investigação realizada pelo Pr. Psi. Jor Jônatas David Brandão Mota
O LIVRO
"Assim Falou Zaratustra", publicado entre 1883 e 1885, é um dos textos mais influentes de Friedrich Nietzsche, tanto em termos de filosofia quanto de literatura. Suas vendas iniciais foram modestas, mas a obra ganhou notoriedade ao longo do século XX, tornando-se um dos livros mais debatidos em círculos filosóficos e acadêmicos. Hoje, ela é amplamente lida no mundo todo, inspirando não só filósofos, mas também escritores, artistas e cineastas. A obra teve forte repercussão em debates sobre moralidade, religião e o conceito de super-homem (Übermensch).RESUMO
"Assim Falou Zaratustra" é uma obra filosófica e poética que narra a jornada de Zaratustra, um profeta fictício que desce das montanhas para compartilhar sua sabedoria com a humanidade. Através de um discurso alegórico, Zaratustra proclama o "morte de Deus", o fim dos valores morais tradicionais e a necessidade de criar novos valores. A obra explora temas centrais como o conceito do eterno retorno, a vontade de poder, e a ideia do Übermensch, um ser humano que transcende as limitações impostas pela moralidade convencional e alcança sua máxima potencialidade.AUTORIA E CONTEXTO
Friedrich Nietzsche nasceu em 1844, na Prússia, e é considerado um dos filósofos mais influentes da modernidade. Sua filosofia questionava profundamente os valores morais, a religião, e a cultura europeia de sua época. Durante sua vida, sofreu de doenças físicas e mentais, que afetaram seus últimos anos. Seu trabalho, embora não popular em vida, tornou-se influente após sua morte em 1900.
Nietzsche escreveu "Assim Falou Zaratustra" motivado por sua crítica ao cristianismo e à moralidade ocidental, que, segundo ele, sufocava o desenvolvimento individual. Ele acreditava que a humanidade precisava superar essas limitações através de novos valores e de uma reavaliação radical da vida. A ideia do Übermensch representa essa nova humanidade.
O contexto do final do século XIX, marcado por transformações sociais, políticas e científicas (como a revolução industrial e a teoria da evolução de Darwin), influenciou Nietzsche. Havia também um crescente pessimismo cultural, com questionamentos sobre religião e moralidade, o que refletiu-se diretamente nas ideias revolucionárias de Nietzsche sobre a morte de Deus e a criação de novos valores.
5. APOIOS RELEVANTES
Aqui estão três pessoas que concordaram com aspectos importantes de "Assim Falou Zaratustra":
Martin Heidegger – Heidegger, um dos maiores filósofos do século XX, concordou com Nietzsche na crítica à metafísica tradicional e à moralidade cristã, especialmente na ideia da “morte de Deus” e a necessidade de reavaliação dos valores humanos. Ele expandiu o conceito da vontade de poder e do Übermensch em suas próprias teorias sobre o ser e o nada.
Michel Foucault – Foucault adotou a crítica de Nietzsche à moralidade e ao poder, usando os conceitos de vontade de poder e a rejeição da verdade absoluta como base para seus estudos sobre as estruturas de poder na sociedade. Ele concordava que a verdade é uma construção, e que o poder molda a realidade e o conhecimento.
Albert Camus – Embora discordasse em alguns pontos, Camus elogiou Nietzsche por sua coragem de enfrentar o niilismo e a falta de sentido no mundo. Em sua obra O Mito de Sísifo, Camus explora temas semelhantes aos de Nietzsche, como a aceitação da vida em meio ao caos e ao absurdo, concordando com o conceito de amor fati (aceitar o destino).
6. CRÍTICAS RELEVANTES
Aqui estão três pessoas que criticaram partes significativas das ideias de Nietzsche:
Sigmund Freud – Embora Freud admirasse algumas das ideias de Nietzsche, especialmente a exploração da psique humana, ele discordou da noção de Übermensch, acreditando que a psicanálise revelava que o ser humano é dominado por impulsos inconscientes, não pela capacidade de criar valores autônomos e superiores.
G. K. Chesterton – Chesterton criticou severamente Nietzsche, principalmente sua crítica ao cristianismo. Ele argumentava que a moral cristã promovia a humildade e a compaixão, que são necessárias para o bem-estar social, e rejeitou a ideia de que esses valores fossem sinais de fraqueza ou decadência.
Karl Jaspers – Jaspers, um filósofo existencialista, respeitava Nietzsche, mas discordava do pessimismo radical que via na obra de Nietzsche. Ele criticou a ideia de que a humanidade deveria transcender seus valores em um sentido absoluto, acreditando que o indivíduo deve encontrar sentido na existência sem destruir completamente as tradições morais.
7. CONSIDERAÇÕES PARA O NOSSO DIA A DIA
Aqui estão três ideias do livro que podem ser aplicadas à nossa saúde mental e aos nossos relacionamentos:
Autossuperação – A ideia de Nietzsche de que devemos nos esforçar constantemente para superar a nós mesmos, em vez de nos comparar com os outros, é fundamental para o crescimento pessoal. Isso pode melhorar a saúde mental, incentivando o foco no desenvolvimento interno, em vez de ressentimentos ou inveja.
Amor Fati – Aceitar as circunstâncias da vida, tanto as boas quanto as ruins, e abraçar o destino com amor pode reduzir a ansiedade e o sofrimento. Ao adotar essa atitude, podemos viver de maneira mais plena, apreciando cada momento como parte de um grande todo.
A Importância da Solidão – A reflexão e o tempo sozinhos são necessários para nos conhecermos profundamente. Isso ajuda a fortalecer nossa autonomia e autoestima, o que se reflete em relacionamentos mais saudáveis, já que aprendemos a nos relacionar sem depender excessivamente dos outros.
8. JESUS CRISTO
Se Jesus Cristo fizesse considerações sobre os temas de "Assim Falou Zaratustra", aqui estão três pontos que Ele destacaria em relação à boa convivência humana:
Amor ao Próximo – Embora Nietzsche critique o cristianismo por sua compaixão excessiva, Jesus poderia destacar que o verdadeiro amor ao próximo, como ensinado no Evangelho, não é uma fraqueza, mas uma força que une as pessoas e promove a harmonia social.
Serviço e Humildade – Jesus talvez chamasse atenção para o valor da humildade e do serviço ao próximo como princípios essenciais para a convivência. Enquanto Nietzsche promove a superação do indivíduo, Jesus enfatizaria que grandeza também se encontra em servir e em viver para o bem dos outros.
Verdade e Justiça – Embora Nietzsche questionasse a verdade absoluta, Jesus poderia ensinar que a verdade e a justiça são fundamentais para as relações humanas. A busca pela verdade, com amor e compaixão, seria um caminho para a paz e o entendimento mútuo, algo que Nietzsche não explorou profundamente em suas críticas.