PROFETAS E INCOERÊNCIAS COM JESUS

  





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PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
uma das atuações do seu Pastorado4







PROFETAS E INCOERÊNCIAS COM JESUS
o que seja "acréscimos humanos" e não Revelação de Deus nas vivências e pregações 



o conteúdo original que inclui este estudo está 






Atualmente, em Março de 2025, estamos pesquisando e escrevendo este livro


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ÍNDICE

201   REVELAÇÃO E ACRÉSCIMOS

202   JESUS E O CONVERGIR

203   OS PROFETAS NO VT

204   MUITAS REVELAÇÃO

205   MUITO ACRÉSCIMO

========== incoerências ==========


001   VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS (ISAÍAS 13:16)

002   DEUS ENVIA ENGANOS PARA DESTRUIR (ISAÍAS 19:14)

003   MASSACRE COMO CASTIGO (ISAÍAS 34:2-3)

004   RECOMPENSA PELA VINGANÇA (ISAÍAS 61:2)

005   JEREMIAS INCENTIVA A MALDIÇÃO (JEREMIAS 20:14-18)

006   ORDEM PARA NÃO ORAR POR PECADORES (JEREMIAS 7:16)

007   DEUS PROVOCA O MAL (JEREMIAS 18:11)

008   LAMENTAÇÕES CELEBRA O SOFRIMENTO (LAMENTAÇÕES 3:1-16)

009   DEUS PROMOVE CANIBALISMO (EZEQUIEL 5:10)

010   SACRIFÍCIO HUMANO COMO CASTIGO (EZEQUIEL 20:25-26)

xxxxx
016   017   018   019   020   

011   DEUS SE ALEGRANDO COM A DESTRUIÇÃO (EZEQUIEL 21:17)

012   PEDRA SOBRE PEDRA (EZEQUIEL 26:4-14)

013   SACRIFÍCIO DE PECADORES (EZEQUIEL 39:17-19)

014   MATANÇA COMO CASTIGO DIVINO (OSÉIAS 13:16)

015   DEUS PROVOCA INFIDELIDADE (OSÉIAS 4:14)

16. ÓDIO AOS POVOS VIZINHOS (AMÓS 1:3-15)

Amós proclama a destruição violenta de várias nações vizinhas de Israel. Jesus ensina a amar os inimigos e orar pelos que perseguem (Mateus 5:44).

17. PROMESSA DE TREVA E DESTRUIÇÃO (AMÓS 5:18-20)
O "dia do Senhor" é descrito como um dia de trevas e horror. Jesus, ao contrário, diz que Ele é a luz do mundo e traz esperança (João 8:12).

18. DEUS QUER A FOME (AMÓS 8:11-12)
Deus declara que enviará fome e sede sobre a terra, impedindo as pessoas de encontrar Suas palavras. Jesus, porém, oferece a Si mesmo como pão da vida para saciar a fome espiritual (João 6:35).

19. TERROR DIVINO SOBRE OS HOMENS (MIQUÉIAS 3:4-7)
Miqueias diz que Deus não responderá ao clamor dos homens e trará vergonha sobre eles. Jesus sempre atende os necessitados e promete descanso aos cansados (Mateus 11:28).

20. DESPREZO PELO CULTO E SACRIFÍCIOS (MIQUÉIAS 6:6-7)
Miqueias questiona se Deus deseja milhares de carneiros ou sacrifícios de crianças. Jesus ensina que Deus quer misericórdia, não sacrifícios (Mateus 9:13).

21. MALDIÇÃO SOBRE INIMIGOS (NAUM 1:2-3)
Naum descreve Deus como vingativo e irado contra os inimigos. Jesus ensina o amor aos inimigos e a oração pelos que fazem o mal (Lucas 6:27-28).

22. EXTERMÍNIO DOS POVOS (NAUM 3:19)
Naum profetiza a destruição de Nínive sem chance de restauração. Jesus ensina que Deus deseja restaurar e não aniquilar (Lucas 15:4-7).

23. CASTIGO POR DUVIDAR (HABACUQUE 1:5-6)
Habacuque alerta que Deus levantará os caldeus para punir o povo. Jesus ensina que mesmo quem duvida pode encontrar misericórdia (Marcos 9:24).

24. O DIA DO SENHOR COMO TERROR (SOFONIAS 1:14-18)
Soofonias descreve o "dia do Senhor" como um tempo de ira e destruição. Jesus traz boas-novas e a esperança do Reino de Deus (Lucas 4:18-19).

25. MORTE PARA TODOS OS INFIEIS (SOFONIAS 3:8)
Deus anuncia que reunirá as nações para destruí-las com Sua fúria. Jesus vem para salvar as nações, não destruí-las (João 3:17).

26. OBEDIÊNCIA IMPOSTA PELA FORÇA (AGEU 2:6-7)
Ageu diz que Deus abalará céus e terras para que as nações obedeçam. Jesus ensina que a obediência a Deus deve ser por amor, não por imposição (João 14:15).

27. DEUS FAZ VESTES MANCHADAS DE SANGUE (ZACARIAS 3:3-4)
Josué, o sumo sacerdote, aparece com roupas imundas diante de Deus. Jesus veste os pecadores com vestes brancas, sem acusação (Apocalipse 3:5).

28. JUÍZO CONTRA TODAS AS NAÇÕES (ZACARIAS 14:12-13)
Zacarias diz que Deus destruirá as nações com pragas terríveis. Jesus diz que o juízo virá, mas convida ao arrependimento antes (João 12:47).

29. MALDIÇÃO CONTRA OS DÍZIMOS (MALAQUIAS 3:9-10)
Malaquias diz que quem não dá o dízimo está debaixo de maldição. Jesus ensina que a generosidade vem do coração, sem imposição (Lucas 6:38).

30. CASTIGO AOS ORGULHOSOS (MALAQUIAS 4:1-3)
Malaquias anuncia que os arrogantes serão queimados como palha. Jesus ensina que até mesmo os arrogantes podem se arrepender e encontrar graça (Lucas 19:8-10).

31. DEUS SE AGRADANDO DA MORTE (ISAÍAS 34:6-7)
Isaías descreve um sacrifício do Senhor onde o sangue encharca a terra. Jesus afirma que Deus é Deus dos vivos, não dos mortos (Lucas 20:38).

32. CASTIGO COLETIVO PELA MALDADE DOS LÍDERES (JEREMIAS 23:15)
Deus promete castigar todo o povo porque os profetas cometeram adultério e hipocrisia. Jesus ensina que cada um responde por seus próprios atos (Mateus 12:36-37).

33. ORDEM PARA NÃO ORAR PELO POVO (JEREMIAS 7:16)
Deus ordena que Jeremias não interceda pelo povo. Jesus ora até pelos que o crucificam (Lucas 23:34).

34. VINGANÇA SOBRE OS TRAÍDOS (JEREMIAS 11:20-23)
Jeremias pede vingança contra seus inimigos, e Deus promete matar os filhos deles. Jesus ensina a perdoar os inimigos e dar a outra face (Mateus 5:39).

35. DESTRUIÇÃO DAS CRIANÇAS (EZEQUIEL 9:5-7)
Deus ordena que anciãos, jovens, donzelas, crianças e mulheres sejam massacrados sem piedade. Jesus diz que o Reino dos Céus pertence às crianças (Mateus 19:14).

36. LEI DA ESPADA E DO FOGO (EZEQUIEL 21:31-32)
Deus diz que derramará sua ira com fogo e espada, exterminando multidões. Jesus ensina que quem vive pela espada, morrerá pela espada (Mateus 26:52).

37. MORTE AOS QUE DUVIDAM (HABACUQUE 1:5-6)
Deus alerta que punirá os incrédulos trazendo uma nação destruidora. Jesus ensina que até os incrédulos podem encontrar misericórdia (João 20:27).

38. A GRANDE MATANÇA DO SENHOR (SOFONIAS 1:2-3)
Deus diz que exterminará tudo sobre a terra: homens, animais e até pássaros. Jesus ensina que Deus cuida até dos pardais (Mateus 10:29).

39. MASSACRE COMO CASTIGO (AGEU 2:22-23)
Deus promete destruir tronos, nações e exércitos como forma de castigo. Jesus ensina que o maior no Reino é o que serve, não o que destrói (Mateus 23:11).

40. O DIA DO SENHOR COMO CÓLERA E IRA (MALAQUIAS 4:1-3)
O dia do Senhor é descrito como um fogo que queimará os ímpios como palha. Jesus ensina que o juízo virá, mas convida todos ao arrependimento (João 12:47).

41. VINGANÇA COM OS PRÓPRIOS PÉS (ISAÍAS 63:3-6)
Deus diz que pisará as nações em sua ira e seu sangue manchará suas vestes. Jesus, no Getsêmani, escolhe sofrer e não revidar (Mateus 26:53-54).

42. TERROR E MORTE COMO JUSTIÇA (JEREMIAS 25:33)
Os mortos do Senhor cobrirão toda a terra e não serão enterrados. Jesus afirma que Deus é Deus de misericórdia (Lucas 6:36).

43. CRIANÇAS DEVORADAS PELAS FERAS (EZEQUIEL 5:17)
Deus envia bestas selvagens para devorar crianças como castigo. Jesus protege as crianças e ensina que elas são exemplos de fé (Marcos 10:15).

44. ORDEM PARA ARRANCAR OLHOS E CORTAR MÃOS (ZACARIAS 14:12-13)
Deus fará a carne e os olhos apodrecerem ainda em pé. Jesus cura os cegos e restaura os doentes (Lucas 18:42-43).

45. PUNIÇÃO POR NÃO TRAZER OFERTAS (MALAQUIAS 3:9-10)
Aqueles que não dão dízimos e ofertas são amaldiçoados. Jesus ensina que a verdadeira adoração é em espírito e em verdade (João 4:23-24).

46. MORTE DOS QUE NÃO CELEBRAREM A FESTA (ZACARIAS 14:16-19)
Nações que não celebrarem a Festa dos Tabernáculos não terão chuva e sofrerão pragas. Jesus ensina que a adoração é um ato do coração, não uma imposição (Mateus 15:8).

47. JUÍZO SEM CHANCE DE ARREPENDIMENTO (NAUM 1:2-3)
Deus se vinga dos inimigos e não os perdoa. Jesus ensina que Deus deseja que todos se arrependam e sejam salvos (2 Pedro 3:9).

48. FÚRIA SOBRE OS QUE NÃO GUARDAM O SÁBADO (JEREMIAS 17:27)
Deus promete queimar Jerusalém se o sábado não for respeitado. Jesus diz que o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado (Marcos 2:27).

49. MATANÇA DE TODO O POVO (EZEQUIEL 35:8-9)
Deus promete encher os montes de mortos e exterminar uma nação inteira. Jesus ensina que bem-aventurados são os pacificadores (Mateus 5:9).

50. O CASTIGO DO SILÊNCIO DIVINO (MIQUÉIAS 3:4)
Deus não responderá aos pecadores quando clamarem. Jesus ensina que Deus sempre ouve os arrependidos (Lucas 15:20).

51. ORDEM PARA MATAR TODOS SEM PIEDADE (JEREMIAS 48:10)
Deus amaldiçoa quem não usa sua espada para matar com fúria. Jesus ensina a amar os inimigos e orar por quem persegue (Mateus 5:44).

52. PROMESSA DE ANIQUILAR NAÇÕES (JEREMIAS 46:28)
Deus diz que exterminará completamente outras nações. Jesus prega o evangelho a todas as nações e chama a humanidade para a paz (Mateus 28:19).

53. ASSOLAMENTO TOTAL COMO VINGANÇA (EZEQUIEL 6:3-7)
Deus destrói montes, vales e cidades como punição. Jesus ensina que Deus deseja misericórdia, não sacrifício (Mateus 9:13).

54. MASSACRE ATÉ QUE O POVO SE CONVERTA (OSÉIAS 5:14-15)
Deus se compara a um leão que dilacera até que Israel busque sua face. Jesus convida ao arrependimento com amor e perdão (Lucas 15:11-32).

55. CASTIGO COM FOME E PESTE (EZEQUIEL 5:16-17)
Deus manda fome, pestes e animais ferozes para punir. Jesus ensina que Deus provê o pão e cuida de seus filhos (Mateus 6:26-33).

56. PROMESSA DE TORNAR MULHERES ESTÉREIS (OSEIAS 9:14-16)
Deus declara que matará os filhos e tornará mulheres estéreis. Jesus acolhe as mães e abençoa seus filhos (Marcos 10:13-16).

57. ESPALHAMENTO SEM MISERICÓRDIA (EZEQUIEL 5:11-12)
Deus promete espalhar Israel e diz que não terá piedade. Jesus ensina que Deus sempre recebe os arrependidos (Lucas 15:20).

58. MATANÇA COMO SINAL DE GLÓRIA (EZEQUIEL 39:17-20)
Deus convoca aves e feras para se banquetearem com carne humana. Jesus ensina que sua glória está no amor e no serviço (Marcos 10:45).

59. MORTE COMO FORMA DE PURIFICAÇÃO (EZEQUIEL 22:15)
Deus espalha o povo e usa a espada para "purificá-los". Jesus purifica pela palavra e pelo arrependimento (João 15:3).

60. ORDEM PARA GOLPEAR SEM PIEDADE (EZEQUIEL 21:14-17)
Deus ordena que se use a espada repetidamente contra o povo. Jesus ensina que perdoar setenta vezes sete é o caminho (Mateus 18:21-22).

61. PROMESSA DE EXTERMÍNIO A UMA NAÇÃO INTEIRA (OBADIAS 1:18)
Deus promete que a casa de Esaú será exterminada sem sobrar ninguém. Jesus ensina que Deus faz o sol nascer sobre justos e injustos (Mateus 5:45).

62. CASTIGO COM INCÊNDIO TOTAL (AMOS 2:5)
Deus diz que queimará as cidades como castigo. Jesus ensina que Ele veio para salvar, não para destruir (Lucas 9:56).

63. PRAGAS E DESTRUIÇÃO COMO PROVA DE AMOR (AMÓS 4:6-11)
Deus envia fome, pragas e exércitos para forçar Israel a voltar a Ele. Jesus chama com amor e compaixão (Mateus 11:28-30).

64. MALDIÇÃO SOBRE CRIANÇAS (OSEIAS 13:16)
Deus promete que crianças serão despedaçadas e grávidas abertas ao meio. Jesus protege os pequenos e os coloca como exemplo (Mateus 18:2-6).

65. DEUS QUE PLANEJA O MAL (MIQUÉIAS 2:3)
Deus diz que planeja trazer calamidade sobre seu próprio povo. Jesus ensina que Deus é amor (1 João 4:8).

66. JUÍZO SEM ESCAPATÓRIA (SOFONIAS 1:18)
Deus declara que ninguém poderá escapar de sua ira. Jesus ensina que a graça é oferecida a todos os que creem (João 3:16).

67. DEUS SACRIFICANDO SEU PRÓPRIO POVO (SOFONIAS 1:7-8)
Deus declara que sacrificará seus próprios filhos. Jesus entrega a si mesmo em sacrifício para salvar a humanidade (João 10:11).

68. DERROTA COMO PUNIÇÃO DIVINA (HABACUQUE 1:5-6)
Deus traz um povo violento para punir Israel. Jesus ensina que a verdadeira justiça não vem da violência (Mateus 26:52).

69. PRAGAS E MALDIÇÕES COMO CASTIGO (AGEU 1:9-11)
Deus manda seca e fome por não terem reconstruído o templo. Jesus ensina que Deus busca adoração em espírito e verdade (João 4:23-24).

70. O GRANDE DIA DA VINGANÇA DO SENHOR (MALAQUIAS 4:1)
O dia do Senhor é descrito como fogo que queima os ímpios como palha. Jesus ensina que Deus deseja salvar, não destruir (Lucas 19:10).

71. EXTERMÍNIO DOS TRAIDORES (MALAQUIAS 2:12)
Deus promete eliminar qualquer um que desonre a aliança. Jesus ensina que devemos perdoar os que erram contra nós (Mateus 6:14-15).

