino Unido também utilizou força militar e repressão para manter sua dominação sobre as colônias africanas.
França:
A França estabeleceu colônias em grande parte da África a partir do final do século XIX. O principal malefício atribuído à França é a exploração econômica e a opressão política, com a extração de recursos naturais e a imposição de políticas que favoreceram as elites francesas e mantiveram as populações africanas em condições de pobreza e desigualdade.
Bélgica:
A Bélgica estabeleceu uma colônia na região do Congo a partir de 1885, que se tornou uma das mais brutais da história da África. O principal malefício atribuído à Bélgica é a exploração econômica extrema e a violência sistemática, com a extração forçada de borracha e marfim e o uso de trabalhadores forçados que foram submetidos a trabalhos exaustivos e punições físicas brutais.
Alemanha:
A Alemanha estabeleceu colônias em partes da África a partir do final do século XIX. O principal malefício atribuído à Alemanha é a violência sistemática e a repressão política, com a imposição de políticas que favoreciam os interesses germânicos e a supressão das populações africanas. Durante a Primeira Guerra Mundial, as colônias alemãs foram ocupadas pelos Aliados e posteriormente administradas sob mandato pela Liga das Nações, e depois pela ONU.
Itália:
A Itália estabeleceu colônias em partes da África a partir do final do século XIX. O principal malefício atribuído à Itália é a repressão violenta e a exploração econômica, com a imposição de políticas que favoreciam os interesses italianos e a supressão das populações africanas. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Itália perdeu suas colônias africanas para as forças Aliadas.
Em resumo, os principais malefícios atribuídos à colonização da África pelos países europeus incluem a escravização, tráfico de escravos, repressão violenta, exploração econômica extrema, opressão política, uso de trabalhadores forçados e punições físicas brutais. As consequências desses atos ainda são sentidas hoje na África, incluindo desigualdade econômica, instabilidade política e conflitos armados.
BIBLIOGRAFIA
Livros:
- MARTIN, Phyllis M. A. Lazer e Sociedade em Brazzaville Colonial. Cambridge University Press, 1995.
- RANGER, Terence O. A Invenção da Tradição na África Colonial. Cambridge University Press, 1983.
- ROTHCHILD, Donald. Gerir Conflitos Étnicos em África: Pressões e Incentivos à Cooperação. Brookings Institution Press, 2001.
Artigos e ensaios:
- BATES, Robert H. "Colonialismo e Desenvolvimento na África". World Politics, vol. 37, no. 1, 1984, pp. 1-27.
- HAAKONSEN, Knud. "Colonialismo e seus legados". História do Pensamento Político, vol. 32, n. 4, 2011, pp. 655-676.
- HOPKINS, A. G. "Imperialismo Econômico na África Ocidental: Lagos, 1880-1914." The Economic History Review, vol. 27, n. 3, 1974, pp. 412-427.
Documentários e filmes:
- "África: Uma Viagem de Descoberta com Basil Davidson." BBC, 1984.
- "Preto e Branco na Cor." Dir. Jean-Jacques Annaud, 1976.
- "A Batalha de Argel." Dir. Gillo Pontecorvo, 1966.
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os benefícios que cada um promoveu
A colonização da África por países europeus ocorreu durante o século XIX e início do século XX, período conhecido como "Partilha da África". Esses países se envolveram em uma corrida para conquistar territórios e recursos na África, visando seus próprios interesses econômicos, políticos e culturais.
A seguir, brevemente os principais países europeus envolvidos na colonização da África, os territórios que colonizaram e os benefícios atribuídos a cada um deles.
Portugal:
Territórios colonizados: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
Duração da colonização: entre os séculos XV e XX.
Benefícios atribuídos: exploração de recursos naturais (diamantes, ouro, petróleo, etc.), mão de obra escrava, estabelecimento de portos para o comércio marítimo e expansão do império português.
Espanha:
Territórios colonizados: Guiné Equatorial e Marrocos (protetorado).
Duração da colonização: entre os séculos XV e XX.
Benefícios atribuídos: exploração de recursos naturais (principalmente petróleo), expansão do império espanhol e controle estratégico de rotas marítimas.
França:
Territórios colonizados: Argélia, Benim, Burkina Faso, Burundi, Camarões, Chade, Comores, Congo-Brazzaville, Costa do Marfim, Djibuti, Gabão, Guiné, Madagáscar, Mali, Mauritânia, Níger, República Centro-Africana, Ruanda, Senegal, Seychelles, Somália (protetorado), Togo e Tunísia.
Duração da colonização: entre os séculos XIX e XX.
Benefícios atribuídos: exploração de recursos naturais (petróleo, urânio, cobre, ferro, etc.), mão de obra escrava, estabelecimento de portos para o comércio marítimo, expansão do império francês e difusão da cultura e língua francesas.
Reino Unido:
Territórios colonizados: África do Sul, Botsuana, Egito, Gana, Quênia, Lesoto, Malawi, Maurícia, Namíbia, Nigéria, Rodésia (atual Zimbábue), Serra Leoa, Sudão (atual Sudão do Sul), Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zanzibar.
Duração da colonização: entre os séculos XIX e XX.
Benefícios atribuídos: exploração de recursos naturais (diamantes, ouro, cobre, chumbo, etc.), estabelecimento de portos para o comércio marítimo, expansão do império britânico, difusão da cultura e língua inglesas e desenvolvimento de infraestrutura (ferrovias, estradas, portos, etc.).
Alemanha:
Territórios colonizados: Camarões, Namíbia, Togo, Ruanda, Burundi e Tanzânia (parte).
Duração da colonização: entre os séculos XIX e XX.
Benefícios atribuídos: exploração de recursos naturais (diamantes, cobre, ouro, etc.), estabelecimento de portos para o comércio marítimo, expansão do império alemão e difusão da cultura e língua alemãs.
Bélgica:
Territórios colonizados: República Democrática do Congo (anteriormente conhecida como Congo Belga).
Duração da colonização: entre os séculos XIX e XX.
Benefícios atribuídos: exploração de recursos naturais (principalmente borracha e marfim), mão de obra escrava, estabelecimento de portos para o comércio marítimo e expansão do império belga.
É importante ressaltar que, embora cada país colonizador tenha tido seus próprios interesses e benefícios, a colonização trouxe inúmeros prejuízos para os povos africanos, incluindo a perda de suas terras, a exploração de seus recursos naturais e humanos, a violência e a repressão cultural. Ainda hoje, os efeitos da colonização podem ser sentidos na África, com muitos países lutando para superar as consequências de séculos de dominação estrangeira.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
- Iliffe, J. (2007). África: história da África Oriental. São Paulo: Editora Unesp.
- Birmingham, D. (2005). História da África. Lisboa: Edições 70.
- Asante, M. K., & Mazama, A. (Eds.). (2009). Enciclopédia da África. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo.
- Pakenham, T. (1992). O Scramble for Africa. Nova Iorque: Random House.
- Davidson, B. (1994). A história da África. São Paulo: Editora Ática.
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como ressarciram os prejuízos
Os países colonizadores da África têm tomado diferentes medidas para amenizar ou ressarcir os prejuízos econômicos e culturais causados aos países colonizados. Abaixo estão alguns exemplos:
Portugal:
O governo português tem realizado projetos de cooperação com os países africanos de língua portuguesa, como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Além disso, em 2021, Portugal anunciou um programa de compensação de cerca de 5 milhões de euros para as vítimas do massacre de Wiriyamu, ocorrido em Moçambique em 1972, durante a guerra colonial.
Outra maneira é por meio da criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 1996, que tem como objetivo promover a cooperação e a amizade entre os países membros, que incluem Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e, mais recentemente, a Guiné Equatorial.
Portugal também tem investido em projetos de desenvolvimento em áreas como saúde, educação, energia renovável e infraestrutura nos países africanos de língua portuguesa, com o objetivo de promover o crescimento econômico e a melhoria das condições de vida das populações desses países.
Além disso, Portugal tem apoiado a participação dos países africanos de língua portuguesa em organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Africana (UA), e tem trabalhado para promover a cultura e a língua portuguesa em todo o mundo.
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França:
Em 2021, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou a devolução de 26 obras de arte do Benin que foram saqueadas durante a época colonial. Além disso, em 2019, a França anunciou o cancelamento da dívida de 4,8 bilhões de euros de países africanos que faziam parte da antiga Federação da África Equatorial Francesa.
A França tem um histórico de colonização em vários países africanos, e muitos desses países têm reivindicado reparações pela exploração e opressão que sofreram durante o período colonial. No entanto, até o momento, a França não fez nenhum pagamento substancial em termos de reparações para esses países.
Em 2019, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou que a França devolveria aos países africanos milhares de obras de arte que foram roubadas durante a colonização, mas esta é uma questão cultural e histórica, e não uma reparação financeira.
Além disso, a França mantém relações econômicas e políticas com seus antigos territórios coloniais na África, através de acordos comerciais e de ajuda ao desenvolvimento, mas esses acordos são muitas vezes criticados por perpetuar as desigualdades econômicas entre a França e os países africanos.
Em resumo, a França ainda não ressarciu financeiramente os países africanos colonizados por ela, e essa é uma questão que continua a ser debatida e reivindicada pelos países africanos e pelos defensores dos direitos humanos e da justiça histórica.
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Reino Unido:
O governo britânico tem fornecido ajuda financeira para os países africanos e tem incentivado o investimento estrangeiro na região. Além disso, em 2020, a Universidade de Cambridge anunciou um fundo de £100 milhões para apoiar estudantes africanos.
Além dessas iniciativas, o governo britânico tem desenvolvido uma série de programas para apoiar o desenvolvimento econômico e social em países africanos. Por exemplo, o Departamento para o Desenvolvimento Internacional (DFID) do Reino Unido tem implementado projetos de educação, saúde, segurança alimentar e empoderamento feminino em países como Nigéria, Etiópia, Somália, Sudão do Sul e muitos outros.
Além disso, o Reino Unido tem incentivado o comércio com países africanos e tem trabalhado para reduzir as barreiras comerciais e aumentar o acesso aos mercados europeus. Em 2019, o governo britânico organizou a primeira Cúpula Reino Unido-África em Londres, que contou com a presença de líderes africanos e empresários britânicos, com o objetivo de fortalecer os laços econômicos entre as duas regiões.
Outra iniciativa importante é a Parceria para a Prosperidade África-Reino Unido, que foi lançada em 2018 e tem como objetivo promover o comércio, o investimento e o crescimento econômico sustentável em países africanos. A parceria é baseada em quatro pilares principais: comércio, investimento, segurança e governança.
Além disso, o Reino Unido tem apoiado esforços para promover a paz e a estabilidade em países africanos, incluindo a participação em missões de manutenção da paz da ONU e o fornecimento de assistência humanitária em áreas afetadas por conflitos e desastres naturais.
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Alemanha:
Em 2021, a Alemanha anunciou um programa de ajuda financeira de 1,1 bilhão de euros para apoiar o desenvolvimento econômico dos países africanos. Além disso, em 2015, o governo alemão reconheceu o genocídio cometido contra o povo Herero e Nama na Namíbia durante o período colonial e ofereceu um pedido de desculpas oficial.
Além das iniciativas mencionadas, a Alemanha tem tomado outras medidas para lidar com as consequências de seu passado colonial em algumas regiões. Abaixo estão algumas dessas medidas:
Indenizações: A Alemanha tem pago indenizações para algumas vítimas de abusos cometidos durante o período colonial. Por exemplo, em 2004, o governo alemão pagou uma indenização de 17 milhões de euros para sobreviventes da revolta dos Maji-Maji na atual Tanzânia, onde estima-se que até 75.000 pessoas foram mortas.
Projeto de pesquisa: Em 2018, o governo alemão anunciou um projeto de pesquisa para examinar o passado colonial do país na África. O objetivo do projeto é fornecer uma visão abrangente das atrocidades cometidas durante o período colonial e identificar possíveis ações de reparação.
Retorno de artefatos: A Alemanha tem devolvido artefatos saqueados durante o período colonial a seus países de origem. Em 2019, o governo alemão devolveu à Namíbia uma coleção de crânios de vítimas do genocídio Herero e Nama.
Apoio ao desenvolvimento: Além do programa de ajuda financeira mencionado anteriormente, a Alemanha também tem apoiado o desenvolvimento econômico em alguns países africanos por meio de ajuda ao desenvolvimento e investimentos em projetos de infraestrutura.
No entanto, algumas críticas afirmam que as medidas adotadas pela Alemanha ainda são insuficientes para lidar com as consequências de seu passado colonial e que há mais a ser feito para reparar os danos causados.
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Bélgica:
Em 2020, o rei belga Philippe expressou seu "profundo arrependimento" pelo papel da Bélgica na colonização do Congo e afirmou que "as feridas da colonização ainda estão vivas". No entanto, a Bélgica ainda não tomou medidas concretas para ressarcir os prejuízos causados pelo período colonial.
Desde o pedido de desculpas do rei belga Philippe em 2020, houve alguns desenvolvimentos em relação ao legado colonial da Bélgica no Congo. O governo belga estabeleceu um comitê de especialistas para examinar o passado colonial do país e recomendar ações a serem tomadas para lidar com ele.
O comitê apresentou seu relatório em 2021, que incluiu uma série de recomendações, incluindo o pedido formal de desculpas do governo belga pelo passado colonial, a remoção de estátuas de líderes coloniais e uma reforma da educação para incluir um estudo mais aprofundado da história colonial do país.
Além disso, o governo belga também está trabalhando em uma iniciativa de "reparação histórica" para a República Democrática do Congo, que pode incluir a devolução de artefatos coloniais, bem como assistência financeira para projetos de desenvolvimento no país.
No entanto, alguns críticos argumentam que essas ações ainda não são suficientes e que a Bélgica precisa fazer mais para lidar com o legado do colonialismo. Ainda há muito debate sobre como a Bélgica deve lidar com o seu passado colonial e quais ações específicas precisam ser tomadas para reparar os danos causados.
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Espanha:
O governo espanhol tem realizado projetos de cooperação com os países africanos de língua espanhola, como Guiné Equatorial e Marrocos. Além disso, em 2020, a cidade de Barcelona anunciou um fundo de 30 milhões de euros para apoiar projetos de desenvolvimento em países africanos.
A Espanha tem tomado algumas medidas para abordar a questão do colonialismo na África. Em 2021, o Parlamento espanhol aprovou uma resolução que reconhece a responsabilidade histórica da Espanha na escravidão e no tráfico de escravos, e pede medidas para reparar o dano causado.
No entanto, é importante ressaltar que a questão da reparação histórica é complexa e há diferentes visões sobre como isso deve ser feito. Alguns argumentam que as reparações devem ser feitas em termos econômicos, como a dívida externa dos países africanos e a transferência de recursos. Outros defendem que as reparações devem incluir uma apologia oficial e medidas para preservar a cultura africana e combater o racismo e a discriminação.
De qualquer forma, é importante que a Espanha e outros países que tiveram um papel no colonialismo na África reconheçam a responsabilidade histórica e trabalhem em conjunto com os países africanos para encontrar formas de abordar as consequências duradouras do colonialismo.
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É importante ressaltar que essas medidas são apenas alguns exemplos e que a questão do ressarcimento pelos prejuízos causados pela colonização é complexa e ainda está em debate. Muitos argumentam que os países colonizadores têm uma dívida histórica com os países colonizados que ainda não foi totalmente reconhecida ou reparada.
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como reagem à imigração
A Europa, principalmente os países que colonizaram a África, tem tido uma relação complexa e conflituosa em relação à imigração. Por um lado, a União Europeia (UE) reconhece a necessidade de lidar com o problema dos refugiados e imigrantes em busca de asilo, mas por outro lado, a Europa também tem adotado uma postura de fechamento das fronteiras e políticas cada vez mais restritivas em relação à entrada de imigrantes.
Em geral, os países europeus têm sido mais receptivos à imigração de trabalhadores qualificados, especialmente nos setores de tecnologia e saúde. No entanto, a imigração de pessoas consideradas "não qualificadas" tem sido cada vez mais restrita. A Europa tem adotado políticas para limitar a imigração em massa, com medidas que visam restringir o acesso à educação, saúde e bem-estar para imigrantes ilegais ou em situação precária.
Outra questão importante é a de que muitos países europeus têm adotado políticas anti-imigração com base no medo do terrorismo e do extremismo religioso. Há uma percepção generalizada de que os imigrantes são mais propensos a se envolver em atividades criminosas e extremistas. Isso tem levado a uma pressão crescente por parte dos governos europeus para restringir a imigração, especialmente de países de maioria muçulmana.
Além disso, a Europa tem feito acordos com países africanos para tentar reduzir o número de pessoas que migram para a Europa. Muitos desses acordos envolvem a ajuda financeira e técnica para os governos africanos, a fim de desenvolverem suas economias e melhorarem as condições de vida de seus cidadãos. No entanto, a eficácia desses acordos é questionável, já que muitos governos africanos são instáveis e corruptos.
A União Europeia também tem tentado lidar com a imigração em massa através da criação de campos de refugiados em países próximos às regiões de conflito. No entanto, esses campos frequentemente têm condições precárias e são alvos de abusos e violência. A Europa tem sido criticada por não estar fazendo o suficiente para proteger os direitos humanos dos refugiados e migrantes.
Por fim, a Europa também tem enfrentado uma crescente onda de sentimentos anti-imigrantes. Partidos políticos de extrema-direita têm ganhado força em muitos países europeus, com plataformas que visam restringir ainda mais a imigração e reverter a política de abertura das fronteiras. Isso tem levado a uma polarização crescente da sociedade europeia em relação ao tema da imigração, tornando ainda mais difícil encontrar soluções que atendam às necessidades de todos os envolvidos.
BIBLIOGRAFIA
- Castelos, S., & Miller, M. J. (2009). A era da migração: movimentos populacionais internacionais no mundo moderno. Nova Iorque: Guilford Press.
- Collyer, M. (2014). Emigração e imigração. In Enciclopédia Internacional de Ciências Sociais e Comportamentais (Segunda Edição) (pp. 108-113). Elsevier.
- Comissão Europeia. (2021). Migração e Assuntos Internos. Retirado de https://
- Organização Internacional para as Migrações. (2021). Migração na UE. Retirado de https://
- Triandafyllidou, A. (2017). O desafio da imigração na Europa: conciliar a solidariedade e os interesses nacionais. Oxford University Press.
- Vertovec, S. (2018). Migração e diversidade na Europa: uma visão geral. In Routledge Handbook of Immigration and Refugee Studies (pp. 20-30). Routledge.
Capítulo 2:
História da África pré-colonização
Descrição das civilizações africanas antes da chegada dos colonizadores
Destaque para as riquezas culturais e naturais do continente
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a mãe África do mundo
A África é frequentemente referida como "mãe África" devido à sua história e influência cultural significativas em todo o mundo. Acredita-se que os primeiros seres humanos tenham se originado na África e, portanto, a África é considerada o berço da humanidade. Essa conexão ancestral tem sido uma fonte de orgulho e identidade para muitos africanos, e a África é frequentemente descrita como a "mãe" de todas as raças humanas.
Além disso, a África tem uma rica diversidade cultural que remonta a milhares de anos. As muitas culturas e tradições que se desenvolveram em todo o continente foram influenciadas pela geografia, clima, recursos naturais e história complexa da região. A África é também a casa de muitas das mais antigas e avançadas civilizações do mundo, como os impérios de Mali, Gana e Songhai na África Ocidental, e os reinos de Kush e Aksum na África Oriental.
A África também tem sido fundamental na formação da história e cultura global. Desde o comércio de escravos que durou séculos, até o papel da África na Segunda Guerra Mundial e em movimentos de independência do colonialismo, a África tem influenciado diretamente muitos aspectos do mundo moderno. A música africana, a literatura, a arte e a moda têm sido uma fonte de inspiração para pessoas em todo o mundo, com muitos artistas africanos conquistando sucesso internacional.
Outro fator que contribui para a África ser chamada de "mãe" é a importância do continente para a vida e sobrevivência de muitas espécies animais. A África abriga a maior variedade de animais selvagens do mundo, incluindo muitas espécies ameaçadas de extinção. A sobrevivência dessas espécies e ecossistemas depende do equilíbrio entre as forças naturais e as atividades humanas, e a proteção dessas áreas e habitats é fundamental para o futuro de muitas espécies ameaçadas.
Por fim, a África é frequentemente chamada de "mãe" devido à força e resiliência de seu povo. Apesar dos muitos desafios econômicos, políticos e sociais enfrentados pelo continente, a África continua a produzir líderes inspiradores, artistas talentosos, cientistas e empreendedores, além de comunidades que lutam pela justiça social e pelos direitos humanos. Essa força e determinação são admiráveis e inspiradoras, e contribuem para a ideia de que a África é uma "mãe" que alimenta e sustenta seus filhos.
BIBLIOGRAFIA
- "Africa: A Biography of the Continent" by John Reader
- "The African Origin of Civilization: Myth or Reality" by Cheikh Anta Diop
- "The Scramble for Africa: White Man's Conquest of the Dark Continent from 1876-1912" by Thomas Pakenham
- "African Folktales" by Roger D. Abrahams
- "Things Fall Apart" by Chinua Achebe
- "Africa's World War: Congo, the Rwandan Genocide, and the Making of a Continental Catastrophe" by Gerard Prunier
- "The African Experience: An Introduction" by Vincent B. Khapoya
- "The Heart of the Ngoni: Heroes of the African Kingdom of Segu" by Harold Courlander
- "The African Diaspora: A History Through Culture" by Patrick Manning
- "The Africa Cookbook: Tastes of a Continent" by Jessica B. Harris.
