Livro "O Oriente como Invenção do Ocidente" - Edward Said - 1978

  







 

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
uma das atuações do seu Pastorado4


o resumo completo deste livro da Biblioteca, neste link aqui



Livro "O Oriente como Invenção do Ocidente" - Edward Said - 1978


Introdução:
"O Oriente como Invenção do Ocidente" é um livro escrito por Edward Said, publicado em 1978. Edward Said (1935-2003) foi um acadêmico, escritor e crítico literário palestino-americano, conhecido por sua contribuição significativa no campo dos estudos pós-coloniais e pelo seu trabalho influente sobre o orientalismo. Said nasceu em Jerusalém e foi criado no Egito e nos Estados Unidos, onde se tornou professor de literatura comparada na Universidade de Columbia.

Contexto e Influências:
A obra de Said foi publicada em um momento de grande transformação no cenário político e intelectual mundial. Na década de 1970, os debates sobre imperialismo, pós-colonialismo e identidade cultural estavam em alta. A Revolução Iraniana de 1979, a Guerra do Vietnã e os movimentos de libertação em várias colônias europeias na África e Ásia criaram uma atmosfera propícia para a reflexão crítica sobre as representações do "Oriente" pelos intelectuais ocidentais.

Resumo do livro:
Em "O Oriente como Invenção do Ocidente", Edward Said examina o conceito de orientalismo e a forma como o Ocidente construiu uma visão estereotipada e exótica do Oriente. Said argumenta que o orientalismo não é apenas um campo acadêmico, mas também uma ideologia política e cultural que perpetua a dominação e a inferiorização do "Outro".

O livro é dividido em três partes principais: "Orientalismo como Criação Cultural", "Orientalismo na Literatura e na História" e "Orientalismo e Política". Said investiga uma ampla gama de obras literárias, históricas e artísticas, demonstrando como elas contribuíram para a criação de uma imagem homogeneizada e estereotipada do Oriente. Ele destaca como os orientalistas ocidentais estavam envolvidos em um processo de "outroing" (ou "alterização") dos povos e culturas orientais, perpetuando uma visão simplista e distorcida.

Considerações, informações e afirmações motivadoras do livro:

  1. O orientalismo é uma construção cultural produzida pelo Ocidente para estabelecer sua superioridade sobre o Oriente.
  2. Os intelectuais ocidentais contribuíram para uma visão romântica e exótica do Oriente, distorcendo sua realidade.
  3. O orientalismo serviu como uma ferramenta para justificar a colonização e a exploração das terras orientais pelos poderes ocidentais.
  4. A visão ocidental do Oriente é uma forma de objetificação e inferiorização dos povos e culturas orientais.
  5. As representações do Oriente na literatura, pintura e mídia contribuíram para a perpetuação dos estereótipos e preconceitos.
  6. O orientalismo não é apenas uma disciplina acadêmica, mas uma ideologia que molda as relações entre o Ocidente e o Oriente.
  7. A perspectiva oriental é frequentemente ignorada ou suprimida em favor da visão ocidental dominante.
  8. O orientalismo envolve uma relação de poder desigual, onde o Ocidente se coloca como o sujeito dominante e o Oriente como o objeto dominado.
  9. A visão orientalista reduz a diversidade e complexidade das culturas orientais, promovendo uma imagem homogênea e estereotipada.
  10. O conhecimento produzido pelo orientalismo frequentemente reflete os interesses políticos e econômicos do Ocidente.
  11. As representações orientalistas têm impactos reais nas políticas externas e nas relações internacionais entre o Ocidente e o Oriente.
  12. O orientalismo contribui para a construção de identidades nacionais no Ocidente, ao definir o "Oriente" como o oposto cultural e inferior.
  13. O livro critica a visão orientalista de que o Oriente é estático e imutável, destacando a dinamicidade e a capacidade de agência dos povos orientais.
  14. Said argumenta que o orientalismo afeta não apenas a percepção dos ocidentais sobre o Oriente, mas também a autoimagem dos próprios povos orientais.
  15. A obra questiona a ideia de uma divisão binária entre o Ocidente e o Oriente, destacando as interações e influências mútuas ao longo da história.
  16. Said defende a necessidade de uma abordagem mais crítica e equilibrada nas representações culturais e acadêmicas do Oriente.
  17. O livro teve um impacto significativo nos estudos pós-coloniais, inspirando uma nova geração de acadêmicos a questionar as narrativas dominantes.
  18. Said chama a atenção para a responsabilidade dos intelectuais ocidentais em desconstruir os estereótipos orientalistas e promover um diálogo mais igualitário.
  19. O orientalismo não é uma prática exclusiva do passado, mas continua a moldar as percepções contemporâneas do Oriente e as relações globais.
  20. "O Oriente como Invenção do Ocidente" encoraja uma reflexão crítica sobre as narrativas dominantes e uma busca por uma compreensão mais justa e pluralista das culturas orientais.