72. AMEAÇA DE MALDIÇÃO A SACERDOTES (MALAQUIAS 2:1-2)
Deus ameaça sacerdotes com maldição por não darem glória a Ele. Jesus ensina que os líderes devem servir com humildade (Mateus 23:11-12).

73. ÓDIO CONTRA EDOM (MALAQUIAS 1:3-4)
Deus declara que odeia Esaú e promete destruir sua descendência. Jesus ensina que Deus é amor e deseja salvar a todos (João 3:16).

74. DEUS COMO UM GUERREIRO VINGADOR (SOFONIAS 3:8)
Deus diz que ajuntará nações para derramar sua ira sobre elas. Jesus ensina que a verdadeira guerra é espiritual, não contra nações (João 18:36).

75. ORDEM PARA SEPARAÇÃO TOTAL (ESDRAS 10:10-11)
Esdras ordena que os homens israelitas abandonem suas esposas estrangeiras. Jesus ensina que o casamento deve ser preservado e que Deus une homem e mulher (Mateus 19:6).

76. PROMESSA DE LÁGRIMAS E LUTO ETERNOS (ZACARIAS 12:10-14)
Deus promete um luto interminável por causa de sua vingança. Jesus ensina que Deus enxugará toda lágrima e trará consolo (Mateus 5:4).

77. ORDEM PARA CORTAR OS PASTORES INFIEIS (ZACARIAS 11:15-17)
Deus promete destruir os líderes maus ao invés de restaurá-los. Jesus ensina que os maus líderes podem se arrepender e serem restaurados (Lucas 15:4-7).

78. AMEAÇA A QUEM SE RECUSA A CELEBRAR FESTA (ZACARIAS 14:16-19)
Deus diz que enviará seca e praga sobre quem não celebrar a Festa dos Tabernáculos. Jesus ensina que a adoração é espontânea e em espírito e verdade (João 4:23-24).

79. DEUS LEVANTANDO NAÇÕES PARA ATERRORIZAR OUTRAS (HABACUQUE 1:6-11)
Deus diz que levanta os caldeus para devastar nações. Jesus ensina que Deus é o príncipe da paz e deseja reconciliação (João 14:27).

80. PROMESSA DE CEGUEIRA E CONFUSÃO A INIMIGOS (ZACARIAS 12:4)
Deus diz que ferirá os inimigos com loucura e cegueira. Jesus cura os cegos e liberta os oprimidos (Lucas 4:18).

81. MULHERES COMO LIDERANÇA MALIGNA (ZACARIAS 5:7-8)
Duas mulheres são descritas como personificação do mal e da iniqüidade. Jesus exalta mulheres como exemplos de fé e devoção (Lucas 7:37-50).

82. AMEAÇA AOS QUE USAM ROUPAS ERRADAS (SOFONIAS 1:8)
Deus declara que punirá severamente os que vestem roupas estrangeiras. Jesus ensina que o coração é mais importante que a aparência externa (Mateus 23:25-26).

83. VINGANÇA SANGRENTA NO DIA DO SENHOR (ZACARIAS 14:1-3)
Deus promete que no Dia do Senhor haverá guerra, estupros e pilhagem. Jesus ensina que o reino de Deus é paz e justiça (Romanos 14:17).

84. ORDEM PARA MATAR INIMIGOS SEM PIEDADE (ZACARIAS 11:6)
Deus diz que entregará o povo uns contra os outros, sem compaixão. Jesus ensina a amar os inimigos e fazer o bem a eles (Lucas 6:27).

85. DEUS ARRANCANDO FILHOS DOS INFIÉIS (MALAQUIAS 2:3)
Deus ameaça cortar os filhos dos sacerdotes infiéis. Jesus ensina que Deus deseja acolher as crianças e protegê-las (Mateus 19:14).

86. ESPERANÇA SOMENTE PARA JUDEUS (ZACARIAS 8:23)
Diz que as nações terão que agarrar um judeu para encontrar Deus. Jesus ensina que a salvação é para todos os povos (Atos 10:34-35).

87. ÓDIO CONTRA NAÇÕES ESTRANGEIRAS (MALAQUIAS 1:4)
Deus diz que manterá ira eterna contra Edom. Jesus ensina que Deus deseja salvar todos os povos, sem distinção (Mateus 28:19).

88. QUEIMANDO OS ÍMPIOS COMO PALHA (MALAQUIAS 4:1)
Diz que os pecadores serão queimados como palha no fogo ardente. Jesus ensina que Deus busca salvar os pecadores, não destruí-los (Lucas 19:10).

89. ORDEM PARA HUMILHAR OS ORGULHOSOS (SOFONIAS 3:11-13)
Diz que Deus eliminará e humilhará os orgulhosos de Israel. Jesus ensina que devemos amar até mesmo aqueles que se exaltam (Lucas 18:9-14).

90. DEUS FAZENDO O POVO COMER SUAS PRÓPRIAS CRIANÇAS (EZEQUIEL 5:10)
Deus afirma que os pais devorarão seus próprios filhos como castigo. Jesus ensina que Deus é um pai amoroso que supre as necessidades dos filhos (Mateus 7:9-11).

91. MALDIÇÃO A QUEM ROUBA A DEUS (MALAQUIAS 3:8-9)
Diz que quem não dá o dízimo está amaldiçoado. Jesus ensina que Deus deseja misericórdia mais do que sacrifícios (Mateus 9:13).

92. DEUS COMO UM DESTRUIDOR DE NAÇÕES (AGEU 2:22)
Deus promete destruir tronos e exércitos. Jesus ensina que seu Reino não é deste mundo e não se impõe pela força (João 18:36).

93. AMEAÇA AOS SACERDOTES QUE NÃO OBEDECEM (MALAQUIAS 2:9)
Deus promete humilhar sacerdotes que não ensinam corretamente. Jesus ensina que os líderes devem ser corrigidos com amor e paciência (João 21:15-17).

94. FOGO DEVORADOR PARA QUEM NÃO TEM TEMOR (MALAQUIAS 4:1)
Os que não temem a Deus serão queimados como palha. Jesus ensina que Deus deseja salvar os perdidos e não destruí-los (Lucas 19:10).

95. GLORIFICAÇÃO DO POVO DE ISRAEL SOBRE AS NAÇÕES (AGEU 2:7)
Diz que Deus fará Israel dominar todas as riquezas das nações. Jesus ensina que a verdadeira glória é servir a todos (Marcos 10:43-45).

96. ÓDIO AOS AMALEQUITAS (1 SAMUEL 15:3)
Deus ordena a destruição total dos amalequitas. Jesus ensina a amar até mesmo os inimigos e a perdoá-los (Lucas 6:27-28).

97. ORDEM PARA MATAR CRIANÇAS (OSEEAS 13:16)
Deus decreta que crianças de Samaria serão despedaçadas. Jesus ensina que as crianças pertencem ao Reino de Deus (Mateus 19:14).

98. RECOMPENSA MATERIAL PARA OS JUSTOS (MALAQUIAS 3:10-12)
Diz que Deus dará prosperidade financeira a quem for fiel. Jesus ensina que devemos buscar tesouros no céu, e não na terra (Mateus 6:19-20).

99. CASTIGO COLETIVO POR PECADO DE ALGUNS (JEREMIAS 32:32-35)
Deus castiga toda a nação pelos pecados de seus líderes. Jesus ensina que cada um responde por seus próprios atos (Mateus 16:27).

100. VINGANÇA CONTRA OS MOABITAS (SOFONIAS 2:9-11)
Deus promete destruir Moabe para sempre. Jesus ensina que devemos amar todas as nações e fazer discípulos entre elas (Mateus 28:19).

101. DEUS MATANDO CRIANÇAS POR PECADO DOS PAIS (JEREMIAS 49:10-11)
Deus declara que matará até os filhos dos ímpios. Jesus ensina que Deus é pai amoroso e protetor das crianças (Mateus 18:6).

102. DEUS COMANDANDO PILHAGEM (HABACUQUE 2:8)
Deus justifica a pilhagem como punição aos pecadores. Jesus ensina que devemos repartir com os necessitados e não saquear (Lucas 3:11).

103. AMEAÇA DE PRAGAS A QUEM NÃO ADORA A DEUS (ZACARIAS 14:17-19)
Deus diz que enviará seca e pragas sobre quem não adorá-lo. Jesus ensina que Deus atrai as pessoas pelo amor, não pelo medo (João 12:32).

104. ÓDIO CONTRA FILISTEUS (ZACARIAS 9:5-7)
Deus promete exterminar os filisteus. Jesus ensina que devemos amar todas as nações, sem exceção (Mateus 5:44).

105. MULHERES CASTIGADAS POR SEREM ORGULHOSAS (ISAÍAS 3:16-26)
Deus ameaça punir mulheres vaidosas com pragas e morte. Jesus ensina que as mulheres são dignas de graça e redenção (Lucas 7:36-50).

106. CRUELDADE COM INIMIGOS DERROTADOS (HABACUQUE 2:15-16)
Deus manda expor a nudez dos inimigos como humilhação. Jesus ensina a tratar os inimigos com dignidade e respeito (Mateus 5:39-41).

107. DEUS USANDO O ENGANO PARA CONFUNDIR (1 REIS 22:23)
Deus envia um espírito mentiroso para enganar reis. Jesus ensina que Deus é a verdade e que Satanás é o pai da mentira (João 8:44).

108. MORTE A QUEM QUEBRA O SÁBADO (ÊXODO 31:14)
Diz que quem não guarda o sábado deve ser morto. Jesus ensina que o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado (Marcos 2:27).

109. PUNIÇÃO AOS FILHOS PELOS PECADOS DOS PAIS (ÊXODO 20:5)
Deus diz que castigará os filhos pelos pecados dos pais até a terceira geração. Jesus ensina que cada um é responsável apenas por seus próprios pecados (João 9:2-3).

110. PROIBIÇÃO DE ENTRADA NO TEMPLO A CERTAS PESSOAS (DEUTERONÔMIO 23:1-3)
Eunucos e estrangeiros são proibidos de entrar na congregação. Jesus ensina que todos são bem-vindos à casa de Deus (Mateus 21:13).

111. CASTIGO ATÉ A QUARTA GERAÇÃO (ÊXODO 34:7)
Deus diz que visita a iniquidade dos pais nos filhos e netos. Jesus ensina que cada um é responsável apenas por seus próprios atos (Ezequiel 18:20; João 9:2-3).

112. ORDEM PARA DESTRUIR POVOS INTEIROS (DEUTERONÔMIO 7:1-2)
Deus manda destruir sete nações completamente. Jesus ensina que a missão é evangelizar todas as nações, não destruí-las (Mateus 28:19).

113. DEUS MANDA MATAR FALSOS PROFETAS (DEUTERONÔMIO 13:5)
Diz que profetas que falam de outros deuses devem ser mortos. Jesus ensina que devemos amar e tentar converter os errantes (Lucas 15:4-7).

114. AMEAÇA A QUEM NÃO OBEDECE AOS PROFETAS (DEUTERONÔMIO 18:19)
Deus promete castigar severamente quem não ouvir os profetas. Jesus ensina que a verdade deve ser aceita voluntariamente (Mateus 23:37).

115. CASTIGO PARA QUEM NÃO HONRA OS PAIS (DEUTERONÔMIO 21:18-21)
Deus ordena a morte de filhos desobedientes. Jesus ensina que devemos perdoar e orientar com amor (Lucas 15:11-32).

116. PROIBIÇÃO DE FAZER ACORDO COM OUTRAS NAÇÕES (DEUTERONÔMIO 7:2)
Deus proíbe Israel de fazer tratados com outros povos. Jesus ensina que devemos buscar a paz e a reconciliação (Mateus 5:9).

117. MORTE PARA ADÚLTEROS (LEVÍTICO 20:10)
Diz que adúlteros devem ser apedrejados. Jesus perdoa a mulher adúltera e ensina misericórdia (João 8:3-11).

118. PROIBIÇÃO DE MISTURAR SEMENTES E TECIDOS (LEVÍTICO 19:19)
Deus proíbe misturar tipos diferentes de plantações e roupas. Jesus ensina que o mais importante é a pureza do coração, não regras externas (Mateus 15:11).

119. PROIBIÇÃO DE ENTRADA DE EUNUCOS NA CONGREGAÇÃO (DEUTERONÔMIO 23:1)
Eunucos não podem entrar na assembleia do Senhor. Jesus ensina que eunucos podem ter um lugar especial no Reino de Deus (Mateus 19:12).

120. PROIBIÇÃO DE ENTRADA DE AMONITAS E MOABITAS NA CONGREGAÇÃO (DEUTERONÔMIO 23:3)
Diz que amonitas e moabitas jamais poderão fazer parte do povo de Deus. Jesus ensina que Deus aceita pessoas de todas as nações (Mateus 28:19).

121. MULHER QUE NÃO É VIRGEM DEVE SER MORTA (DEUTERONÔMIO 22:20-21)
Diz que uma mulher que não for virgem no casamento deve ser apedrejada. Jesus perdoa e dá uma nova chance para os pecadores (Lucas 7:47-50).

122. PROIBIÇÃO DE SER MISERICORDIOSO COM O INIMIGO (DEUTERONÔMIO 7:16)
Diz para não ter piedade dos inimigos. Jesus ensina a amar e perdoar os inimigos (Mateus 5:44).

123. PENA DE MORTE PARA QUEM ADORAR OUTROS DEUSES (DEUTERONÔMIO 13:6-10)
Deus manda apedrejar quem sugerir a adoração de outros deuses. Jesus ensina que Deus quer atrair as pessoas pelo amor, não pela força (João 12:32).

124. ORDEM PARA MATAR CIDADES INTEIRAS (DEUTERONÔMIO 13:12-16)
Diz que se uma cidade inteira servir outros deuses, deve ser destruída completamente. Jesus ensina que devemos buscar salvar os pecadores, não matá-los (Lucas 19:10).

125. MULHER ESTUPRADA DEVE CASAR COM SEU AGRESSOR (DEUTERONÔMIO 22:28-29)
Se uma mulher for violentada, ela deve casar com o agressor. Jesus ensina que o casamento deve ser baseado no amor e na liberdade (Mateus 19:5-6).

126. FILHOS ILEGÍTIMOS NÃO PODEM ENTRAR NA CONGREGAÇÃO (DEUTERONÔMIO 23:2)
Deus proíbe a entrada de filhos de relações ilegítimas até a décima geração. Jesus ensina que ninguém deve ser rejeitado por sua origem (João 6:37).

127. LEPRA COMO CASTIGO DIVINO (LEVÍTICO 14:33-57)
Diz que a lepra pode ser enviada por Deus como punição. Jesus cura os leprosos e os trata com compaixão (Mateus 8:2-3).

128. PERMISSÃO PARA MATAR EM GUERRA SANTA (DEUTERONÔMIO 20:16-18)
Diz que Israel deve matar todos os habitantes de certas terras. Jesus ensina que seu Reino não é conquistado pela espada (Mateus 26:52).

129. ORDEM PARA NÃO SENTIR PENA DOS INIMIGOS (DEUTERONÔMIO 19:13)
Diz que não se deve ter compaixão de quem comete certos crimes. Jesus ensina que devemos perdoar e buscar a transformação das pessoas (Mateus 18:21-22).

130. VENDA DE FILHAS COMO ESCRAVAS (ÊXODO 21:7-11)
Permite que pais vendam suas filhas como escravas. Jesus ensina que todos são igualmente filhos de Deus e não devem ser tratados como mercadoria (Lucas 4:18).

131. LEI DO TALIÃO: OLHO POR OLHO (ÊXODO 21:23-25)
Diz que a punição deve ser proporcional ao crime: "olho por olho, dente por dente". Jesus ensina a oferecer a outra face e não retribuir o mal com o mal (Mateus 5:38-39).

132. MALDIÇÃO SOBRE QUEM NÃO OBEDECE TODA A LEI (DEUTERONÔMIO 27:26)
Afirma que quem não cumprir toda a Lei será amaldiçoado. Jesus ensina que ninguém pode ser justificado pela Lei e que a salvação vem pela graça (Gálatas 3:10-13).

