E SE TODO O GELO DA TERRA DERRETESSE?
Que aspecto teria nosso planeta se o aquecimento global causasse a fusão de todo o gelo que nele existe? Um cenário de ficção científica poderá ser conferido no vídeo abaixo, e na galeria de imagens a seguir.
15 DE DEZEMBRO DE 2016 ÀS 16:32 // RECEBA O 247 NO TELEGRAM
Por: Equipe Oásis
Fonte: www.luispellegrini.com.br
Segundo estimativas da Nasa, o nível global dos mares subiu em média 6 centímetros nos últimos 23 anos, e pode aumentar de cerca 90 centímetros até o final do século 21. Uma perspectiva dramática para alguns países insulares e diversas cidades construídas à flor d’água (pensemos no arquipélago de Kiribati, ou em Veneza). Mas o que aconteceria se todo o gelo que existe na superfície da Terra se fundisse, deixando correr suas águas para o mar?
O vídeo de animação que mostraremos a seguir, criado por Alex Kuzoian para a organização Business Insider, mostra as consequências deste cenário catastrófico. O vídeo não mostra imagens de cidades submersas, mas sim o avanço do mar, engolindo porções cada vez mais amplas das zonas costeiras. Megalópoles como Calcutá e Xangai, e províncias inteiras como a Flórida, desapareceriam sob as águas.
Video: What the Earth would look like if all the ice melted
Para que o apocalipse descrito no vídeo se realize, seriam necessários milhares de anos e uma tal quantidade de gás carbônico na atmosfera capaz de cancelar todo forma de vida animal e vegetal hoje presente no planeta. Mas, segundo advertências da própria ONU – Organização das Nações Unidas, é bom nos lembrarmos de tudo aquilo que está em jogo quando falamos do atual processo de aquecimento global.
Se aumentar o nível dos mares
O que aconteceria se, de hoje até o ano 2100, a temperatura média global aumentasse de 4 graus centígrados? E se aumentasse apenas 2 graus centígrados? Até mesmo neste último caso o efeito da subida dos mares sobre a maior parte das cidades costeiras seria simplesmente devastador. A galeria de imagens abaixo dá algumas respostas a essas questões:
Galeria:
As ilhas do atol de Baa, no arquipélago das Maldivas. Elas estão seriamente ameaçadas pela subida do nível dos mares. Segundo estimativas, até o final do século 21 o nível dos oceanos aumentará entre 7 centímetros e 1 metro. O problema é enorme, já que a major parte das ilhas Maldivas está a menos de 1 metro do nível do mar; o ponto mais alto está a 2,4 metros, na ilha Villingili, no atol de Seenu. Todo esse arquipélago de 1190 ilhas corre o risco de desaparecer. Foto: Sakis Papadopoulos.
A Terra do Dragão. Seus habitantes o chamam de Druk Tsendhen, “terra do dragão que urra”, mas o pequeno reino do Butão, como é conhecido no resto do mundo, certamente não precisa temer os dragões. São bem outras as preocupações desse paraíso de alta montanha que tem o tamanho da Suíça, situado nos Himalaias, entre a Índia e o Tibete. Há alguns anos, seu território é sacudido por deslizamentos de terras, avalanches e enchentes provocadas pela excessiva fusão dos seus enormes glaciares. O glaciar do Chomo Lari (na foto), que começa a 7.318 metros de altitude, uma montanha sagrada para os budistas tibetanos, poderá desaparecer totalmente nas próximas décadas. Foto: James L. Stanfield.
Delta do rio Okavango. Alguns animais como antílopes de áreas pantanosas, e um crocodilo, descansam sobre uma ilhota no delta do rio Okavango (Botsuana): o rio termina no deserto do Kalahari e cria um ecossistema úmido riquíssimo de vida animal e vegetal. Ele poderá desaparecer completamente por causa da prevista diminuição das chuvas sazonais.
