Sono Tranquilo


Uma noite tranquila de sono requer preparação também ao longo do dia
Laboratório da UFRJ ajuda no diagnóstico de distúrbios do sono

Dicas para uma boa noite de sono (Foto: Thinkstock/Getty Images)Uma boa noite de sono começa com preparação durante o dia (Foto: Thinkstock/Getty Images)
Quando o assunto é sono, muita gente não sabem o que significa ter tranquilidade durante as horas passadas na cama. Estudo recente do Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (IPOM), realizada com duas mil pessoas mostrou que 69% dos brasileiros consideraram seu sono ruim. O que muita gente não sabe é que os hábitos de uma pessoa durante o dia podem atrapalhar sua vida à noite. Para a neurologista Tania Marchiori, da Universidade de Campinas (Unicamp), não há fórmula mágica para se obter um sono tranquilo. "É necessário adotar bons hábitos com relação ao sono, ter um sono com duração apropriada para as necessidades do indivíduo (para um adulto, entre sete e oito horas por noite, com algumas exceções) e ter distúrbios do sono bem diagnosticados e tratados", explica.
Confira algumas dicas para obter uma melhor qualidade do sono:
- Estabeleça horários regulares para dormir e acordar, mesmo nos fins de semana;
- Garanta um ambiente apropriado para o sono: quarto escuro, sem barulho, colchão adequado, temperatura agradável;
- Pratique atividades físicas regulares durante o dia;
- Evite refeições pesadas próximo do horário de dormir;
- Evite a ingestão excessiva de café e cafeinados (chás, colas, chocolates, etc) durante o dia e, especialmente, à noite;
- Evite o consumo excessivo de nicotina;
- Evite fazer exercícios físicos vigorosos à noite;
- Evite cochilos, especialmente se prolongados, durante o dia;
- Evite ambientes muito iluminados e/ou uso prolongado de aparelhos com iluminação (computadores, por exemplo) durante a noite;
- Evite ficar na cama prolongadamente tentando dormir. Caso tenha perdido o sono, o ideal é levantar e fazer alguma atividade relaxante até sentir sono novamente;
- Evite assistir à TV, estudar, ler e trabalhar em notebooks na cama.
Laboratório da UFRJ ajuda no diagnóstico de distúrbios do sono
Paciente sendo tratado com o sistema CPAP no LabSono (Foto: Divulgação)Paciente sendo tratado com o sistema CPAP no
LabSono (Foto: Divulgação)
Existem inúmeros distúrbios do sono que podem interferir no dia a dia. Apneia, insônia, ronco e outros sintomas são alguns dos mais conhecidos.

Foi pensando nisso que a Universidade Federal do Rio de Janeiro com o incentivo da Agência Brasileira de Inovação, Finep, montou o seu laboratório de Sono, LabSono. O LabSono nasceu através do Programa de Hipertensão Arterial (ProHart), desenvolvido pelo próprio hospital da universidade. Seu objetivo inicial era avaliar e estudar a apneia do sono que aparecem nos pacientes hipertensos resistentes (que tomam três ou mais medicações anti-hipertensivas por dia) e testar a eficácia do tratamento com CPAP (Contiunous Positive Airway Pressure, algo como pressão positiva contínua nas vias aéreas).

O laboratório funciona assim: pacientes que apresentam algum tipo de distúrbio do sono são diagnosticados e encaminhados por seus médicos para o LabSono. Uma vez no laboratório, eles são examinados e, para aqueles que possuem os sintomas de apneia, é realizado uma polissonografia completa. Caso o distúrbio diagnosticado não seja a apneia, o laboratório pode, dependendo do histórico do paciente, tratá-lo com o CPAP. O CPAP é um sistema que gera pressão positiva contínua nas vias aéreas para que a pessoa não sofra nenhuma interrupção de circulação de ar em suas vias respiratórias.

De acordo com a coordenadora do LabSono e médica do Serviço de Clínica Médica do Hospital Elizabeth Muxfeldt, o LabSono já atendeu mais de 500 pessoas desde que foi inaugurado, em 2010, e este número continua crescendo. "Atualmente, os exames são realizados para pacientes do Hospital Universitário e de fora dele. Aproximadamente 100 pacientes de fora do ProHArt já foram submetidos à polissonografia", diz.

Segundo ela, uma das principais queixas mencionadas pelos pacientes ao chegarem ao laboratório são o ronco, a apneia e a própria insônia.

http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2013/07/uma-noite-tranquila-de-sono-requer-preparacao-tambem-ao-longo-do-dia.html