TESE: COLONIZAÇÃO E RELIGIÃO NAS AMÉRICAS

  

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA CIENTÍFICA (com IAC)
investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
uma das atuações do seu Pastorado4


o conteúdo original que inclui este estudo está neste link aqui


1 de Março de 2023
Esta pesquisa atende ao programa
GRADUAÇÃO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS
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ÍNDICE
 
001   TÍTULO

002   RESUMO

003   INTRODUÇÃO

004   SUMÁRIO

005   CAPÍTULO 1... A Colonização das Américas

006   CAPÍTULO 2... A colonização espanhola na América e o papel da Igreja Católica

007   CAPÍTULO 3... A Escravização dos Povos Indígenas e Africanos na Colonização Espanhola

008   CAPÍTULO 4... O Papel do Cristianismo na Colonização das Américas

009   CAPÍTULO 5... A escravidão africana nas Américas e a cumplicidade do cristianismo

010   CAPÍTULO 6... Escravidão nas Américas: Escravização Africana e Indígena

011   CAPÍTULO 7... A tomada das riquezas em benefício das coroas colonizadoras

012   CAPÍTULO 8... O papel da Igreja Católica na colonização

013   CAPÍTULO 9... A resistência indígena e africana

014   CAPÍTULO 10... As implicações atuais

015   CAPÍTULO 11... A questão da reparação

016   CAPÍTULO 12... O papel da teologia na colonização

017   CAPÍTULO 13... Alternativas para uma abordagem descolonial

018   CAPÍTULO 14... Conclusão

019   CAPÍTULO 15... Recomendações para futuras pesquisas

020   BIBLIOGRAFIA GERAL







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Título: Colonização e religião nas Américas: uma análise crítica das práticas coloniais e suas implicações


Subtítulo: Uso do cristianismo para justificar invasões, intolerâncias religiosas, escravidão indígena e africana, e a tomada das riquezas em benefício das coroas colonizadoras. Uma reflexão sobre as implicações passadas e presentes da colonização nas Américas.


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Resumo:

Esta tese examina como a colonização das Américas foi justificada e facilitada pelo uso do cristianismo, e como a religião foi usada para justificar a invasão, a intolerância religiosa, a escravidão indígena e africana e a tomada das riquezas em benefício das coroas colonizadoras. A pesquisa se baseia em uma revisão de literatura histórica e teológica, bem como em fontes primárias de documentos históricos.



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Introdução:


A colonização das Américas pelos europeus teve um impacto significativo nas culturas e sociedades indígenas e africanas que habitavam o continente. Através do uso da religião, os colonizadores justificaram a sua presença e práticas coloniais opressivas, como a escravidão e a intolerância religiosa. Este estudo pretende analisar criticamente as práticas coloniais e suas implicações passadas e presentes.


A colonização das Américas tem sido objeto de estudo de diversos acadêmicos e historiadores, incluindo Eric Williams, em "Capitalismo e Escravidão" (1944), que argumenta que a escravidão foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo, e Eduardo Galeano, em "As Veias Abertas da América Latina" (1971), que apresenta uma crítica contundente ao colonialismo na América Latina. Além disso, outros autores, como Walter Mignolo, em "Local Histories/Global Designs" (2000), e Aníbal Quijano, em "Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina" (2000), analisam como as práticas coloniais continuam a afetar as relações sociais e políticas no continente.


A religião também tem sido um tema central na análise da colonização das Américas. Autores como David Stannard, em "American Holocaust" (1992), exploram como a religião foi usada para justificar a violência e a opressão contra as comunidades indígenas, enquanto Elizabeth Brusco, em "The Reformation of Machismo" (1995), discute como a religião foi usada para manter as relações de poder de gênero na América Latina.


Este estudo contribui para a discussão sobre as práticas coloniais nas Américas, com foco na relação entre colonização e religião. Pretendemos destacar a importância de uma análise crítica das práticas coloniais e suas implicações atuais, especialmente em relação às comunidades afetadas. Além disso, esperamos que este estudo possa oferecer insights para uma abordagem descolonial na compreensão da história e do presente das Américas.


Referências:

BRUSCO, Elizabeth. A Reforma do Machismo: Conversão Evangélica e Gênero na Colômbia. Austin: Universidade do Texas Press, 1995.

GALEANO, Eduardo. As Veias Abertas da América Latina. Porto Alegre: L&PM Editores, 2010.

MIGNOLO, Walter D. Histórias Locais/Desenhos Globais: Colonialidade, Saberes Subalternos e Pensamento Fronteiriço. Princeton: Princeton University Press, 2000.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: Lander, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Buenos Aires: Clacso, 2000.

STANNARD, David E. Holocausto Americano: A Conquista do Novo Mundo. Oxford: Oxford University Press, 1992.

WILLIAMS, Érico. Capitalismo e Escravidão. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.



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Sumário:


Capítulo 1: Introdução

Este capítulo apresenta uma introdução geral à tese, definindo o escopo e o objetivo do estudo.


Capítulo 2: A colonização das Américas

Neste capítulo, examinamos a história da colonização das Américas, explorando as razões pelas quais as potências europeias buscaram expandir seus impérios além do Velho Mundo.


Capítulo 3: O papel do cristianismo na colonização

Este capítulo explora o papel do cristianismo na colonização das Américas, examinando como a religião foi usada como ferramenta para justificar a conquista e a opressão dos povos indígenas.


Capítulo 4: Intolerância religiosa nas Américas

Neste capítulo, examinamos como a intolerância religiosa foi usada como justificativa para a conquista e a opressão dos povos indígenas.


Capítulo 5: O uso da escravidão indígena

Este capítulo explora como a escravidão indígena foi usada como uma forma de exploração e controle das populações nativas pelas potências colonizadoras.


Capítulo 6: O uso da escravidão africana

Neste capítulo, examinamos como a escravidão africana foi introduzida nas Américas pelos europeus e como a religião foi usada para justificar essa prática.


Capítulo 7: A tomada das riquezas em benefício das coroas colonizadoras

Este capítulo explora como as potências colonizadoras usaram a religião como justificativa para a tomada das riquezas das Américas em benefício de suas próprias coroas.


Capítulo 8: O papel da Igreja Católica na colonização

Neste capítulo, examinamos o papel da Igreja Católica na colonização das Américas e como a religião foi usada para justificar a conquista e a opressão dos povos indígenas.


Capítulo 9: A resistência indígena e africana

Este capítulo explora a resistência dos povos indígenas e africanos à colonização, bem como as estratégias usadas para lutar contra a opressão.


Capítulo 10: As implicações atuais

Nesta seção, exploramos as implicações atuais da colonização das Américas e do uso da religião para justificar práticas coloniais opressivas. Analisamos como essas práticas afetaram as culturas, tradições e crenças dos povos indígenas e africanos, bem como sua posição social e econômica nas sociedades coloniais. Também discutimos como essas práticas afetaram a relação entre as Américas e as potências colonizadoras europeias e como isso pode continuar a ter implicações políticas e econômicas no presente.


Capítulo 11: A questão da reparação

Neste capítulo, discutimos a questão da reparação para as comunidades afetadas pela colonização e pelo uso da religião para justificar práticas opressivas. Exploramos diferentes abordagens para a reparação, incluindo a compensação econômica, o reconhecimento de direitos e a recuperação de patrimônio cultural e histórico.


Capítulo 12: O papel da teologia na colonização

Nesta seção, examinamos o papel da teologia na colonização das Américas e como as interpretações teológicas foram usadas para justificar práticas opressivas. Também discutimos como a teologia pode ser usada como uma ferramenta para promover a justiça social e a igualdade nos dias atuais.


Capítulo 13: Alternativas para uma abordagem descolonial

Neste capítulo, exploramos abordagens descoloniais para a história da colonização das Américas e como elas podem oferecer alternativas para uma narrativa dominante que justifica as práticas coloniais. Discutimos a importância de incluir vozes indígenas e africanas na narrativa histórica e reconhecer sua contribuição para o desenvolvimento da América.


Capítulo 14: Conclusão

Neste capítulo, resumimos as principais conclusões da tese e destacamos a importância de entender o papel da religião na colonização das Américas. Também discutimos a relevância contínua dessas questões na política e sociedade atuais.


Capítulo 15: Recomendações para futuras pesquisas

Por fim, neste capítulo, apresentamos recomendações para futuras pesquisas na área de estudos coloniais e religião. Discutimos possíveis direções para expandir a compreensão das práticas coloniais e suas implicações no presente e para o futuro.



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Capítulo 1: A Colonização das Américas


O capítulo 1 desta tese tem como objetivo apresentar um panorama geral da colonização das Américas e do papel do cristianismo na invasão, intolerância religiosa, escravidão indígena e africana e tomada das riquezas em benefício das coroas colonizadoras. Para isso, será necessário fazer um breve levantamento histórico da colonização europeia na América, bem como analisar o contexto político, social e religioso que possibilitou essa empreitada.


O processo de colonização das Américas começou no final do século XV, quando Cristóvão Colombo chegou ao Novo Mundo em busca de uma rota para as Índias. A partir de então, outros exploradores europeus seguiram seu exemplo e chegaram às Américas em busca de riquezas e territórios para suas respectivas coroas. O processo de colonização envolveu a conquista e subjugação dos povos indígenas que já habitavam o continente, bem como a introdução de novas tecnologias, formas de organização política e religiões.