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Antigo Egito e o Império Cartaginês
Civilização Egípcia na África:
A civilização egípcia é uma das mais antigas e duradouras da história da humanidade. Localizada no nordeste da África, às margens do rio Nilo, a civilização egípcia prosperou durante mais de três mil anos, deixando para trás um legado cultural, arquitetônico e religioso sem igual. Os egípcios desenvolveram técnicas avançadas de agricultura, arquitetura e engenharia, bem como um sistema de escrita hieroglífica, que permitiu a transmissão de conhecimento de geração em geração.
A religião era um elemento central na vida egípcia, com os deuses sendo considerados responsáveis pela manutenção da ordem cósmica. A sociedade egípcia era hierarquizada, com o faraó ocupando o topo da pirâmide social, seguido pelos sacerdotes, nobres e, por fim, os camponeses. Os egípcios também foram pioneiros na mumificação, preservando os corpos dos mortos para que pudessem ser venerados e honrados pelos vivos.
A arte egípcia é conhecida por suas representações de divindades, faraós e cenas do cotidiano, como agricultura e pesca. As construções mais famosas da civilização egípcia são as pirâmides de Gizé, monumentos imponentes que foram erguidos para abrigar os corpos dos faraós após a morte. Além disso, os egípcios também construíram templos grandiosos, como o templo de Karnak, dedicado ao deus Amon.
Civilização Cartaginesa:
A civilização cartaginesa surgiu na costa do norte da África, no que é hoje a Tunísia, por volta do século IX a.C. Como uma cidade-estado fenícia, Cartago cresceu rapidamente como um importante centro comercial no Mediterrâneo. Os cartagineses construíram uma grande frota naval, que lhes permitiu estabelecer rotas comerciais com outras regiões do Mediterrâneo, incluindo o Egito e a Grécia.
A sociedade cartaginesa era baseada em uma aristocracia de ricos proprietários de terra e comerciantes, que se apoiavam em uma classe de trabalhadores livres e escravos. Os cartagineses eram poliglotas, falando várias línguas, incluindo o fenício, o grego e o latim. Eles adoravam uma variedade de deuses, muitos dos quais foram adotados da religião fenícia.
A arte cartaginesa é menos conhecida do que a arte egípcia, mas os cartagineses produziram uma variedade de objetos de cerâmica e metal, bem como moedas e jóias elaboradas. Eles também construíram grandes obras de engenharia, incluindo portos e aquedutos. A história dos cartagineses é marcada por conflitos com os romanos, que acabaram levando à destruição de Cartago em 146 a.C.
BIBLIOGRAFIA
Para a civilização egípcia, algumas sugestões de leitura são:
- "História da Antiguidade Oriental" de Marc Van De Mieroop
- "A Civilização Egípcia" de Sergio Pereira Couto
- "Arte egípcia" de Cyril Aldred
- "Os Mitos Egípcios" de Georges Hart
Para a civilização cartaginesa, algumas sugestões de leitura são:
- "Cartago e sua civilização" de Gilbert Charles-Picard e Colette Picard
- "História de Cartago" de Dexter Hoyos
- "O Mundo Púnico" de Pedro Barceló
- "Cartago: A Primeira Guerra Púnica" de Nigel Bagnall
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Impérios de Gana, do Mali e da Etiópia
Civilização de Gana:
A civilização de Gana, também conhecida como Império de Gana, foi uma sociedade islâmica localizada na região do Sahel, na África Ocidental, que existiu do século VI ao XIII. Sua capital era a cidade de Koumbi Saleh, que se tornou um importante centro comercial devido à localização privilegiada no cruzamento de rotas comerciais transaarianas. O Império de Gana tinha uma economia baseada no comércio de ouro, sal e escravos. A religião predominante era o islamismo, que foi trazido para a região pelos comerciantes árabes.
O Império de Gana era governado por um rei, ou Ghana, que controlava as rotas comerciais e mantinha a ordem em seu reino. A sociedade era dividida em classes, com os comerciantes ocupando a posição mais alta na hierarquia social. O sistema educacional era baseado no aprendizado por meio da tradição oral, em que os jovens aprendiam a história, a religião e as habilidades necessárias para sobreviver no deserto.
Civilização do Mali:
O Império do Mali foi uma civilização islâmica localizada na região da África Ocidental que existiu entre os séculos XIII e XV. Sua capital era a cidade de Timbuktu, que se tornou um importante centro de aprendizado islâmico e um local de peregrinação para muçulmanos de toda a região. A economia do Império do Mali era baseada no comércio de ouro, sal e escravos, e o império controlava as rotas comerciais que cruzavam o deserto do Saara.
O Império do Mali era governado por um imperador, ou Mansa, que era considerado um líder religioso e político. O sistema educacional era baseado no aprendizado por meio da tradição oral e da escrita, e a cidade de Timbuktu se tornou um importante centro de aprendizado islâmico. A sociedade era dividida em castas, com os comerciantes e os estudiosos ocupando as posições mais altas na hierarquia social.
Civilização da Etiópia:
A civilização da Etiópia, também conhecida como Império Etíope, foi uma sociedade cristã localizada na região do Chifre da África que existiu do século IV até o século XX. Sua capital era a cidade de Axum, que se tornou um importante centro comercial e religioso na região. A economia do Império Etíope era baseada no comércio de especiarias, marfim e ouro, e o império controlava as rotas comerciais que cruzavam o Mar Vermelho.
O Império Etíope era governado por um imperador, ou Negus, que era considerado um líder religioso e político. A religião predominante era o cristianismo ortodoxo, que foi introduzido na região pelos missionários coptas. O sistema educacional era baseado no aprendizado por meio da tradição oral e da escrita, e a cidade de Axum se tornou um importante centro de aprendizado religioso. A sociedade era dividida em castas, com os sacerdotes e os nobres ocupando as posições mais
BIBLIOGRAFIA
- "The Ghana Empire" de Sheryl B. St. Germain
- "Mali: A Cultural Center of the African Renaissance" de Tunde Adeleke
- "The Mali Empire: West Africa's Legendary Empire" de Richard Hull
- "The Ethiopian Empire: From the Ancient Times Until the End of the Ethiopian-Italian War 1936" de Henze, Paul B.
- "A History of Ethiopia" de Harold G. Marcus
- "The Christian Kingdom of Ethiopia: A History" de John W. Merck
- "The Lost Empire of Ethiopia" de Stuart Munro-Hay
- "Ethiopia and the Red Sea: The Rise and Decline of the Solomonic Dynasty and Muslim-European Rivalry in the Region" de Mordechai Abir.
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Reino do Congo e Sultanato de Kilwa
Reino do Congo:
O Reino do Congo foi um antigo estado africano localizado na região central da África, que existiu do século XIII até o final do século XIX. O reino foi fundado pelo povo Bakongo e se estendia pelos atuais países de Angola, República Democrática do Congo e República do Congo. O Reino do Congo era governado por um rei, conhecido como Manikongo, que governava através de uma corte de conselheiros e ministros. O reino era dividido em províncias, cada uma com seu próprio governante local e sistema de tributação. O Reino do Congo era uma sociedade hierárquica e estratificada, com uma elite governante composta por nobres e uma classe trabalhadora de camponeses e artesãos.
A economia do Reino do Congo era baseada na agricultura, com o cultivo de milho, mandioca, feijão e palmeiras. O reino também era conhecido por suas habilidades em trabalhos em ferro, bronze e cobre, produzindo armas, ferramentas e objetos de arte. O comércio era realizado através de uma rede de rotas comerciais que se estendiam até a costa atlântica, onde os produtos eram trocados por sal, tecidos e outros bens. O Reino do Congo teve contato com os europeus a partir do século XV, através dos portugueses, que estabeleceram relações comerciais e missionárias com o reino.
Sultanato de Kilwa:
O Sultanato de Kilwa foi um antigo estado africano localizado na costa leste da África, que existiu do século X ao XV. O sultanato foi fundado pelo povo swahili e se estendia pelo atual território da Tanzânia. O sultanato era governado por um sultão, que governava através de uma corte de conselheiros e ministros. Kilwa era um importante centro comercial, que controlava o comércio de ouro, marfim, especiarias e escravos na costa leste da África. O sultanato também era conhecido por suas habilidades em construções em pedra, com a construção de fortalezas, mesquitas e palácios.
A economia do sultanato era baseada no comércio, com o comércio marítimo sendo realizado através de uma frota de dhow, navios árabes que eram usados para o comércio e navegação ao longo da costa. O sultanato tinha relações comerciais com a Pérsia, Índia, China e outros países do Oriente Médio. Kilwa foi um importante centro de influência cultural, com a difusão da cultura swahili e do Islã na região. O sultanato foi conquistado pelos portugueses em 1505, que estabeleceram um posto comercial em Kilwa e assumiram o controle do comércio na região.
BIBLIOGRAFIA
Reino do Congo:
- Thornton, J. K. (1998). Africa and Africans in the making of the Atlantic world, 1400-1800. Cambridge University Press.
- Ki-Zerbo, J. (1978). História da África Negra. Publicações Europa-América.
- Vansina, J. (2010). O Reino do Congo: A história dos Bakongos e de seu rei. Instituto Piaget.
- Horton, M. C., & Middleton, J. (2000). The Swahili: The social landscape of a mercantile society. Blackwell Publishers.
- Ingrams, W. H. (1967). Zanzibar: Its history and its people. Frank Cass & Co. Ltd.
- Nugent, P. (2004). Africa since independence: A comparative history. Palgrave Macmillan.
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riquezas culturais e naturais
- O rio Nilo, o rio mais longo do mundo, que tem sido fundamental para a agricultura e a sobrevivência de várias comunidades na África.
- A savana, um dos biomas mais emblemáticos da África, que abriga uma rica biodiversidade de animais selvagens.
- As montanhas Rwenzori, localizadas na fronteira entre Uganda e Congo, que são o lar de várias espécies raras de plantas e animais.
- As Cataratas Vitória, uma das maiores quedas d'água do mundo, localizada na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabwe.
- O Kilimanjaro, a montanha mais alta da África, localizada na Tanzânia.
- O Parque Nacional Kruger, na África do Sul, que abriga uma grande variedade de animais selvagens, como leões, elefantes, leopardos e rinocerontes.
- As praias de Zanzibar, uma ilha localizada na costa da Tanzânia, conhecida por suas águas cristalinas e praias de areia branca.
- O delta do rio Okavango, em Botswana, um dos maiores deltas interiores do mundo, que abriga uma rica biodiversidade de animais selvagens.
- O deserto do Saara, o maior deserto do mundo, que se estende por grande parte do norte da África.
- O Lago Vitória, o maior lago da África e o segundo maior do mundo, que é o lar de várias espécies de peixes.
- O Monte Nimba, localizado na Guiné, que abriga uma rica biodiversidade de plantas e animais, incluindo várias espécies ameaçadas de extinção.
- As pirâmides de Gizé, no Egito, um dos monumentos mais icônicos da civilização egípcia antiga.
- O Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia, conhecido por suas migrações de animais selvagens, incluindo zebras e gnus.
- As minas de ouro de Gana, que foram exploradas por séculos antes da chegada dos europeus.
- A floresta equatorial do Congo, que abriga uma rica biodiversidade de plantas e animais, incluindo gorilas e chimpanzés.
- O comércio de escravos transatlântico, que teve um impacto significativo na história e na cultura da África.
- O Reino de Mali, um antigo império que controlava a rota comercial transaariana de ouro e sal.
- A Música Africana, que é conhecida por sua diversidade e riqueza de estilos e ritmos.
- A escrita e literatura africana, que remonta a milhares de anos e inclui obras importantes como as epopeias do Mali e as obras de Chinua Achebe.
- As tradições culturais e religiosas africanas, que incluem uma variedade de crenças e práticas, como a religião Yoruba na Nigéria e o animismo em várias partes do continente.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
- "Africa: A Biography of the Continent" de John Reader
- "King Leopold's Ghost" de Adam Hochschild
- "Things Fall Apart" de Chinua Achebe
- "The Scramble for Africa" de Thomas Pakenham
- "The African Origin of Civilization: Myth or Reality" de Cheikh Anta Diop
- "The Fate of Africa: A History of Fifty Years of Independence" de Martin Meredith
- "Africa's World War: Congo, the Rwandan Genocide, and the Making of a Continental Catastrophe" de Gerard Prunier
- "African Religions: A Very Short Introduction" de Jacob K. Olupona
- "The African Diaspora: A History Through Culture" de Patrick Manning
- "The World and Africa" de W.E.B. Du Bois.
Capítulo 3:
Contexto histórico da colonização
Descrição do contexto político e econômico dos países europeus na época da colonização
Destaque para a disputa entre as potências europeias pela conquista de novos territórios e mercados
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o contexto europeu
O contexto político, econômico e social da Europa no final do século XIX foi caracterizado por um forte nacionalismo, competição econômica acirrada e tensões geopolíticas crescentes entre as principais potências europeias. As rivalidades territoriais e militares estavam presentes em todo o continente, com cada país buscando consolidar seu poder e influência em detrimento dos outros.
A expansão colonial também se tornou uma prioridade para muitos países europeus, que viam as colônias como uma fonte de recursos naturais e mão de obra barata, bem como um meio de projetar sua influência globalmente. A África, em particular, era vista como uma região com enormes possibilidades de exploração econômica e expansão territorial.
Essa busca por recursos e expansão foi impulsionada por uma série de mudanças econômicas e sociais ocorridas na Europa. O surgimento da Revolução Industrial e do capitalismo desencadeou um aumento na demanda por matérias-primas e novos mercados para vender produtos manufaturados. As empresas europeias buscavam lucro a qualquer custo e a colonização da África parecia uma oportunidade ideal para isso.
Além disso, a ideologia do darwinismo social e do racismo científico estava em voga na Europa, que defendia a superioridade racial e cultural dos europeus sobre outros povos do mundo. Isso justificou a colonização da África e outras regiões como uma missão civilizatória, na qual os europeus teriam a tarefa de levar o progresso e a cultura para esses povos "inferiores".
Os objetivos da colonização da África variavam entre os países europeus, mas geralmente incluíam o controle de rotas comerciais e de recursos naturais, a expansão territorial, a busca por prestígio e a demonstração do poderio militar. Alguns países também tinham objetivos religiosos, especialmente os missionários cristãos que buscavam converter os povos africanos ao cristianismo e impor sua cultura e valores.
Com o avanço da colonização, os países europeus passaram a se enfrentar por territórios e influência na África, resultando em conflitos como a Conferência de Berlim em 1884-85, na qual as principais potências europeias se reuniram para estabelecer as regras para a partilha da África. Esse período de colonização teve consequências duradouras para o continente africano, incluindo a exploração de recursos naturais, a imposição de sistemas políticos e econômicos europeus, o deslocamento forçado de populações africanas e a subjugação cultural e religiosa dos povos africanos.
BIBLIOGRAFIA
- Iliffe, J. (2005). Africanos: A História de um Continente. Imprensa da Universidade de Cambridge.
- Rodney, W. (1972). Como a Europa subdesenvolveu a África. Howard University Press.
- Davidson, B. (1991). O tráfico de escravos africanos. James Currey Editores.
- Boahen, A. A. (1985). Perspectivas africanas sobre o colonialismo. A Johns Hopkins University Press.
- Meredith, M. (2005). O Destino da África: Uma História do Continente Desde a Independência. Assuntos Públicos.
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contexto político dos países europeus
A colonização compartilhada da África ocorreu durante o final do século XIX e início do século XX, quando as principais potências europeias, incluindo Grã-Bretanha, França, Alemanha, Portugal, Bélgica, Espanha e Itália, dividiram e colonizaram o continente africano. Cada país tinha suas próprias motivações políticas e econômicas para a colonização, que afetaram a forma como eles se comportaram durante esse processo.
A Grã-Bretanha, que já tinha uma vasta rede de colônias ao redor do mundo, via a África como uma oportunidade para expandir ainda mais sua influência e controle. A política britânica de "divide e conquista" permitiu que eles criassem alianças com líderes locais para expandir seu domínio. Além disso, a Grã-Bretanha estava interessada em garantir rotas comerciais seguras para suas colônias asiáticas, que eram importantes para a economia britânica.
A França, por outro lado, via a colonização da África como uma forma de restaurar sua posição como potência mundial, após sua derrota na Guerra Franco-Prussiana. A França estava especialmente interessada na África Ocidental, onde esperava encontrar recursos valiosos e estabelecer rotas comerciais para a Ásia. A política francesa de assimilação significava que os franceses tentaram impor sua cultura e língua aos africanos colonizados.
A Alemanha era um participante relativamente novo na colonização africana e estava ansiosa para se estabelecer como uma potência colonial. A colonização da África Oriental Alemã (atual Tanzânia) permitiu que a Alemanha garantisse rotas comerciais para a Ásia e expandisse sua influência global. A Alemanha também estava interessada em estabelecer uma colônia agrícola na África para atender às necessidades de sua crescente população.
Portugal, que já tinha colônias na África, incluindo Angola e Moçambique, estava principalmente interessada em explorar os recursos naturais do continente, como o ouro e os diamantes. Portugal também queria expandir sua influência na África para aumentar sua posição como potência mundial.
A Bélgica, sob o comando do rei Leopoldo II, era a mais brutal das potências coloniais na África. Leopoldo II estava principalmente interessado em estabelecer uma colônia para si mesmo e, como resultado, a colônia do Congo Belga era conhecida por seu tratamento cruel e desumano aos habitantes locais.
A Espanha e a Itália eram relativamente novas na colonização africana e estavam principalmente interessadas em estabelecer suas próprias colônias para aumentar sua influência global. A Espanha estabeleceu colônias na África Ocidental e Equatorial, enquanto a Itália estabeleceu colônias na Eritreia, Somália e Líbia.
Em resumo, cada país envolvido na colonização compartilhada da África tinha suas próprias motivações políticas e econômicas para estabelecer colônias no continente. A Grã-Bretanha e a França estavam principalmente interessadas em
BIBLIOGRAFIA
- "História da África" de Joseph Ki-Zerbo
- "A partilha da África" de John P. Mackenzie
- "O colonialismo explicado aos jovens" de Jean-Pierre Bat
- "A invenção da África" de Valentin-Yves Mudimbe
- "A África sob dominação colonial, 1880-1935" de Catherine Coquery-Vidrovitch
- "O homem nu: sua obra completa" de Fernando Vilela
- "Como a Europa subdesenvolveu a África" de Walter Rodney
- "O Estado colonial e a questão agrária" de Florestan Fernandes
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contexto econômico dos países europeus
A colonização da África pelos países europeus ocorreu em um período de grande crescimento econômico na Europa. Durante a segunda metade do século XIX, as potências europeias competiam para expandir seus impérios coloniais, buscando novos mercados e recursos naturais para alimentar seu crescimento industrial. Essas potências, incluindo França, Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Portugal e Espanha, estavam em busca de novas fontes de matérias-primas, como borracha, marfim, cobre e ouro, e de novos mercados para seus produtos manufaturados.
As empresas europeias, apoiadas por seus governos, estavam ansiosas para explorar o mercado africano. O comércio de escravos havia sido abolido e, portanto, era necessário encontrar novas fontes de mão de obra barata. As potências europeias também estavam em busca de novas terras para cultivar produtos agrícolas, como café, chá e algodão. A Europa estava experimentando um crescimento econômico sem precedentes, e a colonização da África era vista como uma oportunidade para sustentar esse crescimento.
A corrida colonial na África levou a uma intensa rivalidade entre as potências europeias. Elas se envolveram em conflitos militares uns contra os outros em várias ocasiões, em uma busca por territórios e recursos naturais. A competição entre as potências europeias também levou à partilha do continente, através da Conferência de Berlim em 1884-85, onde as nações europeias dividiram a África entre si, sem levar em consideração as fronteiras históricas ou culturais.
A colonização da África por países europeus envolveu o uso de força militar para subjugar os povos africanos. Além disso, os europeus impuseram suas instituições políticas, econômicas e sociais aos povos africanos, muitas vezes com consequências devastadoras. Por exemplo, as potências europeias estabeleceram sistemas de produção agrícola em larga escala que requeriam grandes áreas de terra e mão de obra barata. Isso resultou em desapropriação de terras e deslocamentos em massa de populações africanas.
Os países europeus envolvidos na colonização da África se beneficiaram significativamente dos recursos e do trabalho africano. A exploração de recursos naturais e a produção agrícola em larga escala forneceram matérias-primas para a indústria europeia e geraram lucros significativos para empresas europeias. No entanto, a colonização também teve efeitos negativos para a economia africana, incluindo o empobrecimento de muitas populações africanas e a interrupção de sistemas econômicos e sociais existentes.
BIBLIOGRAFIA
- Rodney, W. (1972). Como a Europa subdesenvolveu a África. Londres: Bogle-L'Ouverture Publications.
- Iliffe, J. (2007). Africanos: A História de um Continente (2ª ed.). Cambridge: Cambridge University Press.
- Hopkins, A. G. (1973). Uma História Econômica da África Ocidental. Londres: Longman.
- Inikori, J. E. (1992). Africanos e a Revolução Industrial na Inglaterra: Um Estudo em Comércio Internacional e Desenvolvimento Econômico. Cambridge: Cambridge University Press.
