Livro: "As Regras do Método Sociológico" de Émile Durkheim

  





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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
uma das atuações do seu Pastorado4






Livro: "As Regras do Método Sociológico" de Émile Durkheim

 
o programa que o estudo deste livro pertence, está
e está comentado nos vídeos durante o texto



 




1. O Livro: Vendas e Repercussão

As Regras do Método Sociológico, de Émile Durkheim, continua sendo um clássico fundamental no campo da sociologia. Desde sua primeira publicação em 1895, o livro mantém forte presença acadêmica e é amplamente lido em universidades ao redor do mundo. Sua repercussão não se limita apenas ao campo da sociologia, mas também impacta áreas como filosofia, antropologia e ciência política, sendo frequentemente citado em debates sobre a metodologia das ciências sociais. O livro é reeditado frequentemente, com destaque em países como França, EUA, e Brasil, onde há constante demanda de estudantes e pesquisadores.

2. Resumo do Conteúdo

O livro As Regras do Método Sociológico estabelece os fundamentos da sociologia como uma ciência distinta e rigorosa. Durkheim argumenta que os fatos sociais devem ser tratados como "coisas", ou seja, fenômenos externos ao indivíduo, e passíveis de serem estudados de maneira objetiva. Ele apresenta regras metodológicas claras, que incluem a necessidade de definir os fenômenos sociais, explicá-los por meio de causas sociais e evitar interpretações subjetivas. A obra aborda temas como o estudo da moral, a educação e as instituições, propondo uma análise científica do comportamento coletivo.

3. Autoria e Contexto

Biografia de Émile Durkheim:
Émile Durkheim (1858-1917) foi um dos fundadores da sociologia moderna e o primeiro a estabelecer a disciplina como ciência autônoma. Nascido na França, ele se dedicou a estudar a sociedade de forma científica, influenciado pelo positivismo de Auguste Comte. Durkheim lecionou em diversas universidades francesas e escreveu obras que abordavam a educação, a moral e a religião sob uma perspectiva sociológica. Suas contribuições moldaram significativamente o estudo das instituições sociais e do comportamento humano em coletividade.

Motivações para Escrever o Livro:
Durkheim escreveu As Regras do Método Sociológico com o objetivo de legitimar a sociologia como uma ciência independente, capaz de estudar e explicar os fenômenos sociais com a mesma objetividade e rigor das ciências naturais. Sua preocupação era combater a visão individualista da sociedade, muito presente nas ciências sociais da época, e demonstrar que os fatos sociais poderiam ser analisados com métodos empíricos e sistemáticos, permitindo a construção de uma ciência do social.

Contexto Nacional e Mundial:
No final do século XIX, a Europa vivia intensas transformações econômicas, políticas e culturais, com o avanço da industrialização e da urbanização. Na França, em particular, o período pós-revolucionário e a Terceira República traziam debates acalorados sobre moralidade, educação e a integração social diante das rápidas mudanças. No cenário global, havia também a crescente especialização nas ciências sociais, impulsionada pela Revolução Científica, que pressionava os estudiosos a formalizarem metodologias científicas para suas disciplinas. Durkheim, inserido nesse contexto, viu a necessidade de propor um método rigoroso para o estudo da sociedade.




4. Considerações



1. Fatos sociais devem ser tratados como "coisas"

Durkheim afirma que os fatos sociais devem ser considerados como objetos externos ao indivíduo, uma vez que eles exercem uma coerção sobre o comportamento humano. Ele argumenta que a sociologia deve estudar os fenômenos sociais de maneira objetiva, como qualquer ciência natural.

2. A sociedade existe independentemente do indivíduo

Para Durkheim, a sociedade é uma entidade distinta, que não pode ser reduzida às ações individuais. Ela é um conjunto de instituições, normas e valores que formam uma realidade própria, sobrepondo-se ao indivíduo.

3. A coerção social molda o comportamento humano

Durkheim conclui que os fatos sociais exercem pressão sobre os indivíduos, determinando seus comportamentos. Essa coerção pode ser explícita, como em leis, ou implícita, como em normas e valores culturais.

4. Os fatos sociais são externos ao indivíduo

Os fenômenos sociais, segundo Durkheim, existem fora das consciências individuais. Eles são produtos coletivos que influenciam os indivíduos, mas não dependem diretamente deles para existir.

5. Os fatos sociais são generalizáveis

Durkheim enfatiza que os fatos sociais não se referem a casos isolados. Eles ocorrem de maneira regular e são generalizáveis para todo um grupo social, sendo, portanto, passíveis de estudo científico.

