Thales de Andrade

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Thales de Andrade
Nascimento15 de setembro de 1890
PiracicabaBrasil
Morte02 de outubro de 1977 (87 anos)
São PauloBrasil
OcupaçãoEscritorprofessor e historiador
PrémiosPrémio Jabuti 1968
Thales Castanho de Andrade (15 de setembro de 1890 – Piracicaba – 22 de outubro de 1977 São Paulo – São Paulo) foi um escritorhistoriador e professor brasileiro, hoje aceito como o criador do gênero infanto-juvenil da literatura brasileira.[1] Sua obra mais importante foi o infanto-juvenil Saudade. O seu universo literário girou em torno do conhecimento simples do brasileiro rural.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Thales de Andrade era filho de José Miguel de Andrade e Castorina Castanho de Andrade, ele natural do município de São Pedro, interior de São Paulo e ela de Capivari. Casou-se em 1912 com Maria Garcia de Toledo. Diplomou-se professor normalista pela antiga Escola Complementar, atual Instituto de Educação Sud Mennucci. Nesta mesma escola ocupou os cargos de professor de História do BrasilHistória Geral e outras disciplinas, bem como o de diretor.[1]
Lecionou também em escolas da zona ruralEscola de Comércio Cristóvão ColomboColégio Piracicabano e na cidade de Porto Ferreira. Foi Inspetor Técnico do Ensino Rural e exerceu o cargo de diretor Geral do Departamento de Educação. Também, entre 1919 a 1922, foi vereador da Câmara Municipal de Piracicaba[2] e presidente do Esporte Clube XV de Novembro.
Suas aulas de História sempre foram amparadas pelo espírito crítico,[3] pesquisa científica e interpretação histórica, segundo o jornalista Losso Neto, seu ex-aluno e dono do Jornal de Piracicaba.[4]
Incentivados pelo professor Thales, vários de seus alunos tornaram-se escritores e historiadores.[3] Homem de letras, manteve amizade e correspondência com importantes intelectuais da época, como João ChiariniLeo VazRocha PomboOswald de Andrade e Paulo Setúbal.
Thales de Andrade também foi autor de um método de alfabetização, que, no México, permitiu a educação satisfatória, em pouco mais de dois anos, de um milhão e meio de analfabetos, na maioria indígenas.[1] Hoje é considerado o fundador do gênero infanto-juvenil no Brasil, título antes atribuído a Monteiro Lobato. Seu livro A Filha da Floresta, de 1919,[5] é bem anterior[6] ao livro Reinações de Narizinho (de 1922) do escritor de Taubaté.[7]
Ao todo, em sua carreira de escritor, escreveu quarenta e sete livros, perfazendo, no total, uma tiragem de dois milhões de exemplares vendidos. A obra Saudade foi, por longos anos, talvez meio século, o livro mais adotado para leituras nas escolas do Brasil.[7]

Obras Principais[editar | editar código-fonte]

  • A Filha da Floresta. - Ed. Jornal de Piracicaba, 1919 e Companhia Melhoramentos de São Paulo, 1921
  • Saudade - Ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional - 56a. - (1967).
  • Encanto e Verdade - Companhia Melhoramentos de São Paulo -1922, composta por vinte e seis livros – Contos e novelas para adolescentes
  • Campo e Cidade - Companhia Melhoramentos de São Paulo

Homenagens e Prêmios[editar | editar código-fonte]

Entre as homenagens e prêmios que recebeu estão:
  • título de “Cidadão Paulistano”, Resolução nº. 24/62, Câmara Municipal de São Paulo, 17 de dezembro de 1964
  • medalha cultural “Vital Brasil”, 13 de outubro de 1965, da Academia Paulista de Letras
  • Cruz do Mérito da Educação, agosto de 1967, da União Brasileira de Escritores (UBE)
  • Prêmio Jabuti de literatura infantil, 1967[8]
  • A Semana Thales de Andrade, - Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, 1967.[9]

Comentários sobre o livro Saudade[editar | editar código-fonte]

  • Sud Mennucci, “Thales fez de seu livro um encantador romance, contando a pequena história de uma criança, nascida na fazenda, levada, ao depois, à cidade e, em seguida, por motivos naturais de inadaptação, reintegrada no seu “habitat” de origem. Dentro dessa moldura fervilha um mundo real, um mundo perceptível à imaginação e ao intelecto infantil e descrito com um relevo, graça, um vigor como rarissimamente se encontram em obras de tal gênero.
  • Leo Vaz: “O autor tem a intuição exata da psicologia infantil; sabe ser criança entre crianças, aliando a um assunto próprio uma linguagem sóbria e expressiva”.
  • Sampaio Dória: “Bem haja o seu autor pela caridade de ter escrito um livro útil às crianças”.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Lajolo, Mariza; Zilberman, Regina. Literatura Infantil Brasileira: história e histórias. 5. ed. São Paulo: Ática, 1991.
  • Newton Nebel dos Santos. “Thales Castanho de Andrade – I”. Tribuna piracicabana, 31 jul. 1983.
  • Adriano nogueira. “O centenário e a obra de Thales de Andrade”. Tribuna piracicabana, 19 set. 1990.
  • Helly de Campos Melges. “Homenagem Super Merecida”. Jornal de Piracicaba, 27 maio 1990. (P597).
  • Pimentel Gomes. “El-Rei Dom Sapo”. Gazeta de Piracicaba, 04 jan. 1921.
  • Biblioteca Pública Municipal de Piracicaba “Ricardo Ferraz de Arruda Pinto” – Hemeroteca: Pastas de Recortes de Jornais sobre o tema sob o tema: Thales Castanho de Andrade. Vol.: P597; P598; P599.
  • Arquivo de Jornais do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d Linguagem Viva
  2. Ir para cima Ferraz de Arruda, Nélio - “Tribuna Piracicabana, 30/09/1979
  3. ↑ Ir para:a b Ferraz, Antonio Osvaldo Ferraz, - Jornal de Piracicaba” 1º agosto de 1967
  4. Ir para cima Neto, Losso. Jornal de Piracicaba, 25/08/1964
  5. Ir para cima Sant’Anna, Nuto, - “Correio Paulistano”, em 12-6-1919
  6. Ir para cima Academia Paulista de Letras - sessão do dia 13/10/1977
  7. ↑ Ir para:a b Neto, Losso - “Jornal de Piracicaba”, 15-9-73
  8. Ir para cima Prêmio Jabuti/
  9. Ir para cima Pires, Herculano - “Diário da Noite”, 26-8-67

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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