A península de Jamal. Trata-se de uma longa faixa de terra (700 quilômetros) que parte da Sibéria em direção ao Polo Norte. Um lugar terrível, o próprio nome “jamal” significa “fim do mundo”, onde a temperatura média no inverno é de 25 graus negativos, com frequentes pontos de 50 graus negativos. Nos próximos 70 a 90 anos, o aquecimento global poderá levar a temperatura média da região a 7 graus centígrados. A tundra desaparecerá para dar espaço a árvores e arbustos que tornarão o terreno inóspito para as 300 mil renas que vivem naquela zona. Foto: Maria Stenzel.
Timbuktu, a metrópole do deserto. Para muitos ocidentais, Timbuktu é uma cidade cercada pela sombra do mistério, um destino exótico nos confins do deserto do Saara. Com o aquecimento global, logo ela será apenas uma lembrança: seus monumentos, as 3 mesquitas e a universidade monumental foram construídas com barro, e estão entre os edifícios mais vulneráveis às mudanças climáticas. A erosão do vento, as tempestades de arreia e as chuvas sazonais violentas, causadas pelo aumento da umidade do ar criado pela irrigação artificial da agricultura em larga escala, bem como o aumento das temperaturas, poderão apagar da face do planeta essa fascinante cidade do Mali e o seu passado legendário. Foto: James P. Blair.
As populações da África. Elas poderão ser as mais atingidas pelo aquecimento global e a diminuição da disponibilidade de água potável. Aldeias como a da foto, no Malawi, correm o risco de sofrer por causa da seca. Segundo o Intergovernmental Panel on Climate Change, já no ano 2020 entre 75 e 250 milhões de pessoas passarão a ter maiores problemas com os suprimento de água; as colheitas de uma agricultura que depende das chuvas poderão se reduzir a 50% da média atual em alguns países; em 2080 prevê-se que as terras áridas ou semiáridas do planeta terão aumentado de 5 a 8%. Foto: Michael Poliza.
A Grande Barreira de Coral, na Austrália. Ela é tão vasta que pode ser visível até da Lua. Sua área é a da Grã-Bretanha, Holanda e Suíça juntas, É como uma floresta submersa construída de milhares de geração de algas e corais que crescem uns sobre os outros. Mas esse imenso sistema de corais está em perigo: o aquecimento das águas de apenas 3 graus centígrados será suficiente para destruí-lo por completo. Foto: Annie Griggith Belt.
Uma ilha no Rio Amazonas, Brasil. Como a da foto, muitos desses bancos de areia aparecem nos rios amazônicos sobretudo no período da seca. A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, riquíssima de vida, está sendo “erodida” pelo desflorestamento e pelo aquecimento global.
A estrada Big Sur. Ela se desenvolve por cerca 145 quilômetro, a meio caminho entre Los Angeles e San Francisco, ao longo da costa da Califórnia. Chama-se Big Sur, e trata-se de uma região de rara beleza praticamente situada sobre as ondas do Pacífico. Um paraíso natural que abriga uma grande biodiversidade que vai de muitas espécies em extinção a escritores e intelectuais. Seca e altas temperaturas favorecem a ocorrência de incêndios que nos últimos anos destruíram milhares de hectares de floresta. Foto: Hiroyuky Matsumoto.
O manguezal da baia de Mahajamba, no Madagascar. Ele oferece abrigo a uma multidão de espécies animais, desde pássaros migratórios que param aqui para passar o inverno, a tartarugas marinhas e crustáceos, sem falar nos peixes tropicais. O ecossistema – baseado num delicado equilíbrio entre as águas salgadas e as águas doces – está seriamente ameaçado pela elevação do nível do mar. Foto: Micheal Fay.
Falésia de gelo na Antártica. Ao redor dela, uma colônia de pinguins imperador com seus filhotes: uma imagem que simboliza a Antártica. Mas tudo isso está ameaçado. Segundo um relatório do Scientific Committee on Antarctic Research, em 2100 a temperatura média na região poderá estar 3 graus centígrados mais alta, e nesse caso a área da banquisa (o gelo que se forma sobre o mar) ao redor da Antártica diminuiria em 33%. Isso seria terrível para os organismos que vivem e se nutrem nesse ambiente, inclusive os pinguins imperador. Todos correm o risco de serem dizimados pelo aquecimento global.
http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/270766/Aquecimento-global-E-se-todo-o-gelo-da-Terra-derretesse.htm