- Klein, H. S. (1998). O tráfico atlântico de escravos. Cambridge: Cambridge University Press.
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europeus disputam novos mercados
A colonização da África pelos europeus teve início no final do século XIX, quando as potências europeias disputavam novos mercados e recursos naturais em um contexto de expansão capitalista. Nesse período, as nações europeias estavam interessadas em explorar e controlar territórios for a da Europa, o que levou à colonização de diversos países africanos.
Os europeus viam a África como uma fonte de matérias-primas, como ouro, diamantes, marfim e borracha, além de um mercado em potencial para seus produtos manufaturados. Para isso, eles usavam de sua superioridade militar e tecnológica para conquistar e controlar as regiões africanas, muitas vezes recorrendo a táticas violentas e opressivas.
As potências europeias estabeleceram colônias em diversas partes da África, criando fronteiras artificiais que ignoravam as diferenças culturais e étnicas dos povos africanos. Essas colônias foram governadas de maneira autoritária, com a imposição de leis e políticas que beneficiavam os interesses dos colonizadores em detrimento dos africanos.
A colonização europeia teve graves consequências para a África, incluindo a exploração de seus recursos naturais, a destruição de suas culturas e modos de vida, e a introdução de doenças e conflitos violentos. Ainda hoje, os efeitos da colonização são sentidos na África, com muitos países enfrentando problemas sociais, políticos e econômicos decorrentes de décadas de exploração e opressão por parte dos europeus.
BIBLIOGRAFIA
- Achebe, Chinua. "As coisas desmoronam". Penguin Books, 1958.
- Davidson, Basílio. "O tráfico de escravos africanos". Little, Brown e Companhia, 1980.
- Hochschild, Adão. "O Fantasma do Rei Leopoldo: Uma História de Ganância, Terror e Heroísmo na África Colonial". Houghton Mifflin Harcourt, 1998.
- Rodney, Walter. "Como a Europa subdesenvolveu a África". Bogle-L'Ouverture Publications, 1972.
- Disse, Eduardo. "Orientalismo". Livros Vintage, 1979.
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europeus disputam novos territórios
A Europa desempenhou um papel crucial na conquista e disputa de territórios pelo mundo, especialmente na colonização da África. Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Alemanha e Bélgica foram algumas das potências europeias que tiveram um papel de destaque nesse processo. A seguir, serão apresentados detalhes sobre cada uma delas.
Portugal foi uma das primeiras potências a se envolver na colonização da África, tendo conquistado territórios como Angola e Moçambique. Além disso, os portugueses foram responsáveis pela descoberta e colonização do Brasil, que se tornou uma importante colônia portuguesa no Novo Mundo.
A Espanha, por sua vez, colonizou grande parte da América Latina, além de ter estabelecido colônias na África e na Ásia. Entre as colônias espanholas na África estão a Guiné Equatorial, Marrocos e o Saara Ocidental.
A França estabeleceu colônias em várias partes do mundo, incluindo a África. Entre os países africanos que foram colonizados pelos franceses estão a Argélia, Costa do Marfim, Senegal, Gabão e Congo. A França também desempenhou um papel importante na partilha da África durante a Conferência de Berlim, em 1884-1885.
O Reino Unido foi uma das maiores potências coloniais do mundo, tendo estabelecido colônias em todos os continentes. Na África, os britânicos estabeleceram colônias na África do Sul, Egito, Sudão, Quênia, Uganda, Tanzânia e Zâmbia, entre outros países.
A Alemanha, apesar de ser uma potência relativamente tardia na colonização, estabeleceu colônias na África Ocidental, incluindo Togo, Camarões e Namíbia. A Alemanha também desempenhou um papel importante na partilha da África, tendo participado da Conferência de Berlim.
A Bélgica foi outra potência relativamente tardia na colonização, mas teve um papel de destaque na exploração do Congo. O rei belga Leopoldo II foi responsável pela criação do Estado Livre do Congo, uma colônia privada onde foram cometidos abusos e atrocidades contra os habitantes locais.
Em resumo, a colonização europeia da África envolveu diversas potências, cada uma com suas próprias estratégias e objetivos. Embora tenha trazido alguns benefícios para as potências colonizadoras, a colonização também teve graves consequências para os países africanos, incluindo a exploração de recursos naturais, a escravidão, a violência e a subjugação cultural.
BIBLIOGRAFIA
- Pakenham, T. (1991). A Disputa pela África: A Conquista do Continente Escuro pelo Homem Branco de 1876 a 1912. Casa aleatória.
- Rodney, W. (2018). Como a Europa subdesenvolveu a África. Verso Livros.
- Iliffe, J. (2007). Africanos: A História de um Continente. Imprensa da Universidade de Cambridge.
- Cooper, F. (2002). África Desde 1940: O Passado do Presente. Imprensa da Universidade de Cambridge.
- Fage, J. D. (2001). Uma História da África. Routledge.
- Hopkins, A. G. (2019). Imperialismo Britânico, 1688-2015. Palgrave Macmillan.
Capítulo 4:
A chegada dos colonizadores protestantes
Descrição das primeiras expedições colonizadoras protestantes na África
Destaque para as razões religiosas que motivaram a colonização
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século xvi e a expansão protestante
A expansão protestante teve início no século XVI, quando o monge alemão Martinho Lutero iniciou o movimento que ficaria conhecido como Reforma Protestante. A partir daí, diversos países europeus aderiram ao protestantismo, sendo a Alemanha, a Suíça e a Inglaterra os mais representativos.
Na Alemanha, o movimento protestante foi liderado por Lutero, que se opôs à venda de indulgências pela Igreja Católica e defendeu a ideia de que a salvação se dá pela fé em Jesus Cristo, e não pela compra de indulgências. O protestantismo se espalhou rapidamente pela Alemanha, e Lutero tornou-se uma figura de grande importância política e religiosa.
Na Suíça, o líder da Reforma foi João Calvino, que pregava a predestinação e a salvação pela graça divina. O movimento protestante suíço era marcado pelo puritanismo e pela rigidez moral, e se espalhou rapidamente para outros países europeus, como a Escócia e a França.
Na Inglaterra, a expansão do protestantismo foi liderada por Henrique VIII, que rompeu com a Igreja Católica após o papa se recusar a anular seu casamento com Catarina de Aragão. Henrique VIII fundou a Igreja Anglicana, que misturava elementos do catolicismo e do protestantismo, e se tornou o líder religioso supremo da Inglaterra.
Com a expansão do protestantismo, a Europa foi dividida em países católicos e protestantes, o que gerou conflitos religiosos e políticos por toda a Europa. Na França, por exemplo, ocorreu a Guerra dos Trinta Anos, que foi marcada pela violência e pela intolerância religiosa. No entanto, apesar dos conflitos, a Reforma Protestante marcou o início de uma nova era para o Cristianismo, que passou a contar com diversas denominações religiosas e uma maior liberdade de pensamento e expressão.
BIBLIOGRAFIA
- MacCulloch, D. (2004). A Reforma: uma história. São Paulo: Companhia das Letras.
- Hillerbrand, H. J. (2007). A Enciclopédia Oxford da Reforma. Oxford: Oxford University Press.
- Spitz, L. W. (2003). A Reforma Protestante. São Paulo: Editora Vida Nova.
- Cameron, E. (2012). A Reforma Europeia. Oxford: Oxford University Press.
- Tracy, J. D. (1995). Os Reformadores Protestantes: Martinho Lutero e João Calvino. Malden: Editora Blackwell.
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a motivação econômica dos europeus
A colonização europeia da África foi impulsionada principalmente por interesses econômicos. No final do século XIX, a Europa passava por uma rápida industrialização e precisava de matérias-primas para alimentar sua economia em expansão. A África, com sua riqueza mineral, recursos naturais e vastas áreas de terras férteis, apresentava uma oportunidade ideal para os países europeus expandirem seus impérios e aumentarem suas fontes de matéria-prima.
Um dos recursos mais valiosos encontrados na África foi o ouro. A corrida pelo ouro foi um fator chave que levou as potências europeias a se interessarem pela África. As minas de ouro de Gana e do Mali, em particular, eram consideradas as mais ricas do mundo. Os europeus estabeleceram colônias na África para controlar essas minas e, assim, dominar a produção de ouro.
Além do ouro, a África também era rica em diamantes, cobre, petróleo, borracha e outros recursos naturais valiosos. Os países europeus estavam ansiosos para explorar esses recursos e transformá-los em produtos manufaturados. Eles estabeleceram plantações de algodão, café e outras culturas em terras africanas para fornecer matérias-primas para suas indústrias têxteis e de alimentos.
Outro fator que impulsionou a colonização europeia da África foi o comércio de escravos. Antes da colonização, muitas sociedades africanas já estavam envolvidas no comércio de escravos. No entanto, com a chegada dos europeus, o comércio de escravos se intensificou. Os europeus precisavam de mão-de-obra para trabalhar em suas plantações e minas e, assim, eles usaram sua superioridade militar para capturar e escravizar milhões de africanos.
Além de explorar os recursos naturais e os trabalhadores africanos, os europeus também estabeleceram rotas comerciais na África para vender seus próprios produtos manufaturados. Eles usaram sua superioridade naval e militar para estabelecer portos e rotas comerciais ao longo da costa africana, o que lhes permitiu estabelecer um monopólio sobre o comércio com as sociedades africanas.
Outro interesse econômico que levou os europeus a colonizarem a África foi o desejo de expandir seus mercados e investimentos. A África representava uma nova fronteira para as empresas europeias, e muitas delas viram oportunidades para expandir seus negócios e aumentar seus lucros. As empresas europeias investiram em minas, plantações, infraestrutura e outras empresas na África, tornando a colonização uma questão não apenas de controle político, mas também de exploração econômica.
Por fim, a colonização europeia da África foi também influenciada pela competição entre as potências europeias. As grandes potências, como Grã-Bretanha, França, Alemanha e Bélgica, competiam entre si pelo controle da África. O controle da África era visto como um símbolo de prestígio e poder para as nações europe
BIBLIOGRAFIA
- M'Bokolo, Elikia. África Negra: História e Civilizações. Edições 70, 2012.
- Afigbo, Adiele. Os Chefes de Mandado: governo indireto no sudeste da Nigéria, 1891-1929. Longman, 1972.
- Pakenham, Thomas. A Disputa pela África: A Conquista do Continente Escuro pelo Homem Branco de 1876 a 1912. Casa Aleatória, 1992.
- Rodney, Walter. Como a Europa subdesenvolveu a África. Howard University Press, 1981.
- Shillington, Kevin. História da África. Palgrave Macmillan, 2018.
- Davidson, Basílio. O fardo do homem negro: a África e a maldição do Estado-nação. James Currey Editores, 1992.
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a motivação política dos europeus
A colonização europeia da África foi motivada por uma série de interesses políticos, econômicos e culturais que se desenvolveram ao longo dos séculos XV e XVI. Os principais países europeus envolvidos na colonização da África foram Portugal, Espanha, França, Holanda e Inglaterra, cada um com seus próprios objetivos e interesses políticos.
Em primeiro lugar, a expansão colonial europeia foi motivada por uma busca por recursos naturais, incluindo ouro, prata, marfim, especiarias e outras commodities valiosas. Esses recursos eram vistos como cruciais para a expansão econômica dos países europeus, que estavam buscando se tornar potências econômicas globais. Para isso, eles precisavam estabelecer rotas comerciais lucrativas para a África e outros continentes.
Em segundo lugar, os países europeus também buscavam expandir seus territórios e influência política em todo o mundo. A colonização da África e de outros continentes era vista como uma forma de expandir o poder político dos países europeus, criando novos territórios que poderiam ser governados e controlados. Isso permitiu que os países europeus expandissem sua influência política globalmente, e também ajudou a proteger seus interesses comerciais no exterior.
Em terceiro lugar, muitos países europeus também estavam motivados por uma crença na superioridade cultural e racial. Eles acreditavam que os povos africanos eram inferiores aos europeus em termos de cultura, religião e intelecto. Essa crença levou muitos países europeus a acreditar que tinham o direito de colonizar a África e impor suas próprias formas de governo, religião e cultura sobre as populações locais.
Em quarto lugar, a expansão colonial europeia também foi motivada por conflitos entre os próprios países europeus. Na época, havia muitos conflitos territoriais entre as potências europeias, e a colonização da África e outros continentes era vista como uma forma de conquistar novos territórios e impedir que outros países europeus fizessem o mesmo. Esses conflitos frequentemente levaram a guerras e conflitos armados entre os países europeus, que continuaram por séculos.
Em quinto lugar, a colonização da África também foi vista como uma forma de promover a cristianização em todo o mundo. Muitos países europeus estavam motivados por uma crença na superioridade da religião cristã e buscavam converter as populações africanas ao cristianismo. Isso foi visto como uma forma de espalhar a cultura e os valores europeus em todo o mundo, enquanto também se expandia o poder e a influência política dos países europeus.
Por fim, a colonização da África também foi motivada por uma busca por prestígio e poder. Os países europeus queriam se tornar potências globais e estavam dispostos a fazer o que fosse necessário para alcançar esse objetivo. A colonização da África e outros continentes foi vista como uma forma de demonstrar a superioridade dos países europeus em relação a outras nações do mundo e estabelecer sua posição como potências políticas e econômicas globais.
BIBLIOGRAFIA
- M'Bokolo, E. (1998). A África e o desafio colonial: tornar-se moderno depois de conquistar o mundo. James Currey Editores.
- Rodney, W. (2018). Como a Europa subdesenvolveu a África. Verso Livros.
- Davidson, B. (1991). O passado africano: crônicas da antiguidade aos tempos modernos. Penguin Livros.
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- Inikori, J. E. (2002). Os africanos e a revolução industrial na Inglaterra: um estudo sobre comércio internacional e desenvolvimento econômico. Imprensa da Universidade de Cambridge.
- Hopkins, A. G. (1973). Uma história econômica da África Ocidental. Columbia University Press.
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a motivação religiosa dos europeus
A exploração da África pelos europeus, incluindo a colonização, foi motivada por diversos fatores, incluindo interesses religiosos. A Europa passava por um período de intensa atividade missionária, e muitos europeus acreditavam que tinham uma obrigação moral de levar o cristianismo a outras partes do mundo. A África, sendo vista como um continente "pagão", era um alvo óbvio para a expansão religiosa.
Além disso, a colonização permitiu que as potências europeias expandissem seu território e aumentassem sua riqueza. A exploração de recursos naturais, como minerais e marfim, tornou-se uma parte importante da economia europeia. A conquista de terras também permitiu que os europeus estabelecessem rotas comerciais seguras para a Ásia e outras partes do mundo.
Os países europeus estavam em uma competição acirrada pelo controle da África. A Conferência de Berlim de 1884-1885 dividiu o continente em zonas de influência, a fim de evitar conflitos entre as potências europeias. No entanto, muitos dos acordos foram baseados em uma visão racista e paternalista da África como uma terra primitiva e selvagem que precisava ser "civilizada" pelos europeus.
A Igreja Católica desempenhou um papel significativo na colonização da África. Os missionários estabeleceram igrejas e escolas em todo o continente, e muitos africanos foram convertidos ao cristianismo. A Igreja também apoiou os esforços coloniais, argumentando que a colonização permitiria aos europeus levar a civilização e a religião aos africanos "selvagens".
Os missionários também enfrentaram desafios na África, incluindo a resistência de africanos que se opunham à colonização e ao cristianismo. Muitos africanos acreditavam que suas próprias crenças e práticas religiosas eram tão válidas quanto as dos europeus, e se opunham a serem forçados a abandoná-las.
No final, a colonização da África teve consequências devastadoras para o continente e suas populações. A exploração de recursos naturais e a escravidão causaram enormes danos à economia e à sociedade africana. Muitos africanos foram forçados a trabalhar em condições terríveis nas plantações e minas europeias. A exploração também causou conflitos entre as populações africanas, e as fronteiras arbitrárias estabelecidas pelos europeus levaram a conflitos violentos após a independência das nações africanas.
BIBLIOGRAFIA
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- Ajayi, J.F.A. e Crowder, Michael. História da África Ocidental. Longman Group Ltd., 1974.
- Davidson, Basílio. África na História. Simon & Schuster, 1995.
- Shillington, Kevin. História da África. Palgrave Macmillan, 2012.
- Falola, Toyin e Heaton, Matthew M. Uma História da Nigéria. Cambridge University Press, 2008.
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exploração ao máximo da África
A colonização da África foi um processo que durou cerca de quatro séculos, desde a chegada dos primeiros europeus no continente, no final do século XV, até a independência das últimas colônias africanas, em meados do século XX. Durante esse período, os europeus exploraram intensivamente os recursos naturais da África e escravizaram milhões de africanos, transportando-os para o Novo Mundo. Esse processo de colonização extrema foi impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo a busca por novos mercados, a necessidade de matérias-primas e a concorrência entre as potências europeias.
Para realizar essa colonização extrema, os europeus mobilizaram uma enorme quantidade de recursos materiais e humanos. Eles construíram navios cada vez maiores e mais avançados, capazes de navegar pelos mares do mundo com segurança. Eles também desenvolveram armas cada vez mais sofisticadas, permitindo-lhes subjugar os povos africanos e tomar o controle de seus territórios. Além disso, os europeus mobilizaram um grande número de pessoas para trabalhar nas colônias, incluindo soldados, administradores coloniais, missionários e trabalhadores forçados.
Um dos principais recursos utilizados pelos europeus na colonização da África foi a força militar. Os exércitos europeus usaram suas armas modernas para subjugar os povos africanos e conquistar seus territórios. Em muitos casos, os africanos não tinham a tecnologia ou os recursos necessários para resistir aos europeus, e foram rapidamente derrotados. Em outros casos, os africanos resistiram ferozmente à ocupação estrangeira, mas foram finalmente superados pelo poderio militar europeu.
Além da força militar, os europeus também usaram a religião como uma ferramenta para justificar sua colonização da África. Os missionários cristãos foram enviados para converter os povos africanos ao cristianismo, e muitas vezes se aliaram aos governantes europeus para consolidar o controle sobre os territórios colonizados. Essa estratégia foi particularmente eficaz em áreas onde havia tensões religiosas entre os diferentes grupos africanos.
Outro recurso vital para a colonização da África foi o comércio. Os europeus buscavam novos mercados para seus produtos manufaturados e matérias-primas, e encontraram na África uma fonte de riqueza potencial. Eles estabeleceram feitorias comerciais ao longo da costa africana, trocando bens europeus por ouro, marfim, escravos e outros produtos africanos. Esse comércio se expandiu rapidamente à medida que os europeus penetravam cada vez mais no interior do continente.
Por fim, os europeus também usaram a tecnologia como um recurso importante para a colonização da África. Eles desenvolveram novas técnicas agrícolas, incluindo o cultivo em larga escala de plantas tropicais, como o cacau, o café e a borracha. Eles também introduziram novas tecnologias de transporte, incluindo ferrovias e estradas, que permitiram a exploração mais fácil dos recursos naturais da África. Em muitos casos, no
BIBLIOGRAFIA
- "Como a Europa subdesenvolveu a África" de Walter Rodney
- "O Fantasma do Rei Leopoldo" de Adam Hochschild
- "A Disputa pela África" de Thomas Pakenham
- "A África e os vitorianos" de Robin Hallett
- "A História de Oxford do Império Britânico: O Século XIX" editado por Andrew Porter
- "Colonialismo e suas formas de conhecimento: os britânicos na Índia" de Bernard Cohn
- "Imperialismo e Cultura" de Edward Said
- "Descolonizando a Mente" de Ngugi wa Thiong'o
- "Os Miseráveis da Terra" de Frantz Fanon.
Capítulo 5:
Genocídio e escravidão
Descrição dos crimes cometidos pelos colonizadores protestantes na África, como genocídio e escravidão
Destaque para as consequências desses crimes para a população africana
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ganância foi o maior estímulo aos europeus
Recursos naturais: A África é rica em recursos naturais, incluindo minerais como ouro, diamantes e petróleo, bem como recursos agrícolas. As potências coloniais estavam interessadas em explorar esses recursos para seus próprios interesses econômicos.
Mercado de escravos: O comércio de escravos foi uma fonte significativa de riqueza para os países europeus durante a era colonial. A África era um importante fornecedor de escravos para as Américas, e muitos impérios europeus se estabeleceram na África para estabelecer redes de comércio de escravos.
Controle do comércio: Além do comércio de escravos, a África ofereceu oportunidades significativas para o comércio de bens valiosos. As potências coloniais queriam estabelecer o controle sobre o comércio na região para garantir que seus próprios produtos tivessem um mercado competitivo.
Competição entre as potências europeias: Durante a era colonial, havia uma competição acirrada entre as potências europeias para estabelecer o controle sobre o maior número possível de territórios. O controle sobre a África ofereceu vantagens significativas em termos de riqueza e poder econômico.
Domínio econômico global: As potências europeias buscavam estabelecer o domínio econômico global no final do século XIX. O controle sobre a África ofereceu a oportunidade de expandir as redes comerciais e de influência global.
Acesso a rotas comerciais: A África é um continente com uma posição estratégica no globo. O controle sobre a África permitia o acesso a rotas comerciais importantes entre a Europa, Ásia e América.
Acesso a mão-de-obra barata: O controle sobre a África também oferecia a oportunidade de explorar mão-de-obra barata para trabalhar nas colônias e minas. As potências coloniais queriam maximizar seus lucros, e o uso de trabalhadores africanos era uma forma de fazer isso.
