Inoperância Denominacional

AUTONOMIA X LITURGIA O sistema “democrático” adotado pela Denominação Batista, para administrar suas ações seria perfeito, caso não ocorresse a imposição da liberdade individual. Somos democráticos por vocação e individualistas por opção de sobrevivência. A democracia funciona quando se administra o outro. Mas, não se aplica ao meu território, no caso a Igreja local. Tenho compromisso assumido com a Denominação. Zelar por suas doutrinas. Cooperar como sustento da causa. Apoiar todos os projetos denominacionais e especialmente não maldizer a liderança. Liderança, que, segundo crença batista, é escolhida por Deus. Cremos, pois na Teocracia ou no governo divino sobre as decisões tomadas nas assembleias. Mas, no íntimo todos sabemos que Deus não participa, não aprova e não aceita os conchavos firmados nos corredores.Tal descrença enfraquece o governo democrático e o coloca sobsuspeita. Passamos a desconfiar que Deus nada tem a ver com algumas propostas aprovadas. Ao que parece o Espirito Santo esteve ausente na elaboração do projeto. A conclusão origina-se na confusão que certas decisões produzem. O Diabo não perde tempo. Usa tais decisões e mal estar para acirrar as desavenças e ânimos entre os que votaram a favore os que votaram contra. No final a Democracia sai pela tangente e o povo de Deus ferido. Caso crêssemos que a maioria expressou o querer divino, não haveria gente usando as redes sociais para criticar. Prevalece o individualismo. Claro que para todas as posições e decisões são invocados textos bíblicos, para dar suporte ao autor da proposta. O ser batista não é passível de definição. É preciso aceitar pela fé. É inexplicável. Batista é vidrado em estatuto e planejamento estratégico. Uma Assembleia de batistas sem reforma de estatuo e regimento, não é assembleia. Não há razão justificável para realiza-la. Planejamento estratégico é a seiva que alimenta os sonhos e utopias batistas. Miragens que jamais se transformarão em ações praticas. Tempo, dinheiro, papel, são gastos para terminar na gaveta de um executivo. Hoje felizmente temos computador que projeta os intricados gráficos, visando convencer o grupo que ali está o pote de ouro, a mina de diamantes até então desconhecidos. Há peritos em planejamentos estratégicos. Os que elaboram programas, fora da realidade das igrejas, para que alguém os executem. Você lembra-se da frase /”um mais um igual a mil?”/ Como também há “pastores-preletores” que ensinam como pastorear, sem nunca terempastoreado. Faltam-lhes o cheiro das ovelhas,o mau odor dos bodes e saber como desempacar jumentos.Mas, estão em todos os congressos. Jesus usaria a mesma acusação que fez aos escribas e fariseus, Mt 23:1-7. Mas como bombatista, transformado pela graçade Cristo, sou obrigado a amar os estrategistas e os preletores de Congressos de como fazer. Embora roubemo meu precioso tempo para ouvi-los, sem resultados práticos. Há coisas difíceis de entender. Que só batista é capaz de aceitar. Envia-se umvocacionado a uma Instituição Teológica. Claro, sustentada pela Denominação. Terminado o curso, ou antes mesmo do termino, sete pastores formam um concilio, a pedido da Igreja, e aprovam o candidato como apto para o ministério pastoral. A Igreja o convida para ser o pastor do rebanho. O Concilio o consagra, a pedido da Igreja. Em belo e suntuoso culto ele assume a liderança do rebanho. Assina documento de que será fiel as doutrinas bíblicas. Zelará pelo bem estar do rebanho, enfim, cooperará com a Denominação que o instruiu. Terminados os sermões preparados nas aulas de Homilética, passa a baixar da internet mensagens sem cunho doutrinário. Muda o estatuto da Igreja. Altera os horários de cultos. Suspende a literatura usada pela Igreja. É muito cara! Adota outra sem cor doutrinária. É mais barato! Corta o Plano Cooperativo e as ofertas missionárias. Proclama alto e bom som que a Igreja é autônoma. Isto é, agora quem manda é ele. Muda a liturgia dos cultos e introduz práticas contrárias as que os batistas creem. Caso seja questionado por alguém responde em tom autoritário: “liturgia nada tem a ver com Doutrina.” Onde ele aprendeu isso? Na Instituição que o preparou para o ministério? Ninguém sabe explicar. Nem ele mesmo. O pobre infeliz não entende que a verdadeira liturgia do culto está eivada de Doutrinas. Cantamos o que cremos. Pregamos o que cremos e vivemos o que cremos como verdade. Como batista ele está protegido pela inoperância denominacional. Sabe que ninguém debaixo do céu irá contestá-lo. A Ordem dos pastores jamais anulará o concílio que o examinou. A Denominação jamais excluirá a Igreja do seu rol “cooperativo.”Isto é ser batista. Alguém consegue explicar? Aos que amamos a Denominação só nos resta o consolo das lágrimas. www.pastorjuliosanches.org  doc icon 13.04.2014-Autonomia-X-Liturgia.docx

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