Um dos principais fatores que possibilitou a colonização das Américas foi a superioridade militar dos europeus em relação aos povos indígenas. Os europeus tinham acesso a armas de fogo, cavalos e outras tecnologias que lhes davam uma grande vantagem em batalha. Além disso, os povos indígenas muitas vezes estavam divididos e em conflito uns com os outros, o que facilitou a conquista por parte dos europeus.


O papel do cristianismo na colonização das Américas foi complexo e multifacetado. Os missionários católicos foram enviados para as Américas com o objetivo de converter os povos indígenas ao cristianismo. Essa estratégia foi bem-sucedida em muitos casos, mas também levou à supressão de muitas culturas indígenas e à imposição de uma cultura europeia dominante. A intolerância religiosa era comum durante a colonização, e muitos povos indígenas foram forçados a abandonar suas crenças e práticas religiosas.


Além da introdução do cristianismo, os europeus também trouxeram para as Américas um novo sistema de organização política e econômica. A colonização europeia envolveu a criação de colônias que eram controladas pelas respectivas coroas europeias. Essas colônias eram usadas como fonte de riquezas para as coroas colonizadoras, e muitas vezes envolviam a exploração de recursos naturais e o uso de mão de obra escrava.


O processo de colonização teve um grande impacto na demografia das Américas. A chegada dos europeus trouxe doenças novas para as quais os povos indígenas não tinham imunidade, resultando em epidemias que mataram milhões de pessoas. Além disso, muitos indígenas foram escravizados ou mortos durante a colonização. Essas mudanças demográficas tiveram consequências duradouras para a história das Américas.


A análise do contexto político, social e religioso que possibilitou a colonização das Américas é fundamental para entender as dinâmicas que levaram à invasão, intolerância religiosa, escravidão indígena e africana e tomada das riquezas em benefício das coroas colonizadoras. Esse contexto inclui a busca por riquezas e territórios por parte das coroas europeias, a concorrência entre essas coroas, a introdução de novas tecnologias e a crença na superioridade da civilização europeia sobre as outras culturas.


A partir desse panorama geral da colonização das Américas e do papel do cristianismo nesse processo, será possível analisar com mais profundidade os impactos dessas dinâmicas na vida dos povos indígenas e africanos que foram subjugados pelos colonizadores europeus. Essa análise será desenvolvida nos capítulos seguintes da tese, que abordarão temas como a escravidão indígena e africana, as formas de resistência dos povos colonizados, a criação de um sistema de castas baseado na raça e a luta pela independência dos países colonizados.


Bibliografia:

Crosby, A. W. (1972). O intercâmbio colombiano: consequências biológicas e culturais de 1492. Westport, CT: Greenwood Press.

Hemming, J. (1978). Ouro vermelho: A conquista dos índios brasileiros, 1500-1760. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Klein, H. S. (1999). Escravidão africana na América Latina e no Caribe. Oxford: Oxford University Press.

Mintz, S. W., & Price, R. (1992). O nascimento da cultura afro-americana: uma perspectiva antropológica. Boston: Beacon Press.

Restall, M. (2018). Quando Montezuma conheceu Cortés: A verdadeira história do encontro que mudou a história. HarperCollins.



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Capítulo 2: A colonização espanhola na América e o papel da Igreja Católica


Introdução:

O presente capítulo tem como objetivo analisar o processo de colonização da América pelos espanhóis e o papel da Igreja Católica nesse processo. A Espanha foi um dos países mais ativos na colonização das Américas, tendo estabelecido colônias em diversas regiões, como México, Peru, Chile e Argentina. A religião foi um dos principais instrumentos utilizados pelos colonizadores para subjugar os povos indígenas, uma vez que a Igreja Católica desempenhava um papel central na vida desses povos. Além disso, a religião também foi utilizada como justificativa para a conquista e exploração das terras americanas.


A chegada dos espanhóis à América e a conquista dos impérios indígenas

A colonização espanhola da América começou em 1492, com a chegada de Cristóvão Colombo às ilhas do Caribe. A partir desse momento, a Espanha iniciou uma intensa atividade de exploração e conquista das terras americanas. Os espanhóis se concentraram inicialmente nas regiões que atualmente correspondem ao México e ao Peru, onde encontraram grandes impérios indígenas, como os astecas e os incas. A conquista desses impérios foi um processo longo e sangrento, marcado por conflitos e massacres de indígenas.


A Igreja Católica e a colonização espanhola

A Igreja Católica desempenhou um papel central na colonização espanhola da América. Os missionários religiosos acompanharam os colonizadores desde o início, tendo como objetivo converter os povos indígenas ao cristianismo. A religião era vista como uma forma de "civilizar" os indígenas, tornando-os submissos à autoridade dos colonizadores. Além disso, a Igreja Católica também desempenhou um papel importante na administração das colônias, tendo sido responsável pela criação de dioceses e pela nomeação de bispos.


A conquista espiritual e a imposição da religião católica

A conquista espiritual foi uma das estratégias utilizadas pelos colonizadores espanhóis para subjugar os povos indígenas. Os missionários utilizavam a religião como uma forma de convencer os indígenas a se submeterem à autoridade espanhola. Além disso, a religião também foi utilizada como justificativa para a tomada das terras indígenas, uma vez que os colonizadores alegavam que as terras eram "terra de ninguém", uma vez que os indígenas não eram cristãos. A imposição da religião católica foi acompanhada de uma intensa atividade de destruição dos templos e das crenças indígenas.


A criação das missões e a organização da Igreja na América

A criação das missões foi uma das estratégias utilizadas pela Igreja Católica para converter os indígenas ao cristianismo. As missões eram comunidades religiosas que ofereciam proteção e assistência aos indígenas, além de ensiná-los a religião católica e as habilidades necessárias para a vida na colônia. As missões foram estabelecidas em diversas regiões da América espanhola, como Califórnia, Texas, Novo México e Paraguai.


A organização da Igreja Católica na América espanhola foi estabelecida por meio da criação de dioceses e da nomeação de bispos. A primeira diocese foi criada em Santo Domingo, em 1511, e ao longo do século XVI foram criadas outras dioceses em diversas regiões da América espanhola. A criação das dioceses permitiu que a Igreja Católica exercesse um controle maior sobre a religiosidade dos povos indígenas e dos colonizadores.


A Inquisição na América espanhola

A Inquisição foi uma instituição criada pela Igreja Católica com o objetivo de combater a heresia. A Inquisição também foi implantada na América espanhola, tendo como principal alvo os judeus e os muçulmanos que haviam se convertido ao cristianismo, mas que ainda praticavam sua religião em segredo. A Inquisição na América espanhola foi responsável por perseguir e executar centenas de pessoas acusadas de heresia.


A resistência indígena à colonização e à religião católica

Apesar dos esforços dos colonizadores e dos missionários, muitos povos indígenas resistiram à colonização e à imposição da religião católica. Muitos se refugiaram nas montanhas e nas florestas, onde mantiveram suas tradições e suas crenças. Alguns povos indígenas também adotaram a religião católica, mas de forma sincrética, mesclando elementos das suas tradições religiosas com a religião católica.


O legado da colonização espanhola e da Igreja Católica na América

O legado da colonização espanhola e da Igreja Católica na América é complexo e ambíguo. Por um lado, a colonização trouxe desenvolvimento e modernização para as regiões colonizadas, além de ter sido responsável pela criação de diversas nações latino-americanas. Por outro lado, a colonização também foi responsável pela destruição de culturas indígenas inteiras, pela exploração e escravização de indígenas e africanos, além de ter deixado profundas marcas de desigualdade e pobreza na América Latina.


Bibliografia:

BENNETT, Herman L. Africanos no México Colonial: Absolutismo, Cristianismo e Consciência Afro-Crioula, 1570-1640. Bloomington: Indiana University Press, 2003.

BRADING, D. A. México Colonial: A Contribuição Jesuíta. Austin: Universidade do Texas Press, 1991.

BRADING, D. A. A Primeira América: Monarcas Espanhóis, Patriotas Crioulos e o Estado Liberal, 1492-1867. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

GREENFIELD, Sidney M. Religião e Cultura no Renascimento e na Reforma. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.

HARVEY, L. P. Muçulmanos em Espanha, 1500 a 1614. Chicago: Universidade de Chicago Press, 2005.

AGUÇADO, Benjamim. A imagem asteca no pensamento ocidental. New Brunswick: Rutgers University Press, 1971.

LOCKHART, Tiago. Os Nahuas Depois da Conquista: Uma História Social e Cultural dos Índios do México Central, Séculos XVI a XVIII. Stanford: Stanford University Press, 1992.

MIGNOLO, Walter D. O Lado Mais Escuro do Renascimento: Alfabetização, Territorialidade e Colonização. Ann Arbor: Editora da Universidade de Michigan, 1995.

PADRÓN, Ricardo. A palavra espaçosa: cartografia, literatura e império no início da Espanha moderna. Chicago: Universidade de Chicago Press, 2004.

PIZARRO, Ana Elizabeth. Bispos, Autoridade e Comunidade na América Latina Colonial. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

RAMÍREZ, Susan E. Ser Índio: A Vida da Índio Sêneca Mary Jemison. Norman: Universidade de Oklahoma Press, 2000.

VILLALTA, Luís. A Guerra pelo Coração e Alma de uma Cidade Maia das Terras Altas. Austin: Universidade do Texas Press, 2011.

WILLIAMS, Robert A. O índio americano no pensamento jurídico ocidental: os discursos da conquista. Oxford: Oxford University Press, 1990.