Política de poder: A colonização da África era vista como uma forma de demonstrar poder e influência global. As potências coloniais estavam interessadas em estabelecer sua hegemonia global, e a conquista da África era vista como uma forma de demonstrar sua superioridade sobre outros países.
Ideologia racial: Durante a era colonial, a ideologia racial desempenhou um papel importante na justificação da exploração e dominação dos povos africanos. Muitos colonizadores acreditavam que as raças brancas eram superiores às raças africanas e, portanto, tinham o direito de governar e explorar a região.
Nacionalismo econômico: O nacionalismo econômico também desempenhou um papel importante na colonização da África. As potências coloniais queriam garantir a segurança e a estabilidade econômica de suas próprias nações, e o controle sobre a África era visto como uma forma de garantir isso.
BIBLIOGRAFIA
- "The Scramble for Africa: White Man's Conquest of the Dark Continent from 1876 to 1912" de Thomas Pakenham.
- "O Fantasma do Rei Leopoldo: Uma História de Ganância, Terror e Heroísmo na África Colonial" de Adam Hochschild.
- "África: Uma Biografia do Continente" de John Reader.
- "Como a Europa subdesenvolveu a África" de Walter Rodney.
- "A Riqueza da África: A Base Mineral das Economias Africanas" de A. J. M. Claessen e Peter H. J. Kloos.
- "Colonialismo e Desenvolvimento Econômico na África" de G. Hyden e M. Bratton.
- "Imperialismo e Desenvolvimento Desigual" de Samir Amin.
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"o amor à ganância é a causa de todos os males"
Exemplos históricos de como a ganância econômica pode ter contribuído para os males associados à colonização da África pelos países europeus:
Tráfico de escravos: A busca pelo lucro levou os europeus a se envolverem no tráfico de escravos africanos, com consequências devastadoras para a população local e a longo prazo para a economia africana.
Apropriação de terras: A ganância econômica levou os colonizadores a apropriar terras africanas, muitas vezes à força, negando aos africanos o acesso à sua terra e recursos naturais.
Exploração de recursos naturais: A busca por lucros levou os colonizadores a explorar os recursos naturais africanos, muitas vezes sem benefício para as populações locais e com consequências ambientais negativas.
Imposição de tributação: A ganância econômica levou os colonizadores a impor tributos às populações locais, muitas vezes com o objetivo de maximizar seus próprios lucros e sem considerar as necessidades dos africanos.
Apropriação de recursos agrícolas: A ganância econômica levou os colonizadores a apropriar-se de terras férteis africanas para estabelecer plantações de culturas comerciais, como o algodão, muitas vezes à custa dos sistemas agrícolas tradicionais e da subsistência das populações locais.
Exploração de mão de obra: A ganância econômica levou os colonizadores a explorar a mão de obra africana, muitas vezes sem respeitar os direitos humanos básicos, como o pagamento justo e o tratamento humano.
Supressão de revoltas populares: A ganância econômica levou os colonizadores a suprimir as revoltas populares, muitas vezes com violência, para proteger seus interesses econômicos e políticos.
Imposição de sistemas econômicos: A ganância econômica levou os colonizadores a impor sistemas econômicos, muitas vezes sem considerar as necessidades e capacidades das populações locais, o que levou a desigualdades econômicas e à marginalização de grupos vulneráveis.
Destruição de comunidades locais: A ganância econômica levou os colonizadores a destruir comunidades locais, muitas vezes para expandir suas próprias atividades econômicas.
Desrespeito pelos direitos humanos: A ganância econômica levou os colonizadores a desrespeitar os direitos humanos, muitas vezes para proteger seus próprios interesses econômicos.
Supressão de culturas locais: A ganância econômica levou os colonizadores a suprimir as culturas locais, muitas vezes para promover sua própria agenda econômica e cultural.
Corrupção: A ganância econômica levou a corrupção de governos africanos e a cooperação de líderes locais com os colonizadores em troca de ganhos pessoais.
Falta de desenvolvimento econômico: A ganância econômica dos colonizadores europeus também contribuiu para o atraso no desenvolvimento econômico da África, já que as prioridades econômicas dos europeus nem sempre estavam alinhadas com as necessidades e desejos das populações africanas.
Desigualdades econômicas: A ganância econômica dos colonizadores europeus também contribuiu para o estabelecimento de desigualdades econômicas entre as populações africanas, já que as atividades econômicas eram frequentemente controladas pelos europeus ou por elites locais que colaboravam com eles.
Dependência econômica: A ganância econômica dos colonizadores europeus também contribuiu para a dependência econômica da África em relação aos países europeus, uma vez que muitas das atividades econômicas eram controladas por empresas e investidores europeus, o que limitava a capacidade da África de desenvolver sua própria economia.
BIBLIOGRAFIA
- "How Europe Underdeveloped Africa" por Walter Rodney
- "King Leopold's Ghost: A Story of Greed, Terror, and Heroism in Colonial Africa" por Adam Hochschild
- "Africa's World War: Congo, the Rwandan Genocide, and the Making of a Continental Catastrophe" por Gerard Prunier
- "The Scramble for Africa: White Man's Conquest of the Dark Continent from 1876 to 1912" por Thomas Pakenham
- "African Voices of the Atlantic Slave Trade: Beyond the Silence and the Shame" por Anne C. Bailey
- "The African Slave Trade and Its Suppression: A Classified and Annotated Bibliography of Books, Pamphlets and Periodical Articles" por Adam Gurowski
- "A History of Modern Africa: 1800 to the Present" por Richard J. Reid
- "The Challenge for Africa" por Wangari Maathai
- "Africa Since Independence: A Comparative History" por Paul Nugent
- "Africa in World History: From Prehistory to the Present" por Erik Gilbert e Jonathan T. Reynolds
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todo tipo de genocídio foi cometido
A colonização europeia na África, que durou do final do século XIX até a metade do século XX, resultou em muitos tipos de genocídios que afetaram diferentes grupos étnicos, religiosos e culturais. O objetivo dos colonizadores era explorar a riqueza natural e os recursos humanos da África para o benefício de suas próprias economias, e eles usaram violência, opressão e discriminação para alcançar seus objetivos.
Um dos exemplos mais notórios de genocídio na África foi o genocídio em Ruanda em 1994, que resultou na morte de cerca de 800.000 pessoas, principalmente da minoria tutsi. O genocídio foi iniciado pelo grupo étnico majoritário hutu, que incitou a violência contra os tutsis e os acusou de serem uma ameaça à nação. A violência se espalhou rapidamente, com milícias hutus matando tutsis em todo o país e forçando muitos a fugirem para países vizinhos.
Outro exemplo de genocídio na África é o genocídio em Darfur, no Sudão, que começou em 2003 e ainda está em andamento. As forças governamentais sudanesas e suas milícias aliadas atacaram as comunidades não-árabes de Darfur, matando, estuprando e deslocando milhões de pessoas. O conflito étnico e religioso na região tem raízes históricas, mas foi exacerbado pela interferência colonial na região.
Outro genocídio na África foi o genocídio dos hereros e namaquas na Namíbia, perpetrado pelos colonizadores alemães no início do século XX. Os alemães queriam expandir suas colônias na África e acreditavam que os grupos étnicos herero e namaqua eram uma ameaça à sua hegemonia. Eles mataram milhares de pessoas e forçaram muitos a fugir para o deserto, onde morreram de fome e sede.
O genocídio em Uganda, perpetrado pelo regime de Idi Amin na década de 1970, também foi uma consequência da colonização europeia na África. Amin, que era apoiado pela Grã-Bretanha, perseguiu grupos étnicos minoritários em Uganda, incluindo os tutsis que haviam fugido do genocídio em Ruanda. Ele usou a violência para manter-se no poder e se recusou a permitir que os refugiados tutsis deixassem o país.
O genocídio em Biafra, na Nigéria, durante a década de 1960, foi um conflito étnico que teve suas raízes na colonização britânica na Nigéria. A região de Biafra era habitada principalmente pelo grupo étnico igbo, que havia sido oprimido pelos britânicos durante o período colonial. Quando a Nigéria se tornou independente em 1960, a tensão entre os grupos étnicos aumentou, e a secessão de Biafra foi declarada em 1967. A guerra que se seguiu resultou na morte de milhões de pessoas, principalmente
BIBLIOGRAFIA
- "Genocídio: A história do século XX" de Norman M. Naimark
- "Genocídio na África" de Samuel Totten e Amanda Grzyb
- "A Questão do Genocídio: Léxico e História" de Dirk Moses
- "Violência e Colonialismo na África" de Frederick Cooper
- "O Lado Negro da Democracia: Explicando a Limpeza Étnica" de Michael Mann
- "A Disputa pela África: A Conquista do Continente Escuro pelo Homem Branco de 1876 a 1912" de Thomas Pakenham
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escravidão em larga escala
A escravidão na África teve origem em sociedades pré-coloniais, onde a escravidão era uma prática comum entre diferentes grupos étnicos e tribos. Os escravos eram adquiridos por meio de guerras, captura de indivíduos em viagens ou como forma de punição por crimes cometidos por membros de uma tribo ou família. As rotas comerciais transaarianas e transatlânticas existiam há séculos e envolviam a compra e venda de escravos africanos.
Durante o período colonial, o comércio transatlântico de escravos foi intensificado, com os europeus estabelecendo feitorias e fortalezas nas costas africanas para adquirir escravos em grande escala. O tráfico de escravos foi uma das principais fontes de enriquecimento da Europa Ocidental, com países como Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Holanda se beneficiando enormemente desse comércio.
Os escravos eram transportados para as colônias europeias no Novo Mundo para trabalhar nas plantações de açúcar, tabaco e algodão, bem como em minas de ouro e prata. As condições a bordo dos navios negreiros eram desumanas, com os escravos sendo amontoados em porões escuros e sujos, sem acesso adequado a alimentos, água ou saneamento básico. Estima-se que milhões de africanos foram capturados e levados como escravos para as Américas.
Enquanto isso, na África, o comércio de escravos continuou a existir, mas em uma escala muito menor. As rotas comerciais transaarianas e transatlânticas foram afetadas pelo comércio de escravos, que acabou prejudicando a economia africana, bem como as sociedades e culturas locais. Tribos inteiras foram dizimadas devido às guerras e à captura de indivíduos para a escravidão.
Com a abolição da escravidão no século XIX, o comércio de escravos foi proibido e gradualmente desapareceu. No entanto, o legado da escravidão e do comércio de escravos ainda é sentido em muitos países africanos e nas diásporas africanas ao redor do mundo. A escravidão foi uma das mais brutais violações dos direitos humanos na história da humanidade, deixando cicatrizes profundas na África e em outras partes do mundo.
BIBLIOGRAFIA
- Eltis, Davi. A Ascensão da Escravidão Africana nas Américas. Cambridge University Press, 2000.
- Klein, Herbert S. O tráfico atlântico de escravos. Cambridge University Press, 1999.
- Lovejoy, Paul E. Transformações na escravidão: uma história da escravidão na África. Cambridge University Press, 2011.
- Manning, Patrick. Escravidão e Vida Africana: Tráfico de Escravos Ocidentais, Orientais e Africanos. Cambridge University Press, 1990.
- Rodney, Walter. Como a Europa subdesenvolveu a África. Howard University Press, 1972.
- Thornton, John K. África e africanos na Construção do Mundo Atlântico, 1400-1800. Cambridge University Press, 1998.
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dúvida sobre a humanidade africana
É importante lembrar que a ideia de que africanos não eram humanos nunca foi uma crença universal na Europa, mas sim uma visão que prevaleceu em algumas partes da Europa durante determinados períodos históricos.
A primeira menção histórica da crença de que africanos não eram humanos remonta ao século IV, quando o filósofo cristão Santo Agostinho argumentou que as pessoas negras eram descendentes de Cã, filho de Noé, que teria sido amaldiçoado por Deus e, portanto, eles seriam inferiores. Esta teoria foi adotada posteriormente pelos europeus durante a Idade Média e Renascimento.
No entanto, a partir do século XV, a escravização dos africanos começou a se tornar cada vez mais comum, e a ideia de que os africanos não eram humanos foi usada para justificar a prática. A escravidão já existia na África antes da chegada dos europeus, mas a escala e a brutalidade da escravidão transatlântica eram sem precedentes.
Em 1452, o Papa Nicolau V emitiu uma bula papal chamada "Dum Diversas", que autorizava o rei português a escravizar qualquer não-cristão e conquistar terras não-cristãs. Isso deu a Portugal a justificativa religiosa para escravizar africanos e colonizar partes da África.
Em 1493, o Papa Alexandre VI emitiu outra bula chamada "Inter Caetera", que dividiu o mundo entre Portugal e Espanha. Esta bula também deu aos europeus o direito de "descobrir", conquistar e governar terras e povos não-cristãos, incluindo a África.
Ao longo dos séculos XVI e XVII, vários filósofos europeus, como René Descartes e Immanuel Kant, argumentaram que os africanos eram seres inferiores e que não possuíam a mesma capacidade mental ou intelectual que os europeus. Eles usaram essas teorias para justificar a escravidão e o colonialismo, e isso levou a uma visão generalizada dos africanos como seres inferiores.
Essas visões também foram perpetuadas pela literatura e pela arte. Por exemplo, a literatura do século XIX frequentemente retratava os africanos como selvagens e inferiores, enquanto a arte da época muitas vezes retratava africanos de forma exótica e submissa.
Essa crença na inferioridade dos africanos persistiu até o final do século XIX, quando o cientista alemão Ernst Haeckel popularizou a teoria do racismo científico, que afirmava que existiam diferentes raças humanas e que algumas eram superiores a outras. Essa teoria, juntamente com a crescente resistência dos africanos à colonização, contribuiu para o declínio do colonialismo europeu na África.
Em resumo, a ideia de que africanos não eram humanos foi usada para justificar a escravização e colonização da África pelos europeus durante vários séculos. Isso levou a uma visão generalizada dos africanos como seres inferiores, que persistiu até o final do século XIX.
BRASILEIROS
Nina Rodrigues (1862-1906) foi um médico, antropólogo e professor brasileiro que, em sua obra, buscou compreender as diferenças entre as raças humanas, particularmente entre brancos e negros. Sua teoria, chamada de "teoria do branqueamento", argumentava que o processo de mestiçagem levaria à "melhoria" da raça negra e à sua "branqueação". Rodrigues acreditava que os negros eram biologicamente inferiores aos brancos e que sua cultura era primitiva e atrasada.
Outro brasileiro que compartilhava dessa visão era Oliveira Vianna (1883-1951), que foi um sociólogo e político brasileiro. Em sua obra "Raça e Assimilação", Vianna argumentava que a miscigenação levaria à degeneração da raça branca e defendia a separação das raças como forma de manter a superioridade da cultura branca.
Essas ideias tiveram grande influência na literatura e nas artes brasileiras, especialmente no modernismo dos anos 1920 e 1930. O escritor Monteiro Lobato (1882-1948), por exemplo, é conhecido por ter feito comentários racistas em sua obra, incluindo a afirmação de que "o negro é uma raça inferior" em uma carta de 1945. O próprio modernismo brasileiro, que é frequentemente visto como um movimento que celebrava a diversidade cultural brasileira, muitas vezes reproduzia estereótipos racistas em sua representação de personagens negros.
Além disso, o racismo brasileiro também se manifestou em outras formas de expressão, como na música popular e no cinema. Por exemplo, o samba, que se originou na comunidade negra do Rio de Janeiro no início do século XX, foi frequentemente visto como uma forma de música "inferior" e associado à criminalidade e à promiscuidade.
Apesar disso, também houve vozes que se levantaram contra o racismo no Brasil. Um exemplo é o poeta e escritor Lima Barreto (1881-1922), que foi um crítico contundente das visões racistas da sociedade brasileira em sua obra. Barreto escreveu sobre a condição do negro no Brasil e denunciou o preconceito e a discriminação que enfrentavam.
Em resumo, o Brasil teve muitos pensadores e artistas que acreditavam na inferioridade dos negros e que produziram obras que refletiam essas visões. No entanto, também houve aqueles que se opuseram a essas visões e lutaram contra o racismo em suas obras.
BIBLIOGRAFIA
Livros:
- "O negro no imaginário das elites: século XIX" de Lilia Moritz Schwarcz (Editora Senac São Paulo, 2012)
- "Casa-grande & senzala" de Gilberto Freyre (Editora Global, 2004)
- "Ideias de Adorno" de Mario Augusto Medeiros da Silva (Editora UNESP, 2007)
- "Cultura e racionalidade no mundo ocidental" de Max Weber (Editora UNESP, 2011)
- "A negação do Brasil: o negro na telenovela brasileira" de Joel Zito Araújo (Editora Senac São Paulo, 2000)
Artigos:
- "O negro e o racismo no Brasil" de Florestan Fernandes (Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 4, n. 11, 1989)
- "Os sertões e a guerra racial no Brasil" de Eduardo Jardim de Moraes (Revista USP, n. 33, 1997)
- "Lima Barreto e a crítica da modernização" de Antonio Candido (Revista Brasileira de Literatura Comparada, n. 6, 2005)
- "Modernismo, raça e nação" de Lúcia Lippi Oliveira (Revista Estudos Históricos, v. 8, n. 16, 1995)
Filmes:
- "Xica da Silva" (1976), de Cacá Diegues
- "Quilombo" (1984), de Carlos Diegues
- "Orfeu Negro" (1959), de Marcel Camus
- "Central do Brasil" (1998), de Walter Salles
Capítulo 6:
Exploração das riquezas naturais e culturais
Descrição da exploração das riquezas naturais e culturais do continente africano pelos colonizadores protestantes
Destaque para a destruição de patrimônios culturais e apropriação indevida de recursos naturais
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impuseram destruição da cultura
Durante a colonização da África, os países europeus colonizadores, impuseram uma série de crimes contra a população africana, incluindo a destruição de sua cultura. A motivação por trás disso era a ideia de que a cultura africana era inferior à cultura europeia, e que para o continente se tornar "civilizado", era necessário que a cultura africana fosse substituída pela cultura europeia.
Existem vários exemplos de como a cultura africana foi destruída durante o período de colonização. Um desses exemplos é a imposição da língua europeia sobre as línguas nativas africanas. Os colonizadores impuseram suas próprias línguas, como o inglês, francês e português, como línguas oficiais, desencorajando ou até mesmo proibindo o uso das línguas nativas. Isso teve um impacto significativo na cultura africana, pois a língua é uma parte fundamental da identidade cultural de um povo.
Outro exemplo é a destruição de artefatos culturais e históricos africanos. Durante a colonização, muitas peças de arte africana foram roubadas ou destruídas pelos colonizadores, que as viam como inferiores ou sem valor. Isso resultou na perda de muitas peças importantes da história e cultura africana, que são irrecuperáveis.
Além disso, muitas práticas culturais africanas foram proibidas pelos colonizadores europeus. Por exemplo, a prática da circuncisão era comum em muitas culturas africanas, mas foi vista como bárbara pelos colonizadores europeus, que a proibiram. Outras práticas culturais, como danças, músicas e cerimônias religiosas, também foram desencorajadas ou proibidas.
A colonização também teve um impacto negativo na religião africana. Os colonizadores europeus impuseram sua própria religião sobre os africanos, muitas vezes forçando a conversão à força. Isso resultou na perda de muitas crenças e práticas religiosas africanas, que foram substituídas pela religião cristã.
Em resumo, a destruição da cultura africana durante o período de colonização europeia teve um impacto duradouro na história e na cultura da África. A imposição da língua europeia, a destruição de artefatos culturais, a proibição de práticas culturais, a imposição da religião europeia e outras políticas coloniais resultaram em uma perda significativa da identidade cultural africana.
BIBLIOGRAFIA
- "The Colonizer and the Colonized" de Albert Memmi
- "How Europe Underdeveloped Africa" de Walter Rodney
- "Black Skin, White Masks" de Frantz Fanon
- "Decolonising the Mind" de Ngũgĩ wa Thiong'o
- "Imperial Reckoning: The Untold Story of Britain's Gulag in Kenya" de Caroline Elkins
- "Things Fall Apart" de Chinua Achebe (romance que retrata a colonização na Nigéria)
- "King Leopold's Ghost" de Adam Hochschild (sobre o genocídio no Congo Belga)
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impuseram assalto às riquezas naturais
Durante a colonização da África pelos países europeus, houve uma série de crimes cometidos contra as várias nações africanas, incluindo o assalto às suas riquezas. A exploração dos recursos naturais do continente africano foi uma das principais motivações para a colonização, com as potências europeias buscando obter acesso e controle sobre as riquezas da África.
Os recursos minerais foram particularmente cobiçados, e vários países europeus estabeleceram indústrias de mineração em diferentes partes do continente. Um exemplo notável é a mineração de diamantes e ouro na África do Sul pelos britânicos. A partir do final do século XIX, os britânicos controlavam cerca de 90% da produção mundial de diamantes e grande parte da produção mundial de ouro, o que gerou uma enorme riqueza para o Reino Unido. No entanto, os trabalhadores africanos que eram empregados nessas minas eram frequentemente submetidos a condições de trabalho perigosas e insalubres, além de receberem baixos salários.
Outro exemplo é a extração de borracha na região do Congo pelos belgas. O rei Leopoldo II da Bélgica estabeleceu uma colônia no Congo em 1885, com o objetivo de explorar os recursos naturais do país. Os trabalhadores africanos foram forçados a coletar borracha nas selvas do Congo, e muitos foram submetidos a abusos e violência por parte dos colonizadores belgas. Estima-se que milhões de africanos morreram durante o período de colonização do Congo.
