FOME E MUDANÇA CLIMÁTICA


 (photo: Pixabay)

18.09.2018, 23:18

UMA PESSOA DE CADA DEZ PASSA FOME NO MUNDO

Há três anos o número de pessoas que passam fome não para de aumentar em todo o mundo, informa um novo relatório da FAO. Um aumento devido não apenas aos conflitos e às crises econômicas, mas também às mudanças climáticas, informa a ONU.



Por: Marine Van Der Kluft – Le Figaro Santé

Uma pessoa de cada dez padece de fome hoje no mundo, revela um novo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) publicado no dia 11 de setembro. A organização faz um balanço muito alarmante da nutrição no mundo: “A fome está em alta sobretudo nos três últimos anos, assinalando uma regressão aos níveis registrados há cerca de dez anos”, constatam os porta-vozes da FAO.
Sub-alimentação, atraso nos índices de crescimento e obesidade
A situação se agrava sobretudo na América do Sul e na maior parte das regiões da África. E o recuo nos índices de subalimentação que se observava na Ásia parece ter diminuído consideravelmente o seu ritmo. Essa insegurança alimentar é em parte responsável pelo atraso do crescimento das crianças que se encontra agora em “níveis inaceitáveis”.
Em 2017, cerca de 22% das crianças no mundo com menos de cinco anos apresentavam um atraso no crescimento. Além disso, uma mulher de cada três no mundo em idade de procriar sofre de anemia, o que pode significar consequências importantes para a saúde delas e a dos seus filhos.
Além desses problemas de desnutrição, a insegurança alimentar também pode provocar uma tendência ao excesso de peso e à obesidade, salienta o relatório. Com efeito, as famílias que enfrentam tais carências são mais vulneráveis por causa do “acesso limitado a uma nutrição sadia devido aos custos elevados, ao estresse da insegurança alimentar e as adaptações psicológicas à falta de comida”, explica a agência da ONU. Hoje, mais de um adulto de cada oito no mundo é obeso, informa ela. Um problema bem conhecido na América do Norte, mas que aumenta igualmente na África e na Ásia.
As mudanças climáticas destroem as colheitas
Como explicar esse aumento dos índices de desnutrição? Por conflitos, guerras e crises econômicas atravessadas por vários países. E também pelas mudanças climáticas, sugere o relatório. Secas prolongadas, aumento das temperaturas, variabilidade imprevisível das precipitações chuvosas e das estações do ano, inundações graves, tempestades violentas, etc. As mudanças do clima e as catástrofes naturais prejudicam de múltiplas maneiras a nossa alimentação. Contribuem para a penúria alimentar ao devastar as colheitas agrícolas, acarretando uma subida dos preços e reduzindo a quantidade, a qualidade e a diversidade dos alimentos consumidos. Em alguns países, o acesso à água limpa é cada vez mais difícil e o risco de doenças aumentou.
Em Gana, na África ocidental, o início tardio da estação das chuvas, as ondas de calor da meia-estação e as chuvas torrenciais que vieram depois perturbaram os agricultores e acarretaram grandes perdas das colheitas. “A África é uma das regiões onde a influência do clima na produção e nos meios de subsistência é ao mesmo tempo mais marcante e mais complexa”, estima a FAO. O fenômeno, no entanto, é mundial. No Vietnã, por exemplo, as variações extremas ocorridas durante as últimas estações chuvosas afetaram muito as culturas de arroz. Em 2015-2016, o fenômeno climático El Niño já tinha arrasado numerosos países, provocando secas e penúrias. Sozinho, o El Niño contribuiu fortemente para o aumento da desnutrição que hoje pode ser constatado em nível mundial.
É preciso “redobrar os esforços para reforçar a resiliência em face das mudanças climáticas e favorecer desse modo a segurança alimentar e a nutrição”, recomenda a organização. O relatório termina informando que “a variabilidade do clima e a cada vez mais frequente exposição a extremos climáticos sempre mais e mais complexos, frequentes e intensos, ameaça sabotar ou fazer perder as conquistas da luta contra a fome e a desnutrição.


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https://www.brasil247.com/pt/saude247/saude247/369220/Fome-e-mudan%C3%A7a-clim%C3%A1tica-Uma-pessoa-de-cada-dez-passa-fome-no-mundo.htm

ACNE


 (photo: )

25.09.2018, 10:51

TERROR DOS ADOLESCENTES

Na adolescência, é quase impossível evitar a aparição da acne. Sob o efeito de importantes descargas de hormônios, o funcionamento da pele muda, os poros inflamam, as espinhas se formam.