Essa lista de referências foi escolhida com o objetivo de oferecer um panorama amplo e multidisciplinar sobre a colonização espanhola na América e o papel desempenhado pela Igreja Católica. A obra de D.A. Brading, por exemplo, oferece uma análise da influência dos jesuítas na colonização espanhola, enquanto o livro de Benjamin Keen explora a imagem dos astecas na cultura ocidental. A obra de Walter Mignolo, por sua vez, propõe uma análise crítica da colonização e do Renascimento, enquanto o livro de Ana Elizabeth Pizarro se concentra na organização eclesiástica na América espanhola.

No próximo capítulo, iremos nos aprofundar na exploração e escravização dos povos indígenas e africanos durante a colonização espanhola, bem como na resistência desses povos contra os colonizadores.



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Capítulo 3: A Escravização dos Povos Indígenas e Africanos na Colonização Espanhola


A colonização espanhola da América envolveu a exploração e escravização de povos indígenas e africanos, que foram considerados como seres inferiores e destinados ao trabalho forçado para enriquecer a metrópole. A escravização de africanos e indígenas se tornou uma das principais formas de acumulação de riquezas para a coroa espanhola, e deixou um legado de injustiças e desigualdades sociais que perduram até hoje. Neste capítulo, iremos discutir como se deu a escravização desses povos na América espanhola, suas consequências e as formas de resistência que surgiram contra essa opressão.


A escravização de indígenas começou com a chegada dos espanhóis nas Antilhas em 1492, quando os colonizadores começaram a utilizar a mão de obra indígena para a exploração de ouro e outras riquezas. A escravização de africanos também se tornou comum a partir do século XVI, quando a coroa espanhola começou a importar africanos para trabalhar nas minas de ouro e nas plantações de cana-de-açúcar. A escravização de africanos e indígenas foi justificada pelos colonizadores através da ideologia de superioridade racial e da crença na inferioridade dos povos não-europeus.


A escravização de indígenas e africanos na América espanhola se deu através de diferentes métodos, como a encomienda, a mita, a peonagem e a escravidão propriamente dita. A encomienda foi uma forma de escravização que consistia na distribuição de grupos de indígenas para os colonizadores, que tinham o direito de explorá-los em troca de proteção e evangelização. A mita era uma forma de trabalho forçado em que os indígenas eram obrigados a trabalhar em minas ou em plantações por um período determinado, e a peonagem consistia na exploração de indígenas como trabalhadores temporários em troca de dívidas contraídas.


A escravização de africanos na América espanhola também teve várias formas, como a escravidão doméstica, a escravidão nas plantações e a escravidão nas minas. Os africanos eram capturados na África e vendidos como escravos nas colônias, sendo tratados como objetos de propriedade e obrigados a trabalhar em condições precárias e desumanas. A escravidão de africanos na América espanhola durou até o século XIX, quando foi abolida em diferentes momentos nos diferentes países colonizados.


A escravização de indígenas e africanos na América espanhola teve consequências graves para esses povos, que foram privados de suas liberdades, seus direitos e suas culturas. Os escravizados foram sujeitos a castigos físicos, doenças, fome e morte precoce, e muitas vezes foram obrigados a renunciar a suas crenças e tradições em nome do cristianismo imposto pelo colonizador. A escravização também teve impactos socioeconômicos, pois a exploração de mão de obra barata permitiu a acumulação de riquezas para a coroa espanhola e para os colonizadores, enquanto deixava os escravizados em condições precárias de vida e trabalho.


No entanto, a escravização não foi aceita passivamente pelos povos indígenas e africanos. Houve várias formas de resistência contra a opressão, como a fuga, a rebelião e a formação de comunidades autônomas. Os povos indígenas resistiram através da manutenção de suas culturas e tradições, da organização em comunidades autônomas e da luta armada, como a Guerra do Chaco no Paraguai em 1932-1935. Os africanos também resistiram através de rebeliões, fugas e formações de comunidades autônomas, como a Palenque de San Basilio na Colômbia, que foi fundada por africanos fugidos durante o período colonial.


A escravização de povos indígenas e africanos na América espanhola foi uma das maiores violações dos direitos humanos na história, e deixou um legado de desigualdades e injustiças que ainda afetam a região hoje em dia. É importante entender as raízes desse legado para poder enfrentar as consequências atuais da colonização e trabalhar pela justiça social e pelos direitos dos povos afetados.


Referências:

Galeano, E. (1973). As veias abertas da América Latina. Paz e Terra.

Guillén, J. Y. (2015). Indígenas y afrodescendientes en América Latina: resistencias y luchas por la igualdad. Revista Iberoamericana, 11(1), 46-63.

Klein, H. S. (2001). Escravidão africana na América Latina e no Caribe. Oxford University Press.

Restall, M. (2016). O meio negro: africanos, maias e espanhóis no Yucatán colonial. Imprensa da Universidade de Stanford.

Wade, P. (1997). Negritude e mistura de raça: a dinâmica da identidade racial na Colômbia. Imprensa da Universidade Johns Hopkins.



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Capítulo 4: O Papel do Cristianismo na Colonização das Américas


O cristianismo foi uma das principais justificativas para a colonização das Américas pelos europeus. A ideia era que os colonizadores tinham a responsabilidade de levar a mensagem cristã aos povos "pagãos" que encontravam, e assim, salvar suas almas. No entanto, o uso do cristianismo como uma ferramenta de dominação foi mais complexo do que essa justificativa inicial. O presente capítulo busca analisar o papel do cristianismo na colonização das Américas, desde as primeiras missões até as consequências atuais da imposição religiosa.


As missões cristãs eram um dos principais instrumentos de dominação religiosa durante a colonização. As ordens religiosas católicas, como os franciscanos e os jesuítas, foram encarregados de converter os povos indígenas ao cristianismo. A conversão era vista como um passo necessário para a civilização dos "bárbaros" e para a criação de súditos leais à coroa. No entanto, a conversão também foi utilizada como um meio de controle social, já que os missionários tinham um grande poder sobre as comunidades convertidas.


Além disso, a imposição do cristianismo foi muitas vezes violenta e coercitiva. Os missionários frequentemente destruíam os templos e símbolos religiosos dos povos indígenas, forçavam a conversão e puniam aqueles que não seguiam as doutrinas católicas. Isso gerou resistência e conflitos entre os povos indígenas e os colonizadores, e contribuiu para a criação de uma mentalidade de dominação e superioridade cultural dos europeus sobre os povos colonizados.


A imposição do cristianismo também teve consequências na vida cotidiana dos povos indígenas. As doutrinas cristãs eram muitas vezes incompatíveis com as tradições e costumes locais, o que levou a um processo de sincretismo religioso, onde os povos indígenas combinavam elementos do cristianismo com suas próprias crenças e práticas religiosas. Esse sincretismo permitiu a preservação de algumas tradições e práticas culturais, mas também gerou uma perda de identidade cultural e uma fragmentação das comunidades indígenas.


O papel do cristianismo na colonização das Américas também teve consequências na construção da identidade latino-americana. A imposição do cristianismo pelos colonizadores europeus contribuiu para a construção de uma identidade coletiva baseada na religião e na cultura europeia, em detrimento das culturas e tradições dos povos indígenas e africanos. Isso gerou um processo de aculturação e assimilação, que afetou profundamente a identidade dos povos colonizados.


No entanto, é importante ressaltar que a imposição do cristianismo não foi totalmente bem-sucedida. Os povos indígenas e africanos foram capazes de resistir e adaptar-se às novas realidades impostas pelos colonizadores, e mantiveram muitas de suas tradições e crenças. Além disso, o cristianismo também foi reinterpretado pelos povos colonizados, levando à criação de novas formas de religiosidade, como o candomblé no Brasil ou o sincretismo andino na América do Sul.


No contexto atual, as consequências da imposição do cristianismo ainda podem ser vistas em muitos países da América Latina. A religião católica continua a ser a principal religião em muitos países, e a influência da Igreja Católica é frequentemente vista em questões políticas e sociais. Além disso, muitas comunidades indígenas continuam a lutar pela preservação de suas tradições religiosas e culturais, em meio à pressão da cultura dominante.


Em suma, o papel do cristianismo na colonização das Américas foi complexo e multifacetado. O cristianismo foi utilizado como uma ferramenta de dominação e controle, mas também gerou resistência e adaptação dos povos colonizados. As consequências da imposição religiosa ainda podem ser vistas na construção da identidade latino-americana e nas lutas atuais por preservação cultural e religiosa.


Referências Bibliográficas:

Bartolomé de Las Casas. (2007). Brevísima relación de la destrucción de las Indias. Madrid: Alianza Editorial.

Braga, R. (2015). A construção da identidade latina e as contribuições afro-latino-americanas. Cadernos Cenpec, 5(2), 26-41.

González, O. (2005). A América Latina na encruzilhada do século XXI: a colonialidade do poder, a nova questão social e o impasse civilizatório. Revista Crítica de Ciências Sociais, 71, 11-44.

Santos, E. M. (2010). O papel do cristianismo na colonização da América. Revista de História Regional, 15(1), 41-60.

Todorov, T. (1993). A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes.

Silva, V. P. (2007). Indígenas, jesuítas e colonos: o encontro de culturas no Brasil colonial. História da Educação, 11, 25-42.

Vargas, V. (2009). A evangelização dos índios e a formação da cultura brasileira. In V. Vargas, M. de F. M. Vargas, & N. P. de Oliveira (Eds.), História do ensino de línguas no Brasil, vol. 1 (pp. 27-46). Campinas, SP: Pontes.