133. SACERDOTES NÃO PODEM TER DEFEITOS FÍSICOS (LEVÍTICO 21:16-23)
Diz que um homem com defeito físico não pode oferecer sacrifícios a Deus. Jesus acolhe os doentes e os faz parte do Reino (Lucas 14:13-14).

134. EXECUÇÃO DE BLASFEMADORES (LEVÍTICO 24:16)
Ordem para matar quem blasfemar contra Deus. Jesus perdoa aqueles que o insultam e até intercede por eles na cruz (Lucas 23:34).

135. REJEIÇÃO DE ESTRANGEIROS NO TEMPLO (EZEQUIEL 44:9)
Diz que nenhum estrangeiro pode entrar no Templo do Senhor. Jesus ensina que o Templo deve ser casa de oração para todos os povos (Marcos 11:17).

136. PROIBIÇÃO DE AJUDAR OS AMONITAS E MOABITAS (DEUTERONÔMIO 23:6)
Diz que os israelitas nunca devem ajudar essas nações. Jesus ensina que devemos amar até os samaritanos, considerados inimigos pelos judeus (Lucas 10:33-37).

137. ORDEM PARA MATAR QUEM QUEBRAR O SÁBADO (ÊXODO 31:14-15)
Afirma que quem desobedecer ao sábado deve ser morto. Jesus cura no sábado e ensina que a vida é mais importante do que regras religiosas (Marcos 2:27).

138. DEUS MANDA ENGANAR PROFETAS (EZEQUIEL 14:9)
Diz que Deus pode enganar um profeta para depois puni-lo. Jesus ensina que Deus é luz e nele não há engano algum (João 8:12).

139. MASSACRE DE MULHERES E CRIANÇAS INOCENTES (1 SAMUEL 15:3)
Deus manda matar mulheres, crianças e até animais dos amalequitas. Jesus ensina que Deus quer misericórdia, não sacrifício (Mateus 9:13).

140. ESPOSA INFIEL DEVE BEBER ÁGUA AMARGA (NÚMEROS 5:11-31)
Diz que uma mulher acusada de adultério deve beber uma poção amarga para provar sua inocência. Jesus ensina que ninguém deve julgar sem pecado (João 8:7).

141. SUICÍDIO ACEITO EM CASOS DE HONRA (JUÍZES 16:30)
Sansão se mata para matar seus inimigos, e isso não é condenado. Jesus ensina que a vida é sagrada e que devemos confiar em Deus até o fim (Mateus 10:29-31).

142. PROIBIÇÃO DE FAZER TATUAGENS (LEVÍTICO 19:28)
Proíbe marcas no corpo em nome de Deus. Jesus ensina que a santidade vem do coração, não de regras externas (Mateus 15:11).

143. PROIBIÇÃO DE HOMOSSEXUALIDADE COM PENA DE MORTE (LEVÍTICO 20:13)
Diz que homens que se deitarem juntos devem ser mortos. Jesus nunca menciona a homossexualidade e ensina o amor ao próximo acima de tudo (Mateus 22:39).

144. DEUS FAZ AS PESSOAS ERRAREM PARA DESTRUÍ-LAS (ISAÍAS 6:9-10)
Diz que Deus endurece o coração das pessoas para que não se arrependam. Jesus ensina que Deus deseja que todos se arrependam e sejam salvos (Lucas 15:7).

145. MULHERES DEVEM SER SUBMISSAS E SE CALAR (ISAÍAS 3:12)
Afirma que mulheres no comando são sinal de maldição. Jesus ensina que Deus valoriza mulheres e permite que sejam discípulas e testemunhas (Lucas 10:39).

146. ORDEM PARA GOLPEAR E MATAR QUEM NÃO OBEDECE (JEREMIAS 48:10)
Diz que maldito é quem não mata os inimigos do Senhor. Jesus ensina a dar a outra face e a amar os inimigos (Mateus 5:44).

147. DEUS ORDENA QUE UMA NAÇÃO SEJA HUMILHADA COMO PROSTITUTA (EZEQUIEL 16:35-41)
Jerusalém é comparada a uma prostituta e Deus promete humilhá-la publicamente. Jesus nunca usa esse tipo de linguagem humilhante e valoriza mulheres marginalizadas (João 4:7-29).

148. ORDEM PARA AMARRAR E CORTAR PESSOAS EM PEDAÇOS (EZEQUIEL 5:1-12)
Deus manda o profeta cortar o povo em pedaços com espada e fogo. Jesus ensina a buscar a salvação dos pecadores, não sua destruição (Lucas 19:10).

149. CASTIGO PARA OS FILHOS DOS PECADORES (ISAÍAS 14:21)
Deus manda matar os filhos dos pecadores para que não sigam os passos dos pais. Jesus ensina que cada um responde por seus próprios atos (João 9:3).

150. DEUS ENVIA URSOS PARA DEVORAR CRIANÇAS (2 REIS 2:23-24)
Diz que Deus envia ursos para matar 42 crianças que zombaram de um profeta. Jesus ensina que devemos deixar as crianças virem a Ele, pois delas é o Reino dos Céus (Mateus 19:14).

151. DEUS ORDENA O ASSASSINATO DE GRÁVIDAS (OSÉIAS 13:16)
Diz que Deus ordenará que grávidas sejam rasgadas ao meio. Jesus nunca ensina violência contra ninguém, muito menos contra mulheres e crianças (Mateus 18:10).

152. ÓDIO AOS EDOMITAS PARA SEMPRE (AMÓS 1:11-12)
Diz que Deus está irado com os edomitas para sempre. Jesus ensina que Deus ama a todos e que devemos perdoar sem limites (Mateus 18:22).

153. DEUS SE ARREPENDE DE FAZER O HOMEM (GÊNESIS 6:6-7)
Diz que Deus se arrependeu de ter criado os seres humanos. Jesus ensina que Deus ama o mundo e enviou Seu Filho para salvá-lo (João 3:16).

154. ORDEM PARA MATAR HOMENS QUE CHORAM PELOS PECADOS DA CIDADE (EZEQUIEL 9:4-6)
Diz que Deus manda matar todos, exceto os marcados por lamentarem os pecados do povo. Jesus ensina que os que choram pelos pecados serão consolados (Mateus 5:4).

155. CASTIGO POR NÃO FAZER SACRIFÍCIOS (MALAQUIAS 1:6-14)
Afirma que Deus rejeita quem não oferece sacrifícios perfeitos. Jesus ensina que Deus deseja misericórdia, não sacrifícios (Mateus 9:13).

156. DESPREZO AOS SURDOS E CEGOS (LEVÍTICO 19:14)
Adverte contra amaldiçoar surdos ou colocar obstáculos diante de cegos, mas ainda os trata como inferiores. Jesus os valoriza e cura (Marcos 7:32-35).

157. NÃO TOCAR EM MULHER MENSTRUADA (LEVÍTICO 15:19-24)
Diz que qualquer um que tocar em uma mulher menstruada ficará impuro. Jesus permite que uma mulher com fluxo de sangue toque Nele e a elogia por sua fé (Lucas 8:43-48).

158. NAÇÃO SERÁ CASTIGADA POR PECADO DE OUTRA NAÇÃO (JEREMIAS 25:12-14)
Deus castiga os babilônios depois de usá-los para punir Israel. Jesus ensina que Deus é justo e que cada um responde por si (Lucas 13:1-5).

159. LÍDERES DEVEM SER TEMIDOS (MALAQUIAS 1:6)
Afirma que Deus exige temor dos sacerdotes. Jesus ensina que devemos servir a Deus por amor, não por medo (Mateus 22:37).

160. ORDEM PARA COMER COMIDAS IMPURAS COMO CASTIGO (EZEQUIEL 4:12-15)
Diz que Deus ordena ao profeta que coma fezes como punição. Jesus ensina que a pureza vem do coração, não do que se come (Marcos 7:18-19).

161. OS MALVADOS DEVEM TER SEUS OLHOS ARRANCADOS (ZACARIAS 11:17)
Diz que Deus arrancará os olhos de líderes ruins. Jesus cura os cegos e ensina o perdão (Lucas 18:42).

162. DEUS ENVIA ESPÍRITOS MENTIROSOS (1 REIS 22:21-23)
Diz que Deus envia um espírito mentiroso para enganar reis. Jesus ensina que Deus é a verdade e que Satanás é o pai da mentira (João 8:44).

163. O POVO DEVE SER BATIDO COMO TRIGO (ISAÍAS 28:27-28)
Compara a punição de Deus com a maneira como se bate o trigo para separar a palha. Jesus ensina que Deus deseja restaurar, não destruir (Lucas 15:20-24).

164. VINGANÇA SOBRE OS GENTIOS (MIQUÉIAS 5:15)
Diz que Deus se vingará das nações que não O obedecem. Jesus ensina a amar os inimigos e orar pelos que nos perseguem (Mateus 5:44).

165. FILHOS PAGAM PELOS PECADOS DOS PAIS (ÊXODO 20:5)
Diz que Deus castiga até a quarta geração pelos pecados dos pais. Jesus ensina que cada um será julgado por seus próprios atos (João 9:3).

166. DEUS TRATA OS HUMANOS COMO VERMES (JÓ 25:6)
Diz que os homens são menos do que vermes diante de Deus. Jesus ensina que os humanos são preciosos aos olhos do Pai (Lucas 12:7).

167. DEUS FAZ HOMENS COMEREM A CARNE DOS SEUS FILHOS (JEREMIAS 19:9)
Diz que Deus fará os pais comerem seus próprios filhos em tempos de fome. Jesus ensina que Deus é amor e deseja dar vida (João 10:10).

168. DEUS ORDENA A MATANÇA DE BEBÊS (SALMO 137:9)
Diz que feliz é quem pegar os filhos da Babilônia e esmagá-los contra a pedra. Jesus condena a violência e ensina que o Reino pertence às crianças (Mateus 19:14).

169. LOUVOR PELA DESTRUIÇÃO DOS INIMIGOS (SALMO 58:10)
Diz que os justos se alegrarão ao ver o sangue dos ímpios derramado. Jesus ensina a perdoar e a buscar a reconciliação (Mateus 5:9).

170. DEUS MATA PARA MOSTRAR SEU PODER (ÊXODO 9:15-16)
Afirma que Deus poderia ter exterminado os egípcios, mas os poupou apenas para demonstrar Sua força. Jesus mostra Seu poder curando e restaurando vidas (Mateus 11:5).

171. DEUS ENVIA ENGANADORES PARA PERDER OS HOMENS (ISAÍAS 19:14)
Diz que Deus enviará um espírito enganador para confundir os líderes do Egito. Jesus ensina que Deus é o caminho, a verdade e a vida (João 14:6).

172. ORDEM PARA MATAR QUEM NÃO GUARDAR O SÁBADO (ÊXODO 31:14-15)
Diz que quem trabalhar no sábado deve ser morto. Jesus cura no sábado e ensina que o homem não foi feito para o sábado, mas o sábado para o homem (Marcos 2:27).

173. ORDEM PARA LAPIDAR FILHOS DESOBEDIENTES (DEUTERONÔMIO 21:18-21)
Diz que pais devem levar filhos rebeldes para serem apedrejados até a morte. Jesus ensina a perdoar e acolher (Lucas 15:11-32).

174. MULHERES DEVEM SER SILENCIADAS (ISAÍAS 3:12)
Afirma que as mulheres que governam levam o povo à ruína. Jesus tem discípulas mulheres e as trata com respeito e igualdade (Lucas 8:1-3).

175. DEUS INCITA O CIÚME E A IRA (DEUTERONÔMIO 32:21-22)
Diz que Deus provocará ciúmes e ira para castigar Seu povo. Jesus ensina que Deus é amor e não age por vingança (1 João 4:8).

176. MATANÇA DOS AMALEQUITAS SEM PIEDADE (1 SAMUEL 15:2-3)
Diz que Deus ordena o extermínio de um povo inteiro, incluindo crianças e animais. Jesus ensina a amar os inimigos (Mateus 5:44).

177. ORDEM PARA DEGOLAR SACERDOTES PAGÃOS (1 REIS 18:40)
Diz que Elias matou 450 profetas de Baal. Jesus nunca ordena ou aprova execuções (João 8:11).

178. VINGANÇA SANGRENTA CONTRA MULHERES (NAUM 3:5-6)
Diz que Deus exporá mulheres ao escárnio e jogará imundície nelas. Jesus defende mulheres marginalizadas (João 4:7-30).

179. OBRIGAÇÃO DE MATAR PROFETAS FALSOS (DEUTERONÔMIO 13:1-5)
Afirma que qualquer profeta que ensinar outro deus deve ser morto. Jesus ensina que a verdade liberta, sem violência (João 8:32).

180. DEUS ENDURECE CORAÇÕES PARA QUE NÃO SEJAM SALVOS (ISAÍAS 6:9-10)
Diz que Deus fecha os olhos e endurece corações para que não se convertam. Jesus deseja que todos sejam salvos (João 12:47).

181. ORDEM PARA MATAR POVOS ÍMPIOS (JEREMIAS 50:21-22)
Diz que Deus ordena destruir completamente nações pecadoras. Jesus ensina a buscar paz e conversão, não guerra (Mateus 26:52).

182. ORDEM PARA CORTAR CABEÇAS DE INIMIGOS (SALMO 68:21)
Afirma que Deus esmagará a cabeça dos inimigos. Jesus ensina a dar a outra face (Mateus 5:39).

183. PROMESSA DE ESPADA E EXÍLIO AOS REBELDES (EZEQUIEL 11:8-10)
Diz que Deus punirá rebeldes com espada e exílio. Jesus ensina que o Reino de Deus é de paz (João 18:36).

184. MULHERES DEVEM SER SUBMISSAS E CASTIGADAS (ISAÍAS 3:16-17)
Diz que Deus castigará mulheres vaidosas com feridas e humilhação. Jesus trata mulheres com dignidade (Lucas 7:37-50).

185. ORDEM PARA MATAR IRMÃOS E FILHOS QUE ADORAM OUTROS DEUSES (DEUTERONÔMIO 13:6-10)
Diz que até familiares devem ser mortos por apostasia. Jesus ensina que Deus deseja misericórdia, não sacrifício (Mateus 9:13).

186. QUEM TRABALHA NO SÁBADO DEVE MORRER (NÚMEROS 15:32-36)
Manda apedrejar um homem que colhia lenha no sábado. Jesus ensina que salvar vidas é mais importante do que leis rígidas (Lucas 6:9).

187. CRIANÇAS CASTIGADAS PELOS PECADOS DOS PAIS (ISAÍAS 14:21)
Diz que filhos de pecadores devem ser mortos. Jesus ensina que cada um responde por si (João 9:3).

188. CASTIGO PARA QUEM NÃO PAGAR O DÍZIMO (MALAQUIAS 3:8-10)
Diz que quem não paga o dízimo está roubando a Deus. Jesus ensina que a generosidade vem do coração, não da obrigação (Lucas 21:1-4).

189. DEUS USA PESTES E FOME COMO CASTIGO (EZEQUIEL 5:16-17)
Diz que Deus manda fome e pragas contra os pecadores. Jesus cura doentes e multiplica alimentos (Mateus 14:15-21).

190. DEUS ORDENA MATAR HOMENS E CORTAR SUAS CABEÇAS (JOSUÉ 10:26)
Diz que Josué matou cinco reis e pendurou seus corpos. Jesus ensina a perdoar, não a vingar-se (Mateus 18:21-22).

191. DEUS QUEBRA OS DENTES DOS ÍMPIOS (SALMO 3:7)
Diz que Deus quebrará os dentes dos inimigos. Jesus ensina a orar pelos inimigos (Lucas 6:28).

192. DEUS INCENTIVA A GUERRA E O SANGUE (JEREMIAS 48:10)
Afirma que Deus amaldiçoa quem não usa a espada com violência. Jesus repreende a violência (Mateus 26:52).

