Cristianismo preconceituoso

Temos tido muito orgulho em dizer ao mundo que somos um dos maiores países cristãos, só que testemunhamos um cristianismo doente e amargo a nós mesmos e a todos que nos rodeiam. Somo extremamente preconceituosos, e usamos o nome de Deus para isto, e depois vamos, às mesmas pessoas que repudiamos, para falar do amor de Deus... isso quer dizer que somos o maior país cristão hipócrita.



Emicida diz que o Brasil não se relaciona bem com pluralidade, "principalmente com a de pessoas pretas"

O rapper Emicida lança livro infantil que discute o medo. Em entrevista, ele conta que na adolescência e juventude não pôde ter acesso a livros, e comenta sobre o racismo

Emicida
Emicida (Foto: Reprodução)
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247 - O rapper Emicida lançou neste mês seu terceiro livro, “E Foi Assim Que Eu e a Escuridão Ficamos Amigas”, direcionado ao público infantil.

Em entrevista à jornalista Marina Lourenço na Folha de S.Paulo ele fala sobre sua relação com a literatura e, entre outros temas, na polêmica em que esteve envolvido em junho, quando publicou um vídeo de sete minutos dizendo o porquê de não comparecer aos atos antirracistas.

O artista diz que está viciado em literatura brasileira. "Li muito Mário de Andrade e Graciliano Ramos. A nossa literatura é muito rica. Como ela não está na boca das pessoas? Fico bravo com isso. E, quando acabo de ler um livro, viro uma pessoa insuportável, quero falar com todo mundo e analisar cada vírgula".

Ele conta que na adolescência foi colocado distante dos livros, justamente porque o estereótipo de uma pessoa preta de quebrada não é o de alguém aficionado por literatura. "Eu adoraria ter lido na minha adolescência tudo que estou lendo agora. Estou lendo tudo que roubaram de mim", afirma. Emicida relembra que foi enxotado muitas vezes de bibliotecas. 

Sobre os movimentos antirracistas, Emicida opina que a popularização do Black Lives Matter vai pra caixinha de "coisas positivas que produzimos nesse momento". 

​​O artista valoriza os movimentos negros históricos no Brasil e seus intelectuais, destacando que "a gente colhe muitos frutos do que a geração anterior à nossa fez, principalmente depois do MNU [Movimento Negro Unificado]. Ela incluiu a negritude no IBGE, e é por isso que temos hoje mais de 50% do país se identificando como preto ou pardo. Essas conquistas são de Abdias do Nascimento, Beatriz Nascimento, Clóvis Moura, Sueli Carneiro, Paulo Paim e tantos outros".

Crítico do racismo, diz que "o Brasil não se relaciona bem com pluralidade, principalmente com a de pessoas pretas". 



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