Williams, R. (2014). O legado de Carlos V: o catolicismo e a colonização da América. In R. Williams, As Américas: a história de um hemisfério (pp. 165-189). Nova Iorque: Routledge.

Xavier, A. (2012). O cristianismo na América Latina: uma análise histórico-cultural. In Anais do Encontro Nacional de História da Mídia, 11. Recuperado de http

Zenteno, M. (2018). La evangelización y el pensamiento misionero en la época colonial de América. Reflexiones históricas, 22(1), 141-156.



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Capítulo 5: A escravidão africana nas Américas e a cumplicidade do cristianismo


A escravidão africana nas Américas é um dos aspectos mais brutais e traumáticos da história do continente, deixando marcas profundas até os dias de hoje. Embora o tráfico de escravos africanos tenha sido uma prática comum em várias partes do mundo, a escala e a natureza da escravidão nas Américas foram únicas. A abordagem dos europeus ao comércio de escravos africanos foi amplamente motivada pelo lucro, com muitas nações europeias competindo por controle e domínio dos mercados de escravos nas Américas. O papel desempenhado pelo cristianismo na legitimação e perpetuação desse comércio e da escravidão é um aspecto frequentemente negligenciado da história da escravidão nas Américas.


Este capítulo examina o papel do cristianismo na escravidão africana nas Américas, analisando como a religião foi usada tanto para justificar a escravidão como para confortar e controlar os escravos. O capítulo começa traçando a história do tráfico de escravos africanos para as Américas, desde as primeiras incursões portuguesas na costa da África até o fim da escravidão no século XIX. Em seguida, explora como o cristianismo foi utilizado pelos colonizadores para justificar a escravidão, argumentando que os escravos africanos eram "pagãos" que precisavam ser "salvos" da sua própria ignorância e levados à "civilização cristã".


O capítulo também examina como a religião foi usada pelos colonizadores para controlar os escravos, apresentando a religião como uma forma de conforto e esperança em face da opressão e exploração. Alguns escravos, especialmente aqueles que foram convertidos ao cristianismo, encontraram consolo e esperança nas mensagens de redenção e salvação da religião. No entanto, essa mesma religião também foi usada para manter os escravos submissos e docilmente aceitando sua condição de escravos, apresentando a ideia de que a escravidão era uma punição justa para seus pecados.


O capítulo também explora a resistência dos escravos africanos à opressão e exploração, incluindo a formação de comunidades independentes, a luta por direitos e liberdade, e as revoltas e rebeliões contra seus senhores. O papel do cristianismo nessas lutas e resistências é analisado, com destaque para a maneira como a religião foi usada tanto pelos colonizadores quanto pelos escravos na busca por liberdade e justiça.


Bibliografia:

Blackburn, R. (1997). A construção da escravidão do Novo Mundo: do barroco ao moderno, 1492-1800. Verso.

Frazier, E. F. (1983). A igreja negra na América. Schocken Livros.

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Lovejoy, Paul E. "A Igreja na América Latina Colonial". Latin American Research Review, vol. 27, n. 3, 1992, pp. 7-36. JSTOR, www.jstor.org/stable/2503654.

LOCKHART, Tiago. "Igreja e Conquista no México". Passado e Presente, vol. 85, n. 1, 1979, pp. 36-61. JSTOR, www.jstor.org/stable/650574.

RESTALL, Mateus. O Meio Negro: africanos, maias e espanhóis no Yucatán colonial. Stanford University Press, 2009.

Silverblatt, Irene. Inquisições Modernas: Peru e as Origens Coloniais do Mundo Civilizado. Duke University Press, 2004.

Taylor, William B. "A cristianização dos povos indígenas na América Latina". Manual de Estudos Latino-Americanos, vol. 65, 2005, pp. 206-219. JSTOR, www.jstor.org/stable/25064378.

Essas fontes oferecem uma variedade de perspectivas sobre o papel da Igreja na colonização, incluindo seu trabalho missionário, o estabelecimento de missões e o impacto do cristianismo nas comunidades indígenas. Além disso, algumas fontes examinam as maneiras pelas quais os povos indígenas resistiram e se adaptaram à cristianização, destacando a natureza complexa e contestada desse processo.



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Capítulo 6: Escravidão nas Américas: Escravização Africana e Indígena


Este capítulo examinará as maneiras pelas quais a escravidão foi usada na colonização das Américas, com foco na escravização de povos indígenas e africanos. O capítulo explorará as semelhanças e diferenças entre essas duas formas de escravização, bem como o impacto a longo prazo da escravidão nas comunidades indígenas e africanas.


A escravidão era uma característica central do colonialismo nas Américas, e a escravização dos povos indígenas começou logo após a chegada dos europeus ao Novo Mundo. Os povos indígenas eram frequentemente forçados a trabalhar através dos sistemas de encomienda e repartimiento, o que exigia que eles trabalhassem para os colonizadores espanhóis em troca de proteção e instrução religiosa. Esses sistemas eram muitas vezes brutais e exploradores, e muitos povos indígenas morreram como resultado de excesso de trabalho e maus-tratos.


A escravização dos africanos começou no início do século 16, quando os europeus começaram a importar escravos africanos para trabalhar em plantações e minas. Essa forma de escravidão era distinta da escravização indígena, pois os africanos eram tratados como propriedade e não tinham direitos legais. O tráfico transatlântico de escravos levou à migração forçada de milhões de africanos para as Américas, e o legado desse sistema ainda pode ser visto nas desigualdades sociais e econômicas que persistem hoje.


Apesar das diferenças entre a escravização indígena e africana, também havia semelhanças nas formas como esses sistemas operavam. Ambas as formas de escravidão envolviam o trabalho forçado de povos oprimidos, e ambas eram justificadas através da ideia de superioridade racial. Além disso, os povos indígenas e africanos resistiram à escravização por vários meios, incluindo rebelião, fuga e preservação de práticas culturais.


Este capítulo também explorará o impacto a longo prazo da escravidão nas comunidades indígenas e africanas. A escravidão teve um impacto profundo em ambos os grupos, com muitas comunidades indígenas experimentando uma perda de cultura, língua e terra como resultado da colonização e escravização. Da mesma forma, as comunidades africanas nas Américas foram submetidas a séculos de discriminação e violência, e o legado da escravidão ainda pode ser visto nas desigualdades raciais que persistem em muitas partes do mundo.


Algumas fontes a serem consideradas para este capítulo incluem:

Blackburn, Robin. A Construção da Escravidão do Novo Mundo: Do Barroco ao Moderno, 1492-1800. Verso, 1997.

Campbell, Gwyn. A Estrutura da Escravidão no Oceano Índico, África e Ásia. Routledge, 2004.

RESTALL, Mateus. Os Conquistadores: Uma Introdução Muito Curta. Oxford University Press, 2012.

Sweet, James H. Recriando a África: Cultura, Parentesco e Religião no Mundo Africano-Português, 1441-1770. Editora da Universidade da Carolina do Norte, 2003.

Thornton, John K. África e africanos na Construção do Mundo Atlântico, 1400-1800. Cambridge University Press, 1998.

Essas fontes oferecem uma gama de perspectivas sobre a história da escravidão nas Américas, incluindo o comércio transatlântico de escravos, a escravização indígena e o impacto da escravidão nas comunidades africanas e indígenas. Além disso, algumas fontes examinam as maneiras pelas quais os povos escravizados resistiram a seus opressores, destacando a agência e a resiliência daqueles que foram submetidos a esses sistemas.



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Capítulo 7: A tomada das riquezas em benefício das coroas colonizadoras


Desde o início da colonização das Américas, as potências europeias se valeram da religião como um dos principais instrumentos para justificar a tomada das riquezas do continente em benefício de suas próprias coroas. Para isso, lançaram mão de argumentos que associavam a posse dessas riquezas à propagação da fé cristã e ao cumprimento de uma suposta missão divina.


Na Espanha, por exemplo, os conquistadores que chegaram às Américas no século XVI eram incentivados a se considerar missionários e a ver sua conquista como um ato de expansão da fé católica. Dessa forma, a Coroa espanhola pôde justificar a exploração dos recursos naturais das Américas como uma forma de arrecadar fundos para financiar a guerra contra os mouros no Mediterrâneo e manter a hegemonia católica na Europa.


Já em Portugal, a conquista das riquezas do Brasil no século XVI foi justificada pelo rei português como um ato de propagação da fé católica e de combate ao paganismo dos índios. A figura do jesuíta se destacou como um dos principais agentes dessa estratégia, sendo responsável por catequizar os povos indígenas e, ao mesmo tempo, explorar as riquezas minerais da colônia em nome da Coroa portuguesa.


No contexto da Reforma Protestante, a Inglaterra se destacou como uma potência colonizadora que também lançou mão da religião como justificativa para a tomada das riquezas das Américas. No caso da colonização da Virgínia, no início do século XVII, a presença da Igreja Anglicana na colônia foi utilizada para reforçar a ideia de que a colonização inglesa era um ato de expansão do protestantismo e de combate ao catolicismo.


Além da religião, outras justificativas também foram utilizadas pelas potências colonizadoras para a tomada das riquezas das Américas. A ideia de que os povos indígenas eram bárbaros e incivilizados, por exemplo, foi um argumento recorrente para justificar a dominação europeia sobre o continente. Já a necessidade de acumular riquezas para financiar as guerras e manter a hegemonia europeia no contexto das rivalidades entre as potências colonizadoras também foi uma razão importante.