193. MATAR QUEM FIZER IDOLATRIA (ÊXODO 22:20)
Diz que quem sacrifica a outros deuses deve morrer. Jesus ensina que Deus busca os que O adoram em espírito e verdade (João 4:23).

194. HOMOSSEXUAIS DEVEM SER EXECUTADOS (LEVÍTICO 20:13)
Afirma que relações entre pessoas do mesmo sexo são puníveis com a morte. Jesus nunca ordena ou aprova execuções (João 8:7).

195. DEUS ORDENA EXTERMÍNIO TOTAL (JOSUÉ 6:21)
Diz que Deus manda matar homens, mulheres, crianças e animais de Jericó. Jesus ensina que Deus deseja vida, não destruição (João 10:10).

196. ORDEM PARA MATAR QUEM SE VOLTA CONTRA DEUS (DEUTERONÔMIO 17:2-7)
Diz que qualquer um que sirva outros deuses deve ser apedrejado. Jesus ensina que Deus deseja atrair, não matar (João 12:32).

197. DEUS CASTIGA OS POBRES (PROVÉRBIOS 13:18)
Diz que pobreza é castigo por falta de disciplina. Jesus ensina que os pobres são bem-aventurados (Lucas 6:20).

198. CASTIGO DESTRUINDO A NATUREZA (JOEL 1:17-20)
Diz que Deus secará rios e florestas como punição. Jesus respeita e valoriza a criação (Mateus 6:26-30).

199. DEUS PERMITE QUE CRIANÇAS MORRAM DE SEDE (LAMENTAÇÕES 2:11-12)
Diz que crianças morrem nos braços das mães por castigo divino. Jesus diz que Deus cuida das crianças (Mateus 18:10).

200. O MESSIAS VEM PARA JULGAR COM VIOLÊNCIA (ISAÍAS 11:4)
Afirma que o Messias matará os ímpios com um sopro. Jesus se apresenta como o Messias que salva e não condena (João 3:17).





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VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS (ISAÍAS 13:16)
Isaías profetiza que, como punição divina, crianças serão esmagadas e mulheres grávidas terão seus ventres rasgados. Jesus, em contraste, ensina a amar as crianças e afirma que delas é o Reino dos Céus (Mateus 19:14)..

1. CONTEXTO DO TEXTO EM ISAÍAS 13:16 E SUA RELAÇÃO COM OS PROFETAS
Isaías 13:16 está inserido em uma passagem que profetiza a queda da Babilônia, um juízo divino sobre a cidade que representava opressão e idolatria. A violência descrita, incluindo o esmagamento de crianças e o rasgar de ventres de mulheres grávidas, é parte da punição de Deus contra um povo ímpio. Como profeta, Isaías, ao lado de outros profetas do Antigo Testamento, frequentemente anunciava juízos divinos sobre as nações inimigas de Israel, muitas vezes com imagens violentas e terríveis. A violência não era uma característica isolada de Isaías, mas uma constante nos profetas do Antigo Testamento, como Jeremias e Ezequiel, que também usaram linguagem forte e apocalíptica. Contudo, é importante entender que, ao estudar essas passagens, devemos contextualizá-las como expressões de um período específico da história de Israel, marcado por vingança e justiça retributiva, antes do advento do novo pacto de misericórdia em Cristo.

2. O REGISTRO NO VERSÍCULO E SUA INCOERÊNCIA COM JESUS
Isaías 13:16 diz que como punição divina, crianças serão esmagadas e mulheres grávidas terão seus ventres rasgados. Este é um juízo extremamente violento e doloroso, algo que parece contradizer profundamente o ensino de Jesus. Em Mateus 19:14, Jesus afirma: "Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque delas é o Reino dos Céus." Enquanto Isaías profetiza punição violenta e destruição, Jesus acolhe as crianças com amor, ensinando a todos que, como elas, devemos nos aproximar de Deus com humildade e pureza. A violência contra crianças e mulheres grávidas é incompatível com a natureza de Deus, que em Jesus revela um caráter de compaixão, amor e acolhimento. A incoerência aqui está no contraste entre a brutalidade de um "Deus juiz" no Antigo Testamento e o "Deus salvador" que Jesus revela, oferecendo perdão e salvação.

3. O QUE É DE DEUS E SUA REVELAÇÃO ETERNA, E O QUE NÃO É
A Revelação de Deus é eterna e imutável, refletindo Seu caráter de amor, justiça, e misericórdia. O que é coerente com Jesus é a manifestação de um Deus que busca salvar, curar e restaurar, como expresso em João 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna." A violência retratada em Isaías 13:16, como outras passagens do Antigo Testamento, é um reflexo de crenças e práticas humanas da época, não da revelação plena de Deus. O sofrimento humano e as respostas de violência mostradas nos profetas muitas vezes se baseavam em conceitos humanos de justiça retributiva e vingança. Esses textos, embora presentes na Bíblia, devem ser reconhecidos como relatos históricos de um povo em conflito, não como diretrizes eternas de Deus.

4. COMO ESSE REGISTRO TEM SIDO PRATICADO POR CRISTÃOS-JOIO ATÉ HOJE
Até hoje, há cristãos que, sem compreensão do contexto histórico e teológico, interpretam passagens como Isaías 13:16 literalmente, acreditando que a violência era e ainda é parte da vontade de Deus. Esses "cristãos-joio" confundem a justiça de Deus com vingança humana, muitas vezes usando essas passagens como justificativa para ações violentas, racistas ou intolerantes. Movimentos que defendem a exclusão de certas pessoas com base em sua orientação sexual, etnia ou religião, por exemplo, podem recorrer a textos como este, distorcendo a mensagem de amor e reconciliação que Jesus trouxe. A leitura literal desses textos sem discernimento espiritual pode perpetuar divisões e intolerância, em lugar da verdadeira unidade e paz promovida por Cristo.

5. COMO O TRIGO, UM VERDADEIRO DISCÍPULO DE JESUS, RESPONDE A UM REGISTRO INCOERENTE COMO ESTE
Um verdadeiro discípulo de Jesus, consciente de Sua mensagem de amor e reconciliação, responderia a passagens como Isaías 13:16 com a mesma atitude que Jesus demonstrou diante dos ataques e injustiças: com compaixão e paciência. Jesus nunca respondeu com violência, mas sempre com amor, perdão e uma visão transformadora do ser humano. O trigo, em analogia, reflete em si mesmo o caráter de Cristo, rejeitando a violência e a vingança. Mesmo inconscientemente, o verdadeiro discípulo sabe que a revelação plena de Deus se encontra em Jesus Cristo, e, portanto, não pode apoiar qualquer ato de violência contra inocentes, especialmente contra crianças, que Jesus claramente coloca como modelos do Reino de Deus.

6. A BÍBLIA CONTÉM REVELAÇÃO DE DEUS E ACRÉSCIMOS HUMANOS
A Bíblia, como a conhecemos, é uma compilação de textos com revelações profundas de Deus, mas também inclui interpretações humanas e mensagens contextuais. Como vemos em passagens como Isaías 13:16, há momentos em que a expressão humana de entendimento de Deus reflete o contexto cultural e histórico da época, mais do que a vontade de Deus eterna. Esses acréscimos humanos, muitas vezes bem-intencionados, podem causar confusão, principalmente em cristãos imaturos que ainda não discernem a diferença entre os ensinamentos de Jesus e as interpretações antigas. A chave para entender a Bíblia é sempre voltar a Jesus, o centro de toda a Revelação divina. Ele é o critério através do qual todas as Escrituras devem ser interpretadas, como Ele mesmo afirmou em João 5:39: "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna; e são elas que de mim testificam."

7. A REVELAÇÃO DE DEUS PROMOVE O AJUNTAMENTO, NÃO A DIVERGÊNCIA
Toda a Revelação de Deus, especialmente manifestada em Jesus, visa a convergência e a união dos seres humanos, a começar pelo amor incondicional. Jesus promoveu o ajuntamento, acolhendo os marginalizados, as prostitutas, os cobradores de impostos e os doentes, todos excluídos pela sociedade. Ele foi chamado de "beberrão" e "amigo de pecadores" porque a Sua missão era unir, não dividir. Em contraste, qualquer interpretação ou prática que crie divisões, exclusões ou violência, como a pregação de Isaías 13:16, não reflete a verdadeira vontade de Deus. A verdadeira mensagem de Deus é de inclusão, misericórdia e reconciliação, como ensinado por Jesus, e isso deve ser o critério para todas as nossas interpretações.

8. BIBLIOGRAFIA
Aqui estão 10 livros que estudam temas relacionados a esse assunto, oferecendo uma compreensão mais profunda da teologia bíblica, a natureza de Deus e a revelação em Jesus:

  1. "The Bible and Violence: A Theological Reflection" – C. S. Cowles (2016)

  2. "The Death of Jesus: Understanding the Last Seven Words from the Cross" – Fleming Rutledge (2015)

  3. "Jesus and the Gospels" – Craig S. Keener (2009)

  4. "God's Justice: The Biblical Understanding of God's Justice" – Douglas J. Moo (2012)

  5. "The Bible, the Church, and the Culture of Violence" – Walter J. Houston (2010)

  6. "The Justice of God" – N. T. Wright (2008)

  7. "The Politics of Jesus" – John Howard Yoder (1972)

  8. "Violence in the Bible and the Quran" – David J. A. Clines (2017)

  9. "God, the Bible, and the Violence of War" – Richard B. Hays (2016)

  10. "The Sermon on the Mount: The Character of a Disciple" – D. A. Carson (2001)



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DEUS ENVIA ENGANOS PARA DESTRUIR (ISAÍAS 19:14)
Isaías diz que Deus enviou um espírito de confusão para que o Egito errasse em suas decisões. Jesus, no entanto, se apresenta como a Verdade e diz que a verdade liberta (João 8:32).

(1) CONTEXTO PROFÉTICO E SUA RELAÇÃO COM OS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO
Isaías 19:14 faz parte das profecias contra nações estrangeiras, comuns nos escritos proféticos do Antigo Testamento. Essas mensagens geralmente condenavam povos vizinhos e prediziam juízos divinos. No contexto de Isaías, o Egito era uma potência que frequentemente oscilava entre alianças e traições com Israel, sendo, portanto, alvo de advertências proféticas. Os profetas hebraicos frequentemente apresentavam Deus como um agente direto de calamidades, inclusive enviando enganos para confundir nações. Entretanto, tal retratação contrasta com a revelação final de Deus em Jesus Cristo, que não engana, mas liberta (João 8:32).

(2) O REGISTRO DE ISAÍAS 19:14 E SUA INCOERÊNCIA COM JESUS
O versículo afirma que Deus enviou um "espírito de tontura" ao Egito, fazendo com que errassem em suas decisões, como um “ebrio que cambaleia no seu vômito”. Entretanto, Jesus se apresenta como a Verdade absoluta (João 14:6) e declara que a verdade liberta. Como poderia o mesmo Deus que não mente (Tito 1:2) enviar um espírito de engano? Essa aparente contradição se deve a um conceito antigo de teologia retributiva, onde se atribuía diretamente a Deus qualquer evento, mesmo os maus. Jesus, ao contrário, revela um Deus que não destrói, mas resgata e restaura (Lucas 19:10).

(3) A REVELAÇÃO ETERNA DE DEUS NÃO MUDA E ESTÁ EM JESUS
A coerência com Cristo é o critério definitivo para discernir entre a revelacão divina e acréscimos humanos. Hebreus 1:1-3 ensina que Deus falou de muitas maneiras no passado, mas agora se revelou plenamente em Jesus. Assim, qualquer mensagem atribuída a Deus que contradiga o caráter de Cristo precisa ser vista como influência cultural ou interpretação equivocada. O Novo Testamento traz uma compreensão mais amadurecida da vontade divina, afastando-se da ideia de um Deus que confunde e pune de forma arbitrária.

(4) APLICAÇÃO ATUAL: CRISTÃOS-JOIO QUE JUSTIFICAM O ENGANO
Infelizmente, até hoje, muitos que se dizem cristãos promovem divisão e engano, acreditando que fazem a vontade de Deus. Algumas lideranças religiosas utilizam a ideia de que Deus envia confusão para justificar manipulação de massas e discursos polarizadores. Pastores e líderes que usam a fé para controlar e subjugar outros estão, na verdade, distantes do Cristo que chamou para o amor e para a unidade (João 17:21).

(5) A RESPOSTA DO TRIGO: O VERDADEIRO DISCÍPULO DE JESUS
Quem verdadeiramente segue Jesus reage de maneira diferente ao se deparar com textos bíblicos contraditórios. Em vez de aceitá-los sem questionamento, busca compreender à luz do Evangelho. O verdadeiro seguidor de Cristo age como os bereanos (Atos 17:11), examinando tudo à luz da vida e dos ensinos de Jesus. Ele não reproduz ideias que geram medo e confusão, mas promove a reconciliação e o amor.

(6) A BÍBLIA: REVELAÇÃO DE DEUS E ACRÉSCIMOS HUMANOS
A Bíblia é inspirada, mas não está isenta de influências humanas. Textos como Isaías 19:14 revelam compreensões limitadas de Deus que foram superadas pela revelação final em Cristo. Muitos cristãos imaturos se confundem por não aplicarem o filtro do amor e da verdade de Jesus ao interpretar as Escrituras. A chave é lembrar que a Palavra final de Deus é Cristo (João 1:1-14).

(7) A REVELAÇÃO DE DEUS PROMOVE UNIDADE, NÃO DIVISÃO
Jesus veio para reunir, não para espalhar (Mateus 23:37). Sua prédica sempre visou trazer os marginalizados de volta ao convívio (Lucas 15:1-7). Se um ensino leva à exclusão e separa as pessoas em "puras" e "impuros", não vem de Deus. A verdade de Cristo une, e tudo que causa cisma e afastamento é reflexo de distorção humana da mensagem divina.

(8) BIBLIOGRAFIA

  1. WRIGHT, N. T. Simplesmente Cristão. Editora Thomas Nelson, 2008.

  2. KELLER, Timothy. A Cruz do Rei. Editora Vida, 2014.

  3. STOTT, John. Cristianismo Básico. Editora Vida, 2004.

  4. BORG, Marcus J. Jesus: Uma Nova Visão. Editora Planeta, 2017.

  5. PAGOLA, José Antonio. Jesus: Aproximação Histórica. Paulus, 2009.

  6. FRANKE, John. A Teologia Centrada em Cristo. Editora Vida Nova, 2015.

  7. CS LEWIS. Cristianismo Puro e Simples. Martins Fontes, 2005.

  8. BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. Editora Sinodal, 2004.

  9. MOLTMANN, Jürgen. O Deus Crucificado. Editora Vozes, 2001.

  10. BRIGHT, Bill. O Caráter de Cristo. Editora Vida, 1999.




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MASSACRE COMO CASTIGO (ISAÍAS 34:2-3)
Isaías descreve Deus exterminando nações inteiras em ira, com cadáveres se decompondo em montes. Jesus ensina que Deus deseja misericórdia, não sacrifícios (Mateus 9:13).

1. CONTEXTO PROFÉTICO E SUA RELAÇÃO COM OS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO

O capítulo 34 de Isaías pertence ao gênero profético-apocalíptico e descreve um juízo divino sobre as nações, particularmente Edom, como um castigo pela iniquidade. Essa visão está alinhada com a tradição dos profetas do Antigo Testamento, que frequentemente retratavam Deus como um guerreiro que punia severamente os povos inimigos de Israel (Jeremias 46:10, Naum 1:2-3). Isaías escreve num contexto de conflito entre Israel e seus vizinhos, e sua mensagem pode refletir um desejo de retribuição nacionalista disfarçado de profecia divina.

2. O REGISTRO NO VERSÍCULO E SUA INCOERÊNCIA COM JESUS

Isaías 34:2-3 descreve Deus exterminando nações inteiras em fúria, com cadáveres se decompondo aos montes e o sangue cobrindo a terra. Jesus, no entanto, revela um Deus que deseja misericórdia e não sacrifícios (Mateus 9:13). Em vez de promover extermínios, Jesus ensina a amar os inimigos e a perdoar setenta vezes sete (Mateus 5:44; 18:22). A discrepância entre Isaías e Jesus evidencia que essa visão de um Deus irado e vingativo não corresponde à revelação divina completa em Cristo.