Além dos recursos minerais, as potências europeias também exploraram os recursos agrícolas da África, especialmente nas regiões de clima tropical. A produção de cacau e café nas colônias francesas da África Ocidental é um exemplo notável. Os franceses estabeleceram plantações de cacau e café em países como Costa do Marfim, Camarões e Senegal, e os trabalhadores africanos eram frequentemente submetidos a condições de trabalho insalubres e salários baixos.
Em resumo, durante a colonização da África pelos países europeus, houve uma exploração implacável das riquezas do continente. Recursos minerais, agrícolas e outros foram extraídos em larga escala, enquanto os africanos eram frequentemente submetidos a condições de trabalho precárias e violações de direitos humanos. O legado desses crimes ainda é sentido na África atualmente, com muitos países ainda lutando para se recuperar dos impactos da colonização.
BIBLIOGRAFIA
- "O Mundo que o Colonialismo Criou", de Joseph E. Inikori e Stanley L. Engerman
- "Colonialismo e Neocolonialismo", de Jean-Paul Sartre
- "Como a Europa Subdesenvolveu a África", de Walter Rodney
- "Os Fantasmas do Rei Leopoldo: Uma História de Cobiça, Terror e Heroísmo na África Colonial", de Adam Hochschild
- "A Conquista da África: Como as Guerras Europeias Criaram o Estado Colonial Africano", de David Birmingham
- "Africa's Development in Historical Perspective", de Emmanuel Akyeampong and Robert H. Bates.
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impuseram perseguição religiosa
Durante a colonização da África pelos países europeus, a perseguição religiosa foi um dos muitos crimes cometidos contra os povos africanos. Os colonizadores, muitas vezes, tentaram impor sua religião e crenças aos povos nativos, forçando-os a abandonar suas próprias tradições e crenças.
Um exemplo disso foi a colonização francesa da Argélia, onde os franceses tentaram converter os argelinos ao catolicismo. Em 1830, os franceses invadiram a Argélia e, em seguida, começaram a construir igrejas e escolas católicas na região. Eles também proibiram o uso de burcas e outras roupas tradicionais islâmicas. Os argelinos que se recusaram a se converter ao catolicismo foram perseguidos e muitos foram mortos.
Outro exemplo ocorreu durante a colonização britânica da Nigéria. Os britânicos impuseram suas próprias leis e crenças religiosas na região, incluindo a proibição da prática do poligamia e a tentativa de converter os nigerianos ao cristianismo. Os britânicos também destruíram muitos templos e santuários tradicionais africanos.
Além disso, os colonizadores belgas na República Democrática do Congo forçaram os nativos a abandonar suas próprias crenças religiosas e a adotar o cristianismo. Os belgas também destruíram muitos locais sagrados africanos e reprimiram as práticas religiosas tradicionais.
Em geral, a perseguição religiosa durante a colonização da África pelos países europeus foi uma tentativa de impor a cultura e as crenças europeias aos povos africanos. Isso foi parte de um esforço maior para controlar e explorar a região. Infelizmente, essas práticas deixaram cicatrizes profundas nas culturas e tradições africanas, muitas das quais ainda estão sendo sentidas hoje.
BIBLIOGRAFIA
- "African Religion: The Moral Traditions of Abundant Life" de Laurenti Magesa
- "God's Battalions: The Case for the Crusades" de Rodney Stark
- "The African Experience with Higher Education" de David J. Parkin
- "Religion and Resistance in Colonial Mozambique" de Edward A. Alpers
- "Christianity and Colonialism in South Africa, 1860-1940: The Missions and Beyond" de John de Gruchy
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reconhecimento sem a devida reparação
A colonização da África pelas potências europeias deixou marcas profundas no continente, tanto em termos de perda de vidas humanas como em termos de prejuízos econômicos, culturais e sociais. A exploração dos recursos naturais africanos, a escravização de africanos e a imposição de sistemas políticos e econômicos ocidentais tiveram efeitos devastadores na região. Apesar dos esforços de alguns países europeus em reconhecer os crimes cometidos durante o período colonial, a reparação devida não tem acontecido.
Embora muitos países europeus tenham se comprometido a reconhecer os crimes e prejuízos causados durante a colonização da África, ainda há muito a ser feito para remediar o dano causado. Ainda existe uma grande desigualdade econômica entre os países africanos e as nações colonizadoras, e muitos países africanos continuam a enfrentar problemas econômicos, políticos e sociais em decorrência do legado colonial.
Os países europeus envolvidos na colonização da África têm tentado fazer reparação por meio de diversas iniciativas, como programas de ajuda humanitária e de desenvolvimento. No entanto, muitas dessas iniciativas têm sido criticadas por serem insuficientes ou por terem interesses ocultos. Além disso, muitos africanos acreditam que a verdadeira reparação seria a restituição dos bens culturais e naturais roubados durante o período colonial.
Outro problema enfrentado pelos países africanos é a falta de recursos e de poder político para pressionar as nações colonizadoras a fazerem uma reparação mais significativa. Muitos países africanos ainda são dependentes de ajuda estrangeira para sustentar suas economias e não possuem o mesmo poder político e econômico das nações colonizadoras.
Em suma, embora alguns países europeus tenham feito reconhecimentos sobre os crimes e prejuízos causados durante a colonização da África, a reparação devida não tem acontecido. Muitos africanos acreditam que a verdadeira reparação seria a restituição dos bens culturais e naturais roubados durante o período colonial e a superação da desigualdade econômica entre os países africanos e as nações colonizadoras. No entanto, essa é uma tarefa complexa e que requer um comprometimento significativo das nações envolvidas.
BIBLIOGRAFIA
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preconceito, intolerância e prepotência
PRECONCEITO
A colonização da África pelos europeus foi um processo que se estendeu ao longo de séculos e deixou um legado de opressão e preconceito contra as populações africanas. Desde o início, os europeus se consideravam superiores e civilizados em relação aos povos africanos, justificando assim a sua exploração e dominação.
O preconceito manifestou-se de várias formas, incluindo a crença na inferioridade racial dos africanos, a desvalorização das suas culturas e tradições, e a violência e brutalidade com que foram tratados. Os europeus justificavam a sua colonização com base em uma suposta missão civilizadora, argumentando que estavam trazendo a luz da civilização para uma terra selvagem e bárbara.
No entanto, essas alegações eram falsas, e a colonização europeia da África trouxe pouco progresso real para as populações locais. Em vez disso, deixou um legado de exploração, pobreza e violência que ainda afeta muitos países africanos hoje em dia. Os europeus também tentaram impor sua religião, crenças e valores aos africanos, contribuindo para a desvalorização das culturas locais e a perda de tradições valiosas.
Apesar de terem passado mais de um século desde a colonização europeia, os preconceitos e as desigualdades ainda persistem em muitos países africanos. A discriminação racial, a desigualdade econômica e a violência ainda afetam muitas populações africanas, mesmo em países que supostamente alcançaram a independência e a democracia. A história da colonização europeia da África é um lembrete doloroso da importância de combater o preconceito e a opressão em todas as suas formas.
INTOLERÂNCIA
A colonização da África pelos europeus foi caracterizada por altos níveis de intolerância, que eram manifestados de várias formas. Os europeus viam os africanos como "inferiores" e incapazes de governar a si próprios, o que justificava sua exploração e dominação. Eles tentaram impor sua própria cultura, religião e valores aos africanos, muitas vezes usando a força para impor sua vontade.
Uma das formas mais flagrantes de intolerância foi a escravidão, que era amplamente praticada pelos europeus em toda a África. Os africanos eram capturados e vendidos como escravos para trabalhar nas plantações e minas dos europeus. Esse comércio de escravos resultou na morte de milhões de africanos e deixou um legado de opressão e exploração que ainda afeta muitos países africanos hoje.
Outra forma de intolerância foi a discriminação racial, que era comum em toda a África colonial. Os africanos eram frequentemente tratados como cidadãos de segunda classe, negados acesso a oportunidades econômicas e educacionais e sujeitos a tratamento desumano. Isso perpetuou um sistema de desigualdade que ainda é sentido em muitas partes do continente.
Embora tenha havido avanços na luta contra a intolerância na África desde a colonização europeia, ainda há muito trabalho a ser feito. Muitos países africanos enfrentam desafios como a discriminação de gênero, a intolerância religiosa e a violência étnica. A história da colonização europeia da África serve como um lembrete de que a intolerância e a opressão podem ter efeitos duradouros, e que é importante trabalhar para construir sociedades mais justas e igualitárias.
PREPOTÊNCIA
A colonização da África pelos europeus foi marcada pela prepotência e arrogância, que foram expressas em várias formas. Desde o início, os europeus se consideravam superiores aos africanos em termos de raça, cultura, religião e civilização. Eles usaram essa crença para justificar sua colonização e exploração da África.
A prepotência europeia foi manifestada de várias maneiras. Uma delas foi a divisão arbitrária do continente em colônias, sem levar em consideração as fronteiras e culturas pré-existentes. Os europeus acreditavam que poderiam impor suas próprias estruturas políticas e econômicas às sociedades africanas, sem levar em conta as necessidades e perspectivas locais.
Os europeus também tentaram impor suas próprias religiões e crenças aos africanos, muitas vezes desvalorizando as tradições e culturas locais. Eles se recusavam a reconhecer a riqueza e complexidade das sociedades africanas, desconsiderando a sabedoria e a experiência dos povos locais em relação às suas próprias vidas e comunidades.
Apesar de terem se passado mais de um século desde a colonização europeia, ainda existem muitos vestígios da prepotência europeia na África. A divisão arbitrária do continente em colônias resultou em conflitos étnicos e políticos que ainda são sentidos em muitas partes do continente. A desvalorização das tradições e culturas locais deixou um legado de desigualdade e desrespeito pelos povos africanos, que ainda enfrentam desafios em termos de reconhecimento e valorização de suas identidades culturais.
A história da colonização europeia da África é um lembrete doloroso da necessidade de reconhecer e valorizar a diversidade cultural e a sabedoria das comunidades locais. É preciso trabalhar para construir sociedades mais justas e igualitárias, baseadas no respeito mútuo e na compreensão das diferentes culturas e perspectivas.
BIBLIOGRAFIA
- "História da África", de Basil Davidson
- "Colonização e Cultura", de Edward W. Said
- "O Fardo do Homem Branco", de Rudyard Kipling
- "O Império do Sol", de J. G. Ballard
- "O Coração das Trevas", de Joseph Conrad
- "Uma História da África", de John Iliffe
- "A Questão Colonial", de Albert Memmi
- "África Negra: História e Civiliza"
- "O Colonialismo e seus Descontentes", de Marc Ferro
- "Africanos Livres: A Abolição da Escravatura no Brasil", de João José Reis
Capítulo 7:
Resistência e luta pela independência
Descrição dos movimentos de resistência dos povos africanos contra a colonização
Destaque para as lutas pela independência e as consequências desses movimentos para a África
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as resistências e as lutas pela independência
A colonização europeia da África começou no final do século XIX, com países como Portugal, Espanha, França, Grã-Bretanha e Alemanha, buscando obter controle sobre o continente e seus recursos naturais. No entanto, as populações africanas resistiram ferozmente à dominação colonial, lutando pela independência e autonomia. Essa luta foi marcada por uma série de estratégias e táticas, que variaram de acordo com a região e com as condições locais.
Uma das principais formas de resistência foram as guerras de resistência, em que as populações africanas se mobilizavam para lutar contra as forças coloniais. Essas guerras foram frequentemente lideradas por líderes carismáticos, como Samory Touré, na África Ocidental, e Menelik II, na Etiópia. Esses líderes foram capazes de unir diferentes grupos étnicos e tribais em torno de um objetivo comum, a luta pela independência.
Além das guerras de resistência, as populações africanas também lutaram por meio de movimentos políticos e sociais. Um exemplo notável é o Congresso Nacional Africano (ANC), na África do Sul, que lutou contra o apartheid e pela independência do país. O ANC utilizou uma série de táticas, incluindo greves e boicotes, para pressionar o governo sul-africano a conceder a independência e a igualdade de direitos.
Outra forma de resistência foi o fortalecimento da cultura e identidade africana, o que levou à criação de movimentos culturais e literários. O movimento Negritude, liderado por escritores como Aimé Césaire e Léopold Senghor, defendia a valorização da cultura africana e a recuperação da autoestima dos povos africanos, que haviam sido desumanizados pela colonização.
As mulheres também desempenharam um papel importante na luta pela independência, lutando por seus próprios direitos e pela igualdade de gênero. Na Nigéria, por exemplo, a Associação das Mulheres Nigerianas (AWON) lutou pela independência e pelos direitos das mulheres, e muitas mulheres foram presas e torturadas por sua participação nesse movimento.
Por fim, as populações africanas também utilizaram a diplomacia e a negociação para alcançar a independência. Na Conferência de Berlim, em 1884, as potências coloniais europeias dividiram a África entre si, sem levar em consideração as fronteiras étnicas e culturais existentes no continente. No entanto, após a Segunda Guerra Mundial, os movimentos de independência se intensificaram, e muitas potências coloniais foram forçadas a conceder a independência aos seus territórios africanos.
BIBLIOGRAFIA
- "Os Africanos" de Ali A. Mazrui
- "A História da África" de Kevin Shillington
- "O Século da Independência: A África desde 1960" de Catherine Coquery-Vidrovitch
- "As Veias Abertas da América Latina" de Eduardo Galeano (embora não seja específico sobre a África, oferece um olhar sobre a colonização em geral)
- "A Luta contra o Colonialismo na África e em Angola" de Amílcar Cabral
- "A Descolonização explicada a todos" de Nicolas Bancel, Pascal Blanchard e Sandrine Lemaire
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fatores que contribuíram para as independências
A independência dos países africanos foi um processo histórico complexo, que envolveu diversos fatores que contribuíram para o fim da dominação colonial europeia. Esses fatores incluíram tanto movimentos internos de resistência e luta por autonomia política, como mudanças no cenário internacional, com o enfraquecimento das potências coloniais após a Segunda Guerra Mundial e a pressão dos países recém-independentes na ONU.
Um dos fatores mais importantes foi a mobilização dos movimentos de libertação nacional, que buscavam se opor ao sistema de opressão colonial e lutar por uma sociedade livre e democrática. Esses movimentos incluíam partidos políticos, organizações guerrilheiras e lideranças carismáticas, que conseguiram mobilizar a população local e ganhar apoio internacional. Exemplos notáveis incluem o Congresso Nacional Africano na África do Sul, a Frente de Libertação de Moçambique e a União das Populações de Angola.
Outro fator que contribuiu para a independência dos países africanos foi a fragilidade das potências coloniais europeias após a Segunda Guerra Mundial. Muitos países europeus estavam em processo de reconstrução e não tinham recursos suficientes para manter suas colônias. Além disso, o surgimento da Guerra Fria e a rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética levaram a uma crescente pressão internacional pela descolonização.
A pressão internacional também se manifestou através da criação da Organização das Nações Unidas (ONU), que se tornou um fórum importante para a discussão das questões coloniais. A ONU condenou a prática colonial como uma violação dos direitos humanos e, em 1960, adotou a Declaração sobre a Concessão de Independência aos Países e Povos Coloniais, que afirmava o direito à autodeterminação.
Outro fator que contribuiu para a independência dos países africanos foi a ascensão de líderes carismáticos, como Kwame Nkrumah em Gana, Julius Nyerere na Tanzânia e Jomo Kenyatta no Quênia. Esses líderes conseguiram mobilizar a população local e ganhar apoio internacional, criando uma forte pressão para a independência. Além disso, eles foram capazes de articular uma visão de sociedade livre e democrática, que inspirou muitos outros movimentos de libertação nacional na África.
O papel da imprensa e da educação também foi fundamental no processo de independência. A imprensa livre e independente foi capaz de divulgar as ideias dos movimentos de libertação nacional e expor a brutalidade da dominação colonial. Além disso, a educação se tornou uma ferramenta poderosa para a mobilização popular, permitindo que as pessoas tivessem acesso a informações e formação política.
Por fim, a independência dos países africanos também foi influenciada pelo colapso do sistema colonial europeu e a mudança para um mundo mais interconectado. Com o fim do colonialismo, novas formas de relações econômicas e políticas foram criadas, e muitos países africanos buscaram formas de se integrar à economia global. Esse processo foi marcado por desafios e dificuldades, mas também abri o caminho para o desenvolvimento econômico e social dos países africanos.
No entanto, apesar da conquista da independência, muitos países africanos ainda enfrentam desafios significativos. O legado da dominação colonial ainda é visível em muitos aspectos da sociedade, incluindo a desigualdade econômica e social, a violência política e a corrupção. Além disso, a interferência estrangeira e a instabilidade política ainda são problemas em muitos países da região.
Em resumo, a independência dos países africanos foi um processo complexo, que envolveu diversos fatores, como a mobilização dos movimentos de libertação nacional, a fragilidade das potências coloniais europeias, a pressão internacional, a ascensão de líderes carismáticos, a importância da imprensa e da educação, e o colapso do sistema colonial europeu. Embora tenha havido muitos desafios desde então, a independência abriu o caminho para a luta por um continente mais justo e igualitário.
BIBLIOGRAFIA
- "O Fim do Império Colonial Português" de Fernando Rosas
- "Independência Africana: Como a África Molda o Mundo" de Tukufu Zuberi
- "O Destino da África: Uma História do Continente Desde a Independência" de Martin Meredith
- "O Último Massacre Colonial: América Latina na Guerra Fria" de Greg Grandin
- "África desde a independência: uma história comparada" de Paul Nugent
- "O Estado Colonial Africano em Perspectiva Comparada" de Crawford Young
- "O Vento da Mudança: Harold Macmillan e a Descolonização Britânica" de Peter Catterall
- "Política Africana em Perspectiva Comparada" de Goran Hyden e Michael Bratton.
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muitos atores sociais pelas independências
A independência dos países africanos foi um processo complexo e multifacetado que envolveu diversos atores sociais em suas lutas contra a colonização europeia. Embora cada país tenha experimentado sua própria história de colonização e independência, alguns atores sociais desempenharam um papel fundamental em muitas das lutas de independência africanas.
Em primeiro lugar, os nacionalistas africanos lideraram os movimentos de independência em todo o continente. Esses líderes, muitos dos quais foram educados no exterior, lutaram contra a dominação europeia e buscaram a libertação de seus países. Eles inspiraram muitos africanos a lutar pela independência e muitos deles acabaram se tornando líderes políticos após a independência de seus países.
Além disso, as mulheres também tiveram um papel importante nas lutas pela independência africana. Embora muitas vezes tenham sido sub-representadas na história oficial, as mulheres africanas lutaram ao lado de seus irmãos e maridos por seus direitos e liberdade. Elas organizaram protestos, lideraram greves e fundaram organizações femininas para defender seus direitos.
Os estudantes também desempenharam um papel importante nas lutas pela independência africana. Eles formaram grupos de estudantes e associações de jovens para lutar contra a colonização e defender seus direitos. Eles foram particularmente ativos na década de 1960, quando muitos países africanos ganharam independência.
Os trabalhadores também tiveram um papel importante nas lutas pela independência africana. Eles organizaram greves e manifestações para exigir melhores condições de trabalho e salários mais altos. Muitos líderes trabalhistas se tornaram líderes políticos após a independência de seus países.
Os camponeses africanos também lutaram contra a colonização europeia e desempenharam um papel importante na luta pela independência. Eles lutaram por seus direitos de propriedade da terra e pelo controle de seus próprios recursos naturais. Muitos movimentos de independência africanos eram baseados em áreas rurais e tinham forte apoio dos camponeses.
Por fim, os intelectuais africanos também tiveram um papel importante nas lutas pela independência. Eles escreveram livros, jornais e panfletos que promoveram a libertação dos países africanos. Muitos deles também se tornaram líderes políticos após a independência de seus países e ajudaram a construir as nações recém-independentes.
BIBLIOGRAFIA
- "Independência Africana: Como a África Molda o Mundo" de Tukufu Zuberi.
- "O Estado Colonial Africano em Perspectiva Comparada" de Crawford Young.
- "Perspectivas Africanas sobre o Colonialismo" de A. Adu Boahen.
- "The Making of Modern Africa: The Growth of African Civilisation" de Basil Davidson.
- "O Leitor da Descolonização" editado por James D. Le Sueur.
- "A Batalha pela África: Colonialismo e Independência" de David Birmingham.
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muitos obstáculos para suas independências
A história da independência dos países africanos do domínio europeu é marcada por uma série de obstáculos, que dificultaram e prolongaram esse processo em muitas partes do continente. Um dos principais obstáculos foi a forma como os europeus conquistaram e exploraram o continente, por meio da colonização. Essa exploração envolveu a apropriação de recursos naturais, a escravização de pessoas e a imposição de uma cultura e valores estrangeiros.
Outro obstáculo foi a resistência dos europeus em deixar o controle das colônias. Isso ocorreu em parte devido à relutância dos governos europeus em perder o acesso aos recursos naturais e aos mercados lucrativos das colônias africanas. Além disso, as elites locais que colaboraram com os colonizadores europeus muitas vezes se beneficiaram do sistema colonial e não estavam dispostas a perder seus privilégios.