Independentemente das justificativas utilizadas, é inegável que a tomada das riquezas das Américas teve um impacto profundo no continente e em suas populações. A exploração desenfreada dos recursos naturais levou à destruição de ecossistemas inteiros e à extinção de espécies animais e vegetais. Além disso, a exploração dos povos indígenas e a escravização de milhões de africanos gerou um legado de desigualdade e exclusão social que ainda é sentido até hoje.


Em resumo, a tomada das riquezas das Américas em benefício das coroas colonizadoras foi uma prática que se baseou em diferentes justificativas, sendo a religião uma delas. A exploração desenfreada dos recursos naturais e das populações indígenas e africanas deixou um legado de destruição e exclusão que ainda é sentido na região.


No entanto, é importante lembrar que a exploração das riquezas das Américas não foi um processo homogêneo em todas as regiões do continente e em todas as épocas. Houveram diferenças significativas, tanto nas práticas coloniais adotadas pelas diferentes potências europeias, como na resistência dos povos indígenas e africanos a essas práticas.


Ao longo dos séculos, muitos movimentos de resistência surgiram em resposta à exploração colonial. Destacam-se, por exemplo, as rebeliões indígenas lideradas por líderes como Tupac Amaru no Peru e Guaicaipuro no atual território da Venezuela. Também há exemplos de movimentos de escravos, como a Revolta dos Malês na Bahia, Brasil, e a Revolta de Nat Turner na Virgínia, EUA.


Esses movimentos de resistência foram importantes para desafiar a lógica colonialista e a hegemonia das potências europeias sobre o continente americano. No entanto, eles não foram capazes de impedir a exploração e a apropriação das riquezas das Américas pelas coroas colonizadoras.


Atualmente, a questão da tomada das riquezas das Américas ainda é objeto de debates e controvérsias. Há uma crescente demanda por reparação histórica e justiça social, que reconheça a dívida histórica que as potências colonizadoras têm com os povos indígenas e africanos que foram explorados e subjugados durante séculos.


Bibliografia:

Galeano, Eduardo. As veias abertas da América Latina. Porto Alegre: L&PM, 2010.

Grosfoguel, Ramón. "Colonialismo interno y epistemicidio: una mirada desde las fronteras del imperio". Tabula Rasa, n. 9, 2008.

Mignolo, Walter. "La colonialidad a lo largo y a lo ancho: el hemisferio occidental en el horizonte colonial de la modernidad". Revista de Crítica Literária Latinoamericana, vol. 34, n. 68, 2008.

Quijano, Aníbal. "Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina". In: La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

Restrepo, Eduardo. "¿De qué hablamos cuando hablamos de colonialidad del poder?". Nómadas, n. 25, 2006.

Santos, Boaventura de Sousa. "La globalización del derecho: los nuevos caminos de la regulación y la emancipación". Madrid: Trotta, 2004.

Stavenhagen, Rodolfo. "La cuestión étnica: algunos desafíos para la democracia y los derechos humanos". América Latina Hoy, n. 27, 2001.

Todorov, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 1983.

Wallerstein, Emanuel. O moderno sistema mundial: a agricultura capitalista e as origens da economia-mundo europeia no século XVI. São Paulo: Contexto, 2011.

Em conclusão, a tomada das riquezas das Américas pelas coroas colonizadoras foi justificada por meio da religião e de outros argumentos eurocêntricos, que serviram para legitimar a exploração dos povos indígenas e africanos. Esse processo de apropriação das riquezas naturais das Américas deixou um legado de destruição e exclusão, que ainda é sentido na região. Movimentos de resistência surgiram em resposta à exploração colonial, mas não foram capazes de impedir a apropriação das riquezas pelas coroas colonizadoras. Atualmente, há uma crescente demanda por reparação histórica e justiça social, que reconheça a dívida histórica que as potências colonizadoras têm com os povos indígenas e africanos que foram explorados e subjugados durante séculos.



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Capítulo 8: O papel da Igreja Católica na colonização


A Igreja Católica desempenhou um papel fundamental na colonização das Américas, desde a chegada dos primeiros exploradores europeus até o estabelecimento de colônias e missões religiosas em todo o continente. A religião foi usada como justificativa para a conquista e a opressão dos povos indígenas, com a ideia de que a Igreja tinha a responsabilidade de "civilizar" os povos pagãos e convertê-los ao cristianismo.


Os primeiros contatos entre os europeus e os povos indígenas geralmente envolviam trocas culturais, mas também conflitos violentos. Os exploradores europeus muitas vezes tentavam impor sua autoridade por meio da força, enquanto os povos indígenas resistiam à invasão de suas terras e ao desrespeito de suas tradições. A Igreja Católica tentou mediar esses conflitos, defendendo a proteção dos direitos humanos dos povos indígenas e a promoção da paz e da justiça.


No entanto, a Igreja também contribuiu para a opressão dos povos indígenas por meio da prática da evangelização forçada e do estabelecimento de colônias e missões religiosas. Os missionários muitas vezes tentavam impor sua religião e cultura aos povos indígenas, proibindo suas tradições e costumes nativos e substituindo-os pela cultura europeia. Muitas vezes, os missionários também contribuíram para a exploração econômica dos povos indígenas, usando sua influência para obter terras e recursos naturais.


Alguns líderes da Igreja Católica, como Bartolomé de las Casas, defendiam os direitos dos povos indígenas e se opunham à violência e exploração cometidas pelos colonizadores europeus. No entanto, suas ideias eram frequentemente ignoradas ou rejeitadas pela maioria da Igreja e pelos governantes coloniais. A Igreja Católica continuou a desempenhar um papel importante na colonização das Américas, contribuindo para a opressão e exploração dos povos indígenas.


Hoje, a Igreja Católica tem um papel importante na luta pela justiça social e pela defesa dos direitos dos povos indígenas. A Igreja tem se comprometido com a proteção do meio ambiente e dos direitos humanos, promovendo a reconciliação e a paz entre as diferentes culturas e tradições. No entanto, ainda há muito a ser feito para reconhecer e reparar as injustiças cometidas no passado e para promover uma verdadeira justiça e igualdade entre todos os povos.


Bibliografia:

Acosta, José de. História natural e moral de las Indias. Madrid: Alianza, 2009.

Bataillon, Marcel. Erasmo y España: estudios sobre la historia espiritual del siglo XVI. Madrid: Taurus, 2000.

De las Casas, Bartolomé. Brevísima relación de la destrucción de las Indias. Madrid: Alianza, 2014.

Gutiérrez, Gustavo. Uma Teologia da Libertação: História, Política e Salvação. Maryknoll, NY: Orbis Books, 1988.

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Lavrin, Assunção. Mulheres, feminismo e mudança social na Argentina, Chile e Uruguai, 1890-1940. Lincoln, NE: Universidade de Nebraska Press, 1995.

PAGDEN, Antônio. A Queda do Homem Natural: O Índio Americano e as Origens da Etnologia Comparada. Cambridge: Cambridge University Press, 1986.

Todorov, Tzvetan. A Conquista da América: A Questão do Outro. Nova Iorque: Harper Perennial, 1996.

Tecelão, Jace. O Atlântico Vermelho: Índios Americanos e a Construção do Mundo Moderno, 1000-1927. Chapel Hill: Editora da Universidade da Carolina do Norte, 2014.

Zavala, Sílvio. La conquista de México. Cidade do México: Fondo de Cultura Económica, 2015.



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Capítulo 9: A resistência indígena e africana


Desde o início da colonização, os povos indígenas e africanos lutaram contra a invasão de seus territórios e a exploração de suas riquezas. Eles resistiram de várias formas, desde ações mais diretas, como revoltas e fugas, até estratégias mais sutis, como a preservação de suas culturas e tradições. A resistência indígena e africana é um exemplo de como a história da colonização não se limita apenas à perspectiva dos colonizadores, mas também inclui as vozes dos oprimidos.


Os povos indígenas resistiram à colonização de várias maneiras. Muitos lutaram em batalhas contra os invasores e defenderam suas terras, como os tupinambás, que resistiram à colonização portuguesa no século XVI. Outros grupos, como os yanomami e os kayapó, adotaram estratégias de evasão, vivendo em áreas remotas e inacessíveis para evitar o contato com os colonizadores. Além disso, muitos povos mantiveram suas tradições e cultura, mesmo sob a pressão do colonizador. Eles realizavam suas festas, rituais e crenças, muitas vezes em segredo, para evitar a interferência dos invasores em sua vida cultural.


Da mesma forma, os africanos que foram escravizados e trazidos para as Américas resistiram de diversas maneiras. Alguns se rebelaram contra seus senhores e tentaram fugir, como os líderes quilombolas Zumbi dos Palmares, na região de Alagoas no Brasil, e Nat Turner, nos Estados Unidos. Outros desenvolveram estratégias de resistência passiva, como fingir doença ou trabalhar lentamente, a fim de diminuir a produtividade das plantações. Além disso, os africanos escravizados mantiveram suas tradições culturais, apesar da repressão, como a música, a dança e as crenças religiosas.


A resistência indígena e africana foi influenciada pela cultura e pelo contexto em que os povos viviam. Por exemplo, os povos indígenas das planícies norte-americanas eram nômades e, portanto, tinham uma capacidade maior de fugir dos colonizadores, enquanto os povos sedentários do México tinham uma estrutura social mais complexa e, portanto, resistiam de outras formas. Os africanos também tinham origens culturais diferentes, que afetaram as suas estratégias de resistência.