3. O QUE É REVELAÇÃO E O QUE SÃO ACRÉSCIMOS HUMANOS

Deus é imutável em sua essência amorosa (1 João 4:8), e tudo que diverge desse caráter é interpretação ou acréscimo humano, ainda que bem-intencionado. A mensagem de Jesus reflete a verdadeira natureza de Deus, enquanto passagens como Isaías 34:2-3 parecem ser projeções da mentalidade belicosa da época, influenciadas pelos conflitos políticos de Israel. A Revelação Eterna de Deus é coerente com o perdão e a restauração, não com o massacre de nações.

4. COMO ESSE REGISTRO TEM SIDO MAL INTERPRETADO ATÉ HOJE

Ao longo da história, líderes religiosos e políticos usaram textos como Isaías 34 para justificar guerras santas, genocídios e perseguições, acreditando que estavam cumprindo a vontade divina. Durante a Idade Média, as Cruzadas foram movidas por uma visão semelhante de um Deus que extermina inimigos. Na atualidade, grupos extremistas ainda utilizam tais passagens para justificar violência em nome da fé, ignorando que Jesus aboliu essa mentalidade ao ensinar o amor incondicional.

5. A RESPOSTA DO VERDADEIRO DISCÍPULO DE JESUS

Os seguidores genuínos de Jesus, mesmo inconscientemente, rechaçam qualquer interpretação que incentive a violência. Eles buscam a reconciliação, assim como Cristo fez com os pecadores e marginalizados. O verdadeiro discípulo entende que a justiça de Deus se manifesta em misericórdia e não em destruição, seguindo o exemplo de Jesus ao perdoar até mesmo aqueles que o crucificaram (Lucas 23:34).

6. A BÍBLIA COMO REVELAÇÃO MISTA: DIVINA E HUMANA

A presença de registros contraditórios na Bíblia demonstra que ela contém tanto a revelação divina quanto acréscimos humanos. Isso confunde muitos cristãos imaturos, que podem interpretar literalmente passagens violentas sem considerar a chave hermenêutica de Cristo. O próprio Jesus repreendeu os discípulos por quererem trazer fogo do céu sobre uma cidade, afirmando que eles não conheciam o verdadeiro espírito de Deus (Lucas 9:54-56). Assim, a referência final deve ser sempre Jesus.

7. A REVELAÇÃO DE DEUS PROMOVE UNIDADE, NÃO GUERRA

Jesus promoveu a inclusão e o ajuntamento, acolhendo publicanos, prostitutas e estrangeiros. Seu ministério contrasta com a mentalidade de separação e extermínio vista em passagens como Isaías 34. Tudo que incentiva ódio, exclusão e violência é uma distorção da revelação divina. Deus não é um líder tribal que toma partido em conflitos terrenos, mas um Pai que deseja reunir todos os povos em amor.

8. BIBLIOGRAFIA

Aqui estão dez livros que abordam essa questão:

  1. BORG, Marcus J.Jesus: Uncovering the Life, Teachings, and Relevance of a Religious Revolutionary (2006)

  2. CROSSAN, John Dominic.The Historical Jesus: The Life of a Mediterranean Jewish Peasant (1991)

  3. WRIGHT, N. T.The Day the Revolution Began: Reconsidering the Meaning of Jesus’s Crucifixion (2016)

  4. SPONG, John Shelby.Rescuing the Bible from Fundamentalism (1991)

  5. HICK, John.The Metaphor of God Incarnate (1993)

  6. ELLUL, Jacques.The Politics of God and the Politics of Man (1972)

  7. ENNNS, Peter.The Bible Tells Me So: Why Defending Scripture Has Made Us Unable to Read It (2014)

  8. BRUEGGEMANN, Walter.The Prophetic Imagination (1978)

  9. CHILTON, Bruce.Rabbi Jesus: An Intimate Biography (2000)

  10. McLAREN, Brian D.A New Kind of Christianity (2010)




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RECOMPENSA PELA VINGANÇA (ISAÍAS 61:2)
Isaías anuncia o “dia da vingança do nosso Deus.” Jesus, ao citar esse trecho em Lucas 4:18-19, omite a parte da vingança e prega apenas a libertação e a graça.

1. CONTEXTO PROFÉTICO: ESPERANÇA E VINGANÇA

Isaías 61 pertence ao chamado "Terceiro Isaías", uma seção escrita após o exílio babilônico, voltada para reconstrução, esperança e justiça social. O "dia da vingança" é uma expressão que aparece em meio a promessas de restauração e consolo aos aflitos. Entre os profetas do Antigo Testamento, a expectativa messiânica muitas vezes era acompanhada por ideias de justiça retributiva — ou seja, Deus restauraria Israel punindo seus opressores. Assim, a “vingança do nosso Deus” reflete um desejo de reparação imediata, em um tempo em que justiça era imaginada como castigo.


2. A OMISSÃO DE JESUS E SUA MENSAGEM TRANSFORMADORA

Quando Jesus lê esse texto na sinagoga (Lucas 4:18-19), ele termina a leitura exatamente antes da frase “e o dia da vingança do nosso Deus.” Ele fecha o livro, senta-se e afirma: “Hoje se cumpriu esta Escritura” (Lucas 4:21). A omissão não é por acaso: Jesus reinterpreta o texto para focar em graça, liberdade e restauração. Ao fazer isso, ele rompe com a teologia da retribuição violenta e revela o coração da mensagem divina como misericórdia, e não vingança — demonstrando uma profunda incoerência com a ênfase anterior dos profetas.


3. A VERDADEIRA REVELAÇÃO É JESUS: O FILTRO DE DEUS

Hebreus 1:1-3 é claro ao dizer que Deus falou por meio dos profetas, mas “nestes últimos dias, nos falou pelo Filho”. Isso mostra que toda profecia anterior é incompleta sem Jesus como lente interpretativa. Portanto, tudo que é coerente com Jesus é eterno e divino. O que não for — como a ideia de Deus ser glorificado por meio de vingança — é fruto de uma espiritualidade ainda em desenvolvimento. A revelação plena e eterna é Cristo, o príncipe da paz (Isaías 9:6).


4. O USO DESSA “VINGANÇA DIVINA” POR CRISTÃOS-JOIO

A noção de um “dia da vingança de Deus” foi e ainda é usada por muitos grupos religiosos como justificativa para intolerância, exclusão e até violência. Da Inquisição às “guerras culturais” contemporâneas, muitos crentes justificam sua ira e julgamento em nome de Deus, confiando que Ele retribuirá com fogo e espada. Essa má interpretação gera divisões profundas e um cristianismo deformado, que se parece mais com o espírito dos zelotes do que com o espírito de Jesus.


5. O TRIGO E SUA RESPOSTA A REGISTROS COMO ESTE

Mesmo sem uma teologia refinada, o verdadeiro discípulo de Jesus tende a reagir com desconforto a passagens que contradizem o caráter amoroso de Cristo. Quando ouve falar em “vingança de Deus”, ele prefere lembrar do Jesus que perdoa seus algozes e ensina a amar os inimigos. O trigo responde com compaixão, buscando sempre reconciliar e restaurar, e não punir. Essa resposta instintiva é o Espírito Santo operando no coração do discípulo.


6. A BÍBLIA COMO MOSAICO: REVELAÇÃO E ACRÉSCIMOS

Isaías 61:2 exemplifica como a Bíblia mistura inspiração divina com expressões humanas limitadas por seus contextos históricos. Quando Jesus escolhe omitir a parte da vingança, ele não nega Isaías, mas o completa — como alguém que aperfeiçoa o rascunho de um grande artista. Isso mostra que a Bíblia, lida sem o critério de Jesus, pode confundir os leitores menos maduros. Cristo é a chave hermenêutica que separa luz e sombra, amor e medo, verdade e acréscimo.


7. JESUS CONVERGE, A VINGANÇA AFASTA

Jesus sempre promoveu ajuntamento, acolhimento e cura. Ele tocou leprosos, conversou com samaritanos e perdoou adúlteras. Foi chamado de “amigo de pecadores” (Mateus 11:19) porque sua missão era restaurar, não destruir. A ideia de um “dia da vingança” quebra esse padrão. Não é parte da revelação que unifica, mas sim da expectativa humana por retribuição. Em Jesus, entendemos que o juízo de Deus é a justiça que cura, e não a vingança que destrói.


8. BIBLIOGRAFIA

  1. Enns, Peter. The Bible Tells Me So (2014)

  2. Spong, John Shelby. Rescuing the Bible from Fundamentalism (1991)

  3. Wright, N. T. Jesus and the Victory of God (1996)

  4. Crossan, John Dominic. God and Empire (2007)

  5. Borg, Marcus J. Reading the Bible Again for the First Time (2001)

  6. Brueggemann, Walter. Peace (2001)

  7. McLaren, Brian D. A New Kind of Christianity (2010)

  8. Ellul, Jacques. The Subversion of Christianity (1984)

  9. Rohr, Richard. The Universal Christ (2019)

  10. Boyd, Gregory A. The Crucifixion of the Warrior God (2017)



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JEREMIAS INCENTIVA A MALDIÇÃO (JEREMIAS 20:14-18)
Jeremias amaldiçoa o dia em que nasceu e deseja nunca ter existido. Jesus, ao contrário, ensina que cada pessoa é valiosa e que Deus cuida até mesmo dos passarinhos (Mateus 10:29-31).

1. CONTEXTO PROFÉTICO: O GRITO DE UM PROFETA FERIDO

Jeremias 20 é o desabafo de um profeta que, após ser agredido fisicamente e ridicularizado por proclamar a Palavra, chega ao fundo do poço emocional. Ele amaldiçoa o dia do seu nascimento (v.14), deseja não ter saído do ventre (v.17-18) e expressa dor existencial. Isso está dentro do gênero “lamentação profética”, comum entre os profetas veterotestamentários, como Jó e Elias, que também desejaram a morte (Jó 3; 1 Reis 19:4). Os profetas do Antigo Testamento eram humanos, com emoções cruas, e expressavam sua dor sem filtro. Isso aproxima suas experiências das nossas, mas não significa que cada palavra dita nesse estado reflete o coração de Deus.


2. O VERSÍCULO E SUA INCOERÊNCIA COM JESUS

Em Mateus 10:29-31, Jesus afirma que nem mesmo um pardal cai no chão sem o consentimento do Pai e que até os fios de cabelo estão contados. Isso revela um Deus presente, cuidadoso e valorizador da vida. Em Jeremias 20, o profeta deseja nunca ter existido — e maldiz até o mensageiro que anunciou seu nascimento. Esse contraste não é pequeno: Jesus nos convida a confiar em um Deus que sustenta com propósito, enquanto Jeremias vocaliza um desespero que nega o valor da própria existência.


3. REVELAÇÃO ETERNA É O QUE REFLETE JESUS

Como diz Hebreus 1:1-3, Jesus é a expressão exata do ser de Deus. Logo, toda Escritura que revela o amor, a misericórdia e o cuidado pela vida tem origem divina. O que não reflete esse caráter é parte da experiência humana registrada nas Escrituras — muitas vezes, como um espelho das dores e limitações humanas, mas não como norma divina. Deus não inspira maldições contra a própria vida. Jeremias, aqui, está quebrado, mas seu quebrantamento não é doutrina — é dor.


4. USO ERRADO POR CRISTÃOS-JOIO: O CULTO AO SOFRIMENTO

Esse tipo de passagem tem sido romanticamente adotado por cristãos que exaltam o sofrimento como virtude absoluta, confundindo angústia com espiritualidade. Muitos creem que amaldiçoar a si mesmo ou viver em constante estado de dor é sinal de intimidade com Deus. Outros usam esse tipo de texto para justificar sentimentos suicidas, achando que estão sendo como os profetas. Isso é perigoso e contrário ao evangelho da vida.


5. O TRIGO BUSCA SENTIDO E RESTAURAÇÃO, NÃO MALDIÇÃO

O verdadeiro discípulo de Jesus, mesmo quando enfrenta dores semelhantes, busca consolo no espírito de vida que está em Cristo. Pode até se identificar com o lamento de Jeremias, mas não permanece nele. O trigo sente o peso da existência, mas é conduzido à esperança. Como Jesus no Getsêmani, ele pode suar sangue, mas termina com um “seja feita a tua vontade” — uma vontade que nunca é de morte, mas de vida (João 10:10).


6. ESCRITURAS COMPOSTAS: ENTRE O DIVINO E O HUMANO

Jeremias 20:14-18 mostra, como muitos outros textos, que a Bíblia é feita de experiências humanas que registram não só o que Deus disse, mas o que o ser humano sentiu ao ouvi-Lo. A honestidade das Escrituras é preciosa, mas exige discernimento. Muitos cristãos imaturos acham que tudo que está na Bíblia é doutrina direta de Deus. Por isso, o critério eterno deve ser Jesus: se algo não pode ser dito por Ele, também não pode ser elevado à revelação eterna.


7. JESUS AJUNTA E CURA, NÃO CONDENA OU DESVALORIZA

Toda verdadeira revelação de Deus promove o valor da vida e o encontro com o outro. Jesus se aproximou de leprosos, prostitutas e pecadores, e curou todos os que se achegaram a Ele. Nunca amaldiçoou a própria vida, nem incentivou outros a fazê-lo. Mesmo nos momentos mais sombrios, sua palavra foi de perdão e entrega. A maldição contra si mesmo não provém do Espírito Santo, mas de uma dor que ainda não foi acolhida por Ele.


8. BIBLIOGRAFIA

  1. Walter Brueggemann. Hopeful Imagination: Prophetic Voices in Exile (1986)

  2. Peter Enns. The Bible Tells Me So (2014)

  3. Eugene Peterson. Run with the Horses (1983)

  4. Richard Rohr. Falling Upward: A Spirituality for the Two Halves of Life (2011)

  5. Henri Nouwen. The Wounded Healer (1972)

  6. Brené Brown. The Gifts of Imperfection (2010)

  7. Jacques Ellul. The Subversion of Christianity (1984)

  8. John Goldingay. The Theology of the Book of Jeremiah (2009)

  9. Rachel Held Evans. Inspired: Slaying Giants, Walking on Water, and Loving the Bible Again (2018)

  10. James Cone. The Cross and the Lynching Tree (2011)



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ORDEM PARA NÃO ORAR POR PECADORES (JEREMIAS 7:16)
Deus diz a Jeremias que não ore pelos pecadores. Jesus ensina a orar até mesmo pelos inimigos e pelos pecadores (Mateus 5:44).

1. CONTEXTO PROFÉTICO: UMA VOZ NO TEMPLO CORROMPIDO

Jeremias 7 se passa na porta do templo em Jerusalém, onde o profeta denuncia a corrupção religiosa do povo: culto externo sem mudança de coração. Em meio a uma sociedade que justificava suas ações com a aparência de piedade, Jeremias proclama que Deus está cansado de rituais vazios. No verso 16, Deus diz a ele: “Não ore por este povo.” Trata-se de um grito extremo de frustração profética, comum no Antigo Testamento, onde o julgamento é visto como pedagógico. Jeremias, como outros profetas, não só falava em nome de Deus — ele também absorvia a dor divina diante da dureza humana.


2. A ORDEM CONTRARIA A TUDO QUE JESUS ENSINOU

Jesus, em Mateus 5:44, afirma claramente: “Orai pelos que vos perseguem.” Ele não só orava por pecadores (Lucas 23:34), como se entregou por eles (Romanos 5:8). A ordem em Jeremias 7:16 nega a oração intercessora por um povo rebelde, mas Jesus a transforma em missão: interceder até pelos piores. Enquanto Jeremias recebe o recado de “desistir”, Jesus nos ensina a “insistir até o fim” — inclusive com a parábola da viúva persistente (Lucas 18:1-8).


