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Wilhelm Conrad Röntgen
Física
Nacionalidade Alemão
Residência Alemanha
Nascimento 27 de março de 1845
Local Lennep
Morte 10 de fevereiro de 1923 (77 anos)
Local Munique
Atividade
Campo(s) Física
Instituições Universidade de Estrasburgo, Universidade de Hohenheim, Universidade de Giessen, Universidade de Würzburgo, Universidade de Munique
Alma mater Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, Universidade de Zurique
Orientador(es) August Kundt
Orientado(s) Herman March, Abram Ioffe, Rudolf Ladenburg, Ernst Wagner
Conhecido(a) por Raios X
Prêmio(s) Medalha Matteucci (1896), Medalha Rumford (1896), Medalha Elliott Cresson (1897)[1], Nobel de Física (1901), Medalha Helmholtz (1918)
Wilhelm Conrad Röntgen (Lennep, 27 de março de 1845 — Munique, 10 de fevereiro de 1923) foi um físico alemão que, em 8 de novembro de 1895, produziu radiação electromagnética nos comprimentos de onda correspondentes aos atualmente chamados raios X.[2]
Índice
[esconder]Educação[editar | editar código-fonte]
Röntgen nasceu em Lennep (atualmente pertencente a Remscheid), na Alemanha, filho de um tecelão. Sua família se mudou para os Países Baixos(Apeldoorn, na Holanda) quando ele tinha três anos. Recebeu sua educação primária no Instituto de Martinus Herman van Doorn. Depois estudou na Escola técnica de Utrecht, de onde foi expulso por supostamente realizar uma caricatura de um de seus professores, ato que negou cometer.
Em 1865 foi reprovado por um dos professores que haviam participado de sua expulsão e não entrou para a Universidade de Utrecht. Depois foi admitido na Politécnica de Zurique (hoje ETH-Zurique) para estudar engenharia mecânica sem ter o título de bacharel. Em 1869 graduou-se com um Ph.D. da Universidade de Zurique, com a tese Studien über Gase.
Carreira[editar | editar código-fonte]
Em 1874 tornou-se conferencista da Universidade de Estrasburgo e em 1875 chegou a ser professor da Academia de Agricultura de Hohenheim, Württemberg.[3] Em 1876 retornou a Estrasburgo como professor de física, e em 1879] chegou a diretor do Departamento de Física da Universidade de Giessen. Em 1888 foi físico chefe da Universidade de Würzburg e em 1900 físico chefe da Universidade de Munique, por petição especial do governo da Baviera.[4]
Descoberta da radiação X[editar | editar código-fonte]
Durante 1895, Röntgen testava equipamentos desenvolvidos pelos seus colegas Ivan Pulyui, Heinrich Hertz, Johann Wilhelm Hittorf, William Crookes, Nikola Tesla, e Philipp Lenard.
Curioso sobre se a propagação dos raios catódicos fora do tubo, o que não era possível de se constatado dada a sua intensa luminosidade. Ao cair da tarde de 8 de Novembro de 1895, Röntgen determinou-se a certificar-se disso. Envolveu o tubo que testava com uma cobertura de papelão preto e, por algum tempo, ficou observando as descargas elétricas que lhe aplicava. Quando já estava acostumado à visão no escuro, Röntgen percebeu que um cartão de platinocianeto de bário brilhava debilmente durante as descargas. Convenceu-se, então, de que os raios catódicos não saiam do tubo e, portanto, não poderiam estar provocando tal fenômeno, Röntgen deduziu que um novo tipo de raio podia ser o responsável pelo fenômeno. O dia 8 de Novembro era uma sexta-feira, por isso ele aproveitou o fim de semana para repetir as suas experiências e tomar as primeiras notas. Nas semanas seguintes comeu e dormiu no seu laboratório, à medida que investigava muitas das propriedades dos novos raios que designou temporariamente de raios-X, utilizando a designação matemática para algo desconhecido. Apesar de os novos raios, por ele descobertos, terem passado a ser nomeados de raios de Röntgen, ele sempre preferiu a designação de raios-X.[5]
Teorias sobre a descoberta do raio X[editar | editar código-fonte]
A descoberta dos raios-X por Röntgen não foi acidental mas incidental. Com as investigações que ele e os seus colegas estavam a desenvolver, em diversos países, a descoberta já era iminente. De fato, ele tinha planejado usar um écran na próxima etapa das suas investigações e, certamente, faria a descoberta após esse passo.