No entanto, a resistência indígena e africana foi frequentemente reprimida com violência pelos colonizadores. Os povos indígenas foram massacrados, tiveram suas terras confiscadas e suas culturas suprimidas. Os africanos foram submetidos a punições severas, como a tortura e a morte, e tiveram suas culturas suprimidas e subjugadas. A resistência desses povos foi fundamental para a construção de um mundo mais justo e igualitário.


Hoje, a resistência indígena e africana é um símbolo de orgulho e perseverança para muitos. A valorização dessas histórias é essencial para a compreensão da história da colonização e da formação das sociedades atuais modernas. Além disso, a preservação das culturas indígenas e africanas é importante para a diversidade cultural e a promoção do respeito mútuo entre os povos.


É importante lembrar que a luta pela igualdade e justiça ainda continua, e que a resistência indígena e africana é um legado que deve ser honrado e apoiado. Ainda há muitas comunidades indígenas e afrodescendentes que lutam por seus direitos e pela preservação de suas culturas em todo o mundo, enfrentando desafios como a discriminação, a pobreza e a falta de acesso à educação e aos serviços básicos de saúde.


Bibliografia:

MOURA, Clóvis. Rebeliões da senzala: quilombos, insurreições, guerrilhas. São Paulo: Brasiliense, 1989.

SCHMITZ, João. Os povos indígenas do Brasil: convivendo com o homem branco desde 1500. Norman: Universidade de Oklahoma Press, 2001.

HIGGINS, Kathleen J. Indígenas e escravos: resistência e luta contra a dominação colonial no México, 1520-1660. São Paulo: Editora UNESP, 2006.

HALL, Gwendolyn Midlo. Africanos na Louisiana colonial: o desenvolvimento da cultura afro-crioula no século XVIII. Baton Rouge: Louisiana State University Press, 1992.

LOPES, Nei. Enciclopédia brasileira da diáspora africana. São Paulo: Selo Negro Edições, 2004.

MIRANDA, Carolina de. Territórios quilombolas: disputas jurídicas, políticas e identitárias. São Paulo: Annablume, 2008.

REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos Malês em 1835. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

GOMES, Flávio dos Santos. Histórias de quilombolas: mocambos e comunidades de senzalas no Rio de Janeiro, século XIX. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.

SILVA, Eduardo. A resistência africana no Brasil. Rio de Janeiro: Pallas, 2006.

GORDON, Edmund T. Diásporas díspares: identidade e política em uma Nicarágua africana. Austin: Universidade do Texas Press, 1998.

BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

Em resumo, a resistência indígena e africana à colonização foram importantes para a história da formação de muitos países e culturas do mundo. A luta contra a opressão e a discriminação é um legado importante que deve ser valorizado e apoiado. É importante que as pessoas entendam a história desses povos e apoiem suas lutas contínuas pela igualdade, justiça e preservação de suas culturas. A resistência indígena e africana é uma parte importante da história e da diversidade cultural do mundo, e sua preservação é essencial para a construção de um mundo mais justo e igualitário.


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Capítulo 10: As implicações atuais


A colonização das Américas pelos europeus, em particular pelos espanhóis e portugueses, teve implicações profundas e duradouras para os povos indígenas e africanos que habitavam a região. A religião, em particular o cristianismo, foi usada como uma ferramenta para justificar a dominação e exploração desses povos. A imposição da fé cristã aos povos indígenas e africanos era frequentemente acompanhada pela destruição de suas culturas e tradições religiosas.


As implicações da colonização e da imposição da religião cristã continuam a ser sentidas hoje. As tradições e crenças dos povos indígenas foram interrompidas e muitas vezes perdidas, e a posição social e econômica desses povos nas sociedades coloniais foi frequentemente marginalizada. Isso teve consequências duradouras na forma como os povos indígenas são percebidos e tratados nas Américas hoje.


Da mesma forma, a escravidão de africanos e seus descendentes nas Américas foi justificada pela religião cristã. A subordinação dos africanos e afro-americanos nas sociedades coloniais e pós-coloniais teve consequências duradouras para sua posição social e econômica nas Américas. A discriminação e a marginalização ainda são problemas graves enfrentados pelos afro-americanos em muitos países das Américas.


Além das implicações sociais e culturais, a colonização das Américas também teve implicações políticas e econômicas. As potências colonizadoras europeias usaram a América para expandir sua riqueza e poder, frequentemente às custas dos povos indígenas e africanos. Essa exploração econômica continua a ter implicações para a relação entre as Américas e as potências colonizadoras europeias hoje.


A colonização das Américas também teve implicações para a forma como a história é contada e ensinada nas Américas. A história oficial frequentemente se concentra nas realizações dos colonizadores europeus e na forma como eles "descobriram" as Américas, em vez de reconhecer a complexidade das sociedades indígenas que já habitavam a região. Isso contribui para a marginalização contínua dos povos indígenas nas Américas.


Para lidar com essas implicações, muitos povos indígenas e afro-americanos nas Américas estão lutando por uma maior representação e reconhecimento de suas culturas e tradições. Muitos estão buscando a revitalização das línguas indígenas e das tradições religiosas que foram perdidas durante a colonização. Além disso, muitos estão lutando por maior igualdade social e econômica nas sociedades pós-coloniais.


A compreensão da história da colonização das Américas e do papel da religião na justificação da opressão é crucial para entender as implicações atuais desses eventos históricos. Isso requer uma abordagem crítica da história e uma disposição para reconhecer e lidar com o legado da colonização nas Américas.


Referências:

Acosta, L. (1999). O período colonial na história da América Latina

Arnold, D. (2004). A Nova História da Índia de Cambridge: Ciência, Tecnologia e Medicina na Índia Colonial. Imprensa da Universidade de Cambridge.

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Dussel, E. (1995). A Invenção das Américas: Eclipse do "Outro" e o Mito da Modernidade. Contin

Fanon, F. (1963). Os miseráveis da Terra. Grove Press.

Grosfoguel, R. (2013). A Estrutura do Conhecimento nas Universidades Ocidentalizadas: Racismo Epistêmico / Sexismo e os Quatro Genocídios / Epistemicídios do Longo Século 16. Arquitetura Humana: Revista de Sociologia do Autoconhecimento, 11(1), 73-90.

Quijano, A. (2007). Colonialidade e modernidade/racionalidade. Estudos Culturais, 21(2-3), 168-178.

Restall, M. (2018). Quando Montezuma conheceu Cortés: A verdadeira história do encontro que mudou a história. Ecco.

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Wallerstein, I. (1974). O sistema-mundo moderno I: a agricultura capitalista e as origens da economia mundial europeia no século XVI. Imprensa Acadêmica.

Winn, P. (1990). Vítimas do progresso. Oxford University Press.




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Capítulo 11: A questão da reparação


A questão da reparação é uma discussão relevante quando se trata dos impactos da colonização e do uso da religião para justificar práticas opressivas nas Américas. O debate sobre a reparação pode ser visto como um esforço para corrigir as injustiças históricas cometidas contra as populações indígenas e africanas e para promover a igualdade e a justiça social. No entanto, há divergências quanto à forma como a reparação deve ser realizada e quem deve ser responsável por ela.


Uma abordagem para a reparação é a compensação econômica, que envolve o pagamento de uma indenização financeira às comunidades afetadas pela colonização. A ideia é que a compensação possa ajudar a mitigar as consequências econômicas negativas da colonização, como a perda de terras e recursos naturais. No entanto, esta abordagem tem sido criticada por alguns que argumentam que a reparação econômica pode ser vista como uma forma de "comprar" o perdão pela opressão histórica


Outra abordagem para a reparação é o reconhecimento de direitos, que pode incluir medidas como a proteção dos direitos culturais e linguísticos das comunidades indígenas e afrodescendentes, bem como o reconhecimento oficial das injustiças cometidas no passado. Este reconhecimento pode ajudar a promover a justiça social e a igualdade, mas também pode enfrentar desafios políticos e legais.


A recuperação de patrimônio cultural e histórico é outra forma de reparação que tem sido defendida por muitos. Isso envolve a devolução de artefatos culturais e outras propriedades históricas que foram tirados das comunidades durante a colonização. Essa abordagem pode ajudar a restaurar o patrimônio cultural e a identidade das comunidades afetadas pela colonização, mas também pode enfrentar desafios legais e políticos.


Outro aspecto importante a ser considerado é a responsabilidade pelos danos causados pela colonização e pelo uso da religião para justificar práticas opressivas. Alguns argumentam que os governos europeus que colonizaram as Américas são responsáveis por reparar os danos causados, enquanto outros acreditam que as responsabilidades recaem sobre as sociedades latino-americanas contemporâneas que se beneficiam das consequências da colonização.


No entanto, há uma crescente demanda por reparação por parte das comunidades indígenas e afrodescendentes em toda a América Latina. Organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch, têm pressionado governos e organizações internacionais a fornecerem reparação e justiça para as vítimas da colonização e do uso da religião para justificar práticas opressivas.


Para avançar o debate sobre a reparação, é importante que as diferentes perspectivas sejam ouvidas e consideradas. Isso envolve a promoção de um diálogo construtivo e inclusivo entre as comunidades afetadas, os governos nacionais e as organizações internacionais.


Algumas iniciativas têm sido tomadas para promover a reparação na América Latina. No Brasil, por exemplo, a Fundação Cultural Palmares tem trabalhado para promover a reparação dos danos causados aos negros, descendentes dos escravos do passado.