Outra barreira para a independência foi a forma como os europeus dividiram o continente africano, sem levar em conta as identidades étnicas e culturais locais. Isso resultou em fronteiras artificiais que separaram grupos étnicos e linguísticos que compartilhavam uma história e uma cultura comuns. Essas divisões artificiais dificultaram a formação de estados nacionais coesos e a criação de uma identidade nacional compartilhada.
Além disso, muitas colônias africanas eram economicamente dependentes de suas metrópoles europeias. Isso significava que, mesmo após a independência formal, esses países continuavam a depender dos mercados e investimentos europeus, o que muitas vezes os deixava vulneráveis a pressões políticas e econômicas externas. Essa dependência econômica também dificultou a implementação de políticas nacionais de desenvolvimento e a construção de uma economia local forte e diversificada.
Outro obstáculo foi a instabilidade política em muitos países africanos após a independência. Em muitos casos, as elites locais que assumiram o poder após a independência não estavam preparadas para governar e enfrentaram uma série de desafios, incluindo conflitos internos, golpes de estado, corrupção e instabilidade econômica. Esses desafios muitas vezes dificultaram a construção de instituições políticas e econômicas estáveis e a consolidação da independência dos países africanos.
Finalmente, a persistência do neocolonialismo também tem sido um obstáculo para a independência dos países africanos. O neocolonialismo se manifesta por meio da influência política e econômica das antigas potências coloniais e de outras potências mundiais sobre os países africanos. Isso inclui a exploração dos recursos naturais, a imposição de políticas econômicas e comerciais desfavoráveis e a interferência política nos assuntos internos dos países africanos. Essa influência externa muitas vezes limita a capacidade dos países africanos de tomar decisões independentes e de se desenvolver de forma autônoma.
BIBLIOGRAFIA
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Resultados históricos das independências
A independência dos países africanos do domínio colonial europeu é um processo complexo e multifacetado que envolveu várias fases, movimentos e líderes ao longo de décadas. Vamos descrever alguns dos principais momentos desse processo histórico:
Período pré-colonial: Antes da chegada dos europeus, a África era um continente com diversas culturas, sociedades e sistemas políticos independentes. Porém, a partir do século XV, os europeus iniciaram a colonização do continente, impondo sua língua, cultura e sistema político, e desrespeitando a diversidade cultural africana.
Primeira fase de resistência: A partir do final do século XIX, os africanos começaram a resistir ao domínio colonial europeu, através de revoltas, guerrilhas e movimentos políticos. Alguns líderes africanos famosos dessa época foram Samori Touré, na África Ocidental, e Mkwawa, na Tanzânia.
Movimentos nacionalistas: A partir da década de 1920, começaram a surgir movimentos políticos que buscavam a independência dos países africanos, inspirados em ideias como o pan-africanismo e o socialismo. Um exemplo importante foi a Liga dos Nacionalistas Africanos, fundada em 1923 por líderes como Nnamdi Azikiwe e Kwame Nkrumah.
Independência: A partir da década de 1950, os movimentos nacionalistas conseguiram mobilizar a população e conquistar a independência de diversos países africanos, através de negociações ou guerras de independência. Alguns dos países que conquistaram a independência nesse período foram Gana (1957), Argélia (1962) e Moçambique (1975).
Consequências: A independência dos países africanos representou um momento histórico importante, mas também trouxe desafios e conflitos, como a necessidade de construir instituições políticas e econômicas independentes, o confronto com as elites coloniais, a manutenção da unidade nacional em países com diversas etnias e culturas, e a interferência de potências estrangeiras nos assuntos internos dos países africanos.
Em resumo, as independências dos países africanos representaram uma luta longa e difícil contra a colonização europeia, e tiveram consequências significativas para o continente e suas relações com o mundo.
Capítulo 8:
Legado da colonização protestante na África
Descrição do legado da colonização protestante na África, como a desigualdade social, a pobreza e a instabilidade política
Destaque para a influência desses fatores na atual crise migratória e nos conflitos internos dos países africanos
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desigualdade social, um legado protestante
A desigualdade social é um fenômeno complexo que ocorre em muitos países, incluindo aqueles africanos que foram colonizados pelos europeus. Esse fenômeno tem raízes históricas profundas e é influenciado por vários fatores, incluindo o legado protestante deixado pelos colonizadores europeus.
Durante a colonização, os europeus impuseram seu sistema de valores e crenças sobre as populações locais. O protestantismo, uma das correntes do cristianismo, enfatizava a importância do trabalho árduo e da busca pelo sucesso material como forma de salvação. Essa ideologia foi difundida entre os colonizadores e influenciou a forma como eles interagiam com os africanos.
Os europeus utilizaram essa ideologia para justificar a exploração das populações africanas, uma vez que as consideravam preguiçosas e incapazes de prosperar sem a ajuda dos colonizadores. Os africanos eram frequentemente submetidos a trabalhos forçados em plantações e minas, recebendo salários baixos e sendo privados de seus direitos básicos.
Após a independência, muitos países africanos enfrentaram desafios para superar o legado da desigualdade social deixado pelos colonizadores. O sistema de educação e trabalho desenvolvido pelos europeus privilegiava uma elite local que continuou a desfrutar de privilégios mesmo após a independência. Além disso, as diferenças de classe e a exclusão social persistiram em muitos países africanos, perpetuando a desigualdade.
A desigualdade social também está relacionada à distribuição desigual de recursos naturais. Durante a colonização, os europeus se apropriaram das riquezas naturais dos países africanos, como petróleo, diamantes e minérios, muitas vezes sem compensação justa para as populações locais. Isso resultou em um cenário em que a maioria das riquezas permaneceu nas mãos de poucas pessoas, perpetuando a desigualdade.
Outro fator que contribui para a desigualdade social é a corrupção. Muitos líderes africanos corruptos usaram seu poder para enriquecer a si mesmos e a seus associados, em vez de investir em projetos que beneficiariam toda a população. A corrupção também resultou em instituições fracas e em um estado de direito falho, o que tornou mais difícil combater a desigualdade social.
Para combater a desigualdade social na África, são necessárias mudanças estruturais profundas. É preciso um investimento significativo em educação e infraestrutura, bem como medidas para garantir a distribuição justa de recursos e o combate à corrupção. Além disso, é importante reconhecer e enfrentar o legado da colonização europeia e suas implicações para a desigualdade social atual.
BIBLIOGRAFIA
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- Acemoglu, D., & Robinson, J. A. (2013). Por que as nações falham: as origens do poder, prosperidade e pobreza. Crown Business.
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pobreza extrema, outro legado protestante
A pobreza extrema é um dos principais desafios enfrentados pelos países africanos, e tem raízes históricas que remontam à época da colonização pelos europeus. Durante esse período, os colonizadores impuseram um sistema econômico baseado na exploração de recursos naturais e mão de obra barata, o que perpetuou a pobreza entre as populações africanas.
O legado protestante também teve um papel importante na perpetuação da pobreza extrema na África. A ideologia protestante enfatizava a ideia de que a pobreza era um sinal de preguiça e falta de virtude, o que levou muitos colonizadores a culparem os africanos por sua própria miséria. Essa ideologia influenciou a política econômica dos colonizadores, que favoreciam as elites locais e investiam pouco em infraestrutura e desenvolvimento social.
Após a independência, muitos países africanos enfrentaram desafios para superar o legado da pobreza extrema deixado pelos colonizadores. A falta de investimento em infraestrutura, saúde e educação, juntamente com a corrupção e instabilidade política, perpetuaram a pobreza em muitos países africanos.
A falta de acesso a recursos naturais também contribuiu para a pobreza extrema. Muitos países africanos são ricos em recursos naturais, como petróleo, gás e minerais, mas a maioria das riquezas permanece nas mãos de poucas pessoas, enquanto a maioria da população vive em condições de extrema pobreza.
Outro fator que contribui para a pobreza extrema na África é o impacto das mudanças climáticas e a degradação ambiental. A maioria da população africana vive em áreas rurais e depende da agricultura para sobreviver. As mudanças climáticas, como secas e inundações, têm um impacto significativo nas comunidades rurais, tornando difícil a sobrevivência.
Para combater a pobreza extrema na África, são necessárias medidas estruturais profundas, como investimentos em infraestrutura, educação e saúde, bem como a criação de oportunidades econômicas para todos. É importante também combater a corrupção e promover a governança democrática e a estabilidade política. Além disso, é necessário enfrentar o legado da colonização europeia e suas implicações para a pobreza extrema na África.
BIBLIOGRAFIA
- Sachs, J. D. (2005). O Fim da Pobreza: Possibilidades Econômicas para o Nosso Tempo. Penguin Livros.
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- Mamdani, M. (1996). Cidadão e Sujeito: África Contemporânea e o Legado do Colonialismo Tardio. Imprensa da Universidade de Princeton.
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instabilidade política, outro legado protestante
A instabilidade política na África é um legado dos anos de colonização europeia. Durante o período colonial, as potências europeias estabeleceram governos opressivos, que muitas vezes excluíam os africanos das decisões políticas. Esses governos foram marcados pela corrupção, pela violência e pela repressão, que deixaram profundas cicatrizes na sociedade africana.
Após a independência, muitos países africanos enfrentaram uma série de desafios na construção de governos democráticos e estáveis. O legado da colonização, incluindo a divisão arbitrária das fronteiras, a marginalização dos grupos étnicos e a falta de experiência democrática, criou um ambiente propício para a instabilidade política.
Os missionários protestantes que acompanharam os colonizadores europeus para a África também deixaram um legado que contribuiu para a instabilidade política. Ao converter as populações locais ao cristianismo, os missionários desestabilizaram as estruturas sociais e culturais das comunidades africanas, o que muitas vezes gerou conflitos internos.
Além disso, a presença de missionários protestantes também contribuiu para a disseminação de ideias políticas ocidentais, como o liberalismo e o socialismo. Essas ideias, embora tenham sido usadas para contestar as políticas coloniais opressivas, também foram usadas para justificar a violência e a instabilidade política.
Outro legado protestante que contribuiu para a instabilidade política na África é a criação de denominações religiosas que se identificam com grupos étnicos específicos. Essas denominações muitas vezes fomentam o tribalismo e a exclusão, o que pode levar a conflitos entre grupos étnicos rivais.
Por fim, a influência protestante na África também ajudou a disseminar a ideia de que a religião e a política devem estar separadas. Embora essa ideia possa ter sido útil para garantir a liberdade religiosa, também pode ter criado uma lacuna na compreensão da relação entre religião e política. Como resultado, muitos governos africanos lutam para lidar com questões religiosas e étnicas que afetam a estabilidade política.
Em suma, a instabilidade política na África é um legado complexo da colonização europeia e da influência protestante. Para resolver esses problemas, os governos africanos precisam abordar não apenas as questões políticas e econômicas, mas também as questões culturais e religiosas que afetam a estabilidade política.
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crise migratória, outro legado protestante
A crise migratória é um fenômeno que se intensificou nos últimos anos em diversos países ao redor do mundo. Trata-se da migração em massa de pessoas de um país para outro, muitas vezes em busca de melhores condições de vida e segurança. Na Europa, a crise migratória foi agravada pela herança protestante dos países colonizadores, que teve impactos profundos na história e na cultura da África.
A herança protestante dos países europeus durante e após a colonização da África se refere ao legado deixado pelas missões protestantes que se estabeleceram no continente a partir do século XIX. Essas missões tinham como objetivo converter a população africana ao cristianismo e impor seus valores e crenças religiosas. Além disso, as missões também contribuíram para a disseminação da cultura ocidental, incluindo a língua e as tradições europeias.
Essa influência teve um impacto profundo na história da África, principalmente no que diz respeito à divisão política e territorial do continente. Durante a Conferência de Berlim, em 1884-1885, as potências europeias dividiram o continente africano entre si, sem levar em conta as fronteiras étnicas e culturais pré-existentes. Essa divisão criou Estados artificiais, muitas vezes com populações de etnias diferentes e conflitantes, o que contribuiu para a instabilidade política e para a violência em muitas regiões africanas.
Além disso, a influência protestante também teve um impacto na economia africana. As missões protestantes promoveram a agricultura de subsistência em detrimento da agricultura comercial, o que impediu o desenvolvimento econômico da África. Isso fez com que muitas pessoas fossem obrigadas a migrar em busca de trabalho e melhores condições de vida, contribuindo para a crise migratória que vemos hoje.
A crise migratória também foi agravada pela política de imigração da Europa. Muitos países europeus têm políticas restritivas em relação à imigração, o que impede que as pessoas migrem legalmente para a Europa. Isso faz com que muitas pessoas optem pela migração irregular, atravessando o Mediterrâneo em embarcações precárias ou buscando rotas terrestres perigosas.
Além disso, a crise migratória também está relacionada com a instabilidade política e a violência em muitos países africanos. A falta de democracia, a corrupção, o terrorismo e as guerras civis em países como Sudão, Somália, Nigéria, Líbia, entre outros, contribuem para a instabilidade política e econômica, o que leva as pessoas a buscar refúgio em outros países.
Por fim, é importante destacar que a crise migratória não é apenas um problema dos países europeus, mas de toda a comunidade internacional. É necessário que os países trabalhem juntos para encontrar soluções duradouras para a crise migratória, incluindo o desenvolvimento econômico e político da África, a promoção da democracia e da estabilidade política, a cooperação internacional em termos de ajuda humanitária e refugiados, e a revisão das políticas de imigração dos países europeus, para torná-las mais humanitárias e flexíveis.
Uma abordagem mais humana para a crise migratória pode incluir o fortalecimento da cooperação internacional e o aumento do financiamento para a ajuda humanitária e o desenvolvimento econômico na África. Isso pode ajudar a criar oportunidades de emprego e melhores condições de vida para as pessoas em seus próprios países, reduzindo a necessidade de migração em massa.
Outra abordagem pode ser a promoção de políticas mais inclusivas e igualitárias nos países europeus, que permitam a integração adequada de imigrantes e refugiados, em vez de segregá-los em guetos ou campos de refugiados. Isso pode envolver a adoção de políticas públicas que incentivem a inclusão social e o respeito à diversidade, bem como a promoção da educação e da sensibilização cultural para combater o racismo e a xenofobia.
Em suma, a crise migratória é um problema complexo e multifacetado, que tem raízes profundas na história e na política internacional. A herança protestante dos países europeus durante e após a colonização da África teve um impacto significativo na história e na cultura do continente, contribuindo para a instabilidade política e econômica que alimenta a crise migratória. No entanto, uma abordagem mais humana e inclusiva pode ajudar a resolver essa crise, através da promoção do desenvolvimento econômico e político, da cooperação internacional, e da adoção de políticas públicas mais inclusivas e igualitárias.
BIBLIOGRAFIA
- Bauböck, R., & Tripkovic, M. (2018). The integration of refugees. Comparative Migration Studies, 6(1), 1-16.
- Chauvin, S., Garcés-Mascareñas, B., & Kraler, A. (2019). The Routledge Handbook of Migration and Development. Routledge.
- De Haas, H. (2016). Migration crises? A historical perspective. Journal of Ethnic and Migration Studies, 42(7), 1065-1081.
- De Genova, N. (2017). The deportation regime: Sovereignty, space, and the freedom of movement. Duke University Press.
- Fiddian-Qasmiyeh, E., Loescher, G., Long, K., & Sigona, N. (Eds.). (2014). The Oxford Handbook of Refugee and Forced Migration Studies. Oxford University Press.
- Heilbroner, R. L. (2018). The Worldly Philosophers: The Lives, Times, and Ideas of the Great Economic Thinkers. Simon and Schuster.
- Sturge, G., & Thompson, P. (Eds.). (2017). Global Refugee Crisis: A Reference Handbook. ABC-CLIO.
- Zolberg, A. R., & Bendaña, A. (2017). Escape from violence: Conflict and the refugee crisis in the developing world. Oxford University Press.
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conflitos internos, outro legado protestante
A colonização europeia da África no século XIX foi um dos eventos mais impactantes na história do continente. Durante esse período, a maioria dos países africanos foram subjugados por nações europeias que buscavam expandir seu poder e influência global. No entanto, o legado da colonização não foi apenas a exploração econômica e política. Também incluiu conflitos internos em muitos países africanos, que se tornaram uma fonte de instabilidade e violência até os dias atuais.
Um dos principais motivos pelos quais a colonização levou a conflitos internos nos países africanos foi a política de dividir para conquistar. Os colonizadores europeus, especialmente os britânicos, criaram divisões artificiais entre diferentes grupos étnicos e tribais na África, com o objetivo de manter o controle sobre a população local. Isso levou a rivalidades históricas e, posteriormente, conflitos internos entre esses grupos.
Outro fator que contribuiu para os conflitos internos nos países africanos foi a imposição de valores e crenças religiosas pelos colonizadores europeus. O protestantismo foi particularmente influente em muitas áreas da África, e os missionários protestantes frequentemente tentavam converter as pessoas ao cristianismo, muitas vezes criando tensões com as religiões tradicionais africanas. Essas tensões religiosas se tornaram uma fonte de conflito em muitos países africanos, especialmente nas áreas onde os cristãos se tornaram majoritários.
A introdução da economia de mercado também contribuiu para os conflitos internos nos países africanos. Durante a colonização, os europeus estabeleceram uma economia voltada para a exportação de matérias-primas, o que levou a uma dependência excessiva desses países em relação a uma única commodity. Quando os preços dessas commodities caíam, as economias africanas sofriam, e isso muitas vezes levava a conflitos internos entre diferentes grupos que disputavam o controle desses recursos.
Além disso, a colonização europeia também afetou a estrutura política dos países africanos, frequentemente impondo sistemas de governo centralizado e hierárquico. Isso levou a conflitos internos entre diferentes grupos que buscavam poder e influência política dentro desses sistemas. Também levou a uma desconfiança generalizada em relação ao governo, especialmente nos países onde as elites políticas eram vistas como corruptas e opressivas.
Por fim, a luta pela independência também foi uma fonte significativa de conflito em muitos países africanos. A maioria dos movimentos de independência foi liderada por elites políticas e intelectuais que buscavam libertar seus países do controle europeu. No entanto, a luta pela independência frequentemente levava a conflitos internos entre diferentes grupos que tinham visões divergentes sobre como alcançar esse objetivo, ou que buscavam benefícios pessoais da luta pela independência.
Em resumo, a colonização europeia da África deixou um legado de conflitos internos que perdura até hoje. A política de dividir para conquistar, a imposição de valores e crenças religiosas, a dependência de matérias-primas, a estrutura política centralizada e hierárquica e a luta pela independência
BIBLIOGRAFIA
- Fanon, Frantz. Os Condenados da Terra. Editora Civilização Brasileira, 1968.
- Mamdani, Mahmood. Cidadania e Conflito na África Pós-Colonial. Editora Paz e Terra, 2005.
- Mbembe, Achille. Crítica da Razão Negra. Editora N-1 Edições, 2018.
- Rodney, Walter. Como a Europa Subdesenvolveu a África. Editora Paz e Terra, 2010.
- Senghor, Léopold Sédar. Negritude: Usos e Sentidos. Editora Vozes, 2018.
- Todorov, Tzvetan. A Conquista da América: A Questão do Outro. Editora Martins Fontes, 2003.
Capítulo 9:
Indiferença e responsabilidade histórica
Descrição da indiferença dos países colonizadores em relação às consequências de seus atos na África
Destaque para a importância da responsabilidade histórica na construção de uma sociedade mais justa e igualitária
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indiferença britânica
A colonização da África foi um processo violento e desumano, no qual as potências coloniais europeias exploraram e saquearam os recursos naturais e humanos do continente. A Inglaterra foi uma das principais potências coloniais na África, e sua presença no continente produziu vários tipos de prejuízos para as populações africanas. Abaixo estão 15 iniciativas durante e após à colonização que são entendidas como indiferença aos prejuízos produzidos pela Inglaterra:
A Conferência de Berlim de 1884-1885: Nesta conferência, as potências europeias decidiram como dividir a África entre si, sem considerar os interesses das populações africanas. A Inglaterra foi uma das principais potências coloniais envolvidas na conferência.
A imposição do sistema colonial: A Inglaterra impôs um sistema colonial baseado na exploração dos recursos naturais e humanos da África, sem levar em conta as necessidades das populações locais.
A exploração dos recursos naturais: A Inglaterra explorou os recursos naturais da África, incluindo minérios, madeira, petróleo e outros recursos, sem oferecer benefícios justos às populações locais.
A escravidão e o tráfico de escravos: A Inglaterra participou do comércio de escravos na África e em outros lugares, contribuindo para a exploração e opressão das populações africanas.
A repressão das rebeliões: A Inglaterra reprimiu violentamente as rebeliões e levantes das populações africanas contra o sistema colonial.
A divisão e a fragmentação do continente: A Inglaterra dividiu o continente em várias colônias, sem levar em conta as fronteiras culturais, étnicas e linguísticas das populações locais, o que contribuiu para conflitos e tensões após a independência.
A imposição da língua inglesa: A Inglaterra impôs a língua inglesa na África, o que contribuiu para a perda das línguas e culturas locais.
A imposição do cristianismo: A Inglaterra impôs o cristianismo na África, o que contribuiu para a perda das religiões e tradições locais.
A imposição de governos autocráticos: A Inglaterra impôs governos autocráticos na África, sem levar em conta as aspirações democráticas das populações locais.
A exploração do trabalho: A Inglaterra explorou o trabalho das populações africanas, incluindo o trabalho forçado e a escravidão.
