Vicente Franz Cecim

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Vicente Franz Cecim (Belém, 7 de Agosto de 1946) é um escritor brasileiro.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Seus avós paternos foram libaneses e italianos que imigraram para a Amazônia no início do século XX. Da mãe brasileira, paraense nascida em Santarém, a escritora Yara Cecim, herdou o gosto pelo mundo natural. É jornalista. Vive em sua cidade natal.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

A literatura de Vicente Franz Cecim é multifacetada como a sua origem. Marcada pela presença da natureza, nela vemos a Amazônia transfigurada na região metafísica de Andara. Sempre unindo extremos, o autor chama de livros visíveis os livros que escreve, mas os reúne na obra imaginária Viagem a Andara oO livro invisível, que não escreve e só existe na alusão de um título. Segundo Cecim, Andara é literatura fantasma.[1] E à medida que sua obra se faz e desfaz, ela contamina a própria noção de realidade, interrogando o que se oculta sob a aparência do mundo.[2] O escritor fez um apelo à insurreição da Amazônia em seu Manifesto Curau[3], lançado durante o Congresso da SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, de 1983, realizado em Belém. Ao longo dos seus livros a progressiva depuração da linguagem o levou a declarar: - Já não faço Literatura. Faço Escritura.

Obra literária[editar | editar código-fonte]

  • 1979: com A asa e a serpente (ed. Semec, Belém), primeiro livro individual de Andara, inicia a criação de Viagem a Andara oO livro invisível.
  • 1980: o segundo, Os animais da terra (ed. Semec, Belém), recebe (junto com O cego e a dançarina de João Gilberto Noll) o Prêmio Revelação de Autor da APCA.[4]
  • 1981Os jardins e a noite (ed. Semec, Belém). A noite do Curau, versão resumida deste terceiro livro de Andara, é Menção Especial no Prêmio Internacional Plural, no México.[5]
  • 1983: Lança Flagrados em delito contra a noite/Manifesto Curau (edição do autor, Belém), por uma insurreição poética e política do Imaginário Amazônico.
  • 1984Terra da sombra e do não (ed. Semec, Belém), quarto livro individual de Andara.
  • 1988Viagem a Andara (ed. Iluminuras, São Paulo), reunindo os 7 primeiros livros, recebe o Grande Prêmio da Crítica da APCA.[6], acessado em 13 de abril de 2008</ref>
  • 1995Silencioso como o Paraíso (ed. Iluminuras, São Paulo), com quatro novos livros, prossegue a Viagem a Andara.
  • 2001: a invenção de Andara já havendo ultrapassado duas décadas, publica Ó Serdespanto (ed. Íman, Lisboa) com dois novos livros em Portugal, apontado pelo jornal O Público (Lisboa) como um dos melhores do ano.[5]
  • 2004: segunda edição dos primeiros 7 livros visíveis de Andara, em novas versões, transcriados e agora reunidos nos volumes A asa e a serpente (ed. Cejup, Belém) e Terra da sombra e do não (ed. Cejup, Belém). No mesmo ano, Música do sangue das estrelas/Música de la sangre de las estrellas (Poetas de Orpheu, Brasil/Espanha), reunião de poemas e cantos extraídos de Ó Serdespanto.
  • 2005: primeira edição, em Portugal, de K O escuro da semente (ed. Ver o Verso, Lisboa), primeiro livro visível de Andara em Iconescritura, mesclando palavras e imagens.
  • 2006: sai a edição brasileira de Ó Serdespanto (ed. Bertrand Brasil, Rio de Janeiro).
  • 2008oÓ: Desnutrir a Pedra (ed. Tessituras, Minas Gerais).
  • 2014Breve é a febre da terra (Prêmio Iap de Romance, Belém)
  • 2015Fonte dos que dormem (ed. Córrego, São Paulo)
  • 2016: edição brasileira de K O escuro da semente (ed. Letra Selvagem, São Paulo)

kinemAndara[editar | editar código-fonte]

Antes de iniciar sua obra literária, Cecim realizou em super-8 nos anos 70 o ciclo de filmes kinemAndara[7], agora exibidos em versão digital. E suas reflexões sobre o cinema evocam a permanente tensão de sua escrita entre o visível e o invisível.[8] Voltou a filmar quase trinta anos depois, em 2007, para fazer com seu filho Marráa Yaí Makúma - Aquele que dorme sem sono, disponível no You Tube e no Vimeo entre outros vídeos do fotojornalista e cineasta Bruno Cecim. Entre seus filmes mais recentes constam: A Lua é o Sol, Fonte dos que dormem e K+afka. O emprego da Imagem é também uma característica da sua obra literária. Sob a forma de ícones, antes silenciosos e imóveis: Iconocanto[9], mesclando som e movimento virtuais publica o poema Não é a água (O) que se bebe.[10]

Filmografia[editar | editar código-fonte]

  • Matadouro, 1975.
  • Permanência, 1976.
  • Sombras, 1977.
  • Malditos Mendigos, 1978.
  • Rumores, 1979.
  • Marráa Yaí Makúma - Aquele que dorme sem sono, com Bruno Cecim, 2007.
  • A Lua é o Sol, 2009.
  • Fonte dos que dormem, 2009
  • K+afka, 2010/2015
  • Série Gaia (e outros - entre os quais longe, e Silêncio, realizados como cinema sem câmera)

Referências

  1. Ir para cima Jornaldepoesia.jor.br http://www.jornaldepoesia.jor.br/vcecim3.html Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  2. Ir para cima Sescsp.org.br http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link.cfm?Edicao_Id=290&Artigo_ID=4540&IDCategoria=5168&Reftype=2 Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  3. Ir para cima Cronopios.com.br http://www.cronopios.com.br/site/artigos.asp?id=2418 Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  4. Ir para cima «Premiados de 1980»Associação Paulista de Críticos de Arte:. Apca.org.br. Consultado em 13 de abril de 2008
  5. ↑ Ir para:a b «Vicente Franz Cecim - Apresentação». Culturapara.art.br. Consultado em 13 de abril de 2008
  6. Ir para cima Associação Paulista de Críticos de Arte:. «Premiados de 1988». Apca.org.br
  7. Ir para cima Overmundo.com.br http://www.overmundo.com.br/agenda/kinemandara-30-anos-de-cinema-do-invisivel-de-vicente-cecim-1 Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  8. Ir para cima Triplov.com http://triplov.com/letras/vicente_cecim/tarkovski.htm Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  9. Ir para cima Triplov.com http://triplov.com/letras/vicente_cecim/iconocanto/index.htm Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  10. Ir para cima Erratica.com.br http://www.erratica.com.br/opus/70/index.html Em falta ou vazio |título= (ajuda)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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