6. A sociologia deve buscar causas sociais para os fenômenos sociais

Uma das regras centrais do método sociológico de Durkheim é que as causas dos fenômenos sociais devem ser encontradas em outros fatos sociais, e não em fatores individuais ou psicológicos.

7. As explicações psicológicas são insuficientes para a sociologia

Durkheim critica o uso de explicações psicológicas para entender fenômenos sociais. Ele argumenta que os fatos sociais têm causas sociais, e não podem ser explicados exclusivamente pelo comportamento ou estado mental de indivíduos.

8. A necessidade de definir claramente o objeto de estudo

Durkheim afirma que a primeira tarefa de um sociólogo é definir de maneira clara e precisa o fenômeno que está sendo estudado. Ele acredita que uma definição vaga prejudica a análise científica e dificulta a identificação de causas.

9. A importância da imparcialidade na análise sociológica

Durkheim destaca que o sociólogo deve manter uma atitude de neutralidade ao estudar a sociedade. Ele defende que a ciência sociológica deve evitar julgamentos de valor e preconceitos pessoais, e deve se concentrar na observação dos fatos tal como eles são.

10. A sociologia deve ser uma ciência empírica

Durkheim sustenta que a sociologia deve basear-se em observações empíricas e métodos científicos. Ele argumenta que a análise sociológica deve ser sustentada por dados concretos, observados e mensuráveis, como qualquer outra ciência.

11. Os fatos sociais podem ser normais ou patológicos

Uma das contribuições de Durkheim é a distinção entre fatos sociais normais, que contribuem para a coesão e estabilidade social, e fatos sociais patológicos, que indicam disfunções dentro da sociedade, como o crime ou a anomia.

12. A moralidade é um fenômeno social

Durkheim considera a moralidade como um fato social que impõe regras de comportamento ao indivíduo. Ele defende que os padrões morais são produzidos coletivamente e refletem as necessidades da sociedade como um todo.

13. A educação é uma forma de coerção social

Durkheim vê a educação como uma ferramenta fundamental para transmitir os valores e normas sociais, moldando o comportamento do indivíduo desde cedo. Ele acredita que a educação é um processo de socialização que perpetua a coesão social.

14. A divisão do trabalho social é um fato social

Durkheim, em sua teoria sobre a divisão do trabalho, argumenta que esse fenômeno não é apenas econômico, mas também social. A especialização crescente de funções e papéis fortalece a coesão social ao aumentar a interdependência entre os indivíduos.

15. A solidariedade social se manifesta de maneiras diferentes

Durkheim distingue entre solidariedade mecânica e orgânica. A primeira, típica de sociedades primitivas, é baseada na homogeneidade, enquanto a segunda, característica das sociedades modernas, decorre da interdependência gerada pela divisão do trabalho.

16. A sociologia tem uma função crítica e reformadora

Durkheim argumenta que a sociologia deve não só descrever a realidade social, mas também propor mudanças e reformas para melhorar o funcionamento da sociedade. O conhecimento sociológico deve, portanto, ser aplicado em prol da coesão social e do bem comum.

17. As leis e normas são expressões de fatos sociais

Para Durkheim, as leis e normas de uma sociedade refletem os fatos sociais que prevalecem em determinado momento. Elas são manifestações da consciência coletiva e servem para regular o comportamento individual e garantir a ordem social.

18. A sociedade é maior que a soma de seus indivíduos

Durkheim conclui que a sociedade possui uma realidade própria que transcende as vontades individuais. Ele argumenta que as interações e instituições sociais criam algo que não pode ser reduzido às ações de indivíduos isolados.

19. Os rituais reforçam a coesão social

Durkheim observa que os rituais, sejam religiosos ou cívicos, desempenham um papel crucial no fortalecimento dos laços sociais e na criação de um sentimento de pertencimento a um grupo.

20. A anomia é um estado de desordem social

Durkheim introduz o conceito de anomia para descrever uma condição em que as normas e valores sociais são insuficientemente claros ou falham em regular o comportamento. Esse estado de desordem surge, segundo ele, especialmente em tempos de rápidas mudanças sociais, como crises econômicas.

Essas 20 afirmativas resumem o escopo de Durkheim em As Regras do Método Sociológico, refletindo sua preocupação em construir uma sociologia rigorosa e científica, fundamentada em observações empíricas e no reconhecimento da influência da sociedade sobre o comportamento individual.