3. A REVELAÇÃO ETERNA É JESUS: AMOR SEM CONDIÇÃO

Deus é sempre coerente com Jesus. Se algo não bate com a vida e os ensinos d’Ele, não é revelação eterna — é expressão de desespero humano, desabafo profético ou um registro condicionado à época. O amor que ora até pelos injustos é o mesmo amor que Jesus ensinou como reflexo do Pai (Lucas 6:35-36). Jeremias está vivendo uma tensão real, mas sua voz ali não representa a eternidade de Deus — representa a limitação do momento.


4. CRISTÃOS-JOIO: A TEOLOGIA DA EXCLUSÃO E DA CONDENAÇÃO

Infelizmente, muitos cristãos-joio usam textos como esse para justificar a negação de empatia por pecadores. Já se ouviu de púlpitos: “Não perco meu tempo orando por certos tipos de pessoas.” Há quem exclua drogados, LGBTQIA+, presos ou traidores da fé. Essa leitura míope ecoa o espírito do Antigo Testamento sem passar pela cruz. E toda leitura bíblica sem cruz termina em arrogância espiritual.


5. O TRIGO RESPONDE COM MISERICÓRDIA, MESMO QUE INCONSCIENTEMENTE

Um discípulo verdadeiro de Jesus, mesmo que leia esse texto de Jeremias, tende a sentir desconforto. O Espírito Santo que habita no trigo rejeita, ainda que inconscientemente, qualquer apelo à desistência da oração por alguém. O trigo é como Abraão: intercede por Sodoma (Gênesis 18). Ou como Moisés, que pede para ser riscado do livro da vida se Deus não perdoar o povo (Êxodo 32:32). O trigo ora até pelo inimigo do Evangelho, pois ama como Jesus.


6. BÍBLIA: REVELAÇÃO E REGISTRO, DEUS E HUMANOS

A Bíblia contém a Palavra de Deus, mas também contém palavras de homens em busca d’Ele. Jeremias 7:16 não é um mandamento eterno; é um momento de saturação espiritual diante da cegueira do povo. A leitura literal desses registros gera confusão nos imaturos. Por isso, 2 Coríntios 3:6 nos lembra: “A letra mata, mas o Espírito vivifica.” O critério sempre deve ser Jesus — o filtro eterno que separa o trigo do joio teológico.


7. A REVELAÇÃO UNE, NÃO EXCLUI

Jesus acolhia, não repelía. Sentava-se à mesa com quem era tido como causa perdida. O “amigo de pecadores” (Lucas 7:34) sabia que ninguém está além da graça. A Revelação de Deus sempre promove comunhão — não excomunhão. Quando um texto parece contrário a isso, precisa ser relido à luz do Evangelho. Deus nunca nos manda desistir de ninguém. Se há ordem para parar de orar, ela não é d’Ele.


8. BIBLIOGRAFIA

  1. Peter EnnsThe Bible Tells Me So (2014)

  2. Walter BrueggemannReality, Grief, Hope: Three Urgent Prophetic Tasks (2014)

  3. Rachel Held EvansInspired: Slaying Giants, Walking on Water, and Loving the Bible Again (2018)

  4. N. T. WrightSurprised by Hope (2007)

  5. Henri NouwenThe Return of the Prodigal Son (1992)

  6. Brian ZahndSinners in the Hands of a Loving God (2017)

  7. Gregory BoydCross Vision: How the Crucifixion of Jesus Makes Sense of Old Testament Violence (2017)

  8. Richard RohrThe Universal Christ (2019)

  9. James AlisonFaith Beyond Resentment (2001)

  10. Thomas KeatingInvitation to Love (1994)



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DEUS PROVOCA O MAL (JEREMIAS 18:11)
Jeremias diz que Deus anuncia desgraça e conclama o povo a se arrepender. Jesus ensina que Deus não é fonte do mal, mas da luz e do amor (João 8:12).


1. CONTEXTO PROFÉTICO: A AMEAÇA COMO PEDAGOGIA

Jeremias 18 é uma metáfora do oleiro: Deus molda Israel, mas diante da dureza do povo, anuncia a possibilidade de “trazer desgraça” se não houver arrependimento. Esse tipo de linguagem é comum entre os profetas do Antigo Testamento, que falavam em termos de bênção ou maldição (Deuteronômio 30:15-20). O anúncio da calamidade, porém, era visto como uma tentativa extrema de salvar o povo — uma pedagogia severa, não uma vontade definitiva.


2. A CONTRADIÇÃO COM JESUS: LUZ E NÃO TREVAS

Jesus declara em João 8:12: “Eu sou a luz do mundo.” Ele nunca associa o Pai à produção de males ou desastres. Pelo contrário, afirma que "todo aquele que vem do Pai é guiado à vida" (João 10:10). A ideia de que Deus gera desgraça para forçar arrependimento é incoerente com o Deus que chora sobre Jerusalém (Lucas 19:41-44) e que prefere morrer a infligir dano. Em Jesus, Deus é a luz que ilumina, não o raio que destrói.


3. SÓ O QUE É COERENTE COM JESUS É REVELAÇÃO ETERNA

Deus é imutável em Sua essência (Tiago 1:17) — puro amor, pura luz, pura vida. Quando encontramos textos como Jeremias 18:11, precisamos discernir: o que é anúncio humano, desesperado por mudança, e o que é expressão eterna do caráter divino? A revelação imutável é o que reflete Jesus, e não o que projeta no divino a raiva humana.


4. CRISTÃOS-JOIO: O USO DA DESGRAÇA COMO “CASTIGO DIVINO”

Ainda hoje, cristãos-joio interpretam tragédias (enchentes, doenças, mortes) como “castigos de Deus”. Essa leitura perversa usa textos como Jeremias 18:11 para validar a teologia da calamidade. Muitos pregadores gritam sobre "pragas enviadas por Deus" contra pecadores, desviando-se da cruz que absorve o mal em vez de espalhá-lo.


5. O TRIGO: DISCERNIMENTO PELO AMOR

Um verdadeiro discípulo de Jesus, mesmo sem perceber, tende a rejeitar no coração qualquer doutrina que apresente Deus como gerador de tragédias. Como um bom oleiro, o trigo entende que Deus modela pela paciência, não pelo esmagamento. O trigo, ao ver dor, não aponta julgamento, mas oferece compaixão, como o samaritano que viu e cuidou (Lucas 10:33-34).


6. A BÍBLIA: REVELAÇÃO E REGISTRO HUMANO EM TENSÃO

A Bíblia é esse livro maravilhoso e complexo: mistura pura luz da revelação com sombras da limitação humana. Jeremias 18:11 expressa mais a luta humana para entender Deus do que a revelação final sobre Ele. Se não filtrarmos pela imagem de Jesus — a imagem perfeita do Deus invisível (Colossenses 1:15) — acabaremos crendo num Deus que se contradiz.


7. DEUS PROMOVE CONVERGÊNCIA, NÃO DIVERGÊNCIA

Jesus promoveu encontros com pecadores, samaritanos, prostitutas, coletores de impostos. Nunca usou a dor como castigo pedagógico. A verdadeira revelação de Deus, como vista em Cristo, sempre reúne, sara e atrai. Quando uma interpretação gera separação, medo ou exclusão, sabemos que não é de Deus — porque Deus é o grande ajuntador (Efésios 1:10).


8. BIBLIOGRAFIA

  1. Gregory BoydCross Vision: How the Crucifixion of Jesus Makes Sense of Old Testament Violence (2017)

  2. Peter EnnsThe Sin of Certainty (2016)

  3. Walter BrueggemannThe Prophetic Imagination (1978)

  4. Richard RohrWhat Do We Do with the Bible? (2019)

  5. Brian ZahndA Farewell to Mars (2014)

  6. John Dominic CrossanHow to Read the Bible and Still Be a Christian (2015)

  7. N. T. WrightGod and the Pandemic (2020)

  8. James AlisonJesus the Forgiving Victim (2013)

  9. Mirolsav VolfExclusion and Embrace (1996)

  10. Rachel Held EvansSearching for Sunday (2015)



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LAMENTAÇÕES CELEBRA O SOFRIMENTO
(LAMENTAÇÕES 3:1-16) O livro das Lamentações descreve Deus esmagando, destruindo e torturando Seu próprio povo. Jesus revela um Deus que é Pai misericordioso e deseja restaurar, não destruir (Lucas 15:20-24).

1. CONTEXTO PROFÉTICO: UM GRITO NA RUÍNA

O livro de Lamentações nasce das cinzas de Jerusalém destruída pela Babilônia (586 a.C.), tradicionalmente atribuído ao profeta Jeremias. É um lamento poético, quase um diário da dor nacional. Como outros profetas, o autor vê o sofrimento como consequência do pecado, mas também como expressão da ação direta de Deus — algo que refletia o modo como os antigos entendiam a justiça divina (Lamentações 3:1-16; Jeremias 30:11). Contudo, essa visão projeta em Deus as sombras da punição humana, não o Pai revelado por Jesus.


2. DEUS COMO TORTURADOR? INCOERENTE COM JESUS

Lamentações 3 pinta um Deus que “quebrou meus dentes com pedras” e “me fez andar em trevas” (vv. 4-6, 16). Nada disso reflete Jesus, que nos chama de amigos (João 15:15), cura nossos traumas (Mateus 11:28), e revela um Pai que corre ao encontro do filho sujo e quebrado (Lucas 15:20). Jesus nunca ensinou que Deus tortura para disciplinar. Antes, Ele mesmo sofre em nosso lugar — substituindo o castigo pela cura (Isaías 53:5, reinterpretado à luz do Cristo).


3. A REVELAÇÃO ETERNA É A FACE DE JESUS

A revelação imutável de Deus está em Cristo, “a exata expressão do seu ser” (Hebreus 1:3). Tudo o que contradiz o modo como Jesus viveu, falou e amou deve ser entendido como expressão cultural, emocional ou interpretativa dos autores bíblicos, não como revelação eterna. O Deus de Lamentações expressa dor, desespero e vingança — o de Jesus, restauração, perdão e reconciliação.


4. O USO TÓXICO DA DOR COMO VONTADE DIVINA

Infelizmente, muitos cristãos-joio ainda usam textos como Lamentações para justificar o sofrimento como “vontade de Deus”. Doenças, tragédias, perdas — tudo é atribuído a um Deus “que sabe o que faz”, mesmo que isso envolva o esmagamento de vidas. Essa espiritualização do sofrimento já levou muitos a abandonarem a fé, crendo que Deus é sádico ou indiferente.


5. O TRIGO RESISTE AO MAL MESMO SEM SABER

O verdadeiro discípulo de Jesus — o trigo — muitas vezes não tem linguagem teológica refinada, mas algo em seu coração recusa a ideia de um Deus torturador. Ele ora pelos que sofrem, consola os quebrados e age como fermento de esperança (Mateus 13:33). O trigo sente que o amor reconstrói, não esmaga. Mesmo inconscientemente, ele responde com compaixão ao invés de conformismo religioso.


6. REVELAÇÃO + ACRÉSCIMO HUMANO: DISCERNIMENTO NECESSÁRIO

A Bíblia é linda, mas não perfeita. Ela mistura luz e sombra, fé e desespero, revelação e projeção humana. Lamentações expressa uma dor autêntica, mas sua teologia de sofrimento como punição é acréscimo humano. Por isso, o filtro deve ser sempre Jesus — não como juiz das Escrituras, mas como sua plena realização (Mateus 5:17; João 1:18).


7. O EVANGELHO É AJUNTAMENTO, NÃO DISPERSÃO

Jesus jamais esmagou os fracos; Ele os ajuntava (Marcos 2:17). Tocou leprosos, acolheu mulheres rejeitadas, comeu com cobradores de impostos. Foi chamado de “amigo de pecadores” (Lucas 7:34) porque era. O verdadeiro Deus nunca usa a dor como chicote, mas como ponte de compaixão. Toda espiritualidade que marginaliza, dispersa ou desumaniza está fora da revelação divina.


8. BIBLIOGRAFIA

  1. Gregory A. BoydCross Vision: How the Crucifixion of Jesus Makes Sense of Old Testament Violence (2017)

  2. Peter EnnsThe Bible Tells Me So: Why Defending Scripture Has Made Us Unable to Read It (2014)

  3. Walter BrueggemannLamentations: Interpretation Commentary (1988)

  4. John Dominic CrossanGod and Empire: Jesus Against Rome, Then and Now (2007)

  5. Richard RohrThe Universal Christ (2019)

  6. Brian ZahndSinners in the Hands of a Loving God (2017)

  7. James ConeThe Cross and the Lynching Tree (2011)

  8. Rachel Held EvansInspired: Slaying Giants, Walking on Water, and Loving the Bible Again (2018)

  9. Barbara Brown TaylorLearning to Walk in the Dark (2014)

  10. N. T. WrightSurprised by Hope (2008)



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DEUS PROMOVE CANIBALISMO (EZEQUIEL 5:10)
Ezequiel profetiza que, como castigo, pais comerão os próprios filhos e vice-versa. Jesus jamais aprovaria algo assim, pois ensina o amor ao próximo acima de tudo (Marcos 12:31).

1. CONTEXTO PROFÉTICO: UMA MENSAGEM NA RUPTURA

O livro de Ezequiel foi escrito no exílio da Babilônia, num momento de colapso nacional e desespero espiritual (por volta de 593–571 a.C.). Ezequiel, um sacerdote tornado profeta, utiliza uma linguagem simbólica e frequentemente extrema para denunciar a idolatria e anunciar a destruição de Jerusalém (Ezequiel 4–5). Assim como outros profetas, ele expressa a dor coletiva por meio de imagens chocantes, refletindo o estilo profético que confunde juízo com revelação eterna — uma característica comum nos profetas do Antigo Testamento.


2. UM DEUS QUE ORDENA CANIBALISMO? INCOERENTE COM JESUS

Ezequiel 5:10 declara: “Portanto, pais comerão os filhos no meio de ti, e filhos comerão os pais...” Essa declaração, mesmo se entendida como uma previsão e não um mandamento direto, imputa a Deus a responsabilidade por um cenário de barbárie. Jesus, no entanto, nos apresenta um Deus que se dá em alimento (João 6:35), e não que transforma os filhos em refeição dos pais. Cristo morre pelos pecadores, não os devora. O contraste é absoluto.


3. A REVELAÇÃO DE DEUS NÃO MUTILA: ELA CURA

A Revelação de Deus é eterna apenas quando é coerente com o caráter de Jesus: manso, humilde, restaurador (Mateus 11:29). Textos como Ezequiel 5:10 revelam mais sobre o desespero humano do que sobre Deus. São produtos do trauma, não do coração divino. O apóstolo João deixa claro: “Deus é amor” (1 João 4:8), e onde há amor, não há espaço para um canibalismo como forma de justiça.


4. RELIGIÃO DO MEDO: COMO O JOIO SE ALIMENTA DO TERROR

Mesmo sem falar em canibalismo literal, há cristãos que veem Deus como promotor do sofrimento para “ensinar” lições. Justificam doenças, mortes e até genocídios como punições divinas — uma herança direta dessa teologia punitiva. Esse “evangelho do medo” é usado até para justificar guerras e abandono social, como se Deus aprovasse o colapso humano como método pedagógico.


5. O TRIGO RESPONDE COM MISERICÓRDIA E INSTINTO DE JESUS

O verdadeiro discípulo, mesmo sem saber articular teologicamente, rejeita a imagem de um Deus que castiga com fome e horror. Ele instintivamente se afasta de lideranças ou doutrinas que exploram o medo e se volta à compaixão. Jesus nos ensinou a dar de comer, não a devorar (Mateus 25:35). O trigo imita Jesus sem perceber, escolhendo o caminho do amor em vez do terror.


6. BÍBLIA: MISTURA DE LUZ E SOMBRA — O FILTRO É JESUS

Ezequiel 5:10 é uma evidência clara de que nem tudo na Bíblia representa a Revelação eterna. Há ali muito de grito humano, emoção crua e imaginação teológica traumática. A Bíblia é como uma mina com pedras preciosas e cascalho: o filtro é Cristo (João 1:18). Fora d’Ele, tudo pode ser mal interpretado ou usado contra o próprio Evangelho.


