"As Estruturas Elementares do Parentesco" - Claude Lévi-Strauss

  



 



PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
uma das atuações do seu Pastorado4









"As Estruturas Elementares do Parentesco" - Claude Lévi-Strauss
o conteúdo original que inclui este estudo está neste link aqui



Introdução ao autor e à obra
Claude Lévi-Strauss foi um antropólogo francês nascido em 1908 e falecido em 2009, considerado um dos principais teóricos do estruturalismo. Em 1949, ele publicou sua obra mais importante, "As Estruturas Elementares do Parentesco" ("Les Structures élémentaires de la parenté"), que revolucionou o estudo das sociedades humanas.


O contexto histórico da obra
"A Estruturas Elementares do Parentesco" foi publicado logo após a Segunda Guerra Mundial, período em que a antropologia passou por uma importante transformação. Lévi-Strauss foi um dos pioneiros em uma nova abordagem, que buscava entender as sociedades humanas a partir de suas estruturas culturais e simbólicas, em vez de apenas descrever suas características materiais e históricas.


Resumo da obra
O livro apresenta uma análise estrutural do parentesco em diversas sociedades humanas, com destaque para as sociedades ameríndias. Lévi-Strauss argumenta que o parentesco não é uma questão biológica, mas sim uma construção social baseada em regras simbólicas que regulam a troca de mulheres e a formação de alianças entre grupos sociais. Ele propõe a noção de "sistema de parentesco" como uma estrutura universal que subjaz a todas as sociedades humanas, e mostra como essa estrutura se manifesta de forma diferente em diferentes contextos culturais.


Considerações, informações e afirmações que motivaram o livro
  1. O parentesco é uma questão central para todas as sociedades humanas, mas sua natureza e significado variam amplamente de uma cultura para outra.
  2. A abordagem evolutiva da antropologia, que buscava traçar a história das sociedades humanas a partir de suas características materiais, não conseguia explicar a diversidade cultural.
  3. A análise estrutural, que se concentra nas relações entre os elementos de um sistema cultural, permitia compreender a diversidade cultural e identificar estruturas universais subjacentes.
  4. A noção de "sistema de parentesco" permitia compreender como as relações familiares e de aliança são reguladas em diferentes contextos culturais, e como essas relações afetam outros aspectos da vida social.
  5. A análise do parentesco permitia identificar a lógica subjacente a práticas aparentemente ilógicas, como o tabu do incesto, e mostrar como essas práticas se relacionam com outras dimensões da vida social e cultural.
  6. A análise do parentesco permitia também compreender como as relações de gênero são construídas e reguladas em diferentes contextos culturais, e como essas relações se relacionam com outras dimensões da vida social e cultural.
  7. A abordagem estrutural permitia ainda superar as limitações do relativismo cultural, que tendia a ver as culturas como isoladas umas das outras e incomensuráveis entre si.
  8. A análise estrutural, ao contrário, mostrava como as culturas se relacionam umas com as outras por meio, também, de estruturas universais.
  9. A abordagem estrutural permitia também compreender a dinâmica da mudança cultural, ao mostrar como as estruturas culturais se adaptam e se transformam ao longo do tempo.
  10. A análise do parentesco permitia ainda identificar a lógica subjacente a práticas aparentemente irracionais, como o infanticídio e o casamento arranjado.
  11. A noção de "troca de mulheres" permitia compreender como as relações entre grupos sociais são estabelecidas por meio do casamento e da aliança.
  12. A análise do parentesco permitia ainda compreender como as relações familiares e de aliança se relacionam com outras dimensões da vida social, como a economia, a política e a religião.
  13. A abordagem estrutural permitia superar as limitações das abordagens funcionalistas, que tendiam a ver as instituições sociais como justificadas por sua função na manutenção da sociedade.
  14. A análise do parentesco permitia ainda compreender como as relações de parentesco e aliança afetam as relações de poder dentro da sociedade.
  15. A noção de "reciprocidade" permitia compreender como as relações de troca e cooperação são estabelecidas entre grupos sociais.
  16. A abordagem estrutural permitia ainda superar as limitações da abordagem historicista, que tendia a ver as culturas como produtos da história e da evolução.
  17. A análise do parentesco permitia ainda compreender como as relações entre as gerações são construídas e reguladas em diferentes contextos culturais.
  18. A noção de "classificação" permitia compreender como as categorias culturais são construídas e organizadas em diferentes contextos culturais.
  19. A abordagem estrutural permitia ainda superar as limitações da abordagem psicológica, que tendia a ver a cultura como uma extensão da psicologia humana.
  20. A análise do parentesco permitia ainda compreender como as relações entre os indivíduos e os grupos sociais são construídas e reguladas em diferentes contextos culturais.
  21. A noção de "objeto" permitia compreender como as categorias culturais são construídas em relação a objetos materiais e imateriais.
  22. A abordagem estrutural permitia ainda superar as limitações da abordagem histórica, que tendia a ver as culturas como produtos de sua história e de sua evolução.
  23. A análise do parentesco permitia ainda compreender como as relações de parentesco e aliança afetam as relações de poder entre as classes sociais.
  24. Essas considerações, informações e afirmações foram fundamentais para a construção da teoria das estruturas elementares do parentesco de Lévi-Strauss e para a consolidação do estruturalismo como uma das principais correntes teóricas da antropologia.




BIBLIOGRAFIA 
  • Lévi-Strauss, C. (1949). "Les Structures élémentaires de la parenté". Paris: Presses Universitaires de France.
  • Lévi-Strauss, C. (1962). "La Pensée sauvage". Paris: Plon.
  • Lévi-Strauss, C. (1967). "Les Mythologiques". Paris: Plon.
  • Lévi-Strauss, C. (1973). "Anthropologie structurale deux". Paris: Plon.
  • Lévi-Strauss, C. (1985). "La Voie des masques". Paris: Plon.
  • Wiseman, B. (1970). "The Structures of Claude Lévi-Strauss". London: Routledge and Kegan Paul.
  • Schneider, D. (1984). "A Critique of the Study of Kinship". Ann Arbor: University of Michigan Press.
  • Needham, R. (1971). "Introduction to the Structural Analysis of Narratives". London: Routledge and Kegan Paul.
  • Kuper, A. (1973). "Anthropologists and Anthropology: The Modern British School". London: Routledge and Kegan Paul.
  • Pocock, D. (1995). "Understanding Social Anthropology". London: Routledge.