5. Apoios Relevantes

  1. Talcott Parsons
    O sociólogo norte-americano Talcott Parsons, um dos maiores teóricos do século XX, concordou com Durkheim na ideia de que os fatos sociais possuem uma existência própria e independente dos indivíduos. Ele apoiou a concepção de Durkheim de que a sociedade deve ser estudada como um sistema de interações, e que esses fenômenos sociais têm impacto determinante sobre o comportamento humano.

  2. Marcel Mauss
    Marcel Mauss, sobrinho de Durkheim e também um renomado sociólogo e antropólogo, foi um dos que mais apoiaram o trabalho de Durkheim, especialmente na ideia de que os fatos sociais podem ser estudados como "coisas". Ele compartilhou da visão de Durkheim sobre a necessidade de uma abordagem metodológica rigorosa para a sociologia, com foco nas instituições e suas funções dentro da sociedade.

  3. Claude Lévi-Strauss
    O antropólogo estruturalista Claude Lévi-Strauss foi profundamente influenciado por Durkheim e Mauss. Ele concordava com a ideia de que os fenômenos sociais são regidos por leis próprias, além de reconhecer a importância das estruturas sociais no comportamento individual. Para Lévi-Strauss, Durkheim foi essencial na formulação de uma ciência social estruturada em regras e métodos rigorosos.

6. Críticas Relevantes

  1. Max Weber
    Embora respeitasse a obra de Durkheim, Max Weber discordou da ideia de que os fenômenos sociais devem ser tratados exclusivamente como "coisas". Weber defendia uma abordagem compreensiva, que levasse em conta as ações e intenções individuais. Ele acreditava que o entendimento da sociedade deveria incluir a subjetividade e a ação social, em vez de apenas buscar regularidades externas.

  2. Georg Simmel
    Simmel, um importante sociólogo alemão, criticou Durkheim por sua ênfase excessiva na coesão social e no controle que a sociedade exerce sobre o indivíduo. Para Simmel, o conflito social e as interações mais subjetivas e dinâmicas entre os indivíduos também eram essenciais para entender as sociedades modernas, o que não era suficientemente abordado por Durkheim.

  3. Friedrich Hayek
    O economista e filósofo Friedrich Hayek criticou Durkheim por sua visão de que a sociedade deveria ser estudada como um sistema rígido e governado por regras externas. Hayek, um defensor do individualismo metodológico, discordava da ideia de que os fenômenos sociais poderiam ser reduzidos a uma "coisa" objetiva e rejeitava a noção de uma ciência social totalmente determinista.

7. Considerações para o Nosso Dia a Dia

  1. A importância da coesão social para a saúde mental
    Durkheim enfatiza que a integração do indivíduo na sociedade é fundamental para sua saúde mental. O sentimento de pertencimento e as conexões sociais são essenciais para evitar sentimentos de alienação e anomia, condições que podem levar a desequilíbrios emocionais.

  2. A relevância da educação para a socialização
    Durkheim vê a educação como um processo crucial para a transmissão de valores sociais. No dia a dia, isso nos ensina a importância de internalizar normas que promovam o respeito e a cooperação mútua, contribuindo para melhores relacionamentos e uma convivência harmônica.

  3. A força dos rituais e normas sociais
    Durkheim demonstra que os rituais e as normas ajudam a estruturar o cotidiano e oferecem estabilidade emocional. Práticas como celebrações comunitárias ou até rotinas familiares são importantes para fortalecer laços e dar sentido ao nosso dia a dia, melhorando o bem-estar psicológico.

8. Jesus Cristo

  1. A importância do amor ao próximo para a coesão social
    Jesus provavelmente destacaria a importância do amor ao próximo como um meio essencial de promover a coesão social, algo que Durkheim via como crucial para o funcionamento da sociedade. O amor e a compaixão entre os indivíduos ajudam a criar um ambiente de harmonia e colaboração, promovendo uma convivência pacífica.

  2. A valorização da comunidade e da solidariedade
    Durkheim coloca ênfase na solidariedade social, e Jesus poderia reforçar essa mensagem, destacando que o apoio mútuo e a ajuda aos necessitados são centrais para manter uma sociedade equilibrada e justa. A solidariedade cria uma rede de segurança para todos os seus membros.

  3. A importância de normas justas e não opressivas
    Jesus provavelmente ensinaria que as normas sociais devem ser justas e baseadas no amor e na justiça, em consonância com a crítica que Durkheim faz às normas opressivas. Jesus alertaria contra o uso das leis para dominar ou excluir, enfatizando que as regras devem servir para elevar e proteger o bem comum.