Por: Cécile Thibert - Le Figaro Santé

A acne é o drama de 8 adolescentes em cada dez. Ao deixar a infância e entrar na adolescência, o rosto liso torna-se território livre para a erupção de espinhas, e isso muitas vezes torna-se uma fonte de profundo mal-estar para muitos jovens. Embora constituam a maioria, os jovens não são os únicos a serem atingidos, já que cerca de 20% das mulheres entre 25 e 40 anos sofrem do problema. Os homens não são poupados, mas são as costas deles, e não a parte baixa do rosto, a região que costuma ser mais atingida. A acne, em praticamente todo o mundo, é o primeiro motivo de consulta aos dermatologistas.
Qual é a origem da acne?
Existem muitos tipos de acne, mas os mais frequentes são a acne retencional e a acne inflamatória. A primeira é reconhecida pelo aspecto gorduroso que dá à pele, a dilatação dos poros e a aparição de pontos avermelhados escuros (as espinhas) e brancos (microcistos). Mas a acne retencional pode evoluir para uma acne inflamatória. Os pontos avermelhados se transformam então em grandes espinhas inchadas e vermelhas, muitas vezes dolorosas.
Na ampliação, um folículo sebáceo. A produção excessiva de sébum entope o canal e saída, provocando o inchaço e as inflamações que chamamos espinhas.
Na ampliação, um folículo sebáceo. A produção excessiva de sébum entope o canal e saída, provocando o inchaço e as inflamações que chamamos espinhas.
Na sua origem, a acne é fruto de uma disfunção dos folículos pilo-sebáceos. Essas pequenas estruturas que pontilham toda a superfície da pele associam um pelo a uma glândula que produz sébum, uma substância graxa fabricada pelo organismo a partir do início da adolescência, sob a ação da testosterona. “Essa película oleosa permite proteger a pele e lhe dar uma certa maciez”, explica o dermatologista francês Marc Perrussel, da cidade de Rennes. Sob o efeito dos hormônios masculinos, certas pessoas começam a secretar sébum em excesso ou de má qualidade. Resultado? O canal pelo qual esse líquido deve escorrer, entope!
Isso no entanto não impede que a glândula continue a secretar sébum, o que dá lugar à formação de uma espinha aberta, ou de um ponto branco.  A primeira deve sua cor à oxidação das células contidas no sébum. Quanto ao ponto branco, ele é perfeitamente idêntico à espinha, salvo que é recoberto por uma fina camada de células da pele. A acumulação de sébum, que continua sendo secretado pela glândula, acarreta então um inchaço da pele centrado por uma zona esbranquiçada. Tanto num caso como no outro, espremer uma espinha é totalmente desaconselhado. “Cada vez que esprememos uma espinha, criamos uma chaga que pode infeccionar, e isso pode conduzir a reações localizadas de cicatrização que deixam marcas”, explica o dermatologista.
Espremer as espinhas pode provocar cicatrizes que durarão toda a vida 
Espremer as espinhas pode provocar cicatrizes que durarão toda a vida 
Melhor não espremer as espinhas
Entra em cena, então, a propionibacterium acnes, uma bactéria naturalmente presente na pele. Aninhada nas glândulas sebáceas, essa bactéria irá se aproveitar do excesso de sébum, que é para ela um verdadeiro coquetel nutritivo, para se multiplicar. A fase inflamatória se põe em movimento a partir do ponto em que haja um n’mero suficiente de  micróbios para desencadear uma reação imunológica. “Essa bactéria libera uma toxina que, a partir de uma certa concentração, induz uma reação inflamatória”, explica o doutor Perrussel. Concretamente, isso se manifesta pelo aparecimento de uma espinha (pápula) em relevo, às vezes dolorosa. Mas atenção: uma espinha pode surgir espontaneamente, sem sequer a presença prévia de um ponto escuro ou branco.
No caso de a infecção continue aumentando, a pápula evolui para o estado de pústula. As pústulas são essas conhecidas espinhas inchadas que possuem, em seu centro, uma certa quantidade de líquido purulento. “Esse pus é composto de sébum, de células da pele e de bactérias que não são infecciosas pois estão habitualmente presentes no sébum”, explica o dermatologista. Esse líquido pode simplesmente ser espremido e extraído – algumas vezes respingando no espelho sobre a pia do banheiro – ou então escorrer para as camadas mais profundas da pele, criando então um pequeno inchaço avermelhado. São essas espinhas profundamente inseridas na pele, esses nódulos, que, com o tempo, causam cicatrizes. Muito tenazes e resistentes, alguns deles necessitam de uma pequena intervenção cirúrgica para serem removidos.
Todas essas diferentes manifestações da acne podem aparecer no rosto, nas costas, no tórax e nos ombros.  E podem coexistir em um mesmo paciente. Mas, felizmente, a acne não dura toda a vida: no adolescente ela dura em média 3 a 4 anos, e desaparece de maneira geralmente espontânea entre os 18 e 20 anos.
A acne surge geralmente na adolescência e não depende da cor da pele da pessoa. Todas as etnias podem ser atingidas.
A acne surge geralmente na adolescência e não depende da cor da pele da pessoa. Todas as etnias podem ser atingidas.
Qual o tratamento mais adequado para a acne?
A acne não necessita, obrigatoriamente, de uma medicação. Um tratamento local (tópico) pode ser prescrito no caso de acnes moderadas. A preferência deverá recair sobre os tratamentos que requerem apenas uma aplicação diária. Para as formas retencionais será usado um retinoide, e para as formas inflamatórias peróxido de benzoila associado ou não a um antibiótico local. Para a terapia de manutenção a única medicação de eficácia comprovada é o adapaleno.
De modo paralelo, cuidados de higiene são altamente aconselháveis não importa qual seja a gravidade da acne: lavagem duas vezes ao dia com algum produto de limpeza sem detergente, aplicação quotidiana de um creme hidratante adaptado para pele com acne.
No caso de peles gordurosas, podem ser usados cremes ou bases colorantes, desde que não sejam gordurosos. Por fim, é fortemente recomendado o uso de um filtro solar específico para peles com acne. Os cosméticos – com exceção de certos ácidos extraídos de frutas -, não tratam as lesões da acne. Essas maquilagens servem apenas para esconder as lesões. Por isso a escolha dos produtos deve ser feita com cuidado e melhor ainda se a pessoa puder contar com a ajuda de um especialista.


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PEGADA HÍDRICA

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AS PLANTAS FALAM