A violência policial: A Inglaterra usou a violência policial para reprimir as populações africanas, incluindo a prisão arbitrária, a tortura e o assassinato.
A negação de direitos políticos: A Inglaterra negou os direitos políticos das populações africanas, incluindo o direito de voto e o direito à autodeterminação.
A exploração da medicina: A Inglaterra explorou a medicina na África, usando as populações locais como cobaias para testes médicos sem consentimento adequado ou cuidados apropriados.
A destruição da economia local: A Inglaterra destruiu a economia local da África, incentivando a produção de matérias-primas para exportação e enfraquecendo a produção local de bens de consumo.
A falta de investimento na educação e no desenvolvimento: A Inglaterra não investiu adequadamente na educação e no desenvolvimento das populações africanas, contribuindo para a perpetuação da pobreza e da desigualdade após a independência.
Essas iniciativas demonstram claramente a indiferença da Inglaterra em relação aos prejuízos causados pela colonização na África, mostrando que os interesses da potência colonial foram prioritários em detrimento do bem-estar e dos direitos das populações locais. As consequências dessas ações são sentidas até os dias de hoje, com muitos países africanos ainda lutando para se recuperar dos impactos da colonização e do neocolonialismo.
BIBLIOGRAFIA
- "História da África" de Joseph Ki-Zerbo
- "A invenção da África" de Valentin Mudimbe
- "Como a Europa subdesenvolveu a África" de Walter Rodney
- "Imperialismo e colonialismo" de Albert Memmi
- "Orientalismo" de Edward Said
- "Os condenados da terra" de Frantz Fanon
- "A partilha de África" de Martin Meredith
- "Colonialismo, racismo e história da África" de Achille Mbembe
- "A colonização da África: 1870-1900" de Richard Allen
- "Escravidão e comércio na África Ocidental: A história da Costa do Ouro e de seus habitantes sob o domínio britânico" de Ray A. Kea.
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indiferença francesa
Antes de responder à pergunta, é importante destacar que a colonização europeia da África foi um processo complexo, que envolveu diversas nações e que deixou um legado de violência, exploração e desigualdade na região. É também importante ressaltar que a história da colonização é sempre polêmica e que diferentes perspectivas podem ser apresentadas sobre o assunto.
Dito isso, a seguir estão algumas iniciativas durante e após à colonização da África que são entendidas como indiferença aos vários tipos de prejuízos produzidos por parte da França:
Escravização de africanos para trabalhar em plantações no Caribe e na América do Sul, que teve início no século XVI e foi interrompida apenas no século XIX.
Exploração econômica da África, com a extração de recursos naturais como ouro, diamantes e marfim, além da imposição de impostos abusivos e da destruição de economias locais.
Apropriação de terras africanas pelos europeus, que causou deslocamentos forçados e conflitos entre diferentes grupos étnicos.
Política de assimilação cultural, que visava apagar as culturas locais e impor a cultura europeia.
Política de segregação racial, que promovia a discriminação e a exclusão dos africanos das esferas de poder político e econômico.
Criação de colônias de exploração, onde africanos eram obrigados a trabalhar em condições precárias e insalubres.
Imposição de religiões estrangeiras, que visavam converter os africanos ao cristianismo e acabar com suas crenças tradicionais.
Criação de escolas e universidades que ensinavam apenas a cultura europeia, desvalorizando a cultura local.
Interferência política nos governos africanos, com a imposição de governantes fantoches e a manipulação de eleições.
Uso de força militar para subjugar os africanos que se rebelavam contra a colonização.
Desrespeito aos direitos humanos, com a prática de torturas, assassinatos e trabalhos forçados.
Exploração sexual de mulheres africanas, que eram usadas como escravas sexuais pelos colonos europeus.
Imposição de idiomas estrangeiros como língua oficial, tornando as línguas africanas minoritárias e desvalorizadas.
Desvalorização da história africana, que foi apagada ou distorcida nos livros de história europeus.
Pouco investimento em infraestrutura, saúde e educação nas colônias africanas, o que gerou a perpetuação da pobreza e da desigualdade mesmo após a independência dos países africanos.
Essas são apenas algumas das iniciativas que foram tomadas durante e após a colonização da África pela França, que são vistas como indiferentes aos vários tipos de prejuízos produzidos na região. É importante ressaltar que a colonização foi um processo complexo e multifacetado, e que a compreensão das suas consequências exige uma análise crítica e aprofundada de diferentes fontes e perspectivas históricas.
BIBLIOGRAFIA
- "Orientalismo" de Edward Said
- "Como a Europa subdesenvolveu a África" de Walter Rodney
- "A invenção da África" de V. Y. Mudimbe
- "A mão visível do mercado: governança e economia na África" de Yaw Nyarko
- "A luta pela África" de Thomas Pakenham
- "A história da África" de John Iliffe
- "O colapso do colonialismo: o mundo pós-guerra colonial, 1945-1979" de Robin W. Winks
- "A história da África" de Basil Davidson
- "A África desde 1940" de Frederick Cooper
- "África: uma introdução" de David Gordon
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indiferença alemã
A Alemanha foi uma das potências coloniais que explorou a África durante o período de colonização do continente no final do século XIX e início do século XX. Durante e após a colonização, a Alemanha tomou uma série de iniciativas que foram vistas como indiferentes aos prejuízos produzidos na África. Abaixo, seguem 15 exemplos dessas iniciativas:
- A Conferência de Berlim de 1884-1885, em que as potências europeias dividiram a África entre si, sem consultar as populações africanas.
- O sistema de trabalho forçado, que foi implementado na África alemã para extrair recursos e construir infraestrutura, o que resultou em abusos e exploração dos trabalhadores africanos.
- O confisco de terras, que muitas vezes foram dadas a colonos alemães sem a compensação justa dos proprietários africanos.
- A repressão de revoltas e resistências africanas, que foram frequentemente brutalmente suprimidas pelas forças coloniais alemãs.
- A política de separação de grupos étnicos, que criou tensões entre diferentes grupos africanos e perpetuou divisões que ainda são sentidas hoje.
- A promoção do comércio de escravos na África Oriental Alemã, que se tornou um dos principais destinos dos traficantes de escravos árabes.
- A introdução de culturas estrangeiras, como a bananeira, que ameaçou a subsistência das populações africanas que dependiam da agricultura tradicional.
- O uso de armas químicas durante a Primeira Guerra Mundial, que foi a primeira vez que elas foram usadas em um conflito militar e resultou na morte de milhares de africanos.
- O uso de trabalho forçado durante a Primeira Guerra Mundial, que levou à morte de milhares de africanos que foram forçados a trabalhar em condições extremamente difíceis.
- A falta de investimento em infraestrutura social e educacional na África alemã, o que perpetuou a desigualdade e a pobreza no continente.
- O saque de obras de arte e outros artefatos culturais africanos, que foram levados para a Alemanha e agora são mantidos em museus europeus.
- A exploração de recursos naturais, como o marfim e o ouro, que foram extraídos da África e usados para enriquecer a Alemanha.
- A segregação racial, que criou uma sociedade hierárquica e discriminatória na África alemã.
- A recusa em conceder independência aos países africanos após a Segunda Guerra Mundial, o que perpetuou a opressão e a exploração da África pelas potências europeias.
- A falta de reconhecimento e reparação pelos danos causados à África durante a colonização, que ainda são sentidos até hoje em muitos aspectos da vida africana.
- Essas são apenas algumas das muitas iniciativas que a Alemanha tomou durante e após a colonização da África que foram vistas como indiferentes aos prejuízos produzidos no continente. A colonização teve um
BIBLIOGRAFIA
- "The Scramble for Africa: White Man's Conquest of the Dark Continent from 1876 to 1912" de Thomas Pakenham
- "German Colonialism: A Short History" de Sebastian Conrad
- "Africa and the Victorians: The Official Mind of Imperialism" de Ronald Robinson e John Gallagher
- "Africans and Europeans in West Africa: Elminans and Dutchmen on the Gold Coast During the Eighteenth Century" de J. D. La Fleur
- "A Alemanha e a Diáspora Negra: Pontos de Contato, 1250-1914" de Mischa Honeck, Anne Kuhlmann-Smirnov, e Martin Klimke
- "África do Sudoeste Alemã" de Eileen Jensen Krige
- "Imperialismo e colonialismo: ensaios sobre a história da expansão europeia" de H. L. Wesseling
- "A Conferência de Berlim de 1884-1885 e a Partição da África" de Jean Allman, Susan Geiger, e Nakanyike Musisi
- "As Guerras Africanas: Guerreiros e Soldados das Campanhas Coloniais" de Chris Peers
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indiferença holandesa
A Holanda teve uma presença limitada na colonização da África, se comparada com outras potências europeias, como a França, a Grã-Bretanha e Portugal. No entanto, ainda assim, é possível destacar algumas iniciativas durante e após a colonização que demonstram a indiferença da Holanda aos prejuízos produzidos.
Tráfico de escravos: Assim como outras nações europeias, a Holanda se envolveu no tráfico transatlântico de escravos africanos para as Américas. Entre os séculos XVI e XIX, a Holanda transportou cerca de 500.000 africanos escravizados.
Exploração mineral: Durante o período colonial, a Holanda explorou os recursos minerais africanos, como ouro e diamantes, sem se preocupar com os impactos ambientais e sociais causados.
Monopólio do comércio de escravos: A Holanda estabeleceu um monopólio do comércio de escravos com o Brasil e as Antilhas holandesas, o que gerou enormes lucros para a economia holandesa.
Colonização do sul da África: A Holanda estabeleceu uma colônia no sul da África em 1652, na região que hoje é a Cidade do Cabo, na África do Sul. A colonização teve um impacto significativo na cultura e nos direitos dos povos indígenas.
Política de segregação racial: Durante a colonização da África do Sul, a Holanda implementou uma política de segregação racial, conhecida como apartheid, que resultou em violência e desigualdade social.
Guerras coloniais: A Holanda esteve envolvida em diversas guerras coloniais na África, como a Guerra dos Bôeres, na África do Sul, que resultou na morte de milhares de pessoas.
Extração de recursos naturais: Durante a colonização, a Holanda explorou os recursos naturais da África, como o marfim, sem se preocupar com a conservação da fauna e da flora.
Imposição de governos fantoches: A Holanda apoiou governos fantoches na África, que serviam aos interesses holandeses, em detrimento dos interesses das populações locais.
Apropriação de terras: A Holanda se apropriou de terras africanas para estabelecer suas colônias, sem respeitar as culturas e os direitos dos povos indígenas.
Exploração agrícola: Durante a colonização, a Holanda explorou a agricultura africana, estabelecendo monoculturas que prejudicaram o meio ambiente e as populações locais.
Desrespeito aos direitos humanos: Durante a colonização, a Holanda desrespeitou os direitos humanos dos povos africanos, como a liberdade de expressão e a liberdade de associação.
Descaso com a saúde: Durante a colonização, a Holanda não se preocupou com a saúde das populações africanas, muitas vezes impondo condições de trabalho insalubres e precárias.
Discriminação étnica: Durante a colonização, a Holanda discriminou étnicamente as populações africanas, criando hierarquias baseadas na raça e na cor da pele, o que resultou em desigualdades sociais e econômicas.
Exploração de mão de obra: Durante a colonização, a Holanda explorou a mão de obra africana, impondo condições de trabalho abusivas e pagando salários baixos.
Negligência após a independência: Após a independência dos países africanos, a Holanda não se preocupou em ajudar no desenvolvimento desses países, muitas vezes deixando-os à própria sorte e mantendo relações comerciais desiguais.
Em resumo, a presença holandesa na colonização da África foi marcada pela exploração de recursos naturais e humanos, pela imposição de governos fantoches e pela discriminação étnica, o que gerou prejuízos sociais, econômicos e ambientais significativos. Após a independência, a Holanda também demonstrou indiferença ao não ajudar no desenvolvimento desses países.
BIBLIOGRAFIA
- Rodney, W. (1972). Como a Europa subdesenvolveu a África. Verso Livros.
- Gann, L. H., & Duignan, P. (2013). Os governantes da África Belga, 1884-1914. Routledge.
- Meredith, M. (2005). O destino da África: das esperanças de liberdade ao coração do desespero. Relações Públicas.
- Inikori, J. E., & Engerman, S. L. (Orgs.). (1992). O tráfico atlântico de escravos: efeitos sobre economias, sociedades e povos na África, Américas e Europa. Duke University Press.
- Peinado, F. (2016). Colonialismo holandês e islamismo indonésio: contatos e conflitos 1596-1950. Rodovalho.
- Clifton, G. (2001). Comércio Holandês e Comerciantes Chineses em Java: Relações Coloniais no Comércio e nas Finanças, 1800-1942. NUS Imprensa.
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indiferença europeia
A colonização da África foi um processo brutal e desumano que deixou um legado duradouro de prejuízos e injustiças para o continente africano. Durante e após a colonização, houve várias iniciativas por parte da Europa que foram entendidas como indiferentes aos prejuízos produzidos. Abaixo estão 15 dessas iniciativas:
Divisão arbitrária do continente: Durante a Conferência de Berlim, em 1884-85, as potências coloniais europeias dividiram o continente africano entre si, sem levar em consideração as fronteiras étnicas, culturais ou geográficas. Essa divisão arbitrária criou muitos conflitos e disputas que continuam a afetar a África até hoje.
Escravidão: A escravidão foi praticada pelos europeus na África desde o século XV. Durante o período colonial, muitos africanos foram escravizados e transportados para as Américas. Isso teve um impacto devastador nas sociedades africanas e contribuiu para a desestruturação das comunidades locais.
Extração de recursos: Durante a colonização, os europeus extraíram recursos naturais da África, como minerais, madeira e borracha, sem levar em consideração o impacto ambiental ou social. Muitas empresas europeias exploraram a mão de obra africana em condições desumanas para extrair esses recursos.
Genocídios e massacres: Durante a colonização, os europeus cometeram vários genocídios e massacres em países africanos, como a Bélgica no Congo, a Alemanha na Namíbia e a França na Argélia. Esses crimes deixaram um legado de trauma e desconfiança entre os africanos e seus colonizadores.
Expansão da agricultura: Durante a colonização, muitas terras foram confiscadas dos africanos para a expansão da agricultura europeia. Isso levou à degradação do solo e à perda de biodiversidade, além de prejudicar as comunidades locais que dependiam dessas terras para sua subsistência.
Deslocamento forçado de pessoas: Durante a colonização, muitas pessoas foram deslocadas à força de suas terras ancestrais para dar lugar a projetos coloniais. Isso causou muitos conflitos e tensões entre as comunidades locais, além de ter um impacto traumático nas pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas.
Imposição de línguas estrangeiras: Durante a colonização, as línguas europeias foram impostas como línguas oficiais em muitos países africanos. Isso prejudicou as línguas locais e a cultura africana, além de ter sido uma forma de dominação cultural.
Uso de armas químicas: Durante a colonização, as potências europeias usaram armas químicas, como o gás mostarda, em países africanos, como a Etiópia e a Líbia. Isso causou muitas mortes e deixou um legado de doenças e deformidades entre as pessoas que foram expostas a essas armas.
Práticas médicas abusivas: Durante a colonização, muitos europeus realizaram práticas médicas abusivas em populações africanas, como experimentos com vacinas e tratamentos sem o consentimento das pessoas. Isso causou muitos danos físicos e psicológicos, além de ter sido uma forma de desrespeito à autonomia e dignidade das pessoas.
Substituição de culturas locais: Durante a colonização, muitas culturas locais foram substituídas por valores e práticas europeias. Isso causou a perda de muitas tradições e costumes africanos, além de ter prejudicado a autoestima e a identidade cultural das pessoas.
Imposição de religiões estrangeiras: Durante a colonização, muitas religiões estrangeiras foram impostas às populações africanas, muitas vezes com o uso da força. Isso prejudicou a liberdade religiosa e a diversidade cultural, além de ter sido uma forma de dominação cultural.
Exploração de mão de obra infantil: Durante a colonização, muitas crianças africanas foram exploradas como mão de obra, muitas vezes em condições desumanas. Isso prejudicou a educação e o desenvolvimento das crianças, além de ter sido uma forma de exploração econômica.
Apoio a ditaduras e governos opressores: Após a independência de muitos países africanos, as potências europeias continuaram a apoiar governos opressores e ditaduras, em vez de defender os direitos humanos e a democracia. Isso prejudicou o desenvolvimento e a estabilidade política desses países, além de ter causado muitas violações de direitos humanos.
Dívida externa: Após a independência, muitos países africanos ficaram endividados com bancos europeus e internacionais. Essa dívida externa prejudicou o desenvolvimento econômico desses países, além de ter sido uma forma de dominação econômica.
Saque do patrimônio cultural: Durante a colonização, muitos artefatos e objetos culturais africanos foram saqueados e levados para a Europa como troféus. Isso causou a perda de muitos bens culturais importantes, além de ter sido uma forma de apropriação indevida da cultura africana.
Essas são apenas algumas das iniciativas que foram entendidas como indiferentes aos prejuízos produzidos pela colonização da África. É importante lembrar que esses prejuízos ainda afetam a África até hoje e que é necessário trabalhar para reparar esses danos e promover a justiça e a igualdade no continente.
BIBLIOGRAFIA
- "História Geral da África", Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)
- "O Príncipe", de Maquiavel
- "Orientalismo", de Edward Said
- "A Guerra do Fim do Mundo", de Mario Vargas Llosa
- "As Veias Abertas da América Latina", de Eduardo Galeano
- "África desde 1940: O Passado do Presente", de Frederick Cooper
- "A Corrida pela África", de Thomas Pakenham
- "Uma Breve História da África", de Roland Oliver e J. D. Fage
- "Pele Negra, Máscaras Brancas", de Frantz Fanon
- "Como a Europa subdesenvolveu a África", de Walter Rodney.
Capítulo 10:
Conclusão
Recapitulação dos principais pontos abordados na tese
Destaque para a importância do conhecimento histórico para a construção de um futuro mais justo e igualitário.
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a mentira cristã na colonização
Aqui estão argumentos de estudiosos que afirmam a mentira cristã na colonização da África por países cristãos:
Cristianismo como justificativa para a colonização: Muitos estudiosos argumentam que a religião cristã foi utilizada como uma justificativa ideológica para a colonização da África pelos países cristãos. Os europeus acreditavam que sua religião era superior às crenças dos africanos e que, portanto, tinham o direito de impor sua fé sobre os africanos.
Ações contraditórias dos missionários: Apesar de muitos missionários cristãos terem se deslocado para a África com a intenção de espalhar sua fé, eles muitas vezes agiram de forma contraditória com os princípios cristãos. Por exemplo, eles muitas vezes apoiaram a escravidão e a exploração econômica dos africanos, o que contradiz a mensagem cristã de amor e justiça.
O uso da Bíblia para justificar a escravidão: Alguns estudiosos argumentam que a Bíblia foi usada para justificar a escravidão na África. Os europeus citavam passagens bíblicas que falavam sobre a escravidão para justificar sua prática, ignorando outras passagens que condenavam a escravidão e promoviam a liberdade.
A violência e a coerção na conversão ao cristianismo: Muitos africanos foram forçados a se converter ao cristianismo pelos colonizadores, muitas vezes através da violência e da coerção. Os missionários frequentemente usavam ameaças e intimidação para obrigar os africanos a adotar a fé cristã.
A imposição de valores e crenças ocidentais: A colonização da África também foi marcada pela imposição de valores e crenças ocidentais sobre as culturas africanas. Os europeus impuseram suas ideias sobre o que era certo e errado, o que levou à perda de muitas tradições e costumes africanos.
A falta de respeito pela diversidade cultural: Muitos colonizadores europeus não tinham respeito pela diversidade cultural da África. Eles viam as culturas africanas como inferiores e bárbaras, e procuravam suprimir ou destruir essas culturas em vez de valorizá-las e respeitá-las.
O impacto negativo na saúde e no bem-estar dos africanos: A colonização da África também teve um impacto negativo na saúde e no bem-estar dos africanos. Os europeus trouxeram doenças e epidemias que muitas vezes se espalharam rapidamente e causaram a morte de milhares de africanos. Além disso, as condições de vida e de trabalho impostas pelos colonizadores muitas vezes eram insalubres e perigosas, contribuindo para a disseminação de doenças e a degradação da saúde dos africanos.
A exploração econômica da África: A colonização da África também foi marcada pela exploração econômica dos recursos naturais do continente pelos países colonizadores. Os africanos frequentemente eram forçados a trabalhar em condições precárias em minas, plantações e outras indústrias, e não recebiam remuneração justa por seu trabalho.
A perpetuação de estereótipos e preconceitos sobre os africanos: A colonização da África também contribuiu para a perpetuação de estereótipos e preconceitos negativos sobre os africanos. Os europeus frequentemente retratavam os africanos como inferiores, ignorantes e bárbaros, o que levou à discriminação e ao racismo em muitas partes do mundo.
A resistência dos africanos à imposição do cristianismo: Por fim, muitos estudiosos argumentam que a colonização da África não foi bem-sucedida em sua tentativa de impor o cristianismo sobre os africanos. Os africanos frequentemente resistiram à conversão ao cristianismo e mantiveram suas próprias crenças e tradições, o que mostra a falha da estratégia de imposição da cultura ocidental sobre as culturas africanas.