7. AJUNTAMENTO, NÃO DIVISÃO: A REVELAÇÃO SEGUNDO JESUS

A Revelação que vem de Deus é sempre ajuntadora: ela cura, integra, acolhe. Jesus chamou publicanos, pecadores, mulheres, leprosos e crianças para perto (Lucas 5:27-32). Um texto que projeta a fome e o horror entre pais e filhos jamais pode vir do mesmo Deus que lava os pés dos discípulos. O Evangelho é reconciliação, não ruptura (2 Coríntios 5:18-19).


8. BIBLIOGRAFIA

  1. Gregory A. BoydThe Crucifixion of the Warrior God (2017)

  2. Walter BrueggemannThe Prophetic Imagination (2001)

  3. Peter EnnsHow the Bible Actually Works (2019)

  4. Richard RohrThe Divine Dance (2016)

  5. Brian ZahndSinners in the Hands of a Loving God (2017)

  6. N. T. WrightGod and the Pandemic (2020)

  7. John Dominic CrossanThe God We Never Knew (2009)

  8. Rachel Held EvansInspired: Slaying Giants, Walking on Water (2018)

  9. Phyllis TribleTexts of Terror (1984)

  10. Jacques EllulThe Subversion of Christianity (1986)



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SACRIFÍCIO HUMANO COMO CASTIGO (EZEQUIEL 20:25-26)
Deus afirma que deu leis ruins a Israel e os fez oferecer seus próprios filhos em sacrifício. Jesus, ao contrário, se oferece como sacrifício final para salvar a humanidade (João 3:16).

1. CONTEXTO PROFÉTICO: UM DEUS EM CONFRONTO COM A REBELDIA

O capítulo 20 de Ezequiel apresenta um monólogo divino, por meio do profeta, relembrando a história de Israel desde o Egito até o exílio. É uma narrativa carregada de julgamento e denúncia da idolatria, práticas pagãs e sacrifícios humanos. Nesse cenário, Deus supostamente diz que entregou ao povo “estatutos que não eram bons” e permitiu que sacrificassem seus filhos (Ez 20:25-26), como resposta à persistente desobediência. Isso revela o estilo dos profetas antigos: mesclam lamentos históricos com dramatizações teológicas, muitas vezes atribuindo a Deus ações moralmente problemáticas.


2. UM DEUS QUE INDUZ AO MAL? INCOERENTE COM JESUS

Segundo o texto, Deus teria deliberadamente dado "leis ruins" e levado Israel a sacrificar seus filhos — prática condenada em toda a tradição bíblica (Levítico 18:21). Isso colide com a revelação de Jesus, que nunca usa o sofrimento dos outros como punição ou pedagogia. Pelo contrário, Ele mesmo se oferece em amor para libertar todos (João 3:16). A ideia de que Deus promove o mal como castigo é radicalmente oposta à imagem do Pai revelada na parábola do filho pródigo (Lucas 15:20-24).


3. A REVELAÇÃO VERDADEIRA É IMUTÁVEL E CRISTOCÊNTRICA

Deus não muda, nem contradiz a Si mesmo (Tiago 1:17). Por isso, só é autêntica revelação o que permanece coerente com Jesus. A ideia de um Deus que estimula sacrifícios humanos contradiz o Evangelho, onde Deus oferece vida, e não morte. O que for incoerente com Jesus, mesmo vindo em “nome de Deus”, deve ser reconhecido como acréscimo humano, ainda que bem-intencionado (Gálatas 1:8-9).


4. CRISTÃOS-JOIO: QUANDO O CASTIGO É TORNADO SACROSSANTO

Até hoje, há quem veja sofrimento, fome, ou a morte de crianças como “vontade de Deus” — resquícios dessa teologia punitiva herdada de textos como este. Muitos líderes, com vocabulário bíblico, afirmam que certas tragédias são castigos divinos, especialmente contra “pecadores” ou “rebeldes”. O joio se alimenta de textos assim, sem o filtro de Cristo, justificando até abusos em nome da "justiça divina".


5. O TRIGO REJEITA O DEUS CARNICEIRO E ESCOLHE O DEUS PAI

Mesmo sem saber expressar teologicamente, o verdadeiro discípulo de Jesus rejeita, de forma intuitiva, qualquer doutrina que justifique o sacrifício de inocentes como vontade de Deus. O trigo reconhece que Cristo morreu para acabar com os sacrifícios (Hebreus 10:10) — inclusive os simbólicos impostos pelas religiões que exploram o sofrimento humano como mérito.


6. A BÍBLIA: UM MISTO DE LUZ E ESCURIDÃO, DEPENDENTE DO FILTRO DE CRISTO

O texto de Ezequiel 20:25-26 é mais um entre vários que apontam para uma Bíblia construída em camadas: revelações verdadeiras misturadas com interpretações culturais e traumas históricos. A maturidade espiritual exige reconhecer isso. Jesus, o Verbo encarnado (João 1:14), é o critério absoluto: o que não O representa, não é revelação de Deus, por mais “bíblico” que seja.


7. AJUNTAR, NÃO SACRIFICAR: O MOVER DE DEUS É COMUNHÃO

A verdadeira Revelação de Deus tem como fruto o ajuntamento, o acolhimento, a comunhão — nunca o afastamento, o extermínio ou o sacrifício de filhos. Jesus foi acusado de “amigo de pecadores” (Lucas 7:34) porque restaurava os marginalizados, não os punia. Tudo o que promove morte, exclusão ou sacrifício como justiça está fora do coração do Pai.


8. BIBLIOGRAFIA

  1. Gregory A. BoydThe Crucifixion of the Warrior God (2017)

  2. Peter EnnsThe Bible Tells Me So (2014)

  3. Brian ZahndSinners in the Hands of a Loving God (2017)

  4. Walter BrueggemannTheology of the Old Testament (1997)

  5. John Dominic CrossanThe Birth of Christianity (1999)

  6. Phyllis TribleTexts of Terror (1984)

  7. Richard RohrThe Universal Christ (2019)

  8. Jacques EllulViolence and the Sacred (1961)

  9. Rachel Held EvansInspired: Slaying Giants, Walking on Water (2018)

  10. James AlisonThe Joy of Being Wrong (1998)



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DEUS SE ALEGRANDO COM A DESTRUIÇÃO (EZEQUIEL 21:17)
Deus afirma que baterá palmas e se alegrará com a destruição de seu povo. Jesus, por outro lado, chora sobre Jerusalém e lamenta sua destruição (Lucas 19:41-44).

1. CONTEXTO PROFÉTICO: A ESPADA QUE SE APROXIMA
Ezequiel 21 é parte de uma sequência de oráculos proféticos repletos de simbolismos sobre a destruição iminente de Jerusalém. O profeta usa metáforas violentas — como uma espada afiada e reluzente — para anunciar o juízo contra Judá e seus líderes corruptos. No versículo 17, Deus é retratado como alguém que “bate palmas” ao ver a execução desse juízo. Como outros profetas do Antigo Testamento, Ezequiel escrevia num momento de desespero nacional, expressando a dor e o trauma do exílio como uma punição divina. Entretanto, sua linguagem, moldada por contextos de guerra, não pode ser tomada como a plena revelação do caráter divino.

2. BATER PALMAS PELA DESTRUIÇÃO: UM DEUS INCOERENTE COM JESUS
A imagem de um Deus batendo palmas em aprovação à destruição de pessoas é radicalmente incoerente com Jesus, que chora sobre Jerusalém (Lucas 19:41-44), mesmo sabendo que seria rejeitado e crucificado por ela. Jesus não celebra a queda dos ímpios; Ele intercede por seus assassinos: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). A empatia de Cristo anula qualquer ideia de prazer em punições. Logo, Ezequiel 21:17 não pode representar o coração de Deus revelado em Cristo.

3. SOMENTE JESUS É A REVELAÇÃO IMUTÁVEL
A única Revelação eterna e perfeita de Deus é aquela que se revela plenamente em Jesus (Hebreus 1:1-3). Qualquer discurso profético que entre em conflito com o amor incondicional, perdoador e reconciliador de Jesus deve ser entendido como um acréscimo humano — por mais sincero que tenha sido. Profetas como Ezequiel, embora inspirados em parte, também expressavam sua dor e indignação humana dentro de uma cultura punitiva. A Revelação não é uma fotocópia da cultura, mas uma ruptura com ela — e Jesus é essa ruptura.

4. O JOIO QUE SE ALEGRA COM A PUNIÇÃO DOS OUTROS
Cristãos-joio — ou seja, aqueles que usam a Bíblia sem o filtro do amor de Jesus — usam passagens como Ezequiel 21:17 para justificar discursos de ódio, exclusão e punição. Alegam que Deus “bate palmas” quando ímpios caem, quando o "mundo é punido", ou quando desastres “corrigem o pecado”. Esse espírito vingativo é o mesmo que levou Tiago e João a pedirem fogo do céu — e serem repreendidos por Jesus (Lucas 9:54-55).

5. O TRIGO RECONHECE O LAMENTO DIVINO
O verdadeiro discípulo de Jesus sente repulsa diante de qualquer alegria com o sofrimento do outro, mesmo inconscientemente. O trigo chora com os que choram (Romanos 12:15), e compreende, ainda que intuitivamente, que Deus é amor (1 João 4:8). O Espírito em nós nos afasta do prazer na destruição. O coração do trigo se alinha ao do Pai, que deseja a salvação de todos (2 Pedro 3:9), não sua ruína.

6. A BÍBLIA MISTURA LUZ E SOMBRA: DISCERNIR É UM ATO DE FÉ
Passagens como Ezequiel 21:17 revelam a necessidade de ler a Bíblia à luz de Cristo. Ela contém a Palavra de Deus, mas também contém palavras humanas — feridas, contaminadas por guerras, exclusivismos e traumas. Por isso, é possível encontrar textos contraditórios. Sem o filtro de Jesus, corremos o risco de confundir revelação com violência sacralizada. O verdadeiro intérprete da Escritura precisa discernir como Jesus discernia (Mateus 5:38-39), reinterpretando até a Lei à luz do amor.

7. JESUS SEMPRE REÚNE, NUNCA SE AFASTA
Cristo nunca bate palmas pela destruição de ninguém. Ele cura, acolhe, junta, perdoa. Sua missão é reunir os filhos de Deus dispersos (João 11:52). Até as pessoas mais marginalizadas — prostitutas, coletores de impostos, leprosos — são colocadas à mesa com Ele. Se a Bíblia apresenta um Deus que diverge, exclui ou celebra ruína, devemos lembrar que a Bíblia é um caminho até Jesus — mas só Jesus é o Caminho (João 14:6).

8. BIBLIOGRAFIA
Gregory A. Boyd – The Crucifixion of the Warrior God (2017)

Peter Enns – How the Bible Actually Works (2019)

Brian Zahnd – Sinners in the Hands of a Loving God (2017)

Walter Brueggemann – Prophetic Imagination (1978)

Rachel Held Evans – Inspired: Slaying Giants, Walking on Water (2018)

Phyllis Trible – Texts of Terror (1984)

John Dominic Crossan – God and Empire (2007)

Richard Rohr – The Universal Christ (2019)

James Alison – Knowing Jesus (1993)

Rene Girard – Violence and the Sacred (1972)



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PEDRA SOBRE PEDRA (EZEQUIEL 26:4-14)
Ezequiel profetiza a destruição total de Tiro, mas a cidade continuou existindo. Jesus ensina que suas palavras jamais passarão, ao contrário de profecias falíveis (Mateus 24:35).

1. CONTEXTO PROFÉTICO: ORÁCULO CONTRA A CIDADE ORGULHOSA

Ezequiel, um profeta do exílio babilônico, em 586 a.C., proclama oráculos contra várias nações, incluindo Tiro — uma cidade portuária rica, arrogante e influente. O capítulo 26 prevê que ela seria arrasada, "raspada como uma rocha nua", a ponto de "nunca mais ser reconstruída". Esses textos refletem o contexto geopolítico da época, onde nações rivais de Judá eram vistas como cúmplices do seu sofrimento. Os profetas frequentemente usavam hipérboles e imagens absolutas para expressar julgamentos divinos. Tais imagens visavam mais o impacto moral do que uma precisão histórica literal.


2. DESTRUIÇÃO TOTAL QUE NUNCA SE CUMPRIU

Apesar da profecia afirmar que Tiro seria completamente destruída e nunca mais reconstruída (Ez 26:14), a cidade sobreviveu a várias invasões, incluindo a de Nabucodonosor e Alexandre, e continua existindo no Líbano atual. Em contraste, Jesus afirma: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão” (Mateus 24:35). A falibilidade profética de Ezequiel contrasta com a solidez da palavra de Cristo, que permanece viva e eficaz (Hebreus 4:12), mesmo após séculos de história e crítica.


3. A PALAVRA IMUTÁVEL É A PALAVRA DE JESUS

Deus é eterno, mas sua revelação se encarna progressivamente até alcançar sua plenitude em Jesus (João 1:14; Hebreus 1:1-3). Toda palavra que reflete o coração de Cristo — de amor, justiça e verdade — é eterna. O que destoa de sua essência pode ter sido bem-intencionado, mas carrega marcas da humanidade e de seu tempo. Profecias como a de Ezequiel 26 são moldadas por emoções, política e desejo de vingança, e por isso não expressam a Revelação definitiva de Deus, que só encontramos em Jesus.


4. O JOIO QUE TORCE AS FALHAS EM “VONTADE DE DEUS”

Cristãos-joio, ao se depararem com textos proféticos não cumpridos, tentam forçá-los como alegorias espirituais ou os reinterpretam como “cumpridos em parte”, como se Deus estivesse jogando xadrez com a história. Isso gera uma espiritualidade baseada em medo e manipulação, onde guerras, desastres e fracassos alheios são vistos como “mão de Deus”. Eles leem Ezequiel 26 como sentença inapelável, justificando ódio religioso, supremacismo e exclusão.


5. O TRIGO QUE ESCUTA O CORAÇÃO DE JESUS

Mesmo sem saber interpretar profecias, o trigo — o verdadeiro discípulo de Jesus — reconhece instintivamente quando algo não condiz com o amor do Mestre. Ele pode não saber citar Mateus 24:35, mas percebe que Deus não mente, nem erra. Ao ver que Tiro continua viva, o trigo não duvida de Deus, mas entende que nem tudo que está na Bíblia é a última palavra divina. Jesus é essa última palavra (Apocalipse 19:13), e Ele nunca falha.


6. BÍBLIA: REVELAÇÃO E ACRÉSCIMO, COMO LUZ MISTURADA À TERRA

Assim como uma pedra preciosa precisa ser lapidada para revelar sua beleza, a Escritura precisa ser lida à luz de Cristo para que sua verdade brilhe. A Bíblia contém tanto ouro puro (a revelação divina) quanto terra (a limitação humana). Profecias falíveis, como a de Ezequiel contra Tiro, mostram que mesmo textos sagrados carregam vestígios de erro humano. Isso não anula sua importância, mas exige discernimento maduro — e o crivo sempre será: "isso reflete Jesus?"


7. JESUS: O PEDREIRO QUE AJUNTA PEDRAS E CONSTRÓI PONTES

Enquanto Ezequiel fala de uma cidade que seria deixada “sem pedra sobre pedra”, Jesus edifica sua comunidade sobre a pedra da inclusão (Mateus 16:18), acolhendo todos — até os que seriam rejeitados por profecias de destruição. Jesus nunca celebrou a ruína de cidades, mas chorou por elas, restaurou sua dignidade e construiu comunidades com os rejeitados. Toda revelação divina verdadeira constrói pontes e abriga feridos, ao invés de arrancar pedras ou destruir casas.