Num dado momento, enquanto investigava a capacidade de vários materiais de reterem os raios, Röntgen colocou uma peça de chumbo em posição enquanto ocorria uma descarga e viu aí a primeira imagem radiográfica. Em entrevista a um reporter de nome H. J. W. Dam, da revista canadense McClure's Magazine, Röntgen descreveu: "Eu estava trabalhando com tubos Crooke cobertos com uma proteção de papelão preto. Um pedaço de papel de platinocyanoide de bário estava sobre o banco. Eu vi passar uma corrente através do tubo e notei uma linha escura peculiar sobre o papel.”
O artigo original de Röntgen, "Ueber Eine Neue Art von Strahlen - Sobre uma nova espécie de Raios", foi publicado 50 dias depois, em 28 de Dezembro de 1895.[6] A 5 de Janeiro de 1896, um jornal austríaco relatou a descoberta, por Röntgen, de um novo tipo de radiação. Após a descoberta dos raios-X, Röntgen recebeu o título de Doutor Honorário em Medicina, da Universidade de Würzburg. Entre 1895 e 1897, Röntgen publicou três artigos a respeito dos raios-X, cuja tradução para o português pode ser vista nos links externos. Até os dias atuais, nenhuma das suas conclusões foi considerada falsa. Atualmente, Röntgen é considerado o pai da Radiologia de Diagnóstico - a especialidade médica que utiliza imagem para o diagnóstico de doenças.
Devido à sua descoberta, Röntgen foi laureado com o primeiro Nobel de Física, em 1901. O prêmio foi concedido "em reconhecimento aos extraordinários serviços que a descoberta dos notáveis raios que levam seu nome possibilitaram".[7] Röntgen doou a recompensa monetária à sua universidade, convicto de que a ciência deve estar ao serviço da humanidade e não do lucro. À semelhança da escola científica alemã da época, e, da mesma forma que Pierre Curie faria vários anos mais tarde, rejeitou registrar qualquer patente relacionada à sua descoberta.
Referências
- ↑ «Laureates» (em inglês). The Franklin Institute. Cópia arquivada desde o original (pdf) em 1 de julho de 2015. Consultado em 1 de julho de 2015
- ↑ Novelline, Robert. Squire's Fundamentals of Radiology (em inglês). 5° ed. [S.l.]: Harvard University Press, 1997. 638 p. p. 1. ISBN 0-674-83339-2 Página visitada em 03 de janeiro de 2013.
- ↑ «Wilhelm Conrad Röntgen». Klick Educação. UOL - Biografias. Consultado em 13 de janeiro de 2014
- ↑ «Wilhelm Conrad Roentgen». medicinaintensiva.com.br. Consultado em 18 de março de 2012
- ↑ XRayCeRT.com. Medical Imaging Past Present and Future (em inglês). [S.l.]: XRayCeRT, 2013. p. 7.
- ↑ MobileReference. 100 Most Influential People of All Times for Smartphones and Mobile Devices (em inglês). ilustrada ed. [S.l.]: MobileReference, 2007. ISBN 160501124X
- ↑ In: Lundqvist, Stig. Nobel Lectures in Physics (em inglês). [S.l.]: World Scientific, 1998. p. 47. ISBN 9810234015
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Perfil no sítio oficial do Nobel de Física 1901 (em inglês)
- Wilhelm Conrad Röntgen
- The New Marvel in Photography, um artigo e uma entrevista com Röntgen, na revista McClure's, Vol. 6, No. 5, Abril, 1896, do Project Gutenberg
- Biografia anotada de Wilhelm Röntgen da Alsos Digital Library
- A página dos tubos de raios catódicos
- Primeiro fotograma em Raios-X
- Um século da Radiologia
- Radiologia: 110 anos de História
- O Mundo ao Redor dos Raios X
- Sobre uma nova espécie de raios
- Observações adicionais das propriedades dos raios X
- Wilhelm Conrad Röntgen (em inglês) no Find a Grave
Precedido por Henry Augustus Rowland | Medalha Matteucci 1896 com Philipp Lenard | Sucedido por Guglielmo Marconi |
Precedido por James Dewar | Medalha Rumford 1896 com Philipp Eduard Anton von Lenard | Sucedido por Oliver Lodge |
Precedido por — | Nobel de Física 1901 | Sucedido por Hendrik Lorentz e Pieter Zeeman |
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Wilhelm_Conrad_R%C3%B6ntgen