Alguns argumentam que a reparação deve ser focada na restauração do patrimônio cultural e histórico dos povos indígenas e afrodescendentes, incluindo a recuperação de línguas e tradições perdidas. Além disso, a reparação pode incluir o reconhecimento e a proteção dos direitos das comunidades afetadas pela colonização, incluindo o direito à terra, à autonomia e à autodeterminação.


No entanto, a questão da reparação é complexa e controversa, com muitos argumentando que é impossível reparar completamente os danos causados pela colonização e pelo uso da religião para justificar práticas opressivas. Além disso, a reparação pode ser vista como uma questão política, com alguns argumentando que as potências colonizadoras europeias têm a responsabilidade de reparar os danos causados pela colonização, enquanto outros argumentam que a responsabilidade recai sobre as próprias sociedades colonizadas.


Em última análise, a questão da reparação para as comunidades afetadas pela colonização e pelo uso da religião para justificar práticas opressivas é complexa e multifacetada, envolvendo questões de justiça social, política e econômica. No entanto, muitos argumentam que é fundamental reconhecer e confrontar o legado da colonização e trabalhar para garantir justiça e igualdade para todas as comunidades afetadas.


Bibliografia:

Crenshaw, K. (1991). Mapeando as margens: Interseccionalidade, políticas identitárias e violência contra mulheres de cor. Stanford Law Review, 43(6), 1241-1299.

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Fanon, F. (1963). Os miseráveis da terra. Grove Press.

ganchos, b. (1981). Ain't I a woman?: Mulheres negras e feminismo. South End Press.

Lorde, A. (1984). Irmã forasteira: Ensaios e discursos. Imprensa de Travessia.

Said, E. W. (1978). Orientalismo. Vindima.

Stoler, A. L. (1995). Raça e educação do desejo: a história da sexualidade de Foucault e a ordem colonial das coisas. Imprensa da Universidade de Duke.

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Simpson, A. B. (2016). Mohawk interruptus: Vida política através das fronteiras dos estados colonos. Imprensa da Universidade de Duke.

Tuck, E., & Yang, K. W. (2012). A descolonização não é uma metáfora. Descolonização: Indigeneidade, educação e sociedade, 1(1).

Essas obras oferecem perspectivas importantes sobre a questão da reparação para as comunidades afetadas pela colonização e pelo uso da religião para justificar práticas opressivas. Elas discutem questões de justiça social, política e econômica, bem como a importância do reconhecimento do legado da colonização e do trabalho contínuo para garantir justiça e igualdade para todas as comunidades afetadas. A partir dessas perspectivas, podemos explorar diferentes abordagens para a reparação, incluindo a compensação econômica, o reconhecimento de direitos e a recuperação de patrimônio cultural e histórico. No entanto, a questão da reparação é complexa e controversa, e requer diálogo e engajamento contínuos entre as comunidades afetadas, as potências colonizadoras europeias e outras partes interessadas.




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Capítulo 12: O papel da teologia na colonização


A colonização das Américas foi marcada por uma série de práticas opressivas que foram justificadas por interpretações teológicas. Os colonizadores europeus acreditavam que tinham uma missão divina de expandir sua religião e cultura para outras partes do mundo, e muitos usavam a religião para justificar a escravidão, o genocídio e a exploração dos povos nativos das Américas. A teologia foi usada para justificar a superioridade dos europeus e para desumanizar os povos indígenas, considerando-os pagãos e inferiores.


Os colonizadores europeus muitas vezes forçaram os povos indígenas a se converterem ao cristianismo, muitas vezes de forma violenta. Eles acreditavam que a conversão era necessária para salvar as almas dos nativos, e muitas vezes proibiam suas práticas religiosas tradicionais. As missões cristãs foram estabelecidas em todo o continente americano, muitas vezes como uma forma de controle e assimilação dos povos indígenas.


A teologia também foi usada para justificar a escravidão. Os colonizadores europeus acreditavam que os povos africanos eram inferiores e que a escravidão era uma forma de salvá-los do pecado e da barbárie. Eles citavam a Bíblia para justificar a escravidão, argumentando que os africanos eram descendentes de Cão, filho de Noé, que foi amaldiçoado por seu pai e condenado à escravidão.


No entanto, a teologia também foi usada como uma ferramenta para promover a justiça social e a igualdade. Muitos líderes religiosos se opuseram à escravidão e ao genocídio dos povos nativos das Américas, argumentando que todas as pessoas são iguais perante Deus e que ninguém tem o direito de explorar ou oprimir os outros. A teologia da libertação, por exemplo, emergiu na América Latina na década de 1960 como uma forma de conectar a religião com a luta pelos direitos humanos e sociais.


Hoje em dia, a teologia continua a desempenhar um papel importante na luta pela justiça social e pela igualdade. Muitos líderes religiosos defendem a justiça econômica, a proteção dos direitos das minorias e a inclusão social. Eles acreditam que a religião pode ser uma força positiva na sociedade, ajudando a inspirar as pessoas a trabalhar pela justiça e pela paz.


No entanto, a teologia também pode ser usada como uma ferramenta para justificar a opressão. Grupos extremistas religiosos muitas vezes usam interpretações teológicas para justificar a discriminação e a violência contra grupos minoritários. É importante lembrar que a teologia em si não é boa ou ruim; é a forma como é usada que determina sua bondade ou maldade.


Em conclusão, a teologia desempenhou um papel importante na colonização das Américas, sendo usada para justificar a escravidão, o genocídio e a exploração dos povos nativos. No entanto, também tem sido usada como uma ferramenta para promover a justiça social e a igualdade, como na teologia da libertação e nas lutas contemporâneas por direitos e inclusão. É importante lembrar que a teologia não é uma entidade monolítica, mas sim uma tradição em constante evolução e interpretação. A interpretação teológica pode ser usada para justificar ou resistir à opressão, dependendo do contexto e da perspectiva de quem a utiliza.


Para continuar avançando em direção a uma sociedade mais justa e igualitária, é importante que a teologia seja usada de maneira crítica e reflexiva, considerando as implicações éticas e sociais de suas interpretações. A teologia pode ser uma ferramenta poderosa para inspirar ação e mudança social, mas é preciso estar atento para que não se torne uma desculpa para a opressão.


Bibliografia:

BOFF, L.; BOFF, C. Introduzindo a Teologia da Libertação. Orbis Books, 1987.

CONE, J. H. Uma teologia negra da libertação. Orbis Books, 1990.

DELGADO, R.; GONZÁLEZ, J. Latino/a Teologias Cristãs: Origens, Desenvolvimentos e Direções. Orbis Books, 2006.

GUSTAVO, J. M. A Igreja e a Justiça Econômica. Fortress Press, 1984.

JONES, S. H. Deus é um racista branco? Beacon Press, 1998.

MOORE, R. A Formação de uma Sociedade Perseguidora: Autoridade e Desvio na Europa Ocidental 950-1250. Blackwell Publishing, 1987.

TAMEZ, E. A Bíblia no cristianismo hispânico. Fortaleza Press, 1994.

MURPHY, C.; ELLIS, S. P. Fé e Força: Um Debate Cristão sobre a Guerra. Paulist Press, 2007.

NEILL, S. Uma História das Missões Cristãs. Penguin Books, 1991.

ORTBERG, J. Quem é este homem? O impacto imprevisível do Jesus inescapável. Zondervan, 2012.

PANIKKAR, R. O Cristo Desconhecido do Hinduísmo. Orbis Books, 1981.

RODRÍGUEZ, R. Nossa Senhora de Guadalupe: Fé e Empoderamento entre as Mulheres Mexicano-Americanas. Editora da Universidade do Texas, 1994.

SUGDEN, C.; Igreja Anglicana de S. S. em Crise: Como os Dissidentes Episcopais e Seus Aliados Africanos Estão Remodelando o Anglicanismo. Wm. B. Eerdmans Editora, 2007.

VELLEKOOP, M. A. Teologia da Renovação e a Igreja: A Contribuição de Karl Barth. Brill, 2012.




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Capítulo 13: Alternativas para uma abordagem descolonial


A abordagem descolonial surge como uma alternativa crítica para a narrativa hegemônica da história da colonização das Américas, que frequentemente marginaliza e silencia vozes indígenas e africanas. Esta perspectiva desafia a noção de que a colonização foi um processo inevitável e positivo para o desenvolvimento da América, e busca desnaturalizar as relações de poder que se estabeleceram durante este processo.


Uma das principais contribuições da abordagem descolonial é a ênfase na importância de incluir e valorizar o conhecimento e as experiências dos povos colonizados. Isso significa reconhecer as diferentes formas de saber que foram suprimidas ou reprimidas pela narrativa hegemônica, como a medicina indígena, a sabedoria ancestral ou a cultura oral. Além disso, também é fundamental reconhecer e valorizar as contribuições que esses povos deram à formação das sociedades americanas, desde a agricultura até a arquitetura.


Outra contribuição importante da abordagem descolonial é a crítica à ideia de que a colonização foi um processo linear e homogêneo. Pelo contrário, esta perspectiva enfatiza a diversidade de experiências que ocorreram durante a colonização e a maneira como ela afetou diferentes grupos de pessoas de maneiras distintas. Isso significa reconhecer que a colonização não foi apenas uma história de conquista e subjugação, mas também de resistência, adaptação e hibridação cultural.