Em resumo, os argumentos apresentados pelos estudiosos que afirmam a mentira cristã na colonização da África por países cristãos demonstram que a religião cristã foi usada como uma justificativa ideológica para a colonização, mas, na prática, muitos missionários e colonizadores agiram de forma contraditória aos princípios cristãos. Além disso, a colonização da África foi marcada pela violência, coerção, imposição de valores e crenças ocidentais, falta de respeito pela diversidade cultural, exploração econômica, perpetuação de estereótipos e preconceitos sobre os africanos, e impacto negativo na saúde e bem-estar dos africanos. Esses argumentos apontam para a complexidade da história da colonização e para a necessidade de uma abordagem crítica e reflexiva sobre esse período histórico.
BIBLIOGRAFIA
- "Cristianismo, colonialismo e consciência na África do Sul" de John W. de Gruchy
- "Colonialismo e cristianismo na África" de Kwame Bediako
- "A Igreja e o Colonialismo na África: Uma História das Missões Cristãs na África" de Lamin Sanneh
- "Imperialismo Missionário: A Igreja Católica na China Moderna" de Anthony E. Clark
- "Imperial Reckoning: The Untold Story of Britain's Gulag in Kenya" de Caroline Elkins
- "O Fantasma do Rei Leopoldo: Uma História de Ganância, Terror e Heroísmo na África Colonial" de Adam Hochschild
- "The Scramble for Africa: White Man's Conquest of the Dark Continent from 1876-1912" de Thomas Pakenham
- "O fardo do homem negro: o homem branco na África do século XV à Primeira Guerra Mundial" de E. D. Morel
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o assalto cristão na colonização
Antes de apresentar os argumentos, é importante ressaltar que a colonização da África por países cristãos foi um processo complexo e multifacetado, com diversas motivações e justificativas. Alguns estudiosos afirmam que a ação dos cristãos na colonização da África foi um assalto, ou seja, uma violência injustificada e uma imposição de valores culturais e religiosos. A seguir, estão dez argumentos que embasam essa visão:
O imperialismo cristão na África foi motivado principalmente pela busca por riquezas e poder. As nações europeias que colonizaram a África, como Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Alemanha, exploraram os recursos naturais e humanos do continente para enriquecimento próprio, sem se importar com as consequências para a população africana.
A colonização cristã na África foi acompanhada por uma imposição da religião cristã e da cultura europeia aos povos africanos. Isso resultou na perda da identidade cultural e religiosa dos africanos e na imposição de padrões de comportamento e moralidade estranhos à sua realidade.
A ação dos cristãos na colonização da África resultou na escravização de milhões de africanos, que foram forçados a trabalhar nas plantações, minas e indústrias europeias. Essa exploração brutal deixou um legado de desigualdade e pobreza que persiste até hoje.
A colonização cristã da África também resultou na violência e na supressão dos direitos humanos dos africanos. Os colonizadores frequentemente usaram a força para subjugar a população local e impor sua vontade, o que resultou em massacres, deportações e outras formas de violência.
O imperialismo cristão na África foi justificado por uma ideologia racista e eurocêntrica que considerava os africanos como inferiores e primitivos. Essa visão reducionista e preconceituosa justificou a exploração e a dominação dos africanos pelos europeus.
A colonização cristã da África resultou em uma divisão artificial do continente em países e fronteiras que não levaram em conta as realidades étnicas, culturais e políticas dos povos africanos. Isso gerou conflitos internos e tensões que ainda afetam a África contemporânea.
A ação dos cristãos na colonização da África resultou em uma destruição ambiental sem precedentes. As nações europeias exploraram sem piedade os recursos naturais do continente, causando desmatamento, poluição e outras formas de degradação ambiental.
A colonização cristã da África resultou em uma exploração desigual e desonesta do comércio internacional. As nações europeias impuseram termos desfavoráveis aos países africanos nos acordos comerciais, o que resultou em um desequilíbrio econômico e na dependência econômica dos países africanos em relação aos países europeus.
A colonização cristã da África resultou na negação dos direitos políticos e civis dos africanos, que foram privados do direito de votar, de se organizar politicamente e de expressar suas opiniões livremente. Os europeus impuseram governos autoritários e opressivos nos países africanos, que frequentemente usavam a violência para silenciar a dissidência e manter o controle sobre a população.
A colonização cristã da África resultou em um legado de desigualdade, pobreza e instabilidade política que persiste até hoje. A exploração e a opressão dos africanos pelos europeus deixaram um impacto profundo na história e na cultura do continente, que ainda enfrenta desafios significativos na busca por uma verdadeira autodeterminação e desenvolvimento econômico e social.
BIBLIOGRAFIA
- M'Bokolo, Elikia. África negra: história e civilizações. São Paulo: Ática, 2008.
- Mignolo, Walter. Colonialidade: o lado mais sombrio da modernidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.
- Rodney, Walter. Como a Europa subdesenvolveu a África. Rio de Janeiro: Edições Antídoto, 2010.
- Shillington, Kevin. História da África. São Paulo: EDUSP, 2012.
- Wiredu, Kwasi. Democracia e consenso na África. São Paulo: Edições Sesc, 2019.
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a indiferença cristã na colonização
Argumentos de estudiosos que afirmam a indiferença social cristã na colonização da África por países cristãos:
Teoria do "fardo do homem branco": Essa teoria sustentava que os países ocidentais tinham o dever moral de colonizar e civilizar outras partes do mundo, incluindo a África. Os colonizadores acreditavam que a cultura e o modo de vida europeus eram superiores e, portanto, deveriam ser impostos aos povos africanos, independentemente de suas próprias crenças religiosas.
Foco na salvação das almas: Os missionários cristãos que viajaram para a África durante a colonização estavam principalmente preocupados em converter os africanos ao cristianismo, sem levar em consideração suas condições sociais e econômicas. Eles acreditavam que a salvação das almas era mais importante do que a melhoria das condições de vida das pessoas.
Visão eurocêntrica da história: Muitos colonizadores europeus acreditavam que a história do mundo era liderada pela Europa, e que a África era um continente "atrasado" que precisava ser colonizado e "modernizado". Essa visão ignorava a rica história e cultura africanas, e não levava em consideração a possibilidade de que as culturas africanas pudessem ter algo a oferecer ao mundo.
Supressão das tradições africanas: Os colonizadores frequentemente tentavam suprimir as tradições africanas, incluindo as práticas religiosas e as crenças tradicionais. Isso levou a uma perda de identidade cultural e espiritual para muitos africanos, e contribuiu para a indiferença social cristã.
Exploração econômica: A colonização da África pelos países cristãos tinha como principal objetivo a exploração dos recursos naturais e a obtenção de lucro. Os interesses econômicos dos colonizadores frequentemente se sobrepunham aos interesses sociais e humanitários.
Uso da violência: A colonização da África pelos países cristãos foi frequentemente acompanhada de violência e opressão. Isso incluiu a escravidão, a segregação racial, a violência contra as comunidades locais e a repressão política. Essa violência foi muitas vezes justificada por uma visão de superioridade racial e cultural.
Falta de investimento em infraestrutura: Os colonizadores frequentemente negligenciaram o investimento em infraestrutura social, incluindo hospitais, escolas e moradias adequadas. Isso levou a condições precárias de vida para muitos africanos e perpetuou a desigualdade social e econômica.
Interferência na governança local: Os países cristãos que colonizaram a África frequentemente interferiram na governança local, impondo governos pró-ocidente e reprimindo movimentos de independência. Isso levou a uma instabilidade política e social que teve efeitos duradouros na região.
Indiferença aos direitos humanos: A colonização da África pelos países cristãos frequentemente resultou em violações dos direitos humanos, incluindo a privação da liberdade, a negação de direitos políticos e a violência contra a população local. As potências coloniais muitas vezes justificavam essas violas
Falta de responsabilidade: Apesar de terem sido responsáveis pela colonização da África, muitos países cristãos não assumiram a responsabilidade pelos danos causados e pelas injustiças cometidas. A falta de reconhecimento dos erros cometidos e a falta de medidas para reparar o dano causado contribuíram para a índio;
BIBLIOGRAFIA
- Odoi, J. O. (2018). O Papel dos Missionários Cristãos na Colonização da África: Um Estudo da Nigéria. Revista Internacional de Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais, 7(1), 1-9.
- Rodney, W. (2018). Como a Europa subdesenvolveu a África. Verso Livros.
- Mamdani, M. (2018). Cidadão e Sujeito: África Contemporânea e o Legado do Colonialismo Tardio. Imprensa da Universidade de Princeton.
- Taylor, C. (2019). A ética da autenticidade. Imprensa da Universidade de Harvard.
- Fanon, F. (2008). Os miseráveis da Terra. Imprensa Grove.
- Hastings, A. (2019). A Igreja na África, 1450-1950. Imprensa da Universidade de Oxford.
- Gifford, P. (2015). Cristianismo, Desenvolvimento e Modernidade na África. Routledge.
- Palmer, E. (2018). A Influência da Religião no Desenvolvimento da África. Revista Internacional de Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais, 7(2), 1-10.
- Shillington, K. (2018). História da África. Palgrave Macmillan.
- Ekechi, F. (2017). Empresa missionária e ideologia racial na Nigéria: uma análise histórica. Jornal da Sociedade Histórica da Nigéria, 8(2), 267-280.
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os preconceitos cristãos da colonização
A colonização da África pelos países cristãos foi caracterizada por uma série de preconceitos e práticas discriminatórias que foram amplamente estudados por acadêmicos e historiadores. Abaixo, estão 10 argumentos de estudiosos que afirmam sobre os preconceitos cristãos na colonização da África:
O cristianismo foi usado como uma ferramenta para justificar a colonização: Muitos estudiosos argumentam que o cristianismo foi usado como uma justificativa para a colonização da África pelos países europeus. A ideia de que os europeus eram civilizados e tinham a responsabilidade de trazer a "civilização" aos povos africanos foi comumente usada para justificar a colonização.
O racismo era prevalente entre os colonizadores cristãos: O racismo era uma crença comum entre os colonizadores cristãos, e isso levou a práticas discriminatórias contra os africanos. Os colonizadores frequentemente se referiam aos africanos como "primitivos" e "selvagens".
A ideia de que os africanos eram inferiores culturalmente: Muitos colonizadores cristãos acreditavam que a cultura africana era inferior à cultura europeia, e isso levou a práticas discriminatórias como a imposição da cultura europeia sobre os africanos.
A imposição do cristianismo aos africanos: Os colonizadores cristãos frequentemente tentavam impor o cristianismo aos africanos, muitas vezes às custas de suas próprias crenças e tradições religiosas.
A ideia de que os africanos precisavam ser "salvos": Muitos colonizadores cristãos acreditavam que os africanos eram "pagãos" e precisavam ser "salvos" do pecado e da condenação eterna. Isso levou a uma série de práticas discriminatórias e opressivas.
A exploração econômica da África pelos colonizadores cristãos: A exploração econômica da África pelos colonizadores cristãos foi acompanhada por uma série de práticas discriminatórias e opressivas. Os colonizadores frequentemente usavam a força para controlar os recursos naturais da África.
A escravidão e o tráfico de escravos: Muitos colonizadores cristãos participaram da escravidão e do tráfico de escravos na África. A escravidão foi justificada em grande parte pela ideia de que os africanos eram inferiores aos europeus.
A segregação racial: A segregação racial era uma prática comum entre os colonizadores cristãos, que frequentemente mantinham os africanos em condições de pobreza e subordinação.
A violência e a opressão contra os africanos: A violência e a opressão contra os africanos foram uma característica comum da colonização cristã da África. Isso incluiu o uso da força para suprimir a resistência dos africanos à colonização.
A perpetuação da desigualdade e da injustiça: Muitos estudiosos argumentam que os preconceitos cristãos que permearam a colonização da África pelos países europeus continuam a ter impactos negativos sobre a África e seus povos até os dias de hoje, perpetuando a desigualdade e a injustiça. A imposição da cultura europeia e do cristianismo contribuíram para a perda de tradições e identidades africanas, e a exploração econômica deixou muitos países africanos em situação de pobreza e subdesenvolvimento. Além disso, a segregação racial e a violência contra os africanos deixaram cicatrizes duradouras na história e na psicologia dos povos africanos.
Em resumo, a colonização da África pelos países cristãos foi marcada por uma série de preconceitos e práticas discriminatórias que tiveram impactos negativos duradouros sobre o continente e seus povos. Estudar esses preconceitos é fundamental para entendermos as raízes da desigualdade e da injustiça que ainda existem na África e em outros lugares do mundo.
BIBLIOGRAFIA
- MIGNOLO, Walter D.; O lado mais sombrio da modernidade ocidental: futuros globais, opções decoloniais. Editora da Universidade Duke, 2011.
- FANON, Frantz. Os condenados da terra. Civilização Brasileira, 1968.
- RODNEY, Walter. How Europe Underdeveloped Africa. Howard University Press, 1972.
- MUDIMBE, V. Y.; A Invenção da África: Gnose, Filosofia e Ordem do Conhecimento. Editora da Universidade de Indiana, 1988.
- WALLERSTEIN, Emanuel. África: a política da independência e da unidade. Vintage, 1967.
- HALL, Stuart. "O Ocidente e o Resto: Discurso e Poder". In Formações da Modernidade, editado por Stuart Hall e Bram Gieben, 275-320. Editora Polity, 1992.
- ONG, Adichie Chimamanda. O perigo de uma única história. TED Talk, 2009.
- MAGUBANE, Bernardo. Os laços que unem: consciência afro-americana da África. Revista de Estudos Negros, 1996.
- SHIVJI, Issa G. Silêncios no discurso das ONGs: o papel e o futuro das ONGs na África. Fahamu, 2007.
- DIOP, Cheikh Anta. A Origem Africana da Civilização: Mito ou Realidade. Lawrence Hill & Co, 1974.
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a intolerância cristã da colonização
A colonização da África pelos países cristãos foi um processo complexo, envolvendo uma série de fatores políticos, econômicos e culturais. Durante esse período, houve uma série de atos de intolerância cristã, que foram criticados por estudiosos e historiadores. Aqui estão 10 argumentos que esses estudiosos apresentam para afirmar a intolerância cristã na colonização da África:
A imposição da religião cristã: um dos principais argumentos contra a intolerância cristã na colonização da África é a imposição da religião cristã. Os colonizadores cristãos frequentemente impunham sua religião aos povos africanos, forçando-os a abandonar suas crenças e rituais tradicionais.
A destruição de templos e santuários: como parte da imposição da religião cristã, muitos templos e santuários africanos foram destruídos pelos colonizadores. Essa destruição foi vista como uma forma de impor a cultura e os valores ocidentais sobre os africanos.
A proibição de práticas culturais tradicionais: além da imposição da religião cristã, os colonizadores frequentemente proibiam práticas culturais tradicionais africanas, como a dança, a música e os rituais de cura. Essa proibição foi vista como uma tentativa de forçar os africanos a se conformar com a cultura ocidental.
A supressão da língua e da literatura africanas: os colonizadores também suprimiram a língua e a literatura africanas, promovendo a língua e a literatura ocidentais em seu lugar. Isso foi visto como uma forma de impor a cultura e os valores ocidentais sobre os africanos.
A exploração econômica: os colonizadores cristãos frequentemente exploravam a África por seus recursos naturais, sem levar em consideração as necessidades e desejos dos povos africanos. Isso foi visto como uma forma de opressão e intolerância.
A violência e a brutalidade: muitos colonizadores cristãos usavam a violência e a brutalidade para impor sua vontade sobre os povos africanos. Isso incluía o uso de força militar para subjugar as populações locais.
A escravidão e o tráfico de seres humanos: a colonização da África pelos países cristãos também envolveu o tráfico de seres humanos e a escravidão. Isso foi visto como uma forma de opressão e intolerância, já que os africanos eram tratados como objetos e não como seres humanos.
A discriminação racial: muitos colonizadores cristãos discriminavam os africanos com base em sua raça, considerando-os inferiores aos europeus. Isso levou a uma série de políticas discriminatórias, incluindo a segregação racial e a limitação do acesso a oportunidades econômicas e educacionais.
A imposição de governos autoritários: muitos colonizadores cristãos impuseram governos autoritários sobre os povos africanos, negando-lhes o direito à autodeterminação. Isso foi visto como uma forma de opressão e intolerância, já que os africanos não tinham voz na governança de seus próprios países.
A falta de respeito pela diversidade cultural: por fim, muitos estudiosos argumentam que a intolerância cristã na colonização da África foi alimentada pela falta de respeito pela diversidade cultural. Os colonizadores frequentemente viam a cultura e os valores africanos como primitivos ou inferiores aos valores ocidentais, e isso os levava a impor sua cultura e seus valores sobre os africanos.
Esses são apenas alguns dos argumentos apresentados por estudiosos que afirmam a intolerância cristã na colonização da África. É importante reconhecer que a colonização da África pelos países cristãos foi um período complexo e multifacetado, e muitos fatores diferentes contribuem
BIBLIOGRAFIA
- "Resistência Africana ao Domínio Colonial" de Timothy
- "A Invenção da África: Gnose, Filosofia e a Ordem do Conhecimento" de V. Y. Mudimbe
- "Imperial Reckoning: A História Não Contada do Gul da Grã-Bretanha
- "As origens da nação líbia: legado colonial, exílio e emergência de um novo Estado-nação" de Ali Abdullatif Ahmida
- "A Corrida pela África: A Conquista do Homem Branco
- "O Impacto do Cristianismo na Política Sul-Africana" de Peter Walshe
- "A África e os Vitorianos: A Mente Oficial do Imperialismo" de Ronald Robinson e John Gallagher
- "O Impacto do Colonialismo no Desenvolvimento Económico Africano" de Ingrid K. Jensen e Gloria D. S. Emeagwali
- "Intolerância Religiosa na África: Uma Análise Contemporânea" de Samuel O. Afolayan
- "O lado mais sombrio da modernidade ocidental: futuros globais, opções decoloniais" de Walter D. Mignolo.
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cinco ótimos livros sobre a colonização
A colonização da África pelos países cristãos europeus é um tema complexo e multifacetado que envolve várias questões históricas, políticas, econômicas e culturais. Há muitos livros importantes que abordam esse tema de diferentes perspectivas e com diferentes enfoques. A seguir, apresento uma seleção de cinco livros que são considerados importantes para o estudo da colonização da África pelos países cristãos europeus:
"O Coração das Trevas", de Joseph Conrad - Este livro é uma obra de ficção que se passa no Congo Belga, no final do século XIX. Embora seja uma obra literária, "O Coração das Trevas" é considerado um retrato sombrio e realista do colonialismo europeu na África, mostrando as atrocidades cometidas pelos colonizadores e as consequências devastadoras para as populações locais.
"Rei Leopoldo II e a Pilhagem do Congo", de Adam Hochschild - Este livro é uma investigação histórica sobre as práticas coloniais do Rei Leopoldo II da Bélgica no Congo, que resultaram na morte de milhões de africanos e na exploração brutal dos recursos naturais do país. Hochschild mostra como o colonialismo europeu foi motivado pela ganância e pelo desejo de poder, e como as potências europeias usaram a África como um campo de batalha para a competição global.
"O Capitalismo e a Escravidão", de Eric Williams - Este livro analisa a relação entre o desenvolvimento do capitalismo europeu e a expansão do comércio de escravos africanos. Williams argumenta que a escravidão foi um componente fundamental do capitalismo europeu e que a exploração dos trabalhadores africanos foi crucial para o enriquecimento das potências europeias.
"O Imperialismo: Fase Superior do Capitalismo", de Vladimir Lênin - Este livro é uma análise marxista do imperialismo como a fase final do desenvolvimento do capitalismo. Lênin argumenta que o imperialismo é caracterizado pela concentração do capital, pela competição acirrada entre as potências imperialistas e pela divisão do mundo em áreas de influência. Ele também destaca o papel do colonialismo na acumulação de riqueza e poder pelas potências europeias.
"África desde 1940", de Frederick Cooper - Este livro é uma história abrangente da África desde a Segunda Guerra Mundial até os dias atuais. Cooper examina como as lutas anticoloniais e a busca pela independência moldaram o continente, bem como as tensões e conflitos que surgiram após a independência. Ele também discute como as potências europeias continuaram a exercer influência na África por meio de políticas econômicas e diplomáticas.
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cinco outros ótimos livros
"Imperialismo e Cultura", de Edward Said - Neste livro, Said examina como as potências europeias usaram a cultura como uma ferramenta para justificar e promover o imperialismo. Ele analisa obras literárias, artísticas e acadêmicas produzidas pelos colonizadores e mostra como elas ajudaram a perpetuar estereótipos negativos sobre os povos africanos
"Como a Europa Subdesenvolveu a África", de Walter Rodney - Neste livro, Rodney argumenta que a África foi subdesenvolvida pelos países europeus como resultado direto do colonialismo e do neocolonialismo. Ele analisa as políticas econômicas e sociais impostas
"África: Uma Biografia", de John Reader - Neste livro, Reader apresenta uma história abrangente da África desde os tempos pré-históricos até os dias atuais. Ele discute como o continente foi molde
"História da África", de Kevin Shillington - Neste livro, Shillington apresenta uma visão geral da história da África, desde a antiguidade até os dias atuais. Ele discute como as sociedades africanas evoluíram ao longo do tempo, bem como as mudanças significativas
"Colonialismo e Violência", de Jean-Paul Sartre - Neste livro, Sartre discute a relação entre o colonialismo e a violência, argumentando que a violência foi uma característica central da colonização europeia na África. Ele analisa as formas como os colonizadores justificaram e praticaram a viola