8. BIBLIOGRAFIA

  1. Peter EnnsThe Bible Tells Me So (2014)

  2. Gregory A. BoydThe Crucifixion of the Warrior God (2017)

  3. Bart D. EhrmanJesus, Interrupted (2009)

  4. Walter BrueggemannTheology of the Old Testament (1997)

  5. Marcus J. BorgReading the Bible Again for the First Time (2001)

  6. Richard RohrWhat Do We Do With the Bible? (2019)

  7. Brian ZahndWhen Everything’s on Fire (2021)

  8. Rachel Held EvansInspired (2018)

  9. James KugelHow to Read the Bible (2007)

  10. John Shelby SpongThe Sins of Scripture (2005)



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SACRIFÍCIO DE PECADORES (EZEQUIEL 39:17-19)
Ezequiel descreve um banquete macabro onde animais e homens serão devorados como oferenda. Jesus institui a Ceia como um símbolo de amor e redenção (Lucas 22:19-20).

1. CONTEXTO PROFÉTICO: O ORÁCULO CONTRA GOG

Ezequiel 39 está inserido no contexto dos capítulos 38–39, que descrevem a batalha escatológica contra “Gogue, da terra de Magogue”, símbolo do mal absoluto. Trata-se de uma visão apocalíptica típica da literatura profética, como também aparece em Daniel e Apocalipse. O profeta — exilado na Babilônia — usa imagens violentas para afirmar a vitória final de Deus sobre os inimigos de Israel. O “banquete de cadáveres” para aves e animais (Ez 39:17-20) é uma imagem simbólica que representa a destruição total dos inimigos. Tal linguagem reflete o tempo, a cultura bélica e a teologia retributiva do Antigo Oriente Próximo.


2. UM BANQUETE DE MORTE QUE CONTRASTA COM O BANQUETE DE VIDA

O texto de Ezequiel descreve um “banquete sacrificial” em que os corpos dos pecadores derrotados são oferecidos como comida a aves e feras (Ez 39:18). É uma inversão grotesca do sacrifício tradicional — em vez de o ser humano oferecer animais a Deus, Deus oferece seres humanos aos animais. Isso é radicalmente incoerente com o banquete que Jesus institui: o pão e o vinho como corpo e sangue dados por amor (Lucas 22:19-20). Jesus oferece a si mesmo, não os pecadores. Seu banquete não é de juízo e vergonha, mas de reconciliação e esperança.


3. O QUE É COERENTE COM JESUS É ETERNO; O RESTO, HUMANO E TEMPORÁRIO

A verdadeira revelação de Deus é eterna, coerente e perfeita — e se manifesta plenamente em Jesus (Hebreus 1:1-3). Quando Ezequiel apresenta um Deus que transforma cadáveres em oferendas animalescas, temos uma imagem projetada da vingança humana, não da compaixão divina. Jesus jamais celebrou a destruição dos pecadores. Ao contrário, disse: “Não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo” (João 12:47). Qualquer texto bíblico que contradiga essa essência de amor é, no mínimo, acréscimo cultural e teológico humano.


4. O JOIO E SUA CELEBRAÇÃO DA DESTRUIÇÃO

Muitos cristãos-joio celebram esse tipo de profecia apocalíptica como prova da justiça de Deus — como se o massacre de ímpios fosse uma “festa celestial”. Usam Ezequiel 39 como base para discursos violentos contra minorias, não-crentes e até outras denominações cristãs. Regozijam-se com a ideia de um Deus vingativo e militarizado, esquecendo que o cordeiro venceu o dragão não com espada, mas com sangue e perdão (Apocalipse 5:6).


5. O TRIGO SENTE, MESMO SEM SABER EXPLICAR

Mesmo que não saiba interpretar Ezequiel teologicamente, o verdadeiro discípulo de Jesus — o trigo — se incomoda. Sente que algo está errado com um Deus que convoca aves para devorar carne humana. O coração do trigo pulsa com a misericórdia de Jesus. Ele pode até não saber o versículo exato, mas sabe que “Deus é amor” (1 João 4:8), e que esse amor não se alegra com o mal, mas regozija-se com a verdade (1 Coríntios 13:6).


6. REVELAÇÃO E ACRÉSCIMO: UM LIVRO DIVINO EM MÃOS HUMANAS

A Bíblia é como um diamante lapidado por mãos humanas: possui brilho eterno, mas também marcas do tempo. Ezequiel 39 carrega a sombra de um tempo que via a violência como sinal da presença de Deus. Mas em Jesus — a verdadeira luz (João 1:9) — entendemos que Deus não se alegra com a morte de ninguém (Ezequiel 18:23). O texto de Ezequiel é importante como registro histórico-espiritual, mas não como verdade definitiva da natureza divina.


7. JESUS: O QUE REÚNE, NÃO O QUE DEVORA

Jesus não veio “devorar” pecadores, mas fazer deles seus amigos. Ele foi chamado de “comilão e beberrão” justamente por fazer banquetes com os excluídos (Lucas 7:34). Ele não celebra a destruição dos maus, mas oferece perdão mesmo a seus algozes (Lucas 23:34). Toda revelação que separa, exclui ou aniquila está fora do coração de Deus. A Ceia do Senhor é o verdadeiro banquete — sem mortes, sem vergonha, sem medo.


8. BIBLIOGRAFIA

  1. Gregory A. BoydCross Vision: How the Crucifixion of Jesus Makes Sense of Old Testament Violence (2017)

  2. Walter BrueggemannGod, Violence, and the Psalms (2019)

  3. Peter EnnsThe Bible Tells Me So (2014)

  4. Richard RohrThe Universal Christ (2019)

  5. Brian ZahndSinners in the Hands of a Loving God (2017)

  6. John Dominic CrossanHow to Read the Bible and Still Be a Christian (2015)

  7. Bart D. EhrmanJesus, Interrupted (2009)

  8. Marcus BorgThe Heart of Christianity (2003)

  9. Rachel Held EvansInspired (2018)

  10. Jacques EllulViolence: Reflections from a Christian Perspective (1969)



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MATANÇA COMO CASTIGO DIVINO (OSÉIAS 13:16)
Oséias diz que Samaria será destruída, crianças serão despedaçadas e mulheres grávidas terão seus ventres abertos. Jesus ensina que Deus deseja salvar, não matar (Lucas 9:56).

1. CONTEXTO PROFÉTICO DE OSÉIAS

Oséias é um dos chamados "profetas menores" do Antigo Testamento, ativo no Reino do Norte (Israel) no século VIII a.C. Seu livro é uma mescla de denúncia política, crítica à idolatria e metáforas matrimoniais para ilustrar a infidelidade do povo. O capítulo 13 se insere num discurso de juízo iminente sobre Samaria. A linguagem é carregada, própria da profecia antiga, cuja retórica incluía ameaças bélicas como forma de alertar e tentar restaurar a aliança. Essa forma de comunicar, ainda que com motivação espiritual, absorvia o código bélico do mundo antigo.

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2. O VERSÍCULO E SUA INCOERÊNCIA COM JESUS

Em Oséias 13:16 lemos: “Samaria será punida, porque se rebelou contra o seu Deus; cairão à espada, seus filhos serão despedaçados, e suas mulheres grávidas, abertas ao meio.” Esse retrato de violência — assassinato de crianças e brutalidade contra mulheres — jamais se coaduna com o Jesus que protege crianças (Marcos 10:14), chora sobre Jerusalém (Lucas 19:41) e impede a violência contra uma mulher apanhada em adultério (João 8:1-11). Jesus nunca usou ou profetizou destruição física como meio de redenção espiritual.

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3. SOMENTE O QUE É COERENTE COM JESUS É REVELAÇÃO ETERNA

A revelação verdadeira e eterna de Deus é Cristo (Hebreus 1:1-3), e só o que se harmoniza com Ele pode ser considerado expressão definitiva do caráter divino. Jesus nunca validou a matança de inocentes. Portanto, textos como Oséias 13:16, ainda que façam parte do registro bíblico, refletem mais a dor e o desespero humanos do que o coração de Deus. São, muitas vezes, projeções humanas bem-intencionadas ou expressões culturais carregadas de violência — não a voz eterna do Pai.

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4. COMO OS CRISTÃOS-JOIO USAM ESSAS PASSAGENS

Cristãos-joio se apegam a textos como Oséias 13:16 para justificar discursos de ódio, guerras “santas” e julgamentos moralistas. Citam trechos como esse para sustentar ideias como o castigo coletivo, a violência corretiva e a suposta “soberania divina” expressa por aniquilação. Interpretam literalmente aquilo que deveria ser lido com discernimento espiritual e histórico, ignorando o filtro necessário de Jesus, que é o Logos (João 1:1) e a chave hermenêutica das Escrituras (Lucas 24:27).

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5. O TRIGO RESPONDE COM MISERICÓRDIA INTUITIVA

Mesmo sem dominar a teologia, o verdadeiro discípulo de Jesus, o trigo, sente algo errado ao ouvir que Deus teria mandado matar crianças e abrir grávidas. Há um desconforto espiritual, uma compaixão silenciosa que rejeita essa imagem de um Deus vingativo. O trigo, intuitivamente, busca o Deus que cura, perdoa e carrega o fardo alheio (Mateus 11:28-30). Ele entende que Deus não destrói vidas — Ele as restaura.

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6. A BÍBLIA É MISTURA: REVELAÇÃO E ACRÉSCIMO HUMANO

A Bíblia é um mosaico: contém joias divinas misturadas com pedras brutas da cultura humana. Oséias 13:16 revela a fragilidade dos profetas diante de suas realidades violentas. Quando lemos a Bíblia como um todo sem passar por Jesus, acabamos misturando o amor eterno de Deus com ódios humanos. Jesus é o critério (João 14:9): tudo o que revela o Pai será como Ele — cheio de graça e verdade (João 1:14).

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7. A REVELAÇÃO DE DEUS PROMOVE AJUNTAMENTO, NÃO DILACERAÇÃO

Jesus se reunia com prostitutas, leprosos, cobradores de impostos. Era chamado de “amigo de pecadores” (Lucas 7:34). A revelação de Deus não destrói — ela une, cura e reconstrói. Toda profecia que promove divisão, massacre e medo não vem do Espírito de Cristo. Jesus mostra que a verdade de Deus é como fermento que cresce em amor, não como espada que abre ventres (Mateus 13:33).

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8. BIBLIOGRAFIA

  1. Gregory A. BoydCross Vision: How the Crucifixion of Jesus Makes Sense of Old Testament Violence (2017)

  2. Peter EnnsThe Bible Tells Me So (2014)

  3. Brian ZahndSinners in the Hands of a Loving God (2017)

  4. Richard RohrThe Universal Christ (2019)

  5. Walter BrueggemannThe Prophetic Imagination (1978)

  6. John Dominic CrossanHow to Read the Bible and Still Be a Christian (2015)

  7. Jacques EllulViolence: Reflections from a Christian Perspective (1969)

  8. Marcus BorgReading the Bible Again for the First Time (2001)

  9. Rachel Held EvansInspired (2018)

  10. René GirardViolence and the Sacred (1972)




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DEUS PROVOCA INFIDELIDADE (OSÉIAS 4:14)
Deus diz que não punirá as filhas que se prostituem nem as esposas infiéis porque os homens fazem o mesmo. Jesus, porém, perdoa e transforma os pecadores, como fez com a mulher adúltera (João 8:11).

1. CONTEXTO PROFÉTICO DE OSÉIAS

Oséias é um profeta do Reino do Norte (Israel), escrevendo entre 750–722 a.C. Seu livro denuncia a idolatria e o colapso moral e social da nação. O capítulo 4 mostra Deus como um esposo traído, indignado com a corrupção religiosa e sexual do povo. A metáfora do adultério espiritual domina a narrativa profética. A linguagem é intensa, marcada por uma visão cultural onde mulheres eram tratadas como reflexo do comportamento masculino, refletindo mais a sociedade patriarcal do que o coração de Deus.

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2. O VERSÍCULO E SUA INCOERÊNCIA COM JESUS

Oséias 4:14 afirma: “Não castigarei vossas filhas quando se prostituem, nem vossas noras quando cometem adultério, porque os homens se ajuntam com meretrizes e sacrificam com prostitutas cultuais.” Aqui, o profeta não defende misericórdia, mas denuncia o absurdo de punir mulheres enquanto os homens cometem os mesmos pecados. No entanto, ao colocar isso na boca de Deus, o texto sugere uma espécie de resignação divina com a promiscuidade geral — algo incoerente com Jesus, que acolhe a mulher adúltera com perdão e convite à transformação (João 8:11), sem endossar o pecado de ninguém.

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3. O QUE NÃO É COERENTE COM JESUS É ACRÉSCIMO HUMANO

A Revelação eterna de Deus é imutável e se encarna em Jesus (Hebreus 1:1-3). Deus não muda de opinião sobre o pecado, mas muda o mundo com o amor. Se Jesus perdoa e transforma, e não aceita justificativas socioculturais para o pecado, então todo texto bíblico que retrata Deus como conformado, resignado ou incoerente é acréscimo humano — fruto de um contexto histórico, e não da essência divina. O que não reflete a compaixão, a verdade e a integridade de Jesus, deve ser lido com discernimento espiritual.

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4. COMO OS CRISTÃOS-JOIO USAM ESSES TEXTOS

Cristãos-joio muitas vezes utilizam textos como Oséias 4:14 para justificar moralismos seletivos, padrões duplos e preconceitos de gênero. Usam a suposta “tolerância” de Deus à infidelidade feminina como desculpa para endurecer com as mulheres e aliviar os homens, ou vice-versa. Outros, ainda, interpretam isso como “liberação divina” para a promiscuidade, reduzindo a fé a um reflexo da decadência moral social — o oposto do Evangelho transformador de Jesus.

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5. A RESPOSTA DO TRIGO: INTUIÇÃO EVANGÉLICA

Mesmo sem conhecer profundamente a teologia, o verdadeiro discípulo de Jesus (o trigo) sente no coração que Deus não trata os pecados com favoritismo, nem com desdém. O trigo ouve a voz de Jesus que diz: “Vai e não peques mais” (João 8:11). Há uma intuição espiritual que recusa qualquer acomodação ao pecado. O amor de Cristo constrange (2 Coríntios 5:14), e o discípulo responde não com medo ou legalismo, mas com desejo sincero de transformação.

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6. A BÍBLIA COMO MISTURA: CRISTO COMO CHAVE HERMENÊUTICA

Oséias 4:14 é exemplo de como o texto bíblico carrega tanto inspiração quanto limitação cultural. A Bíblia é sagrada porque revela o caminho que levou até Jesus — mas não é isenta de elementos humanos que precisam ser discernidos. Quando lemos sem Cristo como critério, caímos em confusão, contradições e até em crueldades travestidas de fé. Por isso, Jesus deve ser o filtro de leitura: o critério da verdade é o amor encarnado.

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7. A VERDADE DE DEUS É AJUNTAMENTO, NÃO EXCLUSÃO

Jesus promove ajuntamento, reconciliação, restauração. Ele se senta com publicanos, prostitutas e pecadores, e os transforma por dentro. Chamado de “amigo de pecadores” (Lucas 7:34), Ele não se resigna ao pecado, mas também não rejeita os pecadores. A verdadeira Revelação de Deus é sempre convergente, jamais excludente ou permissiva. A graça não ignora o pecado, mas o vence com o amor (Romanos 5:20).

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8. BIBLIOGRAFIA

  1. Gregory A. BoydCross Vision: How the Crucifixion of Jesus Makes Sense of Old Testament Violence (2017)

  2. Peter EnnsThe Bible Tells Me So: Why Defending Scripture Has Made Us Unable to Read It (2014)

  3. Brian D. McLarenThe Great Spiritual Migration (2016)

  4. Walter BrueggemannTheology of the Old Testament: Testimony, Dispute, Advocacy (1997)

  5. John Dominic CrossanHow to Read the Bible and Still Be a Christian (2015)

  6. Marcus J. BorgMeeting Jesus Again for the First Time (1994)

  7. Richard RohrFalling Upward (2011)

  8. Rachel Held EvansInspired: Slaying Giants, Walking on Water, and Loving the Bible Again (2018)

  9. Jacques EllulThe Subversion of Christianity (1986)

  10. René GirardThings Hidden Since the Foundation of the World (1978)



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