Uma das maneiras de incluir e valorizar vozes indígenas e africanas é através da promoção de diálogo intercultural. Isso significa criar espaços onde diferentes culturas possam se encontrar, compartilhar conhecimento e colaborar para alcançar objetivos comuns. Esse tipo de diálogo também pode ajudar a combater a ignorância e o preconceito que muitas vezes levam à discriminação e à exclusão.


Outra estratégia é promover a educação crítica, que questiona a narrativa dominante e busca incluir uma perspectiva descolonial. Isso pode incluir a promoção do ensino da história e cultura indígena nas escolas, a inclusão de autores indígenas e africanos nos currículos universitários e a criação de espaços de debate e reflexão sobre as questões relacionadas à colonização.


A abordagem descolonial também pode ser aplicada em outras áreas, como na justiça social e ambiental. Isso significa lutar contra a exclusão social e a desigualdade econômica que afetam os povos indígenas e africanos e defender seus direitos à terra e recursos naturais. Além disso, também é importante promover práticas sustentáveis que respeitem a natureza e valorizem as diferentes formas de conhecimento.


Para concluir, a abordagem descolonial oferece alternativas valiosas para uma narrativa histórica que frequentemente marginaliza e silencia vozes indígenas e africanas. Essa perspectiva enfatiza a importância de incluir e valorizar o conhecimento e as experiências desses povos, reconhecer sua contribuição para a formação das sociedades americanas e promover diálogo intercultural e educação crítica. A implementação dessas estratégias pode ajudar a promover a justiça social e ambiental e construir uma sociedade mais inclusiva e respeitosa com a diversidade cultural.


Bibliografia:

Anzaldúa, G. (1987). Borderlands/La Frontera: A Nova Mestiza. São Francisco: Aunt Lute Books.

Mignolo, W. D. (2009). Desobediência Epistêmica, Pensamento Independente e Liberdade Descolonial. Teoria, Cultura e Sociedade, 26(7-8), 1–23.

Quijano, A. (2007). Colonialidade e Modernidade/Racionalidade. Estudos Culturais, 21(2-3), 168–178.

Restrepo, E., & Escobar, A. (2005). Outras Antropologias e Antropologia De Outra Forma: Passos para uma Estrutura de Antropologias Mundiais. Crítica da Antropologia, 25(2), 99–129.

Silva, L. T. (2012). Metodologias Descolonizadoras: Pesquisa e Povos Indígenas. Londres: Zed Books

Tuck, E., & Yang, K. W. (2012). A descolonização não é uma metáfora. Descolonização: Indigeneidade, Educação e Sociedade, 1(1), 1–40.

Walsh, C. (2018). Descolonizando a Educação Indígena: Uma Etnografia Amazigh/Berbere. Câmara: Springer

Essas referências apresentam uma variedade de perspectivas sobre a abordagem descolonial e suas implicações em diferentes campos, incluindo a antropologia, a educação e a teoria crítica. Essas obras oferecem exemplos concretos de como a abordagem descolonial pode ser aplicada na prática, assim como oferecem críticas importantes sobre as limitações e desafios desse tipo de abordagem.


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Capítulo 14: Conclusão


Nesta tese, examinamos o papel da religião na colonização das Américas e sua influência duradoura na cultura e sociedade contemporâneas. Destacamos como as interpretações teológicas foram usadas para justificar práticas opressivas, a importância de incluir vozes indígenas e africanas na narrativa histórica, e exploramos abordagens descoloniais para uma história mais justa e inclusiva.


Ao longo deste trabalho, enfatizamos a importância de reconhecer e confrontar as injustiças históricas para construir uma sociedade mais justa e igualitária. Aprendemos que a religião e a colonização são temas complexos e multifacetados que exigem uma abordagem interdisciplinar e uma análise crítica. É essencial ouvir as vozes marginalizadas e aprender com as suas perspectivas.


Apesar dos desafios, acreditamos que abordar essas questões é fundamental para construir um futuro mais justo e inclusivo. A história da colonização das Américas é uma lembrança constante da necessidade de desafiar os sistemas de opressão e trabalhar em direção à justiça social e ambiental.


Por fim, esperamos que esta tese possa contribuir para o debate e reflexão sobre o papel da religião na colonização das Américas e como podemos avançar em direção a uma sociedade mais justa e inclusiva.


Bibliografia:

Anzaldúa, G. (1987). Borderlands/La Frontera: A Nova Mestiza. São Francisco: Aunt Lute Books.

Fanon, F. (1963). Os miseráveis da Terra. Nova Iorque: Grove Press.

Mignolo, W. D. (2009). Desobediência Epistêmica, Pensamento Independente e Liberdade Descolonial. Teoria, Cultura e Sociedade, 26(7-8), 1–23.

Quijano, A. (2007). Colonialidade e Modernidade/Racionalidade. Estudos Culturais, 21(2-3), 168–178.

Silva, L. T. (2012). Metodologias Descolonizadoras: Pesquisa e Povos Indígenas. Londres: Zed Books.

Tuck, E., & Yang, K. W. (2012). A descolonização não é uma metáfora. Descolonização: Indigeneidade, Educação e Sociedade, 1(1), 1–40.

Walsh, C. (2018). Descolonizando a Educação Indígena: Uma Etnografia Amazigh/Berbere. Cham: Springer.





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Capítulo 15: Recomendações para futuras pesquisas


Com base na pesquisa realizada nesta tese, podemos sugerir algumas recomendações para futuras pesquisas na área de estudos coloniais e religião. Uma das principais áreas de pesquisa pode ser a análise das práticas contemporâneas de colonização, incluindo a exploração econômica e a opressão política, e como essas práticas continuam a afetar as populações indígenas e afrodescendentes. Essa pesquisa pode envolver uma análise mais aprofundada das dinâmicas sociais, econômicas e políticas da colonização e sua influência nas comunidades marginalizadas.


Outra área de pesquisa relevante pode ser a análise da relação entre a religião e a construção da identidade colonial. A religião desempenhou um papel fundamental na colonização das Américas e sua influência persiste na cultura e sociedade contemporâneas. A pesquisa futura pode se concentrar em como a religião e a construção da identidade colonial estão inter-relacionadas, e como essas relações têm afetado as relações interculturais e a luta pelos direitos humanos.


Além disso, as pesquisas futuras podem se concentrar na análise da influência da colonização na ecologia e meio ambiente, e como as práticas coloniais afetaram a biodiversidade e a sustentabilidade ambiental nas Américas. Isso pode envolver a análise de práticas coloniais como a exploração de recursos naturais, a destruição de ecossistemas e a introdução de espécies invasoras.


Outra área de pesquisa relevante pode ser a análise das práticas de resistência e luta das populações indígenas e afrodescendentes contra a colonização e a opressão. Esta pesquisa pode se concentrar em como as comunidades marginalizadas resistiram e continuam a resistir contra a opressão colonial e em como podemos aprender com suas perspectivas e experiências.


Por fim, as pesquisas futuras podem se concentrar em como as abordagens descoloniais podem ser aplicadas na prática. Isso pode envolver a análise de iniciativas práticas que buscam desafiar as estruturas coloniais, promover a justiça social e a igualdade, e incluir as vozes indígenas e africanas na narrativa histórica.


Bibliografia:

Maldonado-Torres, N. (2007). Sobre a Colonialidade do Ser: Contribuições para o Desenvolvimento de um Conceito. Estudos Culturais, 21(2-3), 240–270.

Martínez-Torres, M. E. (2018). A Ecologia Política do Imperialismo Ecológico: Repensando as Origens da Injustiça Ambiental na Amazônia. Geoforum, 89, 94–103.

Silva, A. (2012). Ressurgimento e Descolonização Indígena: Da Teoria à Prática. Descolonização: Indigeneidade, Educação e Sociedade, 1(1), 1–25.

Tlostanova, M. V., & Mignolo, W. D. (2012). Aprendendo a Desaprender: Reflexões Descoloniais da Eurásia e das Américas. Ohio: A Imprensa da Universidade Estadual de Ohio.

Tuhiwai Smith, L. (1999). Metodologias Descolonizadoras: Pesquisa e Povos Indígenas. Londres: Zed Books.

Walsh, C. (2018). Descolonizando a Educação Indígena



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Bibliografia geral

DELORIA, Vine Jr. Deus é vermelho: uma visão nativa da religião. Editora Fulcro, 2003.

FRYE, Steven M. Nativo e Cristão: Vozes Indígenas sobre Identidade Religiosa nos Estados Unidos e Canadá. Routledge, 2013.

GOMES, Pedro J. O Bom Livro: Lendo a Bíblia com a Mente e o Coração. William B. Eerdmans Editora, 1996.

KATZENSTEIN, Mary C. Religião na América: Um Relato Histórico do Desenvolvimento da Vida Religiosa Americana. Pearson Educação, 2013.

MACEDO, Valéria. A ideologia da colonização brasileira. Editora Perspectiva, 1972.

MIGNOLO, Walter D. O Lado Mais Escuro da Modernidade Ocidental: Futuros Globais, Opções Decoloniais. Duke University Press, 2011.

PARENTE, José Inácio de Andrade. Povos indígenas e o Brasil. Editora Contexto, 2010.

REDDY, Guilherme M. A Navegação do Sentimento: Uma Estrutura para a História das Emoções. Cambridge University Press, 2001.

ROY, Arundhati. A Álgebra da Justiça Infinita. Penguin Books, 2002.

TAKAKI, Ronald. Um espelho diferente: uma história da América multicultural. Little, Brown and Company, 1993.





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