DNA sugere que Hitler se casou com uma judia
Adolf Hitler teria se casado “involuntariamente” com uma mulher judia, segundo um polêmico documentário da TV britânica.
Segundo análises de DNA, os fios de cabelo de uma escova que pertencia a Eva Braun, a amante de longa data do ditador nazista, contêm uma sequência específica de genes de origem judia, herdados da linhagem materna.
A sequência de DNA mitocondrial pertence ao haplogrupo N1b1, amplamente associado aos judeus asquenazes, que compõem cerca de 80% da população mundial de judeus.
“É um resultado instigante, nunca imaginei que faria uma descoberta com implicações tão profundas e extraordinárias”, declarou Mark Evans, apresentador da série documental do Channel 4, “Dead Famous DNA”.
Comprada por Evans por 2 mil dólares, a amostra cabelo veio de uma escova com a inscrição “E.B”, encontrada no final da Segunda Guerra Mundial na residência de Hitler em Berghof, na Bavária, por um agente da inteligência norte-americana.
Eva tinha 17 anos quando conheceu e se apaixonou por Hitler, em 1929. Temendo que o relacionamento afetasse sua imagem, o líder nazista, 23 anos mais velho, confinou a amante a uma vida de isolamento em Berghof. Na época, Hitler ordenou uma investigação para verificar a “pureza” ariana dos ancestrais de Eva.
“No século 19, muitos judeus asquenazes alemães se converteram ao catolicismo. Portanto, é muito improvável que Eva Braun ou mesmo Hitler tenham conhecido seus ancestrais, apesar da investigação sobre sua família”, declarou o Channel 4 em um comunicado.
Com a queda iminente do Terceiro Reich, Eva e Hitler finalmente se casaram em 29 de abril de 1945. Cerca de 40 horas depois, quando o exército russo fechava o cerco a Berlim, ambos cometeram suicídio ingerindo cápsulas de cianureto.
A origem judaica de Eva Braun é a mais recente de uma série de revelações bombásticas do programa britânico, em que cientistas renomados tentam extrair amostras de DNA de personalidades históricas famosas, como John F. Kennedy e Napoleão.
Recentemente, o programa recebeu duras críticas por pagar cerca de 5 mil dólares a um historiador condenado por negar o Holocausto, que forneceu uma suposta mecha de cabelo de Hitler. Mais tarde, foi comprovado que a amostra era falsa.
“É revoltante e coloca em cheque a concessão do Channel 4 como um canal público”, criticou Ian Austin, membro do parlamento britânico.
No entanto, o Channel 4 admite que as conclusões sobre a ascendência de Eva Braun estão longe de ser definitivas.
“A procedência dos fios de cabelo é confiável, mas para provar definitivamente que eles vieram da cabeça de Eva Braun, Mark Evans tentou obter uma amostra de DNA das duas descendentes ainda vivas de Braun. Como ambas se recusaram, o mistério permanece”, concluiu a declaração da emissora.
Por Rossella Lorenzi
Foto: Eva Braun e Hitler em Berghof, em 14 de junho 1942. Crédito: Deutsches Bundesarchiv/Wikimedia Commons.
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